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1 CAPÍTULO 1 Apresentação Robert E. Burke Para o estudante que pretende saber mais sobre saúde pública, a função de gestão e o motivo de estudar gestão são nebulosos, talvez até mesmo irracionais. Um dos vários objetivos deste texto é que os estudantes de gestão em saúde pública adquiram a percepção de que os princípios de gestão se aplicam a todos os aspectos da vida humana. Embora seja a liderança que cria a visão, é a gestão que faz a visão acontecer. Por motivos que deixam os autores deste texto perplexos, existem pessoas que se dedicam ao "bem maior" (inclusive à saúde pública), mas não entendem a gestão e a necessidade do uso de princípios de gestão testados e comprovados. Para esses desinformados, a gestão é vista como algo negativo. Ela é percebida apenas como uma maneira pela qual as corporações usam alguns modelos mágicos de eficiência que resultam em mais produtividade e maior lucro para os investidores. Alguns acreditam que a gestão não gera benefícios para os usuários dos programas de saúde pública, nem para os profissionais que operam esses programas. Na experiência dos autores, muitos estudantes de saúde pública querem concluir sua educação em saúde pública e conseguir um emprego importante em saúde pública logo após terem recebido seu diploma de bacharelado ou mestrado (talvez até antes disso). Esses funcionários da saúde pública estão ávidos para serem o epidemiologista da vez; para trabalhar testando a qualidade do ar e da água; ou para projetar, implementar e avaliar novos programas de educação em saúde para melhorar os resultados para uma população. Os estudantes de saúde pública querem fazer parte da força de trabalho, de modo a criar programas melhores e mais abrangentes de promoção e conscientização de saúde. Ficam ansiosos para serem os novos e talentosos profissionais da comunidade de saúde, defensores da medicina fundamentada na população. São objetivos nobres, mas não são completos. Faltam o conhecimento, a compreensão e a aplicação da gestão de saúde pública. No entanto, do ponto de vista dos editores e autores deste texto, a gestão — uma boa gestão — é primordial para todas as atividades de saúde pública, e, sem a gestão, as atividades de saúde pública são muito menos eficientes e podem até ser impossíveis. Além disso, é também do ponto de vista dos autores que, muitas vezes, os cursos de gestão ministrados em disciplinas de saúde pública são voltados para ensinar como operar e gerenciar as operações cotidianas de um programa de saúde 2 pública. Podem ser cursos práticos fortes, mas não fornecem uma perspectiva geral da gestão, e também não demonstram como a liderança permite que o profissional de saúde pública garanta que as metas e objetivos de saúde pública sejam alcançados com sucesso. Dessa forma, o estudante jamais entende a importância da gestão em si e como essa nobre atividade acadêmica se encaixa no mundo da saúde pública. Esse é o objetivo deste texto. POR QUE ESTUDAR GESTÃO? A partir do momento que os editores e autores conceberam este texto, seus objetivos, o formato e os tópicos abordados até o momento em que os autores começaram a escrever, o conteúdo foi se alterando para corresponder às mudanças nas necessidades de gestão de saúde da população. Os editores optaram por não analisar a gestão de programas de saúde pública específicos, mas por usar esses programas para exemplificar e esclarecer um conceito, ideia ou teoria de gestão. Com base nos diversos e diferentes históricos acadêmicos dos autores, os editores se deram conta de que muitos funcionários da saúde pública aprendem habilidades de gestão como um adendo a seu treinamento em saúde pública e não como parte integral da sua formação. Alguns estudantes de saúde pública aprendem conceitos de gestão depois de receberem seu diploma de mestrado em saúde pública; alguns aprendem habilidades de gestão enquanto trabalham; ao passo que alguns jamais aprendem, compreendem ou valorizam de fato a gestão como habilidade integral. Conforme apresentado neste texto, a gestão é uma compilação de muitas disciplinas e conjuntos de habilidades diferentes. Este livro demonstra que nenhuma disciplina acadêmica é dona do mercado de gestão como atividade acadêmica legítima. Neste livro, os autores definem gestão das seguintes maneiras: • Acima de tudo, é uma ocupação interdisciplinar, rigorosa e válida que é essencial para todas as atividades humanas, inclusive a saúde pública. • É uma condição necessária e suficiente para garantir que os objetivos dos programas de saúde pública sejam alcançados. • É um componente essencial do contrato social. Essas ideias e conceitos dos autores deste texto foram validadas pelo Conselho de Educação para Saúde Pública (CEPH). O CEPH expressou a importância da gestão para a saúde pública e determinou que a gestão, como componente da política e gestão de saúde, é uma das cinco áreas de competências centrais para a saúde pública. As competências de gestão que um profissional de saúde pública precisa ter estão listadas nas Tabelas 1–1 e 1–2. 3 Exceto pelas competências de política (D.3 e D.4), cada uma dessas competências é abordada. As competências interligadas com a liderança também estão contidas ao longo dos diferentes capítulos deste livro. O QUE É GESTÃO? Todos os autores deste texto compartilham da visão de que gestão não é um conceito ou uma ideia. Uma boa gestão praticada por profissionais de saúde pública é uma compilação de conceitos de muitas e diferentes profissões e profissionais. Na realidade, a gestão pode ser considerada uma das primeiras disciplinas acadêmicas que rompe fronteiras. Como apresentado neste texto, ideias acadêmicas, desenvolvimento racional e ação são calcados em sociologia, psicologia, psicologia social, ciências comportamentais, economia, teoria da administração, estatística e finanças. Os autores deste texto representam essas disciplinas e compartilham da crença de que toda gestão é interdisciplinar e que a gestão é um correlato necessário de e para a saúde pública. Todos os autores são gestores experientes no setor privado e/ou público. Todos receberam formação e treinamento em gestão, mas os autores têm diferentes históricos acadêmicos. Entre os autores estão um sociólogo médico, um economista, advogados, gestores de sistemas de saúde, um especialista em levantamento de fundos, um pesquisador de serviços de saúde e um especialista em informações de sistemas de saúde. Todos esses autores são "praticantes". Além de seus compromissos acadêmicos, eles tiveram ou têm cargos de alto escalão em gestão de serviços de saúde nos setores público e privado. Cada um deles fornece uma contribuição singular para a gestão da saúde pública. TABELA 1–1 Conteúdo de competências de gestão, política de saúde e gestão removido devido a restrições de direitos autorais TABELA 1–2 Conteúdo de competências de gestão e liderança removido devido a restrições de direitos autorais O principal objetivo deste texto é aproveitar a experiência em gestão de saúde pública dos autores para que este livro seja repleto de perspectivas de gestão diferentes e, por vezes, singulares. O estudante deve aprender que uma boa gestão envolve a implementação de métodos de resolução de problemas que podem variar de acordo com cada programa, processo ou situação. Como toda a saúde pública é feita com trabalho em equipe, o objetivo secundário é ensinar aos futuros gestores que, para escrever com sucesso, de forma individual ou colaborativa, um capítulo ou trabalho, o trabalho em equipe interdisciplinar é desejável e necessário. Esse misto de ideias e históricos amplia a riqueza de ideias e pensamentos. 4 O terceiro objetivo é apresentar o valor de que todos os bons esforços precisam para serem administrados com sucesso e mostrar que a saúde pública não édiferente. Trabalhar com as ideias e perspectivas de gestão apresentadas neste livro permitirá que profissionais de saúde pública realizem, de forma mais eficiente e eficaz, a visão e a missão da saúde pública, que são definidas pela American Public Health Association da seguinte maneira: Visão: Pessoas saudáveis em comunidades saudáveis Missão: Promover a saúde física e mental e prevenir doenças, ferimentos e incapacitações SAÚDE PÚBLICA • Previne epidemias e a disseminação de doenças. • Protege contra riscos ambientais. • Previne ferimentos. • Promove e incentiva comportamentos saudáveis. • Reage a desastres e auxilia comunidades na recuperação. • Garante a qualidade e a acessibilidade de serviços de saúde. SERVIÇOS ESSENCIAIS DE SAÚDE PÚBLICA • Monitorar o estado de saúde para identificar problemas de saúde na comunidade. • Diagnosticar e investigar problemas de saúde e riscos à saúde na comunidade. • Informar, educar e capacitar as pessoas em relação a questões de saúde. • Mobilizar parcerias comunitárias para identificar e solucionar problemas de saúde. • Desenvolver políticas e planos que apoiam esforços individuais e comunitários de saúde. • Aplicar leis e regulamentos que protegem a saúde e garantem a segurança. • Fazer a ligação entre pessoas e serviços de saúde pessoal necessários e garantir o fornecimento de assistência médica quando não estiverem disponíveis. • Garantir uma força de trabalho competente em saúde pública e em saúde pessoal. • Avaliar eficiência, a acessibilidade e a qualidade dos serviços de saúde com base na pessoa e na população. • Desenvolver novas ideias e soluções inovadoras para problemas de saúde. Como mostra a Figura 1–1, o núcleo interno que conecta todas as funções da saúde pública é a gestão de sistemas. A gestão é a argamassa operacional que mantém todos os componentes da saúde pública juntos e permite que os funcionários tenham a visão e realizem a missão da saúde pública. 5 ESTRUTURA DO LIVRO E DO ESTUDO DE GESTÃO Os autores postulam que o estudo da gestão pode ser dividido em três áreas principais: 1. Teoria da gestão básica. 2. Tecnologia, incluindo finanças, economia e sistemas de informações. 3. Habilidades avançadas de gestão. A primeira área, teoria da gestão básica, é discutida aqui, no Capítulo 1, "Introdução", no Capítulo 2, "Introdução a conceitos, princípios e práticas de gestão e liderança", no Capítulo 4, "Planejamento estratégico e marketing para gestores de saúde pública" e no Capítulo 9, "Gestão de relacionamentos e comunicação efetiva". A segunda área, tecnologia, é discutida no Capítulo 6, "Finanças e economia", no Capítulo 8, "Informática na gestão da saúde pública" e no Capítulo 11, "Levantamento de fundos, concessão de subsídios, orçamentos e gestão de projetos". A terceira área, habilidades avançadas de gestão, é abordada no Capítulo 3, "Liderança em organizações de saúde pública: Desenvolvimento de equipes, reorganização e relacionamentos no conselho", no Capítulo 5, "Resolução de conflitos e negociação em gestão de saúde", no Capítulo 7, "Ética e profissionalismo na saúde pública", no Capítulo 10, "Gestão de locais de trabalho complexos e culturalmente diversificados" e no Capítulo 12, "A mutável função de gestores e líderes da saúde pública". 6 FIGURA 1–1 Fonte: Public Health Functions Steering Committee [Comitê de Direção de Funções em Saúde Pública], membros (julho de 1995): American Public Health Association [Associação Americana de Saúde Pública]·Association of Schools of Public Health [Associação de Escolas de Saúde Pública]·Association of State and Territorial Health Officials [Associação de Oficiais de Saúde Estaduais e Territoriais]·Environmental Council of the States [Conselho Ambiental dos Estados]·National Association of County and City Health Officials [Associação Nacional de Oficiais de Saúde Distritais e Municipais]·National Association of State Alcohol and Drug Abuse Directors [Associação Nacional de Diretores Estaduais de Abuso de Álcool e Drogas]·National Association of State Mental Health Program Directors [Associação Nacional de Diretores Estaduais de Programas de Saúde Mental]·Public Health Foundation [Fundação de Saúde Pública] U.S. Public Health Service [Serviço de Saúde Pública dos EUA]·Agency Diagnosticar e investigar Avaliar Monitorar a saúde Importar, educar, habilitar Mobilizar parcerias comunitárias Desenvolver políticas Aplicar leis Conectar a/ Fornecer tratamentos Garantir uma força de trabalho competente Pesquisa 7 for Health Care Policy and Research [Agência para Políticas e Pesquisa em Saúde]·Centers for Disease Control and Prevention [Centros de Controle e Prevenção de Doenças]·Food and Drug Administration [Administração de Alimentos e Medicamentos]·Health Resources and Services Administration [Administração de Recursos e Serviços de Saúde]·Indian Health Service [Serviço de Saúde dos Índios]·National Institutes of Health [Institutos Nacionais de Saúde]·Office of the Assistant Secretary for Health [Gabinete do Secretário- Assistente de Saúde]·Substance Abuse and Mental Health Services Administration [Administração de Serviços de Abuso de Substâncias e Saúde Mental]. Os capítulos de gestão básica ensinam ao estudante de saúde pública os "porquês" da gestão no tocante à saúde pública. Os capítulos de tecnologia dão ao gestor de saúde pública as habilidades práticas e aplicadas necessárias para uma gestão eficiente. Os capítulos de habilidades avançadas de gestão fundem e usam o conhecimento aprendido nos capítulos de gestão básica e tecnologia para dar ao gestor de saúde pública as ferramentas para gerir, liderar e abordar as áreas complexas que são essenciais para o gestor de saúde pública da atualidade. Ética, liderança, leis, diversidade e negociação são os tópicos que emolduram a seção de habilidades avançadas de gestão. A estrutura de aprendizado usada no livro é uma abordagem tríplice clássica: teoria, aplicação e prática. De forma geral, cada capítulo começa com as bases teóricas e históricas do tópico. As definições e perspectivas do conceito são apresentadas. Em seguida vêm as aplicações do tópico em programas de saúde pública e gestão de saúde pública. No final de cada capítulo há perguntas de debate para ampliar os conceitos. Por fim, a expectativa dos autores é a de que os estudantes que leiam este livro e estudem gestão de saúde pública se tornem a próxima geração de líderes e gestores. Eles entenderão a necessidade de gerir a medicina para a população, além da medicina individual. Esses líderes formados superarão os desafios da saúde pública no século XXI. O primeiro desafio é liderar a comunidade de prestadores de serviços e clientes de saúde na percepção de que a gestão eficiente de questões de saúde pública, como pandemias, gripe, AIDS, obesidade e doenças crônicas, além de promoção de saúde e prevenção, comunicação, epidemiologia, saúde ambiental e saúde ocupacional e exercícios, são o único caminho efetivo para garantir uma nação e uma população futura composta por pessoas saudáveis que possam contribuir para a sucesso contínuo e o futuro do país. Burke, R. E. & Friedman, L. H. (2011). Essentials of management and leadership in public health. [Fundamentos em gestão e liderança na saúde pública.] Sudbury, Mass: Jones & Bartlett learning. Burke, R. E., & Friedman, L. H. (2011). Essentials of management and leadership in public health. Sudbury, Mass: Jones & Bartlett learning. Doenças infecciosas emergentes Volume 19, Número 8 — agosto de 2013 Perspectiva A nova saúde global Kevin M. De Cock, Patricia M. Simone, Veronica Davison e Laurence Slutsker Afiliações do autor: Centros para Controle e Prevenção de Doenças, Atlanta, Geórgia, EUA Resumo A saúde global refleteas realidades da globalização, inclusive a disseminação mundial de riscos infecciosos e não infecciosos de saúde pública. A arquitetura da saúde global é complexa, e uma melhor coordenação entre as várias organizações é necessária. Três temas concomitantes determinam as ações e a priorização em saúde global: desenvolvimento, segurança e saúde pública. Esses temas ocorrem em um contexto de mudanças demográficas, desenvolvimento socioeconômico e urbanização. As doenças infecciosas continuam sendo fatores críticos, porém não são mais a principal causa de doenças e mortes globais. Os indicadores tradicionais da saúde pública, como as taxas de mortalidade materna e infantil, não descrevem mais o estado de saúde de sociedades inteiras. Essa mudança destaca a necessidade de investir em registros vitais e em relatórios específicos de doenças. As doenças não transmissíveis, as lesões e a saúde mental exigirão mais atenção do mundo no futuro. A nova saúde global exige o engajamento mais amplo das organizações de saúde e de todos os países visando equidade, acesso e cobertura em saúde, conforme as prioridades além dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são definidas. "As pessoas estão começando a entender que não há nada no mundo tão remoto que não possa afetá-las pessoalmente." - William H. Foege, diretor dos Centros para Controle de Doenças dos EUA, 1977–1983 A saúde tornou-se uma área de engajamento diplomático e um assunto prioritário no cenário mundial. O financiamento para a saúde global atingiu ≈US$ 30 bilhões/ano e os Estados Unidos fornecem pelo menos um terço desse total (1). No entanto, é muito frequente que haja falta de coordenação dentro da arquitetura excessivamente complexa da saúde global. Outras agências além da Organização Mundial de Saúde (OMS), como o Banco Mundial e a Fundação Bill e Melinda Gates, tornaram-se financiadores proeminentes com influência nas políticas. Foram criadas novas organizações multilaterais, como o Programa Conjunto das Nações Unidas contra HIV/AIDS, a Aliança Global para Vacinas e Imunização, a UNITAID e o Fundo Global de Luta Contra AIDS, https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r1 Tuberculose e Malária; e grupos da sociedade civil, como o Médicos Sem Fronteiras, implementam programas e exercem pressão política substancial. Esses desenvolvimentos desafiam a OMS que, apesar de manter credibilidade e autoridade de convocação exclusivas, é dificultada por escassez de financiamento e as metas impostas pelos doadores, uma estrutura de governança e burocracia inflexíveis e a dificuldade em priorizar, face a demandas nada realistas. Muitas decisões são agora tomadas fora da Assembleia Mundial da Saúde, o fórum superior e mais representativo do mundo para discussão sobre saúde global. Os protagonistas mais novos em saúde global são frequentemente considerados mais rápidos e mais focados no desempenho e na responsabilidade. Com a ênfase global na austeridade, existe hoje, mais do que nunca, uma necessidade de que a assistência bilateral e multilateral seja coordenada para o efeito máximo, para evitar duplicações e lacunas e buscar resultados mensuráveis. A diversidade de agências multilaterais que trabalham na saúde distrai dos elementos essenciais limitados esperados do setor global: estimativa de requisitos fiscais e rastreamento de financiamento; orientação