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FUNDAMENTOS-E-CONTEXTOS-DA-EDUCAÇÃO-ESPECIAL-E-DA-INCLUSÃO-ESCOLAR

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2 
 
SUMÁRIO 
 .......................................................................................................................... 1 
1 EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO ESCOLAR .................................... 3 
2 O DESPREPARO E O MEDO .................................................................... 6 
3 A PRÁTICA ESCOLAR ............................................................................. 10 
4 A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL .................................................... 11 
5 NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS ...................................... 14 
6 A INTEGRAÇÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES 
EDUCATIVAS ESPECIAIS NO SISTEMA ................................................................ 15 
7 O MOVIMENTO INCLUSIVO .................................................................... 21 
8 O AEE – ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO ................. 24 
8.1 Como trabalhar em parceria com o AEE? .......................................... 26 
8.2 Institucionalização do AEE no Projeto Político Pedagógico ............... 28 
8.3 Professor do Atendimento Educacional Especializado – AEE ........... 29 
8.4 Estudantes Público Alvo do AEE ........................................................ 30 
8.5 Objetivos e Ações do Programa Implantação de Salas de Recursos 
Multifuncionais ....................................................................................................... 31 
8.6 Critérios para a Implantação das Salas de Recursos Multifuncionais 32 
8.7 Adesão, Cadastro e Indicação das Escolas ....................................... 33 
8.8 Funcionamento das Salas de Recursos Multifuncionais .................... 34 
9 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 37 
10 ARTIGO PARA REFLEXÃO .................................................................. 39 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO ESCOLAR 
 
Fonte:cdn.doutissima.com.br 
A Constituição Federal, através do artigo 205, garante o direito à educação a 
todos os indivíduos. Quando a constituição se refere ao termo “todos os indivíduos”, 
subtende-se que não há distinção. No artigo 206 é ressaltada a igualdade de 
condições para acesso e permanência na escola. 
Observa-se então que, a constituição garante a todos o direito de a educação 
sem distinção de raça, sexo, cor, origem ou deficiência. Fica claro que não é permitido 
nenhum tipo de discriminação ou impedimento da matrícula do indivíduo com 
deficiência na rede regular de ensino. 
A Conferência Mundial em Educação Especial, organizada pelo governo da 
Espanha na cidade de Salamanca, em cooperação com a UNESCO, em 1994, 
ressalta que o direito de cada criança a educação é proclamado na Declaração 
Universal de Direitos Humanos e foi fortemente reafirmado pela Declaração Mundial 
Sobre Educação para Todos. Na Declaração de Salamanca ficou estabelecido que 
Toda criança tem direito fundamental a educação, e deve ser dada a 
oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem” e “toda 
criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de 
aprendizagens que são únicas. Qualquer pessoa portadora de deficiência tem 
o direito de expressar seus desejos com relação á sua educação, tanto 
quanto estes possam ser realizados. Pais possuem o direito inerente de 
serem consultados sobre a forma de educação mais apropriada às 
necessidades, circunstâncias e aspirações de suas crianças. (MEC/SEESP, 
2006:33) 
 
 
 
 
4 
 
A inclusão requer mais que integração, mas respeito à individualidade de cada 
um, considerando as necessidades e desejos apresentados pelo indivíduo com 
deficiência e a opinião da família em relação ao sujeito incluído. 
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 
9.394/96), o Atendimento Educacional Especializado, Assegurado no artigo 58, § 1º e 
§ 2º, ressalta que: 
7§ 1º. Haverá, quando necessário, serviço de apoio especializado, na escola 
regular, para atender as peculiaridades da clientela de Educação Especial. 
§ 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços 
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não 
for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. (LDB 9.394/96). 
O artigo da LDB assegura o serviço de apoio especializado, ou atendimento 
educacional especializado, aos indivíduos com deficiência sempre que for necessário 
para atender as necessidades de cada aluno. 
Quando não for possível a integração do aluno nas classes comuns de ensino 
regular, poderá ocorrer o atendimento educacional através do serviço de apoio 
especializado. 
A lei Nº 10.845, de 5 de março de 2004, institui o programa de Complementação 
ao Atendimento Educacional Especializado às pessoas com Deficiência e ressalta no 
artigo 1º que: 
Fica instituído, no âmbito do Fundo Nacional de desenvolvimento da Educação 
– FND, programa de complementação ao Atendimento Educacional Especializado às 
Pessoas Portadoras de deficiências – PAED, em cumprimento do disposto no inciso 
III do artigo 208 da Constituição, com os seguintes objetivos: 
I – Garantir a universalização do atendimento especializado de educandos 
portadores de deficiência cuja situação não permita a integração em classes comuns 
de ensino regular; 
II – Garantir, progressivamente, a inserção dos educandos portadores de 
deficiência nas classes comuns de ensino regular. ” (MEC/SEESP, 2006: 190). 
 
 
 
 
5 
 
 
Fonte:clmais.com.br 
A lei citada destaca a necessidade de garantir às crianças com necessidades 
especiais nas escolas inclusivas, apoio e suporte extra que assegurem uma educação 
efetiva evitando-se o encaminhamento dessas crianças a escolas, classes ou seções 
permanentes de Educação Especial, salvo exceções, quando há incapacidade de o 
aluno frequentar a classe regular de ensino. 
Há estruturas de ação em Educação Especial, adotadas pela Conferência 
Mundial em Educação Especial, que se compõe de aspectos que visam à 
implementação de políticas, recomendações e ações governamentais que visão 
aspectos de melhoria para a Educação Especial, dentre eles estão incluídos os 
serviços externos de apoio à Educação Especial. 
De acordo com a LDB (artigo 58), existe a possibilidade do Atendimento 
Educacional Especializado, ocorrer fora do ambiente escolar, entretanto, o ensino 
regular não deve ser substituído, e sim, apoiado através de intervenções que visem o 
aprendizado e o desenvolvimento do aluno. A importância do apoio ou suporte ao 
professor que possui em sala de aula um aluno com deficiência é percebida através 
da dificuldade que o educador apresenta em alfabetizar esse aluno, visto que, 
normalmente as salas de aula do ensino regular público, onde a inclusão ocorre de 
forma mais efetiva, normalmente apresentam problemas de superlotação. Tal fato 
impossibilita o professor de desenvolver com este aluno, um trabalho mais específico 
que atenda suas reais necessidades. 
 
 
 
 
6 
 
 Para crianças com necessidades educacionais especiais uma rede contínua 
de apoio deveria ser providenciada, com variação desde a ajuda mínima na classe 
regular até programas adicionais de apoio à aprendizagem dentro da escola e 
expandindo, conforme necessário, à provisão de assistência dada por professores 
especializados e pessoal de apoio externo. (MEC/SEESP, 2006:335) 
2 O DESPREPARO E O MEDO 
O despreparo e o medo do desconhecido ainda pairam sobre as salas de aula 
frente à inclusão. Incluir um aluno na escola regular vai muito além de permitir a 
frequência e participação do mesmo nas aulas sem dá-lo condições para aprender. A 
inclusão requer participação ativa no processo de ensino e aprendizagem, 
socialização e vivência. Para que isto ocorra de forma efetiva é necessário que a 
escola se organize funcionalmente e estruturalmente para receber este aluno e incluí-lo. O currículo deve ser adaptado às necessidades dos alunos, promovendo 
oportunidades que se adéquem as habilidades e interesses diferenciado na intenção 
de promover a inclusão de todos. 
A Educação Especial deve fazer parte do cotidiano da escola, abrangendo a 
educação básica e o ensino superior, na intenção de garantir aos alunos que 
necessitem de apoio especializado e de intervenção pedagógica adequada, uma 
maior eficiência no processo de ensino e aprendizagem, dentro do contexto no qual 
está inserido. 
O movimento nacional para incluir todas as crianças na escola e o ideal de uma 
escola para todos vêm dando novo rumo às expectativas educacionais para os alunos 
com necessidades especiais. 
Esses movimentos evidenciam grande impulso desde a década de 90 no que 
se refere à colocação de alunos com deficiência na rede regular de ensino e têm 
avançado aceleradamente em alguns países desenvolvidos, constatando-se que a 
inclusão bem-sucedida desses educandos requer um sistema educacional diferente 
do atualmente disponível. 
 
