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Desenho Instrucional 1ª Fase do DSI: Análise2 M ód ul o 2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Enap, 2019 Enap Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Educação Continuada SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Presidente Diogo Godinho Ramos Costa Diretor de Educação Continuada Paulo Marques Coordenadora-Geral de Educação a Distância Natália Teles da Mota Teixeira Conteudista/s José Mendes de Oliveira Marcia Csik Paulo Marques Curso produzido em Brasília 2019. 3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Sumário 1. Introdução .................................................................................... 5 2. Prospecção e Análise de Necessidades de Capacitação ................. 6 3. Mapeamento de Competências e Desenho Instrucional .............. 10 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 1. Introdução Estudamos no módulo anterior as fases do Desenho de Sistema Instrucional (DSI) de forma ampla. A partir deste módulo, vamos aprofundar o estudo das fases deste modelo. A primeira fase do DSI, análise, inicia-se com o diagnóstico da situação ou identificação dos problemas de desempenho que poderão demandar, ou não, uma intervenção de capacitação. Ou seja, nem sempre a causa do problema de desempenho será solucionada com a oferta de uma capacitação, pois ela pode estar relacionada a outros aspectos organizacionais como cultura, suporte tecnológico ou processos de trabalho. Nesses casos, podem ser necessárias outras intervenções, associadas ou não a uma estratégia de capacitação, tais como reestruturação organizacional, mapeamento e modelagem de processos e pesquisa de clima. A literatura sobre desenho instrucional apresenta diferentes formas de configuração desse processo, mas a lógica do DSI, apresentada anteriormente, permanece como orientação básica. É o caso do modelo apresentado por Rothwell e Kazanas (1998, p. 54), que abrange dez passos, conforme mostra a imagem a seguir. M ód ul o 1ª Fase do DSI: Análise2 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Um dos aspectos mais interessantes desse modelo refere-se à compreensão do que seja a necessidade de capacitação. Os autores definem essa necessidade em termos das lacunas de desempenho estabelecidas entre o que as pessoas sabem, fazem ou sentem e aquilo que elas deveriam saber, fazer ou sentir. A avaliação de necessidades compreende a identificação e hierarquização das lacunas em ordem de prioridade para que possam ser reduzidas ou eliminadas. 2. Prospecção e Análise de Necessidades de Capacitação A análise das necessidades permite identificar as causas dos problemas de desempenho e adotar procedimentos e ferramentas apropriadas para lidar com a situação. Nesse caso, a avaliação ou prospecção das lacunas é o primeiro passo para o desenvolvimento de um programa de capacitação. (Rothwell; Kazanas, 1998, p.55). A prospecção de necessidades requer planejamento e definição de uma estratégia ou plano para o levantamento das lacunas de desempenho (mapeamento). Na fase de planejamento é importante, no caso de uma organização, o envolvimento da gestão e grupos que possam auxiliar e legitimar o mapeamento das necessidades de capacitação. 7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Esse planejamento pode ser abrangente, quando destinado a estabelecer o plano de desenvolvimento de uma organização em todos os seus níveis de ocupações e tarefas, ou específico, quando se refere a uma situação particular que requeira a solução de um problema de desempenho circunscrito a um número reduzido de pessoas. Nos dois casos, o planejamento pode resultar na realização de uma pesquisa ou prospecção como parte integrante do plano de definição das necessidades. Para os autores, os procedimentos mais comuns em projetos de pesquisa devem ser observados: • Definição de objetivos. • Definição do universo de pesquisa. • Definição da amostra. • Definição dos procedimentos de coleta. • Análise de dados e descrição das decisões possíveis a partir dos resultados obtidos. Em se tratando de um levantamento de necessidades abrangente, destinado a apoiar a construção de um plano de desenvolvimento de longo prazo, desenhistas instrucionais devem atentar- se para a importância de uma percepção estratégica