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1 Clinica cirúrgica Andressa Losso Distúrbios do equilíbrio ácido-base (DAB) Organismo possui o pH em torno 7,4 (7,35-7,45) *atualmente considera 7,38-7,42. Sistemas tampões → Tendem a equilibrar o pH buscando a homeostase. Tampão plasmático Para ser eficiente tem que ter a capacidade de tamponar ácido e base. Percebemos sua eficiência pelo pka. **Sistema bicarbonato (principal → pka=6,1 (sua eficiência é max 5,1 e 7,1) HCl + NaHCO3 – NaCl + H2CO3 – H2O +CO2 (eliminado no pulmão) O bicarbonato não é a frente de tratamento em acidose, principalmente se o pc tiver doenças pulmonares. Pacientes que estão com depressão respiratória ocorre retenção de CO2 e o bicarbonato se acumula (reação de tamponamento) **Sistema fosfato, pka =6,8 (eficiência máxima 5,8 - 7,8). Tamponamento celular Potássio Equilíbrio entre o K e H. Estado: Acidose (meio extracelular com muito H, com isso a célula precisa colocar o H dentro dela e eliminar K para meio extracelular para gerar um equilíbrio, com isso há um aumento no K sérico) -0,1 pH → +o,6 mEq de K Alcalose (está faltando H extracelular, com isso a célula libera H extracelular e aumenta K intracelular, tendo uma redução no K sérico). +0,1 Ph → -0,1 mEq K **sempre pedir K sérico em pacientes com DAB** Distúrbios primários Acidose metabólica e respiratória Alcalose metabólica e respiratória *metabólica→ alteração HCO3. *respiratório → alteração CO2. VALORES DE REFERÊNCIA PaCO2 → 38 (-/+ 2) HCO3 → 24 (-/+2) Resposta adaptativa secundária Metabólico Quimiorreceptores arco aórtico → +centro respiratório <pH → hiperventilação >pH → hipoventilação Respiratório Células tubulares renais <pH → > excreção H e > retenção de HCO3 >Ph→ < excreção de H e >excreção HCO3 Equação de Henderson-Hasselbach A equação serve para saber a origem do distúrbio. pH= pK + log [HCO3]/[CO2] pH = HCO3/CO2 exemplo: pc com pH= 7,25, paCo2 =65mmhg e HCO3 =28 meq/l, temos uma acidose respiratória com uma tentativa de compensação no aumento do bicarbonato (renal → retenção de HCO3). Acidose Metabólica O pH <7,35 ou 7,38 dependendo da referência e tem origem pela alteração do HCO3 (< 22 meq/l). Subdividido: 1. Ânion gap normal 2. Ânion gap aumentado ** o que é ânion gap? São ânions que não são Cl- e HCO3- para estabelecer igualdade no valor de Na (resultante = 0 → solução neutra) ***outros ânions (sulfato, cetoacidos, fosfato, lactato). Anion gap (AG)= Na – (Cl +HCO3). AG= 10-14 AG normal → há uma perda de HCO3 com aumento de Cl- sem alterar o AG. (AM hipercloremica) AG aumentado → se o pc tem uma cetoacidose, a aumento de AG e diminuição de HCO3. **algumas situações podem alterar o valor de AG → a cada queda de 1g/dl de albumina = aumento de 2,5 AG ( -1g/dl albumina = + 2,5 AG) → PACIENTES DESNUTRIDOS, SD NEFROTICA, HEPATOPATAS. Causas AM com AG elevado Insuficiência renal, acidose lática, cetoacidose DM, intoxicação por acido acetilsalicitico. >cargas negativas → <HCO3 e Cl → >AG Causas AM com AG normal Acidose tubular proximal renal (perda direta de HCO3), acidose tubular distal (perda indireta de HCO3 por H), diarreia, medicamentos. < HCO3 → > Cl → = AG Sulfatos, fosfato, cetoacidos, lactato. HCO3 AG Cl- Na+ K+, Mg, Ca e globulinas 2 Clinica cirúrgica Andressa Losso Resposta adaptativa secundária Distúrbio metabólico → resposta respiratória HIPERVENTILAÇÃO (<CO2 para compensar o distúrbios metabólico) pCO2= (HCO3 x 1,5) + 8 (PODENDO VARIAR -/+2) **se o valor estiver < tb haverá alcalose respiratória e se tiver > terá acidose respiratória → situações de distúrbios misto. Exames laboratoriais pH urinário acido (exceto em acidose tubular renal ou uso de inibidor da anidrase carbônica) hipercalemia (tamponamento celular que libera K para o meio extracelular). < HCO3 renal pCO2 variável dependendo da compensação. *limite de compensação esperado <pCO2= 1,2 x variação HCO3 Quadro clinico Acidose gera vasodilatação: Hipotensão <resistência vascular periférica → arritmias Padrão de respiração (hiperventilação)→ kussmaul Letargia, sonolência, convulsão Tratamento Bicarbonato de sódio (em casos graves Ph< 6,9) O tratamento primário é tratar a causa base. PC em choque cardiogênico → droga vasoativa Pc cetoacidose DM → HIDRATA, insulina Alcalose Metabólica pH>7,42- 7,45 Temos aumento do pH e um aumento do HCO3>26MeQ/L. Causas Alcalose metabólica Sobrecarga de bicarbonato exógena (medicamento carbonato de cálcio) < Liquido extracelular → alteração da aldosterona (hiperaldosteronismo secundário, onde haverá aumento na eliminação de H e K e retenção de HCO3). Vômitos, fibrose cística, cloridrorreia, ação de diuréticos em excesso (tiazídicos ou de alça), sd bartter. > Líquidos extracelular (consequente hiperaldosteronismo primário). Resposta adaptativa secundaria Distúrbio metabólico → resposta respiratória HIPOVENTILAÇÃO (para aumentar CO2) Pco2=HCO3 +15 (PODENDO VARIAR -/+ 2), se tiver < alcalose respiratório ou > acidose respiratório, logo esse paciente vai ter um distúrbio misto. *quando está em uma resposta adaptativa os valores de referência será através dessa equação* Quadro clinico A resposta adaptativa tem relação com as diversas manifestações. Hipoventilação → hipercapnia (hipóxia) Câimbras, letargias, arritmias (por conta da ox hemoglobina, por ter hipercapnia, gera um aumento na afinidade entre a hb e O2→ não deixando os tecidos receberem O2. Com isso, o metabolismo celular inicia o sistema anaeróbico produzindo muito lactato. Exames laboratoriais Hipocalemia (libera H para o meio extracelular na tentativa de tamponamento celular, no entanto, a célula manda o K para o meio intracelular, fazendo com que aja uma < K sérico) < Ca2+ ionizado (ocorre tetania se o ph >7,6) Hipercapnia (depende da compensação 2°) Aumento de lactato ***dosagem do ânion cloro urinário <10 mEq/l → retenção renal (hipovolemia) → cloreto sensível >20 mEq/L → Não há depleção do liquido extracelular → cloreto resistente. Tratamento Alcalose Met (ph> e HCO3 >) → descarta reposição exógena de HCO3, caso não seja → dosa o Cl- urinário → Cl< 10 meq/l → hipovolemia (TGI, renal, vômitos, fibrose cística) → correção volêmica. • SF 0,9% NaCl (inibe a aldosterona e já repõe o cloro). • Investigar a causa • Avaliar K → se tiver baixo necessita repor . Se Cl- >20meq/l → euvolemico/hipervolemico →pc está hipertenso? Sim → Sd Cushing, hiperaldosteronismo primário. Não está hipertenso → uso de diurético (tiazídico), DHE (hipocalemia, hipomagnesemia), sd bartter. 