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Universidade Presbiteriana Mackenzie
ANÁLISE SETORIAL LINHA BRANCA, LINHA MARROM E PORTÁTEIS
GUILHERME GONELLI VIEIRA DE CAMPOS
MAXIME NDECKY
RAFAEL GONCALVES DA ROCHA
Sumário
1.	Definição do Setor	3
2.	Representatividade do setor de Eletrodomésticos e Eletroeletrônicos na economia brasileira atual	4
3.	Elasticidade	5
4.	Importância do Segmento	6
5.	Vida Útil	7
6.	A análise estrutural de Indústria	8
6.1.	Determinantes estruturais da intensidade da concorrência	10
6.2.	Ameaça de Entrada	11
6.3.	Intensidade da Rivalidade entre os concorrentes existentes	13
6.4.	Pressão dos produtos substitutos	15
6.5.	Poder de negociação dos compradores	15
6.6.	Poder de negociação dos fornecedores	16
6.7.	A demanda do mercado de linha branca, marrom e eletrodomésticos	17
7.	O papel do varejo na comercialização da linha branca, marrom e portáteis.	21
7.1.	Breve histórico e Conceito	21
7.2.	Funções e características do varejista final	22
7.3.	Tipos e Formatos de Varejo da Linha Branca no Brasil	24
7.4.	Localização dos Principais varejistas de Linha Branca	24
8.	Impactos do cenário e das políticas macroeconômicas no setor	25
8.1.	Investimentos	25
8.2.	Emprego	27
8.3.	Inflação	27
8.4.	Inadimplência	28
8.5.	Crédito	29
8.6.	Dólar	32
8.7.	Cenário Argentina	33
8.8.	Cenário China	35
8.9.	Inflação China	37
8.10.	China Cenário atual	37
8.11.	Guerra Comercial China EUA	38
8.12.	EUA	38
8.13.	Cenário Pessimista e Realista	39
1. Definição do Setor
Existem algumas invenções feitas pela humanidade que se tornam necessidade básica do dia a dia de qualquer pessoa, diversas dessas descobertas compõem o portfólio de bens de consumo duráveis, alguns exemplos são: geladeira, fogão, celular, televisão, máquina de lavar entre outros. Desde a criação desses produtos se tornou indispensável, é difícil imaginar uma pessoa viver sem utilizar esses equipamentos, pois eles trazem facilidades no dia a dia. 
Hoje o uso desses utensílios não possuem definição de classe social para obtenção, dados do IBGE de 2015 mostram que 97,83% dos domicílios brasileiros possuem geladeiras, esse número aumenta para 98,84% quando vemos a quantidade de fogão e um número também expressivo vemos quando verificamos as residências com Televisores que está em 97,14%, isso demonstra a importância destes segmentos.
O presente estudo consiste em analisar o funcionamento de mercado dos setores da linha branca, linha marrom e portáteis, demonstrando as oscilações ocorridas no setor e suas origens, primeiramente temos que entender a diferenciação dos três setores que serão estudados, a ELETROS (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos) foi fundada em 1994 para fazer a representação dos bens de consumo duráveis de Eletrodomésticos e Eletroeletrônicos, esse segmento pode ser caracterizado da seguinte forma:
· Linha Branca: nomenclatura atribuída aos produtos eletrodomésticos de maior porte, tais quais, ar condicionados, fogões, fornos micro-ondas, freezers e geladeiras, lava louças, lavadoras, purificadores de água etc.
· Linha Marrom: distinção atribuída aos produtos eletroeletrônicos de uso doméstico, informação ou entretenimento, tal como televisores, aparelhos de DVD ou Blu-Ray, Aparelhos de áudio, videogames entre outros itens.
· Portáteis: classificação utilizada para referir os produtos eletroeletrônicos que podem ser transportados com facilidade. Nesta categoria, estão inseridos batedeiras, liquidificadores, barbeadores, cafeteiras, fritadeiras, ferros de passar roupa etc.
Podemos verificar ainda que estes segmentos possuem poucas empresas, com grande participação de mercado, podendo ser classificadas como oligopólios, Assevera De Plácido e Silva descreve o oligopólio “designa a situação do mercado dominada por reduzido número de produtores, cada qual bastante forte para influenciá-lo, mas não o suficiente para desprezar a concorrência”. (SILVA, 2004, p.980).
2. Representatividade do setor de Eletrodomésticos e Eletroeletrônicos na economia brasileira atual
De forma geral, o mercado de Linha Branca, Linha Marrom e Portáteis aqui no Brasil é concentrado. A estrutura tarifária favorece as empresas a instalarem-se no mercado brasileiro, favorecidas por vários fatores, um deles, representativo, que é a Zona Franca de Manaus (LAFIS, 2019).
Levando-se em conta as empresas associadas a ELETROS (2019), juntas, totalizam 31 empresas. São Elas:
	Ventisol
	Gree
	Philips
	Aoc
	Johnson Controls Hitachi
	Positivo
	Atlas
	Itatiaia
	Samsung
	Black & Decker
	Karcher
	Semp TCL
	Canon
	LG
	Sony
	Daikin
	Mallory
	Midea Carrier
	Eletrolux
	Mondial
	Tramontina
	Elgin
	Mueller
	Wap
	Elsys
	Newell
	Whirlpool
	Esmaltec
	Panasonic
	
	Ga.Ma
	Philco
	
Conforme apontado pela consultoria LAFIS, as maiores empresas do setor no mercado brasileiro são Whirlpool, Eletrolux e Panasonic.
A representatividade dos setores de linha branca, linha marrom e portáteis pode ser conferida também por meio do IPCA.
Tabela 1. Estrutura de ponderação – IPCA – Janeiro/2009 (POF 2008-2009)
	Descrição
	Peso %
	Alimentação e bebidas 
	22,0828
	Alimentação no domicílio 
	15,0242
	Alimentação fora do domicílio 
	7,0586
	Habitação 
	14,2752
	Encargos e manutenção 
	9,5341
	Combustíveis e energia 
	4,7411
	Artigos de residência 
	5,4323
	Móveis e utensílios 
	2,2972
	Aparelhos eletroeletrônicos 
	2,7814
	Consertos e manutenção 
	0,3537
	Vestuário 
	6,2289
	Roupas 
	4,0793
	Calçados e acessórios 
	1,7781
	Joias e bijuterias 
	0,2811
	Tecidos e armarinho 
	0,0903
	Transportes 
	21,9527
	Transportes 
	21,9527
	Saúde e cuidados pessoais 
	11,0796
	Produtos farmacêuticos e óticos 
	3,8583
	Serviços de saúde 
	4,3916
	Cuidados pessoais 
	2,8298
	Despesas pessoais 
	9,1933
	Serviços pessoais 
	5,3918
	Recreação, fumo e fotografia 
	3,8015
	Educação 
	4,1811
	Cursos, leitura e papelaria 
	4,1811
	Comunicação 
	5,5740
	Comunicação 
	5,5740
	Índice Geral
	100,0000
Fonte: IBGE (2019).
Diante dos pesos do IPCA, baseadas na Pesquisa de Orçamento Familiar de 2009, considerando o subgrupo Aparelhos eletroeletrônicos dentro do grupo Artigos de residência, temos que o consumo de eletroeletrônicos representa no total do IPCA de 2,78%.
3. Elasticidade
O conhecimento perfeito do mercado é um fator importante para uma empresa que queira ser bem-sucedida. Ao pensar em qualquer expansão, ou mesmo no lançamento de um novo produto, a empresa não pode deixar de lado variáveis importantes como o nível de renda, os costumes, os gostos, fatores que, aliados ao preço do produto, influenciam na decisão de compra do consumidor. 
Porém nem todo o desejo do consumidor se traduz como procura do mercado. Mesmo que alguns desejem uma casa no campo, poucos têm recursos para adquiri-la. A demanda efetiva é composta dos que aliam ao desejo de possuir um bem, à impossibilidade de compra-lo e tornam efetiva essa compra.
A demanda do bem aumenta à medida que seu preço baixa, ou seja, a procura é “sensível” a uma baixa, ou aumento de preço. Mas o grau de sensibilidade varia de produto para produto, embora não seja muito fácil identificar os motivos da diferença de sensibilidade à variação nos preços, dos diversos bens, é certo que um dos motivos, seja a existência ou não de um produto que preencha as mesmas utilidades. Assim, a insensibilidade à variação do preço, de um produto como o sal, é explicada pelo dele ser crucial ao homem, e não substituto.
Sendo assim, segundo o livro “Introdução à Economia”, o autor Nicholas Gregory Mankiw, a elasticidade é uma medida do quanto que compradores e vendedores respondem a mudanças nas condições do mercado. Ela nos permite analisar oferta e demanda com maior precisão.
Na representação da linha branca pegamos a variação do segmento - Faturamento Real - Produtos de Metal (06=100) onde o cálculo feito apresentou um resultado da Elasticidade de 2,53.
Já para verificação do segmento da linha marrom e portáteis utilizamos os dados - Faturamento Real - Máquinas e Equipamentos (06=100) onde o resultado da Elasticidade foi de 3,24.
Com a elasticidadecalculada é possível fazer a projeção dos próximos anos, uma vez que o percentual de crescimento do PIB se encontra no boletim focus.
4. Importância do Segmento
O Brasil possui uma população de aproximadamente 210 milhões de habitantes e 57 milhões de domicílios segundo o IBGE, com isso verificamos o potencial do mercado interno brasileiro, para as empresas estabelecidas neste ramo da linha branca, linha marrom ou portáteis se torna um mercado altamente atrativo.
