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SEMINÁRIO II - QUESTÕES - IBET

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SEMINÁRIO II: CRÉDITO TRIBUTÁRIO, 
LANÇAMENTO E ESPÉCIES DE LANÇAMENTO. 
 
ALUNA: LARISSA MARIA LIMA LIRA 
 
 
QUESTÕES 
1. Considerando os conceitos de norma, incidência e crédito tributário, 
responda: 
a) Que é lançamento? Definir o conceito especificando: quem pode lançar, se 
é ato ou procedimento e qual a sua finalidade. 
R: O lançamento é ato jurídico administrativo, conforme leciona Paulo de 
Barros, uma vez que prescinde de procedimento anterior, sendo, por vezes, 
ato isolado, e quando não, é apenas o resultado do procedimento. Neste 
declara-se a ocorrência do fato jurídico tributário (fato gerador da obrigação 
correspondente), com a identificação do sujeito passivo da obrigação e a 
determinação de base de cálculo e alíquota aplicada, consignando ainda, se 
for o caso, penalidade devida. Ressalte-se ainda que, nos termos do art. 142 
do CTN, é ato privativo da autoridade administrativa, possuindo o escopo de 
constituir o crédito tributário e designar os modos de sua exigibilidade. 
 
b) É correto afirmar que o lançamento tributário se apresenta em três 
espécies? Se positiva a resposta, qual o critério que orienta tal classificação, 
ou seja, o que diferencia uma espécie da outra? 
R: Sim: lançamento por declaração – art. 147, lançamento de ofício – art. 149 
do CTN e lançamento por homologação – art. 150 do CTN. A diferença entre 
as espécies consiste no grau de participação do contribuinte para a 
constituição do crédito tributário. No lançamento por declaração, este 
participa apenas fornecendo informações sobre matéria de fato, 
indispensáveis a realização do ato, mas a realização do ato incube a 
autoridade administrativa. No lançamento por ofício, não há nenhuma 
participação do sujeito passivo. Por sua vez, no lançamento por 
homologação, o administrado realiza toda a atividade de apuração dos dados 
necessários a constituição do crédito tributário, e é obrigado legalmente a 
antecipar o pagamento do crédito tributário, para somente depois a 
autoridade administrativa chancelar o que foi feito. 
 
c) O chamado lançamento por homologação é efetivamente lançamento? E o 
lançamento por declaração? 
R: Segundo disposições do CTN, ambas espécies, por homologação e por 
declaração, são efetivamente lançamento. Contudo, é preciso registrar que, 
conforme os ensinamentos de Paulo de Barros, em razão do lançamento, ser 
ato privativo do FISCO, na modalidade por homologação o contribuinte 
possuí autorização legal para realizar apenas a constituição do crédito 
tributário. 
Em relação ao lançamento por declaração, muito embora haja parte da 
doutrina que compreenda que este configura-se como uma forma de 
confissão de dívida, há efetivo lançamento pela autoridade administrativa, 
uma vez que esta apenas baseia-se para a constituição do crédito 
informações fornecidas pelo administrado que tem maior facilidade em obtê-
las. 
 