normativa; detecção e coordenação das respostas a emergências complexas e ameaças internacionais à saúde; acompanhamento e comunicação das tendências em saúde; e advocacia. Um primeiro requisito, inclusive para parceiros bilaterais, é o acordo sobre o que constitui a saúde global e quais agências estão em melhores condições para desempenhar papéis específicos. Este relatório discute a natureza evolutiva da saúde global e suas prioridades. O progresso exige uma reformulação da visão dicotômica de um mundo estático formado por países industrializados ou em desenvolvimento, ricos ou pobres. As atuais disparidades da saúde são tão extremas dentro dos países quanto entre eles. Uma perspectiva mais útil é que a saúde global exige a participação sinergética de todos os países em um mundo interdependente, substituindo o modelo de doadores e recebedores que caracterizou a assistência médica internacional anteriormente. Saúde global O termo saúde global substituiu medicina tropical e saúde internacional, disciplinas ligadas à história do colonialismo, à era pós-independência das antigas colônias europeias e à experiência da assistência ao desenvolvimento (2,3). A saúde global é multidisciplinar, engloba muitos elementos além do desenvolvimento e exige a coordenação de múltiplas partes, não apenas a orientação por uma organização ou disciplina. A crescente complexidade técnica e política da saúde global, com muitos protagonistas que incluem organizações filantrópicas e religiosas, se reflete em sua https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r2 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r3 amplitude, que abrange diversas doenças, mas também trata de questões de sistemas de saúde e financiamento. A saúde global reflete as realidades da globalização, especialmente o aumento na movimentação de pessoas e bens e a disseminação global de riscos infecciosos e não infecciosos para a saúde pública. A saúde global está preocupada com a proteção de toda a comunidade global, não apenas seus segmentos mais pobres, contra as ameaças à saúde e em prestar serviços clínicos e de saúde pública essenciais e de baixo custo à população mundial. Um princípio fundamental é que nenhum país pode garantir a saúde de sua população isoladamente do resto do mundo, conforme articulado na Estratégia de Saúde Global do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA (4). Essa visão reflete as atuais realidades da saúde, mas foi alcançada por meio de marcos como o Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial (Investindo em saúde) de 1993 (5), o Relatório de 2000 da Comissão de Macroeconomia e Saúde (6) e o enorme investimento em HIV/AIDS que começou no início deste século (7). Desenvolvimento, segurança e saúde pública Três temas concomitantes determinam as ações em saúde global: desenvolvimento, segurança e saúde pública. Esses temas fornecem as bases humanitárias e políticas do engajamento de países de alta renda em questões de saúde internacionalmente: para o desenvolvimento, promover a saúde para estabilidade, prosperidade e melhores relações internacionais; para segurança, proteger suas populações contra ameaças internas e externas à saúde; e para a saúde pública, salvar vidas no mundo e em casa. Apesar dos diferentes requisitos, as organizações e agências envolvidas precisam se adaptar às tendências globais de desenvolvimento socioeconômico, fertilidade, população e urbanização. Desenvolvimento Entre os 214 países categorizados pelo Banco Mundial, apenas 36 (17%) foram classificados como países de baixa renda (renda nacional bruta per capita em 2011 <US$ 1.025 por ano), dos quais 26 ficam na África (8). O crescimento econômico está movendo alguns países de baixa renda para o status de renda média, e alguns dos maiores desequilíbrios em riqueza podem agora ocorrer dentro de países e não entre eles. Com o desenvolvimento socioeconômico, os indicadores básicos de saúde melhoram, e aumenta a capacidade dos países de sustentar mais de seus próprios gastos com saúde. Vários países de renda média, como os do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul) e países com economias ricas em petróleo são capazes de prestar assistência às nações mais pobres. https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r4 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r5 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r6 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r7 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r8Existe uma correlação clara entre o produto interno bruto dos países e seus indicadores de saúde, como as taxas de mortalidade de crianças menores de 5 anos (mais altas em países de baixa renda) ou a expectativa de vida (mais alta em países de alta renda). O desenvolvimento aumenta o padrão de vida, acompanhado de melhoria nos serviços básicos e motivadores da saúde como a nutrição e a segurança alimentar; acesso a água potável e saneamento; intervenções de saúde materna e infantil, inclusive o planejamento familiar; e educação básica, especialmente para mulheres. A responsabilidade fundamental das agências de desenvolvimento, e sua maior contribuição para a saúde, é a redução da pobreza. Embora o planejamento familiar e a saúde materna e infantil permaneçam altos na agenda de desenvolvimento, as tendências demográficas estão mudando rapidamente. Desde 1980, a população mundial aumentou quase 60%; dos ≈7 bilhões de hoje, a população global deverá atingir 9,3 bilhões até 2050 e 10,1 bilhões até 2100 (9). Atualmente, a diminuição nas tendências de fertilidade na África subsaariana está seguindo uma trajetória semelhante à ocorrida em outros lugares, mas separada por várias décadas. Até o final do século XXI, a população da África provavelmente terá aumentado em ≈2,6 bilhões, em comparação com ≈432 milhões na Ásia. A República Democrática do Congo, a Etiópia e a Nigéria serão novos gigantes demográficos; prevê- se que em 2100, a Nigéria terá uma população de 730 milhões de pessoas (9). Em 2025, mais de metade dos cidadãos do mundo viverão em ambientes urbanos, com dezenas de megacidades caracterizadas por população >10 milhões de pessoas, muitas delas na África (9), todas desafiadas pela necessidade de infraestrutura e serviços básicos. Uma tendência bem-vinda tem sido a atenção renovada à redução de mortes evitáveis entre as crianças. Como resultado da redução mundial nas taxas de mortalidade infantil, desde a década de 1980, as mortes entre adultos superaram as mortes entre crianças. Estimativas publicadas recentemente sobre as taxas de mortalidade entre crianças <5 anos indicam que há ≈7,2–7,6 milhões de mortes infantis/ano em comparação com ≈12 milhões de mortes de apenas 2 décadas atrás (10–12). Desde 1990, as mortes maternas diminuíram de ≈526.000 para ≈274.000 (11). Seis países, cada um deles apresentando >200.000 mortes por ano de crianças <5 anos, representam ≈50% das mortes globais de crianças; >50% das mortes de crianças ocorrem na África subsaariana. Por causa de suas grandes populações, a Índia e a China contribuem substancialmente para essas mortes, assim como países grandes com indicadores de saúde desfavoráveis, como Nigéria, República Democrática do Congo, Paquistão e Etiópia. Sete países com >10.000 mortes maternas/ano representam >50% da taxa de mortalidade materna mundial. As mais altas taxas de mortalidade materna ocorrem na África subsaariana, especialmente na África Ocidental, dado consistente com a distribuição de taxas adversas de sobrevivência infantil. O Paquistão e o Afeganistão destacam-se por indicadores desfavoráveis em sua região. Redução https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r9 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r9 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r9 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r10 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r12 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r11 adicional nas taxas de mortalidade materna e infantil em todo o mundo exigirá um foco especial em países com o maior número absoluto de mortes maternas e infantis. Segurança da saúde Com base em perspectivas anteriores da ONU que caracterizaram a falta de saúde como uma entre muitas ameaças à segurança e ao bem-estar humano, a segurança da saúde capta a necessidade de ação e preparação coletivas para reduzir a vulnerabilidade às ameaças à saúde pública que transcendem as fronteiras (13). O otimismo anterior, que previa o fim das doenças infecciosas, foi substituído pelo reconhecimento da ameaça à saúde global representada pelas doenças infecciosas emergentes e a ampla resistência a medicamentos antimicrobianos (14). A pandemia de HIV/AIDS; os surtos repetidos de infecções por vírus Ebola e Marburg; a rápida disseminação internacional da síndrome respiratória aguda grave e da gripe pandêmica; a disseminação internacional de vários agentes patogênicos transmitidos por alimentos; e a transmissão intencional de antraz; constituem uma vulnerabilidade global ilustrada de forma convincente. Outros aspectos da globalização que afetam negativamente a segurança da saúde incluem o tráfico de drogas e de pessoas e a movimentação populacional resultante de conflitos e instabilidade. A estrutura global para a segurança da saúde está presente no Regulamento Sanitário Internacional, que foi revisado em 2005 e adotado pela Assembleia Mundial da Saúde, mas cuja implementação está atrasada em relação à data-alvo de 2012 (15). A diversidade das ameaças à saúde resulta no envolvimento de outros setores como defesa e diplomacia, e vinculação a outros acordos internacionais como os relacionados ao controle de armas químicas, biológicas e nucleares. A capacidade laboratorial e de vigilância por institutos nacionais de saúde pública sólidos são componentes essenciais de sistemas de saúde funcionais que formam a base da segurança da saúde. Assegurar a capacidade de detectar, investigar, diagnosticar e conter rapidamente os eventos de saúde pública preocupantes, onde quer que eles ocorram, exige compromisso com o desenvolvimento da capacidade de saúde global em todos os países e redes de saúde pública disseminados e cooperativos (16). Saúde pública A ampliação dos programas de HIV/AIDS, malária e tuberculose na década passada, por meio de iniciativas como o Fundo Global, o Plano de Emergência do Presidente dos EUA para combate à AIDS e Iniciativa Presidencial Contra a Malária, levaram a um substancial progresso específico da doença. A Aliança Global para Vacinas e Imunização afetou positivamente o acesso à vacina. No entanto, essas experiências também ressaltaram a negligência relativa a outras áreas prioritárias e https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r13 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r14 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r15 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r16 levaram à crítica de que os programas verticais e direcionados não conseguem fortalecer os sistemas de saúde em geral (17). Como resultado, houve uma renovação do foco nos outros Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) relacionados à saúde, especialmente em relação à saúde infantil e materna (ODMs 4 e 5, respectivamente). Essas percepções contribuíram para o estabelecimento da Iniciativa de Saúde Global do governo dos EUA em 2009 (18), que aborda todos os ODMs de saúde e algumas doenças tropicais negligenciadas de uma forma mais integrada. A tensão de longa data entre as abordagens vertical e horizontal agora é melhor compreendida e há maior ênfase na integração dos esforços (19). As iniciativas para fortalecer os sistemas de saúde gerais não tinham especificidade e indicadores acordados e apresentavam mais dificuldade em mostrar efeitos mensuráveis que intervenções específicas a doenças que enfatizam a integração e a vinculação a outros serviços. As agências de saúde pública têm um importante papel no fortalecimento de áreas específicas dos sistemas de saúde, como sistemas de informação de saúde e vigilância, capacidade laboratorial, habilidades da força de trabalho, pesquisa e avaliação operacional e capacidade de preparação e implementação de programas (20). Os ministérios e institutos nacionais de saúde pública têm a responsabilidade fundamental de definir políticas, objetivos e metas e assegurarorientação técnica, supervisão, implementação de programas, avaliação e responsabilização (21). Embora a epidemiologia permaneça no centro desse trabalho, a crescente complexidade das combinações entre intervenções em saúde pública evidenciou a utilidade da modelagem matemática para auxiliar na tomada de decisões e na definição de políticas. As agências modernas de saúde pública precisam ter uma perspectiva global para cumprir seus mandatos domésticos. Devido à credibilidade que emana dos seus conhecimentos técnicos, essas agências desempenham um papel essencial na diplomacia da saúde e no desenvolvimento da capacidade de saúde pública. Embora as agências de desenvolvimento se concentrem nas necessidades dos desfavorecidos, as agências de saúde pública interagem potencialmente com todos os países para enfrentar desafios comuns. O fortalecimento dos sistemas de saúde, as ameaças de doenças transmissíveis e não transmissíveis, a segurança e a qualidade dos medicamentos e mercadorias, o acesso à saúde e a equidade são universalmente desafiadores para os ministérios da saúde, institutos de saúde pública e organizações multilaterais, que precisam funcionar em uma rede global bem integrada. https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r17 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r18 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r19 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r20 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r21 Negócios inacabados: Prioridades da doença infecciosa Estimativas recentes da incidência global de doenças sugerem que as doenças transmissíveis representam ≈19% das mortes globais (22). Na África, 76% das mortes ainda são atribuíveis a causas transmissíveis, maternas, neonatais ou nutricionais, em comparação com 25% em todo o mundo; as condições relevantes para os ODMs 4, 5 e 6 são responsáveis por 42% dos anos de vida perdidos. O foco nas doenças infecciosas continua sendo necessário para evitar a disseminação ou a recrudescência global, salvar vidas e aumentar o desenvolvimento econômico e a equidade em saúde. Ameaças de doenças infecciosas importantes e persistentes, sua incidência global e alguns dos compromissos de saúde global feitos para abordá-las são mostrados no Apêndice Técnico [PDF - 230 KB - 4 páginas]. O relatório do Banco Mundial de 1993, Investing in Health, destacou o descomunal papel do HIV/AIDS, da tuberculose e da malária na África (5), mas apenas na década passada, o investimento e o esforço aumentaram substancialmente e possibilitaram o progresso mensurável nesses importantes desafios em doenças infecciosas. O mundo precisa manter o impulso para atingir metas de saúde ambiciosas e implementar avanços científicos recentes, ao mesmo tempo que lida com a austeridade econômica. Há uma pressão crescente para usar recursos em intervenções biomédicas com a mais forte evidência de eficácia. Os esforços para alcançar uma geração livre de AIDS são centrados na ampliação do tratamento do HIV, na prevenção da transmissão de mãe para filho (inclusive com a terapia antirretroviral imediata e ao longo da vida para todas as mulheres grávidas infectadas pelo HIV), na circuncisão masculina médica, no teste de HIV e aconselhamento e no foco nas principais populações em que a infecção por HIV está concentrada (23). A questão primária da atual pesquisa sobre HIV/AIDS é a melhor maneira de usar a terapia antirretroviral para a saúde individual e a prevenção baseada na população e, mais especificamente, se a terapia imediata após o diagnóstico precoce conferiria o maior benefício (24,25). O compromisso com a quase eliminação da doença por HIV em crianças (26) poderia vincular, de maneira proveitosa, novas iniciativas aos programas tradicionais de saúde materna e infantil fornecidos por meio de fundos para desenvolvimento. A incidência de tuberculose está diminuindo em todas as regiões do mundo, embora mais lentamente que o esperado em algumas regiões (27). Nos EUA, 63% dos casos de tuberculose ocorrem atualmente em pessoas de origem estrangeira, indicando provavelmente a aquisição da infecção fora dos EUA (28). A disseminação da tuberculose resistente a medicamento e da tuberculose extensivamente resistente a medicamento (resistente a rifampicina, isoniazida, quinolonas e medicamentos antituberculose injetáveis) destaca a vulnerabilidade global e a inter- relação dos sistemas de saúde e desafia a equidade em saúde. Os principais avanços científicos https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r22 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121-techapp1.pdf https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121-techapp1.pdf https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r5 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r23 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r24 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r25 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r26 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r27 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r28 referem-se a uma melhor compreensão do papel e do uso da terapia antirretroviral para pessoas com tuberculose concomitantemente infectadas com o HIV, novos diagnósticos com potencial para tornar as descobertas de casos mais efetivas e, menos impressionante, novos medicamentos. As ferramentas para combater a malária (mosquiteiros impregnados com inseticida, pulverização residual interna com inseticidas, terapias combinadas baseadas em artemisinina e terapia preventiva intermitente para mulheres grávidas) exigem ampliação adicional, mas são suscetíveis ao desenvolvimento de resistência por parte do vetor ou parasita; há evidências se acumulando de que as redes podem ser menos duráveis que previamente suposto (26,29). Apesar dos desafios, a eliminação da malária aumentou de prioridade na agenda global nos últimos tempos. As doenças relacionadas à pobreza, como as 17 condições classificadas como doenças tropicais negligenciadas, também receberam mais investimento, especialmente aquelas para as quais a administração de medicamentos em massa oferece uma estratégia de controle (30,31). Uma preocupação deve ser que algumas das principais causas de doença e morte, como a leishmaniose visceral e a tripanossomíase humana africana, continuam relegadas a segundo plano e não abordadas. Dois grupos de doenças que merecem atenção global à saúde são as propensas à epidemia e as evitáveis por vacina, incluindo a