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PRATICA PENAL - CASO 02 - QUEIXA CRIME

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CASO CONCRETO 2 – INGRID PEREIRA DO NASCIMENTO - 201602567859
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI - RJ
PEDRO, nacionalidade, solteiro, estado civil, engenheiro, portador do RG sob o nº___, inscrito no CPF sob o nº ____, residente e domiciliado em _____, Niterói/RJ, CEP: ____, endereço eletrônico _____, vem, por seu advogado infra assinado (procuração anexa), que este subscreve, com fundamento no art. 30 do CPP, oferecer
QUEIXA CRIME
Em face de HELENA, nacionalidade, solteiro, estado civil, engenheiro, portador do RG sob o nº___, inscrito no CPF sob o nº ____, residente e domiciliado em _____, Niterói/RJ, CEP: ____, pelos fatos e fundamentos que passa a expor: 
I. DOS FATOS
O querelante, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, planejou a comemoração do seu aniversário em uma churrascaria para o dia 19/04/2016, sábado. Assim, na manhã do seu aniversário, resolveu enviar um convite por meio de sua rede social a todos os seus contatos
		Um dos seus contatos era a sua vizinha e ex-namorada Helena, querelada, que, ao receber o convite, publicou na rede social do Pedro, a fim de ofendê-lo, o seguinte comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Pedro não passa de um idiota, bêbado, porco, irresponsável e sem vergonha!” e, com o propósito prejudica-lo, acrescentou, ainda, que ele trabalha todo dia embriagado e vestindo saia, que “no dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”.
		Ao visualizar a mensagem, o querelante, extremamente envergonhado, não sabia o que responder aos seus amigos, razão pela qual, perdeu todo o entusiasmo de realizar a festa. 
		Assim, no dia seguinte, o querelante buscou a Delegacia de Polícia Especializada em Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando os documentos pertinentes.
II. DO DIREITO
Primeiramente, cabe destacar que o querelante foi vítima de um crime de injúria, previsto no art. 140 do CP, uma vez que a querelada tinha o nítido intuito de ofendê-lo ao afirmar que o Pedro não passa de “um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha”.
Ato contínuo, além de expressar ofensas, com o intuito de ofender a reputação do querelante, a querelada alegou que o ele trabalha todos os dias embriagado, tendo que uma ambulância o socorrer, cometendo assim, crime de difamação, previsto no art. 139 do CP.
Todo homem possui dignidade, e ainda que pelo desvalor da sua conduta desvirtuada, desonrada, não pode ser considerado como exceção a essa regra. Assim, ainda que pela desonradez, protege-se o fragmento que resta intocável, indissociável de todo e qualquer pessoa humana ou jurídica. Nesse sentido é o ensinamento de José Henrique Pierangelli (2005, p. 198):
“Hodiernamente, não mais se discute que possa alguma pessoa estar privada da proteção à sua honra, pois, com a abolição da pena de infâmia, nem mesmo a pessoa mais degradada na escala social encontra-se completamente despojada do amor próprio, ou deixa de ter direito a um mínimo de respeito por parte das outras pessoas. É que sempre restará uma zona honorífica intacta (PILI), ou reais oásis morais (MANZINI)”.
		