3 Clinica cirúrgica Andressa Losso • Tratamento direcionada para causa!! Pode usar diuréticos antagonista da aldosterona para hiperaldosteronismo primário, para sd bartter usa AINE. Acidose Respiratória pH<7,35 – 7,38 e com alteração no CO2 > 40-45 mmhg. Causas Depressão no centro respiratório (drogas: sedativos, anestésicos), trauma crânio-encefalico, infecções (meningite e encefalites). Doenças neuromuscular: sd guillan barred, miasteniase grave, esclerose lateral amiotrófica. Distúrbios metabólicos: hipofosfatemia, hipomagnesemia, hipocalemia, alcalose metabólica grave. Obstrução de vias áreas superiores: laringite, epiglotite, corpo estranho. Obstrução de vias áreas inferiores: asma brônquica, bronquite, compressão extrínseca. Patologias do parênquima pulmonar: fibrose pulmonar. Diminuição da complacência pulmonar: edema pulmonar, pneumonia, síndrome do desconforto respiratório agudo. Patologia abdominais (aumento da pressão intra- abdominal e elevação do diafragma): ascitesvolumosas, tumores abdominais, hemorragias intra abdominal, obstrução gastrointestinal. Diminuição do transporte de co2: choques. Fisiologia respiratória Inspiração: o diafragma ao contrair ele expande e puxa os pulmões para baixo aumentando o volume, já na expiração quando o diafragma relaxa ele comprime o pulmão juntamente com os músculos abdominais que contraem empurrando o conteúdo abdominal para o diafragma garantindo maior compressão pulmonar para que, ocorra exalação do ar. Além disso, para ocorrer uma expansão adequada dos pulmões na inspiração, a caixa torácica se eleva garantindo um aumento anteroposterior, pois quando as costelas se elevam o esterno se “expande anteriormente” tendo um aumento de 20% da caixa torácica na inspiração máxima, para isso se faz necessário a utilização dos músculos inspiratórias (intercostais externos - eleva a caixa torácica, esternocleidomastoideo - eleva o esterno, serráteis anteriores que elevam as costelas, escaleno que elevas as duas primeiras costelas. Além da necessidade dos músculos inspiratórios na inspiração, na expiração máxima também faz necessário a utilização dos músculos expiratórios para que ocorra a depressão, ou rebaixamento da caixa torácica, os músculos são: reto abdominal – puxa para baixo as costelas inferiores ao mesmo tempo que os outros músculos abdominais comprimem o conteúdo abdominal contra o diafragma e o ultimo musculo é o intercostal interno. Logo, qualquer mecanismo que altere o respiração fisiológica pode causar depressão respiratória e consequente acidose respiratória. Resposta adaptativa secundaria Distúrbio respiratório → resposta metabólica ** não é uma resposta imediata, pois os rins tende a demorar 3 a 5 dias para ser efetivo (tentando reter o HCO3). Através da resposta conseguimos definir se o evento primário é agudo ou crônico. BASE EXCESS – BE (valor de referência: -2,5 a +2,5) *ajuda saber o tempo de instalação do distúrbio primário. Se o valor estiver normal do BE é um evento agudo. Agora, se o BE> +2,5 já é um evento crônico pois entra a atuação do rim para aumentar a base na tentativa de compensação. Limite de compensação esperada AGUDO → +1mEq HCO3 para cada +10 CO2. CRÔNICO → +4mEq HCO3 para cada +10 CO2. Quadro clinico Acidose respiratória aguda Contração do diafragma Elevação do esterno 4 Clinica cirúrgica Andressa Losso Sintomas inespecíficos: ansiedade, cefaleia, confusão mental, tontura. Acidose respiratória crônica Sintomas: sonolências, hiporeatividade do reflexo patelar. Tratamento Suporte ventilatório, e pesquisar a causar para tratar. **pacientes com DPOC tem uma adaptação diferente de oxigênio, por isso deve ser ofertado em baixas quantidades. Alcalose respiratória pH>7,42-7,45 e com alteração CO2 < 36 mmhg. Causas Situações que levam a hiperventilação Hipóxia tecidual, anemia, febre (estados hipermetabolicos), hipertireoidismo, pneumonia, crises de ansiedades, gestação, lesões no SNC, TEP. Resposta adaptativa secundaria Distúrbio respiratório → resposta metabólica O rim demora mais para responder, mas sua compensação é através do aumento da excreção do HCO3. BASE EXCESS – BE (valor de referência -2,5 - +2,5) *se o paciente tiver como BE no valor normal é um distúrbio agudo. Quadro clinico Sintomas inespecíficos Tontura, ansiedade, confusão mental, parestesias. *alcalose respiratória crônica muitas vezes é assintomáticas. Tratamento Direcionado para causa do distúrbio. DHE- Hipocalemia Desequilíbrio do potássio, onde o valor sérico está abaixo do valor padrão. Valor de referência K: 3,5 – 5,5 mEq/L K < 3,5 mEq/L → hipocalemia Divisão Leve → até 3meq/l Moderada → 2,5-2,9 meq/l Grave → <2,5meq/l O K está em maior concentração no ambiente intracelular onde seu valor é de 140 meq/l e no meio extracelular é de 4,2meq/l. Mesmo que o LEC tem pouca quantidade qualquer alteração gera grandes consequências para o organismo. Manifestações clinicas Alteração do limiar da excitabilidade nervosa (potencial de ação). Altera: *SNC: confusão, letargia, alucinação até mesmo entrar em coma. *neuromuscular: fadiga, câimbra, rabdomiólise, dores musculares, parestesias, em situações mais graves pode ter íleo paralitico, alcalose metabólica, intolerância a glicose, pois a hipocalemia dificulta a secreção de insulina. * cardiovasculares: redução da onda T e aumento da onda U no ECG, taquiarritmia,bradicardia. Causas Perda urinaria excessiva → o rim é o principal órgão para manutenção do K. Hiperaldosteronismo → perda de K (aumenta a excreta). Sd Cushing → muito cortisol (atua como perda de K) Uso de diuréticos Perda excessiva extra renal → vômitos, diarreia. 