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TECNOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES

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Disciplina: Tecnologia nas Organizações
Autores: Luiz Fernando de Barros Campos e 
Ludmila Salomão Venâncio
Unidade de Educação a Distância
TECNOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES
Autores: Luiz Fernando de Barros Campos e 
Ludmila Salomão Venâncio 
Belo Horizonte / 2012
ESTRUTURA FORMAL DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÃNCIA
REITOR
LUÍS CARLOS DE SOUZA VIEIRA
PRÓ-REITOR ACADÊMICO
SUDÁRIO PAPA FILHO
COORDENAÇÃO GERAL
AÉCIO ANTÔNIO DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO TECNOLÓGICA
EDUARDO JOSÉ ALVES DIAS
COORDENAÇÃO DE CURSOS GERENCIAIS E ADMINISTRAÇÃO 
HELBERT JOSÉ DE GOES
COORDENAÇÃO DE CURSOS LICENCIATURA/ LETRAS 
LAILA MARIA HAMDAN ALVIM
COORDENAÇÃO DE CURSOS LICENCIATURA/PEDAGOGIA 
LENISE MARIA RIBEIRO ORTEGA
INSTRUCIONAL DESIGNER
DÉBORA CRISTINA CORDEIRO CAMPOS LEAL
KELLY DE SOUZA RESENDE
PATRICIA MARIA COMBAT BARBOSA
EQUIPE DE WEB DESIGNER
CARLOS ROBERTO DOS SANTOS JÚNIOR
GABRIELA SANTOS DA PENHA
LUCIANA REGINA VIEIRA
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
FERNANDA MACEDO DE SOUZA ZOLIO
RIANE RAPHAELLA GONÇALVES GERVASIO
AUXILIAR PEDAGÓGICO
ARETHA MARÇAL DE MACÊDO SILVA
MARÍLIA RODRIGUES BARBOSA
REVISORA DE TEXTO
MARIA DE LOURDES SOARES MONTEIRO RAMALHO
SECRETARIA
LUANA DOS SANTOS ROSSI 
MARIA LUIZA AYRES
MONITORIA
ELZA MARIA GOMES
AUXILIAR ADMINISTRATIVO
THAYMON VASCONCELOS SOARES
MARIANA TAVARES DIAS RIOGA
AUXILIAR DE TUTORIA
FLÁVIA CRISTINA DE MORAIS
MIRIA NERES PEREIRA
RENATA DA COSTA CARDOSO
Sumário
5Unidade 1: Tecnologia e Organizações: uma introdução
28Unidade 2: Fundamentos técnicos da tecnologia da informação
47Unidade 3: Internet e Comércio Eletrônico
66Unidade 4: Sistemas de informação e as áreas funcionais da organização
85Unidade 5: Sistemas de informação e Processos Integrados de Gestão
106Unidade 6: Desenvolvimento de Sistemas de Informação
125Unidade 7: Questões Éticas Relacionadas à Tecnologia nas Organizações
Ícones
	Comentários
	