 
 
 
7 
 
 
Fonte:portal.mec.gov.br 
Implicam a inserção de todos, sem distinção de condições linguísticas, 
sensoriais, cognitivas, físicas, emocionais, étnicas, socioeconômicas ou outras e 
requer sistemas educacionais planejados e organizados que deem conta da 
diversidade dos alunos e ofereçam respostas adequadas às suas características e 
necessidades. 
A inclusão escolar constitui, portanto, uma proposta politicamente correta que 
representa valores simbólicos importantes, condizentes com a igualdade de direitos e 
de oportunidades educacionais para todos, em um ambiente educacional favorável. 
Impõe-se como uma perspectiva a ser pesquisada e experimentada na realidade 
brasileira, reconhecidamente ampla e diversificada. 
Ao pensar a implementação imediata do modelo de educação inclusiva nos 
sistemas educacionais de todo o país (nos estados e municípios), há que se 
contemplar alguns de seus pressupostos. Que professor o modelo inclusivista prevê? 
O professor especializado em todos os alunos, inclusive nos que apresentam 
deficiências? 
O plano teórico-ideológico da escola inclusiva requer a superação dos 
obstáculos impostos pelas limitações do sistema regular de ensino. Seu ideário 
defronta-se com dificuldades operacionais e pragmáticas reais e presentes, como 
recursos humanos, pedagógicos e físicos ainda não contemplados nesse Brasil afora, 
mesmo nos grandes centros. Essas condições, a serem plenamente conquistadas em 
 
 
 
 
8 
 
futuro remoto, supõe-se, são exequíveis na atualidade, em condições restritamente 
específicas de programas-modelos ou experimentais. 
O que se afigura de maneira mais expressiva ao se pensar na viabilidade do 
modelo de escola inclusiva para todo o país no momento, é a situação dos recursos 
humanos, especificamente dos professores das classes regulares, que precisam ser 
efetivamente capacitados para transformar sua prática educativa. 
A formação e a capacitação docente impõem-se como meta principal a ser 
alcançada na concretização do sistema educacional que inclua todos, 
verdadeiramente. 
É indiscutível a dificuldade de efetuar mudanças, ainda mais quando implicam 
novos desafios e inquestionáveis demandas socioculturais. O que se pretende, numa 
fase de transição onde os avanços são inquietamente almejados, é o enfrentamento 
desses desafios mantendo-se a continuidade entre as práticas passadas e os 
presentes, vislumbrando o porvir; é procurar manter o equilíbrio cuidadoso entre o que 
existe e as mudanças que se propõem. 
Observe-se a legislação atual. Quando se preconiza, para o aluno com 
necessidades especiais, o atendimento educacional especializado preferencialmente 
na rede regular de ensino, evidencia-se uma clara opção pela política de integração 
no texto da lei, não devendo a integração – seja como política ou como princípio 
norteador – ser penalizada em decorrência dos erros que têm sido identificados na 
sua operacionalização nas últimas décadas. 
O êxito da integração escolar depende, dentre outros fatores, da eficiência no 
atendimento à diversidade da população estudantil. Como atender a essa 
diversidade? Sem pretender respostas conclusivas, sugere-se estas, dentre outras 
medidas: elaborar propostas pedagógicas baseadas na interação com os alunos, 
desde a concepção dos objetivos; reconhecer todos os tipos de capacidades 
presentes na escola; sequenciar conteúdos e adequá-los aos diferentes ritmos de 
aprendizagem dos educandos; adotar metodologias diversas e motivadoras; avaliar 
os educandos numa abordagem processual e emancipadora, em função do seu 
progresso e do que poderá vir a conquistar. 
 
 
 
 
9 
 
 
Fonte: portals1.com.br 
Alguns educadores defendem que uma escola não precisa preparar-se para 
garantir a inclusão de alunos com necessidades especiais, mas tornar-se preparada 
como resultado do ingresso desses alunos. Indicam, portanto, a colocação imediata 
de todos na escola. Entendem que o processo de inclusão é gradual, interativo e 
culturalmente determinado, requerendo a participação do próprio aluno na construção 
do ambiente escolar que lhe seja favorável. Embora os sistemas educacionais tenham 
a intenção de realizar intervenções pedagógicas que propiciem às pessoas com 
necessidades especiais uma melhor educação, sabe-se que a própria sociedade 
ainda não alcançou níveis de integração que favoreçam essa expectativa. 
Para incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada, devendo firmar 
a convivência no contexto da diversidade humana, bem como aceitar e valorizar a 
contribuição de cada um conforme suas condições pessoais. 
A educação tem se destacado como um meio privilegiado de favorecer o 
processo de inclusão social dos cidadãos, tendo como mediadora uma escola 
realmente para todos, como instância sociocultural. 
 
 
 
 
 
10 
 
3 A PRÁTICA ESCOLAR 
A prática escolar tem evidenciado o que pesquisas científicas vêm 
comprovando: os sistemas educacionais experimentam dificuldades para integrar o 
aluno com necessidades especiais. Revelam os efeitos dificultadores de diversos 
fatores de natureza familiar, institucionais e socioculturais. 
A maioria dos sistemas educacionais ainda se baseiam na concepção médico-
psicopedagógico quanto à identificação e ao atendimento de alunos com 
necessidades especiais. 
Focaliza a deficiência como condição individual e minimiza a importância do 
fator social na origem e manutenção do estigma que cerca essa população específica. 
Essa visão está na base de expectativas massificadas de desempenho escolar dos 
alunos, sem flexibilidade curricular que contemple as diferenças individuais. 
Outras análises levam à constatação de que a própria escola regular tem 
dificultado, para os alunos com necessidades especiais, as situações educacionais 
comuns propostas para os demais alunos. 
Direcionam a prática pedagógica para alternativas exclusivamente 
especializadas, ou seja, para alunos com necessidades especiais, a resposta 
educacional adequada consiste em serviços e recursos especializados. 
Tais circunstâncias apontam para a necessidade de uma escola transformada. 
Requerem a mudança de sua visão atual. A educação eficaz supõe um projeto 
pedagógico que enseje o acesso e a permanência – com êxito – do aluno no ambiente 
escolar; que assume a diversidade dos educandos, de modo a contemplar as suas 
necessidades e potencialidades. 
A forma convencional da prática pedagógica e do exercício da ação docente é 
questionada, requerendo-se o aprimoramento permanente do contexto educacional. 
Nessa perspectiva é que a escola virá a cumprir o seu papel, viabilizando as 
finalidades da educação. 
 
 
 
 
11 
 
 
Fonte:gestaoescolar.org.br 
Em uma dimensão globalizada da escola e no bojo do seu projeto pedagógico, 
a gestão escolar, os currículos, os conselhos escolares, a parceria com a comunidadeescolar e local, dentre outros, precisam ser revistos e redimensionados, para fazer 
frente ao contexto da educação para todos. A lei nº 9.394 – de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional – respalda, enseja e oferece elementos para a transformação 
requerida pela escola de modo que atenda aos princípios democráticos que a 
orientam. 
4 A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL 
A Educação Especial tem sido atualmente definida no Brasil segundo uma 
perspectiva mais ampla, que ultrapassa a simples concepção de atendimentos 
especializados tal como vinha sendo a sua marca nos últimos tempos. 
Conforme define a nova LDB, trata-se de uma modalidade de educação 
escolar, voltada para a formação do indivíduo, com vistas ao exercício da cidadania. 
Como elemento integrante e indistinto do sistema educacional, realiza-se 
transversalmente, em todos os níveis de ensino, nas instituições escolares, cujo 
projeto, organização e prática pedagógica devem respeitar a diversidade dos alunos, 
a exigir diferenciações nos atos pedagógicos que contemplem as necessidades 
educacionais de todos. 
 
 
 
 
12 
 
Os serviços educacionais especiais, embora diferenciados, não podem 
desenvolver-se isoladamente, mas devem fazer parte de uma estratégia global de 
educação e visar suas finalidades gerais. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais preconizam a atenção à diversidade da 
comunidade escolar e baseiam-se no pressuposto de que a realização de adaptações 
curriculares pode atender a necessidades particulares de aprendizagem dos alunos. 
Consideram que a atenção à diversidade deve se concretizar em medidas que levam 
em conta não só as capacidades intelectuais e os conhecimentos dos alunos, mas, 
também, seus interesses e motivações. 
A atenção à diversidade está focalizada no direito de acesso à escola e visa à 
melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem para todos, irrestritamente, bem 
como as perspectivas de desenvolvimento e socialização. A escola, nessa 
perspectiva, busca consolidar o respeito às diferenças, conquanto não elogie a 
desigualdade. As diferenças vistas não como obstáculos para o cumprimento da ação 
educativa, mas, podendo e devendo ser fatores de enriquecimento. 
A diversidade existente na comunidade escolar contempla uma ampla 
dimensão de características. Necessidades educacionais podem ser identificadas em 
diversas situações representativas de dificuldades de aprendizagem, como 
decorrência de condições individuais, econômicas ou socioculturais dos alunos: 
• Crianças com condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais e sensoriais 
diferenciadas; 
• Crianças com deficiência e bem-dotadas; 
• Crianças trabalhadoras ou que vivem nas ruas; 
• Crianças de populações distantes ou nômades; 
• Crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais; 
• Crianças de grupos desfavorecidos ou marginalizados. 
A expressão necessidades educacionais especiais podem ser utilizadas para 
referir-se a crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua elevada 
capacidade ou de suas dificuldades para aprender. 
 
 
 
 
13 
 
 
Fonte:observatoriodorecife.org.br 
Está associada, portanto, a dificuldades de aprendizagem, não 
necessariamente vinculada a deficiências. O termo surgiu para evitar os efeitos 
negativos de expressões utilizadas no contexto educacional – deficientes, 
excepcionais, subnormais, superdotados, infradotados, incapacitados etc. – para 
referir-se aos alunos com altas habilidades/superdotação, aos portadores de 
deficiências cognitivas, físicas, psíquicas e sensoriais. Tem o propósito de deslocar o 
foco do aluno e direcioná-lo para as respostas educacionais que eles requerem, 
evitando enfatizar os seus atributos ou condições pessoais que podem interferir na 
sua aprendizagem e escolarização. 
É uma forma de reconhecer que muitos alunos, sejam ou não portadores de 
deficiências ou de superdotação, apresentam necessidades educacionais que 
passam a ser especiais quando exigem respostas específicas adequadas. 
O que se pretende resgatar com essa expressão é o seu caráter de 
funcionalidade, ou seja, o que qualquer aluno pode requerer do sistema educativo 
quando frequenta a escola. Isso requer uma análise que busque verificar o que ocorre 
quando se transforma as necessidades especiais de uma criança numa criança com 
necessidades especiais. Com frequência, necessitar de atenção especial na escola 
pode repercutir no risco de tornar-se um portador de necessidades especiais. Não se 
trata de mero jogo de palavras ou de conceitos. 
 
