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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOÍAS ESCOLA DE CIÊNCIAS MÉDICAS, FARMACÊUTICAS E BIOMÉDICAS GRADUAÇAO EM BIOMEDICINA IMUNODEFICIENCIA PRIMARIA ANA CLARA E SILVA VIANA, BEATRIZ FERNANDES BENEDITO, FLAVYA MARTINS RODRIGUES, HERNANY EVANGELISTA MAGALHÃES, JANAINA MARIA SILVA DOS REIS, LUCAS CRISPIM SILVA, PEDRO CAPONI TAVARES DE BRITO, SARAH CARVALHO TALONE GOIÂNIA, GO 2020 ALUNOS: ANA CLARA E SILVA VIANA, BEATRIZ FERNANDES BENEDITO, FLAVYA MARTINS RODRIGUES, HERNANY EVANGELISTA MAGALHÃES, JANAINA MARIA SILVA DOS REIS, LUCAS CRISPIM SILVA, PEDRO CAPONI TAVARES DE BRITO, SARAH CARVALHO TALONE IMUNODEFICIENCIA PRIMARIA ESTUDO REALIZADO DE ACORDO COM PESQUISAS REALIZADAS AOS TIPOS DE IMUNODEFICIENCIA PRIMARIA. ORIENTADOR: MAURO GOIÂNIA, GO 2020 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 4 IMUNODEFICIENCIA PRIMARIA 5 DOENÇAS AUTOIMUNES 6 EXAMES 9 REFERENCIAS 10 • INTRODUÇAO IMUNODEFICIENCIA PRIMARIA As imunodeficiências primárias são um grupo de doenças geneticamente heterogêneas que afetam diferentes componentes da imunidade inata e adaptativa, como neutrófilos, macrófagos, células dendríticas, proteínas do sistema complemento, células natural killer e linfócitos B e T. O estudo dessas doenças tem fornecido importantes entendimentos sobre o funcionamento do sistema imune. O sistema imunológico em seu processo de adaptação a mudanças ambientais desenvolve mecanismos adaptativos de resposta a parasitas extracelulares e intracelulares que são evidentes na maioria dos indivíduos, contudo, um pequeno percentual de indivíduos nasce com defeitos genéticos que levam à deficiência em algum dos aspectos da resposta imune; são então chamadas de imunodeficiências primárias ou inatas. Frequentemente, as imunodeficiências podem surgir ao longo da vida, através do contato com microrganismos (tais como o HIV, os tripanosomas), pelo desenvolvimento de alguns tipos de câncer (linfomas, leucemias) e por deficiências nutricionais, no caso de países subdesenvolvidos; as imunodeficiências são denominadas secundárias ou adquiridas. O fato é que, mesmo indivíduos com o sistema imune normal podem apresentar infecções persistentes causadas por alguns tipos de parasitas que evoluíram mecanismos que impedem uma resposta eficiente. O tipo de imunodeficiência primária mais comum na população humana é a relacionada com a imunidade humoral (LB), correspondendo a cerca de 60% dos casos. A forma mais grave de imunodeficiência – a imunodeficiência combinada de LT e LB – é a mais rara sendo encontrada em cerca de 17% dos casos de imunodeficiência primária. A incidência de casos de imunodeficiência de fagócitos é similar (12%) à de imunodeficiência combinada de LT e LB. O restante dos casos de imunodeficiências está relacionado à redução na função de LT (7%), à produção de moléculas do sistema complemento (1%) e outras causas conhecidas ou não (2%). A chegada das técnicas para detecção de anticorpos no início da década de 50 propiciou o diagnóstico dos primeiros casos de hipogamaglobulinemia (diminuição na produção de anticorpos) e agamaglobulinemia (ausência de produção de anticorpos). Estes estudos clínicos associados aos estudos experimentais da década de 60, com animais timectomizados e bursectomizados, propiciaram uma melhor compreensão dos mecanismos da resposta imune, que foram descritos neste livro. Atualmente, existem vários modelos em camundongos que reproduzem as imunodeficiências humanas e, além disso, com as técnicas de nocaute gênico podem-se estudar os efeitos causados pela deleção de um determinado gene. Definida por defeitos no desenvolvimento e na função do sistema imunológico, as imunodeficiências primárias (IDP) são um grupo de doenças que causam aumento na suscetibilidade a infecções, embora alguns desses quadros se apresentem, de forma predominante, com processos auto inflamatórios ou autoimunes ou, ainda, com o desenvolvimento de malignidades. Sendo assim, é importante conhecer os sinais de alerta para essas doenças, que embora não contemplem o inúmero conjunto de fenótipos que tais indivíduos possam