gripe. A pandemia de gripe A (H1N1) de 2009 demonstrou a natureza global da ameaça, bem como a necessidade de considerar estratégias de provisionamento de vacinas para todos os países (32). A dengue e a febre amarela são as principais infecções virais transmitidas por mosquitos e ambas ilustram o conceito das infecções emergentes promovidas por diversos fatores, como a urbanização, o crescimento populacional, a higiene ambiental inadequada e a resistência do vetor ao inseticida. Nos últimos anos, grandes surtos envolvendo um arbovírus específico, o vírus chikungunya, afetaram a costa leste da África e as ilhas do Oceano Índico a importação para a Europa. A segunda década deste século foi designada como a década das vacinas (33). Existe oportunidade para um efeito notável sobre as 2,5 milhões de mortes infantis anuais, decorrentes de doenças evitáveis por vacina, inclusive com o uso de novas vacinas para prevenção de infecção por rotavírus e pneumocócica, e pelo fortalecimento dos serviços de rotina. A vacinação contra a meningite meningocócica tipo A no Sahel e contra o vírus da hepatite B e o papilomavírus humano ilustra as possibilidades incomparáveis em termos de controle de epidemias anteriormente mortais ou de cânceres induzidos por vírus. Uma importante prioridade pendente é a erradicação da poliomielite; esse objetivo é ameaçado particularmentepelos déficits de financiamento e pela transmissão contínua no Paquistão, no Afeganistão e na Nigéria, que semearam a infecção em outros países em que a poliomielite havia sido eliminada (34). https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r26 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r29 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r30 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r31 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r32 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r33 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r34 A falta de acesso à água e ao saneamento destaca algumas das maiores desigualdades na saúde global. Aproximadamente 1 bilhão de pessoas em todo o mundo não têm água potável e ≈2,5 bilhões de pessoas têm que defecar abertamente, o que é uma afronta à dignidade humana (35). Grandes epidemias de doenças transmitidas pela água continuam ocorrendo, fato exemplificado pela atual transmissão de cólera no Haiti (36). É difícil explicar por que o investimento na separação entre a água potável para seres humanos e as fezes humanas, base da revolução da saúde pública do século XIX na Europa e na América do Norte, não tem sido uma prioridade política ou de desenvolvimento mais alta em ambientes de poucos recursos. Doenças não transmissíveis A reunião de alto nível sobre doenças não transmissíveis na Assembleia Geral das Nações Unidas em 2011, apenas a segunda dessas reuniões dedicada à saúde, enfatizou como essas doenças agora dominam a saúde em nível mundial (37). Mais de 60% das mortes evitáveis em todo o mundo são agora atribuíveis a doenças não transmissíveis (doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas); em países de baixa e média renda, 48% dessas mortes ocorrem em pessoas <70 anos, em comparação com 26% em países de alta renda (38). A incidência dessas condições também está aumentando rapidamente na África, uma região em que a urbanização e o crescimento populacional são mais extremos. Os fatores de risco de doenças não transmissíveis estão associados à urbanização e alteração de estilo de vida, especialmente tabagismo, sedentarismo, poluição do ar, dieta insalubre e consumo excessivo de álcool. A hipertensão, a obesidade e o aumento dos níveis de colesterol são indicadores mensuráveis que preveem desfechos adversos; e infecções crônicas específicas, como as decorrentes do vírus da hepatite B e papilomavírus humano, são vinculadas a certos tipos de câncer. Lesões e saúde mental foram omitidas da agenda da ONU de 2011, apesar da incidência crescente dessas condições; a cada ano, >5 milhões de mortes em todo o mundo resultam de lesões e violência (39) e ≈1,3 milhão resulta de lesões em acidentes de trânsito. Os distúrbios mentais e comportamentais são considerados as causas que mais contribuem com anos de vida com deficiência (22). O financiamento global para doenças não transmissíveis é mínimo e a coordenação é limitada, embora existam oportunidades para integrar as abordagens a doenças transmissíveis e não transmissíveis. A implementação da vigilância para avaliar a incidência e as necessidades, juntamente com intervenções políticas específicas para abordá-las, terão o maior efeito imediato pelo menor custo. Exemplos dessas políticas incluem restringir as vendas e o acesso ao tabaco, aumentar os impostos sobre o tabaco, limitar o uso inseguro de álcool, promulgar leis de uso de https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r35 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r36 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r37 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r38 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r39 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r22 capacete em motocicletas e cinto de segurança nos demais automóveis e reduzir o sal e as gorduras transgênicas nos produtos alimentícios comerciais. Para encorajar os países a tomarem medidas, a OMS está definindo metas de nível populacional para doenças não transmissíveis e fatores de risco associados para implementação de programa (37). A experiência com a ampliação do tratamento do HIV/AIDS (40) poderia fornecer lições úteis para uma abordagem padronizada ao controle da hipertensão e do diabetes, aumentando assim a relação custo-eficácia; facilitando a supervisão, o monitoramento e a avaliação; e garantindo a responsabilização. Conclusões O crescimento populacional, o aumento da expectativa de vida da população mundial e a diminuição das taxas de mortalidade específicas à idade em crianças e jovens adultos, especialmente no que se refere a doenças infecciosas, contribuíram para o cenário alterado da saúde global. A Nova Saúde Global diz respeito à saúde em todos os países e abrange o alívio da pobreza, a segurança da saúde universal e a prestação de serviços clínicos e de saúde pública adequados, incluindo a crescente prevalência de doenças não transmissíveis. A equidade, a cobertura e o acesso à saúde universal e a justiça no financiamento da saúde são aspirações globais que provavelmente ocuparão uma posição proeminente nas discussões sobre o que ocorrerá após a data-alvo dos ODMs para 2015. A agenda pendente de doenças infecciosas continuará sendo uma prioridade, mas as abordagens comuns terão que tratar de doenças não transmissíveis, da regulação do comércio de tecnologias médicas e produtos farmacêuticos, do financiamento da saúde e do fortalecimento de sistemas. Um tópico emergente será a vigilância e a mitigação dos efeitos das mudanças ambientais e climáticas. A vigilância deverá ser fortalecida globalmente para rastrear a exposição a fatores de risco para as principais causas de deficiência e morte, os desfechos das doenças e as respostas dos sistemas de saúde. Como resultado das transições epidemiológicas passadas e em andamento, em muitos países, os indicadores clássicos de saúde internacional (taxa de mortalidade infantil, menores de 5 anos e materna) não fornecem mais um panorama da saúde da população. Além disso, existe uma necessidade urgente de sistemas robustos de registro vital e relatórios precisos das taxas de mortalidade por causa específica, em todas as fases da vida. Não devemos nos esquecer dos desafios atuais enfrentados pelos países de menor renda, necessidades das populações desfavorecidas ou deslocadas, sociedades ameaçadas por conflitos e emergências humanitárias e condições inadequadas de vida urbana e rural em meio à abundância. No entanto, a prática da saúde global deve se adaptar à globalização e à rápida https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r37 https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/19/8/13-0121_article#r40 evolução da saúde que está ocorrendo em todo o mundo. Para os países doadores, isso exigirá uma definição clara das expectativas de assistência ao desenvolvimento e como isso difere de outras formas de engajamento na saúde global, especialmente para a segurança da saúde e as doenças não transmissíveis. Como fornecer uma coordenação adequada, o tipo de liderança desejado e como assegurar a responsabilidade compartilhada de financiamento para além dos doadores tradicionais, serão destaques da discussão. A natureza global interconectada exige que abordemos a saúde da população de todo o planeta, independentemente das fronteiras nacionais. O engajamento na saúde global não é simplesmente uma preocupação humanitária, mas uma prioridade para o nosso bem-estar coletivo, o uso eficiente dos recursos e a proteção do nosso futuro. O Dr. De Cock é diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças — Quênia em Nairóbi, no Quênia. Seus interesses em pesquisa são aspectos diversos da saúde global e das doenças infecciosas, especialmente HIV/AIDS e tuberculose. Agradecimento Agradecemos a Thomas R. Frieden e Nils Daulaire pelos comentáriose discussões. Referências 1. Murray CJ, Anderson B, Burstein R, Leach-Kemon K, Schneider M, Tardif S, Development assistance for health: trends and prospects (Assistência ao desenvolvimento para a saúde: tendências e possibilidades). Lancet. 2011;378:8–10. DOIPubMed 2. Koplan JP, Bond TC, Merson MH, Reddy KS, Rodriguez MH, Sewankambo NK, Towards a common definition of global health (Em direção a uma definição comum da saúde global). Lancet. 2009;373:1993–5. DOIPubMed 3. De Cock KM. Trends in global health and CDC’s international role (Tendências na saúde global e o papel internacional dos CDCs), 1961–2011. MMWR Surveill Summ. 2011;60(Suppl 4): 104–11. PubMed 4. Department of Health and Human Services. 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Reid, intitulado “We’re Number 37!,” (Somos o Número 37!), em referência à posição dos EUA no Relatório Mundial de Saúde de 2000, da Organização Mundial da Saúde. O livro estava programado para publicação nos EUA pela Penguin Press, no início de 2009. Existem cerca de 200 países em nosso planeta, e cada país planeja seu próprio conjunto de medidas para cumprir as três metas básicas de um sistema de serviços de saúde: manter as pessoas saudáveis, tratar os doentes e proteger as famílias contra a ruína financeira devido a contas médicas. Porém, não precisamos estudar 200 sistemas diferentes para entender como os outros países gerenciam os serviços de saúde. Em todas as variações locais, os sistemas de serviços de saúde tendem a seguir padrões gerais. Existem quatro sistemas básicos: O modelo beveridgiano Nomeado em homenagem a William Beveridge, o ousado reformador social que projetou o Serviço de Saúde Nacional da Grã-Bretanha. Nesse sistema, os serviços de saúde são prestados e financiados pelo governo por meio de pagamentos de impostos,assim como a força policial ou uma biblioteca pública. Muitos, mas não todos, os hospitais e clínicas são propriedades do governo; alguns médicos são funcionários do governo, mas também há médicos privados que cobram seus honorários do governo. Na Grã-Bretanha, você nunca recebe uma conta médica. Esses sistemas tendem a ter baixos custos per capita, porque o governo, como pagador único, controla o que os médicos podem fazer e o que podem cobrar. Os países que usam o plano beveridgiano ou suas variações incluem sua terra natal (Grã-Bretanha), a Espanha, a Escandinávia e a Nova Zelândia. Hong Kong ainda tem seus próprios serviços de saúde em estilo beveridgiano, porque a população simplesmente se recusou a abrir mão dele quando os chineses ocuparam a antiga colônia britânica em 1997. Cuba representa a aplicação extrema da abordagem beveridgiana; provavelmente é o exemplo mais puro de controle total do governo que há no mundo. O modelo bismarckiano Nomeado em homenagem ao chanceler prussiano Otto von Bismarck, que inventou o estado de assistência social como parte da unificação da Alemanha no século XIX. Apesar de sua herança europeia, esse sistema de prestação de serviços de saúde parecerá bastante familiar aos cidadãos dos EUA. Ele emprega um sistema de seguro — as seguradoras são chamadas de "fundos para doença" — geralmente financiado conjuntamente por empregadores e funcionários por meio da dedução em folha de pagamento. Ao contrário do setor de seguros dos EUA, os planos de seguro de saúde do tipo bismarckiano devem cobrir todas as pessoas e não têm lucro. Os médicos e hospitais tendem a ser privados nos países bismarckianos; o Japão tem mais hospitais privados que os EUA. Embora este seja um modelo de vários pagadores — a Alemanha tem cerca de 240 fundos diferentes — uma regulação estrita fornece ao governo uma parcela maior de influência no controle de custos que o modelo beveridgiano, com apenas um pagador. O modelo bismarckiano é encontrado na Alemanha (obviamente), França, Bélgica, Países Baixos, Japão, Suíça e, até certo ponto, na América Latina. O modelo de seguro de saúde nacional Esse sistema possui elementos beveridgianos e bismarckianos. Ele usa prestadores do setor privado, mas o pagamento vem de um programa de seguros, administrado pelo governo, que cada cidadão paga. Uma vez que não há necessidade de marketing, motivo financeiro para negar reivindicações e nem lucro, esses programas de seguro universal tendem a ser mais baratos e muito mais simples administrativamente que o seguro com fins lucrativos no estilo dos EUA. O pagador único tende a ter um poder de mercado considerável para negociar preços mais baixos; o sistema do Canadá, por exemplo, negociou preços tão baixos com as empresas farmacêuticas que muitos estadunidenses ignoram as farmácias nacionais e compram suas pílulas do outro lado da fronteira. Os planos de Seguro de Saúde Nacional (SSN) também controlam os custos com a limitação dos serviços médicos pelos quais pagarão ou fazendo com que os pacientes esperem para serem tratados. O clássico sistema SSN é encontrado no Canadá, mas alguns países recentemente industrializados — Taiwan e Coreia do Sul, por exemplo — também adotaram esse modelo. O modelo de desembolso direto Somente os países desenvolvidos e industrializados — talvez 40 dos 200 países do mundo — estabeleceram sistemas de serviços de saúde. A maioria das nações do planeta são muito pobres e muito desorganizadas para fornecer qualquer tipo de assistência médica em massa. A regra básica nesses países é que os ricos recebem cuidados médicos; os pobres continuam doentes ou morrem. Nas regiões rurais da África, Índia, China e América do Sul, centenas de milhões de pessoas passam toda sua vida sem ter consultado um médico. Eles podem ter acesso, no entanto, a um curandeiro local que usa remédios caseiros que podem ou não ser eficazes contra a doença. No mundo dos pobres, às vezes os pacientes conseguem levantar dinheiro suficiente para pagar uma conta médica; caso contrário, eles pagam em batatas, leite de cabra, serviço de babá ou qualquer outra coisa que possam dar. Se eles não têm nada, eles não recebem assistência médica. Esses quatro modelos devem ser bem fáceis para os estadunidenses entenderem, porque há elementos de cada um deles em seu aparato de saúde nacional fragmentado. Quando se trata de cuidar dos veteranos, eles são como a Grã-Bretanha ou Cuba. Para os estadunidenses com mais de 65 anos no Medicare, é como estar no Canadá. Para os trabalhadores estadunidenses que recebem seguro no trabalho, é como na Alemanha. Para os 15% da população que não têm seguro de saúde, os EUA são como o Camboja, Burkina Faso ou a Índia rural, com acesso disponível a um médico se você puder pagar a conta por desembolso direto no momento do tratamento ou se estiver doente o suficiente para ser admitido na enfermaria de emergência no hospital público. Os EUA são diferentes de todos os outros países, porque há vários sistemas separados para classes de pessoas separadas. Todos os demais países estabeleceram um único modelo para todos. Isso é muito mais simples que o sistema dos EUA; é mais justo e também mais barato. Nota: o modelo "beveridgiano" de Reid corresponde ao que o PNHP chamaria de um serviço de saúde nacional com pagador único (Reino Unido); o modelo "bismarckiano" refere-se a países que o PNHP diria usar "fundos para doença" sem fins lucrativos ou um "modelo de seguro social" (Alemanha); e o "seguro de saúde nacional" corresponde ao seguro de saúde nacional com pagador único (Canadá, Taiwan). O modelo de "desembolso direto" de Reid é o que o PNHP chamaria de serviços de saúde "orientados ao mercado". Alguns países têm modelos mistos (por exemplo, a Suécia tem algumas características de um serviço de saúde nacional, como os hospitais administrados pelo governo do condado; porém, há outras características de seguro de saúde nacional, pois os médicos são pagos com base no regime de honorário por serviço). Isso explica por que Reid pode classificar os sistemas escandinavos como "beveridgianos", enquanto o PNHP os classifica como "seguro de saúde nacional de pagador único". Reid, T.R. (2010). Health Care Systems — Four Basic Models (Sistemas de serviços de saúde — quatro modelos básicos). Em T.R. Reid (2009), The Healing of America: A Global Quest for Better, Cheaper and Fairer Health Care (A cura da América: uma busca global por cuidados de saúde melhores, mais baratos e mais justos), New York, NY: Penguin Press. Extraído de http://www.pnhp.org/single_payer_resources/health_care_systems_four_basic_models.php Reid, T.R. (2010). Health Care Systems-Four Basic Models. In T.R. Reid (2009), The Healing of America: A Global Quest for Better, Cheaper and Fairer Health Care, New York, NY: Penguin Press. Retrieved from http://www.pnhp.org/single_payer_resources/health_care_systems_four_basic_models.php http://www.pnhp.org/single_payer_resources/health_care_systems_four_basic_models.php Sistemas de serviços de saúde em países de baixa e média renda Anne Mills, D.H.S.A., Ph.D. N Engl J Med 2014; 370:552-557 6 de fevereiro de 2014 DOI: 10.1056/NEJMra1110897 Ao longo dos últimos 10 anos, os debates sobre a saúde global dedicaram uma atenção crescente à importância dos sistemas de serviços de saúde, que abrangem as instituições, organizações e recursos (físicos, financeiros e humanos) estabelecidos para prestar serviços de saúde que atendam às necessidades da população. Tornou-se especialmente importante enfatizar os sistemas de serviços de saúde nos países de baixa e média renda, devido ao substancial financiamento externo fornecido a programas de doenças específicas, especialmente para medicamentos e suprimentos médicos, e o subfinanciamento relativo das infraestruturas de saúde mais amplas nesses países. Um sistema de serviços de saúde funcional é fundamental