 
 
 
14 
 
5 NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS 
Falar em necessidades educacionais especiais, portanto, deixa de ser pensar 
nas dificuldades específicas dos alunos e passa a significar o que a escola pode fazer 
para dar respostas às suas necessidades, de um modo geral, bem como aos que 
apresentam necessidades específicas muito diferentes dos demais. Considera os 
alunos, de um modo geral, como passíveis de necessitar, mesmo que 
temporariamente, de atenção específica e poder requerer um tratamento diversificado 
dentro do mesmo currículo. Não se nega o risco da discriminação, do preconceito e 
dos efeitos adversos que podem decorrer dessa atenção especial. Em situação 
extrema, a diferença pode conduzir à exclusão. Por culpa da diversidade ou de nossa 
dificuldade em lidar com ela? 
Nesse contexto, a ajuda pedagógica e os serviços educacionais, mesmo os 
especializados – quando necessários – não devem restringir ou prejudicar os 
trabalhos que os alunos com necessidades especiais compartilham na sala de aula 
com os demais colegas. Respeitar a atenção à diversidade e manter a ação 
pedagógica “normal” parece ser um desafio presente na integração dos alunos com 
maiores ou menos acentuadas dificuldades para aprender. 
Embora as necessidades especiais na escola sejam amplas e diversificadas, a 
atual Política Nacional de Educação Especial aponta para uma definição de 
prioridades no que se refere ao atendimento especializado a ser oferecido na escola 
para quem dele necessitar. 
Nessa perspectiva, define como aluno portador de necessidades especiais 
aquele que “... por apresentar necessidades próprias e diferentes dos demais alunos 
no domínio das aprendizagens curriculares correspondentes à sua idade, requer 
recursos pedagógicos e metodologias educacionais específicas. ” A classificação 
desses alunos, para efeito de prioridade no atendimento educacional especializado 
(preferencialmente na rede regular de ensino), consta da referida Política e dá ênfase 
a: 
• portadores de deficiência mental, visual, auditiva, física e múltipla; 
• portadores de condutas típicas (problemas de conduta); 
• portadores de Superdotação. 
 
 
 
 
15 
 
 
Fonte:s2.glbimg.com 
A educação especial pode ser oferecida em instituições públicas ou 
particulares. As políticas recentes de educação especial têm indicado as seguintes 
situações para a organização do atendimento: 
• Integração plena na rede regular de ensino, com ou sem apoio em sala de 
recursos. 
• Classe especial em escola regular. Pelas dificuldades de integração dos alunos 
em salas de ensino regular, algumas escolas optam pela organização de salas 
de aula exclusivas ao atendimento de alunos com necessidades especiais. 
• Escola especializada, destinada a atender os casos em que a educação integrada 
não se apresenta como viável, seja pelas condições do aluno, seja pelas do 
sistema de ensino. 
6 A INTEGRAÇÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCATIVAS 
ESPECIAIS NO SISTEMA 
A integração dos portadores de necessidades educativas especiais no sistema 
de ensino regular é uma diretriz constitucional (art. 208, III), fazendo parte da política 
governamental há pelo menos uma década. 
 
 
 
 
16 
 
 
Fonte:fireflyfriends.com 
Mas, apesar desse relativamente longo período, tal diretriz ainda não produziu 
a mudança necessária na realidade escolar, de sorte que todas as crianças,jovens e 
adultos com necessidades especiais sejam atendidos em escolas regulares, sempre 
que for recomendado pela avaliação e suas condições pessoais. 
A concepção da política de integração da educação especial na rede regular 
de ensino abrange duas vertentes fundamentais: 
O âmbito social, a partir do reconhecimento das crianças, jovens e adultos 
especiais como cidadãos e de seu direito de estarem integrados à sociedade o mais 
plenamente possível; 
O âmbito educacional, tanto nos aspectos administrativos (adequação do 
espaço escolar, de seus equipamentos e materiais pedagógicos) quanto na 
qualificação dos professores e demais profissionais envolvidos. O ambiente escolar 
como um todo deve ser sensibilizado para uma perfeita integração. Propõe-se uma 
escola integradora, inclusiva, aberta à diversidade dos alunos, no que a participação 
da comunidade é fator essencial. 
Entre outras características dessa política, são importantes a flexibilidade e a 
diversidade, quer porque o aspecto das necessidades especiais é variado, quer 
porque as realidades são bastante diversificadas no país. 
Quanto às escolas especiais, a política de inclusão as reorienta para prestarem 
apoio aos programas de integração. 
 
 
 
 
17 
 
Enquanto modalidade de ensino, a educação especial deve seguir os mesmos 
requisitos curriculares dos respectivos níveis de ensino aos quais está associada. No 
entanto, de modo a considerar as especificidades dessa modalidade de ensino e 
auxiliar no processo de adaptação à nova política de integração, os sistemas de 
ensino contam atualmente com o documento Adaptações curriculares. 
Esse documento define estratégias para a educação de alunos com 
necessidades educativas especiais e orienta os sistemas de ensino para o processo 
de construção da educação na diversidade. 
Os currículos devem ter uma base nacional comum, conforme determinam os 
arts. 26 e 27 da LDBEN, a ser suplementada e complementada por uma parte 
diversificada, exigida, inclusive, pelas características dos alunos. 
Em casos muito singulares, em que o educando com graves 
comprometimentos mentais e/ou múltiplos não puder beneficiar-se de um currículo 
que inclua formalmente a base nacional comum, deverá ser proposto um currículo 
especial para atender suas necessidades, com características amplas apresentadas 
pelo aluno. 
O currículo especial – tanto na educação infantil como nas séries iniciais do 
ensino fundamental – distingue-se pelo caráter funcional e pragmático das atividades 
previstas. 
Alunos com grave deficiência mental ou múltipla têm, na grande maioria das 
vezes, um longo percurso educacional sem apresentar resultados de escolarização 
previstos no Inciso I do art. 32 da LDBEN: «o desenvolvimento da capacidade de 
aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do 
cálculo». 
Nesse caso, e esgotadas todas as possibilidades apontadas no art. 24 da 
LDBEN, deve ser dada, a esses alunos, uma certificação de conclusão de 
escolaridade, denominada «terminalidade específica». Terminalidade específica, 
portanto, é «uma certificação de conclusão de escolaridade, com histórico escolar que 
apresenta, de forma descritiva, as habilidades atingidas pelos educandos cujas 
necessidades especiais, oriundas de grave deficiência mental ou múltipla, não lhes 
permitem atingir o nível de conhecimento exigido para a conclusão do ensino 
fundamental, respeitada a legislação existente, esgotadas as possibilidades 
 
 
 
 
18 
 
pontuadas no art. 24 da Lei n.º 9.394/96 e de acordo com o regimento e a proposta 
pedagógica da escola». 
 
 
Fonte:nutrifilhos.com 
A referida certificação de escolaridade deve possibilitar novas alternativas 
educacionais, tais como o encaminhamento para cursos de educação de jovens e 
adultos e de preparação para o trabalho, cursos profissionalizantes e 
encaminhamento para o mercado de trabalho competitivo ou não. 
A educação especial para o trabalho é uma alternativa que visa à integração 
do aluno com deficiência na vida em sociedade, a partir de ofertas de formação 
profissional. Efetiva-se por meio de adequação dos programas de preparação para o 
trabalho, de educação profissional, de forma a viabilizar o acesso das pessoas com 
necessidades educacionais especiais em cursos de nível básico, técnico e 
tecnológico, possibilitando o acesso ao mercado formal ou informal. As adequações 
efetivam-se por meio de: 
• Adaptação dos recursos instrucionais: material pedagógico, equipamento, 
currículo e outros. 
• Capacitação de recursos humanos: professores, instrutores e profissionais 
especializados. 
• Eliminação de barreiras arquitetônicas. 
 
 
 
 
19 
 
A educação especial para o trabalho pode ser realizada em escolas especiais, 
governamentais ou não, em oficinas pré-profissionais ou oficinas profissionalizantes 
(de forma protegida ou não), em escolas profissionais do sistema S (SESI, SENAI, 
SENAC, etc.), em escolas agro técnicas e técnicas federais ou em centros federais de 
educação tecnológica e em outras congêneres. 
Os arts. 3º e 4º do Decreto n.º 2.208/97 contemplam a inclusão de alunos em 
cursos de educação profissional de nível básico, independentemente de escolaridade 
prévia, além dos cursos de nível técnico e tecnológico. Assim, alunos com 
necessidades especiais também podem, com essa condição, beneficiar-se desses 
cursos, qualificando-se para o exercício de funções demandadas pelo mundo do 
trabalho. 
A educação para o trabalho oferecida aos alunos com necessidades especiais 
que não apresentarem condições de se integrar aos cursos profissionalizantes acima 
mencionados deve ser realizada em oficinas profissionalizantes protegidas, com vista 
à inserção não-competitiva no mundo do trabalho. 
Sendo a educação especial uma modalidade de ensino que perpassa os 
diversos níveis de ensino, o nível de formação exigido equivale aos requisitos para 
atuação nos respectivos níveis de ensino aos quais está associada. 
Sendo assim, para atuação na educação infantil e no primeiro segmento do 
ensino fundamental, exige-se formação mínima em nível médio, na modalidade 
Normal. Para atuação no segundo segmento do ensino fundamental e no ensino 
médio, exige-se formação em nível superior. 
A partir de 2007, a formação mínima exigida para atuação nos respectivos 
níveis de ensino e, portanto, na modalidade de educação especial será a licenciatura 
plena, obtida em nível superior. 
O Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação Especial, 
também desenvolve o Programa Nacional de Capacitação de Recursos Humanos, 
dirigido aos profissionais que atuam no ensino regular. 
 