apresentar, contribuem para o diagnóstico dos casos mais frequentes. São eles quatro ou mais episódios novos de otite no período de um ano, duas ou mais pneumonias no período de um ano, Estomatites de repetição ou monilíase por mais de dois meses, abscessos de repetição ou ectima, um episódio de infecção sistêmica grave (meningite, artrite séptica, septicemia), infecções intestinais de repetição ou diarreia crônica, asma grave, doença do colágeno ou doença autoimune, efeito adverso ao BCG ou infecção por mico bactéria, fenótipo clínico de síndromes associada as imunodeficiência e história familiar de imunodeficiências. DESENVOLVIMENTO As imunodeficiências primárias (IDP) representam um grupo amplo de doenças geneticamente heterogêneas que afetam componentes distintos do sistema imunológico inato e adaptativo. Estes defeitos resultam em um aumento da suscetibilidade a infecções recorrentes e persistentes, por diferentes agentes patológicos, sendo este aumento da suscetibilidade infecções a característica da quase totalidade das IDP. Pacientes com IDP apresentam uma variedade ampla de sintomas clínicos que vão desde uma maior susceptibilidade a infecções, doenças alérgicas, autoimunidade, doenças inflamatórias, como também uma maior susceptibilidade a neoplasias. Assim sendo, as IDP caracterizam-se por defeitos qualitativos e/ou quantitativos em um ou mais sistemas responsáveis pela proteção do organismo. As imunodeficiências primárias são um grupo de doenças geneticamente heterogêneas que afetam diferentes componentes da imunidade inata e adaptativa, como neutrófilos, macrófagos, células dendríticas, proteínas do sistema complemento, células natural killer e linfócitos B e T. O estudo dessas doenças tem fornecido importantes entendimentos sobre o funcionamento do sistema imune. Mais de 120 diferentes genes já foram identificados, cujas anormalidades são responsáveis aproximadamente 180 diferentes formas de imunodeficiências primárias. Pacientes com imunodeficiências primárias são frequentemente reconhecidos pela sua elevada suscetibilidade a infecções; porém, esses pacientes podem apresentar também várias outras manifestações, como doenças autoimunes, doenças inflamatórias e câncer. O propósito deste artigo é atualizar os principais aspectos das imunodeficiências primárias, especialmente em relação às manifestações clínicas relacionadas ao diagnóstico, enfatizando a necessidade do reconhecimento precoce dos sinais de alerta para essas doenças. • DOENÇAS AUTOIMUNES Lúpus eritematoso sistêmico Doença inflamatória causada quando o sistema imunológico ataca seus próprios tecidos. O lúpus (LES) pode afetar articulações, pele, rins, células sanguíneas, cérebro, coração e pulmões. Os sintomas variam, mas podem incluir fadiga, dores nas articulações, manchas na pele e febre. Podem se agravar (crise) por alguns períodos e, posteriormente, melhorar. Embora não haja cura para o lúpus, os tratamentos atuais procuram melhorar a qualidade de vida pelo controle dos sintomas e pela diminuição das crises. Isso começa com modificações no estilo de vida, incluindo dieta e proteção contra o sol. Outras medidas de controle da doença incluem medicamentos, como anti-inflamatórios e esteroides. Síndrome de Sjögren Distúrbio do sistema imunológico caracterizado por olhos secos e boca seca. Nesta doença, o sistema imunológico do corpo ataca suas próprias células saudáveis que produzem saliva e lágrimas. Geralmente, a síndrome de Sjögren ocorre junto com outras doenças, como a artrite reumatoide e o lúpus. Os principaissintomas são boca seca e olhos secos e os tratamentos incluem colírios, medicamentos e cirurgia ocular. Esclerose múltipla Doença em que o sistema imunológico destrói a cobertura protetora de nervos. Na esclerose múltipla, as lesões nos nervos causam distúrbios na comunicação entre o cérebro e o corpo. A esclerose múltipla causa muitos sintomas diferentes, entre eles perda da visão, dor, fadiga e comprometimento da coordenação motora. Os sintomas, sua gravidade e duração variam conforme a pessoa. Alguns indivíduos podem não apresentar sintomas por quase toda a vida, enquanto outros