PEÇA+4+PENAL

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ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE AMAPÁ/AP
Processo nºXXXX
				PAULO LAS VEGAS, já qualificado nos autos da ação penal acima indicado, por seus procuradores, vem, a Vossa Excelência, com fulcro no art.639 do Código de Processo Penal, interpor
				CARTA TESTEMUNHÁVEL
				em face de decisão de fls. XXX, que negou seguimento ao Recurso em Sentido Estrito, o que faz pelas razões em anexo.
				Requer seja recebido e processado o presente recurso com as razões que se seguem, oportunizando ao recorrido a apresentação de contrarrazões.
				Após viabilizado o Juízo de Retratação, requer seja encaminhado ao E. Tribunal ad quem, para decisão. Requer-se, ainda, que Vossa Senhoria cumpra o presente pleito, fornecendo recibo da petição ao requerente, bem como sejam trasladas as peças processuais abaixo indicadas:
				a) decisão recorrida;
				b) intimação da decisão recorrida;
				c) petição do recurso;
				d) despacho que inadimite o recurso;
				e) procuração e outras mais que o(a) escrivão(ã) julgar necessários.
				Termos em que,
				Pede deferimento.
				
				Cidade, data.
				Nome Advogado, nº da OAB/UF.
RAZÕES DA CARTA TESTEMUNHÁVEL
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ
Processo nº: XXX
Testemunhante: Paulo las Vegas
Testemunhado: Ministério Público
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara
				I. DOS FATOS
				O testemunhante foi denunciado pelo Ministério Público como autor do crime de homicídio qualificado por motivo fútil, conforme art. 121, §2º, II e IV, praticado contra Lucas Califórnia.
				
				Insta salientar que o testemunhante agiu em legítima defesa, tendo em vista que o Lucas Califórnia estava realizando crime sexual em face da filha do testemunhante, a qual tem somente 4 anos de idade.
				Ademais, no decorrer da Audiência de Instrução e Julgamento o acusado foi ouvido antes das testemunhas de acusação o que vai contra a legislação, sendo que nos memoriais finais foi alegado a nulidade do feito, devido à falta de ampla defesa e contraditório.
				Por fim, o magistrado proferiu sentença onde pronunciou o testemunhante, porém o testemunhante não foi intimado pessoalmente nem mesmo o seu representante, Advogado, sendo que a intimação foi publicada mas não constava o nome do mesmo, situação esta que fez com que interpôs um Recurso em Sentido Estrito o qual foi indeferido com a alegação de que estava fora do prazo.
				É o breve relato.
				II . DO CABIMENTO
				Ante o exposto, tem-se que tratou-se de ilegal decisão denegatória de recurso em Sentido Estrito, em face do que o art. 639, inciso I, do Código de Processo Penal admite expressamente a carata testemunhável, in verbis:
	Art.639. Dar-se-á carta testemunhável:
I – da decisão que denegar recurso 
				III. DA TEMPESTIVIDADE
				A intimação da decisão denegatória do Recurso em Sentido Estrito se deu no dia 23 de agosto de 2012. Assim, considerando que a presente Carta está sendo apresentada no dia 25 de agosto de 2012, deve-se tê-la por tempestiva, conforme elucida o artigo 640, do CPP, in verbis:
Art. 640.  A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes ao despacho que denegar o recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão ser trasladadas.
				IV. DO MÉRITO
			O testemunhante não foi devidamente intimada da sentença que prolatou a pronúncia do mesmo, uma vez que a intimação se deu por publicidade porém não constou o nome do testemunhante, nem tão pouco houve a intimação pessoal do pronunciado e nem mesmo a intimação do advogado.
			Conforme aduz o artigo 420, inciso I do Código de Processo Penal, a intimação será feita pessoalmente ao acusado e ao seu defensor, in verbis:
Art. 420.  A intimação da decisão de pronúncia será feita:
I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Público;
				Ademais, o nome do testemunhante não foi incluído na publicação, causando assim a nulidade do feito, devido à ausência do nome do intimado na publicação, conforme aduz o artigo 370, §1º, do CPP, in verbis:
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior. 
§ 1o  A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado.
				
				V. DOS PEDIDOS
				
Ante o exposto, requer-se:
				a) o conhecimento e o recebimento do presente recurso de Carta Testemunhável.
				Nestes termos,
				Pede deferimento.				
				Cidade, data.
				Advogado, nº OAB/UF.