Fonte: ABINEE, Bradesco
Os principais produtos da linha branca e marrom existem na maior parte dos lares brasileiros, com o passar dos anos o número de residências aumentam e além disso ocorrem trocas de produtos já existentes nas residências, tendo uma demanda garantida por serem produtos de primeira necessidade, podemos ver o percentual de domicílios particulares que possuem alguns produtos deste segmento:
Fonte: IBGE
5. Vida Útil
Eletrodomésticos são bens indispensáveis para uma sociedade onde a inovação parece não ter fim. Cada ano que passa, empresas de eletrodomésticos apresentam seus produtos com a tecnologia da última geração. Eletrodomésticos como fogões, geladeiras e lavadoras de roupas estão presentes na residência de praticamente todos os consumidores. Entretanto, ao adquirir esses bens para a casa, uma das questões levada em conta por consumidores é saber quanto tempo terão de vida.
Sendo assim, este estudo pode ajudar aqueles consumidores que têm dificuldade em escolher os seus aparelhos pelo maior tempo possível, aproveitando por total dos eletrônicos. Isto é uma maneira de evitar a compra excessiva de qualquer novidade, diminuindo a quantidade de lixo eletrônico no meio ambiente também. De forma geral, a compra de um novo produto depende do tempo de duração dele e isso implica a substituição do anterior, particularmente no caso de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Estudo feito com base em dados dos anos de 2005 a 2015, não contemplando o ano de 2010 devido não ter dados no banco de dados do IBGE.
Fonte: Elaboração própria.
Os eletrônicos são aparelhos que estão menos sujeitos à troca para substituir um aparelho anterior, sendo maior a ocorrência de novas aquisições para o uso paralelo com aparelhos antigos. Entretanto, na ótica empresarial, aparelhos com menos durabilidade significa mais aquisição por parte dos consumidores, portanto mais lucro.
6. A análise estrutural de Indústria
Segundo Porter (1986) a essência da formulação de uma estratégia competitiva é relacionar uma empresa ao seu meio ambiente. Esse meio ambiente é representado pela própria companhia e pelas outras empresas qual ela compete. Forças externas à indústria são representativas pois afetam todas as empresas inseridas neste ambiente competitivo. E o ponto básico está nas diferentes habilidades das empresas em lidar com elas.
A intensidade da concorrência em uma indústria não é ocasional. Ela possui origens em sua estrutura econômica básica e vai além do comportamento dos atuais concorrentes. Assim, o grau de concorrência, segundo Porter (1986) depende das cinco forças. O conjunto destas forças determina o potencial de lucro final na indústria, medido pelo capital investido e pelo retorno recebido. O autor apresenta que o potencial de lucro varia de mercado para mercado e assim a intensidade de cada força também varia, desde uma indústria de pneus, com concorrência acirrada e baixos retornos, até retornos relativamente moderados, como a de serviços e equipamentos de perfuração de petróleo.
Porter (1986) ressalta que a meta da estratégia competitiva para uma empresa em uma indústria é encontrar uma posição dentro dela em que ela possa melhor se proteger contra essas forças competitivas ou influenciá-las em seu favor.
Diante disso, Porter (1986) apresenta o modelo das 5 forças, que dirigem a concorrência na Indústria.
Figura 1. Modelo das 5 forças de Porter
O conhecimento das forças que as empresas são submetidas colocam em destaque os pontos fortes e pontos fracos críticos das companhias, além de animar o posicionamento delas dentro de seu mercado concorrencial e assim, esclarecer onde as mudanças estratégicas podem resultar em retorno máximo. Outro ponto que o conhecimento das forças pelas empresas oferece são as oportunidades e as ameaças que elas estão expostas. Por fim, a análise estrutural é a base fundamental para a formulação da estratégica competitiva (PORTER, 1986).
6.1. Determinantes estruturais da intensidade da concorrência
De modo geral, quanto maior a concorrência, maior será a chance de retornos menores sobre o capital investido, até o limite de uma taxa livre de risco uma vez que investidores não tolerarão investir em uma empresa onde seus retornos são abaixo das taxas livres de risco. Desta forma, quanto maior é a diferença positiva entre a taxa livre de risco e o retorno do mercado, maior será o volume de investimentos neste mercado específico. Além disso, as 5 forças irão direcionar em qual ponto o fluxo de investimento será direcionado (PORTER, 1986).
Segundo Porter (1986), as cinco forças (ameaça de entrada, ameaça de substituição, poder de negociação dos compradores, poder de negociação dos fornecedores e rivalidade entre os concorrentes) refletem que a concorrência não está localizada apenas entre os participantes envolvidos. Assim, concorrentes podem ser todos os participantes que exercem alguma influência sobre as cinco forças (clientes, fornecedores, substitutos e novos entrantes), caracterizando desta forma uma Rivalidade Ampliada.
No limite, Porter (1986) apresenta um caso extremo de intensidade competitiva, adotando o cenário de uma concorrência perfeita, caracterizada como uma situação de entrada livre, nenhum poder de negociação com relação a clientes e fornecedores e rivalidade sem freios devido ao número elevado de competidores e onde produtos não possuem quase ou nenhuma diferenciação.
A estrutura básica de uma indústria, demonstrada na intensidade das forças, deve ser distinguida dos diversos fatores no curto prazo que podem interferir na rentabilidade de uma forma transitória. Desta forma, o foco de análise estará baseado na estrutura da indústria (PORTER, 1986).
Diante disso, as cinco forças são apresentadas a seguir:
6.2. Ameaça de Entrada
São as empresas que estão fora do mercado e que trazem uma nova capacidade, além do desejo de ganhar participação de mercado e retornos acima do esperado. A ameaça de entrada de um mercado vai depender das barreiras de entradas existentes.
Porter (1986) lista as principais barreiras de entrada:
Economias de Escalas: declínios nos custos unitários de um produto. Economias de escalas detêm a entrada pois força que as empresas interessadas em adentrar no mercado específico forçando a empresa postulante a ingressar em larga escala, arriscando-se a uma forte reação das empresas competidoras ou a ingressar em pequena escala e se sujeitar a uma desvantagem de custo. Aqui, o compartilhamento de produção e de Know-how são empregados para reduzir custos.
Diferenciação de Produto: ocorre quando empresas estabelecidas possuem sua marca identificada e desenvolvem um sentimento de lealdade junto a seus clientes derivados de um esforço prévio em ações de marketing (publicidade, serviço de atendimento ao cliente etc.) ou por serem pioneiras no mercado. O investimento inicial aqui geralmente incorre em custos que futuramente podem não ser recuperados.
Necessidades de Capital: acontece quando é necessário o investimento financeiro em alto volume para se operar na Indústria de interesse. Quando a necessidade de investimento é requerida para atividades arriscadas e não recuperáveis, como por exemplo, pesquisa e desenvolvimento ou publicidade e propaganda, estes fatores criam uma barreira de entrada.
Custos de Mudança: são os custos com que o comprador se depara no momento de mudança de um fornecedor de produto para outro. Custos como treinamento de funcionários, equipamentos novos ou qualificação de uma nova fonte são os exemplos de custos de mudanças que podem gerar barreiras de entradas duranteesse processo. Assim, quanto maior o custo de mudança, maior será a barreira de entrada nesse ponto.
Acesso aos Canais de Distribuição: necessidade do novo entrante criar ou estabelecer sua distribuição do seu produto. Quando a concorrência já está instalada em um mercado, cabe ao entrante buscar alternativas viáveis para distribuir e expor seu produto da forma mais eficiente e eficaz. Cabe ao novo entrante persuadir os canais de distribuição para que aceitem seu produto. Geralmente isso é realizado por meio de aplicações de descontos para os distribuidores ou varejistas, ou esforço em venda. Assim, quanto maior é a dificuldade de obter acesso aos canais de distribuição, maior será a barreira de entrada. Quando essa barreira é muito alta, cabe a nova entrante avaliar a possibilidade de criação de seu próprio canal de distribuição para seu produto.
Desvantagens de Custo Independentes de Escala: as empresas estabelecidas podem apresentar vantagens de custos impossíveis de serem igualadas pelos postulantes a entrar no mercado. Vantagens críticas podem ser patentes, acesso favorável a matérias primas, localização favorável, subsídios governamentais, curva de aprendizagem etc.
Política Governamental: quando o governo pode limitar ou mesmo impedir a entrada em mercados com controles como licenças, alvarás, limites ao acesso de matérias-primas ou outras restrições a serem criadas.
Diante da entrada de uma nova empresa em um mercado, é esperado uma retaliação por parte dos concorrentes existentes naquele mercado. Esta retaliação é dada de forma a tornar a permanência do novo entrante difícil ou incômoda. Assim a entrada do postulante pode ser dissuadida, ou seja, o novo entrante pode recuar no interesse de entrar no mercado de interesse frente as barreiras de entrada e as possíveis retaliações dos concorrentes existentes (PORTER, 1986).
Possibilidades de retaliação podem ser como:
· Histórico de vigorosa retaliações aos entrantes;
· Empresas estabelecidas com recursos substanciais para a disputada, incluindo excedente de caixa ou crédito disponível para fazer frente ao novo entrante;
· Crescimento lento da indústria, que restringe a capacidade do mercado de absorver uma nova empresa sem diminuir as vendas e o desempenho financeiro.
Além disso, Porter (1986) menciona que a condição de entrada de uma indústria pode ser resumida em um conceito hipotético denominado como o preço de entrada dissuasivo, que ocorre quando a estrutura de preços em vigor apenas equilibra os benefícios potenciais provenientes da entrada com os custos esperados para superar as barreiras estruturais. E o preço de entrada dissuasivo depende das expectativas dos postulantes à entrada sobre o valor futuro e não das condições correntes.