	Reflexão
	
	Dica
	
	Lembrete
	
Unidade 1: Tecnologia e Organizações: uma introdução
1. Nosso Tema
Bem-vindo à disciplina Tecnologia nas Organizações! Nesta disciplina, discutiremos as tecnologias empregadas nas organizações, tendo como objetivos:
· Compreender a importância da tecnologia da informação nas organizações, seu papel na ampliação da capacidade de produção e análise da informação, no desenvolvimento de novas alternativas de estratégias de negócio e no apoio à tomada de decisão; 
· Abordar os principais conceitos relacionados à infra-estrutura da tecnologia da informação, como hardware, software, banco de dados e redes de telecomunicações; 
· Descrever as principais aplicações de comércio eletrônico, seus benefícios, limitações e tipos; 
· Discutir de que forma a tecnologia pode auxiliar a organização a ser mais eficaz em suas diversas áreas funcionais;
· Analisar as funções da tecnologia nos processos integrados de gestão (CRM, ERP, BI);
· Descrever o processo de planejamento de sistemas de informação, discutir o conceito de ciclo de vida do desenvolvimento de sistemas e analisar a viabilidade e retorno de investimentos em tecnologia; 
· Discutir as principais questões éticas, comportamentais, organizacionais e de natureza técnica relativas à tecnologia da informação.
Para começar, nesta unidade, discutiremos os relacionamentos entre tecnologia e organizações. Veremos como e por quais motivos a tecnologia desempenha um papel fundamental na sociedade atual. Apresentaremos-lhe um histórico da tecnologia: de como foi e está sendo empregada nas organizações. A noção básica de sistemas de informação será exposta e, no final da unidade, a tecnologia será relacionada com um processo fundamental e bastante estudado nas organizações: a tomada de decisão.
Ao final desta unidade, você terá subsídios para:
· contextualizar a atual sociedade da informação e do conhecimento, compreendendo suas principais características e repercussões;
· entender a evolução da tecnologia e sua importância nas organizações;
· conceitualizar sistemas de informação e identificar suas potenciais aplicações;
· compreender como a tecnologia pode auxiliar no processo de tomada de decisão.
2. Para Refletir 
Você já ouviu falar em sociedade da informação e do conhecimento? Sociedade da informação e do conhecimento é o termo utilizado para designar a nova ordem econômica estabelecida no final da década de 70. Essa sociedade caracteriza-se pela aceleração dos processos de produção e disseminação do conhecimento, aliado ao uso intensivo das tecnologias da informação e comunicação. Trata-se, então, de uma sociedade que considera a informação e o conhecimento como novos recursos econômicos, mais importantes que os tradicionais recursos produtivos (terra, capital e trabalho), que institui novos modos de produzir e distribuir bens e serviços e novas formas de trabalho e aprendizado. 
Nesse novo cenário, em que a informação e o conhecimento figuram como recurso estratégico, as tecnologias, com sua velocidade e penetrabilidade, propiciam e aceleram o desenvolvimento de novas formas de geração, tratamento e distribuição da informação.
Esse é o tema que norteia a nossa unidade. Antes de continuar, reflita sobre as seguintes questões. 
Fique tranqüilo, nos tópicos seguintes, serão apresentadas informações que irão auxiliá-lo a responder a essas e a outras questões igualmente importantes para compreensão do nosso tema.
3. Conteúdo Didático 
3.1. Tecnologias: histórico e conceitos
Neste primeiro tópico do nosso curso, apresentamos-lhe o conceito de tecnologia e esboçamos sua evolução na história humana. Veremos que tecnologia é um fenômeno social e técnico, típico da sociedade humana. O conceito geral que aprenderemos aqui é importante para entendermos como as tecnologias são utilizadas nas organizações.
Ao contrário dos demais animais, a espécie humana age sobre o ambiente, modificando-o de acordo com seus interesses e objetivos. A ação humana sobre o ambiente ocorre por meio da tecnologia. A tecnologia é uma relação que a sociedade humana estabelece com ferramentas, máquinas e processos, de modo que possam controlar seu ambiente e produzir produtos úteis.
Atenção: no parágrafo anterior dissemos: ferramentas, máquinas e processos. Tecnologia é um conceito bastante amplo. Pode se referir a objetos materiais da humanidade como utensílios, máquinas e ferramentas. No entanto, abrange temas abstratos como técnicas, sistemas e métodos de organização. Tecnologia é conhecimento que se concretiza na matéria, nas coisas, mas as ultrapassa. 
Há evidências de que os ancestrais humanos utilizavam ferramentas há mais de dois milhões de anos. Pontas de flechas e facas manufaturadas a partir de pedras são achados comuns em sítios arqueológicos. Vários instrumentos primitivos eram utilizados para a produção de fogo. Os avanços tecnológicos posteriores englobaram roupas, abrigos e ferramentas para a agricultura. O domínio da manufatura de metais, especialmente o aço, possibilitou progressos significativos em instrumentos utilizados para diversos fins, como arar a terra, defender-se de animais hostis, construir abrigos e, infelizmente, realizar a guerra.
Posteriormente, as civilizações antigas passaram a adotar formas complexas de organização social. Invenções engenhosas como a roda constituíram a base para inúmeras inovações futuras. Esses progressos, sociais e tecnológicos, não teriam tido tão grande repercussão e influência se não fosse possível seu registro e transmissão para as gerações subseqüentes. A criação e a generalização da escrita foram decisivas para isso. 
No entanto, um crescimento econômico, que potencialmente beneficiasse grande parte da população humana, só foi viabilizado pela revolução industrial. A revolução industrial é a designação para um conjunto de transformações socioeconômicas, tecnológicas e culturais que ocorreram no final do século XVIII e começo do século XIX nos países do ocidente. Algumas dessas transformações tiveram lugar no Reino Unido, como a invenção de motores movidos a vapor, a criação das máquinas agrícolas e têxteis eos progressos na produção de aço. A construção de ferrovias teve início e a manufatura deslocou-se de um sistema familiar e artesanal para grandes fábricas que concentravam os diversos fatores de produção, como a força de trabalho e o capital imobilizado nas máquinas e edificações.
Alguns historiadores reconhecem a existência de uma segunda revolução industrial. Nessa fase da revolução industrial, que se concentra na segunda metade do século XIX, fortaleceu-se a contribuição de outros países, como a Alemanha e os Estados Unidos da América. Avanços tecnológicos notáveis ocorreram nas indústrias químicas, elétricas, de petróleo e de aço. A produção em massa de mercadorias de consumo foi suportada pela mecanização na manufatura de artigos alimentícios, de vestuário e de transporte. Data desse período o desenvolvimento da indústria de entretenimento em massa, com o surgimento de tecnologias e produtos como o cinema, o rádio e o gramofone. Destacam-se as evoluções nos dispositivos tecnológicos de comunicação, concretizadas, por exemplo, na invenção do telégrafo sem fio e do telefone e nos avanços dos estudos de telecomunicação.
Durante a segunda guerra mundial (1939-1945) e no período seguinte, aconteceram as principais descobertas tecnológicas na área da eletrônica, a construção do primeiro computador programável e o surgimento do transistor, iniciando o campo científico-industrial da microeletrônica. Essas descobertas culminaram no desenvolvimento das tecnologias de informação e conhecimento - TIC da década de 70.
Para Castells (2003), os anos 70 constituem um divisor de águas. A Internet teve suas origens nesse período. Os incrementos tecnológicos na área da microeletrônica e dos dispositivos semicondutores forneceram a base sem a qual inúmeras outras indústrias não teriam se desenvolvido, caso das indústrias de microcomputadores, de eletrodomésticos e da telefonia fixa e móvel. A biotecnologia foi revitalizada, especialmente com a engenharia genética (basta pensar nos alimentos transgênicos que se popularizam atualmente). Em parte, as tecnologias de informação e comunicação viabilizaram os processos de globalização que se acentuaram na década de 90. 
Atualmente, fala-se de uma revolução das tecnologias de informação, como se fala da revolução industrial. A economia política clássica distingue três fatores de produção: o capital, a força de trabalho e a terra. A esses fatores, agora foi acrescentado um quarto: a informação e o conhecimento. Um grande número de empresas modernas depende intensivamente da informação e do conhecimento nos seus processos de produção. Desse modo, procuram administrar da melhor forma possível seus recursos de informação e de comunicação, assim como lidar da forma mais proveitosa com seus trabalhadores do conhecimento. 
Informação e conhecimento são temas atuais, mas não necessariamente novos. Obras como Burke (2003) fazem uma leitura de nossa história com base no conceito de conhecimento. Sob esse prisma, a invenção da imprensa moderna por Gutemberg é vista no contexto da revolução industrial e compreendida como uma tecnologia de informação e conhecimento. Lembre-se sempre que o mundo passado é sempre visto com os olhos de hoje.
Até o momento, temos procurado delinear um panorama dos principais avanços tecnológicos na história humana. Entretanto, não se pode perder de vista que esses progressos na tecnologia não ocorrem de forma estanque. Eles estão entrelaçados com os domínios social e econômico. Não se trata de uma relação de causalidade. Não se pode dizer que o desenvolvimento tecnológico causa determinadas alterações na sociedade humana. A tecnologia não é boa nem má; ela simplesmente é integrada e simultânea às mudanças sociais, políticas e econômicas. Os processos tecnológicos só encontram sentido na sociedade que os viabilizou; o contrário também é válido: só se entende a sociedade com base nas tecnologias vigentes.
Ao ouvir falar de progresso tecnológico, fique esperto, faça as perguntas certas. Procure descobrir que alterações sociais, econômicas e políticas estiveram asssociadas ao surgimento das tecnologias. Mantenha uma postura analítica e crítica. Cuidado, o tecnicismo é uma confiança excessiva nos benefícios da tecnologia para a sociedade, e está freqüentemente associado a uma visão unilateral e fora do contexto da tecnologia. 
3.2. As tecnologias no dinâmico cenário mundial contemporâneo
Já sabemos o que é tecnologia. Compreendemos que tecnologia não se trata unicamente de máquinas, ferramentas ou processos. Na verdade, tecnologia só tem sentido se entendida como um fenômeno técnico e social. Desse modo, este tópico procura caracterizar os fenômenos tecnológicos no cenário mundial de nossos dias, apontando suas implicações para os homens que utilizam as tecnologias. 
A tecnologia é tão antiga quanto a humanidade. Como vimos no tópico anterior, homens pré-históricos foram os primeiros animais a utilizar ferramentas para praticar a agricultura ou caçar. No entanto, a tecnologia adquire uma importância extrema nos dias atuais. 
A tecnologia sempre foi fundamental para a sobrevivência humana. Mas o que torna a tecnologia especial nos dias de hoje? 
A noção de espaço para nós não é a mesma que para nossos antepassados. Décadas depois do descobrimento do Brasil, caravelas portuguesas demoravam mais de três meses para atravessar o oceano Atlântico e chegar à América. Atualmente, um avião efetua essa travessia em menos de oito horas. Por outro lado, o espaço de nosso planeta é completamente conhecido com o emprego das novas tecnologias.
Também a noção de tempo não é mais a mesma. Na época da revolução francesa, a troca de correspondência entre as regiões centrais da Europa consumia semanas, com grande risco de não se concretizar. Hoje, a comunicação por meio de celulares e e-mails é praticamente instantânea. Como conseqüência, realizam-se mais coisas em menos tempo, mas há mais por fazer e mais cobranças. O tempo torna-se valioso.
Os estudiosos dizem que, por causa da tecnologia, espaço e tempo são virtualmente comprimidos. Isso influencia intensamente a nossa vida cotidiana, a maneira de nos relacionarmos, o modo de as organizações se estruturarem assim como a cultura, os valores e as práticas sociais.