para obter uma coberturauniversal, que tem sido o foco de declarações recentes de grupos de sensibilização e outras organizações em todo o mundo, incluindo uma declaração da Organização das Nações Unidas em 2012. Análises recentes chamaram a atenção para os pontos fracos dos sistemas de serviços de saúde nos países de baixa e média renda. Por exemplo, nos 75 países que representam mais de 95% das mortes maternas e infantis, a proporção mediana dos partos atendidos por um profissional de saúde qualificado é de apenas 62% (amplitude, 10 a 100%). Mulheres sem dinheiro ou cobertura para esse serviço têm muito menos chances de recebê-lo que as mulheres com meios para pagar por ele. Como resultado da falta de proteção financeira para os custos dos serviços de saúde, cerca de 100 milhões de pessoas são jogadas abaixo da linha de pobreza a cada ano devido a pagamentos por serviços de saúde; muitas outras nem chegam a procurar os cuidados porque não têm os fundos necessários. Em resposta a essas deficiências no sistema de serviços de saúde, vários países e seus parceiros de desenvolvimento passaram a introduzir novas abordagens para o financiamento, a organização e a prestação de serviços de saúde. Este artigo revisa brevemente os principais pontos fracos dos sistemas de serviços de saúde nos países de baixa e média renda, lista as respostas mais comuns a esses pontos fracos e, em seguida, apresenta três das respostas mais populares para uma análise adicional. Essas respostas, que atraíram uma controvérsia considerável, envolvem as questões de pagar pelos serviços de saúde por meio de tributação geral ou de fundos de seguro contributivo para aumentar a proteção financeira de partes específicas da população, usar incentivos financeiros para aumentar o uso dos serviços de saúde e melhorar sua qualidade ou usar entidades privadas para ampliar o alcance do sistema de serviços de saúde. Essa revisão baseia-se no que é agora uma extensa literatura sobre as deficiências dos sistemas de serviços de saúde1 e no banco de dados de Evidências dos Sistemas de Saúde. No entanto, a má qualidade e a cobertura desigual das evidências do fortalecimento dos sistemas de serviços de saúde indicam que as http://www.nejm.org/toc/nejm/370/6/ http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMra1110897#ref1 evidências de deficiências são mais fortes que as evidências de soluções. Além disso, as circunstâncias específicas dos países individuais influenciam fortemente as decisões sobre quais abordagens podem ser relevantes e seu sucesso. Sendo assim, as generalizações baseadas em pesquisas sobre sistemas de saúde em determinados países devem ser consideradas com cuidado. É improvável que exista um único modelo ideal do sistema de serviços de saúde ou uma meta mágica que solucione automaticamente as deficiências. O fortalecimento dos sistemas de serviços de saúde nos países de baixa e média renda deve ser visto como um processo de desenvolvimento de longo prazo. RESTRIÇÕES E RESPOSTAS DO SISTEMA DE SERVIÇOS DE SAÚDE Uma estrutura para categorizar as restrições dos sistemas de serviços de saúde foi originalmente desenvolvida em 2001 para a Comissão sobre Macroeconomia e Saúde da Organização Mundial de Saúde e tem sido amplamente aplicada desde então. Essa estrutura tem o mérito de analisar os sistemas horizontalmente (por exemplo, avaliar cada nível para determinar todos os elementos necessários para a prestação efetiva do serviço) e verticalmente (por exemplo, considerar as funções de suporte dos níveis mais altos de um sistema). A Tabela 1 lista os seis níveis existentes em qualquer sistema de serviços de saúde, do comunitário ao global; as principais restrições do sistema em cada nível; e as principais respostas a essas restrições. Três questões tiradas dessas respostas foram selecionadas para uma consideração detalhada. Essas questões foram selecionadas por vários motivos. Elas envolvem funções críticas do sistema de serviços de saúde (isto é, financiamento e prestação de serviços de saúde), recebem considerável proeminência nos debates internacionais sobre como fortalecer o sistema de serviços de saúde e foram avaliadas um pouco mais rigorosamente que outras questões. Tributação geral versus seguro contributivo Conforme indicado na Tabela 1, um problema importante nos países de baixa e média renda é a falta de apoio financeiro para aqueles que precisam de serviços de saúde, dissuadindo o uso dos serviços e sobrecarregando os orçamentos domésticos. A Figura 1 mostra as fontes de financiamento dos serviços de saúde, conforme a renda do país. Em média, quase 50% do financiamento dos serviços de saúde nos países de baixa renda vêm de desembolso direto, em comparação a 30% nos países de média renda e 14% nos de alta renda. Quando os pagamentos das despesas gerais do governo, seguro de saúde social (público) e seguro privado pré-pago são combinados, apenas 38% do financiamento dos serviços de saúde em países de baixa renda é combinado em fundos de financiamento, o que permite que os riscos dos custos de serviços de saúde sejam compartilhados entre os grupos populacionais, em comparação com aproximadamente 60% nos países de média renda e 80% nos de alta renda. Portanto, o principal problema do financiamento para os países de baixa e média renda é como fornecer maior proteção financeira para as famílias. A parte da população no setor de emprego formal, em que os impostos podem ser cobrados na folha de pagamento, pode ser incluída no regime do seguro social. Também é geralmente aceito que as pessoas mais pobres precisam de subsídio total para os custos dos serviços de saúde com a tributação geral e as pessoas de baixa renda precisam pelo menos de um subsídio parcial. A questão fundamental é se o restante da população — aqueles que estão fora do setor formal da economia, mas que não são os mais pobres — deve ter cobertura por fundos arrecadados com impostos gerais ou ser encorajada a se inscrever em programas de seguro contributivo. Essa questão tem estado no centro dos debates sobre o financiamento da cobertura universal no Sul e Sudeste Asiático. As Filipinas e o Vietnã, por exemplo, procuraram expandir a proteção financeira incentivando a inscrição voluntária em programas de seguro social de saúde, enquanto outros países, como a Tailândia, usaram fundos da tributação geral que são canalizados para os ministérios da saúde ou autoridades locais de saúde. O recente relatório do Grupo de Especialistas de Alto Nível sobre Cobertura de Saúde Universal, encomendado pela Comissão de Planejamento da Índia para elaborar um plano de obtenção de cobertura universal na Índia até 2020, recomendou direcionar um financiamento consideravelmente maior das receitas fiscais gerais para prestadores, principalmente públicos, através de um comprador público no nível estadual. O relatório é claro em sua rejeição aos sistemas de seguro contributivo. Na África, Ruanda é frequentemente mencionado como um país que alcançou uma cobertura de seguro voluntária notavelmente alta, embora a profundidade da cobertura (isto é, a quantidade de serviços cobertos) seja limitada e ainda haja proteção financeira insuficiente para os grupos mais pobres. Gana, outro país africano citado por seus esforços para ampliar a cobertura de serviços de saúde, introduziu um programa nacional de seguro de saúde em que a inscrição é obrigatória para o setor formal e voluntária para o setor informal, e a cobertura é gratuita para os membros mais pobres da população. No entanto, ao enfrentar problemas em tornar os prêmios acessíveis e manter a inscrição voluntária, o partido no poder decidiu propor um pagamento único, em vez do pagamento anual, para aqueles que estão fora do setor formal. A tributação geral (por imposto adicional) já é a principal fonte de financiamento do seguro de saúde nacional em Gana, mas a introdução de um pagamento únicoindicaria claramente uma diminuição da importância atribuída ao seguro contributivo. Dada a base tributável limitada em países de baixa e média renda e a capacidade limitada de muitas famílias de pagar pelos serviços de saúde, seja diretamente ou por meio de um seguro contributivo, o progresso em direção a uma maior proteção financeira será inevitavelmente gradual. Os países precisam e dependem de uma combinação de fontes de financiamento, mas sua principal preocupação deve ser determinar quais arranjos de financiamento, considerando seu ambiente econômico, social e político específico, protegerão melhor o segmento mais vulnerável da população e assegurarão tanto amplitude de cobertura (o número de pessoas protegidas) quanto profundidade de cobertura razoável. Incentivos financeiros para famílias e prestadores Uma segunda questão importante nos esforços para fortalecer os sistemas de saúde foi implementar os incentivos financeiros como forma de incentivar as famílias a usar os serviços e encorajar os prestadores a prestar serviços de boa qualidade. Essas estratégias fazem parte de uma abordagem mais ampla, conhecida como financiamento baseado em resultados, "pagamento por desempenho" ou auxílio por resultados, que visa solucionar os problemas de falta de demanda por intervenções efetivas e baixa capacidade de resposta e motivação por parte dos prestadores. Os incentivos podem ser direcionados aos recebedores dos serviços de saúde (por exemplo, por meio de vales ou pagamentos em dinheiro condicionados ao uso dos serviços) ou a profissionais de saúde individuais ou instalações de serviços de saúde. Uma visão geral de revisões sistemáticas da eficácia desses incentivos financeiros sugere alguns sucessos de curto prazo no caso de incentivos que são destinados aos recebedores dos serviços de saúde e aos profissionais de saúde individuais e que buscam alcançar objetivos comportamentais distintos e bem definidos relacionados ao fornecimento e uso de serviços razoavelmente simples. Por exemplo, na América Latina, o uso de transferências monetárias condicionais tem sido associado ao aumento do uso de serviços preventivos. Já em Ruanda, o pagamento baseado no desempenho para os médicos de atenção básica aumentou o número de bebês nascidos em hospitais ou outras instalações e de visitas de cuidados preventivos para crianças pequenas. Entretanto, a base limitada de evidências fornece pouca orientação sobre o quanto esses programas podem funcionar em outros países. Existe a preocupação de os programas possam ser difíceis de implementar em países com recursos limitados, onde os governos não possuem a equipe, as habilidades e os sistemas para gerenciar e monitorar os serviços, os pagamentos e o desempenho. Isso ocorreu com um pagamento de incentivo à maternidade no Nepal, onde os "menos pobres" se beneficiaram mais que os pobres. Outras dívidas incluem se as mudanças são sustentáveis ao longo do tempo e se incentivos também são úteis para serviços mais complexos. Os incentivos financeiros são potentes: respostas indesejáveis, embora raramente investigadas, provavelmente ocorrerão. Por exemplo, uma análise recente do que provavelmente é o maior programa de incentivo da demanda no mundo para promover partos em hospitais, o Janani Suraksha Yojana, na Índia, indicou que, embora o fornecimento dos incentivos em dinheiro tenha aumentado o acesso das mulheres aos serviços, também foi associado a um aumento na fertilidade. Os incentivos financeiros representam apenas um meio de melhorar os níveis de uso e a qualidade dos serviços de saúde. Porém, praticamente nenhum estudo em países de baixa e média renda comparou o uso de incentivos financeiros com formas alternativas de alcançar esses resultados, como abordagens não financeiras para mudar o comportamento profissional. Essa falta de informação sobre abordagens alternativas dificulta o desenvolvimento de recomendações de políticas claras. Uso de entidades privadas para ampliar a cobertura Existe uma ampla participação privada nos sistemas de serviços de saúde dos países de baixa e média renda, especialmente na prestação de serviços. O setor privado varia de um número limitado de fornecedores formais sem fins lucrativos e com fins lucrativos a inúmeros provedores informais, inclusive vendedores de medicamentos itinerantes. Houve um aumento no número de fornecedores privados, impulsionado tanto pelo aumento na renda quanto pela falta de serviços públicos para atender às expectativas. Essa situação levou ao argumento pragmático de que, uma vez que esses fornecedores privados estão disponíveis, eles devem ser aproveitados para abordar a inacessibilidade física dos serviços, a falta e a distribuição incorreta de pessoal e os estoques inadequados de medicamentos e suprimentos (Tabela 1). Existem, de fato, evidências de que a introdução do treinamento de comerciantes, embalagem de medicamentos e franquias pode melhorar a qualidade dos serviços privados utilizados por pessoas pobres, especialmente os prestados pontos de venda de medicamento a varejo. O treinamento de vendedores de medicamentos na costa do Quênia, por exemplo, aumentou a proporção de vendas de medicamentos antimaláricos que contêm uma dose adequada. A canalização de terapias combinadas baseadas em artemisinina para estabelecimentos do setor privado (na iniciativa Instalações de Medicamentos Acessíveis — Malária) ajudou a aumentar a disponibilidade dos medicamentos com qualidade garantida em seis países pilotos. No entanto, os mercados de varejo privados parecem variar muito de um país para outro e a base de evidências é muito limitada para tirar conclusões gerais. Foi argumentado que, tendo em conta o insucesso ou as limitações de capacidade dos esforços do setor público, o setor privado mais formal pode ser contratado para gerenciar serviços como atenção básica e instalações hospitalares em nome do setor público. Uma série de estudos sobre acordos contratuais sugerem que organizações não governamentais, trabalhando sob contrato para administrar serviços distritais, aumentaram a prestação de serviços em áreas anteriormente desatendidas em alguns países. Há muito menos evidências sobre o valor de contratar fornecedores com fins lucrativos, embora estudos na África do Sul sugiram que o estado deve ter a capacidade de criar e gerenciar os contratos. O envolvimento do setor privado continua sendo um tema de considerável controvérsia, visto por alguns como um convite à privatização dos serviços de saúde e sua transformação em uma mercadoria. No entanto, quando a capacidade do setor público é limitada e existe uma concentração de recursos humanos no setor privado, a busca por uma combinação entre serviços públicos e privados pode ser vista como uma resposta pragmática. Por exemplo, as propostas atuais para o seguro de saúde nacional na África do Sul exigem um sistema no qual o financiamento público seja usado para comprar um pacote abrangente de serviços de fornecedores públicos e privados credenciados. UM PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE LONGO PRAZO Com base nas evidências apresentadas acima, podem ser extraídas algumas conclusões claras em relação às melhores estratégias para o fortalecimento dos sistemas de serviços de saúde dos países. Uma abordagem que funciona bem em um país pode ser menos benéfica em outro e nem todas as abordagens são igualmente aceitáveis para todos os governos ou seus vários eleitores. Não há um modelo para um sistema de serviços de saúde ideal nem há metas mágicas que possam provocar automaticamente melhorias no desempenho. Isso não é surpresa: os serviços de saúde são sistemas sociais complexos e o sucesso de qualquer abordagem dependerá do sistema ao qual se destina, bem como de sua coerência com os valores e ideologias locais. Um estudo histórico recente sobre a contribuição do sistema de serviçosde saúde para melhorar a saúde em cinco países identificou uma série de características dos sistemas bem-sucedidos (ver Tabela 2). Esses sistemas conseguiram desenvolver a capacidade de selecionar estratégias promissoras e aprender com os esforços de outros países e também com sua própria experimentação. O fortalecimento de um sistema de serviços de saúde exige um foco não apenas em estratégias específicas, como as consideradas acima, mas também na criação de um ambiente que ofereça suporte à inovação. Portanto, o fortalecimento dos serviços de saúde deve ser visto como um processo de longo prazo, que envolve sistemas complexos e requer uma ação cuidadosamente orquestrada em várias frentes. A comunidade global pode ajudar oferecendo suporte aos processos de reforma liderados pelos países e ajudando a criar uma base de evidências mais sólida que contribua para o aprendizado entre os países. Mills, A. (2014). Health Care Systems in Low- and Middle- Income Countries (Sistemas de cuidados de saúde em países de baixa e média renda). New England Journal of Medicine, 370(6), 552-557. Mills, A. (2014). Health Care Systems in Low- and Middle- Income Countries. New England Journal of Medicine, 370(6), 552-557. Tabela 1. Restrições e respostas do sistema de serviços de saúde Nível do sistema de serviços de saúde Restrições Respostas Comunidade e família Falta de demanda por intervenções efetivas Fornecer incentivos financeiros para incentivar o uso dos serviços, mobilizar as comunidades (por exemplo, apoiar a criação de grupos de mulheres para disseminar informações sobre serviços pré- natais e de parto) Barreiras ao uso de intervenções efetivas (físicas, financeiras, sociais) Expandir os serviços "perto do cliente" (por exemplo, fornecidos por profissionais de saúde locais e vendedores de medicamentos treinados), remover as barreiras financeiras no ponto de serviço por meio de pagamento aumentado, aumentar a capacidade de resposta dos fornecedores (por exemplo, com abordagens de pagamento por desempenho) Prestação do serviço Escassez e má distribuição de pessoal devidamente qualificado, especialmente no nível da atenção básica Aumentar o número de profissionais de saúde, implementar trocas de tarefas (por exemplo, treinar os profissionais de saúde da comunidade para tratar doenças comuns), aumentar os subsídios para o trabalho em áreas remotas Baixa remuneração e motivação do pessoal Aumentar o pagamento, aumentar a supervisão Pouca orientação técnica, gestão de programas e supervisão Fortalecer o treinamento e a supervisão, gestão de contratos Medicamentos e suprimentos médicos inadequados Fortalecer os sistemas públicos de abastecimento, fazer uso do sistema de varejo privado Falta de equipamento e infraestrutura, inclusive falta de acessibilidade aos serviços de saúde Renovar, atualizar e expandir as instalações públicas, contratar organizações não governamentais para prestar serviços Gestão de políticas e estratégias no setor da saúde Sistemas fracos e excessivamente centralizados para planejamento e gestão Descentralizar o planejamento e a gestão Sistemas de fornecimento e políticas de medicamentos ineficientes Introduzir novos mecanismos de abastecimento Regulamentação inadequada da indústria farmacêutica e outras partes do setor privado, práticas impróprias do setor Fortalecer a regulamentação por meio de mecanismos legais e incentivos Falta de ação cooperativa e parcerias em saúde, entre o governo e as organizações civis Exigir a participação das organizações civis no planejamento e na supervisão dos serviços Incentivos ineficientes para o uso eficiente das informações e para responder às necessidades e preferências do usuário Usar pagamentos baseados em resultados e programas de assistência externa Fragmentação do financiamento dos doadores, que reduz a flexibilidade e a responsabilização; baixa prioridade ao suporte dos sistemas Implementar uma reforma na administração e fornecimento do auxílio (por exemplo, SWAPS, IHP+), aumentar o financiamento para o suporte de sistemas Política governamental Burocracia (por exemplo, regras e remuneração do serviço público, sistemas de gestão centralizados) Usar mais o setor privado no financiamento, gestão e prestação de serviços; transferir a gestão da saúde para agências autônomas Infraestrutura limitada de comunicação e transporte Não é visto como um problema do serviço de saúde Ambiente político e físico Estrutura geral de governança e políticas (por exemplo, corrupção, governo fraco, pouco domínio da lei e aplicabilidade de contratos, instabilidade e insegurança política, setores sociais não priorizados nas decisões sobre financiamento, estrutura fraca de responsabilização pública, falta de liberdade de imprensa) Incentivar mecanismos aprimorados de administração e responsabilização, incentivando o crescimento de organizações cívicas e oferecendo suporte à mídia ativa e informada Predisposição climática e geográfica a doenças, ambiente físico desfavorável à prestação de serviços Inflexibilidade a mudanças Global Estruturas fragmentadas de governança e gestão da saúde global Melhorar a coordenação global (por exemplo, Declaração de Paris, Agenda para Ação de Accra) Emigração de médicos e enfermeiros para países de alta renda Procurar acordos voluntários de migração de médicos e enfermeiros IHP+ refere-se à International Health Partnership Plus e SWAPS significa "abordagens setoriais amplas". As informações são adaptadas de Hanson, et al. As informações são adaptadas de Mills and Ranson, Mills et al. e da Taskforce on Innovative International Financing for Health Systems (Força tarefa de financiamento internacional inovador para sistemas de saúde) Figura 1. Fontes de financiamento para serviços de saúde, conforme a renda do país. Os dados são da Organização Mundial de Saúde. 