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PAPER ATUAÇÃO DE ASSISTENTE SOCIAL NA SAÚDE

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6
 O RECONHECIMENTO DO ESPAÇOS DE ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL 
 
 Acadêmicos
 Beatriz Vitória de Souza Nunes
 Camila de Almeida Ribeiro
 Mariana Strey
 Rita de Cássia Saramento,
 Viviane de Cassia Gueber
 Tutor Externo
 Débora Silveira Viana 
 	
RESUMO
Este artigo objetiva apresentar as contribuições do trabalho do assistente social para o tratamento da saúde mental dos usuários dos Centros de Atenção Psicossocial. O primeiro Centro de Atenção Psicossocial do Brasil foi inaugurado em março de 1986 em São Paulo, fazendo parte de um intenso movimento social inicialmente de trabalhadores de saúde mental, que buscavam a melhoria da assistência no Brasil e denunciavam a situação precária dos hospitais psiquiátricos, que ainda eram o único recurso destinado aos usuários portadores de transtornos mentais. Os dados apresentados decorrem de uma pesquisa na qual uma assistente social participa de uma entrevista semiestruturada, conduzida a partir de um roteiro pré-elaborado. Os resultados da pesquisa revelaram que trabalho profissional do assistente social nessa área envolve saberes específicos da área de Serviço Social em interlocução com os saberes de outros profissionais e possibilitam responder demandas trazidas pelos usuários dos CAPS quanto àquelas identificadas por esse profissional. A articulação com a rede de serviços favorece à resolutividade das situações que envolvem o processo saúde-doença dos referidos usuários, para além do tratamento em saúde mental, repercutindo diretamente na melhoria das condições de vida dos mesmos
Palavras-chave: Saúde mental, Psicossocial, Reinserção.
1. INTRODUÇÃO
 Os Centros de Atenção Psicossocial – CAPS constituem um serviço estratégico na política de saúde mental consolidando as propostas da Reforma Psiquiátrica, prestando atendimento clinico em regime de atenção diária, evitando as internações em hospitais psiquiátricos, com o objetivo de atender e acolher pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, preservando e fortalecendo os laços sociais e familiares, por meio de ações Inter setoriais. É a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental, dando suporte e atenção à rede básica dentro do município.
 Os CAPS, assumindo um papel estratégico na organização da rede comunitária de cuidados, fazem o direcionamento local das políticas e programas de saúde mental: Desenvolvendo projetos terapêuticos e comunitários, para que de forma gradativa dispense os medicamentos, encaminhando e acompanhando usuários que moram em residências terapêuticas, assessorando e sendo retaguarda para o trabalho dos agentes comunitários de saúde e equipes de saúde da família no cuidado domiciliar, sua principal característica é buscar reinseri-los a um ambiente social e cultural concreto designado como seu território, o espaço da cidade é onde reestabelece a vida cotidiana de usuários e familiares.
 
 O serviço social na saúde mental atua nas mais diversas expressões da questão social, considerando o preconceito a desonra e vulnerabilidade em que as pessoas com transtornos e que utilizam deste serviço vivenciam. Por este motivo os assistentes sociais passaram a compor a equipe multiprofissional.
2. REFORMA PSIQUIÁTRICA
 A reforma Psiquiátrica iniciou no Brasil em 1978, sendo reivindicado por trabalhadores desta área que denunciaram maus tratos e irregularidades ocorridas nas instituições responsáveis pelo tratamento das pessoas com transtorno mental. A reforma psiquiátrica é entendida como um processo social complexo que envolve a mudança na assistência de acordo com os novos pressupostos técnicos e éticos, a reestruturação da assistência foi o principal pilar da reforma e contou com a declaração de Caracas, que foi um documento norteador das políticas em saúde mental.
 Um dos desafios da reforma foi chegar a um consenso sobre a necessidade de a sociedade conviver de forma mais harmônica e o reconhecimento das potencialidades destas pessoas que não estão à margem da sociedade, e serem vistas como pessoas de direitos, que possuem a capacidade de trabalhar e produzir como qualquer outro indivíduo da sociedade.