Essas mudanças relativas ao espaço e tempo intensificaram-se, como discutido no tópico anterior, a partir da década de 70. Não há dúvidas que essas alterações são caracterizadas pelo conhecimento e pela informação. Entretanto, pode-se questionar se esse é realmente um aspecto definidor das mudanças tecnológicas recentes. Afinal, o conhecimento e a informação são vitais para todos os processos humanos em qualquer época, como as técnicas de manufatura nas primeiras fábricas inglesas, a criação de um artefato simples (e genial) como a roda ou as histórias e mitologias passadas de geração para geração humana.
Um fator que pode ajudar a explicar a tipicidade do momento em que vivemos é a velocidade das mudanças tecnológicas. Castells (2003) defende que se vive, no final do século XX, uma revolução das tecnologias de informação – TI. Entretanto, essa revolução não é caracterizada pela centralidade de conhecimentos e informação, que sempre foi básica para o desenvolvimento humano. Um aspecto que realmente caracteriza as revoluções tecnológicas é a aplicação desses conhecimentos e dessa informação na geração de novos conhecimentos e de dispositivos de processamento e comunicação da informação, em um ciclo de realimentação cumulativo entre a inovação e seu uso, em grande velocidade.
Alguns exemplos podem tornar essa afirmação mais clara:
· Os computadores são baseados em dispositivos semicondutores. Esses dispositivos semicondutores são fabricados empregando-se alta tecnologia, tanto na área da química fina como na de computação. Isso tem possibilitado um progresso acelerado e constante das tecnologias que dependem dos semicondutores, com base na incorporação das tecnologias produzidas anteriormente.
· O número de publicações científicas tem crescido emuma taxa assustadora. As publicações citam-se freqüentemente, apoiando-se nas idéias anteriores. Atualmente, estuda-se a formação de redes científicas e sociais entre os pesquisadores com base nessas citações. 
O segundo exemplo aponta outra característica dos novos paradigmas tecnológicos. Usualmente, os processos ocorrem em rede. Mas o que isso significa? A lógica das redes pressupõe um sistema ou conjunto de relações no qual os atores alteram sua posição de acordo com as diferentes demandas e objetivos. Ao mesmo tempo, de maneira geral, os componentes da rede podem ser facilmente substituídos; a exclusão de um dos atores da rede não compromete sua finalidade. Um caso de rede tecnológica freqüentemente citada é a rede constituída por empresas montadoras de automóveis. Essas redes envolvem um conjunto de pequenas ou médias empresas que fornecem serviços ou autopeças para as grandes montadoras. 
A discussão dos conceitos e do histórico das tecnologias realizada no tópico anterior, aliada à apresentação do cenário mundial contemporâneo no qual essas tecnologias encontram sua expressão atual, permite-nos distinguir várias características do paradigma das tecnologias de informação e comunicação. Essas características são aqui agrupadas:
· As tecnologias atuais são majoritariamente tecnologias para agir sobre o conhecimento, a informação e as comunicações – daí a terminologia comumente empregada de TIC (tecnologias de informação e conhecimento); 
· Os processos de produção, uso e inovação das tecnologias modernas ocorre em alta velocidade;
· A tecnologia é intensamente reincorporada em seus próprios processos de produção, em um esquema de realimentação, o que gera inovação constante;
· Os efeitos das novas tecnologias têm alta penetrabilidade, isto é, estão presentes em todas as esferas da ação humana, já que os processos de nossa existência individual e coletiva são moldados (mas não determinados) pelo meio tecnológico;
· Na aplicação das tecnologias predomina a lógica de redes, isto é, a descentralização e a variação na posição dos participantes dos processos técnicos e sociais;
· O novo paradigma á baseado na flexibilidade. As práticas são reversíveis e facilmente modificadas de acordo com as diferentes circunstâncias e objetivos.
3.3. Imagens da organização
Nossa disciplina trata de tecnologia nas organizações. Já examinamos as tecnologias e seus usos no mundo atual. Agora, estudaremos as organizações que criam e utilizam as tecnologias.
As organizações podem ser compreendidas como arranjos sociais que procuram atingir certos objetivos, controlam e avaliam seus recursos e seu próprio desempenho e estabelecem uma fronteira com o ambiente externo. Desse modo, elas possuem uma identidade coletiva construída a partir de interpretações consensuais e convenções, reconhecimento da própria história, resolução de conflitos e criação de sentido compartilhado. As organizações especializam-se e configuram-se conforme as circunstâncias, tendo uma natureza mais ou menos dinâmica, dependendo de sua natureza.
Essas observações destacam muitos pontos que podem ajudar a entender as organizações. São eles:
· As organizações reúnem recursos materiais e humanos para a consecução de seus objetivos;
· As organizações têm natureza social. Melhor dizendo, tendo em vista suas relações profundas com as tecnologias, como será destacado mais adiante, elas são sistemas denominados sociotécnicos;
· As organizações constroem uma imagem que está ligada à formação de uma identidade coletiva. Daí a importância das celebrações de sua história, do respeito a uma hierarquia, e também das relações informais, das histórias e casos, das lembranças comuns; 
· A formação da imagem de uma organização, de sua identidade, não é um processo linear. As organizações são palco de interesses diversos e conflitos políticos. Esse é um dos motivos pelos quais elas são flexíveis e estão sempre mudando; 
· As organizações, umas mais, outras menos, mudam de acordo com as circunstâncias, são contingentes. Alguns estudiosos enfatizam esse ponto dizendo que elas especializam-se e adaptam-se ao ambiente.
No primeiro tópico desta unidade, delineamos a evolução das tecnologias humanas e ressaltamos a relação estreita e não causal que os processos sociais e tecnológicos mantêm entre si. O mesmo é válido para a relação entre as tecnologias e as organizações. 
Não tem sentido falar de tecnologias sem pensar em organizações. São as diversas organizações que produzem, distribuem e consomem as tecnologias. E, certamente, as diferentes formas de tecnologia implicam a diversificação das formas organizacionais. É claro que as indústrias nascentes na Inglaterra da revolução industrial são completamente diferentes das companhias atuais que exploram as potencialidades de uma tecnologia como a Internet.
Durante todo nosso curso, principalmente ao estudar os sistemas de informação empregados atualmente nas organizações, é proveitoso sempre manter em mente que essas tecnologias influenciam a estrutura e processos das organizações que as empregam.
Pode-se dizer que os estudos organizacionais começam a se consolidar a partir da revolução industrial. Adam Smith, um economista inglês, escrevendo em 1776, nos primórdios da revolução industrial, introduziu o conceito da divisão de trabalho, descrevendo os trabalhadores industriais que se especializavam em determinadas tarefas do processo produtivo. Smith argumentou que nascia uma nova forma de organização com base na divisão do trabalho (que, no fundo, é um processo tecnológico). Taylor, considerado o fundador da administração científica, pretendeu racionalizar as organizações e aumentar sua produtividade por meio de uma descrição precisa das atividades dos empregados.
Mas logo no campo da administração a preocupação deslocou-se para os fatores humanos dentro das organizações. Sob influência da psicologia, começou-se a estudar as necessidades variadas dos membros da organização e aquilo que os motivava. Depois da segunda guerra mundial, os estudos administrativos conceberam a organização como sistemas complexos, compostos de partes ou subsistemas relacionados que se influenciavam mutuamente.
Logo mais, aproximadamente na época em que as tecnologias de informação e conhecimento – TIC começaram a ser intensamente produzidas e as mudanças sociais e políticas decorrentes aceleravam-se, as relações da organização com o ambiente externo em transformação ganharam destaque. Teorias contingenciais propugnavam que as organizações especializam-se e diferenciam-se de acordo com seu ambiente externo. Dito de outra forma, diferentes ambientes, tecnologias, meios culturais ou políticos, estão associados a diversas estruturas organizacionais.
Atualmente, as organizações são entendidas e estudadas sob diversos prismas. As abordagens mais racionalistas iniciais deram lugar a perspectivas que consideram a importância do fator humano, os jogos políticos, as emoções e a intuição, as influências das tecnologias empregadas, o papel fundamental dos processos de informação e comunicação e o ambiente externo à organização.
3.4. Sistemas de informação: um quadro mais abrangente
Neste tópico, procuramos traçar um painel dos sistemas de informação nas organizações. Para isso, é necessário diferenciar e entender as relações entre dados, informação e conhecimento. Esse é o objetivo do subtópico 3.4.1. O próximo subtópico, 3.4.2, caracteriza o problema de sobrecarga de informação. Os sistemas de informação procuram diminuir essa sobrecarga. No último subtópico, os sistemas de informação baseados em computador são descritos em detalhes, de uma perspectiva histórica, caracterizando sua evolução.
Um sistema é um grupo de elementos inter-relacionados ou em interação que formam um todo unificado. Por exemplo, no tópico anterior, viu-se que as próprias organizações podem ser vistas como sistemas. Usualmente, os sistemas são complexos e contêm outros sistemas. As organizações, no desempenho de suas atividades, utilizam os sistemas de informação.Um Sistema de informação (SI) efetua a coleta, armazenamento, análise e disseminação de informações com uma finalidade específica. Como qualquer outro sistema, um SI abrange dados (entradas) que são processados e saídas (relatórios, cálculos, dados em outros formatos e agrupamentos) que são enviadas ao usuário ou outro sistema.
Os sistemas podem incluir um mecanismo de resposta – uma realimentação ou feedback
, que ajuda o sistema a corrigir ou melhorar seu desempenho. Os sistemas operam dentro de um ambiente. No nosso caso, os sistemas estão dentro das organizações e são utilizados de acordo com os objetivos e características dessa organização.
No nosso curso, estudamos principalmente os sistemas de informação baseados em computador. Esses sistemas usam os computadores e a tecnologia de telecomunicações para executar suas tarefas. 
Os sistemas de informação não se baseiam necessariamente em computadores. Há sistemas de informação úteis baseados em material impresso, por exemplo. No entanto, os computadores tendem a tornar-se parte essencial desses sistemas. 
Os sistema de informação organizacionais podem ser divididos em dois grandes grupos, confome O’Brien (2004). O primeiro são os sistemas de apoio às operações, ou sistemas transacionais. Eles são projetados para fornecer suporte às operações ou transações do dia-a-dia da empresa. Assim, são sistemas ligados às atividades rotineiras.
Os sistemas transacionais podem ser divididos em três tipos:
· Sistemas de processamento de transações: processam e armazenam dados resultados das transações empresariais, atualizado bancos de dados e produzindo documentos. Exemplo: sistemas de processamento de vendas, sistemas de contabilidade.
· Sistemas de controle de processos: monitoram e controlam processos industriais. Exemplo: sistemas que controlam a produção de petróleo em refinarias.
· Sistemas colaborativos: oferecem suporte ao trabalho efetuado por equipes ou grupos de trabalho nas organizações, viabilizando a comunicação e a cooperação. Exemplos: e-mail, sistemas de conversação (chat), sistemas de videoconferência, sistemas de groupware (que otimizam a comunicação e a colaboração de pessoas geograficamente distantes), sistema de workflow (que focam em controlar as fases do trabalho conduzido por várias pessoas em colaboração). 
O segundo grande grupo são os sistemas de apoio gerenciais. Eles procuram oferecer apoio aos gerentes para a tomada de decisão eficaz. Também podem ser divididos em três tipos:
· Sistemas de informação gerencial: fornecem informações aos gerentes de um modo pré-estabelecido, na forma de relatórios e demonstrativos. Exemplos: Sistema que agrega informações de vendas por regiões ou clientes para os gerentes.
· Sistemas de apoio à decisão: fornecem apoio interativo para a tomada de decisão pelos gerentes, por meio de previsões ou simulações. Exemplos: sistemas de análise de riscos, sistemas de previsão de lucros.