6.3. Intensidade da Rivalidade entre os concorrentes existentes
Segundo Porter (1986), a rivalidade ocorre porque um ou mais concorrentes sentem-se pressionados ou percebem a oportunidade de melhorar sua posição. As batalhas corriqueiras se dão de diferentes formas como disputas por publicidade, concorrência por preço etc. Este padrão de aço e reação pode contribuir, ou não para que elas se aprimorem. Porém, quando os movimentos e contra movimentos crescem em um processo de escalada, as empresas dentro desta indústria podem ficar em uma situação pior do que a inicial, como acontece por exemplo em uma disputa por preço. Já uma disputa por publicidade e marketing de modo geral pode contribuir para que as empresas desenvolvam diferenciações em produtos, assim, gerando um benefício mútuo para as empresas.
Fatores concorrenciais são elencados por Porter (1986) como:
Concorrentes Numeroso ou Bem Equilibrados: quando empresas são numerosas, a probabilidade de dissidência é grande e elas podem até acreditar que podem fazer movimentos sem serem notadas. Porém, quando o mercado é altamente concentrado, são poucos os enganos quanto a força. Desta forma, os líderes de um mercado concentrado podem impor um papel de coordenador por meio de atitudes como liderança em preço.
Crescimento lento da indústria: diferente de um mercado que cresce rapidamente, bastando a empresa se manter em dia com seus concorrentes para se manter competitiva, o ambiente lento de crescimento impõe uma condição de um jogo de domínio de parcelas de mercado para sua expansão. Neste contexto de crescimento lento, o jogo estratégico entre as empresas é mais instável.
Custos fixos ou armazenamentos altos: o cenário de custos fixos altos criam fortes pressões na direção de que todas as empresas alcancem a capacidade, o que muitas vezes conduz rapidamente a uma escalada nas reduções de preços quando há um excesso de capacidade. Empresas com custos fixos altos ou quando possuem altos custos de estoque (geralmente ligados à produtos perecíveis) ficam expostas à concorrência, ficando em uma situação inferior no ambiente de rivalidade.
Ausência de diferenciação ou custos de mudanças: quando o produto é de primeira necessidade ou diferenciação é baixa ou a escolha do comprador é baseada em grande parte no preço e no serviço, o que surge daí é uma concorrência muito mais acirrada. A diferenciação é uma porta de saída da briga acirrada do ambiente da concorrência.
Capacidade Aumentada em grandes Incrementos: quando as economias de escala determinam que a capacidade deve ser acrescentada em grandes incrementos, os acréscimos de capacidade podem romper cronicamente o equilíbrio de oferta e demanda da indústria, particularmente quando existe um risco de acréscimos de capacidade serem excessivos.
Concorrentes divergentes: relaciona-se como as interações das estratégias dos concorrentes não coincidem entre si, criando possíveis choques ao longo do processo. Além disso, as empresas podem ter dificuldades em chegar ao um acordo sobre as “regras do jogo” para a indústria.
Grandes Interesses Estratégicos: similar ao que ocorre no fator de “concorrentes divergentes”, a rivalidade em uma indústria torna-se ainda mais instável se algumas empresas apresentarem interesses diversos com relação ao propósito naquela indústria em que estão atuando. Aqui, os interesses de uma empresa pode criar desestabilização para os demais concorrentes. Lucro imediato não é tudo nesse ponto, pois as empresas podem operar buscando desenvolver prestígio e visibilidade de marca, que somente geraria lucros no longo prazo.
Barreiras de saída elevadas: ocorre quando fatores econômicos, estratégicos ou até mesmo emocionais mantêm as empresas competindo em atividade mesmo em um patamar de retorno abaixo das expectativas. As principais fontes de barreiras de saídas são Ativos especializados, Custos fixos de saída, Inter-relações estratégicas, barreiras emocionais ou restrições de ordem governamentais. Estes fatores contribuem para que uma empresa tenha dificuldade de abandonar a competição. Quando essas barreiras são altas, o excesso de capacidade continuam grandes e as companhias que perdem as batalhas não “entregam os pontos”, acarretando em uma diminuição da rentabilidade para toda a indústria.
Mudanças nas condições da rivalidade: à medida que um mercado amadurece, seu crescimento e sua rentabilidade declina. A partir daí, a rivalidade aumenta, gerando redução de lucros para o mercado como um todo. Diferenciação e elevação das barreiras de saída são técnicas utilizadas pelos concorrentes instalados no mercado para evitar o confronto por preço.
Barreiras de Entradas e Saídas: geralmente, as barreiras de entrada e saída são utilizadas conjuntamente. O melhor caso de combinação que uma empresa instalada na indústria pode desejar é de ter barreiras de entradas altas mas de saídas baixas, pois ela se protege dos potenciais entrantes e pode optar sair ao passo que a rentabilidade da indústria apenas decline. O contrário, barreiras de entrada baixa e saída alta é totalmente indesejado, pois geralmente resulta em uma situação de retornos arriscados baixos.
6.4. Pressão dos produtos substitutos
Os substitutos, segundo Porter (1986), reduzem os retornos potenciais de um mercado, colocando um limite, outeto, nos preços que as empresas podem fixar com lucro. De modo geral, o impacto dos produtos substitutos pode ser resumido como a elasticidade global da demanda da indústria. Quanto mais atrativa é o custo-benefício de um produto substituto, maior será a pressão limitante de lucro de uma indústria.
6.5. Poder de negociação dos compradores
Os compradores competem com a indústria pressionando os preços de forma descendente, barganhando por qualidade superior ou por mais serviços, jogando assim os competidores um contra os outros, causando uma diminuição da rentabilidade da indústria. Assim, Porter (1986) define que um grupo comprador é poderoso se as seguintes circunstâncias forem atendidas:
· Grupos compradores concentrados ou adquirente de grandes volumes em relação as vendas de seu vendedor;
· Os produtos que ele adquire na indústria representam uma fração significativa de seus próprios custos;
· Os produtos que ele adquire da indústria são padronizados ou não diferenciados, fazendo com que ele entenda que haja alternativas de compras na indústria;
· Ele enfrenta poucos custos de mudança. Se o contrário for verdadeiro (custos altos de mudança) o comprador fica preso ao fornecedor;
· Quando lucros reduzidos criam grandes incentivos para reduzir os custos de compras;
· Compradores que são uma ameaça concreta de integração para trás. Quando um comprador possui a real chance de fabricar ele mesmo aquilo que ele compra, ele pressiona o seu fornecedor (tradicional no ramo automotivo). Segurança de fornecimento é um fator importante nessa pressão, pois se o comprador precisa de grandes quantidades que precisam ser entregues para atender a uma produção, o comprador avaliará fortemente se ele mesmo entre no mercado para fabricar aquilo que ele compra, levando em consideração que aquilo que ele compra é de fácil fabricação e pouca especialização (não consuma recursos financeiros significantes e know-how elementar).
· O produto da indústria não é importante da qualidade dos produtos ou serviços do comprador;
· Quando o comprador detém todas as informações sobre demanda e informações sobre o mercado que ele compra. Aqui, geralmente varejistas podem ganhar bastante poder de negociação em relação aos fabricantes quando podem influenciar as decisões de compras dos consumidores, como fazem em casos de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, vestuário etc.
6.6. Poder de negociação dos fornecedores
Porter (1986) afirma que fornecedores podem exercer poder de negociação sobre os participantes de uma indústria ameaçando elevar preços ou reduzir a qualidade de seus bens ou serviços fornecidos. Assim, fornecedores podem subtrair a rentabilidade de seus compradores.
Fornecedores são poderosos na visão de Porter (1986) se atenderem as seguintes condições:
· Mercado concentrado. Poucos compradores e poucos fornecedores;
· Não está obrigado a batalhar com produtos substitutos na venda para a indústria;
· Quando determinada indústria não é um cliente importante para o grupo fornecedor;
· O produto dos fornecedores é um insumo importante par o negócio do comprador;
· Os produtos do grupo de fornecedores são diferenciados;
· Os fornecedores são uma ameaça concreta de integração para frente, ou seja, eles podem criar seu canal de distribuição, no caso de indústrias de bens de consumo e varejistas ou de fornecedores maiores que seus consumidores dentro de uma mesma cadeia de produção;
· Grau de organização dos fornecedores frente aos seus compradores.
6.7. A demanda do mercado de linha branca, marrom e eletrodomésticos
De modo geral, o mercado de linha branca são compostos por bens essenciais, como geladeiras, fogões e lavadoras de roupas. Além disso, são bens que possuem uma capacidade limitada de compra por parte do consumidor, pois não existe uma necessidade de se ter na mesma residência mais que uma geladeira, fogão ou lavadora. Da mesma forma, o setor de portáteis se comporta da mesma forma, uma vez que não é comum em uma residência ter mais de 3 batedeiras ou 3 liquidificadores, assim por diante. 
Já o setor de linha marrom é composto por produtos não essenciais, mas de larga penetração nos lares brasileiros, como Televisores, DVDs, Videogames ou aparelhos celulares. Diferente do setor de linha branca e portáteis, e frente aos avanços tecnológicos mais dinâmicos do que na linha branca, consumidores podem ter quantidades superiores a 1 unidade, como é visto nos lares, consumidores com mais de 1 televisor em sua residência.
O avanço tecnológico é mais marcante também na linha marrom, onde o poder de diferenciação na indústria é maior, e a tecnologia ter alterado inclusive a característica dos produtos. De modo geral, televisores ou celulares atuais são significativamente diferentes do que os produzidos e comercializados. Já os principais produtos de linha branca, como geladeiras e fogões tiveram melhorias incrementais, como melhor eficiência de energia ou itens de diferenciação aplicados, mas em essência são itens muito semelhantes aos comercializados no início dos anos 2000.
Outra característica marcante dos produtos do setor de linha branca, é de que possuem vida útil longa, com ciclos superiores a 5 ou 10 anos, além de possuir tecnologicamente uma predisposição ao reparo, fazendo com que o mercado de assistência técnica para esses produtos sejam relevantes ao ponto de estarem representados na pesquisa de orçamento familiar do IBGE.
