Buscar

Direito das Obrigações: Definição e Tipos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

06/02/2017 – Direito civil I
Parte especial: Direito das obrigações 
Definição de obrigação: Vinculo jurídico entre credor e devedor.
Exemplo: C e D celebram um contrato de locação, cria-se uma relação de direito e obrigações.
O que faz uma obrigação nascer? 
• Contratos:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I – agente capaz;
II-objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III forma prescrita ou não defesa em lei.
• Lei
• Atos ilícitos (reparação de danos)
Obrigação de dar coisa certa ou incerta
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados,
salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
Imputação: Coisa incerta tornou-se certa.
Obrigação de fazer ( ação) 
• Não personalíssima: O contrato não especifica quem deve fazer algo.
• Personalíssima: O contrato especifica quem deve fazer.
Obrigação de não fazer ( Proibido)
Contratos proibitivos.
13-02-2017
Direito real: relação entre pessoas e coisas, sequelar (tomar o que é meu, erga omnes).
Direito obrigacional: Não há erga omnes, não é sequelar, pois regula as partes. 
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes;
se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e
danos.
20/02/2017 Obrigação de dar coisa incerta
A obrigação de dar coisa incerta é aquela obrigação em que a prestação não se encontra 
determinada. Ela é até determinável. O Código Civil fala que, nas obrigações de dar coisa incerta, o 
devedor tem que dar algo com relação ao gênero e quantidade.
Seção II
Das Obrigações de Dar Coisa Incerta
 Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Exemplo: devo ao Lucas “100 sacas de arroz”. Então, com relação a esse fato, que é objeto de 
um contrato verbal, não se encontra determinado qual é o tipo de arroz que deverei pagar ao Lucas. 
Apenas digo que devo 100 sacas. Então vejam bem que, no exemplo desta esta obrigação, que é 
incerta, está determinada a quantidade, que é 100 sacas, e está determinado que é se trata de arroz. 
Álvaro Vilaça de Azevedo diz que o legislador deveria ter determinado pela espécie e quantidade, pois
a espécie é mais restrita. Exemplo: eu devo cem cabritos. Então, qual é a espécie? Dentro do rebanho 
caprino ficaria mais especificado, segundo o autor. Mas quando digo “eu devo cem ovelhas”, esta 
situação é extremamente transitória, porque chegará um determinado momento em que eu, o devedor, 
que é de quem geralmente fica a cargo escolher o cumprimento da obrigação, fará o que Pontes de 
Miranda chama de concretização. O que é a concretização? É o que o veremos na próxima aula: as 
obrigações alternativas. Nelas, haverá a concentração. Nas obrigações genéricas, o termo técnico não 
é bem concentração, mas concretização. No momento em que Lucas diz que eu devo a ele cem sacas 
de arroz, na hora do cumprimento a prestação deverá ser especificada, como arroz tipo exportação, ou 
vinho da Colônia de Garibaldi, do Rio Grande do Sul. Assim, estamos determinando, através da 
concretização, uma obrigação que é certa. Quando eu pago, fazendo a solução, tenho que dizer de qual
espécie são, afinal, essas garrafas de vinho. Vinho francês, vinho nacional, o quê? É o que diz o art. 
244 do Código Civil:
Concentração / Imputação
 Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o 
contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar 
a melhor.
 A escolha sempre pertence ao devedor. O que é o título da obrigação? O contrato, o pacto. A parte final 
diz que não poderá o devedor dar a pior coisa nem será obrigado a dar a melhor. Por isso dar coisa média. 
Veja o esquema acima. Significa que não podemos dizer o seguinte: devo ao Lucas 100 cavalos que estão 
na minha fazenda lá no Riacho Fundo. Pagarei, farei a concretização da obrigação, que é a mais 
transitória delas. No momento da concretização, não posso dar para ele os 100 piores, os pangarés 
doentes; não posso dar a pior coisa que tenho, mas tampouco tenho a obrigação de dar a melhor. Daí a 
obrigação de dar coisa média. Essa assertiva encontra também ressonância no art. 313 do Código Civil:
 Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais 
valiosa.
Quer dizer, o credor, no pagamento, não é obrigado a receber coisa diferente, mesmo se mais valiosa. 
Mas, ipso facto, também não se pode dar a pior. Por quê? Porque é indeterminada, então deve-se dar algo
~
 de qualidade média, como os cavalos saudáveis, mas não necessariamente os campeões.
Art. 245:
 Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
Isso tudo é inerente ao tipo obrigacional. Basta aplicar o que aprendemos para as obrigações de dar coisa 
certa. Como as situações em que há culpa do devedor, quando não há culpa do devedor, realização de 
benfeitorias, deterioração, etc.
A última característica da obrigação de dar coisa incerta é o que colocamos em latim no esquema: 
“o gênero jamais perece”. Genus nunquam perit. Usaremos depois o exemplo de Silvio Rodrigues. 
O que quer dizer?
Art. 246:
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por 
força maior ou caso fortuito.
Fiquei de dar para Lucas 100 cavalos de minha fazenda. Pergunto: posso chegar e dizer “os 100
cavalos tiveram gripe suína. Estou livre da obrigação.”? Não. O Código Civil diz que, antes da escolha, 
não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa ainda que por força maior ou caso fortuito. 
Vis major. Os dois eventos têm certo grau de similitude. Isso não isentará o devedor do cumprimento da 
obrigação, a não ser no caso do exemplo de Rodrigues: comprometo-me a dar uma pedra de 10 quilates 
de diamante, pedras essas que só se encontrariam em determinado local do planeta, mas eu fui roubado!. 