· Sistemas de informações executivas: fornecem informação críticas e tratadas (com valor agregado) para as necessidade de informação estratégica dos executivos. Exemplo: sistemas para avaliação do comportamento dos concorrentes, sistemas que agregam dados do desempenho da empresa.
Nem sempre é muito fácil classificar um sistema de informação e nem mesmo é muito importante. No entanto, um aspecto essencial é saber a qual dos dois grupos o sistema pertence, isto é, se dados transacionais ou gerenciais são tratados. Existem muitas outras classificações dos sistemas de informação. Algumas delas serão vistas no decorrer do nosso curso, inclusive no subtópico 3.4.3, que descreve a evolução dos sistemas de informação organizacionais baseados em computador.
3.4.1. Dados, informação e conhecimento
Examinamos agora algumas definições usuais de dados, informação e conhecimento, extraídas de fontes diversas, neste subtópico. Nosso objetivo não é que você saiba todas essas definições nem autores, mas perceba os princípios que normalmente são utilizados para diferenciar esses conceitos. Essas definições são importantes para entender os sistemas de informação.
Davenport (2002) conceitua dados como simples observações sobre o estado do mundo. Já informação é entendida como “dados dotados de relevância e propósito” (p.19). E, para o autor, o conhecimento é “informação valiosa da mente humana” (p.18) e inclui reflexão, síntese, contexto.
Conforme Sveiby (1998), o conhecimento humano é caracterizado como tácito, orientado para a ação, baseado em regras individuais, e em constante mutação. O conhecimento tácito é intuitivo, depende de prática é de difícil explicitação ou codificação. O conhecimento é ação. Agir sobre o mundo é uma forma de conhecê-lo. Ao mesmo tempo, nossas ações são guiadas por regras. As regras modificam-se com o tempo, permitindo que novo conhecimento seja produzido. O conhecimento tem um ponto de partida inicial que é o indivíduo. Ele vive na cabeça das pessoas. Um ponto muito importante é que o conhecimento sempre está se renovando. 
Lembre-se de que comentamos que a tecnologia é renovada constantemente incorporando a tecnologia já existente.
Assim, de maneira global, têm-se as seguintes idéias relacionadas aos conceitos de dado, informação e conhecimento, com base em Beal (2004) e McGee e Prusak (1994):
· Dado: São números, símbolos, texto. Podem ser entendidos como registros ou fatos em forma primária, mas não necessariamente físicos. Você pode ter um dado na memória, por exemplo. Os dados são facilmente estruturados, transferíveis e armazenados em computadores. 
· Informação: São dados coletados, organizados, ordenados aos quais são atribuídos significados e contextos. A atribuição de significado ocorre em um determinado contexto e depende do propósito de quem utiliza a informação e julga sua relevância. A informação exige consenso, concordância em relação ao seu significado. 
· Conhecimento: Consiste em uma combinação de informação contextual com a experiência, a vivência e a intuição das pessoas. É informação valiosa da mente humana. Inclui reflexão, síntese e contexto. O conhecimento é difícil de ser estruturado, capturado em máquinas e transferido.
De modo geral, uma maneira útil e habitual de entender os conceitos de dados, informação, conhecimento seja imaginá-los em uma pirâmide, conforme ilustrado na Figura 1, a seguir. Na base, estão os dados. No topo da pirâmide, está o conhecimento. À medida que se move da base para o topo da pirâmide, em direção ao conhecimento, a complexidade aumenta e o nível de estruturação diminui.
Figura 1: Pirâmide de Dados-Informação-Conhecimento
Fonte: Elaborado pelos autores
A representação dos conceitos de dados, informação e conhecimento em pirâmide é muito útil. No entanto, às vezes pode sugerir uma simplificação excessiva, como se conhecimento estivesse em uma hierarquia superior ou englobasse informação. O que realmente acontece é que dados, informação e conhecimento aparecem em conjunto em um contexto específico. 
Há alternativas para representar esses conceitos. Um modelo gráfico para dados-informações-conhecimento poderia ser o ilustrado na Figura 2, de círculos com áreas em comum. Destaca-se que há intersecção entre dados-informação, entre informação-conhecimento e entre dados-informação-conhecimento. Tome-se um exemplo. Um dado seria algo como: “um carro Gol vermelho está estacionado em frente ao prédio X”. Mas para um jovem de nome Augusto, isso pode ter uma outra dimensão, porque sua atual namorada tem um Gol vermelho e teve um grande amigo que morava no prédio X. Desse modo, não há um “dado puro” para Augusto. Ele interpreta as coisas que sabe em um contexto social e leva em consideração o que já aconteceu, sua história. Augusto relaciona os dados com o que ele já sabe e elabora raciocínios e inferências. No caso, ele pode ter ciúmes e agir por causa disso. O dado “carro gol vermelho está estacionado em frente ao prédio X” é informação e conhecimento para Augusto.
Esse exemplo representa a própria fluidez das caracterizações, não as definiçõesrígidas. O sentido apresenta-se em uma dinâmica, nas quais os elementos não se separam. Isto é, dado pode ser informação ou conhecimento em determinado contexto, entendido como uma situação concreta: social, cultural e histórica. 
Figura 2: Uma visão de Dados-Informação-Conhecimento
Fonte: Elaborado pelos autores
3.4.2. Sobrecarga de informação
Discutimos anteriormente como as tecnologias de informação e comunicação propagaram-se a partir da década de 70 e atualmente apóiam a maioria de nossas atividades, no trabalho ou mesmo em nossas casas. A sociedade atual é chamada de Sociedade da Informação e Conhecimento. No entanto, isso significa que a informação está disponível a todo momento e em grande quantidade. Vivemos um problema que se pode denominar “sobrecarga de informação”. 
Como julgar qual a informação boa em meio à grande massa de informações disponível? Se nosso tempo é curto, para qual informação devemos prestar atenção?
Em meio a sofisticadas tecnologias e emprego de muitos sistemas de informação, as organizações enfrentam o problema de selecionar a informação adequada. Essa é uma das funções dos sistemas de informação, fornecer informação adequada ao cumprimento dos objetivos e metas organizacionais. Uma outra maneira de dizer isso é afirmar que as empresas devem empregar as tecnologias de informação de modo “alinhado” com a estratégia organizacional.
Desse modo, uma maneira de julgar a qualidade da informação é considerar se ela é adequada às tarefas e aos objetivos de quem utiliza a informação naquela situação específica, ou seja, no contexto. A adequação da informação depende do trabalho que é realizado naquele momento. Quando a informação é condensada e analisada, agrega-se valor a ela. Informação de alto valor é aquela adaptada às finalidades dos usuários.
Há outras maneiras de avaliar a informação. Uma delas é perguntar de onde ela vem. As fontes de informação são consideradas mais ou menos confiáveis ou respeitáveis. Por exemplo, uma informação que venha de um sistema interno da sua empresa ou de um jornal de grande circulação é considerada, pelo menos a princípio, confiável. Entretanto, nem todas as informações que vêm da Internet são confiáveis, por isso devemos selecionar bem os sites para obter informação de qualidade.
Há outro aspecto de extrema importância. A informação deve ser apresentada em forma adequada para quem a utiliza. Normalmente de forma breve, objetiva e que desperte algum envolvimento emocional. Isso é especialmente válido para os profissionais sobrecarregados de trabalho ou os gerentes que tomam decisões nas organizações. Porém, às vezes precisamos de informação detalhada, tendo em vista nossos objetivos.
Os sistemas de informação empregados nas organizações procuram reduzir a sobrecarga de informação. Por exemplo, os sistemas de informação para executivos (EIS – executive information systems) procuram condensar e estruturar a informação, apresentando-a de forma adaptada a cada executivo. (Não se preocupe, esse e outros sistemas de informação serão estudados com mais detalhes em uma unidade futura). Outro exemplo refere-se aos programas que priorizam, de acordo com alguns critérios pré-estabelecidos, os e-mails dos gerentes. 
Agora, vamos resumir as principais idéias contidas neste subtópico:
· Nos dias atuais, vivemos um problema de muita informação. No entanto, é difícil encontrar a informação exata de que precisamos para realizar nossos objetivos. Esse problema é denominado “sobrecarga informacional”. Uma das funções dos sistemas de informação nas organizações é reduzir a sobrecarga de informação.
· A sobrecarga de informação pode ser reduzida ao se fornecer informação de alta qualidade e acessível, isto é:
· Informação adequada às tarefas e aos objetivos do usuário em seu contexto específico;
· Informação proveniente de fontes respeitáveis e confiáveis;
· Informação com valor agregado, isto é, analisada, condensada, sumarizada;
· Informação em formato adequado e compreensível para quem a utiliza.
3.4.3. Evolução dos sistemas de informação na organização
Os projetos dos primeiros computadores ocorreram durante a II Guerra Mundial. Aplicações científicas e militares eram prioridades. As primeiras aplicações empresariais surgiram no início da década de 50 e executavam, em larga escala, tarefas repetitivas de processamento de transações e a captura, registro, armazenamento e atualização dos dados associados, concentrando-se na área de contabilidade, finanças e recursos humanos. Elas são denominadas Sistemas de Informações Transacionais (SIT). Como automatizavam tarefas manuais repetitivas e sujeitas a falhas, esses sistemas justificavam-se por si sós.
Lembre-se, como visto no início do tópico, de que dividimos os sistemas de informação nas organizações em dois grandes grupos: os sistemas transacionais e os gerenciais. Os primeiros sistemas de informação empregados nas organizações foram justamente os transacionais, que suportavam e automatizavam as tarefas rotineiras das organizações.
Mas, com a queda do custo da computação e incremento das potencialidades dos computadores, foi possível justificar tarefas menos repetitivas que as dos SIT. Surgiram então, na década de 60, os Sistemas de Informações Gerenciais – SIG, capazes de coletar, estruturar e exibir informações para dar suporte à tomada repetitiva de decisão em áreas funcionais. Destinados à gerência de médio escalão, os SIG caracterizam-se principalmente pela produção de relatórios periódicos e rotineiros (relatório mensal de despesas, por exemplo). Em suas origens, os SIG tinham orientação histórica (descrevendo eventos depois de sua ocorrência); atualmente, podem produzir relatórios sumarizados para quaisquer períodos, inclusive diferentes dos planejados inicialmente.
Este é o segundo grande grupo, os sistemas gerenciais, com foco na informação para os trabalhos dos executivos. É importante compreender que um sistema transacional pode ter funções gerenciais. Por exemplo, um sistema que controla as transações de vendas de um empresa, e emite relatórios de totais de vendas no período, por clientes e produtos, para subsidiar análise e decisões dos gerentes da área de vendas. Muitos sistemas antes direcionados aos executivos tiveram o uso estendido para os trabalhadores que se dedicavam a tarefas que exigiam conhecimento, especialmente os Sistemas de Informações Executivas - SIE, que veremos adiante. 
Os sistemas de suporte ganharam força no final dos anos 60 e início dos 70. A comunicação eletrônica é um dos aspectos dos Sistemas de Automação de Escritório – SAE. Um outro aspecto é o representado pelos Sistemas de Processamento de Texto (os editores de texto de larga utilização, hoje em dia). 
Em meados da década de 1980, iniciou-se a comercialização de aplicativos gerenciais de inteligência artificial (IA). Nessa categoria, destacam-se os Sistemas Especialistas (SE) que procuram fornecer o conhecimento armazenado de especialistas para não-especialistas (efetuando assim, em tese, a tomada de decisão; ao contrário dos sistemas transacionais, não focam em dados e nem processam informações como os sistemas de apoio à decisão).
Os sistemas especialistas podem ser utilizados para fins transacionais ou gerenciais. Um exemplo de uso transacional são os sistemas utilizados para decidir a concessão de crédito para clientes de um banco. No entanto, sistemas especialistas podem subsidiar decisões gerenciais, como a abertura de novos filiais com base em análise da situação futura de mercados.