Já o mercado de linha marrom e portáteis possuem aparelhos com vida útil menores, geralmente de 1 a 4 anos de duração. O reparo já é menos presente nestes mercados, porém ainda parcialmente representativo, uma vez que produtos como televisores ou celulares possuírem valores significativos no Brasil hoje, no ano de 2019.
De acordo com Mascarenhas (2006), a hipótese é de que o consumidor seja racional em suas escolhas no caso de produtos de linha branca. Isto indica que são produtos de compra comparada, fazendo com que o consumidor analise e leve em consideração a vida útil do produto, o custo-benefício e fatores diferenciais antes de decidir uma compra.
De acordo com a teoria do consumidor, a utilidade marginal de produtos de linha branca é próximo a zero. Além disso, o pressupõe-se que a utilidade temporal. Assim, a partir da compra de uma geladeira, por exemplo, o consumidor só irá tender a uma nova compra no final do ciclo de vida de seu produto. De modo semelhante, isto ocorre no setor de portáteis, como batedeira, ferros de passar roupas ou liquidificadores. Porém, isto não ocorre da mesma forma com portáteis, uma vez que o consumidor pode ser influenciado a adquirir um novo televisor mesmo se que ele não estiver no fim de sua vida útil.
De acordo com Mascarenhas (2006) o crédito para a aquisição de bens de linha branca, marrom e portáteis são um dos principais fatores no processo de compra por um consumidor. Assim, se houver crédito, o consumidor comprará o produto. Assim, renda é determinante para o consumo de linha branca, marrom e portáteis. Porém, pela situação apresentada de um produto de linha branca serem bens essenciais, a demanda tende a ser constante ao longo do tempo, diferente do que ocorre no setor de linha marrom, como visto em casos de produtos que possuíam demanda como câmeras digitais. Hoje, pelo avanço tecnológico, o produto convergiu para os aparelhos celulares, que se transformaram em smartphones. Desta forma, a curva da demanda por esse produto mudou radicalmente.
Mascarenhas (2005), apresenta o diagrama que resume os fatores que influenciam a demanda por bens duráveis. Isto aplica-se diretamente ao setor de linha branca e indiretamente ao setor de linha marrom e portáteis.
Figura 1. Fatores que influenciam a compra de bens duráveis. Mascarenhas (2005).
Análise da Indústria de linha branca, marrom e portáteis
Diante dos dados apresentados, o setor de linha branca, marrom e portáteis são altamente concentrados. 
No que tange o setor de linha branca, o ambiente é altamente concentrado. De acordo com o relatório LAFIS (2019), o setor de linha branca possui a seguinteparticipação de mercado:
Figura 2. Estimativa de Market share do setor de linha branca em 2015. LAFIS (2019).
Whirlpool (principalmente representada por Brastemp e Cônsul), possui uma fatia de 30,1% do mercado, enquanto logo atrás aparece Eletrolux, com 23,2% do mercado. Os outros 46,7% são extremamente pulverizados por empresas nacionais e multinacionais, como Esmaltec, Panasonic, Atlas, entre outras. 
A fim de se verificar a participação e consequentemente a participação de mercado, foi realizada uma pesquisa quantitativa a fim de se obter evidências para a verificação da participação de mercado. Cerca de 60% afirmaram ter Geladeiras Whirlpool em suas residências, e 30% responderam ter Eletrolux. Esta pesquisa reflete o estoque, não conseguindo capturar o presente momento das vendas.
Além disso, foi utilizado a observação ativa para verificar a participação das companhias no principal canal de distribuição do setor que é o Varejo. Visitas realizadas em unidades de varejistas como Casas Bahia (Via Varejo) e Magazine Luiza na cidade de São Paulo, foi possível observar a dominância de Whirlpool e Eletrolux nesses varejistas. A relação de produtos dos principais produtos de linha branca observadas no ponto de venda era de 90% para as duas marcas. Como evidência, especificamente na loja do Magazine Luiza, no bairro de São Miguel Paulista no mês de outubro de 2019, foi observado no setor principal de refrigeradores uma distribuição de 50% (7 geladeiras Whirlpool, entre Brastemp e Cônsul), 42% Eletrolux e 8% Samsung. No setor de fogões, Whirlpool contava com 50% (4 fogões), Eletrolux, com 25% (2 fogões) e outros, 25% (1 Esmaltec e 1 Atlas). Por fim, na parte de lavadoras, a participação era 50% Whirlpool, 40% Eletrolux e 10% Outros (1 Panasonic).
Tradicionalmente, o setor de linha branca pode ser definido como Economia de escala. Whirlpool e Eletrolux são tradicionais indústrias que dependem de matéria prima, como aço, vidro e plástico para a produção de seus produtos. Além disso, a produção de linha branca, marrom e portáteis depende de uma grande quantidade de produção para diluir seus custos fixos. Além disso, são empresas parcialmente intensivas em mão de obra.
O acesso ao canal de distribuição é fundamental para o escoamento da produção de linha branca, marrom e portáteis. O mercado é caracterizado por um oligopólio, no caso de linha branca, Whirlpool e Brastemp, no Setor de Linha Marrom, Samsung, LG e AOC. Já em portáteis, o setor é extremamente pulverizado, representado por empresas como Philips, Arno, Philco, Mondial, entre outras.
Ser grande nestes setores é relativamente complicado, pois é um setor altamente dependente de recursos financeiros, investimentos em capital fixo e know-how, seja tecnologia de produção, como tecnologia de gestão para atuar com logística e varejo. Isto se constitui uma barreira de entrada significativa a novos entrantes que eventualmente possam especular ingressar nesse mercado. As barreiras de saída também são relativamente altas, a ver pelo tamanho dos investimentos em infraestrutura e maquinário especializado para a produção destes bens. Além disso, pesquisa e desenvolvimento são fundamentais para atuar nestes setores. A propriedade de patentes são ativos valiosos para as empresas, principalmente no que tange a diferenciação. E por si só são fatores relevantes, considerando que se trata de um ambiente altamente concorrido e com retornos estáveis ao longo do tempo, por se tratar de uma indústria com um longo tempo de atuação no Brasil e no Mundo.
O poder de barganha dos compradores, aqui, o varejo são fundamentais para o setor. Os varejistas possuem o poder da distribuição dos produtos, além de serem responsáveis pela concessão de crédito aos consumidores. Isto significa que o setor de linha branca, marrom e portáteis são altamente dependentes dos movimentos do varejo. Não são completamente submissas pois são produtos fundamentais para os principais varejistas brasileiros, servem desde iscas, quando trata-se de portáteis, até mesmo de principais “motores” de vendas dos varejistas, no caso de Geladeiras, Fogões e Televisores. Porém, especialmente no caso de portáteis, o canal de distribuição pode se alternativo, considerando o caso de Smartphones que podem ser comercializados pelas operadoras de telefonia (Vivo, Claro, Tim ou Oi) ou até diretamente ao consumidor (comercialização própria).
7. O papel do varejo na comercialização da linha branca, marrom e portáteis.
7.1. Breve histórico e Conceito
O comércio, ou ainda o varejo, é uma das atividades mais pioneiras que a sociedade conhece. O home, por vários anos, está acostumado a negociar mercadorias, desde os tempos antigos de trocas, passando pelo desenvolvimento mercantilista que envolvia na época as primeiras trocas monetárias, até vir às formas de comercialização atuais como conhecemos, com o uso de dinheiro, talões de cheque, cartões de créditos, transações eletrônicas e mais muito mais.
Historicamente, os primeiros sinais da atividade do varejo no mundo datam da antiguidade, no período em que grandes cidades como Roma foram enormes locais comercias e os gregos antigos eram conhecidos como grandes comerciantes. Porém, o varejo brasileiro se iniciou no Brasil colonial, onde a relação com a Coroa Portuguesa era grande, com a presença das chamadas Companhias de Comércio, que foram criadas para a atingir economia de escala.
Alguns anos depois, no Segundo Império, com o surgimento das estradas de ferro e estradas definitivas, surgiram os primeiros estabelecimentos comerciais, que cresceram com o passar dos anos, formando as empresas de comércio varejista como são conhecidas nos tempos atuais. Entretanto o que de fato é o varejo? De acordo com as pesquisas, o varejo consiste no processo de compra de produtos em quantidade um tanto grande de distribuidores e outros fornecedores para venda em quantidades menores ao consumidor final.
Sendo assim, o varejo engloba todas as atividades envolvidas na venda de bens ou serviços diretamente aos consumidores finais para o uso pessoal. Portanto, qualquer organização que usa esse sistema de venda, sendo fabricante, distribuidor (atacadista) ou varejista, está praticando o varejo. Ainda, é a atividade que engloba o processo de venda de produtos e serviços satisfazendo as necessidades do consumidor final (Kotler 1998, p. 494.)
 O varejista é qualquer instituição cuja atividade principal consiste no varejo. O varejo está localizado estrategicamente entre os fornecedores e os consumidores, o que lhe outorga o papel de extrema importância como intermediador na cadeia de produção.
7.2. Funções e características do varejista final
· É responsável por todas as atividades que englobam o processo de venda de produtos e serviços para atender a uma necessidade do consumi.
· Facilita o ingresso dos consumidores aos produtos e serviços que querem obter, fornecendo condições de armazenamento e entrega dos produtos.
· Divide em fragmentos, permitindo que fabricantes vendem em grandes quantidades e que consumidores tenham acesso aos produtos em lotes menores, o que permite melhor atendimento às necessidades de ambas as partes.
· Garante o abastecimento de uma variedade de serviços e produtos, incluindo marcas concorrentes, facilitando a comparação e a escolha por parte dos consumidores
O varejo, assim, é o tipo de empresa ou negócio que tem como uma das principais características estar associado diretamente ao dia a dia dos indivíduos, das comunidades, das regiões, da sociedade brasileiro. Em totalidade das regiões do país, há algum estabelecimento de comércio que vende bens e serviços ao consumidor final e que, por sua vez tem ligação próximo a própria região ou cultura local.