Significa que, num caso fortuito, se alguém roubasse essas jóias, o devedor estaria isento dessa obrigação.
Mas, teoricamente, como o gênero jamais perece, quando digo que devo uma determinada quantidade de 
arroz, de cavalo ou vinho, e esses produtos vêm a se deteriorar, terei que buscar de outro lugar uma coisa 
daquele mesmo gênero para pagar, pois ainda não concretizei a obrigação. Obrigação indeterminada 
beneficia o credor antes da concretização. Ainda que os cavalos tenham que ser buscados em outra 
fazenda. É isso que faz com que a obrigação de dar coisa incerta seja mais onerosa ao devedor. Por fim, 
cabe notar que uma geada não prejudica o direito do credor, justamente porque o gênero jamais perece.
 
Obrigação de fazer
Pontes de Miranda diz que toda obrigação de fazer importa uma obrigação de dar. Interessante colocação. 
Por exemplo: peço para que alguém me pinte um quadro. Essa obrigação pode ser personalíssima, 
chamada intuitu personae, ou não. Vejamos. Se quero, por exemplo, que a equipe do Prof. Ivo Pintanguy 
venha fazer uma cirurgia plástica, essa obrigação será intuitu personae. Essa obrigação só pode ser 
exeqüível por aquela pessoa ou equipe. Outro exemplo: contrato Roberto Carlos para me fazer o show 
que fez recentemente em Barretos. Também é uma obrigação intuitu personae, pois ele é insubstituível. 
Então, o que diz o Código? Art. 247:
 
 Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só
imposta, ou só por ele exequível.
Então RC se compromete a fazer um show, mas, por uma cláusula potestativa, ele se recusa a se 
apresentar. Ou, então naquele dia em que contratei para o casamento do meu filho uma cantoralírica de
Brasília chamada Alberta, mas ela não compareceu. Ela se recusa a comparecer. O que acontecerá? Ela 
terá que pagar perdas e danos, pois ela não poderá ser substituída por outra pessoa, mesmo que tivesse 
as características vocais que ela tem. Mors omina solvit: a morte acaba com tudo. Michael Jackson 
ficou de se apresentar em Londres, mas sua morte terminou com a obrigação. O espólio teria que 
retornar o dinheiro, ou seria caso de enriquecimento ilícito. A obrigação, que era exeqüível somente por
ele, não poderia mais ser cumprida; não se poderia chamar seu irmão para cantar no lugar dele. Daí 
vamos para outro dispositivo do Código Civil.
 Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a 
obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
Também fixamos por um exemplo: contratei uma dupla sertaneja para se apresentar aqui. Mas, na estrada,
um caminhão os mata. Não houve culpa deles, então a obrigação está resolvida. Mas, se tiver havido 
culpa, eles responderão por perdas e danos. Como na hipótese em que eles tenham ingerido bebida 
alcoólica e vierem a se acidentar. Neste caso, eles terão responsabilidade civil, e não foram diligentes, 
probos, com uma conduta íntegra em sua relação contratual. Bibi Ferreira, a cantora, atriz e diretora 
carioca, por beber, teve que pagar perdas e danos por não ter comparecido no show marcado, por culpa 
deliberada. Mas, se for um caso como o do professor Voltaire, que não podia caminhar, não há culpa, e a 
obrigação fica resolvida. Observação: não confunda com as conseqüências. Estamos falando somente do 
cumprimento da obrigação. Morte de Michael Jackson o desobrigou de apresentar, mas seu espólio ainda 
poderá responder por perdas e danos pelos ingressos já vendidos para os shows de Londres. Não se pode 
arbitrar, na maioria dos casos, o valor do dano.
Mas também pode ser caso de obrigação de fazer substituível, como contratar alguém para construir um 
muro. Neste caso, se o contratante precisar muito do serviço, já que dará uma festa e precisará de sua casa
devidamente separada da vizinha, e o pedreiro não comparecer em tempo, é lícito pedir para que alguém 
faça em seu lugar, à custa do devedor. É o que diz o art. 249:
 Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à 
custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
 [...]
O mesmo para a hipótese na qual o Professor Voltaire não tenha ficado doente coisa nenhuma, mas 
deliberadamente deixou de vir dar aula. Significa que houve recusa do professor em ministrar aula. É a 
mesma situação em que determinado artista deveria se apresentar conforme combinado, mas não 
comparece. Nesses casos, o que diz o Código? Que o credor poderá pedir para que um terceiro o faça. 
Isso porque o devedor deu azo, ensejo a essa situação por culpa.
13/03/2017 Obrigação Alternativa 
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se 
estipulou.
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em 
outra.
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser 
exercida em cada período.
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá 
o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá 
ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
A obrigação simples só possui um objeto, mas a obrigação alternativa tem por objeto duas 
ou mais prestações, mas apenas uma será cumprida como pagamento. É muito comum na prática, 
até para facilitar e estimular os negócios (ex: vendo esta casa por vinte mil ou troco por terreno na 
praia; outro ex: um artista bate no seu carro e se compromete a fazer um show na sua casa ou a 
pagar o conserto; mais um ex: o comerciante que se obriga com outro a não lhe fazer concorrência,
ou então a lhe pagar certa quantia
 
 Características da obrigação alternativa:
• Nasce com objeto composto, ou seja, duas ou mais possibilidades de prestação;
• O adimplemento de qualquer das prestações resulta no cumprimento da obrigação, o
que aumenta a chance de satisfação do credor, sem ter que se partir para as perdas e
danos, caso qualquer das prestações venha a perecer. Como o credor aceitou mais de
uma prestação como pagamento, qualquer delas vai satisfazer o credor (253 e 256); a
exoneração do devedor se dá mediante a realização de uma única prestação.