0 20 40 60 80 100 120 Baixa renda Renda média baixa Renda média alta Alta renda Fo nt e de fi na nc ia m en to p ar a se rv iç os d e sa úd e (% ) Seguro de saúde social Planos pré-pagos privados Desembolso direto Governo territorial Outras fontes privadas Tabela 2. Características dos sistemas de serviços de saúde bem-sucedidos. Ter visão e estratégias de longo prazo Levar em consideração as restrições impostas por decisões históricas e anteriores (dependência do caminho) Criar consenso no nível da sociedade Permitir flexibilidade e autonomia na tomada de decisões Ser resiliente e aprender com a experiência, realimentando o ciclo da política Receber apoio do contexto socioeconômico e de governança mais amplo e estar em harmonia com as preferências culturais e populacionais Alcançar sinergias entre os setores e os protagonistas Demonstrar abertura ao diálogo e colaboração entre os setores público e privado, com uma supervisão governamental efetiva Adaptado de Balabanova et al. Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Artigo de Revisão Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1023 Ferramentas de qualidade na gestão dos serviços de saúde: revisão integrativa de literatura Quality tools in management of health services: literature review integrative Herramientas de calidad en la gestión de los servicios de salud: revisión de la literatura integradora Simone Vasconcelos Galdino1, Érica Mariana Borges dos Reis2, Christian Boaventura Santos3, Fabio Pereira Soares3, Fernanda Silva Lima3, Jaciely Garcia Caldas3, Marcella Araújo Costa Ruffeil Piedade3, Alcionede Souza Oliveira3 Resumo: A adoção de ferramentas da qualidade contribui para o desenvolvimento de um serviço de excelência que antecipa as demandas dos usuários e viabilizam as ações gerenciais, colaboram para a identificação, compreensão e solução de problemas. O estudo objetivou descrever e analisar as referências bibliográficas sobre a importância das ferramentas da qualidade para a Gestão dos Serviços de Saúde. Trata-se de uma Revisão Integrativa, onde se realizou busca eletrônica de artigos publicados em banco de dados eletrônicos da LILACS, BDENF e MEDLINE, no 1 Enfermeira, formada pela UEPA em 2002, Mestre em gestão e serviços de saúde pela Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, especialista em gerenciamentos dos serviços de saúde, professora substituta da Universidade Federal do Pará(UFPA). Pará, Brasil. E-mail: sdavasconcelos@yahoo.com.br 2 Acadêmica do 8º semestre do Curso de Graduação em Enfermagem da UFPA. Pará, Brasil. E-mail: erica19642010@hotmail.com 3 Acadêmico do 5º semestre do Curso de Graduação em Enfermagem da UFPA. Pará, Brasil. E-mail: boaventurachris@gmail.com período de 2009 a 2014. Os resultados do estudo evidenciaram que as ferramentas da qualidade são importantes instrumentos da gestão da qualidade, e propiciam a melhoria na qualidade dos serviços oferecidos aos usuários, uma vez que apoiam o processo de tomada de decisão e a gestão das políticas de saúde para o SUS. Portanto, o estudo torna-se relevante devido a pouca quantidade de pesquisas relacionadas às ferramentas da qualidade na gestão dos serviços de saúde, também auxiliará os acadêmicos de enfermagem e outros profissionais da saúde, a compreenderem a relevância da adequada utilização destas ferramentas para a gestão da qualidade e melhoria continua dos serviços de saúde oferecidos à população. Descritores: Gestão da qualidade total; Gestão da qualidade; Gerenciamento de pratica profissional; Software e Auditoria de enfermagem. mailto:sdavasconcelos@yahoo.com.br mailto:erica19642010@hotmail.com mailto:boaventurachris@gmail.com Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1024 Abstract: The adoption of quality tools contributes to the development of excellent service that anticipates the demands of users and enable managerial actions, collaborate for the identification, understanding and troubleshooting. The study aimed to describe and analyze the references about the importance of quality tools for The Management of Health Services. It is an Integrative Review, where held a performed electronic search of articles published in electronic database LILACS, MEDLINE, and BDENF since 2009 to 2014. The results of the study showed that the quality tools are important tools of quality management, and promote improvement in the quality of services offered to users, since they support the decision-making process and management of health policies for the SUS. Therefore, the study becomes relevant because of the small amount of research related to quality tools in the management of health services, also will help the academics of nursing and other health professionals, to understand the importance of proper use of these tools for the management of quality and continuous improvement of the health services offered to the population. Keywords: Total Quality Management; Quality Management; Professional Practice Management; and Nursing Audit Software. Resumen: La adopción de herramientas de calidad contribuye para el desarrollo de un excelente servicio que se anticipa a las demandas de los usuarios y facilitan las acciones de gestión, colaboran en la identificación, comprensión y resolución de problemas. El estudio tuvo como objetivo describir y analizarlas referencias bibliográficas sobre la importancia de las ferramientas de calidad para la Gestión de los Servicios de Salud. Se trata de una revisión integradora, que se realizó la búsqueda electrónica de los artículos publicados en las bases de datos electrónicos LILACS, BDENF y MEDLINE de 2009 hasta 2014. Los resultados del estudio mostraron que las herramientas de calidad son importantes herramientas de gestión de la calidad, y proporcionan una mejor calidad de los servicios ofrecidos a los usuarios, ya que apoya el proceso de toma de decisiones y gestión de la política de salud para el SUS. Por lo tanto, el material de estudio se hace pertinente debido a la baja cantidad de investigación relacionadas con herramientas de calidad en la gestión de los servicios de salud, también auxiliará a los estudiantes de enfermería y otros Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1025 profesionales de la salud a entender la importancia del uso adecuado de estas herramientas para la gestión de la calidad y la mejora continua de los servicios de salud que se ofrecen a la población. Descriptores: Gestión de lacalidad total; Gestión de lacalidad; Gestión de la práctica profesional; Programas Informáticos y auditoría de enfermería. Introdução Para que seja implantado o sistema de gestão da qualidade são necessárias algumas ferramentas para analisar fatos e auxiliar na tomada de decisão. Esses instrumentos são conhecidos como ferramentas da gestão da qualidade. O objetivo de utilizá-las é chegar a um grau de eficiência/eficácia em uma determinada atividade ou processo. Mas, devem-se ter profissionais capacitados para que as ferramentas sejam aplicadas de maneira correta, pois senão corre-se o risco de ter resultados incorretos.(1) As definições acerca do conceito de qualidade são muitas, entretanto, no setor saúde, dizem respeito à consolidação de um elevado padrão de assistência. A qualidade é o fator com o qual todos os envolvidos nos atos de saúde estarão preocupados e, intimamente, vinculados, tendo em vista os aperfeiçoamentos constantes das práticas, cujo horizonte é a satisfação daqueles que dependem desses serviços.(2) As ações operacionais para a qualidade são divididas em três grandes campos: ferramentas e técnicas para a melhoria dos processos e da qualidade, confiabilidade e análise das falhas para a melhoria da qualidade e programas e métodos para a melhoria da qualidade. À medida que o Gerenciamento pela Qualidade foi se desenvolvendo, houve um incremento das ferramentas, programas e métodos da qualidade (3). As ferramentas de qualidade são técnicas utilizadas com a finalidade de definir, mensurar, analisar e propor soluções para os problemas que interferem no bom desempenho dos processos de trabalho(4). As ferramentas de qualidade básicas são as que auxiliam na análise de problemas, e estão presentadas pelo fluxograma, lista de verificação, histograma, diagrama de Pareto, diagrama de causa e efeito, carta de controle e gráfico de dispersão.(3) Além destas no Sistema Único de Saúde (SUS), dispomos de diversas ferramentas que auxiliam o gerenciamento e a gestão da qualidade nos serviços de saúde, que podemos citar: acreditação hospitalar, ouvidoria, Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et alFerramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1026 auditoria, indicadores, 5s, certificação, QualificaSUS PMAQ, Programa Humaniza SUS e requalifica UBS. A acreditação é um método de consenso, racionalização e ordenação das organizações prestadoras de serviços hospitalares e, principalmente, de educação permanente dos seus profissionais (Manual Brasileiro de Acreditação). A certificação é a ação realizada por uma entidade reconhecida como independente da parte interessada, que manifesta a conformidade de uma empresa, produto, processo, serviço ou pessoa com os requisitos definidos em normas ou especificações técnicas. Os indicadores de qualidade analisam e determinam a medida do desempenho de cada setor nas instituições de saúde, avaliando as metas alcançadas para e excelência em qualidade, baseiam-se na conformidade dos padrões estabelecidos para monitorar os processos e resultados. A auditoria é a ferramenta que permite controlar a qualidade de um produto ou serviço prestado por meio da atividade de seleção de pontos críticos do processo, é possível à gerência avaliar, confirmar ou verificar as atividades relacionadas com a qualidade, constituindo um processo positivo e construtivo. (5) As ferramentas da qualidade abordadas neste são importantíssimas para o alcance da qualidade nos serviços de saúde, sendo instrumentos essenciais para o gerenciamento e gestão dos serviços de saúde. Justificativa A forma de gerir a gestão da qualidade nos serviços de saúde vem causando uma inquietude em gestores, gerentes e profissionais de saúde, pois as práticas de gestão e os processos de trabalho em saúde não conseguem acompanhar a complexidade dos instrumentos que hoje são disponibilizados pelo SUS aos serviços de saúde, para aprimorar a gestão da qualidade. Sendo assim percebendo a importância da temática, e que o conhecimento de conceitos sobre indicadores, auditorias, certificações, ouvidoria e várias outras ferramentas da qualidade, ajudam a compreender e complementar práticas renovadas na gestão das organizações de saúde enquanto prestadores de serviços à população, e que as ferramentas da qualidade são instrumentos aplicados para aperfeiçoar e qualificar a assistência prestada aos usuários dos serviços de saúde no SUS, decidimos realizar um estudo que aborde as principais ferramentas da qualidade e sua importância para a gestão dos serviços de saúde no SUS. A pesquisa Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1027 torna-se relevante, pois qualifica a formação dos profissionais de saúde, aprimorando o exercício da prática profissional, impactando de forma positiva na gestão da qualidade e gerenciamento dos serviços de saúde oferecidos aos usuários. A pesquisa também oportuniza ampliar a discussão sobre o tema no meio acadêmico e cientifico, contribuindo com o fortalecimento de ações e processos de saúde de qualidade nesta área. Objetivo geral Descrever e analisar referencias bibliográficas sobre as principais ferramentas da qualidade, com ênfase na importância de auditoria, ouvidoria, certificações, indicadores e programas do governo federal, que auxiliem a melhoria continua dos serviços de saúde e na implementação da gestão da qualidade no SUS. Revisão de literatura Evolução histórica dos conceitos de qualidade Ao se falar em saúde, não se pode deixar de citar a atuação da enfermeira inglesa Florence Nightingale (1820-1910), que implantou o primeiro modelo de melhoria contínua da qualidade em saúde, em 1854, durante a Guerra da Criméia, baseando-se em dados estatísticos. No Hospital de Scurati, os resultados de suas intervenções-rígidos padrões sanitários e de cuidados de enfermagem- propiciaram um significativo declínio da taxa de mortalidade de 40% para 2%. (6) Os primeiros estudos sobre a gestão da qualidade apareceram na indústria a partir de pensadores norte- americanos que disseminaram seus conceitos para o mundo. Desde o início do século XX, os Estados Unidos preocupavam-se com a melhoria da qualidade dos serviços prestados em organizações de saúde, inclusive em faculdade de medicina. O maior exemplo disso são os trabalhos desenvolvidos por Flexner e Codman e pelo Colégio Americano de Cirurgiões. (4) Na década de 50, no pós-guerra, Edwards Deming, a convite, a convite do governo japonês, introduziu as práticas de gestão de qualidade, tornando-se o responsável pelo treinamento dos gerentes japoneses no campo de controle estatístico da qualidade. (4) Na década de 90, o pediatra norte-americano Donald Berwick envolveu-se com o gerenciamento da qualidade, tendo contribuído para que Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1028 os profissionais de saúde se apropriassem dos conceitos da qualidade por meio da publicação do livro intitulado “Melhorando a qualidade dos serviços médicos, hospitalares e da saúde”, no qual adapta, para a saúde, os conceitos utilizados na indústria e oferece exemplos de efetiva aplicação das ferramentas da qualidade.(7) A partir dos anos 1990, percebe- se o interesse pela internacionalização da gestão de qualidade, esboçado principalmente por movimentos de acreditação hospitalar. A acreditação em organizações de saúde originou-se nos Estados Unidos, e o processo de acreditação é coordenado pela JCAHO.Nos anos 2000, institucionaliza-se a Joint Commision International (JCI), organização que mostra a intenção de expansão da JCAHO. A JCAHO atua somente nos Estados Unidos, e acreditação fora de seu território é de responsabilidade da JCI, que desenvolve processos de avaliação desde 1998. O modelo baseia- se avaliação, educação e consultoria. No Brasil, a JCI é representada pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA). (5) A qualidade possui três dimensões: técnica (referente à aplicação de conhecimentos científicos e técnicos na solução de problemas de saúde do cliente), interpessoal (da relação entre o prestador de serviços e cliente) e a ambiental (relativa ao conforto e ao bem estar). Programar e avaliar a qualidade em organizações de saúde exige que os padrões sejam estabelecidos de forma que a qualidade se torne mensurável. Com esse intuito, foram criados programas que padronizam estruturas e processos e ‘acreditam’ os serviços de saúde, funcionando como um modelo para a prestação de serviços. Acreditar envolve a escolha de padrões e capacitação da organização, educação permanente dos profissionais envolvidos e garantia de excelência e segurança dos processos executados. (8) O conceito de qualidade já é bastante antigo. Houve uma evolução ao longo do tempo na visão e no conceito de qualidade. No início a qualidade era vista sob a ótica da inspeção, na qual, através de instrumentos de medição, tentava-se alcançar a uniformidade do produto; num outro momento, buscava- se através de instrumentos e técnicas estatísticas conseguir um controle estatístico da qualidade; na etapa seguinte, a qualidade está mais preocupada com a sua própria garantia.(9)Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1029 A definição da qualidade possui uma extrema diversidade de interpretação, dada por diversos autores, que procuram dar uma definição simples para que seja assimilável a todos os níveis das organizações. Precisa, para não gerar interpretações duvidosas; e abrangente, para mostrar sua importância em todas as suas atividades produtivas. (9) Outros significados para a qualidade(10): 1) fazer certo a primeira vez 2) relação custo/benefício 3) conformidade com as exigências dos clientes 4) adequação ao uso 5) serviço eficiente, eficaz e com efetividade Qualidade nos serviços de saúde Na saúde, decorrente da característica do processo de trabalho, a qualidade adquiriu um significado particular e diferenciado das demais atividades envolvidas na produção de bens. Verifica-se a prestação da assistência à saúde é realizada por grupos heterogêneos de profissionais, com formação educacional distinta, dificultando o trabalho em equipe, no que se refere à qualidade dos serviços prestados. Nesse setor, a qualidade é definida como um conjunto de atributos que inclui um nível de excelência profissional, o uso eficiente de recursos, um mínimo de risco ao paciente/cliente, um grau de satisfação por parte dos usuários, considerando-se essencialmente os valores sociais existentes.