2.1 PROMUNGAÇÃO DA LEI
 A partir da promulgação da Lei N: 10.216 de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona um modelo assistencial em saúde mental, o Brasil entrou para o grupo de países com uma legislação moderna e coerente com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde e seu Escritório Regional para as Américas, a OPAS, esta lei estabelece uma gama de direitos, regulamenta as internações involuntárias, colocando-as sob a supervisão do Ministério Público. Em 2002 o ministério da Saúde lança a Portaria nº 336 que regulamenta o funcionamento e define as modalidades dos CAPS como principal estratégia reformista, direcionando como principal equipamento, substituindo os hospitais psiquiátricos, assim os CAPS são definidos como um serviço de saúde aberto e comunitário do SUS. É um equipamento de referência de tratamento para pessoas que sofrem psicoses, neuroses e demais quadros clínicos, cujo o grau ou a persistência justifiquem um cuidado intensivo, comunitário e promotor de vida.
 Os transtornos mentais constituem um aspecto relevante para a saúde pública tanto por sua prevalência quanto pela carga de doença que representam. Espera-se que ¼ da população desenvolva um ou mais transtornos mentais ao longo da vida. Os transtornos neuropsiquiátricos foram diretamente associados a 2,1% do total das causas da morte do planeta, sendo ¼% atribuídos ao suicídio. (PEREIRA; MARI; TAVARES,2013)
3. MATERIAIS E MÉTODOS
	Na construção de um artigo científico, a etapa referente à descrição dos materiais e métodos de pesquisa utilizados assume grande importância, pois quando esta etapa está bem escrita, o restante do trabalho será compreendido com mais facilidade. Esta etapa deve conter o detalhamento do trabalho, de forma que outros pesquisadores possam replicar a mesma pesquisa que fora feita.
Segundo Ferreira (2011), ao elaborar a seção materiais e métodos, faça uma descrição detalhada de cada um deles, explicando as razões que o levaram a concebê-los, modificá-los e empregá-los. O autor destaca ainda que o aspecto mais importante neste item é proporcionar a quantidade adequada de informações sobre como a pesquisa foi conduzida.
Desta forma, ao iniciar esta seção, deve-se primeiro apresentar os procedimentos metodológicos utilizados no decorrer da pesquisa, na sequência, apresente os critérios para a escolha dos participantes e/ou os materiais utilizados, por fim, descreva a sequência de etapas realizadas na condução da pesquisa, mencionando como os dados foram levantados e tabulados para análise.
Em seu estudo, Cervo, Bervian e Silva (2006) expõem que o método científico apresenta a observação, a descrição, a comparação, a análise, a síntese, além dos processos mentais de dedução e da indução, comuns a todo tipo de investigação (qualitativa, quantitativa ou mista).
Após a escolha da pesquisa, é necessário determinar alguns itens que oferecem suporte para a conclusão do estudo, assim, descreva o local da pesquisa (cidade, bairro, estado, grupos, região, vegetação etc.). Continuando, descreva como você obterá estas informações, por meio de entrevista, conversas, questionários, estudos de caso, entre outros. Estes são considerados os instrumentos que indicam as técnicas a serem utilizadas no momento da coleta dos dados (CERVO; BERVIAN; SILVA,2006). 
De posse da amostra e da obtenção dos dados, é necessário definir o período em que a pesquisa ocorrerá (dia, mês, ano), como ocorrerá (meio eletrônico, meio físico etc.), por fim, quais as ferramentas utilizadas para esta coleta de dados e para a análise das informações obtidas (software
.
4. POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL
As doenças mentais são pouco compreendidas. Segundo definição da Organização Mundial de Saúde (OMS) caracterizam-se por uma combinação de fatores. Falhas no funcionamento do cérebro, predisposição genética, alterações clínicas, alterações químicas cerebrais e situações estressoras atuais ou antigas. Consumo de álcool e outras drogas têm substâncias que alteram o funcionamento do sistema nervoso central. Mas, essas alterações somente são consideradas doenças mentais se forem prolongadas e causarem complicações a vida do indivíduo.
Os distúrbios mentais afetam aproximadamente 700 milhões de pessoas no mundo. As mulheres são mais suscetíveis a sintomas ansiosos e transtornos mentais e do comportamento. Os hormônios femininos, principalmente o estrógeno regulam o humor, o que explicaria essa prevalência. Os homens, por sua vez estão mais propensos aos transtornos causados pelo uso de substâncias psicoativas como o álcool.