• O devedor pode optar por qualquer das prestações, cabendo o direito de escolha, de
regra, ao próprio devedor (252); mas o contrato pode prever que a escolha será feita
pelo credor, por um terceiro, ou por sorteio (817); essa escolha chama-se de
concentração, semelhante à da obrigação de dar coisa incerta; ressalto todavia que não
se confunde a obrigação alternativa com a de dar coisa incerta; nesta o objeto é único,
embora indeterminado até a concentração; já na obrigação alternativa há, pelo menos,
dois objetos;
• Se o devedor, ignorando que a obrigação era alternativa, fizer o pagamento, pode
repeti-lo para exercer a opção. É um caso raro de retratação da concentração, e cabe ao
devedor a prova de que não sabia da possibilidade de escolha (877). 
• Nas obrigações periódicas admite-se o jus variandi, ou seja, pode-se mudar a opção a 
cada período (§ 2o do art. 252). A doutrina critica essa mudança de prestação porque 
gera instabilidade para o credor.
 
Exemplo 
Antônio se obriga a entregar a benedito até o dia 20/04/2017, um carro ou uma moto 
Objeto perdido
Se uma das coisas se perdeu e ainda há interesse da parte entrega-se a segunda.
Com culpa perdas e danos.
Sem culpa resolver-se-á obrigação.
OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição 
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou 
por vontade das partes.
Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-
se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Exemplo: dois devedores devem juntos, por contrato, dez mil reais ao credor. O credor 
pode cobrar cinco mil reais de cada um dos devedores.
Entretanto, ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor 
ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
Obrigação indivisível
Alternativo
A concentração é por meio do devedor, credor ou
Terceiro, por eles escolhido e se não o fazer
O juiz fará.
A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não 
suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão 
determinante de negócio jurídico.
Exemplo: um quadro, um carro, ou um animal, são objetos indivisíveis por que seu 
fracionamento altera a substância da coisa. 
Se havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado 
pela dívida toda.
O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros 
coobrigados.
Pluralidade
Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o 
devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
· A todos conjuntamente;
· A um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Credores
Se um dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito 
de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas
estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. O mesmo critério se observará 
no caso de transação, novação, compensação ou confusão.
Perda daindivisibilidade
Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
Se houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e 
danos.
Base: Código Civil - artigos 257 a 263.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por 
inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em 
que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se 
a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
 
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar 
o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser 
anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando 
a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e 
este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de 
todos os interessados.
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço
que lhes corresponda ao valor real.
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor 
insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros 
adquirentes que hajam procedido de má-fé.
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida
ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o 
concurso de credores, aquilo que recebeu.
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas
que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.
*******************************************************************************
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um
devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e 
condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
Solidariedade Ativa
Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da 
prestação por inteiro. 
Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer 
daqueles poderá este pagar.
 
O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que 
foi pago.
Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a 
exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a 
obrigação for indivisível.
Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a 
solidariedade.
O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela 
parte que lhes caiba.
A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos 
outros.
O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento 
favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.
Renúncia
O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os 
devedores.
Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
Solidariedade Passiva
O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou 
totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores 
continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou 
alguns dos devedores.
Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a 
pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for 
indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos 
demais devedores.
O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não 
aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores 
solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para 
todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as 
comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-
devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, 
presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da 
solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por 
toda ela para com aquele que pagar.
Juros de Mora
Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta 
somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Base: artigos 264 a 285 do Código Civil.
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais 
de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-
devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
 Seção II
Da Solidariedade Ativa
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da 
prestação por inteiro.
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a 
qualquer daqueles poderá este pagar.
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do 
que foi pago.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá 
direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, 
salvo se a obrigação for indivisível.
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a 
solidariedade.
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros 
pela parte que lhes caiba.
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais 
oponíveis aos outros.
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o 
julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que 
o obteve. (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o 
julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha 
direito de invocar em relação a qualquer deles. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de 
2015) (Vigência)
 Seção III
Da SolidariedadePassiva
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou
totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores 
continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor 
contra um ou alguns dos devedores.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será 
obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a 
obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário 
em relação aos demais devedores.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não 
aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos 
devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento 
destes.
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste 
para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido 
proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as 
comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os 
devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos
demais.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-
devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, 
presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da 
solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este 
por toda ela para com aquele que pagar.
TRANSMISSÃO DA OBRIGAÇÕES
NOÇÕES GERAIS:
 A relação obrigacional admite alterações na composição de seus elementos essenciais:
i) conteúdo ou objeto;
ii) e sujeitos ativo e/ou passivo.
 A relação obrigacional é passível de alteração na composição de seu elemento pessoal, 
sem que esse fato atinja sua individualidade, de tal sorte que o vínculo subsistirá na sua 
identidade, apesar das modificações operadas pela sucessão singular ativa ou passiva.
 O ato de transmissão da obrigação consiste na substituição do credor, ou do devedor, na 
relação obrigacional, sem a extinção do vínculo, que continua a existir como se não houvesse 
sofrido qualquer tipo de alteração.
 O ato determinante dessa transmissibilidade das obrigações denomina-se cessão, que 
vem a ser a transferência negocial, a título gratuito ou oneroso, de um direito ou de um dever, 
de uma ação ou de um complexo de direitos, deveres e bens.