(11) A qualidade da assistência pode ser definida como a satisfação das necessidades dos clientes, considerando que este deverá ser o objeto central das estratégias em busca da qualidade, bem como participar, ativamente, desse processo, no papel de avaliador das atitudes dos profissionais de saúde e dos resultados alcançados com o tratamento recebido. (12) Sem a participação e o envolvimento dos profissionais da instituição, não haverá a efetivação da qualidade, por isso as pessoas necessitam ser motivadas e capacitadas para aperfeiçoarem o processo produtivo, objetivando a qualidade, uma vez que esta depende de esforços individual e coletivo. (13) Avaliação da qualidade na gestão dos serviços de saúde: meios e instrumentos A avaliação tem como objetivo esclarecer os procedimentos, aumentar a efetividade, bem como possibilitar de modo eficiente a tomada de decisão em relação ao o que esses programas estão Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1030 realizando ou afetando. Envolve, portanto, a coleta sistemática de informações sobre as atividades e resultados dos programas, recursos humanos e produtos à disposição de pessoas específicas. (14) Indicadores de Saúde O indicador é uma unidade de medida de uma atividade, com a qual está relacionado, ou ainda, uma medida quantitativa que pode ser usada como um guia para monitorar e avaliar a qualidade assistencial e as atividades de um serviço. (15) Como definição, um indicador é uma ferramenta que permite a obtenção de informações sobre uma dada realidade, tendo como característica principal poder sintetizar diversas informações, retendo apenas o significado essencial dos aspectos analisados. (16) Constata-se que os indicadores são construídos mediante uma expressão matemática, em que o numerador representa o total de eventos predefinidos e o denominador, a população de risco selecionada, observando-se a confiabilidade, a validade, a sensibilidade, a especificidade e o valor preditivo de dados. Os indicadores de saúde, tradicionalmente, são medidas (taxas, proporções, índices, percentuais, números absolutos ou fato) que procuram sintetizar o efeito de determinantes de natureza variada (sociais, econômicos, ambientais e biológicos) acerca do estado de saúde de uma determinada população. (17) Pode-se dizer que os indicadores são ferramentas utilizadas para a organização monitorar determinados processos (geralmente os denominados críticos) quanto ao alcance ou não de uma meta ou padrão mínimo de desempenho estabelecido. Visando correções de possíveis desvios identificados a partir do acompanhamento de dados, busca-se identificação das causas prováveis do não cumprimento de determinada meta e propostas de ação para melhoria do processo. Estes dados ainda fornecem informações importantes para o planejamento e o gerenciamento dos processos, podendo contribuir no processo de tomada de decisão. Outro fator relevante é a finalidade dos indicadores. Eles servem para medir o grau de sucesso da implantação de uma estratégia em relação ao alcance do objetivo estabelecido. Entretanto, é fundamental que seja observado o fato de que um indicador muito complexo ou de difícil mensuração não é adequado, Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1031 pois o custo para sua obtenção pode inviabilizar a sua operacionalização. (16) Acreditação Hospitalar Acreditação é um procedimento de avaliação dos recursos institucionais, periódico e reservado para o reconhecimento da existência de padrões previamente definidos na estrutura, no processo e no resultado, com vistas a estimular o desenvolvimento de uma cultura da qualidade assistencial. Constitui-se, essencialmente, em um programa de educação continuada e não uma forma de fiscalização. (7) Como principal exemplo, pode- se citar a JHACO, projetada para criar uma cultura de segurança e qualidade dentro de uma organização de saúde. A JHACO é representada internacionalmente pela JCI, e no Brasil a parceria é feita com o CBA. (5) O Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar é o instrumento de avaliação de qualidade internacional que engloba todas as unidades do hospital, apresentando padrões de qualidade para cada um, agrupados em três níveis de complexidade: (7) Nível 1 – as exigências deste nível contemplam o atendimento ao cumprimento dos requisitos básicos da qualidade assistencial (habilitação do corpo funcional, segurança nas ações assistenciais, estrutura básica adequada à demanda e perfil da instituição). Nível 2 – evidências de adoção de planejamento na organização da assistência e das atividades de apoio, treinamento, controle, estatística, práticas de auditorias interna (existência de manuais, rotinas e procedimentos atualizados, introdução de melhoria da lógica de processos, corpo funcional e atuação como foco no cliente/usuário). Nível 3 – evidências de políticas institucionais de melhoria contínua em termos de estrutura, novas tecnologias, atualização técnico profissional (ciclos de melhoria contínua com impacto sistêmico global, sistema de informação consistente, baseado em taxas e indicadores, e aferição do grau de satisfação dos serviços oferecidos). A acreditação dentro do contexto dos serviços de saúde pode ser utilizada como uma ferramenta que, futuramente, representará o diferencial, um meio seletor dentre as principais instituições que trabalham com o a saúde em si e uma espécie de marca de qualidade que será continuamente avaliada através da satisfação do própriopaciente, pois, existem grandes vantagens ao se utilizar a acreditação, sendo que, a mesma, em nível de tecnologia aplicativa, gera a significativa melhoria tanto do Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1032 gerenciamento da unidade quanto da qualidade da assistência ao paciente que estará sendo realizada com mais segurança e eficiência. (18) Levando em consideração as finalidades que a acreditação possui, quando utilizada pelos gestores para a transformação do meio em diversos âmbitos e setores, a acreditação pode ser utilizada como uma ferramenta que interfere na organização tanto física quanto estrutural, partindo do pressuposto que a organização em si é um processo dinâmico, ao definir a mudança desta forma, consequentemente estará ocorrendo um investimento na excelência que a instituição de saúde possui, também pode ser utilizada na identificação de falhas na rotina e nos procedimentos provenientes, a exemplo, de uma equipe de Enfermagem, que possui uma variabilidade de atividades dinâmicas, bem como das equipes multiprofissionais em geral, pode influenciar as ações do gestor em relação a adoção de novas ações, no que diz respeito a elaboração de mais ferramentas da qualidade que visem complementar as ações dos trabalhadores em geral, estas ferramentas, consequentemente, gerarão possíveis indicadores (indicadores de desempenho, indicadores de saúde, etc.) que servirão para mensurar as atividades exercidas pelos profissionais em geral, e a utilização da acreditação também pode estar voltada para fins educacionais, através de métodos de educação permanente para os operadores dos serviços de saúde, a fim de gerar um desenvolvimento em suas bases teóricas que irão repercutir diretamente na sua atuação prática a nível de experiência na qualidade dos serviços. (18) Certificação As normas ISO são o principal exemplo a ser citado quando se fala em Certificação. A família das normas ISO 9000 corresponde a um conjunto de referências de boas práticas de gestão em matéria de qualidade, definidos pelo Organismo internacional de normalização ISO (InternationalOrganization for Standardization). Seu objetivo é promover o desenvolvimento de normas, testes e certificação, com intuito de encorajar o comércio de bens e serviços. Essa organização é formada por representantes de 91 países, cada representado por um organismo de normas, testes e certificação. (5) Os princípios que norteiam a ISO 9000 foram desenvolvidos em 1987 para padronizar as normas de gestão de Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1033 qualidade nas organizações. O Certificado ISO 9000 é um diploma que atesta que a instituição cumpre as normas de gestão de qualidade estabelecidas. (19) A aplicação das normas ISO garante a uniformização dos métodos utilizados pelas organizações e envolve cinco certificações: ISO 9001 (produtos); ISO 9002 (serviços); ISO 9003 (sistemas); ISO 9004 (usuários); e ISO 1400 (preservação ecológica). (7) A certificação apresenta-se como importante ferramenta para fortalecer a gestão do SUS, promover a adequação, a expansão e a potencialização dos serviços de saúde. Possibilita, ainda, a isenção das contribuições sociais, em conformidade com a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e a celebração de convênios das entidades beneficentes com o poder público, entre outros benefícios. (20) Auditoria O termo auditoria tem sua origem no termo latino audite, que significa ouvir. É difícil precisar com exatidão a história do início da auditoria, que teve como raiz a área contábil para a verificação da veracidade dos dados econômico- financeiros apresentados. No Brasil, o processo de auditoria teve seu início no período colonial, quando a Colônia prestava contas à Coroa com relação ao recolhimento de tributos. (21) O conceito de auditoria foi proposto por Lambeck, em 1956, tendo como premissa a avaliação de qualidade da atenção com base na observação direta, registros e história clínica do cliente. (22) A Auditoria tem um papel de destaque no processo de consolidação do SUS, uma vez que contribui, de forma significativa, para alcançar as metas estabelecidas nos princípios básicos e éticos do atual sistema público de saúde. A auditoria pública procura analisar o funcionamento do SUS para evitar possíveis fraudes ou realizar correções nas distorções existentes, além de verificar a qualidade da assistência e o acesso dos usuários às ações e serviços de saúde. Funciona também como um mecanismo de controle interno do Ministério da Saúde (MS); propiciando, desta forma, um aumento da credibilidade e uma melhoria na qualidade da atenção à saúde, fortalecendo a cidadania. (22) Ouvidoria As ouvidorias são canais democráticos de comunicação, destinados a receber manifestações dos cidadãos, incluindo reclamações, Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1034 denúncias, sugestões, elogios e solicitação de informações. Por meio da mediação e da busca de equilíbrio entre os entes envolvidos (cidadão, órgãos e serviços do SUS), é papel da Ouvidoria efetuar o encaminhamento, a orientação, o acompanhamento da demanda e o retorno ao usuário, com o objetivo de propiciar uma resolução adequada aos problemas apresentados, de acordo com os princípios e diretrizes do SUS. As ouvidorias fortalecem o SUS e a defesa do direito à saúde da população por meio do incentivo à participação popular e da inclusão do cidadão no controle social. As ouvidorias são ferramentas estratégicas de promoção da cidadania em saúde e produção de informações que subsidiam as tomadas de decisão. (20) O processo de avaliação tem caráter permanente e funciona a partir da perspectiva do usuário do SUS, contribuindo efetivamente para o aperfeiçoamento gradual e constante dos serviços públicos de saúde. As experiências de ouvidorias do SUS implantadas na União, estados e municípios contribui para a construção do Sistema Nacional de Ouvidorias, com vistas à descentralização do serviço e à identificação das reais necessidades da população. É imprescindível o compromisso dos gestores na tarefa de promover e estruturar canais abertos e acessíveis de comunicação com a população. (20) Programa HumanizaSUS Criado pelo Ministério da Saúde, no ano de 2003, a Política Nacional de Humanização (PNH) teve suas bases geradas desde o ano 2000, quando ainda existia o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), sendo substituído pelo programa que atualmente vigora (PNH). Este programa surge com o intuito de propor uma nova relação entre o Sistema Único de Saúde e o profissional que o utilizará, estimulando a implantação de práticas voltadas para a questão da humanização, estipulando também, uma troca entre os gestores que atuam em quaisquer unidades fornecedoras de saúde e bem estar. O objetivo principal do programanos leva a uma parceria que resulta em um SUS mais acolhedor, ágil e com locais de prestação de serviços mais confortáveis. (23) O PNH, em função, veio para complementar o nosso sistema de saúde, fornecendo-lhe um novo olhar, uma nova imagem, pois, levando em consideração a perspectiva que o SUS tem em compor redes de atenção à saúde, o mesmo atua em defesa da vida Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1035 do ser humano, a partir de necessidades distintas apresentadas, através da geração de atitudes e ações humanizadas em todas as escalas de atendimento, que, ao ser prestado, deve suceder atentando a subjetividade, pois, cada paciente representa uma história diferenciada, uma cultura distinta, um histórico atípico. (23) Em relação a gestão propriamente dita, o PNH, dentro destas bases, trabalha para que, ao final da gestão atuante, o mínimo de quatro (04) objetivos (também citados como marcas) sejam cumpridos, sendo eles: (23) A- O conhecimento de cada usuário dos serviços de saúde, em relação ao profissional que o exerce e que cuida de sua pessoa, ou seja, cada paciente deverá ter ciência de quem o cuida; B- As unidades deverão garantir os direitos dos usuários que ali frequentam e irão possibilitar/facilitar o acompanhamento por algum familiar; C- A redução de filas por meio de uma espécie de “triagem” chamada acolhimento, que detectar situações de risco, garantindo a agilidade do serviço; D- As unidas deverão garantir um corpo de gestores que atuem de forma participativa dentro do espaço para seus próprios trabalhadores e usuários. (23) Qualisus Tendo sua criação no mesmo ano do programa que gerou o HumanizaSUS, a Política de Qualificação da Atenção à Saúde do Sistema Único de Saúde (Qualisus), foi criada em 2003, em conformidade com o Plano Nacional de Saúde, o Qualisus objetiva elevar o nível de qualidade da assistência prestada à população pelo SUS, objetivo esse exercido através das necessidades da população em relação a atenção à saúde e que possa garantir um acesso integral, respeitando umas das principais diretrizes do SUS, possibilitando usufruir de todos os níveis de complexidade, e principalmente, uma atenção eficaz, eficiente e humana em todas as suas ações, em consonância com seus direitos à cidadania. (24) O programa Qualisus atua em conformidade a um conjunto de conceitos complementares baseados em pilares fundamentais do SUS, simplificando, este programa age lado a lado as principais diretrizes estipuladas pelo nosso sistema de saúde, a exemplo, podemos citar a equidade e a integralidade de ações e serviços prestados, ambas inteiramente relacionadas à humanização do cuidado. A implantação do Qualisus, porém, pode ser alvo de peculiares mudanças, Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1036 pois, age segundo os contextos característicos de determinadas redes hospitalares, ou seja, uma realidade apresentada por uma rede hospitalar qualquer, pode ser parcial ou totalmente diferente de outras redes hospitalares existentes, tendo, o Qualisus, a ter que se adequar de acordo com suas exigências, sem desviar do foco principal. (24) PMAQ O Ministério da Saúde quer melhorar cada vez mais o padrão de qualidade do atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Para isso, os profissionais que fazem parte de uma equipe de saúde que cuidam da saúde dos brasileiros, são acompanhados e avaliados. Foram analisados, também, a infraestrutura das Unidades Básicas de Saúde, os equipamentos, a disponibilização de medicamentos e a satisfação do cidadão. As equipes que oferecem melhorias na qualidade do atendimento recebem mais recursos do governo federal. Ou seja, quanto melhor for o desempenho, mais incentivos financeiros serão repassados. Os incentivos financeiros e as avaliações ocorrem por meio do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ- AB), criado em 2011. Ao todo foram entrevistadas 16.127 equipes que trabalham em 15.095 UBS e mais de 65 mil cidadãos. (25) Requalifica UBS - Foi implantado também o Programa de Requalificação das Unidades Básicas de Saúde que estabeleceu incentivo financeiro federal para construção, reforma e ampliação de unidades. Para subsidiar a elaboração deste programa foi realizado o Censo das UBS, que visitou 5.511 municípios brasileiros, nos quais se avaliou a infraestrutura de 37.690 Unidades Básicas de Saúde com objetivo de levantar informações para melhorar os serviços da Atenção Básica. (25) Ferramentas da qualidade As ferramentas de qualidade são técnicas utilizadas com a finalidade de definir, mensurar, analisar e propor soluções para os problemas que interferem no bom desempenho dos processos de trabalho. (6) Segundo Williams (1995:85) As ferramentas devem ser usadas para controlar a variabilidade, que é a quantidade de diferença em relação a um padrão, sendo que a finalidade das ferramentas é eliminar ou reduzir a variação em produto e serviço. (26) Para conseguir o controle da qualidade, essas ferramentas são Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1037 aplicadas por gestores e consistem em princípios básicos de adequação de cada uma das metodologias. Cada ferramenta da qualidade tem aplicação especifica no caminho lógico para identificar e solucionar problemas. As ferramentas de controle são utilizadas para mensurar se a qualidade realmente existe, quando ela influencia e se é importante para o serviço. A satisfação no nível de qualidade determina a necessidade de sua melhoria. As ferramentas controlam a qualidade podem ser estratégicas, envolvendo medidas administrativas de controle, ou podem ser estatísticas, medindo quantitativamente essa qualidade. (5) Os objetivos das ferramentas da qualidade são: (26) a- Facilitar a visualização e entendimento dos problemas. b- Sintetizar o conhecimento e as conclusões. c- Desenvolver a criatividade d- Permitir o conhecimento do processo e- Fornecer elementos para o monitoramento dos processos As espécies de ferramentas da qualidade são carta de controle, carta de tendência, diagrama de causa e efeito (diagrama de Ishikawa ou espinha de peixe), diagrama de dispersão, diagrama de Pareto, fluxograma, histograma, brainstorming, 5S, ciclo PDCA e folha de verificação. (5) Carta de Controle A carta de controle consiste em verificar quantitativamente a variabilidade do processo, a qual se deve às determinantes aleatórias. Investiga-se, também, quanto ao processo é determinado por causas comuns e ações individuais, com o objetivo de determinar se o processo está sob o controle estatístico. (5) Os gráficos de controle são ferramentas para o monitoramento da variabilidade e para a avaliação da estabilidade de um processo. Permite a distinção entre dois tipos de causas de variação, ou seja, ele nos informa se o processo estáou não sob o controle estatístico. “Descobre” quais são as causas especiais de variação que estão atuando em um processo fora de controle estatístico, mas ele processa e dispõe informações que podem ser utilizadas na identificação destas causas. (27) A linha média de um gráfico de controle representa o valor médio da característica da qualidade correspondente à situação do processo sob controle, isto, sob a atuação de apenas causas de variação aleatórias. Os limites de controle LIC e LSC são Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1038 determinados de forma que, se o processo está sob controle, praticamente todos os pontos traçados no gráfico estarão entre estas linhas, formando uma nuvem aleatória de pontos distribuídos em torno da linha média. Os valores da característica da qualidade traçados no gráfico indicam então a situação do processo no que diz respeito ao controle estatístico.