No caso do varejo, ele também possui uma relação com a política econômica do governo. Se trata de um setor que tem bastante sensibilidade às oscilações do mercado. De alguma forma, as vendas respondem de maneira rápida ás mudanças no cenário macroeconômico e no poder de compra dos consumidores. 
Na ótica de gestão empresarial,num ambiente de grande competição entre empresas, são necessários o planejamento cuidadoso de suas ações, implementação adequada de seus planos e a avaliação sistemática do desempenho realizado em relação aos planos traçados.
Estes aspectos demostram a necessidade de as empresas terem um procedimento de gestão estruturado na forma do ciclo “planejamento, execução e controle”. Na etapa de planejamento, para a implementação das transformações necessárias, a empresa necessita antecipar cenários futuros, identificando oportunidades e ameaças e compondo estratégias e políticas de atuação, em suma, a empresa precisa de um planejamento estratégico.
Após a determinação dos cenários, as políticas e os procedimentos estratégicos, o mais provável é que as empresas precisam escolher entre as muitas possibilidades para implementá-las em termos de produtos variados, preços, volumes, tecnologias e mais. Isto caracteriza sua necessidade e planejamento operacional.
Além do planejamento, é preciso desempenhar, o que identifica a fase de execução do procedimento de gestão, também garantir que as atividades que estejam feitas de acordo com o planejamento, assim configurando a fase do controle. Em todos esses processos, a técnica de gestão, são decisões que representam na escolha de diretrizes e possibilidades que vão guiar a empresa rumo a seus objetivos.
7.3. Tipos e Formatos de Varejo da Linha Branca no Brasil
· Lojas de departamentos.
São localizados em áreas estratégicas urbanas ou em shopping centers, variedade de linhas em diferentes departamentos, parte dos produtos são oferecidos pelo sistema de auto-serviço, enquanto outros predomina o uso de vendedores ou demonstradores. Podemos citar como exemplos, as lojas Renner.
· Hipermercados.
Venda de alimentos, artigos de higiene e limpeza, eletrodomésticos, em quase na maioria dos hipermercados, vestuários, artigos para o lar, alto giro e baixo margem, auto-serviço com superfície de vendas superior à 5000 m², serviços ao consumidor. Para exemplos de hipermercados podemos citar: Carrefour e Extra.
· Lojas de descontos
Estas lojas são conhecidas como lojas de variedades, com vendas de artigos de baixo preço: como alimentos, vestuário, CD, DVD e mais. Baixa margem e alta rotatividade do estoque, auto-serviço, pouca imobilização em instalações e decoração; muitas propagandas chamando muita atenção para as ofertas. Estas lojas são normalmente localizadas em áreas de grande movimento de pedestres ou em shopping centers. Um exemplo de lojas de descontos é Lojas Americanas.
7.4. Localização dos Principais varejistas de Linha Branca
A concentração dos varejistas se encontra na região sudeste do país, onde está o maior mercado consumidor do país. Isto faz com que estas regiões sejam mais atrativas para o varejo, por conta do mercado consumidor. De acordo com os dados do IBGE (2003), somente o Estado de São Paulo é responsável por cerca de 31% do PIB nacional, sendo a região sudeste, 55,2% do PIB.
 Para as pesquisas, as grandes cadeias de varejo, não importa o equipamento que usam têm obrigatoriamente que estar presentes na região sudeste para ter representatividade nacional. O varejo de eletrodomésticos de linha branca está sempre associado à venda de outros produtos como os da linha marrom, eletro portáteis, móveis, aparelhos celulares entre outros.
Aqui está o ranking dos principais varejista no Brasil. 
	Ranking (2004)
	Varejista
	Estado da Sede
	Tipo de Varejo
	1
	Casas Bahia
	SP
	Magazine
	2
	Ponto Frio
	RJ
	Magazine
	3
	Carrefour
	Sp
	Hipermercado
	4
	Lojas Pernmb.
	SP
	Magazine
	5
	Lojas Colomb.
	RS
	Magazine
	6
	Pão de Açucar
	SP
	Hipermercado
	7
	Lojas Insinua..
	BA
	Magazine
	8
	Magazine Lu.
	SP
	Magazine
	9
	Gazin
	PR
	Magazine
	10
	Lojas Cem
	MG
	Magazine
	11
	Ricardo Elet.
	PI
	Magazine
Exemplos de algumas marcas e fabricantes.
8. Impactos do cenário e das políticas macroeconômicas no setor
8.1. Investimentos
A atividade econômica do segundo trimestre de 2014 até o ano de 2016 teve quedas significativas, com esse grande período de recessão os níveis de investimentos tiveram um recuo pelas empresas, pois quando a um crescimento do PIB, isso faz com que se favoreça maiores investimentos das empresas, o inverso também é real, com essa recessão as empresas ficaram com produção ociosa, cortando os investimentos futuros, para isso utilizamos os dados da ABINEE de Investimentos em Ativo Fixo do Setor Eletroeletrônico, conforme demonstra abaixo:
	ANOS
	(R$ milhões)
	(Porcentagem sobre o faturamento)
	1999
	1.243
	3,0%
	2000
	1.660
	3,3%
	2001
	2.329
	4,0%
	2002
	1.885
	3,3%
	2003
	1.970
	3,1%
	2004
	2.396
	2,9%
	2005
	3.147
	3,4%
	2006
	3.177
	3,1%
	2007
	3.525
	3,2%
	2008
	4.877
	4,0%
	2009
	3.135
	2,8%
	2010
	3.560
	2,9%
	2011
	4.380
	3,2%
	2012
	3.732
	2,6%
	2013
	4.168
	2,7%
	2014
	3.831
	2,5%
	2015
	3.236
	2,3%
	2016
	2.381
	1,8%
	2017
	2.508
	1,8%
	2018
	2.694
	1,8%
Fonte: Abinee/Decon
Podemos verificar uma grande queda nas vendas dos principais produtos que compõem a Linha Branca, Linha Marrom e Portáteis, em 2015 foi um ano de muitas incertezas, gerando pouca expectativa pelo consumidor e pelo empresário, no passar do tempo foi verificado que a recuperação seria lenta.
Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Anual - Produto
8.2. Emprego
Na questão de mercado de trabalho de 2014 para 2017 o Brasil aumentou a taxa de desemprego, uma vez que houve redução de 6,64% do número de trabalhadores segundo dados da RAIS. No setor de Fabricação de Eletrodomésticos esse impacto teve uma maior retração tendo o número reduzido em 20,08%, esse impacto se deve a esse setor ser mais sensível às oscilações, uma vez que são bens de maior valor agregado.
Com as quedas nas vendas em 2015 as empresas tiveram que se adaptar à nova demanda, mesmo com as empresas dando diversos períodos de férias coletivas o nível de emprego neste setor sofreu grande impacto, visto que não teve uma rápida recuperação.
8.3. Inflação
A inflação pode ser caracterizada como aumento generalizado dos preços, para verificar a variação dos preços ocorridos no Brasil o governo utiliza como inflação oficial o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), tendo como meta a ser seguida o valor de 4,25% no ano de 2019 podendo sofrer variação de 1,5 ponto percentual. A inflação faz com que a população perca seu poder de compra, se a inflação estiver descontrolada acarreta muitos problemas, o principal deles seria o ajuste nas taxas de juros para se conter o aumento descontrolado dos preços, tornando o crédito mais caro, se ocorre a queda no preço tal ato é conhecido como deflação.
Pegamos alguns produtos que compõem as linhas analisadas e verificamos que os mesmos apresentam queda no valor em comparação com o índice geral apresentado no mesmo período, um produto que se destaca é o Televisor que de 2012 até 2019 sofreu uma deflação considerável de 36,48%, trocar a TV está sendo mais vantajoso do que arrumar, prova disso é o % de troca que entre os anos de 2006 e 2015 girou em torno de 18,12%, ou seja, a cada 5 anos os consumidores trocam o seus Televisores.
	
	IPCA (jan/2012 - 10/2019)
	Índice geral
	43,16
	3201001.Refrigerador
	33,11
	3201006.Máquina de lavar roupa
	21,71
	3201012.Liquidificador
	23,39
	3201013.Ventilador
	30,57
	3201021.Fogão
	26,66
	3201065.Forno de micro-ondas
	39,36
	3202001.Televisor
	-36,48
	3202003.Aparelho de som
	4,83
	3202028.Microcomputador
	3,9
Fonte : IBGE (IPCA)
8.4. Inadimplência
As pessoas consideradas como inadimplentes são aquelas que não honraram suas dívidas até a data de seu vencimento. Segundo Oliveira (2016), as famílias que ficam inadimplentes tendem a perder a reputação de bons pagadores, o nome limpo e a capacidade de usar crédito em ocasiões futuras. 
Um aumento na inadimplência pode gerar uma diminuição na oferta de crédito, visto que a maior parte da população compra produtos dos segmentos da linha branca, linha marrom e portáteis de forma parcelada isso pode impactar o setor, esse aumento se deve ao maior custo dasinstituições financeiras, um estudo do SPC Brasil o país possui cerca de 52 milhões de usuários de cartões de crédito, com isso podemos ver o poder do crédito nas mãos dos consumidores, a boa notícia é que a inadimplência está tendo uma tendência de queda, se compararmos com anos anteriores, com essa queda será possível ter acesso a um crédito mais barato para o consumidor e mais seguro para as empresas.
Fonte : Macrodados Online
8.5. Crédito
Apesar de um cenário conjuntural restritivo de crédito, com taxas de juros reais acima dos 300% ao ano (BACEN, 2019), taxa praticada para operações de crédito de curto prazo, realizadas com cartão de crédito, empréstimo consignado, juros do crédito rotativo, cheque especial, entre outras modalidades de crédito e microcrédito praticada pelas instituições financeiras no Brasil atualmente, o crédito de pessoa física é considerado um dos motores da economia brasileira.
