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MEDICALIZAÇÃO DA 
EDUCAÇÃO: PERSPECTIVA 
SOCIO-HISTÓRICA E 
NEUROPSICOLÓGICA 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Reginaldo Daniel da Silveira 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Perspectivas socio-histórica, econômica e da saúde pública 
No âmbito socio-histórico, a medicalização corresponde a uma visão mais 
ampla da medicina, uma busca da incompletude, uma reformulação para 
reafirmação do status da saúde. Na relação médico-paciente, os dois são 
sujeitos sociais, quer influenciando, quer influenciados. 
A perspectiva econômica é atrelada à expansão da indústria farmacêutica, 
à força da mídia, ao impacto tecnológico e ao jogo em que protagonistas 
principais ocupam espaços de controle social e nesse movimento criam regras 
que acabam sendo absorvidas pela saúde pública. 
TEMA 1 – PERSPECTIVA SOCIO-HISTÓRICA DA MEDICALIZAÇÃO 
No texto que antecedeu este estudo, Maturo (2012), em um conceito do 
sociólogo Peter Conrad, diz que a medicalização abrange aspectos da vida 
humana considerados problemas médicos, ao passo que antes não eram vistos 
como patológicos. Esse olhar conceitual em Sanches e Amarante (2014) 
considerando Conrad e os filósofos Ivan Illich e Michel Foucault oferece 
subsídios para um alcance maior do tema numa discussão socio-histórica. Para 
os autores, a medicalização em Conrad usa o caráter médico na linguagem, na 
explicação e no tratamento. Já em Illich, causa a iatrogenia, uma epidemia de 
doenças. Voltando a Foucault, o filosofo francês vê a medicina no discurso 
científico de uma sociedade higienizada, em que corpos e comportamentos são 
apropriados pelo biopoder (Sanches; Amarante, 2014). 
Há dois sentidos para Foucault na medicalização: um sobre a medicina 
como prática social do Estado à população, e outro sobre uma medicina 
indefinida de práticas corporais fora do alcance dela (Zorzanelli; Ortega; Bezerra 
Junior, 2014). Em nossa análise, isso faz com que qualquer pessoa possa ser 
um paciente, objetificando-se como gerador de comportamentos a serem 
tratados. Estar fora da normalidade pode ocorrer na infância, na gravidez, no 
parto, na timidez, na tristeza, no sobrepeso, no esquecimento e outros. Para 
cada “situação problemática”, um diagnóstico surge. É um transtorno de déficit 
de atenção/hiperatividade (TDAH) aqui, um transtorno de estresse pós-
traumático (TEPT) ali. Criam-se o estigma, o preconceito, o alvo de atitudes 
 
 
3 
negativas na classe tal, em que pessoas são pintadas com cores de loucura, 
violência ou inadequados (Who, 2001). 
A incompletude (histórico-cultural) da medicina precisa da visão externa 
para se reformular e avançar, enquanto se apropria daquilo que a modifica 
tornando-se extensão de si mesma. Há dois diferentes mundos em nossas 
pupilas, diz o pensador russo Mikhail Bakhtin, citado por Freitas (1994). Um deles 
é a consciência da incompletude, o outro é a alteridade como experiência vital. 
Só o outro nos narra do nascimento à morte e, por meio dele, marcamos nossos 
contornos, e nessa pluralidade surge a medicalização. 
Enfatizamos que o profissional da saúde só existe como ser social, como 
membro histórico e contextual do seu grupo social. A medicina precisou da 
cultura e da sociedade para avançar e as usou para marcar território além dos 
limites dela. Há uma contradição estrutural que afirma e nega ao mesmo tempo: 
de um lado, a medicina que planeja, organiza, decide e cuida da saúde; de outro, 
a que diagnostica, prescreve, controla e patologiza. 
Reiteramos que, ao se desenvolver como ciência curativa, a medicina 
expandiu seus níveis de cobertura preventiva para eliminar “comportamentos” 
em grande parte entendidos como “sintomas” e não pertencentes à noção de 
normalidade. Alguém sintomático é alguém anormal e, portanto, fora da curva do 
saudável e sujeito aos estigmas de “estar fora”. Na escola, crianças com 
comportamentos fora da curva (atitudes antissociais, por exemplo) na visão 
vygotskyana1 ressaltada por Signor, Berberian e Santana (2017) correm o risco 
de ser vistas como os infratores de leis sociais e, ao contrário de reverter “os 
comportamentos”, provocam a exclusão social. 
Diante do neurologista, psiquiatra, clínico geral, psicólogo ou outro 
profissional da saúde, o usuário é um corpo/mente em seu contexto histórico-
social. Entendemos haver aqui uma subjetividade de processos complexos de 
linguagens e saberes em que o agir/reagir afeta, é afetado, aprende e ensina. 
Comportamentos “fora da curva” são dimensões socio-históricas e culturais em 
que as pessoas vivem e se encaixam os dogmas neurológicos, biológicos etc. 
Para que não fiquemos no modo idem per idem de explicar coisas pela 
mesma coisa, os próprios pressupostos histórico-sociais nos ajudam a avançar. 
Bakhtin (citado por Freitas, 1994) diz que, na pluralidade de perspectivas, os 
 