da organização, examinando inclusive os movimentos e as tendências das diversas categorias de empregos e ocupações, bem como o comportamento das competências a elas associadas. A pesquisa para o mapeamento ou prospecção de necessidades de capacitação pode ser realizada por intermédio de diferentes procedimentos. A escolha dependerá do contexto no qual o problema de desempenho é observado e da alternativa que possa garantir volume significativo de informações. Em geral, desenhistas instrucionais utilizam os procedimentos que se seguem. (Ibidem, p.64). • Entrevistas As entrevistas podem ser estruturadas ou incluir conversações não estruturadas com pessoas cuja posição na organização e percepção dos processos de trabalho favoreça a obtenção de informações relevantes sobre as lacunas de desempenho. A percepção de líderes e gerentes estratégicos, por exemplo, pode ser significativa para a caracterização dos problemas e definição de alternativas de solução. • Observação direta do processo de trabalho A observação direta dos processos de trabalho compreende o exame em primeira mão da atuação das pessoas, ou seja, visa analisar o que elas fazem e como fazem. Este tipo de observação pode ser previamente planejado ou não. Nos dois casos, é extremamente importante que quem observa registre as análises com o cuidado necessário para não distorcer ou falsear a realidade. 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • Exame indireto de realização ou medidas de produtividade Os exames indiretos ou medidas de produtividade dispensam a presença in loco de quem faz a pesquisa e circunscrevem-se à análise de indicadores de resultados, a exemplo dos registros de produção e índices de controle de qualidade. Neste caso, desenhistas instrucionais podem estruturar sua análise estabelecendo uma lista de conferência com parâmetros que permitam identificar a necessidade da capacitação ou apenas orientar-se por sua percepção sobre o conjunto dos indicadores coletados (impressão qualitativa). • Questionários Os questionários são recursos geralmente utilizados em pesquisas do tipo survey, cujo propósito é identificar a opinião ou a percepção de quem responde sobre lacunas de desempenho e necessidades de capacitação. Eles podem ser estruturados ou não estruturados (questões abertas). Este tipo de pesquisa permite identificar grupos de pessoas que compartilham de uma mesma opinião ou percepção. • Análise de tarefas A análise de tarefas envolve um conjunto de técnicas para averiguar os procedimentos de trabalho ou os métodos que são utilizados pelas pessoas no trabalho. Esta análise compreende o exame intensivo de como as atividades são executadas e a identificação dos elementos mais importantes para que o desempenho seja considerado competente. Em outras palavras, observa-se o que a pessoa deve saber, fazer e sentir para executar da forma mais produtiva e satisfatória determinada tarefa ou conjunto de tarefas. • Informante-chave ou grupos focais O grupo focal constitui uma alternativa de pesquisa qualitativa em que um grupo de pessoas, homogêneo ou heterogêneo, a depender do propósito da investigação, discute um problema com o auxílio de uma pessoa no papel de moderadora. No caso específico da identificação de necessidades de capacitação, este grupo pode reunir pessoas da organização com experiência e percepção necessárias para debater os problemas de desempenho. Desenhistas instrucionais podem atuar como moderadores ou serem auxiliados por uma pessoa no papel de facilitadora,com o intuito de colher o resultado das discussões e os comentários mais relevantes. Percebendo o caráter qualitativo do método e o envolvimento subjetivo de quem participa, moderadores devem garantir a isenção registrando de forma fidedigna as posições e expressões do grupo. O grupo focal permite coletar informações que não são facilmente obtidas por alternativas mais formais de pesquisa. A sua efetividade depende da clareza dos objetivos e da condução do moderador, que deve garantir um espaço participativo onde as pessoas possam abertamente compartilhar suas ideias, posições e sentimentos. 