 Chama-se:
i) cessionário - o adquirente, que exerce a posição jurídica idêntica à do 
antecessor.
ii) cedente – aquele que transmite a posição na obrigação.
iii) cedido – é o devedor da obrigação transmitida a outrem.
ESPÉCIES:
 A transmissibilidade das várias posições obrigacionais pode decorrer, presentes os 
requisitos para a sua eficácia.
 São requisitos para a transmissibilidade da obrigação:
 i) cessão de crédito – pela qual o credor transfere a outrem seus direitos na relação 
obrigacional;
 ii) cessão de débito – que constitui negócio jurídico pelo qual o devedor transfere a 
outrem a sua posição na relação jurídica, sem novar, ou seja, sem acarretar a criação de 
obrigação nova e a extinção da anterior;
 iii) cessão de contrato – em que se procede à transmissão, ao cessionário, da inteira 
posição contratual do cedente.
CONCEITO DE CESSÃO DE CRÉDITO:
 Cessão de crédito é negócio jurídico bilateral, pelo qual o credor transfere a outrem seus 
direitos na relação obrigacional.
 A cessão de crédito pode configurar tanto alienação onerosa como gratuita, 
preponderando, no entanto, a primeira espécie. O terceiro, a quem o credor transfere sua 
posição na relação obrigacional, independentemente da anuência do devedor, é estranho ao 
negócio original.
 O credor que transfere seus direitos denomina-se cedente. O terceiro a quem os direitos 
são transmitidos, investindo-se na sua titularidade, e é denominado cessionário. O devedor ou
cedido, não participa necessariamente da cessão, que pode ser realizada sem a sua anuência.
 No entanto, o cedido deve ser comunicado da transmissão da obrigação, para que possa 
solver a prestação ao legítimo detentor do crédito. É para este fim a que presta-se a 
comunicação da cessão, sendo no entanto, a anuência ou intervenção do cedido dispensável 
para a concretização da cessão.
 O contrato de cessão é simplesmente consensual, pois, torna-se perfeito e acabado com o
acordo de vontades entre cedente e cessionário, não exigindo a tradição do documento para se
aperfeiçoar. Todavia, em alguns casos a natureza do título exige a entrega, como sucede com 
os títulos de crédito, assimilando-se então aos contratos reais
EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
 
Do Adimplemento e Extinção das Obrigações
Todas as relações jurídicas de natureza obrigacional, em sua trajetória pelo mundo jurídico, 
nascem de diversas fontes, desenvolvem-se por meios de várias e se extinguem.
Assim sendo, a obrigação se extingue quando há o cumprimento da prestação com a 
finalidade de liberar o devedor.
A obrigação pode extinguir-se de diversos modos:
a) pelo pagamento direto ou execução voluntária da obrigação;
b) pelo pagamento indireto;
c) pela extinção sem pagamento;
d) pela execução forçada, em virtude de sentença.
 O pagamento é considerado o meio normal da extinção da obrigação. O pagamento ocorre, 
por exemplo, quando se entrega a coisa prometida ou quando há o término de uma obra, ou 
ainda, quando há a entrega de uma importância em dinheiro.
CONCEITO DE PAGAMENTO:
É o adimplemento da obrigação de qualquer natureza, mediante a entrega ao sujeito ativo da 
prestação de dar, fazer ou não fazer, que lhe é devida. 
O pagamento significa a extinção da obrigação e a liberação do devedor. Assim, o pagamento 
pode ser a entrega ou restituição de certo bem imóvel ou móvel; a realização de certa tarefa; 
ou ainda, a abstenção de um fato.
Dessa forma, um comerciante que, alienando um estabelecimento, se compromete a não abrir 
outro congênere na mesma cidade, estará cumprindo voluntariamente sua obrigação 
(pagamento) enquanto não negociar com o ramo de negócios em questão.
O termo “pagamento” é usado como sinônimo de cumprimento, de adimplemento, de 
execução ou de solução da obrigação.
 
ELEMENTOS DO PAGAMENTO:
O pagamento possui três elementos, e todos devem estar presentes para que produza seu 
principal efeito, que é o de extinguir a obrigação. São eles:
“Accipiens” – é aquele que vai receber o pagamento (que pode não ser o credor)
“Solvens” – é aquele que vai pagar (também pode não ser o devedor).
Vínculo obrigacional – que é o que legitima o pagamento, isto é, a obrigação.
No momento em que ocorre o pagamento, a relação “acipiens / solvens”, inverte-se. Posto 
que, a pessoa que recebe torna-se devedora da quitação.
O devedor é o solvens por excelência.
Condições Subjetivas do Pagamento
As condições subjetivas do pagamento dizem respeito a quem deve pagar e a quem se deve 
pagar.
Num primeiro plano, o sujeito passivo da obrigação é o devedor; é a pessoa que contraiu a 
obrigaçãode pagar e que deve pagar.
Entretanto, o CC prevê a possibilidade de outra pessoa, diferente do devedor, solver o débito –
o terceiro – estando ou não juridicamente interessado no cumprimento da obrigação. (Art. 
304)
1.Quem deve pagar
Terceiro interessado:
“Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos 
meios conducentes à exoneração do devedor” (CC, Art. 304).
O terceiro é interessado quando o descumprimento da obrigação pode afetar o seu patrimônio,
efetiva ou potencialmente, ou seja, é aquele que está juridicamente vinculado. 