1 Lev Semyonovich Vygotsky foi um psicólogo proponente da psicologia histórico-cultural. 
 
 
4 
olhares externos nos convidam. Nossas limitações capturam e prendem o olhar 
externo em nossa própria singularidade, sem perceber que também ficamos 
presos. É nessa direção que devemos caminhar ou, adequando o pensamento 
de Moyses (2001, citado por Meira, 2012), precisamos romper com a perspectiva 
individualizada que biologiza (tanto quanto patologiza) e usar a reflexão crítica 
para compreender o significado de saúde e doença em sua multiplicidade. 
TEMA 2 – PERSPECTIVA ECONÔMICA DA MEDICALIZAÇÃO 
Em nossa percepção, a resolução de problemas sociais com 
medicamentos por meio da publicidade frequente nos meios de comunicação 
influencia o próprio domínio médico, dando-se a ideia de que remédios sempre 
são bons, o que não é verdade, até mesmo por haver maior investimento da 
indústria farmacêutica do que em pesquisas e desenvolvimento (Brasil, 2018). 
A medicalização está vinculada a uma realidade condicionada por 
aspectos financeiros. O desejo de prevenir doenças e mortes prematuras 
provoca uma redefinição da saúde e da doença, com o protagonismo de 
prescrição a um contingente cada vez maior de pacientes. 
Não se pode negar as contribuições positivas para a melhoria no 
atendimento a doenças; boa parte dos avanços em medicamentos não existiria 
se não fossem as pesquisas patrocinadas. Entretanto, a indústria farmacêutica 
obtém lucro considerável com o movimento de medicalização sendo, como 
entendem Birrer e Tokuda (2017), uma de suas principais forças motrizes. 
Moynihan e Cassels (2005) falam na influência da indústria farmacêutica 
aos médicos para fazerem cursos com financiamentos na cifra do bilhão de 
dólares, viagens pagas para campos de golfe, nas quais os profissionais 
recebem por treinamento sobre medicamentos recentes. Os autores citam ainda 
três outras informações que firmam o potencial financeiro como mobilizador 
econômico na medicação: (1) 60% das pesquisas biomédicas nos Estados 
Unidos são financiadas especialmente por medicamentos da indústria 
farmacêutica; (2) em 2004, as empresas farmacêuticas pagaram cerca de dois 
mil dólares por cada metro quadrado na sede do Congresso Anual da American 
Psychiatric; e (3) a alegação (indústria farmacêutica) de que a depressão é 
causada por desequilíbrio químico no cérebro, precisando de inibidores seletivos 
de recaptação de serotonina (ISRSs), fez triplicar o uso de Prozac, Paxil e Zoloft, 
 