 Considerando a média salarial brasileira e o PIB per capta, que no Brasil não chega a R$ 3.000 em 2019, muitas decisões de compras são baseadas não somente na renda do consumidor, mas também são afetadas fortemente pela disponibilidade de crédito.
Uma reversão de tendência tem ocorrido atualmente no quarto trimestre de 2019. De acordo com o Banco central (BACEN, 2019), há uma redução no custo e um aumento no volume do crédito em vigor. O crescimento real de crédito livre observado em 2019 foi de 10,8%, sendo o terceiro ano consecutivo que esta taxa é positiva (em 2018, 6,4% e em 2017, 4,3%).
Ainda que seja um movimento lento, comparado aos cortes da taxa Selic, o Spread Bancário vem sendo diminuído nos últimos anos, mas sua redução ainda é um desafio como um todo. Na perspectiva de curto prazo, fatores como inadimplência e desemprego ainda são altos. O desemprego que aponta para uma discreta queda é fator inibidor da redução do Spread Bancário.
Em um cenário pós recessivo, de um desemprego superior a 12% e um crescimento do PIB, projetado em 0,9% para 2019, conforme apontado pelo boletim Focus do Banco Central (BACEN, 2019) em 02 de dezembro de 2019, fazem com que o crédito seja ampliado somente de forma gradativa, uma vez que inadimplência e disponibilidade de renda são fatores condicionantes para bancos e instituições financeiras avaliarem o risco de conceder ou não crédito. O cenário positivo sinaliza para uma melhoria da qualidade do crédito para pessoas físicas.
Reformas no setor, a redução da taxa Selic, a regulamentação do Cadastro Positivo, o aumento na competição setorial de instituições financeiras de crédito, movimento este impulsionado pelas Fintechs (empresas que aliam tecnologia da informação atualizada com inovações no processo produtivo e do trabalho, geralmente enxutas) direcionam para que o crédito ainda seja ampliado no Brasil aos consumidores.
Por outro lado, não se pode falar de crédito sem analisar a situação dos juros, pois é um fator crucial na aquisição de bens ou investimentos. Entrando em detalhes na questão dos juros, houve queda do juro básico da economia (SELIC), de 14,25% para 5%. Essa queda na Selic pode ser justificada pelos seguintes fatores: lento crescimento do PIB no país, elevado nível de ociosidade da produção nas empresas e uma inflação baixa. 
Com uma maior oferta de crédito ao consumidor, a procura por produtos duráveis aumenta, o reflexo disso é um aumento de 11,7% no primeiro trimestre de 2019 nas vendas da linha branca em comparação com igual período do ano anterior e um aumento de 13,8% na produção no primeiro semestre de 2019.
No ano de 2016, que foi um ano de recessão para a economia como um todo, não havia rendimentos para que as famílias pudessem consumir eletrodomésticos. Porém, atualmente, ao que tudo indica, os consumidores estão aproveitando a melhoria das condições econômicas. Segundo dados do IBGE, houve um aumento de 1,2% do consumo familiar no terceiro trimestre, embora houvesse um crescimento de 0,7% do PIB.
Segundo a pesquisa de ANEFAC, quando comparado com a do ano anterior de 6%, a taxa Selic representa uma queda pequena, comparando com a Selic de 2016, a 14,25%, percebe-se que a mudança é considerável. Com a redução da taxa básica de juros, a Selic, de 6% a 5% ao ano, pelo Banco Central, o valor de financiamento, como a compra de eletrodoméstico, terá um efeito pequeno no bolso do brasileiro.
Para a ANEFAC, as taxas de juros cobradas dos consumidores chegam na média a 116,29% ao ano, tendo uma variação de mais de 1.800%, isso em relação à taxa Selic. Para um financiamento de geladeira, no caso, de R$1.500 em 12 parcelas, o valor total economizado com uma Selic de 5,5% ao ano em comparação a uma taxa de 0,5 pontos percentuais maior seria de apenas R$4,57.
Num cenário em que há uma elevada taxa de juros, a tendência é que todas as outras taxas do mercado também fiquem altas, resultando numa situação de crédito mais restritivo às empresas e às famílias brasileiras. Sendo assim, existe um incentivo às aplicações de renda fixa, isto por que os rendimentos sobre as muitas aplicações financeiras ficam mais atrativos com a alta dos juros.
Nesta situação, a tendência é que haja uma redução no consumo das famílias e também nas empresas. O “custo do dinheiro” acaba por ficar mais “caro” que o normal, fazendo com que haja menos recursos disponíveis no mercado, com as famílias consumindo e as empresas produzindo também abaixo de suas expectativas, diminuindo assim o nível de emprego da população, o que ocasiona por sua vez a redução da renda das famílias, levando a consumir ainda menos.
No caso de capital do capital de giro, as taxas de juros altas, que encarecem empréstimos e, portanto, o custo total da empresa, são repassadas para o preço final dos produtos ou, na impossibilidade de isso acontecer, reduz o lucro da empresa. Empresa sem lucro ou com lucro muito baixo tende a falir. 
Quanto ao investimento, uma empresa buscará sempre a maximização de seus lucros, na aquisição de máquinas, consumidores na aquisição de eletrodomésticos, no caso da análise setorial. Se os juros forem altos, para os consumidores a opção de crédito será inviável. Juros baixos significa mais consumo, mais créditos para consumidores. No caso de empresa se os juros forem superiores ao retorno do capital investido, não compensa o investimento, pois, ao invés de lucro, terá prejuízo. Portanto, taxas de juros altos provocam redução da atividade econômica.
8.6. Dólar
A cotação do Dólar Norte Americano versus o Real atingiu sua maior cotação nominal em novembro de 2019, de 1 dólar valeu 4,26 reais (VALOR, 2019).
Uma das razões apontadas por analistas do mercado financeiro é a escalada da guerra comercial entre China e EUA. A incerteza nos mercados provoca uma procura maior de títulos livres de risco, além da demanda por dólares aumentar da mesma forma, pelo entendimento suposto de que são papéis e ativos seguros. Isso não desvaloriza somente o Real mas também outras moedas no mundo atualmente sofrem da mesma situação.
A discordância tarifária gera uma incerteza nos mercados, simultaneamente, a instabilidade política vivida na América Latina (dentre eles, os protestos das populações de Chile e Colômbia, além da transição governamental ocorrida na Argentina nos meses de outubro e novembro de 2019) é outro fator que alerta os principais operadores no mercado de câmbio e ativos financeiros.
Além da instabilidade do cenário externo de curto prazo, fatores internos do Brasil exercem pressão na cotação cambial do Dólar. A Taxa de Juros (taxa Selic) que decresceu fortemente em 2019, atingiu 5% na reunião ocorrida em 30 de outubro de 2019 (BACEN, 2019) a um patamar baixo, desestimula a vinda de dólares de fora, assim, isso gera uma escassez de moeda, pressionando a taxa cada vez mais para cima.
De acordo com a revista Exame (2019), o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto reforça eu a Selic deve ser reduzida para a taxa de 4,5%. O mesmo indica o Boletim Focus da data de 2 de dezembro de 2019 (BACEN, 2019). De acordo com o BACEN (2019), um cenário de estabilidadesobre a inflação permite que uma redução na taxa de juros seja praticada.
Outro fator que influencia a queda do Dólar é um provável cenário de desaceleração Global, com viés de baixa, segundo a OCDE (2019) aponta para um crescimento de 3,1% tanto em 2019 como em 2020.
Diante deste cenário, o Ministro da Economia, Paulo Guedes sinalizou, segundo o jornal Valor (2019) em Washington, em um evento ocorrido em 25 de novembro de 2019, que por ser um movimento estrutural, o Brasil deverá conviver com um Dólar apreciado, contrariando aqueles investidores que estavam vendidos em Dólar, jargão do mercado financeiro que indica quando alguém está apostando na queda da taxa frente ao Real. E isso gerou uma disparada da taxa.
Por fim, de acordo com o Valor (2019), um fator que ajudou a reverter a expectativa de curto prazo foram os leilões não tão bem sucedidos do pré-sal (reservas de petróleo no extrato denominado pré-sal, retirado em águas profundas). Esperava-se que houvesse o ingresso de investidores estrangeiros, o que não ocorreu.
Diante deste cenário, mesmo com perspectivas de mudanças nos fundamentos estruturais nas contas públicas, com uma futura discussão de uma reforma tributária, somado ao fato que uma reforma previdenciária, discutida dentro do congresso nacional brasileiro desde os anos 1990, finalmente avançou e foi aprovada em 2019 marcam que o cenário de fortalecimento do Real frente ao Dólar é bastante factível, porém, no curto prazo, com cenários mais incertos, além de choques como a crise argentina, instabilidades políticas na região e principalmente por essa disputa comercial entre China e Estados Unidos, faz com que seja difícil afirmar que o patamar do Dólar frente ao Real sofra uma retração significativa, levando a crer que o patamar de R$ 3,90 até 4,00 seja o mais provável para 2020, de acordo com o BACEN (2019).
8.7. Cenário Argentina
Geografia é destino. Esta é uma frase antiga que de acordo com Waack (2019) reflete a situação entre Brasil e Argentina na economia e na política. Independentemente do que o Brasil goste ou não, eles continuarão sendo vizinhos. A eleição de Alberto Fernandez, ocorrida em novembro de 2019 pode ocasionar em uma nova tomada de rumo na economia argentina (um governo com viés de centro esquerda mais preocupado em dar soluções imediatas aos altos índices de pobreza e fome e pouco preocupado em estabelecer um plano fiscal que orientaria a Argentina a sair de uma situação crônica de déficit primário), além do risco do distanciamento diplomático entre Brasília e Buenos Aires, principalmente pela orientação do atual governo Bolsonaro.