9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • Técnica de grupo nominal (NGT) O grupo nominal (NGT) é outro recurso de pesquisa que envolve a formação de pequenos grupos, geralmente integrados pela gerência estratégica da organização, convidada a discutir os problemas de desempenho e as soluções de capacitação. Desenhistas instrucionais podem organizar o NGT por intermédio de painéis em que cada membro registra em folha de papel suas opiniões sobre necessidades de capacitação. Essas opiniões são posteriormente organizadas em quadro, inclusive por similaridade, discutidas, acatadas ou rejeitadas de acordo com a concordância de quem participou. • Procedimento Delphi O método Delphi é semelhante ao NGT. O nome advém da ideia do oráculo e consiste na formação de pequenos grupos com o propósito de coletar informações sobre as necessidades de capacitação. Desenhistas instrucionais devem: 1 - Formar um painel com as pessoas do grupo alvo. 2 - Desenvolver um questionário baseado nas necessidades de capacitação ou problemas de desempenho que pretende investigar. 3 - Enviar o questionário para quem participar do painel. 4 - Compilar os resultados do levantamento inicial. 5 - Preparar um segundo questionário e enviá-lo com os resultados do primeiro para quem participar do painel. 6 - Compilar os resultados do segundo questionário. 7 - Continuar o processo de envio até alcançar a convergência de opiniões. O painel funciona, portanto, como um oráculo cujo objetivo é esclarecer e confirmar as informações necessárias para a identificação das necessidades de capacitação. • Método de incidente crítico O método do incidente crítico envolve a coleta de informações sobre a atuação das pessoas em situações problemáticas e foi desenvolvido a partir de experiências realizadas durante a Segunda Grande Guerra. Consiste na pesquisa de informações junto a especialistas ou a supervisores que tenham muita experiência sobre os desempenhos requeridos na execução de trabalho em situações difíceis. Desenhistas instrucionais que fizerem uso deste método deverão: • Identificar especialistas e supervisores. • Entrevistar tais especialistas sobre o desempenho que é crucial para o sucesso ou insucesso no trabalho. • Solicitar a especialistas o relato de experiências sobre situações nas quais foram forçados a tomar decisões importantes. • Comparar os relatos e identificar temas comuns referente ao que tais especialistas devem saber para atuar de forma competente. • Utilizar essas informações para identificar necessidades de capacitação. 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública É importante que quem investigue procure identificar as situações mais difíceis do cotidiano do trabalho em que as pessoas precisam enfrentar dificuldades de forma criativa e inovadora. • Centro de avaliação O centro de avaliação não deve ser confundido com um lugar físico, pois constitui um método para reunir informações. A organização de um centro envolve as seguintes etapas: • Análise das categorias de emprego a ser avaliadas. • Identificação das atribuições ou responsabilidades vinculadas a cada categoria. • Desenvolvimento de jogos ou simulações baseadas nos conhecimentos e habilidades necessárias a uma atuação de sucesso no trabalho. • Treinamento de pessoas para observar e julgar o desempenho de participantes do centro. • Providenciar canal para feedback a participantes sobre as necessidades de capacitação. Importante Dada a complexidade do método, é aconselhável que desenhistas instrucionais inexperientes sejam auxiliados por especialistas na sua aplicação. • Entrevistas de saída As entrevistas de saída compreendem conversações, que podem ser estruturadas ou não, com membros de uma organização para registrar as percepções sobre insuficiência de desempenho e necessidades de capacitação nas categorias de emprego ou grupos de trabalho onde atuam. Desenhistas instrucionais que optarem pela utilização deste método devem precaver-se para não se influenciarem por opiniões tendenciosas das pessoas entrevistadas. Para tanto, convém contatar diversos segmentos da organização e confrontar os discursos registrados. De qualquer forma, frente aos vários métodos que podem ser selecionados, é importante que tais desenhistas observem os mais apropriados aos problemas enfrentados, considerando as vantagens e desvantagens, os custos e os procedimentos exigidos para que sua pesquisa tenha êxito. 3. Mapeamento de Competências e Desenho Instrucional Antes de aprofundarmos a relação entre mapeamento de competências e desenho instrucional, apresentaremos de modo breve o conceito de competências aplicado ao mundo do trabalho. 