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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
pedagogia 
Alessandra Guimarães da Silva Lima Xavier
 Francielly Corona Gatti
Hellen Roque Torezani
Karla Patricia Nocoleti Polezi
Suliane Cassimiro da Cruz
Vamila Vitoria Batista de Oliveira
o trabalho docente nas classes hospitalares
Barra de São Francisco - ES
2019
ALESSANDRA GUIMARÃES DA SILVA LIMA XAVIER
 Francielly Corona Gatti
Hellen Roque Torezani
Karla Patricia Nocoleti Polezi
Suliane Cassimiro da Cruz
Vamila Vitoria Batista de Oliveira
o trabalho docente nas classes hospitalares
Trabalho apresentado ao Curso Pedagogia da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina Educação Inclusiva; LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais; Educação e Tecnologias; Homem, Cultura e Sociedade; Práticas Pedagógicas: Identidade Docente.
Orientador: Prof. Juliana Chueire Lyra; Sandra Cristina Malzinoti Vedoato; Luana Pagano Peres Molina; Amanda Larissa Zilli; Marcio Gutuzo Saviani; Marcia Bastos de Almeida
Barra de São Francisco - ES
2019
sumário
2SUMÁRIO	�
31	INTRODUÇÃO	�
42	DESENVOLVIMENTO	�
113	CONCLUSÃO	�
12REFERÊNCIAS	�
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo alavancar assuntos pertinentes ao trabalho docente nas classes hospitalares, bem como o seu desenvolvimento histórico no Brasil e sua origem, abordando os principais aspectos quem ligam as classes hospitalares com as políticas de educação inclusiva juntamente com os aspectos da formação docente que perpassam o exercício e a prática da docência em todo o contexto hospitalar. 
Compreende-se que a educação é o caminho mais acessível para a formação de cidadãos e esse é um direto de todos, como garante as diretrizes da LDB – Leis de Diretrizes e Base da Educação Nacional, Lei n 9.394/96, assim exposto, logo esse direto abrange também aqueles alunos cuja algum problema de saúde impossibilita sua assiduidade as salas de aulas. No esmiuçar desse trabalho abordaremos também a importância do vínculo entre professor e aluno, não só na importância dos rendimentos escolar mais como contribuição para os aspectos psicológicos afim de auxiliar no tratamento médico do mesmo.
DESENVOLVIMENTO 
As Classes Hospitalares sugiram por meio de politicas públicas e estudos realizados por meio de observação, iniciativa e respeito para com as crianças, adolescentes e jovens que devido à problemas de saúde, necessitavam de hospitalização, ficando assim impedidos de frequentar as aulas. Enxergando esse problema e a fim de garantir o direito a educação, para que os alunos/pacientes possam dar continuidade à construção do seu conhecimento de modo a promover o seu ingresso ou retorno à instituição escolar.
O processo para chegar a formação das Classes Escolares, não foi tão acessível como aparenta ser. Sua origem começou após a Segunda Guerra mundial em meados do seculo XX na França, devido ao grande numero de crianças gravemente feridas e mutiladas em permanência hospitalar que diante a esse lamentável fato surge então a classe hospitalar em 1935 com intuito de amenizar as consequências da gerra e oportunizar os pacientes/alunos a dar continuidade aos seus estudos ali mesmo no leito hospitalar. Desse modo, recebendo incentivo dos profissionais que trabalhavam nos hospitais, dos religiosos e voluntários, a classe hospitalar foi se consolidando e ganhando seu espaço na sociedade, se espalhando para vários países, entre os quais se pode citar a Alemanha e os Estados Unidos.
No Brasil as classes hospitalares tiveram origens no dia 14 de agosto de 1950, no Hospital Jesus, localizado no Rio de Janeiro, através da portaria nº 634, atendendo aos pedidos do Diretor do Hospital na época, David Pillar. A primeira docente a trabalhar na classe hospitalar foi a professora Lecy Rittmeyer, ela atendia individualmente na enfermaria aproximadamente 80 alunos/pacientes do hospital. A professora Lecy Rittmeyer, absorvia informações dos alunos/pacientes afim de conseguir identificar quais conteúdos os mesmo dominavam e o que ainda não dominavam para que a mesma pudesse então, elaborar um plano especifico para atender as necessidade de canda um dos assistidos por ela. 