O risco diplomático pode interferir diretamente nas negociações do novo acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, uma vez que o atual governo de Mauricio Macri possui um alinhamento muito próximo ao do governo Bolsonaro, que segue um viés liberal orientado por seu Ministro da Economia, Paulo Guedes. 
As condições fiscais na Argentina não são as melhores atualmente. Há um paradigma fiscal na Argentina, com um descontrole das contas públicas e um Estado Inchado que gasta mais do que arrecada, gerando déficits internos recorrentes. Um dado histórico do FMI mostra que nos últimos 117 anos, a Argentina apresentou déficit em 100 anos. Além disso, desde 1978 a Argentina gera Déficits externos ano após ano, acarretando sérias dificuldades em arrecadar dólares americanos para financiar sua economia interna (BBC BRASIL, 2018).
Esta situação contrasta com a situação econômica que a Argentina apresentava no início do século XX, quando o país era um dos mais ricos do mundo, possuindo um PIB per capta superior a países como França ou Alemanha. Porém a trajetória começou a se inverter após a assunção de Perón a partir dos anos 1940. E a oscilação de um modelo que ora protege a indústria e outra protege os interesses do capital externo se intensificou a partir dos anos 1980 (BBC BRASIL, 2018). Hiperinflação e fuga de capitais, além do aumento da pobreza foi o reflexo dessa fase turbulenta até então. 
Assim, como imprimir papel moeda não é uma saída factível, pois com a inundação de pesos no mercado interno só aumentaria a inflação e o aumento da dívida também poderia gerar um limite de endividamento tamanho que o país decretaria uma nova moratória ou default (BBC BRASIL, 2018).
Como o risco de emprestar dinheiro para a Argentina é alto (Risco pais mais alto depois da Venezuela, medido pelo índice EMBI+), a taxa de juros da Argentina supera. 60% ao ano. Além disso, a carga tributária é alta. Superior à do Brasil, com 32,1%, segundo dados da OCDE de 2015, fato este que limita o Estado argentino aumentar sua arrecadação via aumento de impostos (BBC BRASIL, 2018).
Diante desta situação instalada na Argentina, o Governo Alberto Fernandez assume uma Argentina que possui uma economia que enfrenta recessão, inflação constante, um dólar que teve desvalorizações superiores a 50%. 
Dólar representa um ponto nevrálgico para a Argentina. O país sofre por ter baixas reservas de moeda americana no país. Além disso, pelo fato de o peso argentino possuir uma trajetória descendente ano após ano, a Economia local se tornou extremamente dependente de dólares. A moeda americana, é utilizada para a compra e aluguel de imóveis mas serve até mesmo para basear a compra de Eletrodomésticos.
Por fim, não há um consenso no presente momento sobre como a Argentina irá superar sua crise econômica. Segundo declarações de Alberto Fernandez em novembro de 2019, a intenção é de propor um plano sustentável e um acordo de pagamento que seja possível cumprir junto ao FMI, mas sem ajuste, pois a Argentina, segundo ele, não tem como fazer mais ajustes (LA NACIÓN, 2019).
Kristalina Gueorguieva, Diretora do FMI reconhece as dificuldades da Argentina no que tange as dificuldades de um ajuste fiscal que não comprometa mais o bem-estar do argentino (inclusive com atenção ao crescente índice de pobreza e fome que assola o país atualmente), porém ela roga para que o acordo seja cumprido (LA NACIÓN, 2019).
Diante deste cenário macroeconómico de incerteza na Argentina, é difícil assegurar que o ano de 2020 será próspero. Previsões da OCDE (2019) apontam que o país terá uma contração de 2,7% e 1,8% em 2020. Ainda pairam muitas dúvidas na cabeça dos analistas do órgão a respeito da capacidade do país controlar a inflação e o déficit interno, além da política, que por se tratar de uma transição governamental com alteração de orientação político-econômica.
8.8. Cenário China
De acordo com Nonnemberg (2010), não há nenhuma novidade sobre o desempenho econômico fantástico da China. A partir das reformas iniciadas por Deng Xiaoping em 1978, o PIB chinês obteve um crescimento real médio anual na ordem de 10% ao ano com uma inflação média de 6% ao ano. Esse crescimento ajudou a China reduzir seus níveis de pobreza. O PIB per capta (PPP) cresceu cerca de 10 vezes no período marcado de 1978 até 2004. Além disso, o IDH da China no mesmo período evoluiu de 0,53 no ano de 1975 para 0,78 em 2006. Outro fator que cresceu enormemente foi a taxa de urbanização do país. Em 1978, a população urbana representava apenas 18% da população, enquanto que em 2006, a população urbana já representava 44% de toda população.
A China no período de 1951 até 2007, cresceu em média 7,3%. Levando em consideração as paridades de poder de compra, a economia chinesa saltou de 13% para 46% o seu PIB em relação aos Estados Unidos em 2001.
Uma série de fatores contribuíram para esse crescimento vertiginoso. Dentre eles, Nonnemberg (2010) destaca em primeiro lugar, o processo de liberalização do sistema de formação de preços no ano de 1979. Até então, os preços eram fixados pelo governo central chinês. O Governo fixava uma cota de produção cada comunidade. O excedente dessa cota poderia ser negociada livremente no mercado. Isso gerou um aumento da produtividade no setor rural, refletindo no desempenho de emprego e renda.
Em segundo lugar, Nonnemberg (2010) destaca que a liberalização do comércio exterior, adotada em 1978. No início,esta liberalização foi lenta, com uma série de tarifas aduaneiras, mas no início dos anos 1990, o comércio exterior chinês já era mais acelerada, concretizada com o ingresso do país na Organização Mundial do Comércio em 2001.
O terceiro ponto, foi a criação das Zonas Econômicas Especiais (inspiradas na experiência de Hong Kong, foram Shenzen, Zhuhai, Shantou e Xiamen) com a criação de incentivos à produção. As áreas disponíveis para investimento estrangeiro foram ampliadas nos anos 1990, alcançando o interior do país (NONNEMBERG, 2010).
O quarto fator foi a grande disponibilidade de mão de obra rural (com baixa produtividade). O baixo custo da mão de obra possibilitou a migração de um grande contingente para o meio urbano (de 95 para 283 milhões no período de 1978 até 1986). Mesmo assim, os salários permaneceram relativamente baixos, sendo que seu crescimento, em torno de 11% no período foi muito próximo ao crescimento real do PIB Chinês.
Em quinto lugar, a questão da propriedade intelectual não era garantida em solo chinês. Para toda EMN que entrava na China, havia a necessidade de um sócio local visando a transferência de conhecimento. Isso proporcionou que a indústria local produzisse itens iguais ao das estrangeiras por um preço inferior.
Em sexto lugar, o tamanho grande da população local representou e ainda representa um fator importante para o crescimento da economia. Houve também o crescimento dos investimentos externos no país além do aumento de investimentos em ciência e tecnologia pelo país.
O desempenho macroeconômico do país foi muito positivo no período, conforme ressaltado anteriormente. O crescimento do Produto Interno Bruto Chinês se deu por conta do consumo e dos investimentos, puxados pela necessidade do atendimento à demanda interna.
8.9. Inflação China
Segundo Nonnemberg (2006) a inflação na China no período dos anos 1970 até os anos 2010 esteve associada a dois pontos básicos: a liberalização dos preços e a política monetária mais livre que permitiram sobretudo a expansão do investimento das empresas estatais.
Até 1992, cerca de 97% do preço era administrado ou orientado. Esta situação de preços administrados vem da experiência chinesa com inflação vivida nos anos 1940. O resultado foi positivo até os anos 1980, quando a inflação atingiu altos patamares elevados, servindo inclusive de estopim de grandes manifestações por parte da população seguida de forte retaliação pelo governo chinês.
A liberalização dos preços causou intensas alterações nos preços relativos, provocando um choque inflacionário atingindo seu auge no ano de 1994. Mas a partir de 1995, as taxas de inflação permaneceram estáveis, em uma fase da economia chinesa em que o o PIB efetivo cresceu muito próximo do PIB potencial. Além disso, mesmo em uma economia que crescia em torno de 10% ao ano é interessante perceber que a inflação não se descontrolou em meio a um ritmo elevado de crescimento
8.10. China Cenário atual
De acordo com a Deloitte (2019), o crescimento de 6% no PIB chinês parece não ter abalado seus dirigentes. Diferentemente de muitas economias em crise, a China possui uma margem de manobra sem sacrificar a meta de crescimento, que gira em torno de 6%. Diante disso, o governo chinês põe em prática uma medida para garantir um melhor acesso das empresas estrangeiras e privadas ao mercado interno chinês. A atração dessas empresas acirrará ainda mais a escalada da guerra comercial China-Estados Unidos.
Diante de mudanças estruturais na economia chinesa, ela está muito mais baseada no consumo, o que empurra para frente o crescimento do país atualmente. 
Segundo a Deloitte (2019), a inflação na China tem crescido lentamente, excedendo pela primeira 3% desde novembro de 2013 atualmente no ano de novembro de 2019. Este índice de inflação está fortemente ligado por conta do aumento de preços da carne de porco, provocada pela peste suína africana. Além disso, as baixas taxas de juros praticadas globalmente, pode fazer com que a China apele para incentivos fiscais, a fim de atrair o investimento financeiro para manter seu crescimento no alvo.
Diante dessa situação, o FMI (2019) projeta para 2019 e 2020 6,1% e 5,9% respectivamente.
8.11. Guerra Comercial China EUA
De acordo com o FMI (2019), a guerra comercial entre China-EUA irá levar a uma diminuição na velocidade do crescimento global em 2020. A perspectiva do Fundo Monetário Internacional aponta para um Crescimento do PIB global em 3,0% em 2019 e 3,4 em 2020. 