5 Clinica cirúrgica Andressa Losso Desvio do potássio para o meio intracelular → pacientes com alcalose metabólica (tampão celular → joga o H para meio extra e coloca K para meio intra diminuindo a concentração sérica), pacientes com cetoacidose (infusão de insulina, pois a glicose leva o K por meio de transporte facilitado para o meio intracelular, consequentemente, causando uma diminuição sérica de K). Caso clinico Paciente de 45 anos de idade em tratamento de HAS em uso de clortalidona 50 mg ao dia e furosemida 40 mg ao dia. Nos últimos meses, vem evoluindo com quadro de fraqueza muscular e mialgias progressivas; exames laboratoriais revelam potássio de 1,9 mEq/L e CPK de 4.000 U/L. **Paciente com quadro de hipocalemia, provavelmente secundária ao uso de diuréticos, que inclusive no caso da clortalidona, está em dose maior que as usuais para tratamento de HAS. Apresenta aumento de enzimas musculares que provavelmente são secundárias a miopatia ou rabdomiólise secundária à hipocalemia. Exames Hemograma, K, ECG; Urina : TTKG (gradiente urinário transtubular de K) : Kurinario/k plasmático ------------------------------- Osmolalidade urinaria/ Osm plasmática Tratamento Investigar a causa K em IV (monitorizar o K sérico, debito urinário e ecg). concentração máxima em veia periférica de 40 mEq/L; concentração máxima em acesso venoso central: 60 mEq/L; velocidade ideal de reposição: 5 a 10 mEq/hora; velocidade máxima de reposição: 20 a 30 mEq/hora K pode ser VO (dependendo da gravidade) Hipocalemia refrataria → verificar o magnésio (hipomagnesemia). Hipercalemia É um desequilíbrio do K, sendo que seu valor se encontra >5,5 meq/l. Lembrando que o K tem maior concentração intracelular (140) e extracelular cerca de 3,5-5,5. O que importa é a concentração extracelular → no plasma, pois mesmo em pequenas alterações em sua concentração sérica gera grandes consequências em diversos sistemas. Causa Aporte excessivo (infusão K sem monitorização, medicamentos como penicilina). Diminuição da excreção renal de K → diminuição dos mineralocorticoides (aldosterona)→ hipoaldosteronismo. **relembrando que aldosterona atua no túbulo coletor aumentando a reabsorção de Na e água e aumento a excreção de K, quando se tem um déficit da produção do hormônio há um acumulo de K que deveria ser excretado. Insuficiência renal Doença de addison (insuficiência adrenal) Desvio do K → tamponamento celular para acidose (em situações de acidose encontramos excesso de H extracelular, numa tentativa de compensar a células vai colocar o H para o meio intracelular, liberando K para o meio extracelular). Lesão celular (queimadura, feridas de grande extensão, lesão de órgão) → faz com que o K intracelular saia para o meio extracelular. 6 Clinica cirúrgica Andressa Losso Trauma → resposta endócrino metabólicaao trauma- fase catabólica- (é um estado hipercalêmico, pois há diminuição da insulina que é um hormônio facilitador para entrada de K intracelular). Destruição de células neoplásicas – quimioterapia pode levar a hipercalemia. Succinilcolina (medicamento)→ desvia o K para o meio extracelular. Pseudo- hipercalemia Ocorre quando há uma coleta errada de sangue. Manifestação clinica Aumento da excitabilidade celular. • SNC: irritabilidade, convulsão, desorientado no tempo e espaço. • Neuromusculares: câimbras, dor muscular, parestesias, fraqueza muscular. • Cardiovascular: arritmias (onda T apiculada “em tenda”, achatamento da onda P, prolongamento do intervalo PR, alargamento do intervalo QRS, formação de onda sinusoidal, fibrilação ventricular e assistolia) Caso clinico Paciente de 52 anos de idade, sexo masculino, com antecedente de diabetes melito e HAS sem acompanhamento há mais de 1 ano, em uso de enalapril, metformina e glibenclamida, apresenta-se com quadro de vômitos, tonturas, mal-estar e cefaleia. Refere ainda que, há cerca de 2 meses, vem apresentando anorexia e náuseas, apresentando ainda dispneia ao deitar-se. Exame físico Pressão arterial: 188 x 121 mmHg. Frequência cardíaca: 108 bpm. Frequência respiratória: 20 irm. SaO2: 95%. Descorado ++/4+, hidratado, anictérico, acianótico. Aparelho respiratório: MV+, EC bibasais. Aparelho cardiovascular: 2 BRNF, sem sopros. Trato gastrintestinal: plano, flácido, RHA+, sem visceromegalias e massas palpáveis. MMII: pulsos +, edema ++/6+. Exame laboratoriais Na: 132 mEq/L. K: 6,7 mEq/L. →HIPERCALEMIA Ureia: 156 mg/dL. → IR Creatinina: 5,2 mg/Dl → IR Hb: 8,9 mg/dL. → IR Ht: 26,2%. Leucócitos: 6.500, com 55% de neutrófilos e 39% de linfócitos. Plaquetas: 300.000/mm3. ECG: ondas T apiculadas. → HIPERCALEMIA Radiografia de tórax: apresentando congestão pulmonar. Tratamento Investigar a causa Gasometria → acidose? Deficiência de mineralocorticoide ? Insuficiência renal ? creatina, ureia 7 Clinica cirúrgica Andressa Losso Medicamentos (diuréticos poupadores de K?) Avaliar o debito urinário Estabilização de membrana → gluconato de cálcio (ASSOCIADO A ALTERAÇÕES ECG). Medicamentos que internalização o K → glico-insulina (soluções polarizantes), manitol. Medicamentos que eliminam K→ Furosemida, resina de troca iônica (poliestireno sulfonato) Hidratação Venosa Hidratação venosa é diferente que reposição volêmica. *Reposição volêmica Volume que fica no interior dos vasos para manutenção. Soro fisiológico Ringer lactato Indicada em situações de perda: procedimentos cirúrgicos, hemorragias, traumas. *hidratação venosa Manter todos os compartimentos hidratados (células, interstício e o intravascular). Usa-se soro glicosado (SGI) Indicação manutenção do equilíbrio eletrolítico (água+ eletrólito+ energia) → pós operatório que o paciente não pode fazer por via oral. Fases da hidratação venosa 1. Necessidades básicas diárias Calculo de água M: 15ml/kg H: 40ml/kg *pc com insuficiência cárdica, cirrose, obesidade, idosos, desnutrição, insuficiência renal → necessitam de mesmo água. *pc com muita taxa muscular → necessita de mais água (45-50ml/kg) Calculo de eletrólitos Na → 1,5mEq/kg *pc que precisam de menor qta de água, o Na é cerca de 1mEq/kg. **o Cl não é calculado porque para adm Na, é dado NaCl e para repor K é adm KCl. K → 1mEq/kg *max de 40mEq/kg (pois é irritante para os vasos) **lembrar que no pós operatório a resposta endócrino metabólica tende a ter hipercalemia, por isso, só adm K a partir do primeiro dia de pós operatório (1° DPO)→ para fornecer K, o pc tem que ter uma diurese adequada cerca de 0,5ml/kg/hr, se o paciente não tiver uma diurese dentro dos valores esperados não é ofertado K. *Lembrar que pós operatório imediato é até a 24hrs pós operação. Necessidade básica de energia 100g de glicose (pós operatório imediato) 150g de glicose (1° DPO) 200g de glicose (a partir do 2° DPO) *cada grama de glicose tem 4 cal. **a hidratação venosa exclusiva só pode ficar até 5 dias** O certo é iniciar alimentação via oral ou terapia enteral ou paraenteral→ para fornecer pt, lipídeos. 2. Balanço hídrico (BH) Através da equação: GANHO (soro, água endógena -500ml- em pós operatório, nutrição via oral, parenteral) – PERDA (diurese, perdas insensíveis- em torno de 1000ml, perdas extras, como vômitos e diarreia)= BH BH = + (quando paciente recebe mais do que perde) BH = - (quando paciente perdeu mais que recebeu) **considera BH zerado entre os valores -300 a +300** 3. Correção da perda Caso BH esteja entre -300 a +300 não precisa repor. Caso o BH seja + faz necessário a redução na necessidade básica de água, por exemplo se é um paciente do sexo feminino com 50kg (35ml x50 = 1750 ml → NBA) e BH=700 NBA- BH+ = administrar (1750 – 700 = 1050 ml que vai ser adm) É necessário correção de perda de eletrólitos Em perdas extras como vômitos : em 1L de vomito perde cerca de 60mEq de Na e 10mEq de K NESSE CASO SOMA A PERDA NA NECESSIDADE DE ELETROLITO BÁSICA. *pc de 50kg que teve um episodio de vomito (1l) . A necessidade diária de Na é 1,5x50 = 60mEq + 60mEq (que foi perdido no vomito)= 120 mEq Na para repor. A necessidade básica de K é 1x 50 = 50 mEq + 10mEq (perda pelo vomito)= 60 mEq K **lembrar que repõem no max 40meq** 4. Soroterapia SGI 5% (soro glicosado) → em 1000ml temos 50 g (ai já se calcula a base energética) SGH 50% (glicose hipertônica) para contribuir com o total de necessidade enérgica → 100ml temos 50g de glicose. 8 Clinica cirúrgica Andressa Losso *paciente de pos operatório imediato sua necessidade calórica será de 100g de glicose, então 1000ml SGI + 100ml SGH. Eletrolitos: NaCl 20% (ampola de 10 ml), cada ampola contem 34mEq de Na, se paciente necessita 60 meq Na (2 ampolas) KCl 10% (ampola de 10ml contem 13,4 meq) ***lembrando que a hidratação venosa é prescrita no pós operatório onde o paciente não está com a via área pervia, ou por algum motivo não pode receber suas necessidade energéticas via oral ***. Caso clinico Pc do sexo masculino, 60 a, 70kg, acabou de passar por uma gastrectomia parcial, hipertenso, em uso de losartana e sem outras comorbidade. Pa antes da cirurgia: 130/80 mmhg. Determine o esquema de Hidratação venosa: Pós operatório imediato *Necessidade básica de água: 70 x 40= 2800ml *Necessidade de Na: 1,5 x 70 =105 mEq *Necessidade de K: 1x 70 = 70mEq → após 1 DPO *Necessidade energética Pós operatório imediato 100g glicose Pós operatório BH é zerado. Soroterapia SGI 5% (500 ml) 6 frasco → 3000ml / 150 g de glicose (não tem importância passar um pouco para arredondar os cálculos. 1 ampola de Na → 34 meq → 3 ampolas (102 meq) Total do volume: 3030 ml Velocidade = vol total/ 3x 24hrs = 3030/3x24 = 42gotas/ min. **1 DPO Paciente teve uma diurese de 600ml e um episódio de vomito de 500 ml BH do paciente Água: 2800ml→ vol total de 3030ml / glicose: 150g Diurese esperada: 0,5 x 70 = 35 ml/hr , 35 x 24 = 840ml O paciente teve uma diurese menor que o esperado (-240 ml) → não deve receber K. BH = 3030 ml + 500ml – 600 – 500 – 1000= +1430. Correção de perda 2800 -1430 = 1370 ml 500ml de vomito: 30 meq Na (105 +30= 135 meq) 5 meq K (NÃO VAI REPOR POR CONTA DA DIURESE INADEQUADA) Soroterapia *valores arredondados. 150g de glicose ( em 1500ml de SGI tem 75 g, precisa de mais 75g, para isso, usa o SGH 50% → 150 ml tem 75g de glicose) Na: 135 mEq ( 4 ampolas fracionado em 15/15/10 ml) Vol total: 1690 ml Vel de infusão:1690/3x24= 24 gotas/min **2 DPO Diurese de 1000ml *diurese esperada: 840 ml Necessidade básica de água: 2800 ml Necessidade de Na: 105 meq Necessidade de K: 70 meq (repõem já que sua diurese está adequada.) Necessidade energética: 200g de glicose BH: 1690 +500 – 1000-1000 = +190 (balanço hídrico zerado). Não teve perdas extras → sem correção Soroterapia 1 ampola de K → 10 ml → 13,4 meq ( 5 ampolas) 1 ampola de Na → 10 ml → 34 meq (3 ampolas) Glicose → 200g → SGI 3000ML → 150 g e add SGH 50% → 100 ml → 50g = 200g *ampola de SGH é de 50 ml * frasco de SGI é 500ml Volume total: 50 + 30+ 3000+ 100= 3180 ml Velocidade de infusão: 3180/3x24= 44gotas/min Projeto ACERTO Aceleração da recuperação total do pós operatório. Evitar período de jejum superior a 6hrs Evitar reposição volêmica excessiva (ringer lactato ou SF ou cálculos inadequados na HV). Ingestão oral assim que o paciente se recuperar da anestesia. 