 
5 
nos anos 1990. Mais de 20 bilhões de dólares foram gerados para os fabricantes 
(Moynihan; Cassels, 2005). 
Outro espaço econômico é observável no marketing televisivo em 
campanhas de empresas farmacêuticas, projetadas para implementar uma 
percepção pública de doença e de saúde consistente com o portfólio de 
medicamentos prescritos (Moynihan; Cassels, 2005; Poitras, 2009). 
Grande parte dos programas no horário nobre de televisão gira em torno 
de questões médicas. Alguns desses espaços educam o público, e outros, na 
visão de Birrer e Tokuda (2017), seguem uma tramafictícia para puro 
entretenimento. Os autores alertam acerca da vulnerabilidade do público que 
acaba sendo condicionado, principalmente em programas de entrevistas com 
especialistas, alguns com boa reputação. Médicos titulados impressionam pela 
linguagem médica, são ouvidos e acreditados. Não há lei contra alegações sem 
fundamento na televisão, apenas a própria consciência prevalece. 
Outro ponto é a Internet, em regulamentos reduzidos sobre o que se 
divulga no ciberespaço. Grande quantidade de material médico atrativo tende a 
estabelecer juízos medicalizados na mente de quem navega. Pessoas 
normativamente saudáveis podem ver seus corpos como doentes e são 
influenciadas pela divulgação midiática de tratamentos médicos eficazes. 
Poitras (2009) chama a atenção para a história do Viagra e de 
medicamentos para disfunção erétil que confirma a capacidade do marketing 
direto ao consumidor, provocando aumento drástico de vendas dos 
medicamentos prescritos. O autor defende haver interesse em divulgar apenas 
os resultados favoráveis de ensaios clínicos que ganham grande repercussão 
em vieses de publicação. Informações negativas são suprimidas, e isso parece 
atrair mais o interesse dos editores de revistas em publicar ensaios clínicos bem-
sucedidos. 
Para Birrer e Tokuda (2017), as empresas farmacêuticas apoiam 
pesquisas para provar que seus medicamentos funcionam no “tratamento” e no 
alívio do sofrimento. A comunidade médica vê os resultados positivos 
acumulados, e não os ensaios fracassados ocultos e engavetados. 
Uma olhada em qualquer revista médica comprova esse ponto. De 
acordo com as divulgações dos autores, muitas vezes encontram-se 
contribuições das mesmas empresas cujos produtos constituem o 
objeto da pesquisa. A esse respeito, estudos positivos são altamente 
desejáveis, mas até negativos são bem-vindos, desde que o distúrbio 
em estudo retenha a designação de uma condição médica, pois 
 
 
6 
estimulará mais pesquisas e solicitará novas publicações. As 
propagandas comerciais são pagas pelos fabricantes de 
medicamentos e muitas vezes estrelam celebridades conhecidas ou 
médicos reais que podem ou não estar envolvidos na pesquisa e cuja 
presença aumenta a credibilidade. (Birrer; Tokuda, 2017, p. 49) 
Outro exemplo lembrado por Poitras (2009) são as “cláusulas focais” nos 
contratos de investigadores em ensaios clínicos, as quais visam impedir que 
pesquisadores liberem qualquer informação sobre o ensaio clínico sem a 
permissão do patrocinador. Casos assim enquadrados podem ser problemáticos 
se o médico se deparar com situações significativas de segurança. Informações 
negativas divulgadas enfrentam ameaças de ações civis, perda de apoio para 
pesquisas, redução ou eliminação de contribuições filantrópicas a instituições e 
enfrentamento a especialistas externos contratados para refutar a 
responsabilidade de quem divulga a informação (Poitras, 2009). 
Birrer e Tokuda (2017) consideram igualmente alarmante a tendência 
crescente para uso off label2, que ocorre devido à ausência de parâmetros de 
referência. Nesse sentido, o mercado para determinado produto pode se 
expandir até o limite da engenhosidade de seus fabricantes. O fato também 
serve a algumas empresas farmacêuticas que veem na medicalização um modo 
de ressuscitar produtos com falhas anteriores, além de recuperar seus custos. 
TEMA 3 – PERSPECTIVA POLÍTICA DA MEDICALIZAÇÃO 
O conceito moderno de política, de acordo com o filósofo Norberto Bobbio 
(1909-2004), é ligado à concepção de poder. Para Cotrim e Fernandes (2016), 
esse poder político abrange a posse dos meios de coerção social, cujo domínio 
da força institucional e jurídica garante o controle socialmente coercitivo. A 
medicalização como processo social é, antes de tudo, um processo político, 
como reitera Pinto (2015), citando Dias (2010), ao afirmar que muitos problemas, 
antes de serem sociais, culturais ou ambientais, são essencialmente políticos. 
Para Foucault, a medicalização alinha-se no plano do biopoder e da 
biopolítica e está ligada a uma medicina que usa o discurso científico para tomar 
a sociedade como objeto de higienização, disciplinando os corpos (Sanches; 
 