A Política Nacional de Saúde Mental é uma ação do Governo Federal, coordenada pelo Ministério da Saúde, que compreende as estratégias e diretrizes adotadas pelo país para organizar a assistência às pessoas com necessidades de tratamento e cuidados específicos em saúde mental. Abrange a atenção a pessoas com necessidades relacionadas a transtornos mentais como depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo etc., e pessoas com quadro de uso nocivo e dependência de substâncias psicoativas, como álcool, cocaína, crack e outras drogas. O acolhimento dessas pessoas e seus familiares é uma estratégia de atenção fundamental para a identificação das necessidades assistenciais, alívio do sofrimento e planejamento de intervenções medicamentosas e terapêuticas, se e quando necessárias, conforme cada caso. Os indivíduos em situações de crise podem ser atendidos em qualquer serviço da Rede de Atenção Psicossocial, formada por várias unidades com finalidades distintas, de forma integral e gratuita, pela rede pública de saúde. Além das ações assistenciais, o Ministério da Saúde também atua ativamente na prevenção de problemas relacionados a saúde mental e dependência química.
5. OBJETIVOS DO CAPS
O CAPS tem por objetivo atender à população segundo a lógica do território, oferecendo cuidados clínicos de reabilitação psicossocial e sócio familiar, incentivando a busca pela autonomia, fortalecendo o exercício de cidadania e inclusão social dos usuários e de seus familiares. Oferece também apoio terapêutico de modo intensivo - Para as pessoas com sofrimento psíquico grave que necessitam de atendimento diário e atenção contínua oferecendo cuidados clínicos semi intensivo,
quando há a diminuição da desestruturação psíquica, então opta-se por um atendimento intermediário onde o usuário ainda necessita de atenção direta. Não intensivo – atendimento que pode ser domiciliar, pois o usuário não demanda de atenção contínua do serviço.
Pode-se analisar também que o CAPS é uma alternativa para evitar internações psiquiátricas e uma forma de integrar os usuários num ambiente social e cultural concreto, em um local aberto e acolhedor, inserido no espaço urbano onde é seu cotidiano e de seus familiares.
Os serviços ofertados pelo equipamento devem estar em constante articulação com a rede de serviços de saúde e outras redes sociais, tendo em vista a complexidade da demanda. Desse modo podemos reconhecer que o CAPS sozinho não atende todas as necessidades de seus usuários contando então, com apoio de hospitais dia, residências terapêuticas, hospitais gerais, unidades básicas de saúde e também da própria comunidade.
Os CAPS devem dispor de espaço próprio, adequado e preparado para atender a demanda do seu território, contar com recursos físicos e humanos para realizar as ações necessárias a seu público. Segundo o Ministério da Saúde Portaria n° 336 de 19 de fevereiro de 2002, os CAPS deverão em sua estrutura física contar com consultórios para atividades individuais como terapias, consultas e entrevistas, salas para atividades em grupo, espaço de convivência, refeitório, salas de oficinas, sanitários e área externa para recreação e esportes, sendo que esta estrutura deve ter aparência de uma casa e não de um hospital.
Da mesma forma em que o CAPS de divide em modalidades de atendimento pelo porte, disposição de atendimento e usuários, os serviços também se diferenciam quanto estrutura física, profissionais, diversidade das atividades propostas e tamanho de equipamento, como também da especificidade da demanda, pois atendem desde crianças, adolescentes, adultos, idosos, usuários de drogas e alcoolistas. Sendo assim, os tipos de CAPS são: 
CAPS I e CAPS II: para atendimento de adultos com transtornos psíquicos severos e persistentes. 
CAPS III: atendimento diário e noturno de adultos durante sete dias por semana, para usuários com transtornos psíquicos severos e persistentes. 
CAPS I: para crianças e adolescentes e com atendimento diário.
CAP Sad: atendimento diário para pessoas com transtornos relacionados ao uso de álcool e drogas e sua dependência. Esse CAPS possui leitos exclusivamente para a finalidade de repouso e desintoxicação. 
Considerando os objetivos do CAPS e as práticas a serem desenvolvidas, o “espaço CAPS” e os espaços do CAPS assumem fundamental relevância: trata-se de projetar serviços públicos de saúde, substitutivos ao modelo asilar, de referência nos territórios comunitários, de livre acesso e local de trocas sociais, para apoio, trocas de experiências, produção de projetos de vida, exercícios de direito e ampliação do poder de contratualidade social.
6. OBJETIVOS DO ASSISTENTE SOCIAL
 
 O Assistente social tem como objetivo, para o desenvolvimento do seu trabalho, questão social e assim desenvolver ações e é imprescindível que o mesmo desenvolva a compreensão crítica dos processos econômicos, sociais, políticos e culturais que interferem no processo de saúde/doença dos usuários, bem como um conhecimento significante das políticas públicas que dirigem sua atuação, para estabelecer estratégias de enfrentamento a tais questões. 