11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública É importante ressaltar que não existe uma definição única e consensual para esse conceito. Não se trata, portanto, de um constructo formal e universal como aqueles que acontecem no campo das ciências. Entretanto, pode-se destacar, dentre as múltiplas definições encontradas na literatura e nas experiências organizacionais, duas acepções comuns à maioria dos casos: 1) Competências envolvem a mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes. 2) Competências constituem comportamentos observáveis. Neste curso, para facilitar a compreensão e a aplicação do conceito no contexto do desenho instrucional, adotaremos a definição apresentada no “Glossário de Termos Técnicos” publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Portanto, a partir de agora, todas as vezes que mencionarmos a palavra competência, estaremos aludindo à seguinte significação: Capacidade de articular e mobilizar condições intelectuais e emocionais em termos de conhecimentos, habilidades, atitudes e práticas, necessários para o desempenho de uma determinada função ou atividade, de maneira eficiente, eficaz e criativa, conforme a natureza do trabalho. Traduz a capacidade produtiva de um indivíduo que se define e mede em termos de desempenho real, demonstrado em determinado contexto de trabalho e que resulta não apenas da instrução, mas, em grande medida, da experiência em situações concretas do exercício ocupacional. (OIT, 2002, p. 22, grifo nosso) Os atributos conhecimento, habilidade e atitude mantêm relação sinérgica entre si e são importantes dimensões das competências. Eles constituem o que geralmente é denominado como a matriz CHA. Esses atributos podem ser definidos do seguinte modo: • Conhecimento (dimensão do saber): corresponde à apropriação do mundo circundante pelo pensamento como definição, percepção, apreensão e análise. Diz respeito ao conjunto de informações estruturadas e armazenadas pelo indivíduo, que têm relevância e causam impacto no ambiente e em seu comportamento. • Habilidade (dimensão do saber-fazer): refere-se à capacidade de fazer uso produtivo do conhecimento. Diz respeito ao saber como fazer algo ou apropriar-se dos meios adequados para alcançar propósitos específicos. • Atitude (dimensão do querer-fazer): refere-se à predisposição do indivíduo em relação à ação, objetos ou situações com que se confronta. Diz respeito ao julgamento da pertinência da ação, à ética do comportamento, aos valores, aos aspectos da convivência, da iniciativa e criatividade. 12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública refletindo Por meio do exercício que se segue, reflita sobre oconceito de competências e atributos associados. Imagine a situação de uma pessoa que, devido a uma exigência de seu trabalho, é convidada a adquirir proficiência na língua alemã. Essa pessoa imaginária terá que aprender a se expressar de forma correta nesse idioma, ou seja, deverá ter desenvoltura no uso da língua. Nesse caso, temos uma competência a ser desenvolvida. Vamos denominá-la “língua estrangeira” e defini-la como a “capacidade de se expressar no idioma alemão na forma oral e escrita, com fluência e desenvoltura, respeitando as regras gramaticais e o uso adequado do léxico”. Para conseguir desenvolver essa capacidade, a referida pessoa inscreveu-se em uma unidade do Instituto Goethe em Berlim, na Alemanha. Ela recebe apoio da sua organização e as condições favoráveis para os estudos em regime de imersão e, portanto, alimenta a expectativa de ser uma boa aluna, dedicada aos estudos e comprometida com a meta de tornar-se proficiente no alemão. Para tanto, ela deverá: • Na dimensão do saber (conhecimentos): apropriar-se da estrutura gramatical e do léxico alemão. • Na dimensão do saber-fazer (habilidades): colocar em prática o conhecimento adquirido por intermédio da fala, da escrita e da leitura no idioma alemão. • Na dimensão do querer-fazer (atitudes): deverá estar motivada e aberta às iniciativas que poderão potencializar o seu aprendizado, tais como interação com docentes, com colegas e, principalmente, com residentes da cidade de Berlim, desfrutando de forma construtiva o cotidiano social e cultural da cidade. O pressuposto para que nossa pessoa imaginária tenha sucesso, além das condições favoráveis e de seu próprio envolvimento, estará na dependência do programa de capacitação escolhido. Esse programa deve corresponder, em termos dos objetivos de aprendizagem e dos conteúdos, às expectativas dela e da organização. Voltaremos a essa questão ao abordarmos, no módulo 3, a definição dos objetivos de aprendizagem. 