O hospital Jesus não possuía instalações apropriadas para os atendimentos educacionais e devido ao números excessivos de atendidos a professora não estava dando conta e só no ano de 1958 depois de vários oficios relatando os problemas e solicitando a necessidade de uma nova professora para atender a demanda de aluno. O Departamento de Educação Primaria encaminhou a professora Esther Lemos Zaborousky para o hospital, que permitiu uma melhor distribuição dos alunos alcançando assim um melhor rendimento escolar.
Alguns estudos mostram que que esse atendimento já acontecia no Brasil Colônia na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo que surgiram com o regulamento da origem do ensino especial em nosso pais após o fechamento do Pavilhão Bourneville. O atendimento educacional criado em 1600 na Irmandade de Santa Casa de Misericórdia, segundo Caiado (2003 p.73), era destinado ao atendimento escolar de deficientes físicos. Foram encontrados alguns registros nos arquivos do hospital fazendo-se menção as décadas de 30 de movimento escolar de deficiente físicos (não sensoriais), porem, somente a partir de 1953 encontra-se registros mais acurados. 
Desde o século VI d.C, vários estabelecimentos se propuseram a cuidar de filhos rejeitados pelos pais, órfãos, pobes, desempregados e idosos. Contudo os doentes sempre foram renegados já que na época, para os cristãos, as doenças eram vistas como castigos divinos ou um teste para por à prova os fiéis, assim para a cura era precioso alem de medicamentos, ter fé e esta arrependido de seus pecados. 
Na época do renascimento começaram-se a se pensar em politicas de saúdes públicas, afinal uma população saudável era capaz de vencer guerras e por meio do trabalho garantir alimentação farta e acumulo de riquezas. Após um logo período de aprimoramento os hospitais passaram a se preocupar não só com os aspectos físicos e biológicos, dando importância também aos fatores psicológicos com fator influente na saúde e no bem esta do ser humano. Preocupado com essa situação o Ministério da Saúde divulgou um documento no ano de 2002 chamado de PNHAH (Programa Nacional de Humanização no Atendimento Hospitalar). 
Segundo Calegari (2003), humanizar refere-se a possibilidade de assumir uma postura ética de respeito ao outro, de acolhimento do desconhecido, e de reconhecimento dos limites. Nesse sentido além do PNHAH, existem varia leis e decretos que garantem mesmo que sucintamente os direitos de todas as pessoas, nos cuidados com relação à saúde relacionando-a com a educação.
A educação é um direito garantido à todas as crianças e adolescentes e isso inclui também os que por algum motivo encontram-se hospitalizadas. A Constituição Federal de 1988, diz que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família, deverá ter o apoio da sociedade, visando o desenvolvimento da pessoa, seu preparo para exercer a cidadania e sua qualificação para o trabalho. Portanto, sendo a educação um direito de todos, a criança hospitalizada está apta a receber esse direito e o Estado deve cumprir todas as medidas para garantir o seu cumprimento. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente Lei, 8069 de 13 de junho de 1990, dispõe garantia e direitos para crianças e adolescentes que se encontram em condições de hospitalização. O artigo 57º deste Estatuto destina-se ao cuidado da criança e do adolescente que, por motivo de internação ou doença crônica, ficam afastados do sistema de ensino. Vale ressaltar aqui que a hospitalização é um dos motivos de exclusão da vida escolar, e o mesmo artigo assegura que, crianças e adolescentes devem ter todo o aparato possível para que não fiquem prejudicadas nem em seutratamento medico, e nem em sua aprendizagem escolar.
“Art. 57º- O Poder Público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.”