2 Off label se refere a um medicamento empregado para indicação diferente daquela autorizada 
pelo órgão regulatório de medicamentos e para a qual não existem bases científicas. É o uso 
para uma indicação terapêutica não descrita em bula e também em faixa etária diferente da 
recomendada. Publicações fazem referências às justificativas e consequências da utilização off 
label, além de propostas para a regulamentação do uso (Paula; Miguel; Miguel, 2011). 
 
 
7 
Amarante, 2014). A visão foucaultiana é de uma medicina que se impõe como 
ato de autoridade, uma política de rastreamento de doenças na população, 
estando doente ou não. Minakawa (2016) ressalta que isso vai além do normal 
e anormal, a medicalização não encontra limites, estendendo-se para outros 
campos não tradicionais da medicina. Contribui para isso a socialização do 
indivíduo por várias instituições alinhadas ao poder político, como a publicidade, 
distribuidora de informações. Foucault vê nessa marcha a criação de um 
arquipélago médico, no qual os corpos se tornam cúmplices de uma ordem social 
normativa do cotidiano (Hancock, 2018). 
O sociólogo Irving Zola vê a medicalização como instituição de controle 
social associada com questões de gestão da sociedade, especialmente em duas 
áreas: psiquiatria e saúde pública (Minakawa, 2016). A autora destaca também 
a percepção de Ivan Illich sobre a cultura medicalizada na dimensão política e 
social, criando um caráter “macrossociológico”. Illich critica a sociedade industrial 
das tecnologias médicas na ameaça à saúde provocada pela medicina moderna. 
O aspecto político se salienta no modo em que acontece o gerenciamento 
da saúde. Para Ferreira (2015), esse pleito está associado a uma prática 
governamental direcionada à população por normas, leis e disciplinas pelas 
quais se transfere a portadores de anormalidades um rol de prescrições médicas 
e políticas de saúde. O indivíduo nessa condição é limitado a uma ordem 
imperiosa de ser e pertencer ao Estado. 
Para Foucault, o poder não é redutível ao Estado, autoridades e leis ou 
instituições centralizadas. Hancock (2018) reporta que esse poder não se 
restringe às instituições políticas nem é redutível a elas, em que uma classe pode 
dominar outra ou em que o poder é simplesmente a reprodução das relações de 
produção. Portanto, na visão de Foucault, destacada por Hancock, o poder não 
pode ser entendido como uma falsa consciência produzida pela ideologia ou 
propaganda; ao contrário, é constitutivo de todas as relações, normas e práticas 
sociais, trabalhando tanto no dominante quanto no dominado. 
O poder que vimos em Foucault é refletido em efeitos de influência da 
medicalização. Por ela se fabricam disciplinas entrecruzadas na educação, 
aprendizagem, saúde e direitos humanos com vistas à governamentalidade 
biopolítica (Ferreira, 2015). É relevante considerar nessa autora os efeitos 
políticos na medicalização como projetos de leis, serviços, convênios e 
programas de diagnóstico de tratamento de supostos transtornos – por exemplo, 
 