d) O lançamento tem eficácia declaratória e/ou constitutiva? O que é 
declarado e/ou constituído? Quando isso ocorre? 
R: Existem duas teorias que tratam sobre o tema. A teoria da eficácia 
declaratória entende que o lançamento declara que o crédito tributário 
existe, ou seja, a obrigação nasceria com a ocorrência do fato gerador. Por 
sua vez, a teoria da eficácia constitutiva defende que o ato de lançamento é o 
que constitui o crédito tributário, ou seja, a obrigação nasceria com o 
lançamento. O que vem a ser declarado e/ou constituído é o crédito 
tributário, no momento do lançamento. 
Contudo, é importante salientar que, o CTN, adotou o entendimento que o 
lançamento possui eficácia constitutiva, uma vez que, vinculou a 
constituição do crédito tributário ao ato de lançamento. Veja-se que, antes 
do lançamento a obrigação não pode ser exigida. Registre-se que, no 
entendimento de Paulo de Barros, a constituição definitiva do crédito 
somente se verifica com a notificação válida feita ao contribuinte. 
Ao que me parece mais plausível, a teoria da ubiquidade defendida pela 
doutrinadora Mary Elbe Gomes Queiroz Maia, é a que mais se encaixa a 
realidade fática, principalmente considerando a existência de constituição de 
crédito tributário por parte do contribuinte, sem ser precedido de 
lançamento, o que acaba por contrariar a tese de eficácia somente 
constitutiva do lançamento. Nesta, entende-se que o lançamento declara a 
existência da obrigação e constitui somente sua forma de exigência, ou seja, 
torna-a exigível. 
 
e) Confrontar as noções de tempo no fato e tempo do fato. 
R: O tempo no fato refere-se ao momento de efetiva ocorrência do evento, 
neste aplicam-se normas de natureza material, é o instante em que o fato 
jurídico ocorreu. Por sua vez, o tempo do fato tem relação com o processo de 
aplicação do direito e constituição do fato jurídico, neste aplicam-se normas 
de caráter processual, corresponde ao momento em que o fato se constitui no 
campo jurídico (instante em que este ingressa no ordenamento jurídico), e, 
conforme lições da Aurora Tomazini, tal se dá com a notificação das partes, 
considerando o que em regra ocorre no processo de positivação. 
 
f) O que é erro de fato e erro de direito? E mudança de critério jurídico? 
R: Tanto o erro de fato como o de direito são equívocos de interpretação. 
O erro de fato configura-se quando no momento da certificação do evento 
este não corresponde às provas produzidas, ou seja, há erro na construção do 
sentido dos suportes físicos probatórios. 
O erro de direito ocorre quando há problema na subsunção, no 
enquadramento de determinada conduta na norma, ou seja, configura-se 
quando para determinada situação deveria ser aplicada norma A, mas 
aplica-se norma B, é uma confusão com relação à norma que deve ser 
aplicada. 
A mudança de critério jurídico ocorre quando a Administração dava 
determinada interpretação jurídica à legislação e depois a altera para outro 
entendimento. Esta, por sua vez, não pode ser utilizada como 
fundamentação para revisão do ato de lançamento, vedação expressa contida 
no art. 146 do CTN. 
 
2. Dado o auto de infração fictício (anexo I), pergunta-se: 
 
a) Identifique as normas individuais e concretas veiculadas no respectivo 
auto de infração; 
R: Há duas normas individuais e concretas: Lançamento do tributo e 
Penalidade pelo não pagamento do respectivo tributo. 
 
b) Confronte as noções de (i) auto de infração – documento, (ii) ato 
administrativo de imposição de multa, (iii) ato administrativo de 
lançamento e (iv) ato de notificação; 
R: (i) é o suporte físico, onde se contam as normas individuais e concretas no 
tocante ao lançamento e penalidades; 
(ii) é a constituição da penalidade, quando verificado pelo FISCO a 
ocorrência de descumprimento das normas tributárias, seja no tocante as 
obrigações principais ou acessórias; 
(iii) é o ato responsável pela constituição do crédito tributário, quando a 
Administração verifica a ocorrência do fato gerador, definindo base de 
cálculo e alíquota aplicáveis; 
(iv) é a externalização do lançamento ao sujeito passivo, passa a conferir 
eficácia ao lançamento. 
 
c) Em sua opinião, em que instante nasce a obrigação tributária? E o crédito 
tributário? E, a multa tributária? Que significa “constituição definitiva do 
crédito”? 
R: Partindo da legislação pátria que adotou a teoria constitutiva, defendida 
por Paulo de Barros tanto a obrigação tributária, o crédito tributário e a 
multa tributária nascem com o ato administrativo jurídico do lançamento. 
Ainda segundo o entendimento de Paulo de Barros, a constituição definitiva 
do crédito somente se verifica com a notificação válida feita ao contribuinte. 
 