têm sintomas crônicos graves que nunca desaparecem. Fisioterapia e medicamentos que suprimem o sistema imunológico podem ajudar a combater os sintomas e retardar a progressão da doença. Diabetes tipo 1 O diabetes tipo 1 ocorre porque o organismo não consegue produzir insulina, um hormônio que é necessário para controlar a quantidade de glicose no sangue. Normalmente, a insulina é produzida pelo pâncreas para levar a glicose da corrente sanguínea para dentro das células, onde ela é quebrada para produzir energia. Nos portadores de diabetes, isto não ocorre. E essa disfunção é causada por uma imunodeficiência, gerando o ataque a substância insulina após a identificar como nociva para o organismo destruindo nesse processo as células do pâncreas a ponto de ser irreparável. Existe uma relação entre a doença autoimune com a genética, levando pessoas com familiares que possuem a doença, tenham mais chance de desenvolver a mesma. HIV O vírus HIV quando não tratado corretamente ou negligenciado pelo portador, progride a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, que tem um amplo espectro de sintomas e complicações clínicas. Essa doença é autoimune pois caracteriza-se por um conjunto de sinais e sintomas advindos da queda da taxa dos linfócitos CD4, podendo afetar outras células como macrófagos células muito importantes na defesa imunológica do organismo. E sem o funcionamento adequado dessas células, o paciente está constantemente exposto a doenças oportunistas como tuberculose e pneumonias recorrentes. • TESTE DE INTRADERMORREAÇÃO O teste de Intradermorreação de Montenegro (IDRM) é um teste de avaliação da hipersensibilidade tardia ao antígeno de Leishmania sp mediada por células T (SASSI et al, 1999). Portanto, uma IDRM positiva indica o estabelecimento de uma resposta imune celular contra a infecção por Leishmania spp., é amplamente empregado em inquéritos epidemiológicos para a identificação de indivíduos expostos e sem doença e indivíduos curados de Leishmaniose visceral. • A IDRM é considerada de alto valor como indicador de infecção por Leishmania spp., com sensibilidade de 86,4 a 100%. • RESULTADOS Os testes de Montenegro realizados com o Grupo I (acadêmicos) e com o grupo II (comunidade) mostraram que todos participantes na primeira aplicação (dia zero) do IDRM apresentaram resultado negativo. Avaliando os resultados no grupo I (acadêmicos) foi observado que dois acadêmicos (18%) positivaram na segunda aplicação (30 dias) do teste e a partir de então não houve conversão para a positividade. Ressaltando que o indivíduo não retornou para a leitura do teste assim, também não foi encontrado em sua residência. Por outro, no grupo II (comunidade) observou-se que a partir da segunda aplicação (45,5%) até o final dos seis meses todos os indivíduos convergiram para positividade (Tabela 1). Analisado o resultado da IDRM no grupo III (acadêmicos) e grupo IV (comunidade), observou-se que 9,0% dos acadêmicos apresentaram o teste positivo somente na segunda aplicação e, nas demais aplicações foram negativas. Entretanto, no grupo IV (comunidade) o resultado foi diferente, pois somente no dia zero todos os indivíduos apresentaram resultado negativo ao teste, enquanto 64,0% e 18,0% dos indivíduos, respectivamente, convergiram para a positividade ao teste com 90 e 180 dias (Tabela 2). Não foi observada produção de IFN-γ nos soros dos indivíduos envolvidos no estudo. Tabela 1. Resultado da Intradermorreação de Montenegro (IDRM) no Grupo I (acadêmicos) e Grupo II (comunidade). São Luis- MA, 2006. Grupo I - acadêmicos (n=11) Grupo II - comunidade (n=11) IDRM* positivo IDRM negativo IDRM positivo IDRM negativo Dias f % f % f % f % zero - - 11 100, 0 - 11 100,0 30 2 18,0 9 82,0 5 45,5 6 55,5 60 - - 9 100, 0 1 9,0 5 45,5 90 - - 9 100, 0 4 36,4 - - 120 - - 9 100, 0 2 18,0 2 18,0 150 - - 9 100, 0 2 18,0 - - *Intradermorreação de Montenegro ≥ 5mm Tabela 2. Resultado da Intradermorreação de Montenegro (IDRM) no Grupo III (acadêmicos) e Grupo IV (comunidade). São Luís-MA, 2006. Grupo III - acadêmicos (n=11) Grupo IV - comunidade (n=11) IDRM* positivo IDRM negativo IDRM positivo IDRM