O terceiro interessado é o fiador, o avalista, o solidariamente obrigado, o herdeiro, etc...
O pagamento da dívida compete ao devedor que é o maior interessado. Porem, o terceiro 
interessado é equiparado ao devedor, pois tem legítimo interesse na solução da obrigação.
Portanto, o terceiro interessado tem o direito de efetuar o pagamento, independentemente da 
vontade do devedor ou do credor. Caso o credor não queira receber o pagamento, a lei 
assegura ao terceiro interessado valer-se de ações judiciais próprias, como a consignação em 
pagamento.
O terceiro, em razão de ter interesse patrimonial na extinção da obrigação e direito de pagar, 
cumpre a obrigação em nome próprio e não do sujeito passivo. Assim, o terceiro, sub-roga-se, 
pleno jure, nos direitos do credor (CC, Art. 346, III), ou seja, são transferidos todos os 
direitos, ações, garantias e privilégios do credor primitivo.
Terceiro não interessado:
“Art. 304 (...)
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta 
do devedor, salvo oposição deste”.
O terceiro não interessado é completamente alheio à relação obrigacional existente entre o 
devedor e o credor. O interesse dele (terceiro), portanto, não é jurídico, mas outra espécie de 
interesse, como o moral, o decorrente de amizade.
O terceiro não interessado paga a dívida em nome e por conta do devedor, que, neste caso, 
não tem, em princípio, o direito de cobrar o valor que desembolsou para solver a dívida, pois 
não o fez por interesse patrimonial. A sua motivação foi filantrópica e pode, inclusive, lançar 
mão dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Porém, pode ocorrer do terceiro não interessado ser impedido pelo devedor de efetuar o 
pagamento. E para que este pagamento seja válido há necessidade de que o devedor tenha 
ciência da intenção do terceiro e que a ela não se oponha.
Opondo-se o devedor à intenção do terceiro não interessado, o credor deve ser comunicado 
para que não receba tal pagamento, pois estará praticando ato contrário à lei e poderá ser 
responsabilizado civilmente pelos danos, inclusive morais, que o devedor sofrer com o ato. 
Neste caso, a oposição do devedor não vale como proibição, mas retira do terceiro a 
legitimidade para consignar.
Por outro lado, o credor pode aceitar validamente o pagamento porque é da sua conveniência 
e não há motivo para que a oposição do devedor iniba a satisfação do seu crédito. Neste caso, 
ao terceiro aplica-se a regra do Art. 306. 
O terceiro não interessado paga a dívida em nome próprio, tem o direito de reaver o que 
pagou, embora não se sub-rogue nos direitos do credor. 
O terceiro não interessado quando efetua o pagamento da dívida que não é sua, em nome 
próprio, demonstra o propósito de ajudar o devedor e de obter o reembolso do valor 
desembolsado. 
O terceiro não interessado que efetua o pagamento em nome próprio, necessita da anuência do
devedor, pois não tem assegurado na lei os mesmos direitos dos terceiro interessado e do 
terceiro não interessado que paga em nome e por conta do devedor.
Por fim, não cabe o pagamento da obrigação por terceiro quando ela tiver por objeto uma 
prestação personalíssima. Pois o sujeito passivo é insubstituível e a obrigação só pode ser 
cumprida por ele.
 2. A quem se deve pagar
É importante saber a quem o solvens deve efetuar o pagamento, pois, quem paga mal, paga 
duas vezes. O pagamento deve ser feito, por regra, diretamente ao credor ou ao seu 
representante legal.
“Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o representa, sob pena 
de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito”.
Entretanto, credor não é somente aquele em cujo favor se constitui originariamente o crédito. 
Credor também é o herdeiro, na proporção de sua quota hereditária, o legatário, o cessionário 
e o sub-rogado nos direitos creditórios.
Assim sendo, esta legitimado a receber o pagamento, não só o credor originário como também
aquele que o substituir na titularidade do direito de crédito. O importante é que a prestação 
seja efetuada a quem for credor na data do cumprimento.
Sendo a dívida solidária ou indivisível, qualquer dos co-credores está apto a recebê-la. Se a 
obrigação for ao portador, quem apresentar o título é o credor.
O pagamento pode ser efetuado ao representante do credor que pode ser de três espécies:
Legal – é aquele que decorre da lei. São: os pais (representantes legais dos filhos menores), os
tutores (representantes dos tutelados) e os curadores (representantes do curatelados).
Judicial – é o representante nomeado pelo juiz. Podem ser: o inventariante, o síndico da 
falência, o administrador da empresa penhorada.
Convencional – é aquele que recebe mandato outorgado pelo credor, com poderes especiais 
para receber e dar quitação.
Importante: No caso de representação legal ou judicial, a prestação só pode ser efetuada, em 
princípio, ao representante. Na representação convencional, a prestação efetuada tanto ao 
representante quanto ao próprio credor, será considerada válida e liberatória.
Pagamento efetuado a terceiro que não o credor
Como regra geral, só terá legitimidade para receber o credor ou quem por ele o represente. 
Esta representação pode ser judicial, p.ex. síndico de massa falida; ou pode ser uma 
autorização singela para receber, fornecida e concedida pelo credor e que equivale à situação 
do representante mencionado na lei.
O pagamento a quem não ostenta essas qualidades na data em que foi efetuado não tem efeito 
liberatório, não exonera o devedor. Por isso é importante observar a quem se deve pagar na 
hora de efetuar o pagamento, pois “quem paga mal, paga duas vezes.”