 
 
 
20 
 
 
Fonte:celsoantunes.com.br 
O Programa prevê atendimento gradual dos municípios brasileiros, utilizando-
se de recursos da educação à distância, de modo a possibilitar maior oferta de 
atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais. 
O conhecimento da realidade da educação especial no país é ainda bastante 
precário, porque não se dispõe de estatísticas completas nem sobre o número de 
pessoas com necessidades especiais nem sobre o atendimento. Somente a partir do 
ano 2000, o Censo Demográfico passou a oferecer dados mais precisos, permitindo 
análises mais profundas da realidade. 
A Organização Mundial de Saúde estima que em torno de 10% da população 
de um país têm necessidades especiais de diversas ordens: visuais, auditivas, físicas, 
mentais, múltiplas, distúrbios de conduta e, também, superdotação ou altas 
habilidades. Se essa estimativa se aplicar ao Brasil, estima-se a existência de cerca 
de 15 milhões de pessoas nessa condição. 
A informação mais recente de que se dispõe, em âmbito nacional, foi obtida 
pelo Censo Demográfico de 1991, que investigou a existência de pessoas portadoras 
de cegueira, surdez, paralisia, falta de membros ou parte deles e deficiência mental, 
em uma amostracom aproximadamente 10% dos domicílios do país. Apuradas as 
respostas, a parcela de pessoas portadoras de deficiência foi calculada em 1,5% da 
população brasileira, bem inferior, portanto, às estimativas dos organismos 
internacionais de saúde. 
 
 
 
 
21 
 
De qualquer forma, o atendimento nos estabelecimentos escolares mostra-se 
muito inferior ao necessário. Em 1999, havia cerca de 311 mil alunos matriculados, 
distribuídos da seguinte forma: 53,8% deficientes mentais; 12,6% com deficiências 
múltiplas; 12,6% com deficiência auditiva; 4,9% com deficiência física; 4,6% com 
deficiência visual; 2,7% com problemas de condutas típicas. Apenas 0,4% com altas 
habilidades/superdotados e 8,5% com outro tipo de deficiência. 
7 O MOVIMENTO INCLUSIVO 
Assim como o movimento inclusivo exige mudanças estruturais para as escolas 
comuns e especiais, ele também propõe que haja uma articulação entre os diferentes 
profissionais envolvidos neste processo. 
O diálogo entre diversos profissionais é necessário para o aprofundamento e 
melhor desempenho, seja do aluno, do professor ou do especialista. 
No entanto, o diálogo só acontece quando as partes que se respeitam 
mutuamente e não assumem uma posição de superioridade de conhecimento e de 
dominação sobre o outro. 
Desta forma, para que cada espaço se organize e cumpra com o que se propõe, 
sem ocupar ou se sobrepor ao trabalho do outro, faz-se necessário destacar: 
• Escola (sala comum): Espaço educacional responsável pela saída da vida 
particular e Familiar para o domínio público tem função social reguladora e formativa 
para os alunos. A escola cabe ensinar a compartilhar o saber, introduzir o aluno no 
mundo social, cultural e cientifico, ou seja, cabe a escola socializar o saber universal. 
 
 
 
 
22 
 
 
Fonte:tatianebaptista.blogspot.com.br 
• Atendimento Educacional Especializado: Tem por objetivo ampliar o ponto de 
partida e de chegada do aluno em relação ao seu conhecimento. Não se atém a 
solucionar os obstáculos da deficiência, mas criar outras formas de interação, de 
acessar o conhecimento particular e pessoal. É de caráter educacional, mas ao 
contrário da escola que trabalha o saber universal, o AEE trabalha com o saber 
particular do aluno, aquilo que traz de casa, de suas convicções visando propiciar uma 
relação com o saber diferente do que possui ampliar sua autonomia pessoal, garantir 
outras formas de acesso ao conhecimento (como por exemplo, através do BRAILLE, 
LIBRAS, uso de tecnologia, uso de diferentes estratégias de pensamento, etc.) 
• Atendimento Clínico: Preocupam-se com os sintomas específicos, as 
patologias apresentadas em cada área, que são trabalhados de maneira a superar ou 
reabilitar o indivíduo nas manifestações que ocorrem. Exemplo: o fonoaudiólogo 
trabalhará com a dificuldade de linguagem expressiva ou receptiva, melhorando a 
condição da pessoa neste aspecto, o fisioterapeuta buscará, por exemplo, melhorar 
os movimentos perdidos, etc. 
Sabemos que a pessoa é um ser indivisível, em que cada uma de suas partes 
interage com a outra, influenciando e determinando a condição do seu funcionamento 
e crescimento como pessoa. 
Como exemplo, podemos citar o atendimento educacional especializado, que 
na construção do conhecimento toca em questões subjetivas para o aluno, o que 
 
 
 
 
23 
 
fatalmente acarretará consequências no seu desenvolvimento global e 
consequentemente na resposta ao atendimento clínico. 
Se uma instituição especializada mantém o atendimento educacional e clínico, 
esses especialistas devem interagir, embora cada um mantenha os limites de suas 
especificidades. 
E mesmo naquelas escolas especiais e comuns que não têm o propósito de 
desenvolver o atendimento clínico, o diálogo com os especialistas é fundamental. E 
que esta interação não se estabeleça para encerrar as possibilidades do aluno em um 
diagnóstico que contempla apenas as deficiências, mas para descobrir saídas 
conjuntas de atuação em cada caso. 
Todos esses três saberes: o clínico, o escolar e o especializado devem fazer 
suas diferentes ações convergir para um mesmo objetivo, o desenvolvimento das 
pessoas com deficiência. 
O atendimento educacional especializado foi criado para dar um suporte para 
os alunos deficientes para facilitar o acesso ao currículo. 
De acordo com o Decreto nº 6571, de 17 de setembro de 2008: 
Art. 1o A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de 
ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na forma deste Decreto, 
com a finalidade de ampliar a oferta do atendimento educacional especializado aos 
alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular. § 1º Considera-se 
atendimento educacional especializado o conjunto de atividades, recursos de 
acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma 
complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular. § 2o O 
atendimento educacional especializado deve integrar a proposta pedagógica da 
escola, envolver a participação da família e ser realizado em articulação com as 
demais políticas públicas. 
 
 
 
 
24 
 
 
Fonte: celsoantunes.com.br 
8 O AEE – ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO 
O AEE é um serviço da Educação Especial que identifica, elabora e organiza 
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para a plena 
participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. 
Ele deve ser articulado com a proposta da escola regular, embora suas 
atividades se diferenciem das realizadas em salas de aula de ensino comum. (MEC, 
2009). 
Deve ser realizado no período inverso ao da classe frequentada pelo aluno e 
preferencialmente, na própria escola. Há ainda a possibilidade de esse atendimento 
acontecer em uma escola próxima. 
Nas escolas de ensino regular o AEE deve acontecer em salas de recursos 
multifuncionais que é um espaço organizado com materiais didáticos, pedagógicos, 
equipamentos e profissionais com formação para o atendimento às necessidades 
educacionais especiais, projetadas para oferecer suporte necessário a estes alunos, 
favorecendo seu acesso ao conhecimento. (MEC, 2007). 
O atendimento educacional especializado é muito importante para os avanços 
na aprendizagem do aluno com deficiências na sala de ensino regular. 
 
 
 
 
25 
 
 
Fonte:vilavelha.es.gov.br 
Os professores destas salas devem atuar de forma colaborativa com o 
professor da classe comum para a definição de estratégias pedagógicas que 
favoreçam o acesso ao aluno ao currículo e a sua interação no grupo, entre outras 
ações que promovam a educação inclusiva. 
Quanto mais o AEE acontecer nas escolas regulares nas que os alunos com 
deficiências estejam matriculados mais trará benefícios para esses, o que contribuirá 
para a inclusão, evitando atos discriminatórios. 
O objetivo do AEE é Complementar ou suplementar a formação do estudante 
por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que 
eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento 
de sua aprendizagem. 
É um serviço da Educação Especial. Ele não realiza aulas, mas atendimentos 
planejados, orientados e avaliados por um professor de Educação Especial. O AEE 
se difere do Apoio Pedagógico. Seus conteúdos são: Educação Cognitiva, 
Comunicação Suplementar e/ou Alternativa, Língua Brasileira de Sinais/Libras, ensino 
da Língua Portuguesa escrita aos alunos com perda auditiva, orientação e mobilidade, 
Braille, diferentes Tecnologias Assistivas etc. 
O Atendimento Educacional Especializado/AEE atua como um complemento 
e/ou suplemento durante o processo de formação acadêmica de alunos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades e 
 
 
 
 
26 
 
superdotação. Ele deve ser realizadonas Salas de Recursos Multifuncionais das 
escolas comuns podendo também ser oferecido por instituições especializadas. 
Seu objetivo é criar condições para que o aluno acesse os conhecimentos, 
conteúdos e informações que são compartilhados e produzidos nas salas do ensino 
comum. Ao AEE não cabe o ensino de conteúdos escolares. 
Um aluno com deficiência pode se beneficiar das atividades realizadas nos 
Grupos de Apoio Pedagógico de uma escola e do Atendimento Educacional 
Especializado/AEE. Os serviços que a ele serão oferecidos devem ser definidos 
durante a realização de um estudo de caso. 
O mais importante é que não criemos espaços separados apenas para pessoas 
com deficiência, a fim de que conteúdos escolares sejam ensinados. 
Tampouco descaracterizemos o Atendimento Educacional Especializado/AEE 
ministrando aulas e trabalhando com conteúdo de Língua Portuguesa, Matemática, 
Ciências e outras disciplinas curriculares. 
Gestores, professores, familiares e diferentes profissionais devem conhecer os 
propósitos do AEE para que possam identificá-los e adequá-los sempre que 
necessário. 
8.1 Como trabalhar em parceria com o AEE? 
Para fazer a inclusão de alunos com deficiência, conte com um parceiro 
importante: o educador responsável pelo atendimento educacional especializado 
(AEE) 
Os alunos com deficiência têm muito a ganhar com a parceria entre professor 
da sala regular e o docente responsável pelo atendimento educacional especializado 
(AEE). Este profissional trabalha nas salas de recurso, ambientes adaptados para 
receber estudantes com uma ou mais deficiências durante o contra turno. 
O objetivo do AEE é preparar os alunos para desenvolver habilidades e utilizar 
instrumentos de apoio que facilitem seu desenvolvimento. 
 