negativo Dias f % f % f % f % zero - 11 100, 0 - 11 100,0 90 1 9,0 10 91,0 7 64,0 4 36,0 180 - 10 100, 0 2 18,0 2 18,0 • CONCLUSAO No fim, as imunodeficiências primárias (IDPs) são constituídas por um grupo de doenças diversas, que são respostas às falhas dos mecanismos adaptativos do organismo a parasitas extracelulares e intracelulares. Apesar destes parasitas estarem presentes na generalidade dos indivíduos, alguns destes possuem irregularidades genéticas que permitem a falha do sistema imune, facilitando o desenvolvimento de enfermidades, dessa forma, essas doenças são chamadas de imunodeficiências primárias ou inatas. As IDPs podem se manifestar como infecções, sendo que as formas mais comuns são processos auto inflamatórios e autoimunes, podendo haver até o desenvolvimento de câncer. Levando-se isto em consideração, é importante notar certos sinais da deficiência, como vários episódios de otite por ano, duas ou mais pneumonias dentro do mesmo período, estomatites recorrentes, monilíase, abscessos de repetição, ectima, um episódio de infecção sistêmica grave (meningite, artrite séptica, septicemia), infecções intestinais de repetição ou diarreia crônica, asma grave, doença do colágeno ou doença autoimune, efeito adverso ao BCG ou infecção por microbactérias, fenótipo clínico de síndrome associada às imunodeficiências e histórico familiar de das mesmas. Além disso, algumas doenças autoimunes que podem ocorrer são: lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjögren, esclerose múltipla, diabetes tipo 1 e HIV. O teste de intradermorreação (IDRM) é um teste de avaliação da hipersensibilidade tardia ao antígeno de Leishmania sp, intermediada pelas células T. O resultado positivo da IDRM aponta a atuação do sistema imune contra a Leishmania sp. IDRM de alto valor é considerada como indicador de infecção pelo protozoário, com sensibilidade de 86,4 a 100%. Desse modo, em face das várias doenças que se podem ser contraídas por causa das IDPs, entende-se a importância do seu diagnóstico precoce, uma vez que ela pode ser bastante prejudicial à qualidade de vida do indivíduo, assim como pode levá-lo ao óbito, em especial as crianças, cujo sistema imune ainda está em desenvolvimento. REFERENCIAS file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/FINAL%20TCC%20LUCIANO%20WBIRAT AN%2023%2006.pdf file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/544-19477-2-PB%20(1).PDF file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/imunodeficiencias_primarias-tratamento.pdf file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/Rec_40_Imunodeficiencia.pdf file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/pt_0103-0582-rpp-32-01-00032.pdf file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/3503-12598-1-PB.pdf file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/544-19477-2-PB.PDF file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/527.pdf file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/v35n10a10.pdf file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/imunodeficincias-primrias%20(1).pdf file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/v28n4a04%20(1).pdffile:///C:/Users/Usuarios/Downloads/imunodeficiencias_primarias-tratamento.pdf file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/Rec_40_Imunodeficiencia.pdf file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/pt_0103-0582-rpp-32-01-00032.pdf file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/3503-12598-1-PB.pdf file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/544-19477-2-PB.PDF file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/527.pdf file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/v35n10a10.pdf file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/teste%20de%20intradermorrea%C3%A7% C3%A3o.pdf file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/liliane_antonio_ipec_mest_2012.pdf BALESTIERI FILOMENA M. P. - IMUNOLOGIA BÁSICA E APLICADA, pag. 228 a 254, Universidade Estadual do Ceará (UECE) file:///C:/Users/Usuarios/Downloads/liliane_antonio_ipec_mest_2012.pdf
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