Mais recentemente, enfatizam-se os Sistemas de Gestão de Conhecimento – SGC, projetados especificamente para orientar atividades profissionais e gerenciais que se concentram, em tese, na criação, organização e disseminação do conhecimento organizacional, em vez de dados e informações. Normalmente focam a criação de repositórios de conhecimento explícito ou procuram facilitar a comunicação e interação entre as pessoas.
Por fim, o Processamento Analítico Online (OLAP) refere-se a atividades de análiserealizadas em tempo real por usuários finais, tais como modelagem de Sistemas de Apoio à Decisão que usam gráficos ou tabelas. Envolve muitos dados em relações complexas, dos quais procuram extrair padrões, tendências e exceções, atendendo consultas de diversos tipos dos usuários finais. O objetivo é gerar informações estratégicas. Mais recentes (década de 90), as ferramentas OLAP permitem acesso rápido aos dados estruturados multidimensionalmente e sua análise e são executadas em microcomputadores (estações de trabalho, não nos antigos grandes computadores), permitindo visualizações sofisticadas dos dados.
3.5. Tecnologia e processo decisório
Como vimos no tópico anterior, um grande número de sistemas de informação nas organizações visam ajudar o trabalho dos gerentes, subsidiando suas decisões. Mas exatamente o que é a tomada de decisão? No subtópico 3.5.1, procuramos responder a essa questão. No subtópico seguinte, 3.5.2, é apresentado um breve histórico dos sistemas de informação para suporte à tomada de decisão.
3.5.1. Tomada de decisão
A tomada de decisão sempre foi considerada central nos estudos de administração. A definição clássica de tomada de decisão refere-se à seleção ou à escolha de alternativas possíveis. Isso pressupõe o conhecimento das alternativas, de seus custos, das conseqüências advindas da opção tomada, entre outros fatores. Essa abordagem estritamente racionalista ou objetiva foi relativizada desde os anos 50.
March e Simon (1972) supuseram que a escolha objetiva de alternativas apregoada pela teoria administrativa clássica é, na prática organizacional, restringida pela racionalidade limitada. O ser humano é cognitivamente limitado e as organizações enfrentam problemas extremamente complexos. Assim, não há um modelo ou representação completo que possa alcançar todas as possibilidades possíveis, estimar seus efeitos, implementá-las e avaliá-las. Os modelos mentais são necessariamente simplificados: apenas alguns aspectos dos problemas são considerados na tentativa de viabilizar sua resolução e poucas alternativas de solução são consideradas. Desse modo, o foco é no sintoma e a solução é tendenciosa. Na prática, age-se com base em informação incompleta.
A teoria sobre tomada de decisão, refletindo o momento em que vivemos, não se limita a situações bem definidas, lineares ou processuais, com objetivos, métodos e técnicas relativamente claros para os envolvidos na decisão. Ela também abarca situações instáveis, incertas, inesperadas ou incompreensíveis, privilegiando aspectos circunstanciais como a intuição, a emoção e a experiência do tomador de decisão. 
Um estudioso brasileiro, Leitão (1997) critica a abordagem racionalista da tomada de decisão. Como afirmado pelo autor, os modelos decisórios tradicionais tendem a ser reprodutivos, a limitar a criatividade, a rejeitar o intuitivo, a ignorar ou marginalizar a dimensão emocional do indivíduo. Assim, o autor propõe uma visão da decisão organizacional a partir de uma abordagem ampla, que considere “... as relações ou conexões entre fatores que influenciam o processo decisório, as diferentes expressões da razão, associadas a sentimentos e emoções, e com espaço particular para a intuição” (LEITÃO,1997, p. 91).
Como vimos no tópico sobre as imagens das organizações, elas são compreendidas por meio de diversas perspectivas. As dimensões políticas, emotivas e intuitivas são consideradas. O mesmo ocorre com a tomada de decisão. Inicialmente ela foi vista como uma simples escolha entre possíveis alternativas na qual se presumia o conhecimento completo da situação. Atualmente, considera-se que a tomada de decisão pelos gerentes procura satisfazer e não maximizar a resolução dos problemas. Além disso, a tomada de decisão é influenciada pelos conflitos na organização, pelos atores externos, pela emoção, pelas forças políticas, pelas circunstâncias fortuitas e mesmo pelo acaso. 
3.5.2. Sistemas de informação e processo decisório
Já comentamos sobre os sistemas de informação que suportam decisões. Discorre-se nesse subtópico sobre os primeiros sistemas de apoio à decisão que surgiram e suas ramificações.
No início dos anos 70, surgiu o conceito de Sistemas de Apoio à Decisão – SAD, cujo principal objetivo é apoiar as decisões complexas e não rotineiras. Inicialmente os altos custos conspiravam contra a propagação dos sistemas de apoio à decisão. A situação começa a mudar em 1980, com a revolução dos microcomputadores. A disponibilidade de computadores de mesa permitiu que quem conhecesse um pouco de programação construísse aplicativos SAD. Foi o começo da era da computação para o usuário final.
O suporte à decisão expandiu-se em duas direções. Uma delas foi o apoio a executivos do primeiro escalão com os Sistemas de Informações Executivas - SIE, que mais tarde foram expandidos para prover ajuda a todos os gerentes, passando a ser denominados Sistemas de Informações Empresariais –SIE . A segunda direção foi o suporte a pessoas trabalhando em grupo com os Sistemas de Apoio à Decisão em Grupos – SAD-G, bastante melhorados devido ao desenvolvimento da computação em rede, quando foi possível conectar pessoas em localidades distantes a baixos custos.
4. Teoria na Prática 
Agora vamos praticar os novos conhecimentos adquiridos! Como vimos até o momento, a tecnologia tornou-se um fator crítico de sucesso para as organizações nos dias atuais. Analise como a rede de supermercados Carrefour conseguiu obter vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes com a utilização da tecnologia da informação e responda às questões sugeridas.
Quando preço faz a diferença
Como o Carrefour criou um modelo de gestão de preços que o ajuda a vencer a concorrência nas localidades mais remotas
Segunda maior rede de supermercados do país, com faturamento de 12 bilhões de reais em 2004, o Carrefour encontrava dificuldades para montar uma política sólida de preços até 2003. Cada uma das 194 lojas da rede francesa (97 hipermercados e 97 supermercados com a marca Champion) possuía uma equipe própria responsável pela definição dos valores finais dos produtos ao consumidor. "A administração descentralizada era um problema, pois não conseguíamos manter alinhadas as políticas de uma determinada região", diz Rodrigo Callisperis, diretor de TI do Carrefour. "Além disso, as informações sobre os preços praticados pelos concorrentes ficavam disponíveis apenas localmente, o que dificultava a montagem de uma estratégia comum da empresa", afirma Callisperis. 
Para resolver o problema, o Carrefour apostou na tecnologia. A equipe de TI da empresa assumiu o desafio de desenhar uma ferramenta de precificação de mercadorias que pudesse controlar, de acordo com a região, o preço de um determinado tipo de produto e sua importância perante os clientes. Além disso, o software deveria ser capaz de atribuir preços de acordo com regras pré-estabelecidas, num processo automatizado e mais produtivo que o anterior. Outra função seria a geração de alertas em situações específicas, que poderiam requerer análises mais detalhadas pela rede varejista.
A missão foi cumprida com a construção de uma ferramenta baseada na web, desenvolvida com a tecnologia .Net, da Microsoft, de forma integrada ao banco de dados Oracle. "Escolhemos uma arquitetura robusta o suficiente para funcionar bem em todas as lojas e permitir alterações de preços em tempo real", afirma Callisperis. Outra função, segundo Ailton Brandão, diretor de sistemas do Carrefour, é a capacidade de realizar cálculos diários de margem para praticamente todos os produtos à venda. "O grande diferencial da aplicação é que ela segue o modelo de negócio de uma maneira muito flexível e, sobretudo, parametrizável. Isso significa que podemos modificar a política centralizada de precificação à vontade, pois o sistema está pronto para responder a qualquer mudança de postura da nossa parte", diz Brandão. Para tanto, foram definidos algoritmos específicos para cada produto, o que tornou a geração de preços um processo automático deacordo com as regras predefinidas.
O projeto, implementado pela consultoria Accenture, levou três meses para ser desenhado. A partir daí, a solução foi desenvolvida e homologada em cinco meses. Depois de pronta, a ferramenta levou seis meses para ser implementada em todas as lojas da rede. "Montamos uma equipe específica para realizar a implementação, que foi responsável também pela capacitação dos usuários", afirma Brandão. Essa fase contou com o apoio de um time misto, formado por gente da TI e das áreas de negócios do Carrefour, além da Accenture. "Tivemos a preocupação de olhar de perto a integração com os legados e garantir a sinergia entre as equipes durante o roll out", diz Callisperis.
Solução mundial
Quase um ano após a conclusão do projeto, o Carrefour colhe os resultados. A empresa não divulga números, mas informa que houve um ganho de produtividade na pesquisa de preços dos concorrentes, sobretudo pelo fato de o software disponibilizar os dados para todas as lojas de uma região. Outra funcionalidade interessante é a possibilidade de simular o impacto de um novo preço antes de confirmá-lo. "Essa é uma vantagem grande, pois conseguimos prever cenários com muita rapidez", diz Brandão.
Além da vantagem estratégica, a ferramenta de precificação também ajudou o Carrefour a administrar melhor a equipe. Antes da aplicação, as equipes de cada loja também cumpriam outras funções, como a gestão dos estoques. Com a tecnologia, foi possível a criação de um grupo de especialistas em precificação, que, apoiado pela ferramenta, conseguiu aumentar a margem de alguns produtos. "Isso sem contar a melhoria de imagem. Hoje temos um novo posicionamento estratégico em relação aos concorrentes e conseguimos derrubar uma promoção alheia em instantes", afirma Brandão.
A solução foi tão bem recebida pelos executivos do Carrefour no Brasil que chamou a atenção da matriz, na França, que selecionou a ferramenta como a solução mundial. O sistema foi implementado em países da América Latina e da Europa, com suporte global conduzido pela Accenture. Foi criado também um comitê mundial para discutir melhorias no software, que conta com representantes de vários países. O próximo passo é estender o uso do software para a Ásia.
Fonte: Vieira, Eduardo. Quando o preço faz a diferença. Info Corporate, nov. 2005. Seção Entrevista. Disponível em: <http://info.abril.com.br/corporate/premio/conteudo_103202.shtml>. Acesso em: 17 set. 2007.
Questões:
1. Quais são os benefícios da tecnologia da informação para a rede de supermercados Carrefour?
2. Qual a importância de uma visão unificada de precificação de mercadorias? Como a tecnologia tem contribuído para essa visão?
3. Como a rede usa a tecnologia da informação para obter vantagem competitiva?
Reflita sobre essas questões. Caso tenha dúvidas, entre em contato comigo através do Correio, Chat ou Fórum!
5. Recapitulando 
Os pontos principais da unidade estão a seguir condensados:
A ação humana sobre o ambiente ocorre por meio da tecnologia. A tecnologia é uma relação que a sociedade humana estabelece com ferramentas, máquinas e processos, de modo que possam controlar seu ambiente e produzir produtos úteis. As tecnologias atuais são majoritariamente tecnologias para agir sobre o conhecimento, a informação e as comunicações. Por isso, elas são chamadas de TIC (tecnologias de informação e conhecimento).
Os processo de produção, uso e inovação das tecnologias modernas ocorre em alta velocidade. A tecnologia é intensamente reincorporada em seus próprios processos de produção, em um esquema de realimentação, o que gera inovação constante. Os efeitos das novas tecnologias têm alta penetrabilidade, isto é, estão presentes em todas as esferas da ação humana, já que os processos de nossa existência individual e coletiva são influenciados pela tecnologia.