13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O mapeamento de competências é uma alternativa muito utilizada atualmente nas organizações públicas e privadas como pré-requisito para a formulação de planos ou programas de capacitação. Ela pode ser entendida como uma estratégia de ordenação das ações de desenvolvimento de pessoal centrada na mobilização e integração de conhecimentos, recursos, habilidades e atitudes favoráveis à agregação de valor para as organizações e para os indivíduos. Essa estratégia permite avaliar as lacunas entre as competências instaladas e aquelas que necessitam ser mobilizadas para a consecução da missão e dos objetivos organizacionais. Tais lacunas ou gaps, desde que se refiram a déficits de qualificação, podem orientar as prioridades de investimento em capacitação. Porém, o mapeamento não é um recurso restrito ao cálculo de deficiências. Como acentuam Rothwell & Kazanas (1998, p. 67), uma das vantagens dessa estratégia é a possibilidade do desenvolvimento de competências ideais e não só daquelas que são requeridas para resolver problemas de desempenho específicos e imediatos. O mapeamento pode ser útil, inclusive, para definir as competências necessárias ao enfrentamento de desafios futuros e, nesse caso, é muito importante que desenhistas instrucionais tenham visão estratégica da organização e de seus processos de trabalho. Os procedimentos para a realização do mapeamento são muito variados e se adaptam aos contextos organizacionais e propósitos do mapeamento. Entretanto, há um aspecto que os aproxima: a imperiosidade dos fundamentos estratégicos da organização como ponto de partida, ainda que o alvo de atenção do especialista seja um problema de desempenho localizado. Com o intuito de facilitar a compreensão e estabelecer uma referência para este curso, apresentamos a seguir dois exemplos dos passos mais comuns ou recorrentes em processos de mapeamento de competências. Em ambos, a ancoragem dos processos nos fundamentos organizacionais é fundamental e, por essa razão, o mapeamento de competências deve ser considerado no contexto do planejamento estratégico das organizações. 14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Fonte: Sanghi, 2007, p.21 PROCESSO DE MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS Estágios Descrição Recursos possíveis 1º passo: Entender a visão e missão da organização. Obtenção de informações sobre os fundamentos estratégicos da organização. • Análise documental • Entrevista com dirigentes 2º passo Identificar o departamento ou setor da organização em que ocorrerá o mapeamento. Seleção das áreas da organização que serão submetidas ao mapeamento, segundo a criticidade e importância das atividades que desenvolvem. • Entrevista com dirigentes • Diagnóstico de problemas de desempenho 3º passo EIdentificar níveis hierárquicos. Estudo da estrutura organizacional e dos níveis hierárquicos em cada área selecionada para o mapeamento. • Análise documental • Entrevista com dirigentes 15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 4º passo Obter a descrição das funções, atividades ou tarefas. Elaboração de mapa das funções, atividades ou tarefas com respectivas descrições. • Análise documental • Entrevista com dirigentes • Entrevista com gerentes e funcionários 5º passo Coletar e sistematizar informações sobre capacidades exigidas para o trabalho. Coleta de informações junto aos funcionários sobre as capacidades necessárias para o trabalho. • Entrevistas se- miestruturadas • Grupo focal • Observação dos processos de trabalho 6º passo Elaborar lista de capacidades. Elaboração de lista de capacidades, agrupadas em competências, a partir das informações obtidas junto aos funcionários. • Mapa de competências 7º passo Definir competências e níveis de proficiência. Definição das competências e dos níveis de proficiência de acordo com a complexidade das atividades ou funções