 
 
 
27 
 
 
Fonte: 3.bp.blogspot.com 
Por exemplo: crianças surdas estudam o alfabeto em Libras com o professor 
do atendimento educacional especializado para aproveitar melhor o intérprete em 
sala; cegos aprendem o braile; deficientes intelectuais usam jogos pedagógicos 
complementares ao aprendizado; quem tem paralisia cerebral descobre como usar 
pranchetas com figuras para se comunicar etc. 
O AEE não pode ser confundido com aulas de reforço ou recuperação paralela. 
Ele serve para ajudar o aluno a adquirir habilidades que são essenciais para garantir 
o bom desempenho nas aulas regulares. 
Para firmar uma boa parceria com o profissional do AEE é preciso fazer um 
planejamento conjunto para cada aluno, discriminando quais as atividades serão 
desenvolvidas e o tempo estimado. 
A partir deste momento, e ao longo de todo o ano letivo, o contato entre os 
educadores é permanente. Se você trabalha na sala regular e percebe que há pouca 
ou nenhuma evolução, deve informar quem está na sala de recursos, para que o plano 
seja modificado. Outra atitude fundamental é transmitir o conteúdo das aulas regulares 
com antecedência. 
Se a sua escola não possui uma sala de recursos, converse com a coordenação 
e a direção. A solicitação deve ser feita via Secretaria de Educação ao Ministério da 
Educação, que mantém o Programa de Implantação de Salas de Recursos 
Multifuncionais. 
http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=826&catid=192%3Aseesp-esducacao-especial&id=14187%3Aprograma-de-implantacao-de-salas-de-recursos-multifuncionais-2008&option=com_content&view=article
http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=826&catid=192%3Aseesp-esducacao-especial&id=14187%3Aprograma-de-implantacao-de-salas-de-recursos-multifuncionais-2008&option=com_content&view=article
 
 
 
 
28 
 
8.2 Institucionalização do AEE no Projeto Político Pedagógico 
Conforme dispõe a Resolução CNE/CEB nº 4/2009, art. 10º, o Projeto Político 
Pedagógico - PPP da escola de ensino regular deve institucionalizar a oferta do AEE, 
prevendo na sua organização: 
I - Sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliários, materiais 
didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos; 
II - Matrícula no AEE de estudantes matriculados no ensino regular da própria 
escola ou de outra escola; 
III - Cronograma de atendimento aos estudantes; 
IV - Plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas 
dos estudantes, definição dos recursos necessários e das atividades a serem 
desenvolvidas; 
V - Professores para o exercício do AEE; 
VI - Outros profissionais da educação: tradutor intérprete de Língua Brasileira 
de Sinais, guia-intérprete e outros que atuem no apoio, principalmente nas atividades 
de alimentação, higiene e locomoção; 
VII - Redes de apoio no âmbito da atuação profissional, da formação, do 
desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e equipamentos, entre 
outros que maximizem o AEE. 
Para fins de planejamento, acompanhamento e avaliação dos recursos e 
estratégias pedagógicas e de acessibilidade, utilizadas no processo de escolarização, 
a escola institui a oferta do atendimento educacional especializado, contemplando na 
elaboração do PPP (Anexo I), aspectos do seu funcionamento, tais como: 
• Carga horária para os estudantes do AEE, individual ou em pequenos grupos, 
de acordo com as necessidades educacionais específicas; 
• Espaço físico com condições de acessibilidade e materiais pedagógicos para 
as atividades do AEE; 
 
 
 
 
29 
 
 
Fonte:1.bp.blogspot.com 
• Professores com formação para atuação nas salas de recursos 
multifuncionais; 
• Profissionais de apoio às atividades da vida diária e para a acessibilidade nas 
comunicações e informações, quando necessário; 
• Articulação entre os professores da educação especial e do ensino regular e 
a formação continuada de toda a equipe escolar; 
• Participação das famílias e interface com os demais serviços públicos de 
saúde, assistência, entre outros necessários; 
• Oferta de vagas no AEE para estudantes matriculados no ensino regular da 
própria escola e de outras escolas da rede pública, conforme demanda; 
• Registro anual no Censo Escolar MEC/INEP das matrículas no AEE. 
8.3 Professor do Atendimento Educacional Especializado – AEE 
Conforme Resolução CNE/CEB n.4/2009, art. 12, para atuar no atendimento 
educacional especializado, o professor deve ter formação inicial que o habilite para 
exercício da docência e formação continuada na educação especial. 
O professor do AEE tem como função realizar esse atendimento de forma 
complementar ou suplementar à escolarização, considerando as habilidades e as 
 
 
 
 
30 
 
necessidades educacionais específicas dos estudantes público alvo da educação 
especial. 
As atribuições do professor de AEE contemplam: 
• Elaboração, execução e avaliação do plano de AEE do estudante; 
• Definição do cronograma e das atividades do atendimento do estudante; 
• Organização de estratégias pedagógicas e identificação e produção de 
recursos acessíveis; 
• Ensino e desenvolvimento das atividades próprias do AEE, tais como: Libras, 
Braille, orientação e mobilidade, Língua Portuguesa para alunos surdos; informática 
acessível; Comunicação Alternativa e Aumentativa - CAA, atividades de 
desenvolvimento das habilidades mentais superiores e atividades de enriquecimento 
curricular; 
• Acompanhamento da funcionalidade e usabilidade dos recursos de tecnologia 
assistiva na sala de aula comum e demais ambientes escolares; 
• Articulação com os professores das classes comuns, nas diferentes etapas e 
modalidades de ensino; 
• Orientação aos professores do ensino regular e às famílias sobre a 
aplicabilidade e funcionalidade dos recursos utilizados pelo estudante; 
• Interface com as áreas da saúde, assistência, trabalho e outras. 
8.4 Estudantes Público Alvo do AEE 
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva tem como objetivos, a oferta do atendimento educacional especializado, a 
formação dos professores, a participação da família e da comunidade e a articulação 
intersetorialdas políticas públicas, para a garantia do acesso dos estudantes com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação, no ensino regular. 
Os estudantes público-alvo do AEE são definidos da seguinte forma: 
 
 
 
 
31 
 
 
Fonte:cidade24.com.br 
• Estudantes com deficiência - aqueles que têm impedimentos de longo prazo 
de natureza física, intelectual, mental ou sensorial, os quais, em interação com 
diversas barreiras, podem ter obstruída sua participação plena e efetiva na escola e 
na sociedade; 
• Estudantes com transtornos globais do desenvolvimento - aqueles que 
apresentam quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, 
comprometimento nas relações sociais, na comunicação e/ou estereotipias motoras. 
Fazem parte dessa definição estudantes com autismo infantil, síndrome de Asperger, 
síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância; 
• Estudantes com altas habilidades ou superdotação - aqueles que apresentam 
potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, 
isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotora, artes e 
criatividade. 
8.5 Objetivos e Ações do Programa Implantação de Salas de Recursos 
Multifuncionais 
O Programa Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais, instituído pelo 
MEC/SECADI por meio da Portaria Ministerial nº 13/2007, integra o Plano de 
 
 
 
 
32 
 
Desenvolvimento da Educação – PDE e o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com 
Deficiência – Viver sem Limite. 
No contexto da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva, o Programa objetiva: 
• Apoiar a organização da educação especial na perspectiva da educação 
inclusiva; 
• Assegurar o pleno acesso dos estudantes público alvo da educação especial 
no ensino regular em igualdade de condições com os demais estudantes; 
• Disponibilizar recursos pedagógicos e de acessibilidade às escolas regulares 
da rede pública de ensino; 
• Promover o desenvolvimento profissional e a participação da comunidade 
escolar. Para atingir tais objetivos, o MEC/SECADI realiza as seguintes ações: 
• Aquisição dos recursos que compõem as salas; 
• Informação sobre a disponibilização das salas e critérios adotados; 
• Monitoramento da entrega e instalação dos itens às escolas; 
• Orientação aos sistemas de ensino para a organização e oferta do AEE; 
• Cadastro das escolas com sala de recursos multifuncionais implantadas; 
• Promoção da formação continuada de professores para atuação no AEE; 
• Publicação dos termos de Doação; 
• Atualização das salas de recursos multifuncionais implantadas pelo 
Programa; 
• Apoio financeiro, por meio do PDDE Escola Acessível, para adequação 
arquitetônica, tendo em vista a promoção de acessibilidade nas escolas, com salas 
implantadas. 
8.6 Critérios para a Implantação das Salas de Recursos Multifuncionais 
Aos gestores dos sistemas de ensino cabe definir quanto à implantação das 
salas de recursos multifuncionais, o planejamento da oferta do AEE e a indicação das 
escolas a serem contempladas, conforme as demandas da rede, atendendo os 
seguintes critérios do Programa: 
 