(28) Figura 1-Exemplo de um gráfico de controle Fonte: Site Luiz Freire. (29) Carta de tendência A carta tendência é utilizada para representar dados visuais ou monitorar um sistema, com finalidade de identificar as alterações ao longo do tempo. É o que ocorre, por exemplo, quando se monitora o número de admissões de um paciente em um pronto socorro. (5) É empregada para representar dados, monitorar um sistema sendo possível observar ao longo do tempo a existência de alterações na média esperada. Os pontos são marcados no gráfico à medida que estejam disponíveis. Deve-se utilizar quando necessitar executar da forma mais simples possível um indicador de tendências com relação a pontos observados durante um período de tempo específico. (30) Figura 2-Exemplo de carta de tendência Fonte: Site Luiz Freire. (29) Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1039 Diagrama de Causa e efeito (espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa) Este diagrama é utilizado para demonstrar as relações existentes entre a causa e o efeito. Busca-se compreender os elementos que afetam o resultado desejado e, então, procurar soluções para evitar essas interferências. (5) O Diagrama de Causa e Efeito é uma ferramenta utilizada para apresentar a relação existente entre um resultado de um processo (efeito) e os fatores (causas) do processo que, por razões técnicas, possam afetar o resultado considerado. O resultado de interesse do processo constitui um problema a ser solucionado e então o diagrama de causa e efeito é utilizado para sumarizar e apresentar as possíveis causas dos problemas consideradas, atuando como um guia para a identificação da causa deste problema e para a determinação das medidas corretivas que deverão ser adotadas. (27) O processo reúne as causas que produzem determinado efeito. Nos hospitais e nas demais empresas, cada processo resulta em um efeito; portanto, uma única empresa pode ter diversos processos que levam a efeitos, e unindo todos eles, chega ao objetivo comum. Para que os processos resultem no efeito desejado, é preciso avaliar todas as ações que nele interfiram. Essas ações são denominadas itens de verificação, que devem ser analisados e ter sua qualidade assegurada. Assim, garante-se que a qualidade do efeito, que é o resultado, ou seja, o item de controle, conforme mostra a figura: (8) Figura 3-Diagrama de Ishikawa Fonte: Ishikawa, 1985. (31) As causas de um problema podem ser agrupadas, a partir do conceito dos 6M, como decorrentes de falhas em materiais, métodos, mão de obra, máquinas, meio ambiente, medidas. O uso dos 6M pode ajudar a identificar as causas de um problema e servir como uma estrutura inicial para facilitar o raciocínio na sua análise. (8) Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1040 Figura 3.1: Diagrama de Ishikawa utilizando os 6M Fonte: http://www.esalq.usp.br/qualidade/ishikawa/pag1.htm Diagrama de dispersão Esse diagrama consiste em um gráfico que permite a visualização da relação existente entre duas variáveis. Essas variações podem ser a causa e o efeito, duas causas ou dois efeitos. (5) Por esse diagrama é possível identificar a existência e a intensidade entre duas variáveis; por exemplo, entre os perfis dos clientes e as unidades hospitalares. Ele permite na análise de dois fatores influenciadores um só tempo, determinado a força existente nas relações identificadas. Para elaborar um diagrama de dispersão, faz-se necessário selecionar as variáveis a serem analisadas, coletar as amostras e pontuar no gráfico as variáveis. Partirdaí, deve-se analisar a distribuição dos pontos no diagrama encontrando a relação entre as variáveis e os resultados obtidos. (5) Deve ser usado quando necessita visualizar o que acontece com uma variável quando outra variável se altera para saber se as duas estão relacionadas. É construído de forma que o eixo horizontal (x) represente os valores medidos de uma variável e o eixo vertical (y) represente as medições da segunda variável. (30) Fonte: Site Luiz Freire. (29) Figura 4-Exemplo de um diagrama de dispersão http://www.esalq.usp.br/qualidade/ishikawa/pag1.htm Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1041 Figura 5-Exemplo de diagrama de Pareto – distribuição de peças, segundo o tipo de defeito. Diagrama de Pareto O diagrama de Pareto tem como finalidade mostrar a importância de todas as condições, a fim de, escolher o ponto de partida para solução do problema, identificar a causa básica do problema e monitorar o sucesso. Velfredo Pareto foi um economista italiano que descobriu que a riqueza não era distribuída de maneira uniforme. Ele formulou que, aproximadamente 20% do povo detinha 80% da riqueza, criando uma condição de distribuição desigual. Os diagramas de Pareto podem ser usados para identificar problemas mais importantes pelo uso de diferentes critérios de medição, como frequência ou custo. (9) Fonte:http://www.brasilacademico.com/maxpt/links_goto.asp?id=1015 A elaboração de uma análise de Pareto segue as seguintes fases: (10) Identificação do problema: definir qual o problema que será abordado, quais os dados que serão coletados e como será feita a coleta. Estratificação: buscaras diferentes causas que contribuem para o aparecimento do problema, Coleta de dados: registrar a frequência de cada uma das causas levantadas. Priorização: construir o gráfico de Pareto (causas X frequência), este gráfico representará as causas que mais contribuem para o problema e que devem ser priorizadas; Desdobramento: as causas priorizadas: podem ser novamente desdobradas pela mesma metodologia conforme a necessidade de uma análise mais apurada. Este processo pode ser repetido inúmeras vezes. Estabelecimento de metas:com os dados da análise definem-se metas para a resolução dos problemas atacando-se sempre http://www.brasilacademico.com/maxpt/links_goto.asp?id=1015 Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1042 as causas priorizadas em cada desdobramento. Brainstormig O Brainstorming é uma técnica de geração de ideias em grupo que envolve a contribuição espontânea de todos os participantes. Soluções criativas e inovadoras para os problemas. Foi originalmente desenvolvida por Osborn, em 1938. Em Inglês, quer dizer “tempestade cerebral”. (10) O Brainstorming é usado para gerar um grande número de ideias em curto período de tempo. Pode ser aplicado em qualquer etapa do processo de solução de problemas, assegurando qualidade nas decisões tomadas pelo grupo, devido ao maior comprometimento com a busca de soluções. Focaliza a atenção do usuário no aspecto mais importante do problema. Exercita o raciocínio para englobar vários ângulos de uma situação ou de sua melhoria. Serve com “lubrificante” num processo de solução de problemas, especialmente se: (10) 1. As causas do problema são difíceis de identificar; 2. A direção a seguir ou opções para a solução do problema não são aparentes. 5S Tem como objetivo principal promover a alteração do comportamento das pessoas, proporcionando total reorganização da empresa, através da eliminação de materiais obsoletos, identificação dos materiais, execução constante de limpeza no local de trabalho, construção de um ambiente que proporcione saúde física e mental e manutenção da ordem implantada, apontando, assim para a melhoria do desempenho da organização. (14) O referido programa não é um instrumento que assegura a qualidade à organização; é apenas uma ferramenta associada à filosofia de qualidade que auxilia na criação de condições necessárias à implantação de projetos de melhoria contínua. É um sistema que organiza, mobiliza e transforma pessoas e as instituições. (32) A denominação 5S vem das iniciais das cinco palavras de origem japonesa, adaptado para a língua portuguesa na forma de cinco sensos. Cada um dos sensos estabelece uma etapa da metodologia que evolui e culmina no alcance dos requisitos pré- estabelecidos e sua manutenção. (33) Os cinco sensos são: 1º SEIRI – SENSO DE UTILIZAÇÃO: separar o útil do inútil, eliminando o desnecessário; 2º SEITON – SENSO Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1043 DE ARRUMAÇÃO: identificar e arrumar tudo, para que qualquer pessoa possa localizar facilmente; 3º SEISO – SENSO DE LIMPEZA: manter um ambiente sempre limpo, eliminando as causas da sujeira e aprendendo a não sujar; 4º SEIKETSU – SENSO DE SAÚDE E HIGIENE: manter um ambiente de trabalho sempre favorável à saúde e higiene; 5º SHITSUKE – SENSO DE AUTO-DISCIPLINA: fazer dessas atitudes e dessa metodologia, um hábito, transformando os 5S num modo de vida. (14) Ciclo PDCA O PDCA objetiva promover melhorias em processo de qualquer natureza bem como a sua manutenção. O ciclo é definido como um método gerencial de tomada de decisões tendo por principal objetivo garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização. (27) Figura 6-Modelo ciclo PDCA Fonte: Campos. 1992. (34) O Ciclo de Deming (Plan-Do- Check-Act) é uma ferramenta de inquestionável utilidade no domínio da Gestão da Qualidade. (10) Planejar (Plan): analisar as causas dos problemas e definir os programas de ações corretivas e preventivas para fazer face aos problemas detectados; Fazer (Do): implementar as ações planeadas modificando o processos; Verificar (Check): medir o impacto comprovando a eficácia doplano de acordo com Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1044 os objetivos definidos e com as medidas dosindicadores obtidas; Agir (Act): melhorar, alterando o plano de ação, até se alcançar os objetivos. Ferramenta utilizada para fazer planejamento e melhoria de processos. Planejamento e implantação de processos, inclusive melhorias e/ou correções. A aplicação do Ciclo de Deming pressupõe a utilização de diversas ferramentas tais como as Ferramentas para identificação da cauda de raiz dos problemas. (10) Fluxograma O fluxograma é uma representação gráfica mostrando todos os passos do processo. O fluxograma apresenta uma excelente visão do processo e pode ser uma ferramenta útil para verificar como os vários passos do processo estão relacionados entre si. O fluxograma utiliza símbolos reconhecidos facilmente para representar cada etapa do processo. (35) O fluxograma torna mais fácil a análise de um processo à identificação: (35) • das entradas e de seus fornecedores; • das saídas e de seus clientes; • de pontos críticos do processo. Simbolos: Figura 7-Gabaritos para elaboração de fluxogramas Fonte:http://ivnet.com.br/educacional/osm/fluxogramas.pdf Use para: (35) Entender um processo e identificar oportunidades de melhoria (situação atual). Desenhar um novo processo, já incorporando as melhorias (situação desejada). Facilitara comunicação entre as pessoas envolvidas no mesmo processo. Disseminar informações sobre o processo. Como usar: (35) Defina o processo a ser desenhado. Escolha um processo que crie o produto ou o serviço Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1045 mais importante, do ponto de vista do cliente. Elabore um macrofluxo do processo, identificando os seus grandes blocos de atividades. Monte, para a elaboração do fluxograma, um grupo, composto pelas pessoas envolvidas nas atividades do processo. Detalhe as etapas do processo e descreva as atividades e os produtos ou os serviços que compõem cada uma delas. Identifique os responsáveis pela realização de cada atividade identificada. Cheque se o fluxograma desenhado corresponde à forma como o processo é executado efaça correções, se necessário. Histograma O histograma é um gráfico de barras no qual o eixo horizontal, subdividido em vários pequenos intervalos, apresenta os valores assumidos por uma variável de interesse. Para cada um destes intervalos é construída uma barra vertical, cuja área deve ser proporcional ao número de observações na amostra cujos valores pertencem ao intervalo correspondente: (27) Figura 8-Histograma Fonte:Cartilha: Ferramentas de gestão - versão 1 – ano 2010. (10) Um histograma é construído através das etapas: Coletar os valores dos dados. Listar os dados. (10) Calcular a amplitude (R). Obtenha o maior e o menor dos valores listados e calcule R, onde R= (maior valor) - (menor valor). Determinar o intervalo de classe. O intervalo de classe é determinado de forma que a amplitude calculada seja Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1046 dividida em intervalos de mesmo tamanho, Isto é obtido dividindo-se a amplitude R por 1, 2 ou 5 (ou múltiplos destes valores, como 10, 20 ou 50) de forma a obter de 5 à 20 intervalos de classe de igual tamanho. Determinar os limites das classes. Esta definição deve ser feita de forma tal que o maior e o menor valor sejam contemplados pelas classes. Calcular o ponto médio da classe (PM). O PM é calculado usando a seguinte fórmula: PM= (Soma dos limites superior e inferior da classe)/2. *Preparar a tabela de frequência. Preparar uma tabela que contenha as classes representadas por seus limites superior e inferior, o valor médio de cada classe, e o número de dados que pertencem àquela classe que é chamada frequência (f). Construir o histograma. No eixo horizontal são indicadas as classes, formando retângulo cujos limites serão os limites superior e inferior das classes, no eixo vertical são indicadasas frequências que delimitam a altura de cada retângulo (classe). Folha de verificação É uma ferramenta de fácil compreensão, e que por ela é possível verificar com que frequência os eventos acontecem. Como etapa tem: estabelecer os eventos, definir sobre o período durante qual serão coletados os dados, construção de um formulário claro e de fácil manuseio, e coleta de dados consciente e honesto. (30) Essas folhas de verificação são ferramentas que questionam o processo e são relevantes para alcançar a qualidade. São usadas paracriar várias ferramentas, tais como: diagrama de Pareto, diagrama de dispersão, diagrama de controle, histograma, etc. (26) A importância das ferramentas de qualidade nos serviços de saúde A implementação de programas de qualidade em serviços de saúde proporciona a “estruturação de um sistema gerencial sistêmico”. Assim, as instituições de saúde podem melhor controlar custos, reduzir perdas, melhorar a segurança de pacientes e profissionais, ser competitiva no mercado através do atendimento aos requisitos e necessidades dos clientes, Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1047 bem como demonstrar eficácia e eficiência nos resultados obtidos. (36) A prestação de cuidados de qualidade se caracteriza pelos seguintes atributos: um alto grau de competência profissional e organizacional; uso eficiente dos recursos; redução a um nível mínimo de riscos de responsabilidade civil profissional e hospitalar, satisfação dos pacientes e de seus responsáveis, expectativa de retorno à comunidade, acessibilidade e equidade aos serviços de saúde bem como legitimidade à necessidade e opinião pública; padrões, indicadores e critérios que incentivam o desenvolvimento e aprimoramento da qualidade do cuidado ao paciente no que tange ao desempenho e evolução dos resultados organizacionais. (37) É essencial nos serviços de saúde, a busca contínua e sistematizada de qualidade nos serviços, sejam eles públicos ou privados. Para que isso ocorra, os profissionais da saúde precisam conhecer e empregar nas suas atividades ferramentas de avaliação e de busca da qualidade nos serviços prestados. Metodologia Trata-se de uma Revisão Integrativa de Literatura (RIL), que faz uma síntese do conhecimento dos estudos incluídos, de acordo com os resultados das pesquisas e das conclusões de especialidades sobre determinado assunto. A revisão integrativa da literatura consiste na construção de uma análise ampla da literatura, contribuindo para discussões sobre métodos e resultados de pesquisas, assim como reflexões sobre a realização de futuros estudos. O propósito inicial deste método de pesquisa é obter um profundo entendimento de um determinado fenômeno baseando-se em estudos anteriores. (38) É necessário seguir padrões de rigor metodológico, clareza na apresentação dos resultados, de forma que o leitor consiga identificar as características reais dos estudos incluídos na revisão. (39). Assim, neste estudo foram empregadas as seguintes etapas metodológicas: seleção das questões para revisão; estabelecimento de critérios de seleção da amostra; análise crítica dos estudos incluídos e discussão dos resultados. Foi realizada busca eletrônica de artigos publicados e indexados em banco de dados eletrônicos da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e Sistema Online de Busca e Análise de Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1048 Literatura Médica (MEDLINE), relativos à utilização de ferramentas da gestão de qualidade no âmbito do Sistema Único de Saúde, utilizando-se os seguintes descritores em saúde: Gestão da qualidade total; Gestão da qualidade; Gerenciamento de pratica profissional; Software; Auditoria de enfermagem. Os critérios de inclusão dos artigos pesquisados foram: estudos publicados eletronicamente na íntegra, em periódicos nacionais, em português, no período de 2009 a 2014, relativos ao tema proposto e cujos conteúdos continham informações relevantes para o escopo desta pesquisa. Foram excluídos os artigos que se repetiram nas bases de dados e, portanto, considerados