Entretanto, quem paga mal nem sempre paga duas vezes, isto porque de acordo com a 
segunda parte do artigo 308 do CC, considera válido o pagamento que foi efetuado a terceiro 
se for ratificado pelo credor, ou seja, se este confirmar o recebimento por via do referido 
terceiro ou fornecedor do recibo, ou ainda, se o pagamento reverter em seu favor.
A ratificação do credor retroage ao dia do pagamento e produz todos os efeitos do mandato. O
solvens tem o ônus de provar que o pagamento reverteu em proveito do credor, mesmo tendo 
sido efetuado a terceiro não qualificado.
Isto porque a lei condiciona a validade do pagamento realizado ao terceiro não qualificado, à 
verificação de que foi revertido em benefício do credor.
Exemplo: Se a prestação do marido devida à mulher desquitada foi paga ao filho menor e se 
este, com referidos recursos, liquidou a anuidade de seu colégio esta beneficiou-se com o 
pagamento. (Silvio Rodrigues)
Pagamento efetuado ao credor putativo
Art. 309. “O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que 
não era credor”.
Credor putativo é aquele que, aos olhos de todos passa pelo verdadeiro credor. Um exemplo 
de credor putativo é o caso do herdeiro aparente. Se, o único herdeiro conhecido de uma 
pessoa abonada, e que veio a falecer, é o seu sobrinho, o pagamento a ele efetuado de boa-fé é
válido, mesmo que se apure, posteriormente, que o “de cujus”, em disposição de última 
vontade, nomeou outra pessoa como seu herdeiro testamentário.
Assim, a boa-fé valida os atos, que em princípio, seriam nulos. E o verdadeiro credor, que não
recebeu o pagamento, pode voltar-se contra o credor putativo, que recebeu indevidamente, 
embora deboa-fé, pois o devedor/solvens nada mais deve.
Pagamento feito ao credor incapaz
Se o pagamento foi feito ao absolutamente incapaz, o ato de quitar é nulo de pleno direito. 
Sendo feito ao relativamente incapaz pode ser confirmado pelo representante legal. A quitação
implica em capacidade e sem ela o pagamento não vale.
A incapacidade inibe o agente para os atos da vida civil. No entanto, a lei usa o termo 
cientemente (Art. 310), em situações em devedor tem pleno conhecimento da incapacidade do
credor, devendo, pois, realizar o pagamento ao seu representante legal. Valerá o pagamento, 
todavia, se o que paga não tinha conhecimento dessa incapacidade. 
O artigo 310 refere-se ao incapaz, mas não especifica, então, devemos reputar que se trata do 
relativamente incapaz, pois os atos praticados pelo absolutamente incapaz já são nulos. Como 
o legislador não especificou já há jurisprudência que considera válido o pagamento efetuado 
ao absolutamente incapaz, desde que revertido em beneficio do mesmo, podendo este no 
presente caso, ser responsabilizado.
Pagamento efetuado ao credor cujo crédito foi penhorado
O Art. 312 dispõe “que: “Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita 
sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra 
estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso 
contra o credor”.
Este artigo diz que mesmo que o pagamento seja feito ao verdadeiro credor, não terá validade 
e nem liberará o devedor.
Isto porque se a penhora recai sobre um crédito, o devedor é notificado a não efetuar o 
pagamento para o credor, mas deverá depositar em juízo o valor devido.
Se o devedor efetuar o pagamento ao credor, este não vale contra o exeqüente ou o 
embargante, que poderão obrigá-lo a pagar novamente (ficando assegurado o direito de 
regresso contra o credor).
Neste caso, para que o devedor se exonere da dívida deve depositar em juízo a quantia devida,
pois isso evitar burla as garantias dos credores.
Havendo impugnação feitas por terceiros, para efeitos legais, a lei equipara à ciência da 
penhora. O modo previsto em lei para manifestação da oposição é o protesto ou notificação, 
(na forma dos Artigos 867 e ss do CPC) que notifica o devedor para sobrestar o pagamento 
direto ao credor, devendo efetuar em juízo o depósito da importância devida.
Em qualquer das hipóteses, penhora ou impugnação, se o devedor efetuar o pagamento poderá
ser constrangido a pagar novamente.
I. Conceito de Juros
Caio Mário da Silva Pereira define o conceito de juros como:
“Chamam-se juros as coisas fungíveis que o devedor paga ao credor, pela utilização de coisas 
da mesma espécie a este devidas. Pode, portanto, consistir em qualquer cosia fungível, 
embora frequentemente a palavra juro venha mais ligada ao débito de dinheiro, como 
acessório de uma obrigação principal pecuniária.”[1]
Para Pontes de Miranda, dois elementos conceptuais dos juros são o valor da prestação, feita 
ou a ser recebida, e o tempo em que permanece a divida. Daí o calculo percentual ou outro 
calculo adequado sobre o valor da divida, para certo trato de tempo.[2]
Observa-se que o juro é acessório, ou seja, depende de uma obrigação principal para que 
possa existir. É considerado o fruto civil do crédito; no plano econômico, renda do capital. O 
instituto dos juros é datado desde tempos antigos, tendo origens históricas comprovadas há 
mais de cinco mil anos a. C.
A Escola de Salamanca elaborou várias razões que justificariam a cobrança de juros: A pessoa
que recebeu um empréstimo beneficia-se com a tomada de capital, assim podendo considerar 
o juro como um prêmio pago ao credor pelo risco assumido em emprestar.[3]
É possível acontecer que a obrigação de juros destaque-se da obrigação principal e tenha vida 
autônoma, mais seu nascimento é sempre acessório e assim será sua natureza. Tanto que se 
presumem pagos, quando na quitação de capital a eles não se faz ressalva (art. 323).[4]
Ordinariamente, os juros são fixados em porcentagem, pelo costume comum. Podem, porém, 
ser fixados em outra proporção.
