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ESTUDO DIRIGIDO - DOSIMETRIA DA PENA-

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CAMPUS SALVADOR
	
FOLHA DE RESPOSTA ESTUDO DIRIGIDO
	Curso: DIREITO
	Disciplina: DIREITO PENAL II
	Turma: N1
	Professor:
	Aluno:
	Matrícula:
	Data da aula: 26/03/2020
INSTRUÇÕES:
1) O estudo dirigido é uma ferramenta de ensino aprendizagem que procura o desenvolvimento do processo reflexivo e da análise crítica sobre determinado assunto.
2) Com base no material de estudo disponibilizado para essa aula, solucionar, individualmente, os problemas propostos.
3) Encaminhar resposta até o dia 02/4/2020.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
· Examinar a estrutura normativa e arquitetura jurídica da dosimetria da pena.
· Classificar as circunstâncias agravantes e atenuantes
· Distinguir as agravantes e atenuantes preponderantes
· Estudar o concurso de circunstâncias
PROBLEMAS:
1) Examine as seguintes assertivas e explique se estão coerentes com a ordem jurídica:
a. O aumento da pena em razão de circunstâncias agravantes é estabelecido pelo legislador.
R- legislador prevê a respectiva quantidade de majoração ou minoração punitiva, logo as agravantes são de aplicação obrigatória, de sorte que o Julgador não pode deixar de majorar a pena, existindo discricionariedade tão-somente no tocante ao quantum a ser aplicado.
b. Em caso de concurso de circunstâncias, o reconhecimento das atenuantes da menoridade relativa e confissão espontânea permite a fixação da pena intermediária abaixo do mínimo legal; R- A menoridade tem maior peso do que qualquer outra circunstância, seja ela objetiva ou subjetiva. Ela deve preponderar, inclusive, sobre a reincidência, pois, neste art. 67, a personalidade (característica do menor) vem indicada antes da reincidência. O mesmo se diga quanto à confissão, que demonstra um aspecto positivo da personalidade do agente e é, a exemplo da menoridade, atenuante de primeira grandeza." 
c. A atenuante da confissão sempre irá ser compensada com a agravante da reincidência, mesmo em caso de multirreincidência, de maneira que não haverá acréscimo de pena;R-cuidando-se de confronto entre agravante preponderante (reincidência) e atenuante preponderante (confissão), parece-nos essencial distinguir a situação do acusado multirreincidente ou reincidente específico, cuja carga de reprovação é maior. Portanto, se a simples reincidência é considerada preponderante, há necessidade, por questão de lógica, de se conferir maior relevo à multiplicidade de processos capazes de gerá-la ou à situação de quem reincide exatamente no mesmo delito. Logo, é possível elevar a pena, nesses casos, mesmo havendo confissão espontânea. 
d. A atenuante da menoridade relativa não se sobrepõe à reincidência, devendo o Juiz, em caso de concurso, manter a pena inalterada. R- A confissão integra a personalidade do agente, portanto, encontra-se inclusa no rol do artigo 67 do Código Penal. Porém, (...) no concurso entre a confissão e a reincidência não haverá compensação, pois aquela circunstância (confissão) não possui força suficiente para neutralizar o maior grau de preponderância desta (reincidência).
e. Circunstâncias são elementares do crime que, portanto, integram a figura típica.
R- não integram a identidade da tipificação penal, mas sim que circundam esta, sendo causa apenas para o aumento ou diminuição da pena.
f. Caso o julgador tenha reconhecido a qualificadora do motivo torpe, na prática de um homicídio, é possível que, na segunda fase da dosimetria, o julgador agrave a pena, considerado o grau de torpeza (quanto maior a torpeza, maior pode ser o agravamento da pena na segunda fase).R- O motivo fútil e o motivo torpe são circunstâncias agravantes que determinam maior gravidade da culpabilidade. Figuram, também, como circunstâncias qualificadoras do delito de homicídio (art. 121, § 2.º, I e II, CP). Motivo fútil é aquele insignificante, flagrantemente desproporcional ou inadequado se cotejado com a ação ou a omissão do agente. Torpe é o motivo abjeto, indigno e desprezível, que repugna ao mais elementar sentimento ético." 
g. As circunstâncias agravantes podem ser aplicadas aos crimes culposos, sobretudo aqueles cometidos por imprudência. R- Em suma, as agravantes genéricas, com exceção da reincidência, são aplicáveis somente aos crimes dolosos, pois são incompatíveis com os delitos culposos, cujo resultado é involuntário (não quis nem assumiu o risco de causar) e pressupõe uma violação do dever de cuidado (imprudência, negligência ou imperícia).
		
h. Um indivíduo primário não pode ter reconhecidos maus antecedentes.
R- Em suma, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 05 anos, não há falar em reincidência. Após o decurso do prazo quinquenal o réu será considerado novamente primário. Contudo, será primário com maus antecedentes, pois para este efeito, a condenação subsiste.
i. A reincidência afasta a primariedade.
 R- A reincidência é circunstância agravante, analisada pelo Magistrado na segunda fase da aplicação da pena, nos termos do artigo 61 do Código Penal. Logo, é reincidente aquele que tendo uma ou mais condenações criminais irrecorríveis, pratica outro crime, obedecido o lapso temporal de cinco anos, previsto no artigo 64 do mesmo Diploma.
j. Os prazos de sursis e livramento condicional não são computados no cálculo dos cinco anos para afastar a reincidência.
R- No prazo depurador de cinco anos inclui-se o período de prova do sursis e do livramento condicional, não revogados. Esse prazo decorre a partir da audiência admonitória (art. 160).
Levando-se em conta que entre a data do início do benefício do livramento condicional e a infração posterior decorreu período de tempo superior a 5 (cinco) anos, impõe-se o afastamento da reincidência.
k. Caso uma pessoa cometa um crime de roubo após ter sido condenado, com trânsito em julgado,
 pela prática de crime militar próprio, o julgador poderá fazer incidir a agravante da reincidência.
 R-“Por força do art. 64, inciso II, para efeito de reincidência não se consideram os crimes militares próprios e políticos. Os crimes militares próprios estão previstos expressamente no Código Penal Militar, que os diferencia dos crimes militares relativos (arts. 9º e 10). Os crimes políticos, sejam puros ou relativos, também não geram, como antecedentes, a reincidência para os delitos comuns." 
	
REFERÊNCIAS:
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Saraiva. FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de Direito Penal. Rio de Janeiro: Forense.
JALIL, Maurício Schaun; GRECO FILHO, Vicente. Código Penal Comentado: doutrina e jurisprudência. São Paulo: Manole.
FRANCO, Alberto Silva et alii. Código Penal e sua interpretação jurisprudencial. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais.
HUNGRIA, Nelson; DOTTI, Ariel. Comentários ao Código Penal. Rio de Janeiro: GZ
JAKOBS, Gunther. A imputação objetiva no direito penal. Tradução de André Luís Callegari. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000.

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