9 Clinica cirúrgica Andressa Losso Considerar sempre a hidratação oral ao invés da intravenosa (ingestão hídrica, mesmo que a nutrição seja enteral). Anestesia local Substancias que bloqueiam a geração e a propagação de impulsos elétricos com efeito temporário e reversível em uma área delimitada e com manutenção da consciência e ação muscular. Mecanismo de ação: Necessita atravessar a membrana celular, bloqueia os canais de Na intracelular e impede a propagação do sinal nervoso. O anestésico entra sem a forma ionizada, como o ambiente intracelular é mais ácido, transforma em substancia ionizada não permitindo que saia da células, assim, garantindo sua função. Estrutura Anel benzendo (porção lipofílica) grupo amina (potência e toxidade) *cadeia intermediaria (ou ester ou amida) → porção ionizável e hidrofílica. *é através de cadeia intermediaria que os anestésicos locais são classificados Aminésteres (cocaína, procaína, cloroprocaina e tetracaína) → mais relacionados as reações alérgicas. Aminoamidas (lidocaína, mepivacaina, prilocaina, bupivacaina, etidocaina e ropivacaina) **são mais utilizados. Propriedades físico químicas Lipossolubilidade Principal determinante da potência anestésica e é determinada pela cadeia intermediaria. Quanto mais potente, mais toxico o anestésico pode ser. Ionização O grupo amina que determina. Tempo de latência = tempo de início da ação. E o início do bloqueio é determinado pelo pka. >pka>tempo de latência Por exemplo: a lidocaína tem pka= 7,8, logo 80% estará ionizada, enquanto os 20% não, e serão esses 20% que atuarão como bloqueadores da condução de estimulo e sua latência é de cerca 1 a 2 minutos. Afinidade proteica Quanto maior a afinidade proteica maior é a força de ligação aos receptores do canal de Na. Logo quanto maior a afinidade, maior será o tempo de duração do anestésico. Por exemplo: a bupivacaina tem cerca de 95% de afinidade enquanto, a lidocaína tem cerca de 65%. Farmacocinética Absorção Distribuição Metabolismo e eliminação Absorção Como é um anestésico local, o objetivo é que haja menor absorção sistêmica possível. E existem alguns fatores que irão determinar o quanto será a absorção sistêmica: Local vascularizado ou não (quanto mais vascularizado maior é a disseminação sistêmica) Quantidade da dose (quanto maior a dose maior é absorção sistêmica) Efeito vasodilatador (quanto mais dilatador maior é sua absorção sistêmica), por isso muitas vezes associamos vasoconstritor concomitante ao anestésico. Lipossolubilidade (quanto maior, maior é absorção) Distribuição O objetivo desse anestésico é ter uma maior concentração local, porém o mesmo vai se distribuir, primeiramente, para o pulmão, e é o mesmo que protege que a substancia chegue ao coração ou SN (impedindo efeitos colaterais de alta gravidade). Metabolismo e eliminação Principal forma de metabolização é hepática, mas os aminoesteres tem uma metabolização no plasma, devido a pseudocolisterase. Pequenas quantidades será eliminadas pela urina e fezes. Efeitos colaterais Efeitos cardíacos: desde arritmias leves e benignas até mesmo arritmias graves que podem levar a parada cardiorrespiratório ***principalmente a bupivacaina que tem alta afinidade pelas canais cardíacos proporciadando uma cardiotoxidade *** Efeito SN: tonturas, convulsões. *Aminoesteres → alta formação de reação alérgica Sintomas de absorção anestésica sistêmica Tonturas, parestesia oral e língua , gosto desagradável na boca, zumbidos e escotomas. *precisa cessar a administração. Sítios de maior absorção sistêmica (vou listar de ordem crescente, da menor para maior absorção) Femoral→ plexo braquial → epidural → caudal → intercostal. 10 Clinica cirúrgica Andressa Losso Associação com vasoconstritores Vantagens Redução da absorção sistêmica e do risco da toxicidade Prolongamento da duração Diminuição do sangramento Aumento da intensidade do bloqueio Contraindicação Anestesia regional intravenosa (bloqueio de bier) – colocação de um garrote no membro ( isquemia). Orgões em circulação terminal Hipertensão arterial descontrolada Arritmias cardíacas e cardiopatias Angina pectoris instável Uso de antidepressivo e ou inibidores de monoaminoxidase (IMAO). Aminoesteres Cocaína Primeiro anestésico descrito, abolido da pratica clinica pela sua toxicidade e dependência. Usada como uso tópico Procaina (novocaína) Primeiro anestésico sintético Vasconstrictor Baixa potencia (8x menor que bupivacaina) Alta latência (inicio entre 5-10 min) e duração baixa, cerca de 50 min **Associado a reações alérgicas** Tretacaina (pantocaina – 0,5%) Uso tópico em oftalmologia e em raquianestesia Alta potencia e toxicidade (10 x maior que a procaína) Baixa latência e alta duração (cerca de 4-6 h associado com vasoconstrictores) Dose: 1,5 mg/ kg em adulto e 0,5 mg/kg em crianças **lembrando que os aminoesteres não são utilizados na clinica por conta da sua alta reação alérgica** Aminoamidas Lidocaína (1% e 2%) Ação efetiva e segura Uso tópico (gel ou spray) ou infiltração local Altamente seguro Anestésico e possui uma propriedade antiarrítmico Causa baixa reação tecidual → pois seu ph é próximo da neutralidade (ph: 7,8). Potência intermediaria (4x menor que a bupivacaina) Baixa latência (inicio em 1 a 2 min) Media duração (1 a 2 hr) Toxicidade sistêmica relativamente baixa **SNC → convulsões. Possui apresentação comercial associada a vasoconstrictor. Bupivacaina (0,5%) Mais potente do grupo Apresenta uma alta cardiotoxicidade (apresenta uma alta afinidade pelos canais de Na cardíacos) Anestésico (em alta dose) e analgésico (em baixas doses) Uso em infiltração local e anestesia peridural Características: Alta potência Média latência e alta duração Alta toxicidade Ropivacaina (0,5%, 0,75%, 1% e 2%) Ação semelhante a bupivacaina, mas sem alta cardiotoxicidade. Característica: Média potência (30% menos que a bupivacaina) Longa latência e duração Média/baixa toxicidade Bloqueio motor (em altas doses) Prilocaína Usado mais na odontologia e na pele Geralmente está associado a outras drogas Menos toxico do grupo (porém menor potência). Anestésicos inalatórios Consiste na introdução de produto ativo pela via respiratória para fins de absorção no pulmão. São substancias voláteis. Os anestésicos inalatórios se enquadram na anestesia geral e os 4 princípios da anestesia geral: hipnose, analgesia, imobilidade, supressão dos reflexos simpáticos. Utilizam anestesia mista normalmente (inalatório junto com venoso). Vantagens A idade não é fator limitante Eliminação rápida Baixo biotransformação (composto ativo) Recuperação rápida e suave DesvantagemCusto inicial Necessita doses altas que podem geram efeitos deletérios. Equipe especializado 11 Clinica cirúrgica Andressa Losso Farmacocinética Composto ativo que é inalado é absorvido nos alvéolos que seguem para circulação sistêmica e chega no SNC. E o tempo que demora para chegar no sistema nervoso depende do COEFICIENTE DE SOLUBILIDADE SANGUE- GÁS (para chegar até o SNC a substancia precisa estar saturada no sangue). **Quanto MAIOR o coeficiente → MENOR é a velocidade de indução anestésica e de recuperação.