As organizações podem ser compreendidas como arranjos sociais que procuram atingir certos objetivos e controlam e avaliam seus recursos e seu próprio desempenho. Elas reúnem recursos materiais e humanos para a consecução de seus objetivos. As organizações têm natureza social. Desse modo, elas podem ser consideradas palco de conflitos e de diversos interesses políticos. 
Dados são números, símbolos, texto. Podem ser entendidos como registros ou fatos em forma primária, mas não necessariamente físicos. Os dados são facilmente estruturados, transferíveis e armazenados em computadores. Informações são dados coletados, organizados, ordenados aos quais são atribuídos significados e contextos. O conhecimento consiste em uma combinação de informação contextual com a experiência, a vivência e a intuição das pessoas. O conhecimento é difícil de ser estruturado, capturado em máquinas e transferido.
Nos dias atuais, vivemos um problema de muita informação. No entanto, em meio a tanta informação, é difícil encontrar a informação exata de que precisamos para realizar nossos objetivos. Esse problema é denominado “sobrecarga informacional”. A sobrecarga de informação pode ser reduzida ao se fornecer informação de alta qualidade e acessível. Uma das funções dos sistemas de informação nas organizações é reduzir a sobrecarga de informação.
Um sistema de informação (SI) efetua a coleta, o armazenamento, a análise e a disseminação de informações com uma finalidade específica. Como qualquer outro sistema, um SI abrange entradas que são processadas e saídas que são enviadas ao usuário ou outro sistema. Os sistema de informação organizacionais podem ser divididos em dois grandes grupos. O primeiro são os sistemas de apoio às operações, ou sistemas transacionais. Eles são projetados para fornecer suporte às operaçoes ou transações do dia-a-dia da empresa. O segundo grande grupo são os sistemas de apoio gerenciais. Eles procuram oferecer apoio aos gerentes para a tomada de decisão eficaz.
O quadro a seguir procura retratar graficamente os principais conceitos estudados na unidade, assim como as relações entre eles:
Encerramos nossa primeira unidade. Exploramos muitos conceitos, que se tornarão mais claros à medida que prosseguirmos o curso. Na próxima unidade, vamos estudar os fundamentos relacionados à infra-estrutura da tecnologia da informação. Bons estudos e até lá! 
6. Amplie seus Conhecimentos 
Quer conhecer e aprofundar um pouco mais os assuntos abordados nesta unidade? Então, não deixe de ler os seguintes artigos e fazer a atividade de pesquisa proposta:
VALENTIM, M. L. P. Inteligência Competitiva em Organizações: dado, informação e conhecimento. DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação, v. 3, n. 4, ago., 2002. Disponível em: <http://www.dgz.org.br/ago02/Art_02.htm>. Acesso em: 23 set. 2007.
O artigo versa sobre a importância dos conceitos dado, informação e conhecimento no processo de inteligência competitiva organizacional. Argumenta-se que o gerenciamento adequado desses recursos é fundamental para o aumento da produtividade, da qualidade e da melhoria das atividades da organização.
Para uma visão crítica em relação aos problemas e desafios enfrentados pela sociedade da informação, tanto nos aspectos técnicos, quanto econômicos e principalmente sociais, leia o artigo:
WERTHEIN, J. A sociedade da informação e seus desafios. Ciência da Informação, v. 29, n. 2, p. 71-77, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v29n2/a09v29n2.pdf>. Acesso em: 17 set. 2007.
O último artigo sugerido analisa o valor de um sistema de informação na organização, considerando o portfólio de produtos e serviços, qualidade, custo e tempo de resposta. Para tanto, são discutidos os conceitos de valor da informação e níveis hierárquicos da informação no processo decisório.
MORESI, E. A. D. Delineando o valor do sistema de informação de uma organização. Ciência da Informação, v. 29, n. 1, p. 14-24, 2000. Disponível em: <http://www.ibict.br/cienciadainformacao/viewarticle.php?id=284&layout=abstract>. Acesso em: 23 set. 2007. 
Pesquise em publicações de várias revistas (Info Corporate, Information Week, por exemplo) artigos que abordam o uso datecnologia da informação para trazer vantagens competitivas para uma organização. Procure responder as seguintes perguntas: 
· Por que foi necessária a utilização da tecnologia por essas empresas?
· Como a tecnologia foi utilizada por cada empresa para obtenção de vantagem competitiva?
7. Referências 
BEAL, A. Gestão estratégica da informação. São Paulo: Editora Atlas, 2004.
BURKE, P. Uma história social do conhecimento: de Gutemberg a Diderot. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. 7. ed. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 2003.
DAVENPORT, T. H. Ecologia da informação. São Paulo: Editora Futura, 2002.
DAVENPORT, T. H.; PRUSAK, L. Conhecimento empresarial. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
LEITÃO, S. P. Para uma nova teoria da decisão organizacional. Revista de Administração Pública, v. 31, n. 1, p. 91-107, 1997.
MARCH, J. G.; SIMON, H. A. Teoria das organizações. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1972.
McGEE, J.; PRUSAK, L. Gerenciamento estratégico da informação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 
MORGAN, G. Imagens da organização. São Paulo: Editora Atlas, 1996.
O’BRIEN, J. A. Sistemas de informação e as decisões gerenciais na era da Internet. São Paulo: Saraiva, 2004.
SVEIBY, K. E. A nova riqueza das organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
TURBAN, E.; MCLEAN, E.; WETHERBE, J. C. Tecnologias da informação para gestão: transformando os negócios na era digital. Porto Alegre: Bookman, 2004.
TURBAN, E.; RAINER JR.; R. K., POTTER, R. E. Administração de tecnologia de informação: teoria e prática. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
Unidade 2: Fundamentos técnicos da tecnologia da informação 
1. Nosso Tema
Na unidade anterior, estudamos os conceitos introdutórios relativos à tecnologia nas organizações. Vimos que um sistema de informação efetua a coleta, o armazenamento, a análise e a disseminação de informações com um propósito específico. Como qualquer outro sistema, ele abrange dados (entradas) que são processados e saídas (relatórios, cálculos, dados em outros formatos) que são enviadas ao usuário ou a outro sistema.
Comentamos que os sistemas dividem-se em dois grandes grupos: os que lidam com dados transacionais, rotineiros da organização, e os que lidam com dados gerenciais, voltados à análise e ao suporte aos gerentes na tomada de decisão. Dissemos também que nosso curso foca os sistemas de informação baseados em computador.
Os sistemas de informação são formados por hardware, software, bancos de dados, telecomunicações, procedimentos e pessoas. Entender os fundamentos técnicos dos sistemas de informação é um passo essencial para compreender a função estratégica desses sistemas nas organizações. Nesta unidade, estudaremos os primeiros quatro componentes, reservando um subtópico para cada um deles. 
Ao final desta unidade, você conseguirá:
· Identificar e caracterizar os principais componentes de hardware de um sistema de informação computacional;
· Diferenciar os dois tipos principais de software e descrever as funções gerais do sistema operacional;
· Compreender como a abordagem de banco de dados resolve muitos problemas associados ao ambiente tradicional de arquivos e caracterizar um modelo entidade-relacionamento;
· Ter uma visão abrangente dos sistemas de rede e telecomunicações e classificar os principais tipos de rede.
2. Para Refletir
Como vimos na unidade inicial do nosso curso, as organizações realizam suas atividades em um ambiente empresarial supercompetitivo, complexo, em que os eventos ocorrem rapidamente. Nesse ambiente, os sistemas de informação têm uma importância crítica e, quando usados de modo eficiente, podem trazer vantagens competitivas para as organizações.
Um aspecto principal dos sistemas de informação refere-se à escolha adequada da infra-estrutura de informação, ou seja, das instalações físicas, dos serviços e do gerenciamento que suportam todos os recursos computacionais existentes em uma organização. Mas como selecionar a infra-estrutura correta de TI para uma empresa? Essa não é uma tarefa fácil e requer, dentre outros aspectos, um conhecimento profundo dos componentes principais da infra-estrutura: o hardware do computador, os softwares, as redes e instalações de comunicação, os bancos de dados e o pessoal de gerenciamento de informação. Nesta unidade, discutiremos alguns conceitos que podem auxiliar nessa decisão.
Antes de continuar, reflita sobre as seguintes questões:
A infra-estrutura de TI abrange apenas os recursos ou contempla a integração, a operação, a documentação, a manutenção e o gerenciamento desses recursos?
Por que é tão importante uma compreensão mais profunda do que a tecnologia pode fazer para as operações diárias e para o desenvolvimento estratégico das organizações?
Qual software é mais adequado para uma organização: o software de código aberto ou um sistema legado?
Quais as vantagens da utilização de um software livre?
Como as tecnologias de rede e comunicação podem auxiliar na integração dos processos da empresa com os clientes? E com os fornecedores?
Nos tópicos seguintes, serão apresentadas informações que irão auxiliá-lo a responder a essas questões. Bons estudos!
3. Conteúdo Didático 
3.1. Hardware
Neste subtópico, estudaremos o hardware; equipamento físico de computação. As informações apresentadas neste subtópico ajudarão a entender o restante do nosso curso, assim como fornecerão a base para tomar boas decisões sobre a tecnologia de computação profissional e pessoal. Além de descrever os principais componentes técnicos, serão apontadas algumas tendências atuais na sua evolução.
O termo hardware está relacionado aos equipamentos físicos utilizados para as atividades de entrada, processamento, saída e armazenamento de um computador. Consiste em cinco itens: 
A seguir, examinaremos cada um desses itens, lembrando que as últimas tecnologias, relativas a redes e telecomunicações, serão estudadas no subtópico 3.4.
A unidade central de processamento (CPU) executa os “cálculos”, a verdadeira computação. Exemplos de CPU são o Pentium e o Celeron, fabricados pela empresa Intel, ou o Athlon e o Sempron, produtos da empresa AMD. Muitas vezes o nome da CPU torna-se o nome do computador – falamos que compramos um Pentium ou um Atlon. A CPU é, na verdade, um microprocessador, uma coleção de componentes miniaturizados que são instalados sobre uma pastilha microscópica de silício, denominada um chip ou um circuito integrado. 
Como comentamos anteriormente, os microprocessadores são dispositivos semicondutores fabricados mediante o emprego de alta tecnologia, tanto na área da química fina como na de computação. Gordon Moore, co-fundador da Intel, previu que a complexidade do microprocessador dobraria a cada 18 meses (essa é a Lei de Moore, comentada na unidade anterior do nosso curso). Na última década, a indústria de semicondutores tem comprimido, cada vez mais, componentes em um microprocessador, aumentando o poder computacional. Atualmente, a tendência parece ser a de instalar vários microprocessadores em uma mesma pastilha de silício (núcleos duplos, quádruplos, etc.) para aumentar a potência dos microprocessadores. 
A memória dos computadores é definida por sua capacidade. Um byte é a unidade mínima de memória, composta de 8 bits, que são sinais binários 0 ou 1, a base do processamento de um computador. Atualmente, fala-se de memória de tantos gigabytes (um bilhão de bytes) ou mesmo terabytes (um trilhão de bytes). 
A memória pode ser de armazenamento primário ou secundário. O armazenamento primário ou memória principal é uma coleção de circuitos integrados de alta velocidade que armazenam dados que são acessados diretamente pelo microprocessador (chamada memória RAM). Esses dados são armazenados temporariamente e são voláteis, sendo apagados quando se desliga o computador. O armazenamento secundário é projetado para guardar grandes volumes de dados por períodos prolongados. É não-volátil e mais lento e barato que o armazenamento primário. 
São exemplos de armazenamento primárioas memórias RAM ou memórias cache (estas últimas são muito caras e de acesso rapidíssimo). Exemplos de armazenamento secundário são disquetes, CDs, DVDs, discos rígidos ou cartões de memória. Atualmente, um computador pessoal médio tem 1 GB (gigabyte) de memória RAM e 120 GB de memória secundária no disco rígido. As tendências de desenvolvimento de memória secundária apontam para métodos de acesso direto, maior capacidade com menor custo e mais portabilidade (lembre-se dos cartões de memória para máquinas fotográfica e dos pendrivers).