3. Empresa XXX, contribuinte de IPI, declara e formaliza seus créditos e 
débitos, compensa tais valores (não-cumulatividade) e, de acordo com a lei, 
realiza o pagamento do saldo devedor conforme discriminado abaixo: 
Posteriormente, o Fisco Federal glosa os créditos de IPIutilizados pela 
empresa devedora, sem, contudo, efetuar o lançamento de qualquer valor a 
título de tributo. Em seguida, encaminha para inscrição na dívida ativa os 
valores não pagos em razão do aproveitamento indevido dos créditos (R$ 
200.000,00), pois entende não ser necessário o lançamento de ofício. Esses 
valores, por sua vez, são acrescidos das penalidades que o Fisco entende 
cabíveis, além dos juros de mora. Na sua opinião, está correto o proceder da 
Fazenda? Ainda, o aproveitamento de créditos da não cumulatividade pode 
ser equiparado a pagamento antecipado? A glosa, por sua vez, resultaria em 
não pagamento? Justifique sua resposta (Vide anexo II e III). 
R: Está incorreto o proceder da Fazenda. Inicialmente, esclareça-se que, os 
atos e procedimentos administrativos tributários, como por exemplo, o 
lançamento, precisa estar em consonância com dispositivos constitucionais 
já estabelecidos, principalmente o da legalidade (art. 5º, inciso II da CF/88) e 
a garantia do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, inciso LV da CF/88). 
Desta forma, considerando que o FISCO ao glosar os créditos de IPI 
utilizados pela empresa, trouxe situação nova, a qual, no mínimo, deveria 
dar-se o direito do contribuinte manifestar-se. Não bastasse, nos termos do 
art. 149, inciso V, em caso de lançamento por homologação, onde há 
antecipação do pagamento, como in casu, caso constatada alguma 
inexatidão, deve-se proceder o lançamento de ofício, o que não fora feito. 
Apesar de ambas estarem previstas no art. 156 do CTN como causas de 
extinção do crédito tributário, o aproveitamento de créditos (compensação) e 
o pagamento antecipado são institutos diferentes. A compensação ocorre por 
meio do confronto de créditos e débitos entre as partes, e o pagamento 
antecipado, por sua vez, pode ser feito independente da existência de 
créditos e débitos recíprocos, desde que previsto legalmente. 
A glosa não confunde-se com o não pagamento, na medida em que, aquela 
trata de uma conduta positiva do FISCO, enquanto que o não pagamento 
configura-se uma conduta omissiva do Contribuinte. 
 
4. Com relação ao lançamento por homologação, pergunta-se: 
 
a) Que é homologação? O que se homologa: (i) o pagamento efetuado 
antecipadamente; (ii) a norma individual e concreta posta pelo contribuinte; 
ou (iii) ambos? Justifique sua resposta. 
R: É a confirmação/o aval dado pelo FISCO concordando com as informações 
prestadas pelo contribuinte na norma individual e concreta e com a 
antecipação do pagamento feita por este. 
Homologa-se ambos, tanto o pagamento feito como a norma individual e 
concreta posta pelo contribuinte, uma vez que o pagamento é mera 
consequência da norma individual e concreta. Não há como homologar um 
destes e não concordar com o disposto no outro, na medida em que, o 
pagamento é produto do que foi posto na norma individual e concreta. 
 