A agitação no mercado e as aparentes dificuldades econômicas provocadas pela escalada da guerra comercial entre China e EUA ocasiona em uma redução da produtividade oriunda de uma disputa de aumento e sobretaxação de produtos de parte a parte. O crescimento reduzido também é influenciado por uma debilidade da atividade industrial no mundo. As sobretaxas e o protecionismo distorcem a oferta global e isso prejudica o comercio mundial além de resultar em uma redução da taxa de investimento do mundo inteiro (FMI, 2019).
8.12. EUA
De modo geral, os Estados Unidos possuem uma boa perspectiva econômica com índices de crescimento da economia, atividade econômica e do comércio crescentes. Além disso, a taxa de desemprego vem decrescendo trimestre após trimestre. Porém um fato chama a atenção do FMI (2019) que é o nível de pobreza, em que aproximadamente, 45 milhões de pessoas vivem na pobreza nos EUA. 
Da mesma forma que a Guerra Comercial travada com a China afetam os chineses, os Norte Americanos também sofrem e podem sofrer ainda mais, a depender o quão rápido essa guerra poderá crescer para o ano de 2020.
Como perspectivas de crescimento econômico, os EUA, segundo o FMI (2019) crescerão em 2019 2,4% e 2,1% em 2020.
8.13. Cenário Pessimista e Realista
Diante do exposto anteriormente, é possível imaginar um cenário de Crescimento Econômico do Brasil na ordem de 1,5 a 2,0% do PIB para 2020, alinhado a projeção do Boletim Focus do Banco Central de Dezembro de 2019 (BACEN, 2019). Já a Argentina, em meio a uma turbulência inflacionária, desajustes nas contas públicas, irá decrescer em -3,1% 2019 (FMI, 2019). Com o crescimento dos EUA, posicionado em 2,4% para 2019 e 2,1% em 2020 e com a posição de crescimento da China, tendendo a uma leve desaceleração (6,1% e 5,9%, respectivamente).
Confirmando as expectativas realistas de um cenário externo para 2020, onde a escalada da guerra comercial sino-norte-americana, uma não piora de um cenário argentino, ainda muito dependente de dólares, endividado externamente e com uma inflação ainda muito elevada, o Brasil poderá crescer 2,0% caso a perspectiva das contas públicas não se deteriorem, além do passo das reformas Administrativa e a Tributária não forem barradas ou atrasadas por desalinhamento do Governo Bolsonaro. A retomada pujante da economia pode ainda não vir em 2020 devido ao fato de que a Infraestrutura e o nível de investimentos no PIB estarem muito baixos. 
No entanto, com um cenário de queda da taxa de juros (taxa Selic), além da reversão da confiança da indústria (ainda com uma capacidade ociosa grande, ou seja, com capacidade produtiva congelada desde 2014), uma crescente confiança do comércio de do consumidor podem fazer com que o Brasil atinja uma situação de redução da taxa de desemprego (que ainda persiste alta), aumento da renda média do consumidor brasileiro além do aumento da atividade econômica, além de uma maior oferta de crédito, seja por parte do produtor ou das grandes empresas de modo geral, uma vez que está mais barato se financiar internamente diante de uma taxa Selic baixa. Isto tudo posto, o crescimento do Brasil em 2020 e 2021 são factíveis. Assim, o Setor de Linha Branca, Marrom e Portáteis poderão usufruir de uma situação de retorno aos níveis pré 2014.
Já o cenário negativo pode ser exatamente o contrário de todo o exposto acima, como é possível citar, um aumento insuportável da Guerra Comercial entre China e EUA, a Argentina não reagir economicamente e procurar medidas populistas, como a manutenção do congelamento dos preços, uma diminuiçãoda atividade econômica chinesa (que viria junto com uma inflação acentuada, não visto desde os anos 1990). O setor externo causaria sobretudo uma crise de confiança na retomada econômica do Brasil, uma vez que em momentos de crise, investidores externos naturalmente não buscam mercados emergentes. 
Aliado à tudo isso, se o impasse político ameaçar a governabilidade da União, isto antecipando o debate político presidencial de 2022, travando a pauta das reformas em curso no congresso e no senado federal, assim criando desconfiança para o produtor, que novamente adiaria seus investimentos e o comércio e os consumidores por consequência teriam suas expectativas frustradas.
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Sistema Financeiro PF - Inadimplência (%)
Sistema Financeiro PF - Inadimplência (%)	03/2011	04/2011	05/2011	06/2011	07/2011	08/2011	09/2011	10/2011	11/2011	12/2011	01/2012	02/2012	03/2012	04/2012	05/2012	06/2012	07/2012	08/2012	09/2012	10/2012	11/2012	12/2012	01/2013	02/2013	03/2013	04/2013	05/2013	06/2013	07/2013	08/2013	09/2013	10/2013	11/2013	12/2013	01/2014	02/2014	03/2014	04/2014	05/2014	06/2014	07/2014	08/2014	09/2014	10/2014	11/2014	12/2014	01/2015	02/2015	03/2015	04/2015	05/2015	06/2015	07/2015	08/2015	09/2015	10/2015	11/2015	12/2015	01/2016	02/2016	03/2016	04/2016	05/2016	06/2016	07/2016	08/2016	09/2016	10/2016	11/2016	12/2016	01/2017	02/2017	03/2017	04/2017	05/2017	06/2017	07/2017	08/2017	09/2017	10/2017	11/2017	12/2017	01/2018	02/2018	03/2018	04/2018	05/2018	06/2018	07/2018	08/2018	09/2018	10/2018	11/2018	12/2018	01/2019	02/2019	03/2019	04/2019	05/2019	06/2019	07/2019	08/2019	09/2019	5.04	5.07	5.23	5.19	5.29	5.41	5.48	5.63	5.7	5.73	5.9	5.9	5.8	5.9	6	5.9	5.9	5.9	5.9	5.8	5.7	5.6	5.5	5.4	5.4	5.3	5.3	5	5	4.8	4.8	4.5999999999999996	4.5	4.0999999999999996	4	4	4	4.0999999999999996	4.2	4	4	4	3.9	4	3.8	3.7	3.7	3.8	3.7	3.7	3.8	3.6	3.8	3.9	3.9	4.0999999999999996	4.2	4.2	4.3	4.3	4.2	4.3	4.3	4	4.0999999999999996	4.0999999999999996	4.2	4.2	4.0999999999999996	3.9	4	4	4	4	4.0999999999999996	3.9	3.9	3.9	3.9	3.9	3.8	3.5	3.7	3.7	3.6	3.6	3.6	3.5	3.5	3.5	3.4	3.4	3.3	3.2	3.3	3.3	3.4	3.4	3.4	3.3	3.4	3.5	3.5	#REF!	03/2011	04/2011	05/2011	06/2011	07/2011	08/2011	09/2011	10/2011	11/2011	12/2011	01/2012	02/2012	03/2012	04/2012	05/2012	06/2012	07/2012	08/2012	09/2012	10/2012	11/2012	12/2012	01/2013	02/2013	03/2013	04/2013	05/2013	06/2013	07/2013	08/2013	09/2013	10/2013	11/2013	12/2013	01/2014	02/2014	03/2014	04/2014	05/2014	06/2014	07/2014	08/2014	09/2014	10/2014	11/2014	12/2014	01/2015	02/2015	03/2015	04/2015	05/2015	06/2015	07/2015	08/2015	09/2015	10/2015	11/2015	12/2015	01/2016	02/2016	03/2016	04/2016	05/2016	06/2016	07/2016	08/2016	09/2016	10/2016	11/2016	12/2016	01/2017	02/2017	03/2017	04/2017	05/2017	06/2017	07/2017	08/2017	09/2017	10/2017	11/2017	12/2017	01/2018	02/2018	03/2018	04/2018	05/2018	06/2018	07/2018	08/2018	09/2018	10/2018	11/2018	12/2018	01/2019	02/2019	03/2019	04/2019	05/2019	06/2019	07/2019	08/2019	09/2019	1	
Exportações de Eletroeletrônicos no Faturamento (2013)
Percentual	
Mercado Interno	Exportações	0.96099999999999997	3.9E-2	
Tempo de Troca (em anos)
Tempo de Troca	
Geladeira	Fogão	Máquina de Lavar	Televisão	10.86628853839969	9.1857837806861031	7.4870769608180447	5.5197832919317324	
2014201520162017
2632.2060 Telefones celulares63526583944443843785
2640.2180 Televisores (receptores de televisão)14579110421134415392
2751.2005 Fogões de cozinha elétricos ou não elétricos, para uso doméstico81557351772112131
2751.2020 Fornos de microondas4948350828282661
2751.2030 Máquinas de lavar ou secar roupa para uso doméstico7993573653866434
2751.2100 Refrigeradores ou congeladores (freezers), inclusive combinados, para uso doméstico76776851891612371
Tabela 6705 - Produção e vendas dos produtos e/ou serviços industriais, segundo as classes de atividades e os produtos - Prodlist Indústria 2016
Variável - Quantidade vendida (Mil unidades)
Brasil
Classes das atividades industriais e produtos - Prodlist 2016
Ano
PeríodoGeladeira - tinhamFogao - tinham
Maquina de lavar 
roupa - tinham
Televisao - tinham
200185,1197,6233,6489,04
200286,6397,7333,8989,93
200387,2997,5834,3490,02
200487,2697,4834,3190,2
200587,7997,535,5891,25
20068997,6537,2792,89
200790,5998,0839,2194,33
200891,9598,2241,5495,04
200993,3298,3844,3695,61
201195,7698,6351,0196,88
201296,6598,7655,1697,21
201397,2198,7657,4697,16
201497,5698,8158,6897,14
201597,8398,8461,1497,14

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