As tecnologias ou dispositivos de entrada de dados permitem que as pessoas se comuniquem com o computador. São exemplos desses dispositivos os teclados, os mouses e as telas de toque. Há uma tendência para a automatização da entrada de dados. Surgiram nos últimos anos muitos dispositivos de transações à vista, como os caixas eletrônicos dos bancos terminais de ponto de venda, que são caixas registradoras computadorizadas, com leitoras de barras para identificar o código do produto. Um dispositivo de entrada é o scanner óptico, que pode digitalizar figuras e textos manuscritos ou impressos. Em certos casos, ele é utilizado com um programa de reconhecimento de caracteres (OCR – optical character recognition) para automaticamente converter textos para formatos digitais.
As tecnologias ou dispositivos de saída de dados permitem que os computadores transmitam dados para as pessoas em um formato compreensível. A apresentação das informações, como foi comentada na unidade anterior, pode agregar valor e é um fator que motiva as pessoas a utilizar os computadores. São exemplos desse tipo de dispositivos os monitores, como o tipo CRT, mesma tecnologia empregada nos televisores, ou como os mais modernos, tipo LCD (liquid cristal display), mais finos e leves porque não utilizam um tubo de raios catódicos como os monitores CRT. Outro exemplo de dispositivos de saída são as impressoras.
Nos dias de hoje, elas utilizam tecnologias sem impacto, como é o caso das impressoras a jato de tinta e a laser, ao contrário das antigas máquinas de escrever. Nos últimos anos, dispositivos de saída que têm sido estudados intensamente são os de saída de voz, que usualmente envolvem um programa que sintetiza voz a partir de textos.
Computadores de diferentes tipos apresentam os componentes descritos anteriormente: microprocessadores, memória e dispositivos de entrada e saída. No entanto, computadores diferenciam-se amplamente. Os muitos tipos de computadores podem ser classificados de acordo com a seguinte hierarquia, nos moldes de Turban; Rainer e Potter (2003, p. 77-81): 
· Supercomputadores: referem-se aos mecanismos de computação veloz, usualmente de aplicação militar ou científica. No entanto, recentemente, têm surgido aplicações comerciais de supercomputadores, como o data mining, uma técnica para encontrar padrões em grande massa de dados, como veremos na unidade 5.
· Computadores mainframe: são grandes computadores populares para aplicações que envolvem milhares de usuários como reserva de linhas aéreas ou folha de pagamento das corporações. São exemplos os computadores fabricados pela IBM. Usualmente, envolvem uma administração mais centralizada dos aplicativos e dados. 
· Estações de trabalho: computadores de mesa, de alto nível de desempenho, utilizados em aplicações científicas, financeiras e de engenharia que envolvem cálculos intensos.
· Microcomputadores: são também chamados micros, PCs ou computadores pessoais. Podem ser de mesa, amplamente utilizados nas organizações atualmente, ou computadores notebook e laptop, que são portáteis. Um tipo de microcomputador empregado em muitas empresas é denominado de cliente enxuto. Eles não oferecem todas as funcionalidades de um micro, dependendo de um computador servidor para processamento complementar. É o caso dos terminais.
· Dispositivos móveis: são os computadores de mão, freqüentemente denominados assistentes pessoais digitais - PDA (personal digital assistants), como os palmtops. Conectam-se à Internet e muitas vezes substituem os notebooks. 
Enumeramos muitas das tendências atuais de hardware, especialmente dos computadores. Os dispositivos tendem a se tornar menores (miniaturização). Seu preço diminui. A capacidade de processamento aumenta. E, principalmente, os computadores são projetados para trabalhar em rede. (Você deve se lembrar que a implementação em rede é justamente uma das características da tecnologia moderna que vimos na unidade anterior).
Essa é uma das tendências que possibilitaram a consituição da Internet, uma rede mundial formada por vários tipos de computadores. Muitos microcomputadores em rede têm substituído, desde a década de 80, os mainframes (fala-se de processamento paralelo). No entanto, os mainframes subsistem para aplicações que exijam centralização, alta confiabilidade e mais flexibilidade.
3.2. Software
Você talvez tenha observado que ao discorrer sobre hardware, no subtópico anterior, várias vezes falamos sobre software, como programas sintetizadores de voz, programas de reconhecimento de caracteres ou sistemas de reserva de passagens. Software e hardware estão fortemente ligados. Os comandos que instruem os computadores a gerenciar seus recursos internos e que permitem que as organizações adaptem os computadores para suas necessidades específicas são chamados de software ou programas. 
 Ao contrário do que pode parecer à primeira vista, a maior parte dos custos dos sistemas de informação para a organização refere-se a software, não a hardware. As licenças dos softwares, especialmente dos sistemas integrados de gestão, tema da unidade 5 do nosso curso, são dispendiosas. Além disso, os custos referentes à manutenção e atualização dos programas são significativos, assim como o custo de treinamento, que é essencial para o sucesso da implementação dos sistemas de informação nas empresas. 
Os programas de computador podem ser classificados em duas grandes categorias: o software de sistema e o software aplicativo.
O software de sistema atua basicamente como um intermediário entre o hardware e os programas aplicativos. Usualmente, os usuários que trabalham com software de sistema são especialistas.
O software de sistema fornece funções importantes de autocontrole para o computador assim como funções de suporte. Desse modo, é possível agrupá-lo em duas categorias: os programas de controle dos sistemas e os programas de suporte dos sistemas.
O principal programa de controle dos sistemas é o sistema operacional. Esse software especializado supervisiona a operação geral do computador, controlando importantes funções que são transparentes para o usuário, como o acesso automático a periféricos (dispositivos de entrada ou saída) e o carregamento automático de programas durante a inicialização do computador. Ele gerencia os processos, concedendo tempo para cada um, já que normalmente há vários aplicativos sendo executados ao mesmo tempo em um computador, entre eles os programas do sistema e os aplicativos dos muitos usuários (multiprocessamento). Além dessas, ele realiza muitas outras funções, como o tratamento de erros e o fornecimento de um conjunto de rotinas de que as demais aplicações necessitam utilizar freqüentemente para lidar com o hardware (escrever em uma impressora, ler o disco rígido, etc.).
Ao pensar em software, um ponto que não deve ser esquecido é a compatibilidade. Os programas são construídos para funcionar em determinado sistema operacional. Isto é, eles “rodam” usualmente no Windows ou em outro sistema operacional bastante conhecido, o Unix, origem do Linux. Essa é uma restrição severa para a utilização dos programas. Há vários projetos de aplicativos que pretendem funcionar em qualquer plataforma, os sistemas abertos.
 Java é um exemplo de linguagem de aplicação que pode ser executada em vários tipos de computadores. Há softwares que têm a função de gerar compatibilidade. De acordo com Turban; Rainer e Potter (2003, p. 121), middleware é “um software elaborado para ligarmódulos de aplicações desenvolvidas em linguagens de computador diferentes e executando em plataformas heterogêneas, em uma máquina individual ou através de uma rede”. 
Os programas de suporte dos sistemas, a segunda categoria de software de sistemas, suportam a operação, o gerenciamento e os usuários do computador, fornecendo vários serviços. São exemplos os utilitários de sistemas, escritos para executar tarefas comuns, como formatar um disquete, criar diretórios, e outras. Outros exemplos são os monitores de desempenho dos sistemas e os monitores de segurança. 
No entanto, os programas com os quais lidamos no nosso dia-a-dia são os softwares aplicativos. Eles utilizam os recursos do computador por meio das funções e serviços disponibilizados pelo sistema operacional para satisfazer as necessidades específicas do usuário. 
As empresas podem desenvolver seus próprios softwares aplicativos ou contratar uma terceira empresa para fazê-lo. Nesse caso, denominamos esses programas de aplicativos proprietários ou contratados. Já os aplicativos de prateleira são comprados ou alugados prontos de um fornecedor. Aplicativos complexos, como os pacotes de gestão, costumam ser adaptados ou customizados para as necessidades de seus usuários.
Os softwares aplicativos de uso pessoal são muito conhecidos. As planilhas eletrônicas e processadores de texto são usados na maior parte das atividades. Os softwares de gerenciamento de dados suportam o armazenamento, a recuperação e a manipulação de dados relacionados do usuário. Outros exemplos de aplicativos pessoais são os programas de editoração eletrônica (utilizado por jornais e revistas, por exemplo), programas para criação e edição de gráficos, programas de comunicação ou programas para reconhecimento de voz. 
Como já destacamos, a questão do custo é crítica na aquisição e manutenção dos programas, sejam eles de controle dos sistemas ou aplicativos. A maioria dos softwares que apresentamos neste subtópico é disponibilizada na modalidade de software de código aberto. Isso que dizer que o código fonte do programa pode ser copiado, utilizado ou mesmo modificado sem qualquer custo para os desenvolvedores. Na Internet, há sistemas operacionais, pacotes de programas para escritório e aplicativos para qualquer função que se possa imaginar disponibilizados.
Pense: 
O software de código aberto é disponibilizado gratuitamente, mas isso significa que ele é grátis? E os custos de sua adaptação para as necessidades específicas da organização? E os custos de treinamento? Você acha que há direitos autorais que precisam ser preservados?
3.3. Bancos de dados
Neste tópico, estudaremos como os dados são armazenados nos computadores. Explicaremos a forma de armazenamento utilizada nos anos iniciais da computação e como houve uma evolução até os bancos de dados. Os conceitos desenvolvidos neste subtópico são essenciais para a compreensão dos aplicativos e sistemas de informação utilizados nas organizações.
Inicialmente, é necessário desenvolver alguns princípios básicos da organização de dados. Um campo é um agrupamento lógico de caracteres ou algarismos, constituindo uma palavra, número ou código (por exemplo, um nome ou um valor). 
Um agrupamento lógico de campos relacionados é um registro (matrícula, nome empregado, salário). Um agrupamento lógico de registros relacionados é chamado de arquivo (o arquivo de empregados da empresa). 
O registro descreve uma entidade (o empregado). Cada característica ou qualidade que descreve determinada entidade é um atributo (como o endereço do empregado). Um campo que distingue de maneira única um determinado registro em um arquivo ou tabela é uma chave primária. Outros campos que têm informações que podem identificar um registro, mas sem total precisão, são denominados chaves secundárias.
Agora, o ponto a ser examinado é como os registros são armazenados e acessados. A organização dos registros determina o modo pelo qual podem ser acessados. No acesso seqüencial, os registros são recuperados na mesma ordem em que foram armazenados (como a fita magnética), o que pode ser especialmente lento. No acesso direto ou aleatório, pode haver recuperação dos registros em qualquer ordem, independente da ordem física real na mídia de armazenamento. A estrutura e controle exigidos são mais complexos.
Uma tecnologia bastante comum de acesso a arquivos é o ISAM – método de acesso seqüencial indexado. Um índice para um arquivo lista a chave primária de cada registro e onde esse registro está armazenado fisicamente. A Figura 1 ilustra um arquivo de empregados e seus endereços (com cinco campos). O índice projetado dispõe os registros desse arquivo ordenados por matrícula (MAT). Na figura, é indicado um acesso à terceira matrícula, número 003. O índice indica que a matrícula 003 está localizada fisicamente no quarto registro do arquivo de empregados, onde pode ser acessado.
	Índice (ordenado por MAT)
	