somente uma vez. Na busca foram encontrados 174 artigos, porém ao critério de exclusão como falta de pertinência a temática, restou vinte e oito artigos. Destes, após uma leitura minuciosa e de acordo com o objetivo geral da pesquisa, foram selecionados apenas sete artigos que serviram de bases para realização deste estudo bibliográfico, em consonância com os critérios de inclusão e exclusão descritos anteriormente. Para a análise e posterior síntese dos artigos que atenderam aos critérios de inclusão foi utilizado um quadro sinóptico especialmente construído para esse fim, que contemplou os seguintes aspectos, considerados pertinentes: nome da pesquisa; base de dados; objetivo; e metodologia. A apresentação dos resultados e discussão dos dados obtidos foi feita de formadescritiva, possibilitando ao leitor a avaliação da aplicabilidade da revisão integrativa elaborada, de forma a atingir o objetivo desse método, ou seja, impactar positivamente na qualidade da prática de recomendações/conclusões. Resultados e discussão Na presente revisão integrativa, analisou-se sete artigos que atenderam aos critérios de inclusão previamente estabelecidos e, a seguir, apresentar-se-á um panorama geral dos artigos avaliados. Em relação ao tipo de revista nas quais foram publicados os artigos incluídos na revisão, um foi na área médica e biomédica, três foram publicados em Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde e três em revista de enfermagem em geral. Dos artigos incluídos 28% são quantitativos, 43% qualitativo, 7% descritivo exploratório e 7% revisão de literatura, obedecendo à proposta estabelecida pelo objetivo geral, que consiste na descrição e análise dos conteúdos encontrados em relação às Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1049 ferramentas da qualidade e evidenciar a importância que as mesmas possuem quando se trata da gestão nos serviços de saúde. Tabela 1: Distribuição dos artigos segundo caracterização da publicação, objetivo, metodologia. Fonte: Publicações e pesquisas do banco de dados, Medline, BDENF- Enfermagem e Lilacs. Observou-se nos artigos que compõem a amostra que as medidas a as principais ferramentas de qualidade utilizadas na gestão dos serviços de Título Base de Dados Objetivo Metodologia Avaliação da Qualidade do Gerenciamento Hospitalar na Percepção dos Profissionais. Medline Avaliar a qualidade do gerenciamento hospitalar na percepção dos profissionais de saúde. Quantitativo. Implantação de Ferramenta de Gestão de Qualidade em Hospital Universitário. LILACS Compreender a percepção de uma equipe multidisciplinar de saúde na implantação de uma ferramenta de gestão de qualidade num hospital de ensino. Qualitativo Implantação de Programa de Qualidade e Acreditação: contribuições para a segurança do paciente e do trabalhador. LILACS Descrever a opinião de profissionais de enfermagem diante da implantação de um programa de qualidade e acreditação. Qualitativo Perspectiva de enfermeiro sobre gestão de qualidade e acreditação hospitalar. BDENF- Enfermagem Conhecer as perspectivas dos enfermeiros sobre os programas de gestão de qualidade e acreditação hospitalar. Qualitativo Percepção dos enfermeiros sobre os resultados dos indicadores de qualidade na melhoria da pratica assistencial. BDENF- Enfermagem Diagnosticar a percepção dos enfermeiros de um hospital privado sobre os processos de qualidade em enfermagem aplicados à melhoria da assistência. Descritivo- exploratório. Avaliação de defeitos no processo de fabricação de lamelas para pisos de madeiras e engenheiradas com uso de ferramentas de qualidade. BDENF- Enfermagem Classificar os defeitos na produção de lamelas, propor soluções e melhorias através da aplicação de ferramentas de qualidade como: “Brainstorming”, “Diagrama de Pareto”, “Diagrama de Pareto”, “Diagrama de Ishikawa e 5W2H”. Quantitativo. A auditoria e o enfermeiro como ferramentas de aperfeiçoamento do SUS. LILACS Compreender o funcionamento do processo de auditoria nos três níveis de gestão, além de entender o papel do enfermeiro auditor. Revisão de literatura. Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1050 saúde são: A qualidade do gerenciamento, com 1 artigo; A implantação de ferramenta de gestão de qualidade, com 1 artigo, A acreditação como instrumento de avaliação de qualidade, com 2 artigos, A importância do uso de indicadores como ferramenta de avaliação de qualidade, com 1 artigo; As ferramentas de qualidade, com 1 artigo e A auditoria como instrumento de avaliação de qualidade, com 1 artigo. Percebemos que na área da saúde existe uma grande busca pela qualidade e isso tem impetrado propostas e mudanças significativas no Sistema Único de Saúde (SUS) e nos modelos de gestão das instituições. As mudanças em prol da qualidade também podem ser notadas na postura dos profissionais de saúde, os quais apresentam preocupação crescente com a melhoria contínua, visando a excelência dos serviços. (40) Nesse contexto, a liderança da gerência hospitalar deve buscar o envolvimento de pessoas experientes em atividades de planejamento, coordenação, revisão e direção dos serviços, visando influenciar direta ou indiretamente cada aspecto do serviço no sentido de assegurar uma melhoria contínua dos serviços. Portanto, a liderança deve ser integral para encorajar as práticas e comportamentos que levam a performance de qualidade através de uma organização do cuidado com a saúde. (41) Nessa perspectiva, pode-se deduzir que além do envolvimento dos profissionais e das instituições, a qualidade dos produtos/serviços requer o conhecimento da realidade e dos resultados de cada serviço oferecido à população, para que se conheçam seus pontos positivos e negativos que possibilitam promover reflexões e ações dirigidas à melhoria da qualidade. (42) Finalmente, os resultados desse estudo conduzem à reflexão de que o gerenciamento da qualidade de uma instituição de saúde são os seus serviços; os profissionais diretamente envolvidos com a teoria da qualidade têm mais probabilidade de engajarem-se em atividades de aperfeiçoamento; esse envolvimento é importante, porque ajuda a alinhar a empresa na direção de um objetivo comum de qualidade de serviço. (43) Assim, compreende-se que este artigo trata do gerenciamento como suporte básico para a melhoria da qualidade dos serviços prestados, sendo através do comprometimento do profissional, buscando o incentivo de melhoria no seu instrumento de trabalho. Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1051 As ferramentas da qualidade auxiliam em diversos ramos organizacionais, como na saúde, que são utilizadas pela enfermagem como instrumentos necessários para uma gestão de qualidadeNo HU-USP, a implantação do Programa 5S, começou em 2001 e teve como objetivo principal promover a alteração do comportamento das pessoas. Nessa ocasião, foi criado extraoficialmente o Comitê de Acreditação Hospitalar, do qual o Programa 5S fazia parte, como ferramenta adotada para mobilizar a estrutura do hospital. Inicialmente, foi criado um manual explicativo do programa, visando a sensibilização dos profissionais; posteriormente, foi desenvolvida uma apostila de instruções normativas do Programa 5S para a etapa de implantação desse programa nos diferentes setores do hospital. (14) Verificou-se que as medidas preconizadas por esse programa e adotadas pela referida instituição, despertaram o interesse dos colaboradores pela temática qualidade. Nesse sentido, acredita-se quea gestão da qualidade possa influenciar o modo de agir dos profissionais de saúde, em busca da eficiência e da eficácia de seus processos de trabalho. (14) O 5S serviu para reorganizar o processo de trabalho na sua forma estrutural, como uma ferramenta da qualidade reformulando o papel comportamental das pessoas nos diversos campos de atuação profissional. Em busca de meta comum, que é a melhoria dos serviços prestados aos usuários. Portanto fica evidenciado que o desenvolvimento e a implantação de ferramentas de gestão de qualidade, como o programa 5S, melhora a eficiência e a qualidade dos serviços de saúde. Para contemplar a excelência nos serviços de saúde, existem programas que visam avaliar a qualidade desses serviços. A acreditação é um processo contínuo que envolve atividades educativas, as quais, de alguma forma, impactam na atuação dos profissionais de saúde. (44) A leitura dos artigos possibilitou evidenciar que a implantação de um programa de qualidade e acreditação podem trazer significativas contribuições para o serviço, como maior qualidade maior segurança para o cliente e também para o trabalhador, o qual se sente mais seguro em desempenhar suas atividades. Fica claro que o planejamento em assegurar a qualidade no serviço proporciona ao paciente uma percepção de organização e segurança. Estabelece-se, assim, uma relação de confiança e credibilidade ao Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1052 profissional que está trabalhando, tendo-se o programa de qualidade como norteador no processo de segurança do paciente e qualificação profissional. Os indicadores são importantes para realizar o controle da avaliação no dia-a-dia. Esta ferramenta faz-se presente em todo o contexto assistencial-gerencial, pois serve como base para futuras melhorias em serviços prestados aos clientes. (45) A pesquisa demonstra a adesão à utilização de ferramentas da qualidade e aprovação do uso de indicadores. Segundo experiência das autoras, esses resultados decorrem da utilização desses instrumentos no dia a dia da população pesquisada.(45) Nos últimos 10 anos, os hospitais começaram a envolver-se com a medição do desempenho, face ao advento da implantação de programas de qualidade e ou de acreditação hospitalar que, direta ou indiretamente, os forçou a buscar a medição do desempenho através de indicadores. Recentemente preocuparam-se em adaptar sistemas de medição do desempenho para seus processos de trabalho, pois necessitava avaliar permanentemente, as ações dos trabalhadores, Diante das informações obtidas sobre a concorrência, a nova tecnologia e os clientes. (46) Neste estudo observou-se que 58% concordam fortemente que as ferramentas da qualidade implantadas no serviço de enfermagem são facilitadoras para implementação das ações de melhoria, e 42% apenas concordou com a afirmativa. Evidenciamos que 100% dos enfermeiros acreditam na utilização das ferramentas da qualidade como facilitadores para a implementação das ações de melhoria. Pode-se constatar que a utilização das ferramentas da qualidade na implementação das ações de melhoria de enfermagem é fundamental para definição de padrões assistenciais e gerenciais, e também se deve enfatizar que o profissional enfermeiro, durante sua formação é intensamente preparado para desenvolver metodologias que propiciem análise do processo assistencial objetivando o atendimento das expectativas e necessidades de cada paciente. A facilidade no uso das ferramentas do dia-a-dia da gestão dos serviços está relacionada ao conhecimento que se tem delas e a habilidade que se adquire em utilizá-las. (47) Contudo, conclui-se que sem o uso desta ferramenta a enfermagem não teria meios para resolver problemas assistenciais através Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1053 do gerenciamento de pessoas. Pois são com os dados apresentados dos indicadores que se formulam estratégias e metas visando resultados nos serviços de saúde. Um programa de qualidade, adequadamente elaborado e executado, deve proporcionar melhorias significativas em termos de eficiência, segurança, controle de qualidade e desempenho da gestão. Esse programa bem definido seria uma enorme contribuição para as empresas produtoras de pisos de madeira que estão buscando os caminhos corretos para o desenvolvimento do setor. (48) Em relação à auditoria dos serviços de saúde, ressalta-se que consiste em uma forma de investigação que tem o intuito de verificar o cumprimento de critérios e ações. (49) A Auditoria tem um papel de destaque no processo de consolidação do SUS, uma vez que contribui, de forma significativa, para alcançar as metas estabelecidas nos princípios básicos e éticos do atual sistema público de saúde. A auditoria pública procura analisar o funcionamento do SUS para evitar possíveis fraudes ou realizar correções nas distorções existentes, além de verificar a qualidade da assistência e o acesso dos usuários às ações e serviços de saúde. Funciona também como um mecanismo de controle interno do Ministério da Saúde (MS); propiciando, desta forma, um aumento da credibilidade e uma melhoria na qualidade da atenção à saúde, fortalecendo a cidadania. (49) Por sua vez, a auditoria em enfermagem tem função de controle do processo administrativo ou, como defendem alguns autores, exerce avaliação sistemática da qualidade de enfermagem prestada ao cliente, verificando se os resultados da assistência estão de acordo com os princípios do SUS. Para tal, a Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE) é primordial, tendo em vista que a avaliação da auditoria precisa ter uma base de análise, para assim ter condições de avaliar seus resultados. (49) A contribuição do enfermeiro no processo de auditoria é significativa, pela prática adquirida no gerenciamento da assistência, este se encontra apto a atuar na avaliação da qualidade do serviço prestado. Vale destacar que a auditoria trabalha para a qualificação da gestão do SUS e implica diretamente na melhoria do acesso às ações e serviços de saúde ofertados aos cidadãos, atuando como uma importante ferramenta de avaliação para atender aos princípios básicos do Sistema: Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1054 universalidade, integralidade e equidade. Percebemos que a descrição e análise das referencias encontradas nessa revisão integrativa de literatura, possibilitou um conhecimento abrangente sobre a importância das ferramentas da qualidade para gestão dos serviços de saúde, pois evidenciou que as ferramentas da qualidade são importantes instrumentos da gestão da qualidade, e propiciam a melhoria na qualidade dos serviços oferecidos aos usuários, uma vez que apoiam o processo de tomada de decisão e a gestão das políticas de saúde para o SUS, sendo, portanto, fundamental a sua compreensão acercada importância e dos desafios para a sua efetiva implementação. Considerações finais No sistema único de saúde (SUS), dispomos de diversas ferramentas que auxiliam o gerenciamento e a gestão da qualidade nos serviços de saúde, que podemos citar: acreditação hospitalar, ouvidoria, auditoria, indicadores, 5s, certificação, e os programas de Qualidade: Qualificasus PMAQ, Programa Humaniza SUS e requalifica UBS. Os resultados do estudo evidenciaram que as ferramentas da qualidade são importantes instrumentos da gestão da qualidade, e propiciam a melhoria na qualidade dos serviços oferecidos aos usuários, uma vez que apoiam o processo de tomada de decisão e a gestão das políticas de saúde para o SUS. Os objetivos propostos que enfatizaram a descrição das referências bibliográficas sobre a importância das ferramentas da qualidade para a Gestão dos Serviços de Saúde e as análises dos artigos foram alcançados de forma satisfatória, contribuindo para o aumento de pesquisas sobre o assunto, além de enriquecer o conhecimento de acadêmicos da área da saúde profissionais. Portanto, o estudo torna-se relevante devido a pouca quantidade de pesquisas relacionadas às ferramentas da qualidade na gestão dos serviços de saúde, também auxiliará os acadêmicos de enfermagem e outros profissionais da saúde, a compreenderem a relevância da adequada utilização destas ferramentas para a gestão da qualidade e melhoria continua dos serviços de saúde oferecidos à população. Referências 1. Silva LS, Flores D. Gestão Da Qualidade Em Arquivos: Ferramentas, Programas E Métodos. Políticas arquivísticas na Bahia e no Brasil. Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785 Galdino SV, Reis EMB, Santos CB, et al Ferramentas de qualidade na gestão... Rev. Gest. Saúde (Brasília) Vol.07 (Supl. 1), jul. 2016.p 1023-57 1055 Salvador – Bahia, 1 - 26 a 28 de outubro de 2011. 2. Nogueira PN. Perspectivas da qualidade em saúde. Rio de Janeiro: Qualitymark; 1994. 3. Trivellato AA. 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Participação dos autores O artigo foi desenvolvido por discentes do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA) durante a atividade curricular Gestão dos Serviços de Saúde. Foi orientado pela Prof.ª Msc. Simone Daria Assunção Vasconcelos Galdino e auxiliado pela monitora Érica Mariana Borges dos Reis. Fernanda Silva, Jaciely Lima e Fabio Soares: Busca eletrônica de artigos publicados e indexados em banco de dados eletrônicos. Leitura e seleção dos artigos. Christian dos Santos e Alcione Oliveira: Resultados e discussão; Marcella de Araujo e Erica dos Reis: Construção do referencial teórico, metodologia e conclusão. Erica dos Reis: Apoio aos discentes em todas as fases da construção do artigo e revisão das normas da revista. Recebido: 17.11.2015 Revisado: 25.05.2016 Aprovado: 27.06.2016 http://portal.revistas.bvs.br/transf.php?xsl=xsl/titles.xsl&xml=http://catserver.bireme.br/cgi-bin/wxis1660.exe/?IsisScript=../cgi-bin/catrevistas/catrevistas.xis|database_name=TITLES|list_type=title|cat_name=ALL|from=1|count=50&lang=pt&comefrom=home&home=false&task=show_magazines&request_made_adv_search=false&lang=pt&show_adv_search=false&help_file=/help_pt.htm&connector=ET&search_exp=Rev.%20baiana%20sa%C3%BAde%20p%C3%BAblica http://portal.revistas.bvs.br/transf.php?xsl=xsl/titles.xsl&xml=http://catserver.bireme.br/cgi-bin/wxis1660.exe/?IsisScript=../cgi-bin/catrevistas/catrevistas.xis|database_name=TITLES|list_type=title|cat_name=ALL|from=1|count=50&lang=pt&comefrom=home&home=false&task=show_magazines&request_made_adv_search=false&lang=pt&show_adv_search=false&help_file=/help_pt.htm&connector=ET&search_exp=Rev.%20baiana%20sa%C3%BAde%20p%C3%BAblica CAPÍTULO 1 Apresentação POR QUE ESTUDAR GESTÃO? O QUE É GESTÃO? SAÚDE PÚBLICA SERVIÇOS ESSENCIAIS DE SAÚDE PÚBLICA ESTRUTURA DO LIVRO E DO ESTUDO DE GESTÃO Volume 19, Número 8 — agosto de 2013 Perspectiva A nova saúde global Saúde global Desenvolvimento, segurança e saúde pública Desenvolvimento Segurança da saúde Saúde pública Negócios inacabados: Prioridades da doença infecciosa Doenças não transmissíveis Conclusões Agradecimento Referências Resumo Sistemas de serviços de saúde — quatro modelos básicos O modelo beveridgiano O modelo bismarckiano O modelo de seguro de saúde nacional O modelo de desembolso direto Sistemas de serviços de saúde em países de baixa e média renda RESTRIÇÕES E RESPOSTAS DO SISTEMA DE SERVIÇOS DE SAÚDE Tributação geral versus seguro contributivo Incentivos financeiros para famílias e prestadores Uso de entidades privadas para ampliar a cobertura UM PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE LONGO PRAZO