** *O coeficiente é a concentração que precisa da substancia até sua saturação, com isso, quanto maior é o coeficiente, maior é a necessidade da substancia no sangue, e com isso chega menor quantidade no SN. Concentração alveolar mínima (CAM) Concentração alveolar mínima para inibir a movimentação de 50% dos pacientes durante um estimulo doloroso. **potência = CAM** Quanto MAIOR CAM → MENOR é potência. O mais potente é Metoxiflurano e o menos potente desflurano. O mais utilizado na clinica são: isoflurano, sevoflurano e desflurano. **pois, não analisa somente o CAM e sim, a solubilidade, os efeitos colaterais. *existem fatores inerentes ao medicamento que reduzem o CAM: Hipóxia, anemia, hipotermia, opioides, tranquilizantes, anestésico locais, gravidez (por conta da progesterona) e idosos. Gráfico CAM x IDADE, que mostra quanto mais velho menor é CAM. Efeitos sistêmicos Sistema respiratório: Aumenta Fr e a respiração é rasa (diminuindo o volume corrente) com isso aumenta a paCO2 e causa broncodilatação. SNC: aumento do fluxo sanguíneo, aumentando a PIC, perda da autorregulação e diminuição do consumo de O2. Sistema cardiovascular: alteração na contração miocárdica (conotropismo) e na resistência vascular periférica. TGU: diminuição do fluxo sanguíneo renal, diminuição filtração glomerular, reduzindo o debito urinário e há aumento de fluoreto (metabolito no anestésico, sendo toxico para rim) Sistema hepático: diminuição do fluxo sanguíneo esplâncnico e necrose hepática Principais anestésicos inalatórios Halotano Não é mais utilizado corriqueiramente, pois gera hepatotoxicidade, arritmias, além da depressão CV e uma indução lenta. Vantagem: preço, diminuição FC, broncodilatação, sem roubo coronariano (desvio de circulação) Isoflurano Um dos mais utilizados. Vantagens: estabilidade CV, baixo matabolismo (0,2%), antiarritmogenico. Desvantagens: taquicardia, preço, desvio da circulação coronariana e odor desagradável. Sevoflurano Vantagens: indução e recuperação rápida, antiarritmogenico, menor taquicardia e hipotensão quando comparado com isoflurano, metabolismo hepático e sem desvio coronariano. Desvantagens:alto custo, baixa potência (CAM muito alto), aumento de fluoreto. Desflurano Vantagens: recuperação rápida, antiarritmogênico, não causa hipotensão e metabolismo hepático. Desvantagens: odor desagradável, baixa potência, custo elevado. Anestésicos venosos Anestesia geral → hipnose, analgesia, imobilidade e supressão dos reflexos. 12 Clinica cirúrgica Andressa Losso Os anestésicos venosos são divididos em subclasses: *Hipnóticos *Analgésicos E eles atuam na potencialização do gaba (neurotransmissor inibitório). **os anestésicos venosos não causam relaxamento muscular, para isso necessita de associações com bloqueadores neuromuscular para imobilidade. Grupo dos Hipnóticos Tiopental, cetamina, propofol, etomidato e benzodiazepínicos *fora da anestesia, eles são utilizados como ansiolíticos. Tiopental Tempo de latência é curto. Barbitúrico Baixo metabolismo (demora para o paciente voltar 100%, ou seja, tem um efeito residual) Gera hipotensão e aumento da FC Diminui o consumo de O2 e a PIC Efeito anticonvulsivante Cetamina Hipnótica e analgésica Estimula o SN simpático liberando catecolaminas aumentando a FC, a contratilidade cardíaca e promovendo vasoconstrição → aumento da pa. É muito utilizada em pacientes com hipotensão ou hemorragia pela sua ação vasoconstrição. Gera aumento no fluxo sanguíneo cerebral e consequentemente aumento da PIC e do consumo de oxigênio. Benzodiazepínicos **Diazepam, lorazepam, midazolam** Hipnose, amnesia anterógrada, ansiolítico, anticonvulsivante, depressão respiratória, pouco eficiente na neurocirurgia. Para ter efeito hipnóticos precisa de altas doses. Uma das vantagens do uso dos benzodiazepínicos a amnesia anterógrada é muito positiva para não gerar trauma por conta da cirurgia. Etomidato É muito utilizado na emergência para fazer intubação de sequência rápida, pois o mesmo tem uma latência muito baixa. Estável do ponto de vista cardiovascular e hemodinâmico. Suprime a suprarrenal e possui alta incidência de vomito (que são refratário aos antieméticos). É bom para neurocirurgia, pois não aumenta o fluxo sanguíneo e nem a PIC. Propofol É o mais utilizado Efeito antiemético Diminui os pruídos causados pelos opioides (que são usados na anestesia para analgesia). Pode ser administrado em infusão continua *pois tem uma cinética previsível (as característica do anestésico está no resumo de farmacologia). Metabolitos inativos *reduz o DC em 10%, pa em 15%, resistência vascular periférica em 20% e fc em 30%. *não é utilizado em cardiopatas, nesse caso usa etomidato. Grupo dos Analgésicos Opidoides:fentanil, remifantanil, sufentanil Morfina O objetivo é que o analgésico atue na percepção, transmissão, transdução na via da dor. Morfina Natural Menos potente para indução anestésica Inicio de ação 20-30 Duração de 4 horas Fentanil Sintético 100x mais potente que a morfina Inicio de ação em 2 -3 mim Muito usado na pratica clinica