 
 
 
33 
 
 
Fonte: agencia.sorocaba.sp.gov.br 
• A secretaria de educação a qual se vincula a escola deve ter elaborado o 
Plano de Ações Articuladas – PAR, registrando as demandas do sistema de ensino 
com base no diagnóstico da realidade educacional; 
• A escola indicada deve ser da rede pública de ensino regular, conforme 
registro no Censo Escolar MEC/INEP (escola comum); 
• A escola indicada deve ter matrícula de estudante(s) público alvo da educação 
especial em classe comum, registrada(s) no Censo Escolar MEC/INEP; 
• A escola de ensino regular deve ter matrícula de estudante(s) cego(s) em 
classe comum, registrada(s) no Censo Escolar MEC/INEP, para receber 
equipamentos específicos para atendimento educacional especializado a tais 
estudantes; 
• A escola deve disponibilizar espaço físico para a instalação dos equipamentos 
e mobiliários e o sistema de ensino deve disponibilizar professor para atuação no AEE. 
8.7 Adesão, Cadastro e Indicação das Escolas 
A Secretaria de Educação efetua a adesão, o cadastro e a indicação das 
escolas a serem contempladas pelo Programa, por meio do Sistema de Gestão 
Tecnológica do Ministério da Educação – SIGETEC, conforme orientações disponíveis 
no Anexo II. 
 
 
 
 
34 
 
Ao aderir ao Programa, as secretarias de educação devem: 
• Informar às escolas sobre a adesão ao Programa Implantação de Salas de 
Recursos Multifuncionais; 
• Monitorar a entrega e instalação dos recursos nas escolas; 
• Orientar as escolas, quanto à implantação das salas de recursos 
multifuncionais e à institucionalização da oferta do AEE no PPP; 
• Acompanhar a organização e oferta do atendimento educacional 
especializado pela escola; 
• Validar as informações de matrícula dos estudantes público alvo da educação 
especial, junto ao Censo Escolar MEC/INEP; 
• Promover a assistência técnica, a manutenção e a segurança dos recursos 
disponibilizados; 
• Apoiar a participação dos professores nos cursos de formação continuada 
para o AEE; 
• Regularizar o patrimônio, após a publicação do termo de Doação pelo 
MEC/SECADI. 
8.8 Funcionamento das Salas de Recursos Multifuncionais 
As salas de recursos multifuncionais devem manter seu efetivo funcionamento, 
com oferta do atendimento educacional especializado – AEE, aos estudantes público 
alvo da educação especial, matriculados em classes comuns do ensino regular, 
devidamente registrados no Censo Escolar MEC/INEP. 
Com base nos dados do Censo Escolar, o MEC/SECADI faz o planejamento 
de expansão do Programa, bem como de novas ações a serem disponibilizadas às 
escolas com salas de recursos multifuncionais, em efetivo funcionamento, tais como: 
• Atualização das salas de recursos multifuncionais implantadas em escolas, 
que continuam apresentando matrículas de estudantes público alvo da educação 
especial; 
 
 
 
 
35 
 
 
Fonte: oregionalpr.com.br 
• Apoio Complementar do Programa Escola Acessível e do Programa de 
Formação Continuada de Professores na Educação Especial. 
• Visita Técnica para verificação do funcionamento da sala de recursos 
multifuncionais, realizada por técnico do MEC/SECADI. 
• Informativos: encaminhamento da Revista Inclusão e outras publicações 
pedagógicas do MEC/SECADI. 
As informações sobre o funcionamento das salas de recursos multifuncionais e 
suas respectivas escolas são imprescindíveis para fins da efetivação dos 
procedimentos de doação dos recursos, para o recebimento de outras ações de apoio 
complementar às escolas contempladas pelo Programa, bem como para a realização 
dos procedimentos de avaliação. 
Essas informações devem ser enviadas ao MEC/SECADI, por meio de ofício 
do Secretário de Educação, comunicando sobre: 
• Mudança de endereço ou de denominação da escola, informando os dados 
novos; 
• Troca da sala para outra escola da rede de ensino, devidamente justificada e 
de acordo com os critérios do Programa; 
• Destruição dos recursos por calamidade pública, com documento declaratório 
e relação dos itens danificados em anexo; 
 
 
 
 
36 
 
• Eventual furto de algum de seus itens, com Boletim de Ocorrência (BO) em 
anexo. 
Todas as salas de recursos multifuncionais deverão manter atualizado seu 
registro de funcionamento no Censo Escolar, bem como preencher formulários 
enviados pelo MEC/SECADI para atualização de cadastro, que se faz necessário 
para: 
• Envio de materiais pedagógicos para formação continuada dos professores 
do AEE e demais correspondências do Programa; 
• Informações relativas à realização de cursos de formação docente; 
• Estabelecimento de redes de colaboração entre professores e escolas com 
salas de recursos multifuncionais; 
• Acompanhamento e avaliação do Programa; 
•Recebimento de itens relativos à atualização das salas; 
• Participação em programas e ações de apoio complementar. 
Outras informações sobre o Programa Implantação de Salas de Recursos 
Multifuncionais poderão ser obtidas pelo e-mail srm@mec.gov.br. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
mailto:srm@mec.gov.br
 
 
 
 
37 
 
9 BIBLIOGRAFIA 
BRASIL, Presidência da República. Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 5.692, 
de 11 de agosto de 1971. Diário Oficial da união, 11 de agosto de 1971. 
CARVALHO, R. E. Temas em educação especial. Rio de Janeiro: WVA, 1998. 
CARVALHO, R. A nova LDB e a Educação Especial. Rio de Janeiro: WVA, 1997. 
CORREIA, Luís de Miranda. Alunos com Necessidades Educativas Especiais nas 
classes regulares: Porto Editora, 1997. 
CUNHA, B. Classes de Educação Especial para Deficiente Mental? São Paulo: 
IPUSP, 1989. (Dissertação de Mestrado). 
EDLER-CARVALHO, R. Avaliação e atendimento em educação especial. Temas em 
educação especial. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, v. 02, 1993, p. 
65-74. 
FERREIRA, J. R. A construção escolar da deficiência mental. Tese de Doutorado. 
Universidade Estadual de Campinas, Campinas/SP, 1989. 
________. Notas sobre a evolução dos serviços de educação especial no Brasil. 
Revista Brasileira de Educação Especial. V. 01, 1992. p. 101-107. 
JANNUZZI, G. A luta pela educação do deficiente mental no Brasil. Campinas/SP: 
Editores Associados, 1992. 
KIRK, S. A.; GALLAGHER, J. J. Education exceptional children. Boston: Houghton 
Miffin Company, 1979. 
MAZZOTTA, M. J. S. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. São 
Paulo: Cortez, 1996. 
MENDES, E. G. Deficiência mental: a construção científica de um conceito e a 
realidade educacional. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. São Paulo, 
1995. 
PEREIRA, O. et al. Educação especial: atuais desafios. Rio de Janeiro: 
Interamericana, 1994. 
 
 
 
 
38 
 
SASSAKI R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: 
WVA, 1997. 
SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidades terminais. As transformações na Política da 
Pedagogia e na Pedagogia da Política. Rio de Janeiro: Vozes, 1998. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
10 ARTIGO PARA REFLEXÃO 
DISPONÍVEL EM: http://elianepedagogia2012.blogspot.com.br/ 
AUTORA: CAMILA MARTINS VIANA SOARES 
DATA DE ACESSO: 10/05/2016 
 
A CRIANÇA PORTADORA DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS 
E A SUA INCLUSÃO NA ESCOLA REGULAR 
CAMILA MARTINS VIANA SOARES 
 