		A querelada, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as expressões injuriosas e difamantes no perfil do querelante em sua rede social, se aproveitando do momento em que o ele estava em evidência por publicar o convite, usou meio que facilitou a divulgação da injúria e difamação, incidindo assim, a causa de aumento de pena prevista no art. 141, inciso III do CP.
		Além disso, é entendimento do STJ que a queixa-crime deverá ser recebida com aumento de pena em meio que facilite a divulgação:
“PROCESSUAL PENAL. QUEIXA-CRIME. DESEMBARGADOR. TRIBUNAL DE JUSTIÇA FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO. COMPETÊNCIA. STJ. ART. 105, I, “A”, DA CF/88. CRIMES CONTRA A HONRA. INJÚRIA. CAUSA DE AUMENTO. MEIO QUE FACILITE A DIVULGAÇÃO. ARTS. 140 E 141, III, DO CP. INTERNET. COMPETÊNCIA TERRITORIAL. LOCAL DA INSERÇÃO DA OFENSA EM REDE SOCIAL. OFENSAS AUTÔNOMAS. DIVERSOS AUTORES. DIREITO DE QUEIXA. RENÚNCIA TÁCITA. INOCORRÊNCIA. DECADÊNCIA. TERMO INICIAL. CONHECIMENTO DA AUTORIA. PROVA EM CONTRÁRIO. ÔNUS DO OFENSOR. ELEMENTO ESPECIAL DO INJUSTO. ESPECIAL FIM DE AGIR. ATIPICIDADE MANIFESTA. NÃO COMPROVAÇÃO. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. ART. 397, III, DO CPP. IMPOSSIBILIDADE. 1. O propósito da presente fase procedimental é determinar se a queixa-crime na qual é imputada a Desembargadora do TJ/RJ a suposta prática do crime de injúria (art. 140 do CP) com causa de aumento do meio que facilite sua divulgação (art. 141, III, do CP) pode ser recebida ou se é possível o julgamento imediato de improcedência da acusação. 2. De acordo com a interpretação mais recente desta Corte sobre sua competência penal originária, a supervisão do inquérito e o processamento e julgamento da ação penal devem permanecer no STJ na hipótese em que o crime imputado a Desembargador for de competência material da Justiça Estadual e abrangido pela competência territorial do Tribunal de Justiça ao qual vinculado e no qual exerce suas funções. Precedente. 3. A determinação da competência territorial para a apuração de crimes contra a honra praticados na internet relaciona-se ao local no qual as redes sociais são alimentadas, no qual ocorre a divulgação do conteúdo supostamente ofensivo. Precedentes. 4. Ao rito especial da Lei 8.038/90 aplicam-se, subsidiariamente, as regras do procedimento ordinário (art. 394, § 5º, CPP), razão pela qual eventual rejeição da denúncia é balizada pelo art. 395 do CPP, ao passo que a improcedência da acusação (absolvição sumária) é pautada pelo disposto no art. 397 do CPP. 5. Quando várias pessoas denigrem a imagem de alguém, via internet, cada uma se utilizando de um comentário, não há coautoria ou participação, mas vários delitos autônomos, unidos no máximo por conexão probatória. Precedente. 6. A falta de inclusão de autor de comentário autônomo na queixa-crime não configura, pois, renúncia tácita ao direito de queixa. 7. Nos termos dos arts. 38 do CPP e 103 do CP, o termo inicial do prazo decadencial para oferecimento da queixa-crime apenas se inicia no dia em que a vítima vem a saber quem é o autor do crime, sendo ônus do ofensor, especialmente nos crimes cometidos por meio da internet, comprovar o decaimento do direito. Precedente. 8. A absolvição sumária é hipótese de julgamento antecipado do mérito da pretensão punitiva que exige a demonstração inequívoca e manifesta da ocorrência das hipóteses do art. 397 do CPP, inclusive quanto à atipicidade da conduta pela ausência de especial fim de agir nos tipos penais que o exigem. 9. Na presente hipótese, a conduta atribuída à querelada é aparentemente típica, pois houve demonstração, no campo hipotético e indiciário, da intenção deliberada de injuriar, denegrir, macular ou de atingir a honra do querelante, devendo ser apreciada a efetiva existência do especial fim de agir exigido pelo art. 140 do CP no curso da instrução criminal. 10. Queixa-crime recebida.”
		Não obstante, resta claro que a querelada praticou os crimes sob o mesmo contexto, mediante única publicação, com desígnios autônomos, em concurso formal de crimes, nos termos do art. 70 do CP.
		Dessa forma, resta demonstrado que houve uma única conduta da querelada, sendo certo que praticou dois crimes, a saber, injúria e difamação, devendo a mesma responder criminalmente por estes.
III. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, vem requerer:
a) A citação da querelada para apresentar resposta;
b) Seja julgada procedente a presente queixa-crime;
c) A condenação da querelada em custas e despesas processuais;
d) A oitiva das testemunhas arroladas;
e) A fixação do valor de indenização, nos termos do art. 387, IV do CP.
IV. DAS PROVAS
A presente reclamação encontra-se devidamente instruído com a prova pré-constituída comprobatória da iminência do ato a ser atacadopreventivamente.
Além disso, requer o deferimento da prova testemunhal das testemunhas arroladas abaixo.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, xx de xxxx de xxx.
ADVOGADO
OAB/UF XXXX
ROL DE TESTEMUNHAS:
1) MARCOS - endereço
2) MIGUEL - endereço
3) MANUEL - endereço

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