 
8 
dislexia, TDAH e hiperatividade. Em sentido oposto, leis e políticas públicas 
surgem na defesa dos direitos básicos e visão socio-histórica do indivíduo. 
O Dossiê sobre a Psicofobia, elaborado pelo Fórum sobre a 
Medicalização da Educação e da Sociedade, também faz notar que a 
Associação Brasileira de Psiquiatria tem exercido influência na arena 
política para aprovação dessa lei, a qual defende o tratamento em 
saúde mental focado no saber psiquiátrico, distanciando-se dos 
movimentos antimanicomiais que provocaram a reforma psiquiátrica, 
tentando enfraquecer ou mesmo eliminar a força da Lei n. 10.216/2001, 
a qual dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoasportadoras 
de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde 
mental. (Ferreira, 2015, p. 73) 
TEMA 4 – PERSPECTIVA DA SAÚDE PÚBLICA DA MEDICALIZAÇÃO 
A medicalização da saúde pública no Brasil leva em conta como fatores 
principais a centralização do modelo biomédico, a expansão dos serviços de 
diagnósticos, o domínio da indústria farmacêutica, as políticas de saúde 
desconsiderando o usuário e as dificuldades no setor de vigilância sanitária. 
Tesser (2008) cita Nye (2003) para explicar que ao longo do tempo as 
novas técnicas terapêuticas na saúde pública se expandiram e incorporaram 
diferentes inflexões de caráter social, econômico ou existencial, criando em 
nossa análise o atual estado biomédico pelo reducionismo mecanicista. 
A Organização Panamericana de Saúde (Opas) recomenda que os países 
tenham mais de 40% de médicos generalistas. No Brasil, segundo Cardoso 
(2014), estudos do Conselho Federal de Medicina (CFM) apontam que apenas 
30% dos médicos especialistas são generalistas em áreas como medicina 
familiar, comunitária e outras. Outro aspecto lembrado trata de não se concentrar 
o foco numa só pessoa, num só saber. Se o médico é levado a medicalizar os 
problemas apresentados, outros profissionais, em contato com o contexto de 
vida dos usuários (agentes comunitários, técnicos de enfermagem etc.), 
possuem potencial para abordar de forma mais ampla os problemas. O trabalho 
sobre a vida familiar e social tem o poder de desmedicalizar o diagnóstico e 
relativizar a abordagem biologicista em certo nível. 
Dois fatores são lembrados na medicalização da saúde pública no século 
XX, conforme Martins (2014): o grande crescimento da medicina nos exames 
laboratoriais, com destaque para os de imagem como ultrassonografia, 
tomografia computadorizada e ressonância magnética; e a expansão vertiginosa 
de estabelecimentos de diagnósticos (32,9% entre 2005 e 2009). Citem-se aqui 
o fluxo de distribuição de renda do brasileiro, a regulamentação econômica 
 
 
9 
aplicada às fontes pagadoras e a intensa incorporação de tecnologia aos 
serviços de saúde (fenômeno mundial). Esses dados explicam a expansão do 
segmento de medicina diagnóstica (Martins, 2014) e favorecem a medicalização. 
Em 1988, criou-se no Brasil o Sistema Único de Saúde (SUS), concebido 
como política do Estado Democrático de Bem-Estar e que, embora não alinhado 
à tendência neoliberal brasileira, buscou ampliar o acesso ao cuidado com a 
saúde. Acompanhando a expansão da medicina e suas conexões (indústria 
farmacêutica, laboratórios, operadoras de planos de saúde e outros), o SUS 
aumentou sua cobertura em serviços de atenção à saúde como: Programa 
Saúde da Família (PSF), Programa Nacional de Imunização (PNI), Programa 
Mais Médicos (PMM), Programa Farmácia Popular (PFP), Centros de 
Atendimento Psicossocial (CAPS) e outros. 
Nesse fluxo de crescimento pela nossa ótica, o SUS se depara com uma 
farmacologia de racionalidade biomédica que promove a medicalização como 
resposta a impasses subjetivos e sociais. A impulsão de remédios atende a 
qualquer sinal de fragilidade. Agências de publicidade especializadas são 
contratadas, novos distúrbios são apresentados, bem como estratégias para o 
consumo de remédios. O que falamos aqui está presente na literatura vigente 
sobre o tema. 
A questão de vigilância sanitária é evolutiva. O histórico brasileiro nessa 
área, já próximo ao século atual, acumulou eventos negativos como a 
falsificação, entre 1996 e 1998, de 172 registros pelo Ministério da Saúde em 
medicamentos para tratamento de hormônios e HIV. Silva, Costa e Lucchese 
(2018) citam ainda: óbitos de idosos na Clínica Genoveva, em 1996, no Rio de 
Janeiro (RJ); 82 registros de problemas com o uso do soro Ringer Lactato em 32 
óbitos na rede privada de Recife; e o caso da “pílula de farinha” em 1998, com o 
anticoncepcional Microvlar (PE) (Silva; Costa; Lucchese, 2018). 
Não obstante manter-se em prontidão para combater doenças3, a saúde 
pública no Brasil segue os mesmos vieses críticos, usuais nos processos de 
medicalização. Mudanças socioculturais da realidade vigente transformam e 
potencializam sofrimentos e dores. Vivemos sob diagnósticos, prescrições, 
patologias e controle. Isso, em nossa concepção, vai do diagnóstico de um 
comportamento no cotidiano a um prognóstico de como ficaremos bem se 
 