RESUMO 
Este trabalho aborda o tema portadores de necessidades educacionais 
especiais e como a escola regular está recebendo estes alunos. Organizou-se o 
trabalho de modo a fornecer subsídios para que os professores possam compreender 
quanto é importante considerar a individualidade do educando, atendendo às suas 
necessidades. A educação é um direito de todos, mas sabe-se que ainda são muitas 
as pessoas que não têm acesso à escola por apresentar alguma deficiência e, muitas 
vezes por imposição da própria família, ficam segregadas, fora do âmbito escolar. 
Muitas vezes espera-se que o aluno se adapte à escola, sem que a escola tenha 
condições físicas de receber este aluno e oferecer-lhe condições de permanecer e 
aprender na escola. Incluir é muito mais que receber apenas o aluno no espaço 
escolar, é também favorecer o seu aprendizado, respeitá-lo como sujeito ímpar, 
oferecer situações favoráveis à sua aprendizagem, sem deixar que, por apresentar 
alguma necessidade educacional especial, o aluno deixe de desfrutar de todos os 
momentos que propiciem o seu pleno desenvolvimento. Espera-se que o trabalho 
forneça informações acerca do que é inclusão e de como a escola poderá se tornar 
verdadeiramente inclusiva. 
Palavras-chave: Inclusão. Educação. Família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
INTRODUÇÃO 
Quando se fala em inclusão, há de se esperar que o termo aconteça de modo 
a tornar a vida das pessoas cada vez mais com qualidade. O trabalho tem como tema: 
Portadores de Necessidades Especiais e sua inclusão na escolar regular e, para tanto, 
buscará trazer subsídios que auxiliem os educadores no atendimento aos alunos 
portadores de necessidades educativas especiais. Sua relevância consiste no fato de 
que, a partir das considerações aqui expostas, pode-se refletir acerca do que é a 
inclusão e de como se deve incluir para que o portador de necessidades educativas 
especiais tenha uma vida digna e com qualidade. 
A criança que nasce com alguma deficiência ou que a adquire no decorrer da 
sua vida tem no seu cotidiano uma série de dificuldades. São muitos obstáculos e 
muitos desafios a serem alcançados. Não é apenas a deficiência apresentada que 
torna o aprendizado, às vezes, difícil, mas também e, principalmente, a atitude da 
sociedade em relação às suas dificuldades. Nesse sentido, sofre a criança, diante de 
todos esses preconceitos e sofre a família, que geralmente não encontra muito apoio 
nas instituições por onde passa. 
Os objetivos do trabalho consistem em buscar subsídios para os educadores 
que atuam com alunos portadores de necessidades especiais além de mostrar como, 
de fato, a inclusão acontece no cotidiano brasileiro. Também e buscará apresentar as 
principais maneiras de atuação dos professores diante de alunos portadores de 
necessidades especiais. 
O trabalho buscará responder aos seguintes questionamentos: como incluir um 
aluno portador de necessidades educativas especiais na escola regular? As escolas 
possuem estrutura física para atender a estes alunos? Através da inclusão os alunos 
portadores de necessidades educativas especiais têm todo o desenvolvimento de que 
necessitam? Que atendimentos e orientações são destinados aos pais desses 
alunos? 
A escola é uma instituição aberta a todos, é um direito de todos adentrar na 
escola e nela permanecer, tendo a sua individualidade respeitada. Portanto, este 
ambiente deverá estar preparado para atender a todos os alunos, independente das 
suas dificuldades. O espaço escolar deve ser adequado para os portadores de 
necessidades educativas especiais e nãos os estudantes que têm que adequar-se ao 
espaço escolar. 
 
 
 
 
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O trabalho foi realizado através da pesquisa bibliográfica. Foram pesquisados 
sites, revistas, livros e periódicos que tratam sobre a inclusão e sobre o atendimento 
dentro das escolas aos portadores de necessidades educativas especiais. Em seguida 
fez-se a seleção daqueles que são de interesse para o trabalho. 
Dividiu-se o trabalho em três capítulos. O primeiro capítulo trata sobre a 
inclusão do aluno portador de necessidades educativas especiais na escola regular, 
ressaltando como estão estruturadas as escolas que recebem estes alunos. 
A segunda parte do trabalho ressaltará a importância que é dada ao tema 
inclusão dentro das instituições escolares, bem como ao que dizem as leis sobre o 
tema em questão. A terceira e última parte do trabalho trata sobre a parceria que deve 
ser estabelecida entre a escola e a família, ressaltando-se a importância do 
atendimento que se destina à família do aluno portador de necessidades educativas 
especiais. 
 
CAPITULO 1 – A INCLUSÃO DO ALUNO PORTADOR DE NECESSIDADES 
EDUCATIVAS ESPECIAIS 
A inclusão Gonçalves (2005) cita que no Brasil há 24 milhões de pessoas que 
apresentam algum tipo de deficiência e que isso deve ser tratado como uma questão 
social de interesse de todos. Nos diversos períodos da história da humanidade, a 
deficiência era vista de diferentes maneiras. 
Na Idade Média, por exemplo, a deficiência era entendida como uma 
degeneração humana, sendo que as pessoas portadoras de deficiência eram 
abandonadas, mortas ou ficavam sujeitas a crenças ligadas ao sobrenatural. Havia, 
nessa época, para aqueles que apresentavam deficiências a marginalização social, a 
segregação, o asilamento e o prognóstico da incurabilidade.Era comum que muitos 
portadores de necessidades educativas especiais sofrerem diversos tipos de 
humilhação. Foi somente a partir do século XX que a sociedade passou a 
compreender o conceito de diversidade, defendo o direito de singularidade de cada 
indivíduo. 
Segundo Cavalcante (2005) na maior parte das escolas brasileiras a inclusão 
das crianças portadoras de necessidades educativas especiais não acontece da 
maneira que deveria realmente acontecer. A referida autora cita que talvez por falta 
de informação ou até mesmo pela omissão de muitos pais, dos educadores e do poder 
 
 
 
 
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público, muitas são as crianças que ainda vivem isoladas em instituições 
especializadas, privadas de convier com as demais crianças em uma escola regular. 
Pois, a partir da convivência das crianças portadoras de necessidades educativas 
especiais dentro de uma escola regular, haverá muitas possibilidades de 
desenvolverem plenamente as suas potencialidades, além de quê, as demais crianças 
aprenderão a conviver com um colega que necessita de seu apoio e da sua 
compreensão. Haverá nisso uma troca que favorecerá o aprendizado de todos. Como 
cita: 
O motivo principal de elas estarem na escola é que lá vão encontrar um espaço 
genuinamente democrático, onde partilham o conhecimento e a experiência com o 
diferente, tenha ele a estatura, a cor, os cabelos, o corpo e o pensamento que tiver. 
Por isso quem vive a inclusão sabe que está participando de algo revolucionário. 
(CAVALCANTE, 2005, p. 40) 
Também Mantoan (2003) cita que as escolas de qualidade são espaços 
educativos de construção de personalidades humanas autônomas e críticas. Segundo 
a autora, nessas escolas os alunos aprendem a valorizar a diferença a partir da 
convivência com seus pares. Nessas escolas as aulas são ministradas embasadas 
em relações de afetividade. Uma escola que funciona dessa maneira estará aberta às 
diferenças e os educadores são capazes de ensinar a turma toda sem discriminação. 
0.2 Cuidados diferentes para cada deficiência 
1- Quando a escola recebe um aluno portador de necessidades educativas 
especiais, deve estar preparada para atender às suas necessidades. Algumas 
orientações são norteadoras para que a atuação vá de encontro ao que cada sujeito 
necessita. 
Quando a escola recebe um aluno que apresente deficiência auditiva, se faz 
necessário que na escola exista um professor ou um monitor que seja especializado 
na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Pois para que a comunicação com a criança 
aconteça é importante que o professor da sala e as demais crianças aprendam a 
comunicar-se através da Língua Brasileira de Sinais. 
No caso de alunos que utilizam aparelho auditivo, o professor da sala deverá 
obter junto à família da criança o funcionamento e a potência do aparelho utilizado. 
Para que o aprendizado aconteça mais sistematicamente, o professor também poderá 
fazer uso de representações gráficas. Outro fator importante se refere à comunicação 
 
 
 
 
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direta com o aluno, pois todos devem falar sempre de frente para ele, o que facilita a 
compreensão da situação comunicativa. 
Quando o aluno atendido apresentar dificuldades visuais existem determinados 
materiais que devem ser usados para que as situações de aprendizagem sejam 
realmente significativas para ele: o uso de regletes (uma espécie de régua para 
escrever em braile). Se faz importante que o professor saiba como se dá o uso desse 
material, que seja capacitado para este fim. Algumas orientações que devem ser 
passadas para o aluno no que diz respeito à locomoção, comunicação e 
acessibilidade. É necessário, por exemplo, colocar cercados no chão, abaixo dos 
extintores de incêndio e também deve ser instalado corrimões nas escadas, caso 
existam escadas na escola. Também é importante que não se modifique a disposição 
dos móveis e utensílios da sala, pois o aluno aprende a posição em que se encontram 
e usa essa orientação para locomover-se na sala de aula. 
Quando a escola recebe um aluno portador de deficiência física os espaços 
das escolas devem ser adequados as suas necessidades e não o contrário. Não é o 
aluno que deve adaptar-se à escola, mas sim a escola que deve ser adaptada para 
atende às necessidades do educando. A adaptação do espaço físico deve conter: 
rampas de acesso, barras de apoio e portas largas, móveis adequados para tender as 
necessidades do aluno. 
No caso de alunos que fazem uso de cadeiras de rodas, deve-se atentar para 
que a posição seja mudada constantemente evitando desconforto e cansaço para o 
aluno. Se faz importante questionar aos pais do aluno se existem posições adequadas 
para ficar e o professor deve certificar no decorrer das aulas se esta posição está 
correta. 
Nos casos em que a escola recebe alunos portadores de deficiência mental 
deve possuir uma equipe que possa realizar um acompanhamento individual e 
contínuo. Sabe-se que, geralmente os deficientes mentais têm dificuldades para 
operar ideias abstratas. O professor deverá receber todo o apoio dos profissionais 
especializados para que possa oferecer ao aluno condições de aprendizagem 
adequadas às suas necessidades, de modo que o mesmo tenha todas as suas 
potencialidades desenvolvidas. 
Existem algumas posturas que devem ser adotadas pelos educadores para 
favorecer o aprendizado e crescimento do aluno, tais como: posicionar o aluno já nas 
 
 
 
 
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primeiras fileiras de modo que possa está a todo instante está sempre atento a ele; 
estimular o aluno a desenvolver habilidades interpessoais e ensiná-lo a pedir 
instruções e solicitar ajuda; trata-lo de acordo com a faixa etária, somente deverá 
adaptar os conteúdos curriculares se receber orientações de uma equipe de apoio 
multiprofissional; avalie a criança sempre com base no seu crescimento individual e 
respeitando o que ela é capaz de fazer até aquele momento, sem jamais comparar o 
seu desenvolvimento com o dos demais colegas da sala. 
O professor deve estar atento às necessidades de cada aluno, para que a partir 
dessa observação possa auxiliá-lo nas dificuldades que o mesmo apresenta. É 
importante afirmar que nem sempre quando um aluno vai mal e toda a sala tem um 
desenvolvimento satisfatório, esse aluno apresenta algum tipo de deficiência. Deve-
se considerar que, muitas vezes a forma como é ministrada a aula atinge 
determinados alunos, mas não foi a forma correta para atender a necessidade de 
aprendizagem de outro. Daí a importância do olhar sempre atento do professor. 
 