desempenhadas pelos funcionários. • Mapa de competências 8º passo Validar competências e níveis de proficiência. Validação das competências definidas e dos níveis de proficiência junto a dirigentes e chefias das áreas envolvidas. A lista de competências deve ser confirmada, corrigida ou complementada no caso de alguma ausência. • Entrevista com dirigentes e gerentes das áreas envolvidas 9º passo Preparar dicionário de competências. Elaboração do dicionário ou inventário de competências com as descrições (o que significa cada competência) e níveis de proficiência. - 10º passo Definir e aplicar instrumento para identificação e avaliação de lacunas de competências. Definição e aplicação de instrumento para examinar a ocorrência de lacunas de competências. O instrumento pode contemplar campos para identificar o grau de importância das competências e o grau de proficiência na perspectiva do respondente. • Instrumento de escala para avaliação de lacunas de competências 11º passo Sistematizar dados do levantamento de lacunas e priorizar soluções de capacitação. Preparar relatório com os dados do levantamento de lacunas, observando- se as ocorrências que demandam investimento imediato em capacitação para a tomada de decisão. - 16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 12º passo Desenvolver plano de desenvolvimento ou capacitação. Apresentar o resultado da avaliação de lacunas para funcionários e elaborar o plano de desenvolvimento. • Métodos e técnicas de desenho instrucional Saiba mais Há diversas alternativas de ferramentas informatizadas para realizar mapeamentos de competências. Uma rápida pesquisa com a ajuda de serviços de busca na Internet permitirá a você conhecer inúmeras opções. Geralmente essas ferramentas envolvem algum tipo de despesa ou de taxa de licenciamento. No entanto, você pode recorrer a opção mais econômica criando o seu próprio instrumento, a exemplo do que fez a Enap em 2008, quando desenhou um programa de capacitaçãopara a Subsecretaria de Assuntos Administrativos do MEC baseado no levantamento prévio de lacunas de competências. Nesse caso, a Escola utilizou um software livre, o LimeSurvey, para criar um questionário estruturado on-line, que foi aplicado em survey realizado junto ao público- alvo. Para conhecer esse questionário clique no link e faça o download. Se for seu intuito realizar mapeamentos de competências, talvez ele te inspire a desenvolver um instrumento semelhante, ou mais aperfeiçoado. A descrição de competências constitui um momento importante do processo de mapeamento que influencia significativamente o desenho instrucional, particularmente na fase de construção dos objetivos de aprendizagem. Descrições precisas auxiliam a construção de objetivos legíveis e indubitáveis. Essa precisão também é útil em processos de avaliação por competências, porque orientam de forma eficiente quem avalia e quem está sendo avaliado. O propósito mais evidente de um dicionário de competências é justamente este: precisar a conceituação, universalizar os significados e evitar interpretações equivocadas. Ele serve como um guia gerencial para dirigentes e funcionários da organização. refletindo Para quem lida com a descrição de competências, uma alternativa prática é, primeiramente, nomear as competências. Em seguida, descrevê-las evidenciando o seu significado e abrangência. 17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Vamos retomar o nosso caso imaginário, aquele que envolvia uma pessoa às voltas com o aprendizado da língua alemã, e refletir sobre a descrição da competência “língua estrangeira”. Na literatura que aborda a avaliação de desempenho ou avaliação orientada por competências, a diferença entre a forma de descrição que abordamos anteriormente e essa direcionada para a avaliação é apenas a finalidade, não há alterações essenciais na definição das competências, mas há distinção quanto ao foco e ao tempo de ocorrência da observação. O que pretendemos dizer com isso? Ora, quem avalia o desempenho observa as ocorrências no presente e, por conseguinte, se preocupa com competências em ação. Você deve se recordar que uma das características das competências é justamente o fato de que elas constituem comportamentos observáveis e a avaliação é focada precisamente nesse aspecto. A sua atuação tem como objetivo averiguar se a pessoa é capaz de realizar determinada atividade ou desempenhar determinadas funções. Nesse caso, o verbo no presente é imperativo ou categórico, portanto, não se trata de uma possibilidade nem de uma descrição. É uma condição. Esteja atento, porque, não raras as vezes, esse tipo de enunciado é tomado como descrição de competências. Em verdade, trata-se de um desdobramento da descrição para processos avaliativos. 