	A saúde é uma área indispensável ao desenvolvimento humano e o Serviço Social é uma profissão reconhecida dentro desta área. “Portanto buscar compreender o trabalho do assistente Social na área da saúde é algo que agrega conhecimento à nossa formação, pois nos abre uma vertente dentro dos vários espaços sócios operacionais que esta profissão abrange” (GIL, 2002).
	Voltado a área da saúde o profissional de Serviço Social segundo CFESS (2009), se torna indispensável o embasamento teórico em particular do Sistema Único de Saúde (SUS) e da forma que as políticas públicas voltadas a esta área estão sendo garantidas à população. O Profissional precisa ter um domínio teórico e técnico sobre a política em que direciona sua atuação, o que exige do mesmo um conjunto de conhecimentos que envolvam as instâncias da saúde, da prevenção ao tratamento, passando pelas formas de acesso a redes de atenção. É necessário entender a saúde como um estado de bem-estar completo, físico, mental, e social e não somente como a ausência de enfermidades, devendo a mesma ser entendida e vivenciada como direito fundamental do ser humano e dever do Estado (IV Jornada de Estudos em Serviço Social).
	No CAPS de Camboriú onde buscamos referencial a profissional de Serviço Social presta apoio socioassistencial; identifica e analisa problemas e necessidades materiais e psíquicas, estuda e analisa as causas dos desajustes que possam estar acontecendo dispondo de um plano de atuação, elabora diretrizes para atuação buscando assegurar o progresso e melhoria do comportamento individual; planejar e participar de programas dereabilitação e participar das atividades em grupo.
6.1. ATUAÇÃO DO (A) ASSITENTE SOCIAL DENTRO DO CAPS
	Temos trabalhado também com a humanização no atendimento, buscando trazer a realidade do hospital maneiras menos mecânicas de atendimento, não somente ligado ao paciente, mas também aos seus acompanhantes com intervindo, planejando, organizando e promovendo o atendimento integral de forma humanizada.
	Outra das ações é a de orientar os familiares quanto a importância de acompanhar e permanecer ao lado do doente, também esclarecer acerca dos tratamentos e tempo de permanência no internamento, resgatando os vínculos que muitas vezes se fragilizam devido à doença.
	Todos os trabalhos devem ser documentados em prontuário sempre com objetivo de elaborar estratégias de intervenções profissional e também para resguardar todas as atividades e informações prestadas.
	As abordagens podem ser em grupos ou individuais e devemos sempre respeitar o nível de conhecimento de cada indivíduo, sempre falando de forma clara que pode ser entendida sem duplos entendimentos ou sem mostrar o próprio pensamento em respeito ao caso ou a abordagem.
6.2. RELATO DE ATUAÇÃO NO DIA-A-DIA DENTRO DO CAPS EM CAMBORIÚ
O CAPS é um serviço de portas abertas aonde o dependente químico pode vir buscar acolhimento, e o passa pelo um profissional onde é feito o plano terapêutico próprio para ele, e em conjunto é decidido se ele vai para um centro de recuperação ou se vai ficar em tratamento ambulatorial, isso é decidido junto com o paciente.
Temos convenio com o CERTA que é uma comunidade terapêutica, e os pacientes podem ser internados por um período de até nove meses, lá é feito um processo de ressocialização o custo é todo bancado pelo SUS. No tratamento ambulatorial o paciente vai semanalmente em grupos dentro do CAPS, passa pela psiquiatria, se precisar ele é medicado. 
A recuperação é um processo, normalmente leva nove meses, os três primeiros meses costumam ser mais difíceis, porém o tempo vai de paciente para paciente e se o usuário termina o tratamento e mesmo assim não está recuperado ele pode voltar para o tratamento ambulatorial porque mesmo reincidindo várias vezes ele terá sempre atendimento, não dentro da comunidade terapêutica pois lá existem regras e tem um período que o paciente não poderá retornar, e todo este processo de retorno ambulatorial é agendado mediante a necessidade de cada paciente.
E cada paciente tem sua especificidade não necessariamente precisa passar por todos os serviços ofertados no CAPS, tem paciente que será acolhido pela enfermagem, outros pela assistente social outros pela psicóloga, normalmente ele é atendido pelo profissional disponível no momento.
No CAPS é trabalhado transtornos mentais graves e severos, pacientes com esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão moderada e grave, dependentes químicos, crianças com TDAH, sempre trabalhando com problemas comportamentais, se for um transtorno leve os pacientes são encaminhados para outros locais. No CAPS é feito trabalhos em grupos tentando integrar o paciente em convívio inserindo de volta na família e na sociedade. 