II. Características dos Juros
A ideia dos juros pressupõe uma obrigação de capital, de que o juro representa o respectivo 
rendimento, distinguindo-se com toda nitidez das cotas de amortização. Para Caio Mário, 
citando lição de Serpa Lopes, na ideia do juro integram-se dois elementos: um que implica a 
remuneração pelo uso da coisa ou quantia pelo devedor, e outro que é a de cobertura de risco 
que sofre o credor.[5] O juro, portanto, é o preço devido pelo uso da capital, o fruto por ele 
produzido.
III. Natureza Jurídica dos Juros
A natureza jurídica dos juros é de bem acessório ao principal, logo, os juros são frutos, 
valendo-se do ato humano do usus (donde usura, fruto), assim podendo falar de juros-frutos, 
reditus pecuniae.[6]
IV. Classificação dos Juros (origem, fundamentos e capitalização)
Os juros podem ser convencionais ou legais, conforme a obrigação de paga-los se origine da 
convenção ou da lei. No primeiro caso, juntamente com a obrigação principal ou 
subsequentemente, as partes constituem a obrigação relativa aos juros, acompanhando a outra 
até a sua extinção. No segundo, é a lei que impõe a obrigação acessória quanto a eles, como, 
por exemplo, o ressarcimento das perdas e danos nas obrigações em dinheiro.
Podem ainda ser moratórios ou compensatórios. Os primeiros são devidos como pena imposta
ao devedor em atraso com o cumprimento da obrigação. Já os compensatórios são aqueles que
compensam o fato do credor estar privado da utilização de seu capital.
1. Juros Legais (conceito e espécies)
Os juros legais são aqueles em que a lei é que impõe a obrigação acessória. Dividem-se em 
juros moratórios ou compensatórios.
a) Juros Moratórios (conceito, finalidade e termo inicial)
Os juros moratórios, como o próprio nome diz, são aqueles devidos pela mora do devedor no 
adimplemento da obrigação. Possuem finalidade punitiva e compensatória pelo retardamento 
do cumprimento da prestação e são devidos independentemente da prova de prejuízo do 
credor. (art. 407 do Código Civil).
O termo inicial ou ponto de partida (dies a quo) no seu cômputo varia conforme a natureza ou 
liquidez da divida. Em caso de obrigação sem termo de vencimento que requer a notificação, 
interpelação, protesto ou citação do devedor, como também em casos de obrigação ilíquida, e 
que corre a liquidação da sentença judicial, e quando se tratar de ato ilícito praticado quando a
obrigação for contratual, contam-se os juros de mora desde a citação inicial, conforme o art. 
405 do Código Civil.[7]
b) Juros Compensatórios (conceito, espécies, exemplos)
Os juros compensatórios são aqueles que se pagam como compensação pelo fato de o credor 
estar privado da utilização de seu capital, ou seja, a remuneração paga em razão da disposição
da riqueza material em poder do devedor. Comumente, são convencionados, mas a lei prevê 
alguns casos em que são devidos juros compensatórios, independentemente de ajuste prévio: 
por exemplo, o mandatário deve-os o mandante sobre as somas que a este cabia entregar ou 
dele recebeu, desde o momento em que abusou[8]; o mandante deve-os ao mandatário pelas 
somas que a este adiantou para execução do mandato.[9]
A jurisprudência recente, a seu turno, tem assentado alguns casos de juros compensatórios, 
como os devidos pelo poder desapropriante que se imite na posse do bem expropriado, desde 
a data de imissão até a do efetivo pagamento.
O que caracteriza a distinção entre o juro compensatório e o moratório é que do juro 
compensatório é afastada a ideia de culpa, o que não ocorre com o moratório, que se baseia no
pressuposto do retardamento do devedor no cumprimento da obrigação principal.
c) Possibilidade de cumulação de juros moratórios e compensatórios
A prática de cumulação de juros moratórios e compensatórios é possível, no caso de ações 
expropriatórias. Neste sentido, cabe as súmulas 12[10] e 102[11]do Superior Tribunal de 
Justiça.
2. Juros Convencionais (conceito e espécies)
É a denominação dada aos juros que se estipulam livremente em contratos, para que sejam 
devidos pelo devedor, enquanto vigente a obrigação.
Em sentido mais amplo, significa também toda a espécie de juros instituídos ou estabelecidos 
em um contrato, não somente enquanto vigente a obrigação, como também pela possibilidade 
de não cumprimento dela, isto é, seu retardamento. Dessa forma, os jurosmoratórios, em 
regras legais, podem também vir a serem convencionados.
Usa-se das expressões compensatórias e moratórias para distingui-los: os primeiros, os que se 
originam naturalmente como frutos do capital, pela decorrência do contrato; os segundos, 
devidos pelo retardamento no cumprimento da obrigação principal.
3. Juros Capitalizados (conceito e anatocismo)
Juros Capitalizados, são aqueles constantes da nova regra do art. 591 do Código Civil de 
2002, que permite a capitalização anual dos juros. Assim, o valor dos juros vencidos no 
âmbito do mútuo oneroso – se somará ao capital emprestado, permitindo que os juros futuros 
incidam sobre o resultado desta soma, e dai sucessivamente, o que representa a admissão dos 
juros compostos, no caso de mútuo oneroso com periodicidade anual.