	Arquivo de empregados
	MAT
	Posição física do registro
	
	CPF
	Nome
	Rua
	Cidade
	CEP
	001
	5
	
	002
	...
	...
	...
	...
	002
	1
	
	004
	...
	...
	...
	...
	003
	4
	
	005
	...
	...
	...
	...
	004
	2
	
	003
	...
	...
	...
	...
	005
	3
	
	001
	...
	...
	...
	...
Figura 1 - Método de acesso seqüencial indexado – ISAM.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Os arquivos devem estar relacionados por determinado campo. De maneira simplificada, um relacionamento pode ser imaginado como uma associação entre registros que possuem determinado campo idêntico (a chave primária). 
Assim, a Figura 2 mostra o relacionamento entre um arquivo de empregados (denominado arquivo pai) e um arquivo de salários (denominado arquivo filho). Geralmente, é construído um índice ordenando a variável de relacionamento no arquivo filho. No exemplo, conhecemos o empregado de matrícula 004 no arquivo pai e, portanto, temos seu endereço. 
Mas qual é o salário correspondente? O índice indica que o empregado de matrícula 004 está localizado no primeiro registro físico do arquivo de salários. Assim, é construído um vínculo entre as matrículas do arquivo pai com as matrículas do arquivo filho. As relações podem ser de um para um, como a exemplificada, de um para muitos ou mesmo muitos para muitos.
	Arquivo de empregados
(PAI)
	
	Índice ou arquivo de empregados ordenado por MAT
	
	Arquivo de salários (FILHO)
	MAT
	Nome
	Rua
	Cidade
	CEP
	
	MAT
	Posição física do registro
	
	MAT
	Salário
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Bruto
	Descontos 
	002
	...
	...
	...
	...
	
	001
	5
	
	004
	...
	...
	004
	...
	...
	...
	...
	
	002
	3
	
	003
	...
	...
	005
	...
	...
	...
	...
	
	003
	2
	
	002
	...
	...
	003
	...
	...
	...
	...
	
	004
	1
	
	005
	...
	...
	001
	...
	...
	...
	...
	
	005
	4
	
	001
	...
	...
Figura 2 - Relacionamento entre arquivos.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Esse sistema de relacionamentos, utilizado desde a década de 70, constitui a base de armazenamento de dados nos sistemas de informação. No entanto, num ambiente tradicional de armazenamento de dados, cada aplicação possuía arquivos de dados próprios, contendo todos os registros de dados necessários. Essa concepção era comum nos primeiros sistemas transacionais.
Vários problemas são gerados no ambiente tradicional de arquivos. Como as aplicações eram criadas separadamente, elas possuíam duplicação de funcionalidades comuns, com alta carga de retrabalho e desperdício de recursos. Cada uma das aplicações deveria preocupar com o formato de seus dados e criar rotinas para acessá-los e atualizá-los. Os usuários deveriam ser treinados para utilizar cada aplicação.
Por outro lado, como os arquivos eram separados para cada aplicação, havia muita redundância de dados. Essa redundância gerava a possibilidade de inconsistência dos dados, pois eles podiam aparecer em pontos diferentes e ser manuseados separadamente por cada aplicação. Pelo mesmo motivo, os dados podiam ser armazenados em formatos distintos (quilômetros ou metros? datas em que formato?), gerando problemas de integridade. A organização diversa dos arquivos também

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