Duração de 30-40 min Remifentanil Bastante utilizado em anestesia geral Sofre metabolização através da hidrolise por esterases plasmáticas inespecíficas enquanto os demais são metabolizados no fígado. Por isso, possui uma duração rápida e devido a isso, é utilizado em infusão continua para manutenção do seu efeito analgésico. Efeito residual quase nulo → ponto negativo (por isso quando se usa na anestesia para analgesia no fim do procedimento o anestesista administra morfina). Sufentanil Sintético 500x mais potente que a morfina Inicio de ação em 2-3 min Duração de 30-40 min Não é muito utilizado Meperidina Opioide é menos potente que a morfina 13 Clinica cirúrgica Andressa Losso Por isso não se usa mais como indução anestésica, e também porque gera dependência e alucinação. Potência dos opioides Tempo de ação Em ordem decrescente: Morfina→ meperidina→ sufentanil e fentanil→ alfentanil → remifetanil. Efeitos colaterais Geral Retenção urinaria, pruido, depressão respiratória, constipação intestinal, miose, náuseas e vômitos. Cardiovascular Bradicardia, hipotensão ortostática, liberação de histamina, e quando os opioides estão associados com benzodiazepínicos e oxido nítrico causa hipotensão arterial sistêmica. Respiratório Redução de fr Aumento da paco2 Depressão do reflexo da tosse SNC Miose, analgesia, sedação, euforia, disforia, náuseas, vômitos, dependência, diminui o consumo de o2 e reduz o fluxo sanguíneo cerebral. Antídotos para intoxicação Por: Opioides → naloxona Benzodiazepínicos→ flumazenil Pré operatório Precede a cirurgia . Ele inicia quando o paciente tem indicação cirúrgica. Antes precisa analisar o risco cirúrgico, após pode ter a decisão cirúrgica. E nesse momento começa preparar o paciente. Indicação cirúrgica Analise das vantagens e desvantagens. Avaliar os riscos cirúrgicos (estado geral do paciente e o vulto cirúrgico → desde o porte cirúrgico, preparo daequipe, disponibilidade de equipamento, local). Risco cirúrgico Doença de base, doenças associadas, avaliação funcional dos diferentes sistemas, avaliação nutricional, estado psíquico, vulto cirúrgico e hábitos, vícios, alergias, uso de drogas. Avaliação do estado geral Anamnese Exame físico Exames complementares (apenas, se for necessário). A anamnese e exame físico são os pilares para avaliação, pois quando bem feito já avalia o estado do paciente. Anamnese 10 fundamentos para uma boa anamnese pré- operatoria. Medicamento em uso Alergias Etilista/tabagista/drogas ilícitas Doenças concomitantes Antecedentes cirúrgicos, já foi submetido a anestesia (se sim como foi o desfecho). Se for mulher perguntar o DUM (duvidas se pc pode estar gestante) Informação da patologia cirúrgica (também informar como vai ser a recuperação pós cirúrgica) Capacidade funcional (atividade básicas do dia dia, como você consegue 1 lance de escada sem ficar ofegante? ) meperidina morfina alfentanil remifentanil fentanil sufentanil 14 Clinica cirúrgica Andressa Losso Atividade física (pc ativo, sendentario) História de hipertemia maligna (raro, mas quando acontece o desfecho é extremamente ruim → muda conduta na anestesia*) *pergunta se um familiar próximo ou até mesmo paciente. (para lembrar dos 10 mandamentos (MAE DA DICAH)) Exame físico *É um exame mais especifico para cirurgia* Rede venosa periferica e pulso (para acesso venoso) Sinais de insuficiência cardíaca, circulatória e /ou hepática (edema mmiis, varizes, ictérico, palpação do fígado) Pa (ortostàse e decúbito) Sinais de doenças pulmonar obstrutiva ou restritiva (tórax em tonel, aumento do diâmetro anteroposterior, fica maior que o diâmetro (e→d)) Mallampatti (analise para intubar o paciente) e abertura oral. Anatomia relativa a possíveis bloqueios (para fazer bloqueio neuromuscular, por exemplo bloqueio no plexo braquial) Sinais de doenças hemorrágicas (petéquias, equimoses) Estado nutricional e IMC Lesões cutâneas (peleintegra) Mobilidade cervical (relacionado com a intubação, pede para o paciente fletir e estender o pescoço). Classificação de ASA Quanto menor a classificação melhor é o estado do paciente. II pc com hipotireoidismo controlado, por exemplo. III pc tem limitação funcional (pc com ICC, mas ele consegue fazer quase tudo, só atividades de grandes esforços). IV é um paciente incapaz, debilitado. Exames complementares Pc sexo masculino, 25 a, será submetido á cirurgia de correção de hérnia inguinal, sem antecedentes patológicos e sem comemorativos ao exame físico e anamnese. Quais exames devem ser solicitados? NENHUM! Paciente sem sintomas e com ASA I. Hemograma completo para pacientes assintomáticos → não se recomenda. Pacientes >40 a é aprovado fazer hemograma completo. Creatinina → pede em pc com DM, HAS ou pc> 40 a. 15 Clinica cirúrgica Andressa Losso 16 Clinica cirúrgica Andressa Losso Espirometria Rotina: ressecção pulmonar Elevado consumo de tabaco Paciente DPOC Gasometria arterial Indicada para ressecção pulmonar em pneumopatas com espirometria alterada. Decisão cirúrgica Paciente tem que estar de acordo, pois o paciente precisa assinar o documento de consentimento. Ou seja, o paciente participa ativamente na conduta. Preparo pré-operatório Psicológico Tricotomia (aparar os pelos) Preparo da pele Sedação Antibioticoprofilaxia Lavagens/laxantes Cateterismo Vesical → monitorização da perfusão tecidual, cirurgia pélvica ou urinaria. Sonda nasogástrica → dilatação gástrica, obstrução intestinal e cirurgia de emergência (anestesia geral). **o preparo para a cirurgia depende o qual tipo de cirurgia vai ser feita. Não necessariamente em cada cirurgia vai precisar de todos os itens. Orientações quanto ao tempo de jejum pré- operatório Líquidos claros (sem resíduos, como água, chá, café, gelatina e sucos coados) → 2hrs ****o mais utilizado na pratica clinica é jejum absoluto de 8 horas **** *lembrar que jejum prolongado aumenta a resposta endócrino metabólica* Medicamentos em uso Anticoagulantes orais (suspenso em 3 a 5 dias), anti- agregantes plaquetários (aspirina tem que suspender 7 dias em cirurgias de grande porte), AINEs, antidepressivo (classe IMAO), hipoglicemiantes orais (suspende e controla a glicemia insulina), diuréticos inibidores da reabsorção do potássio. **normalmente esses remédios são suspensos, pois aumentam a chances de sangramentos** Betabloqueadores, anti hipertensivos, broncodilatadores, cardiotônicos, corticoides, anticonvulsivantes, insulina, antialérgicos, potássio→ mantem até o dia da cirurgia. 