Anatocismo, por sua vez, seria a cobrança dos juros sobre juros, (usurarum usurae), bem 
como a cobrança de juros sobre juros futuros. Desde o direito romano tenta-se proibir que os 
juros constituíssem capital independente, sendo que o direito moderno também condena tal 
prática.
Não há anatocismo, nem proibida capitalização de juros, se o credor recebe os juros e 
empresta, de novo, a quantia recebida, parte ou mais que ela, pois com este recebimento, os 
juros deixaram de ser acessório.
V. Pesquisa - Art. 406 do Código Civil. Taxa de Juros e Anatocismo
O Acórdão do Resp 710.385/RJ de relatoria do Ministro Teori Zavascki, julgado em 
28/11/2006, traz em seu conteúdo a divergência jurisprudencial acerca da aplicabilidade da 
taxa SELIC nas hipóteses do art. 406 do Código Civil.
A questão, que não é pacifica na doutrina e jurisprudência recente, é acentuada com base em 
julgamentos do Superior Tribunal de Justiça, sobre a matéria envolvendo a SELIC. Nos 
embargos de divergência nº 193.453 (REsp nº 215.881-PR, 2ª Turma; ED. REsp nº 
193.453/SC, 1ª Seção), reconheceu-se a legitimade do emprego da SELIC como taxa de juros,
mais impediu-se o emprego de qualquer índice de correção monetária à SELIC quando ela for
utilizada como taxa de juros, eis que embutida, na sua composição, à atualização monetária.
No caso acima, que envolvem créditos tributários, não há de se cogitar da incidência do art. 
161, § 1º, do CTN, pela sua revogação por meio do art. 84, inciso I, da Lei 8.981/95, que 
prevê a incidência de juros moratórios equivalentes a taxa mensal de captação do Tesouro 
Nacional relativa à Divida Mobiliária Federal Interna que, nos termos do art. 13, da Lei n 
9.065/95, corresponde ao percentual da taxa SELIC.
A solução acima adotada pelo STJ se refere aos créditos tributários, e portanto, não 
demonstra, por ora, a tendência a ser seguida no campo da aplicação do art. 406 do Código 
Civil de 2002.
Neste sentido, vale a lição de Nelson Nery Júnior:
“Os juros legais, nos termos do art. 406 do CC/2002 - e já o era do revogado sistema dos art. 
1.062 e 1.063 do CC/1916 -, são aqueles impostos pela lei e se referem a demora no 
pagamento de quantia em dinheiro, isto é, do atraso no cumprimento da obrigação de dar. (...) 
Os juros legais são espécie do gênero juros de mora. Estes têm duas espécies: os juros 
convencionais e os legais. Os legais são subsidiários e somente incidem quando não houver 
convenção entre as partes a respeito dos juros de mora” (In Soluções Praticas de Direito. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. Vol. I, nº 5, p. 177 e 179).
“A taxa Selic não foi criada por lei, mas por norma interna do Banco Central do Brasil (v. 
Manual de Regras e Instruções – MNI – do Bacen, e a Circular Bacen 3.511/2010, atualmente
revogada), emitida sob fundamento de seu poder de vigilância sobre as empresas dos 
mercados financeiro e de capitais (art. 11, VII, da Lei 4.595/1964). O Selic é um sistema 
informatizado que se destina à custodia de títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional 
e do Banco Central do Brasil, bem como ao registro e à liquidação de operações com os 
referidos títulos. Pode ser modificada, sempre unilateralmente, pelo Copom, que pode delegar
essa função ao Presidente do Bacen, vale dizer, é alterável ad nutum por ato unilateral do 
Governo Federal. Na taxa Selic se incluem juros e correção monetária pelos índices de 
inflação. “A utilização da taxa Selic como índice para apuração dos juros legais: 1) não é 
juridicamente segura, porque impede o conhecimento prévio dos juros; 2) não é operacional, 
porque seu uso será inviável sempre que se calcularem somente juros ou somente correção 
monetária; 3) é incompatível com a regra do art. 591 do CC/2002, que só permite a 
capitalização anual dos juros; 4) pode ser incompatível com o art. 192, § 3º da CF/88, com a 
redação da EC 40/2003, não mais contem limitação de taxa de juros, se resultarem juros reais 
superiores a 12% ao ano” (TJRS, Des. Francisco Moesch, tese aprovada pro unanimidade no 
Enunciado da I Jornada do STJ).
“A Circular Bacen 3.108/2002 foi revogada pela Circular Bacen 3.237/2004, a qual, por sua 
vez, foi revogada pela Circular 3.316/2006, atualmente em vigor.” (In Soluções Praticas de 
Direito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. Vol III, nº 6, p. 263-266)
VI. Art. 407 do Código Civil (obrigação aos juros da mora e hipóteses)
O devedor é obrigado ao pagamento de juros de mora, ainda que se não alegue prejuízo, 
sendo que se contarão as dividas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez 
que esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as 
partes (art. 407 do Código Civil). Tanto nas obrigações de natureza de prestação pecuniária 
como nas de outras, com objetos de prestação diversas, a regra é que os juros moratórios são 
cabíveis. Nas dividas em dinheiro, os juros de mora são devidos desde o momento em que o 
devedor foi constituído em mora. Nos demais casos, contam-se os juros sobre o valor 
pecuniários estiado para o objeto da prestação fixado pelas hipóteses mencionadas acima. 
Portanto, os juros provem de qualquer que seja a natureza da prestação assumida e não 
cumprida.[12]
 
0

Continue navegando