CAPITULO 2 - A ESCOLA E A INCLUSÃO 
 
Camargo (2005) define que para que todas as necessidades dos alunos 
portadores de necessidades educativas especiais sejam verdadeiramente atendidas 
se faz necessário que os professores e todos os outros profissionais saibam como 
atuar de modo a atender estas necessidades. Não se pode falar de inclusão quando 
dentro da instituição escolar a equipe não tem o devido preparo para atender aos 
alunos. Muitas vezes é fundamental a atuação de uma equipe multidisciplinar. 
Também Baptista e Rosa (2002) tratam sobre o tema inclusão, afirmando quão 
importante é a integração da pessoa portadora de necessidades educativas especiais. 
Os autores citam que na Itália, país em que há um alto índice de inclusão existem 
alguns critérios nas escolas para que a inclusão seja realmente eficaz para o aluno. 
Como citam os autores mencionados: 
A limitação numérica de 20 alunos para as classes que possuem alunos com 
necessidades educativas. A presença de, no máximo, dois alunos com necessidades 
educativas especiais em uma sala. A presença de um professor de apoio para atuar 
junto à classe, como suporte de todos os envolvidos (professor e alunos). (BAPTISTA 
E BOSA, 2002, P. 131) 
 
 
 
 
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Outra autora que trata sobre os portadores de necessidades educativas 
especiais Maria Tereza Mantoan (2003) que diz ser a inclusão uma das melhores 
maneiraspara que as escolas revejam diversos fatores dentro do seu quadro. 
O aluno portador de necessidades educativas especiais não pode ser tratado 
como um sujeito que não tem habilidades a serem desenvolvidas. Deve-se acreditar 
e investir no seu potencial. 
A escola inclusiva oferece a todos as mesmas oportunidades. Mantoan (2005) 
em entrevista concedida à Revista Pátio (2005, p. 24-26), quando questionada sobre 
o que é inclusão diz que: 
É a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio 
de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva 
acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, 
para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as 
minorias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Costumo dizer 
que estar junto é se aglomerar no cinema, no ônibus ou até na sala de aula com 
pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro. 
Cada aluno que a escola recebe deve ser visto dentro da sua singularidade, 
independente das necessidades que este apresenta, ele é um ser único e que tem 
direito à educação de qualidade. O espaço escolar deve ser organizado de modo a 
tornar a educação acessível a todos os alunos. A LDB nº 9394/96 tem um capítulo 
destinado à Educação Especial e, em seu artigo 58 diz que a Educação Especial é 
uma modalidade destinada aos portadores de necessidades educativas especiais e 
que deve ser ofertada, de preferência na escola regular e, se necessário, os serviços 
especializados atuarão juntamente com a escolar regular em que o aluno está 
matriculado. 
Mesmo com as leis diversas que buscam assegurar aos portadores de 
necessidades educativas especiais todos os seus direitos, é importante que cada 
cidadão procure compreender o quanto é importante que a sociedade esteja pronta a 
oferecer a todos boas condições de acesso e permanência na escola, no mercado de 
trabalho e no meio social em geral. 
2.1. Os direitos dos portadores de necessidades educativas especiais 
Em dezembro de 1982 foi aprovado na Assembleia Geral das Nações Unidas 
o Programa de Ação Mundial para pessoas com deficiência. A principal finalidade 
 
 
 
 
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desse programa é servir de base para todos os países interessados em lutar para 
defender os direitos das pessoas portadores de deficiência, de forma que as mesmas 
tenham os seus direitos garantidos. 
Outro marco importante aconteceu em 1990, em Jomtien, na Tailândia, foi 
aprovada a Declaração Mundial sobre Educação para todos. Esta declaração serve 
de referência para governos, organizações internacionais, ONGs e todos que estão 
interessados e envolvidos na meta de Educação para todos. 
No ano de 1994 foi elaborada pela Unesco e pelo governo da Espanha a 
Declaração de Salamanca de Princípios, Política e Prática para as Necessidades 
Educativas Especiais. Consta nessa declaração o princípio de integração e 
preocupação em garantir escola para todos. Como se afirmar, a Declaração de 
Salamanca: 
Proporcionou uma oportunidade única de colocação da Educação Especial 
dentro da estrutura de “Educação para todos” firmada em 1990. Ela promoveu uma 
plataforma que afirma o princípio e a discussão da prática de garantia de inclusão das 
crianças com necessidades educativas especiais. (UNESCO, 1994, p. 15) 
A Declaração de Salamanca cita ainda quão importante é que os governos 
executem ações que acolham todas as crianças na escola, independentemente de 
condições físicas, sociais, intelectuais, emocionais e linguísticas. 
A inclusão, como consequência de um ensino de qualidade para todos os 
alunos, provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a 
mais para que o ensino se modernize e para que os professores aperfeiçoem as suas 
práticas. É uma inovação que implica num esforço de atualização e reestruturação 
das condições atuais da maioria de nossas escolas de nível básico. 
O motivo que sustenta a luta pela inclusão como uma nova perspectiva para as 
pessoas com deficiência é, sem dúvida, a qualidade de ensino nas escolas públicas e 
privadas, de modo que se tornem aptas para responder às necessidades de cada um 
de seus alunos, de acordo com suas especificidades, sem cair nas teias da educação 
especial e suas modalidades de exclusão. 
O sucesso da inclusão de alunos portadores de necessidades especiais com 
na escola regular decorre, portanto, das possibilidades de se conseguir progressos 
significativos desses alunos na escolaridade, por meio da adequação das práticas 
pedagógicas à diversidade dos aprendizes. E só se consegue atingir esse sucesso, 
 
 
 
 
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quando a escola regular assume que as dificuldades de alguns alunos não são apenas 
deles, mas resultam em grande parte do modo como o ensino é ministrado, a 
aprendizagem é concebida e avaliada. 
Priorizar a qualidade do ensino regular é, pois, um desafio que precisa ser 
assumido por todos os educadores. É um compromisso inadiável das escolas, pois a 
educação básica é um dos fatores do desenvolvimento econômico e social. Trata-se 
de uma tarefa possível de ser realizada, mas é impossível de se efetivar por meio dos 
modelos tradicionais de organização do sistema escolar. 
É de suma importância que o aluno portador de alguma necessidade 
educacional especial seja visto como um sujeito eficiente, capaz, produtivo e 
principalmente um ser que tem aptidão para aprender a aprender. Esse aluno deve 
receber todo o apoio para que se desenvolva em toda a sua potencialidade. 
Todos têm direitos à educação, isso é um direito que é assegurado por lei e 
que precisa ser cumprido para que se garanta a todos o seu pleno desenvolvimento e 
o pleno exercício de sua cidadania. Independentemente de qualquer necessidade, 
transtorno ou distúrbio que apresente todo e qualquer aluno merece ser tratado em 
condições de igualdade com os demais, não se pode de forma alguma excluir o aluno 
das situações vivenciadas na escola. O que se pode é criar condições que assegurem 
a todos as melhores formas de aprender e de atender as suas necessidades. 
Na luta por uma educação que respeite a individualidade de cada sujeito pode 
entrar todo e qualquer cidadão que esteja comprometido com o crescimento e 
desenvolvimento da sociedade. 
A LDB 9394/96 em seu artigo 59 prescreve que é de responsabilidade dos 
sistemas de ensino assegurar aos educandos com necessidades especiais a sua 
efetiva integração na vida no meio social, inclusive criando condições de inserção no 
mercado de trabalho para aqueles que possuem condições de exercer uma profissão. 
Mesmo tendo garantido por lei o seu acesso e permanência na escola, sabe-
se que o aluno portador de necessidades educativas especiais ainda não tem todos 
os seus direitos garantidos, uma vez que, a Educação Especial ainda é mal 
interpretada e questionada. O que pode ser considerado como favorável é que, cada 
vez mais cresce o reconhecimento por parte da sociedade e dos responsáveis pelas 
políticas públicas a necessidade de atender a todos, sem discriminação. 
 
 
 
 
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O que faz uma escola ser realmente inclusiva, inclui, acima de tudo, o seu 
projeto pedagógico. Pois de acordo com MANTOAN (2005) quando se trata de 
inclusão é importante considerar que não se trata apenas de se colocar dentro da 
escola rampas e banheiros adaptados, mas sim uma a modificação nas práticas 
pedagógicas, com atividades e programas diversificados afim de atender as 
potencialidades de cada sujeito envolvido no processo de ensino-aprendizagem. 
Todos têm o direito a aprender e isso deve ser visto dentro da capacidade que cada 
sujeito apresenta, cada um têm as suas condições e isso deve sempre ser levado em 
consideração pela equipe escolar. 
Ao educador que atua com alunos que apresentam alguma deficiência é de 
responsabilidade está sempre atento às reais necessidades e

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