3 A distribuição de kits para diagnóstico do coronavírus em todo o território nacional (março de 
2020) é um exemplo. 
 
 
10 
fizermos esse ou aquele procedimento médico estético. Não é à toa que o Brasil 
é o terceiro país do mundo em número de cirurgias plásticas, apenas abaixo de 
Estados Unidos e México. Os dados de Poli Neto e Caponi (2007) revelam que 
em 2003 houve 400 mil intervenções, e metade delas meramente estéticas – 
entre estas, 40% de lipoaspiração, 30% de mamas e 20% de procedimentos 
faciais. 
Tentativas foram feitas para mudar a tradição medicalizante na saúde 
pública brasileira; um exemplo do PSF, criando uma tensão necessária entre a 
biomedicina e abordagens mais extremadas. Na visão de Tesser (2008), porém, 
não houve uma reorganização na formação de especialistas médicos e 
enfermeiros em escala suficiente para se sustentar. Equipes foram levadas a 
tratar programas de saúde com protocolos diagnósticos e terapêuticos definidos, 
sem recomendações sobre como lidar com a demanda espontânea que busca 
os serviços de atenção básica ou como responder a imprevistos reiterados e 
inevitáveis sobre como cuidar da saúde. 
Ante um mal-estar qualquer, há uma tendência natural em se buscar 
atendimento, e nesse sentido a responsabilidade de diagnose e de terapêutica 
cai na mão do médico por ser ele a base da competência. Contudo, a escuta e 
a orientação também são competências de outros profissionais. Nesse 
seguimento, Tesser (2008) apresenta um olhar na busca de desmedicalizar, 
usando-se os serviços de acolhimento do Atendimento Primário de Saúde (APS). 
Problemas de saúde medicalizados que procuram os serviços de saúde 
influenciados pela mídia, cultura de consumo, medo ou insegurança podem ser 
menos medicalizantes conforme seja a sensibilidade do usuário e do profissional 
não médico em relação ao problema tratado a base de diagnósticos, prescrições, 
patologias e controle. Exemplos são a Clínica Ampliada, o Método Clínico 
Centrado na Pessoa e a Prevenção Quaternária, modelos de superação do 
modelo biomédico e do reducionismo biológico pela ampliação da análise e da 
intervenção biopsicossocial (Cardoso, 2014). 
TEMA 5 – O GERENCIAMENTO DE PSICOFÁRMACOS PELA ANVISA 
A falsificação de medicamentos no Brasil teve um momento crítico, em 
que remédios para câncer de crianças eram misturados à água. A investigação 
do aumento considerável de mortes em curto espaço de tempo mostrou que 
remédios comprados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) em licitações 
 