O artigo 53º é bem específico, dizendo que: “a criança e o adolescente têm direito à educação, visando o pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes: “(...) igualdade de condições para o acesso e permanência na escola” (2001, p.21). Há também a publicação da Resolução Nº 41 de 13 de outubro de 1995, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, chancelada pelo Ministério da Justiça, que trata dos direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados, tais direitos são descritos em 20 itens dos quais destaca-se o item 9: 
 “Item 9 - Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar;”
	Essa modalidade de atendimento, denomina-se: classe hospitalar, prevista pelo Ministério da Educação e do Desporto, por meio da publicação da Política Nacional de Educação Especial (MEC/SEESP, 1994). 
	Foi publicado em 2002 pelo Ministério da Educação e Secretaria de Educação Especial um documento sobre Classe Hospitalar intitulado: Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações. O objetivo desse documento é incentivar a criação do atendimento pedagógico em ambiente hospitalar e domiciliar, assegurando assim a educação básica de alunos que, por motivo de saúde, precisam permanecer por um período no hospital ou em suas casas, não podendo frequentar a rede regular de ensino, assim designado: 
“Cumpre às classes hospitalares e ao atendimento pedagógico domiciliar elaborar estratégias e orientações para possibilitar o acompanhamento pedagógico educacional do processo de desenvolvimento e construção do conhecimento de crianças, jovens e adultos matriculados ou não nos sistemas de ensino regular, no âmbito da educação básica e que encontram-se impossibilitados de frequentar escola, temporária ou permanentemente e, garantir a manutenção do vínculo com as escolas por meio de um currículo flexibilizado e/ou adaptado, favorecendo seu ingresso, retorno ou adequada integração ao seu grupo escolar correspondente, como parte do direito de atenção integral.” (MEC, SEESP, 2002, pág.13)
Este documento está ligado a política de inclusão e contribuí para a humanização da assistência hospitalar, ele esclarece todas as questões referente as classes hospitalares, indo desde como deve ser feita sua implantação até a forma do seu funcionamento: recursos e atendimento pedagógico, recursos humanos, quadro de funcionários, integração com a escola, entre outros. Recentemente o Conselho Estadual de Educação, publicou a Deliberação nº 68/2007, que estabelecem normas para os alunos com necessidades educacionais especiais no sistema estadual de ensino. Dentre as deliberações, o artigo 8º deixa claro que:
“Art. 8º – Alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde, que implique em internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio, desde que preservada a capacidade de aprendizado, deverão ter garantia a continuidade do seu processo de aprendizagem, com acompanhamento pedagógico que lhes facilite o retorno à escola regular.”
Desse modo, mantém-se assegurado o direito do aluno que por motivo de internação ou qualquer outra enfermidade, ter o atendimento escolar que cumpra o conteúdo ministrado pela escola regular, evitado que o aluno não perca o ano letivo além de contribuir com o seu retorno para a instituição escolar. 
As leis e os fatores históricos mencionados dão ao magistrado não apenas a função de formador de cidadãos, mais como um dos responsáveis pelo tratamento do paciente uma fez que a medicina utiliza-se dos fatores psicológico com uma das formas de tratamento. A humanização garantida pela PNHAH (Programa Nacional de Humanização no Atendimento Hospitalar) contribui muito para o fortalecimento da relação entre o docente com a equipe hospitalar. 
É notório a importância das classes hospitalares para a recuperação do paciente, garantido que o mesmo esteja em constante aprendizado, respeitando suas limitações e ao mesmo tempo estimulando o seu ensino-aprendizagem. 
O grande problema enfrentando pelos docentes é a aceitação pelo paciente, uma vez que o mesmo encontra-se debilitado, frágil emocionalmente e com a autoestima baixa. Sem dúvidas, uma formação de qualidade garante ao docente que essa aproximação seja feita com muito mais profissionalismo, respeitando todos os aspectos físicos e emocionais do aluno a fim de respeitar também o seu tempo e o avaliar de acordo com a realidade enfrentada pelo mesmo. 
Freire sempre argumentou que o papel fundamental do professor é “dialogar” com o aluno sobre situações concretas e, a partir delas, construir conhecimento. É dessa forma a docente precisa entrar no mundo do aluno-paciente para então puder dialogar com ele e traze-lo a reflexão e propor por meio da confiança e afetividade um meio que o atraía a querem se envolver e aprender. 