18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública refletindo Vamos fazer novamente um exercício de reflexão. Imagine que a pessoa do nosso exemplo foi para a Alemanha, dedicou-se aos estudos, interagiu com docentes e colegas, participou ativamente da vida social e cultural da cidade, passou por diversos testes e recebeu um certificado de proficiência do Instituo Goethe. Portanto, pressupõe-se que ela apreendeu e aprendeu muito sobre a cultura e a língua daquele país. Ela, agora, retornou ao Brasil e às suas tarefas de trabalho, que incluem o uso corrente do idioma e o contato permanente com organizações germânicas. Em dado momento, a organização de nossa pessoa imaginária resolve fazer uma avaliação de desempenho com caráter promocional e destina um especialista para realizar esse procedimento. O propósito é indicar uma pessoa para assumir a gerência de um escritório em Berlim. O requisito básico, além das competências de gestão, é o domínio da língua. Certamente a pessoa do nosso exemplo pretende candidatar-se, mas, para ser selecionada, ela deverá se submeter a um processo de observação no trabalho. O especialista indicado pela organização observará o seu desempenho e fará registros em uma ficha ou instrumento construído para essa finalidade. Ele estará, portanto, considerando o comportamento no trabalho, pautado por algum critério e alguma condição. Vamos ilustrar esse procedimento utilizando a competência “língua estrangeira”, descrita anteriormente. A expressão da ação é incisiva, ou seja, expressa um comportamento que já pode ser analisado. • Comportamento (verbo de ação no presente) - Expressa-se no idioma alemão na forma oral e escrita, • Critério - com fluência e desenvoltura, • Condição - respeitando as regras gramaticais e o uso adequado do léxico. Importante Lembramos que, após a prospecção das necessidades de capacitação, para concluir a 1ª fase do DSI, análise, é necessário ficar atento aos aspectos que se seguem. 19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • Modalidade do processo educacional – prioritariamente a modalidade será presencial para processos educacionais que contenham atividades vivenciais, para auxiliar o autoconhecimento, a aprendizagem de novos comportamentos e atitudes, e que simulem o que foi aprendido. Na modalidade educação a distância online é preciso contar com uma plataforma web, com uma tutoria, ou monitoria realizada, inclusive, por docentes, virtual, permanente e sistemática, para realizar a mediação virtual de conteúdos e aprendizagem. Também poderemos apontar a modalidade EaD utilizando outros meios digitais que possibilitem o compartilhamento de conhecimentos, como, por exemplo, o e-mail. A modalidade híbrida, também denominada blended, aplica-se a processos educacionais em que podemos colocar a carga teórica na EaD e utilizar os momentos presenciais para atividades vivenciais. • Tipos de evento de aprendizagem a serem adotados – consiste em um processo de ensino-aprendizagem, de caráter teórico ou prático, presencial, semipresencial ou a distância, planejado e organizado de modo sistemático, que requer avaliação e registro de participação; palestra: é uma exposição sucinta de curta duração, presencial ou a distância, sobre determinado assunto, para um público variado que pode ou não ter familiaridade com o tema, objetivando informá-lo e atualizá-lo sobre a matéria; workshop/oficina: o termo em inglês workshop define uma oficina de trabalho que visa aprofundar determinado assunto de modo mais prático. O evento é presencial, podendo contemplar algumas atividades teóricas a distância. Em geral, quem participa pertence à mesma área ou segmento de trabalho e reúnem-se para debater, praticar e buscar soluções para o tema proposto. • Definição do público-alvo. • Cronograma e custos estimados do projeto de capacitação.
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