b) Quando se verifica a homologação expressa? Trata-se de ato 
administrativo? Ainda, é possível revisar-se o ato homologatório expresso? 
Há no direito positivo a possibilidade de pagamento de tributos sem 
lançamento? 
R: Se verifica quando a Administração Tributária possui uma conduta ativa 
de manifestar-se de maneira expressa com a concordância das informações 
prestadas e do pagamento efetuado pelo contribuinte, dentro do prazo de 5 
(cinco) anos estabelecido no art. 150, §4º do CTN. 
É ato administrativo uma vez é sujeito ativo a Administração Tributária, 
conforme competência legalmente estabelecida. 
Só é possível haver revisão, caso constatado algum erro de fato. Nos casos de 
erro de direito, como a posterior mudança de critério jurídico, é vedada a 
revisão, nos termos do art. 146 do CTN. 
Há possibilidade de pagamento de tributo sem lançamento, quando o 
contribuinte constitui o crédito tributário, e a homologação se dá de maneira 
tácita pelo decurso do prazo de 5 (cinco) anos estabelecido no art. 150, §4º do 
CTN. 
 
5. A Lei n. 10.035/00 estabelece que serão executados, nos autos da 
reclamação trabalhista, os créditos previdenciários devidos em decorrência 
da decisão proferida pelos Juízes e Tribunais, resultantes de condenação ou 
homologação do acordo. Pergunta-se: a decisão judicial, cognitiva ou 
homologatória, constitui o crédito tributário? E, eventuais acordos 
posteriores entre os litigantes? Há necessidade de lançamento? Como ficam 
os princípios do contraditório e da ampla defesa? (Vide anexos IV, V e IV). 
R: Sim, a decisão judicial constitui o crédito tributário, muito embora 
inexista o lançamento, neste sentido é o entendimento da Portaria de nº 
516/03 do MPAS (Ministério da Previdência e Assistência Social): Art. 6º A 
sentença homologatória de cálculo de contribuição previdenciária devida 
supre a inexistência de lançamento administrativo. 
Eventuais acordos posteriores entre os litigantes devem ser levados à 
homologação do poder judiciário trabalhista, que executará os créditos 
previdenciários. 
Se tais acordos não forem levados ao aval judicial, só possuirá efeitos entre 
as partes, não podendo ser opostos em relação à terceiros, como o FISCO. 
Os princípios do contraditório e da ampla defesa são respeitados, uma vez 
que, no processo judicial é garantida manifestação das partes de insurgência 
contra os atos decisórios judicias, como os recursos. 
 
6. Sobre as hipóteses correlatas às alterações do lançamento, responda: 
a) Há diferença entre erro de direito e mudança de critério jurídico, para 
fins de revisão do lançamento tributário? Há possibilidade de revisão do 
lançamento fundado em erro de direito? E em erro de fato? Qualquer erro de 
fato é suficiente para fundamentar a alteração do lançamento? (Vide anexos 
VII, VIII e IX). 
R: Para fins de revisão de lançamento tributário não há diferença, posto que, 
vedada a utilização destas justificativas. 
Não é possível revisão do lançamento fundada em erro de direito, uma vez 
que o FISCO não pode alegar desconhecer o direito na hora de sua aplicação 
ou verificação. 
É possível revisão de lançamento fundada em erro de fato. 
Nos termos do art. 149 do CTN, só será possível revisão, caso reste 
comprovado omissão, falsidade ou erro nas informações prestadas pelo 
contribuinte. 
 
b) A alteração da base de cálculo, ou da sistemática de apuração do tributo 
pode ser feita mediante retificação do lançamento? A eleição errônea da base 
de cálculo, ou da sistemática de apuração configura-se como erro de fato, 
erro de direito ou mudança do critério jurídico? Tem o condão de acarretar 
anulação do lançamento? (Vide anexos X, XI e XII) 
A alteração de base de cálculo ou da sistemática de apuração do tributo, não 
pode ser feita mediante retificação do lançamento. 
A eleição errada destas configura-se como erro de direito, uma vez que, 
ocorreu desajuste entre os enunciados prescritivos da lei (base de cálculo ou 
sistema de apuração) e a norma construída pelo aplicador, problema na 
subsunção do fato à norma 
O erro de direito pode levar a anulação do lançamento, em vez de sua 
retificação.

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