7. OBSERVAÇÕES DENTRO DE NOSSA PERSPECTIVA
	Realizada a visita pudemos observar pontos que mostram que não existe um cumprimento da lei municipal nº 2585 de 2013 que estabelece a equipe mínima de 3 médicos, 1 enfermeira, 2 assistentes sociais, 2 psicólogos, 1 terapeuta ocupacional, 2 técnicos de enfermagem, 1 auxiliar administrativo, 1 artesão, 1 recepcionista, 1 motorista e 2 auxiliares de serviços gerais. Na realidade contam com 1 médico, 1 enfermeiro, 1 assistente social, 1 psicóloga que além de terapia atende a coordenação do equipamento, não dispõe de terapeuta ocupacional nem de artesão, 1 técnica de enfermagem, 1 estagiária e 1 auxiliar de serviços gerais.
	Além de uma equipe extremamente reduzida o CAPS atende todo o município, sendo muito maior a demanda do que a oferta de serviço, prejudicando a reinserção social e as terapias que deveriam ser ofertadas.
	Quanto a estrutura é uma casa em boa localização no centro da cidade, com estrutura antiga, tendo 4 salas de atendimento mais a recepção e a sala de espera, também conta com uma cozinha e banheiros, no fundo do terreno possui uma sala para terapias em grupo. Além de todo o preconceito que os usuários enfrentam, acabam tendo uma demanda não atendida na totalidade. As parcerias existem e o CRAS e o CREAS são fundamentais dentro dos processos de reinserção e de assistência, e inclusive inserindo a família no processo de atuação.
	Um desafio visto é que a família espera a resolução imediata para o paciente, porém se faz necessário um tratamento e raras exceções são encaminhados para o IPQ, existe uma demanda reprimida dentro do município, o que causa frustração nos usuários e familiares. Devido ao grande número de usuários de drogas e álcool fica difícil que o atendimento seja integral e que o serviço seja ofertado a todos.
8. CONCLUSÃO
Podemos considerar que as pessoas com transtornos mentais, podem assumir diversos papeis dentro da sociedade, a doença não limita este indivíduo somente nas questões pessoais, mas também no que ele representa e pode contribuir com a sociedade, dentro deste contexto a assistente social assume um papel fundamental na garantia de direitos, reconhecendo ele como indivíduo e respeitando suas diferenças. Porém a realidade observada apresenta grandes contradições do que a lei propõe e a atuação da assistente social acaba sendo reprimida pela grande demanda e faltas de recursos e dos profissionais que complementam o trabalho deste. “A atuação do assistente social, frente ao sofrimento mental, não se resume a restituir uma ´falta de cidadania` ou suprir direitos previdenciários. Os problemas nessa área são muito mais complexos e paradoxais.” (BISNETO, 2007.p.195). Contudo, a ação profissional do assistente social é fundamental na construção de uma rede de cuidados no atendimento integral, tendo como compromisso a plena cidadania dos usuários dos serviços de saúde mental, contribuindo para a efetivação de tratamentos dignos a esses pacientes. 
REFERÊNCIAS
PEREIRA, L.M.F; MARI, J.J; TAVARES, H. Epidemiologia, carga de doença e política pública de atenção à saúde mental. In: MARI, J. J.; KIELING, C. Psiquiatria na Prática Clínica. 1o ed. Barueri: Manole, 2013.Acesso 23 novembro 2018.
 Lei 10216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Diário Oficial da União. Brasília, 6 abril 2001. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10216.htm> Acesso em 23 novembro 2018.
Doenças Mentais mais conhecidas EU SEM FRONTEIRAS, Doenças Mentais mais conhecidas. https://www.eusemfronteiras.com.br/doencas-mentais-mais-conhecidas/ > acesso em 23 de novembro de 2018.
Conversa pessoalmente com a psicóloga e coordenadora do CAPS Thalita Berlinck, CAPS de Camboriú.
Conversa a assistente social do CAPS Camboriú Paula Fernandes Zampieri Weiss .
ROSA, L. C. S. Transtorno mental e o cuidado na família. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2011
http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-mental
1Beatriz Vitória de Souza Nunes, Camila de Almeida Ribeiro, Mariana Strey, Rita de Cássia Saramento, Viviane de Cassia Gueber.
1. Tutor externo Débora Silveira Viana
 Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Curso Serviço Social – (Turma 524) –
 Prática do Módulo III - 06/12/18

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