17 Clinica cirúrgica Andressa Losso Momento operatório Faz um check-list Indicação cirúrgica adequada? Desfecho clinico? O paciente tem fator que poder aumentar o risco habitual da cirurgia? É passível de controle? → indicação vs risco → leva a decisão cirúrgica. No preparo cirúrgico aqueles fatores que o pacientes possuem para aumentar o risco devem ser controlado, sempre averiguar se o paciente está de jejum para sim prosseguir para a cirurgia. Bloqueador neuromuscular São utilizados na anestesia geral para gere relaxamento muscular. Utilizados também para intubação orotraqueal. Atua nos receptores nicotínicos. Subdividido: 1.Despolarizantes → despolarização sustentada da placa motora. 2.Adespolarizantes → inibição competitiva da ligação da acetilcolina ao receptor nicotínico juncional. *Bloqueador neuromuscular ideal* Adespolarizantes Rápido início da ação Duração dose dependente Ausência de efeitos colaterais Eliminação independente da função renal ou hepática Sem metabólitos tóxicos ou ativos Ação da acetilcolina Acetilcolina liga nos receptores nicotínicos ativando a entrada de Na e saída de K isso gera um potencial de ação que chega aos túbulos T e reticulo sarcoplasmático que promove a liberação de Ca e consequentemente a contração muscular. Bloqueio de grupos musculares Sequência de relaxamento dos músculos. lembrar que o diafragma é o último a sofrer relaxamento. E é o primeiro musculo a voltar pós anestesia. Bloqueadores neuromusculares despolarizantes Succinilcolina (amônio quaternário semelhante a ACh) → intubação de sequência rápida. Suxametônio e decametônio (porém o mais utilizado é o succinilcolina). Ação dos despolarizantes Eles mimetizam a acetilcolina e se ligam aos receptores nicotínico, ocorrendo a despolarização que gera fasciculações, e essa despolarização se mantem sustentada, de modo que, as fasciculações evoluem para flacidez muscular. Há repolarização da membrana, porém os receptores nicotínicos estão dessensibilizados por conta da ligação com o succinilcolina, por exemplo. **Quando o succinilcolina se liga ao receptor nicotínico gera despolarização com a abertura de dos canais de Na e K, o Na entra nas células enquanto o K vai para o meio extracelular (podendo gerar hipercalemia → sendo uma das causas já estudadas anteriormente), pós abertura dos canais há formação do período refratário que vem junto com as fasciculações promovendo o bloqueio e relaxamento muscular. *quando a succinilcolina desprender do receptor, ela será metabolizada pela pseudocolinesterase. Efeitos colaterais Aumento da pressão intragastrica, intraocular e da PIC (não é comum) Mialgia (mais em mulheres) 1° e 2° • extra-oculares e palpebrais • cervicais e mandibula 3° e 4° • membros superiores e inferiores • abdominais 5° e 6° • intercostais • diafragma Succinilcolina Acetilcolina 18Clinica cirúrgica Andressa Losso Espasmo do masseter Anafilaxia Bradicardia sinusal, ritmo juncional e arritmias ventriculares Hipercalemia Hipertermia maligna (no pré operatório tem que sempre averiguar se o pc não possui história familiar de hipertermia maligna, caso exista, é necessário optar por um despolarizante que não seja a succinilcolina). Bloqueadores neuromusculares adespolarizantes Inibição competitiva da ligação de Ach ao receptor nicotínico juncional. Pode ser revertido quando se aumenta a concentração do agonista. Esses bloqueadores possuem um inicio do efeito mais lento comparado com os despolarizantes, pois como os adespolarizantes são competidores com Ach, para iniciar o efeito faz necessário que 75% dos receptores nicotínicos estejam bloqueados. *mivacúrio, cisatracúrio, atracúrio, rocurônio (pode ser usado na intubação de sequência rápida, sendo a segunda opção quando o pc não pode usar a succinilcolina), vecurônio e pancurônio* O cisatracúrio e atracúrio não depende da metabolização hepática ou renal, pois são metabolizados no plasma. No entanto, eles demoram mais tempo para iniciar o efeito (4 min), por isso não são indicados em sequência de intubação rápida, são mais usados em cirurgias eletivas. Efeitos colaterais Estão relacionados com liberação de histamina e são dose dependente (ou seja, quando administra uma dose muito alta em um curto período há maior liberação de histamina). Eritema, hipotensão, taquicardia reflexa, broncoespasmo e arritmias. Reversão A recuperação do efeito da succinilcolina é espontânea: NÃO se deve administrar nada para reversão do seu bloqueio (feita pela pseudocolinesterase plasmática). A succinilcolina atua por apenas 5 minutos. Existe paciente que possui deficiência da pseudocolinesterase homozigota (o paciente volta em 4 hrs) e heterozigota (2 hrs), porém não precisa administrar nada, pois o paciente vai voltar, apenas mantem o pc monitorizado e intubado. Reversão dos adespolarizantes, como o rocurônio usa- se o Sugammadex (agonista). Interações Existem situações que potencializam a ação do bloqueador neuromuscular. Uso de anestésicos inalatórios (sevoflurano e o desflurano). Alguns antibióticos (gentamicina) Miastenia gravis (anticorpo pelos receptores nicotínicos, ou seja, os receptores já são reduzidos, quando administra o bloqueador o efeito é muito potencializado, por isso quando o pc tiver miastenia é melhor evitar bloqueadores neuromusculares).
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