Assim como diz Freire, a “educação não pode ser feita a partir do exterior para o interior. Pelo contrário, de dentro para fora, pelo próprio aprendiz, ajustado pelo professor” (1979; 72). O docente precisa buscar no aluno-paciente o interesse de aprendizado, despertar em seus assistidos, o interesse que aprender, trabalhando seu psicológico para o mundo que o aguarda lá fora. 
O professor é um estimulador capaz de criar constantemente diferentes formas para que o aluno consiga desafiar sua própria doença, dando continuidade no seu desenvolvimento educacional e mantendo a esperança na cura. Compete ao docente despertar em seus alunos as habilidades necessárias para elevar a autoestima, a comunicação oral e escrita, pensamento logico e racional, responsabilidade social e ética afim de transmitir valores para a formação humana.
Não é possível um professor trabalhar em uma Classe hospitalar sem manter um vínculo afetivo com seus alunos. Para um bom rendimento escolar o professor precisar conhecer a fundo os problemas dos seus alunos, suas limitações e acima de tudo conquistar a confiança, respeito dos mesmos. O professor vai esta junto com seu aluno enfrentando com eles um dos momentos mais difíceis de suas vidas e esse momento não pode ser vivido superficialmente, sem querer se envolver.
	
Conclusão
Conclui-se por meio deste, que a classe hospitalar é uma modalidade de ensino que rompeu as barreiras da sala de aula até os leitos hospitalares procurando diminuir os muitos motivos de infelicidade dos alunos, por meio de atividades escolares vinculado aos conteúdos curriculares com proposta ludico-educativa. 
A pártica docente em classes hospitalares, vai muito além de destrinchar conteúdos e formar opiniões, o docente tem o papel fundamental no processo de humanização, em fazer o aluno refletir e manter-se aceso e esperançoso para o mundo que o guarda lá fora. 
Embora seja previsto por leis, que alunos e/ou adolescentes sejam acompanhado por um docente, quando por motivos de saúde precisam ficar longos períodos em hospitais, esse acompanhamento ainda e muito superficial e em muitas das vezes não existem, levando em consideração a quantidade de hospitais que o Brasil possui em toda sua extensão. 
Por esse motivo, o presente trabalho e de muita valia, para docentes em formação afim de cativa-los e desperta nos mesmos o interesse para essas praticas que são tão importantes e que muitas das vez são esquecidas, e que precisam ter outra visão não só pelos profissionais da are mais para a sociedade como um todo
eferências
CAIADO, Kátia R.M. O trabalho pedagógico no ambiente hospitalar: um espaço em construção. In: RIBEIRO, MariaLuisa Sprovieri; BAUMEL, Roseli Cecília Rocha de Carvalho (Orgs). Educação Especial: do querer ao fazer. São Paulo Ed.. Avercamp, 2003. p. 71-78.
OLIVEIRA, Tyara C. de. Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo. XI Congresso Nacional de Educação. EDUCERE. 2013. Curitiba. Disponível em: http://educere.bruc.com.br/ANAIS2013/pdf/9052_5537.pdf Acesso em: 14/12/2018.
SANDRONI, Giuseppina Antonia. Classe Hospitalar: Um recurso a mais para a inclusão educacional de crianças e jovens. Cadernos da Pedagogia - Ano 2, Vol.2, No.3 jan./jul. 2008. Disponível em: http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/view/50/43
VASCONCELOS, Sandra Maia Farias. Histórias de formação de professores para a Classe Hospitalar. Revista Educação Especial. Vol. 28. N. 51. 2015. Disponível: https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/9118 Acesso em: 13/12/2018.
MACHADO, Jucilene; CAMPOS, Jurema. Relação Professor – Aluno: Um diferencial na Classe Hospitalar. XI Congresso Nacional de Educação. EDUCERE. 2013. Curitiba. Disponível em: http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2013/10499_7066.pdf Acesso em:14/12/2018.
G1. Crianças internadas há mais de 15 dias podem ter aulas em hospitais. Disponível em: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/03/criancasinternadas-ha-mais-de-15-dias-podem-ter-aulas-em-hospitais.html Acesso em: 13/12/2018.

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