 
11 
públicas estavam dentro de um esquema nacional de falsificação de 
medicamentos em todo o país (Mathias, 2019). 
Como resposta, foi criada em 1999 a Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (Anvisa). A ela coube a segurança sanitária de produtos e serviços de 
saúde e a fiscalização da produção e venda de medicamentos, com poder para 
tirá-los do mercado e multar laboratórios. Além disso, se tornou responsável por 
regular ações na área de alimentos e publicidade sobre eles (Mathias, 2019). 
No papel, a Anvisa parece mais forte do que o sistema de vigilância que 
a precedeu, não há mais um responsável único, e sim uma diretoria colegiada. 
Sem indicações únicas do ministro, o Executivo manda nomes para o Senado 
aprovar ou não. Aparentemente, existe imunidade às pressões, mas isso não 
acontece. A realidade destacada (Mathias, 2019) é de que se o Senado aprova 
o dirigente e não só a Anvisa já há filtro político; se o Executivo indica alguém 
que não seja, por exemplo, do interesse da indústriafarmacêutica ou outra 
qualquer em que inexista o interesse capital, ele não passa no Senado e o jogo 
se estende. 
A “imunidade” na Anvisa e nos demais setores parece não ter forças para 
se livrar de denúncias envolvendo esquema de lobbies no Ministério da Saúde. 
Foi o que aconteceu no episódio envolvendo Alexandre Paes dos Santos, 
conhecido como APS e que ocupou um longo tempo de investigação sob 
suspeita de ter tentado influenciar a decisão de compra do remédio Gilvec pelo 
Ministério (Folha de São Paulo, 2001). 
Críticas continuam existindo, como a regulação da propaganda de 
alimentos de interesse para as grandes corporações os anorexígenos que 
envolvem questões de interesse da saúde pública e que têm beneficiado o 
interesse do setor regulado, e não o interesse sanitário (Mathias, 2019). 
Alguns dados divulgados no Fórum sobre Medicalização da Educação e 
da Sociedade (2015) revelam como os psicofármacos estão sendo consumidos 
pela população no Brasil. O cloridrato de metilfenidato, conhecido como Ritalina, 
indicado para Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e usado 
no tratamento de crianças, é questionado e visto como um medicamento de 
baixa qualidade, curto período de seguimento e pouca capacidade de 
generalização, embora tenha o consumo cada vez mais crescente no Brasil e no 
mundo. O caráter medicalizante da Ritalina verifica-se ao se observar sua 
utilização reduzida no recesso escolar e o crescimento no ano letivo com a 
 
 
12 
iminência de reprovação escolar (Fórum sobre Medicalização da Educação e da 
Sociedade, 2015). 
O Fórum demonstrou apreensão com estimulantes do sistema nervoso. 
Se a Ritalina teve ligeira queda no segundo semestre de 2013, produtos 
similares como o Concerta e o Venvanse aumentaram o consumo. Por outro 
lado, a ausência de dados de venda do Strattera é preocupante, especialmente 
depois do alerta de geração de pensamentos suicidas por um Comitê da Food 
and Drug Administration (FDA), órgão que controla drogas e alimentos nos 
Estados Unidos (O Globo, 2012). Além disso, o Strattera é um medicamento que 
substitui outros que são controlados, uma vez que não necessita de talonário 
especial para sua prescrição (Fórum sobre Medicalização da Educação e da 
Sociedade, 2015). 
Uma última recomendação do Fórum sobre Medicalização da Educação 
e da Sociedade quanto ao consumo de remédios no Brasil diz respeito aos riscos 
do uso abusivo do Clonazepan. Estudos apontam que o uso prolongado de 
benzodiazepínicos causam demência e Síndrome de Alzheimer. 
NA PRÁTICA 
Em termos de saúde pública, de acordo com o Conselho Federal de 
Medicina (CFM), 44,9% dos médicos brasileiros não são especialistas, e, dos 
que o são, apenas 30% possuem especialidade em áreas generalistas (medicina 
familiar comunitária, clínica médica, ginecologia, obstetrícia e pediatria). A 
referência de Cardoso (2014) mostra que, na prática, esses profissionais 
alocados para atenção primária executam uma intervenção médica episódica, 
centrada no diagnóstico e nas tecnologias médicas, sem que haja o necessário 
crivo e dedicação ao cuidado. Essa desigualdade se mostra acentuada na 
comparação com planos de saúde (30% dos brasileiros) que têm à disposição 
quatro vezes mais médicos. 
FINALIZANDO 
Do ponto de vista socio-histórico, podemos sintetizar que a medicalização 
como determinante de práticas médicas reducionistas e biologistas não se 
desprende do seu objeto, a cultura medicalizada (que envolve na essência o 
indivíduo tratado), e é por ela também modificada. Há, sem dúvida, um contexto 
 
 
13 
em que as dimensões histórica, social e cultural são consideradas na elaboração 
do espectro vigente da relação ser humano e social. 
A partir do ponto em que estudamos como se dá essa construção, 
observando, investigando pesquisadores da área por meio de diferentes 
perspectivas e situações, passamos a mudar nossas significações e nos 
tornamos passíveis de interferir e mudar rumos inadequados da existência 
humana. 
 
 
 
14 
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