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ELETRÔNICA GERAL EDIÇÃO Nº 2 - 2009 SOLANGE ALVES COSTA ANDRADE DE OLIVEIRA Apresentação Este livro didático contém fundamentos para a disciplina de Eletrônica Geral, com o funcionamento e aplicações dos principais componentes da eletrônica analógica. Este material irá disponibilizar aos alunos do EAD conhecimentos indispensáveis para quem lida com equipamentos elétrico/eletrônicos – máquinas industriais modernas, controles, instrumentação, computadores, comunicações, radar, laser, etc. O objetivo principal é fazer o aluno se familiarizar com a eletrônica analógica, ou seja, eletrônica em geral. Lembre-se de que a sua passagem por esta disciplina será também acompanhada pelo Sistema de Ensino Tupy Virtual, seja por correio postal, fax, telefone, e-mail ou Ambiente Virtual de Aprendizagem. Entre sempre em contato conosco, quando surgir alguma dúvida ou dificuldade. Participe dos bate-papos (chats) marcados e envie suas dúvidas pelo Tira-Dúvidas. Toda a equipe está à disposição para atendê-lo(a). Queremos que você adquira o máximo de conhecimento, pois o seu crescimento intelectual é o nosso maior objetivo. Acredite no seu sucesso e tenha bons momentos de estudo! Equipe Tupy Virtual SUMÁRIO Carta da Professora Cronograma de Estudos Plano de Estudos Aula 1 – Teoria dos Semicondutores...............................................................65 Aula 2 – Diodo Semicondutor...........................................................................72 Aula 3 – Circuitos Retificadores ......................................................................89 Aula 4 – Diodo Zener........................................................................................103 Aula 5 – Reguladores de Tensão.....................................................................103 Aula 6 – Estudo do Transistor Bipolar..............................................................115 Aula 7 – Transistor Bipolar como Chave............................................................118 Aula 8 – Transistor Bipolar como Amplificador.............,,.................................118 Aula 9 – Transistor Efeito de Campo....................................................................118 Aula 10 – Estudo do Amplificador Operacional..................................................118 Carta da Professora Caro(a) aluno(a), Nos capítulos que sucedem você irá conhecer sobre “Eletrônica Geral”, disciplina com a qual desenvolverá uma série de saberes necessários a sua qualificação profissional e pessoal. Energia, comunicação, tratamento, controle: a eletrônica é um dos alicerces do mundo contemporâneo. Vamos explorar este fascinante universo com muitas explicações, fórmulas e com palavras simples (mas corretas) para os que começam e um pouco mais profundamente para quem deseja aumentar os seus conhecimentos. Com isso, é possível torná-lo mais autoconfiante e crítico de sua atuação nas práticas do cotidiano capacitando-o para futuras e promissoras oportunidades de mercado. Sendo assim, convido você para juntos, agora virtualmente, vencer este novo desafio! Bons estudos! Professora Solange Alves Costa A. de Oliveira SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 5 Cronograma de Estudos Acompanhe no cronograma abaixo os conteúdos das unidades e atualize as possíveis datas de realização de aprendizagem e avaliações. S e m a n a Carga horária Aula Data/ Avaliação 1 4 Teoria dos Semicondutores _/_ a _/_ 4 Diodo Semicondutor _/_ a _/_ 8 Circuitos Retificadores _/_ a _/_ 6 Diodo Zener _/_ 2 6 Reguladores de Tensão _/_ 4 Estudo do Transistor Bipolar _/_ 8 Transistor Bipolar como Chave _/_ 3 4 Transistor Bipolar como Amplificador _/_ 8 Transistor Efeito de Campo _/_ 8 Estudo do Amplificador Operacional _/_ SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 6 Plano de Estudos Bases Tecnológicas Teoria dos semicondutores; Diodo semicondutor; Estudo do transformador; Circuitos retificadores com filtragem e com estabilização; Estudo do transistor de junção bipolar; Transistor como chave e como amplificador e Estudo do amplificador operacional. Competências • Conhecer e entender os principais componentes utilizados em circuitos eletrônicos empregados na indústria e suas aplicações. Habilidades • Descrever os efeitos produzidos por dispositivos eletrônicos quando introduzidos em circuitos eletrônicos. Carga Horária: 60 horas SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 7 Aula 1___________________________________________ TEORIA DOS SEMICONDUTORES Olá! Seja bem-vindo(a)! Nesta sétima aula iniciaremos os estudos sobre Eletrônica Geral com a teoria dos semicondutores. Este assunto é muito importante, porque está relacionado à fabricação dos principais componentes eletrônicos. Bons Estudos! Objetivos da aula Ao final desta aula você deverá ter condições de: • Identificar os tipos de semicondutores utilizados na fabricação de componentes eletrônicos; • Identificar os tipos de junções; Conteúdos da aula Acompanhe os assuntos desta aula, se preferir, ao terminar, assinale o conteúdo já estudado. � Teoria dos Semicondutores; � Formação da Junção P; � Formação da Junção N; � Formação da Junção PN; � Exercícios propostos. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 8 1 TEORIA DOS SEMICONDUTORES Dentre os materiais mais utilizados no campo da Eletrônica, encontramos os semicondutores. A principal aplicação de um semicondutor ocorre na fabricação de componentes eletrônicos, como os integrados, para circuitos de computadores, por exemplo. Todos os materiais podem ser classificados como condutores, semicondutores e isolantes. A classificação depende da capacidade de condução de corrente elétrica, o que, por sua vez, depende da quantidade de elétrons livres no material. Os bons condutores, como a prata, o cobre e o alumínio, apresentam muitos elétrons livres. Os isolantes como a mica, o vidro, o papel, a borracha e os plásticos têm poucos elétrons livres. Os materiais semicondutores apresentam características tanto dos condutores como dos isolantes e se situam entre os dois extremos, ou seja, não conduzem tão bem quanto os condutores, mas conduzem melhor do que os isolantes. Os materiais semicondutores mais usados são o silício (Si) e o germânio (Ge) que, na sua forma pura (intrínseca), apresentam estrutura cristalina (sólida). O Ge e o Si são maus condutores porque suas estruturas apresentam poucos elétrons livres. Para se conseguir elétrons livres, o cristal puro é modificado pela adição controlada de impurezas em um processo chamado dopagem. Os materiais são adicionados em quantidades extremamente pequenas, mas controladas, na proporção de uma parte para dez milhões, pois uma proporção maior tornaria a condutividade muito alta. Os átomos de impurezas entram na estrutura cristalina básica. O silício tem uma distribuição intermediária entre metais e não metais, conforme segue: Z = 14 (1s2,, 2s2 , 2p6 , 3s2 , 3p2) SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 9 1.1 SEMICONDUTOR INTRÍNSECO E EXTRÍNSECO O semicondutor intrínseco é encontrado na natureza, na sua forma pura (sem impurezas), ou seja, a concentração de portadores de carga positiva é igual à concentração de portadores de carganegativa. Semicondutores extrínsecos ou dopados são os semicondutores intrínsecos aos quais introduzimos impureza para controlarmos as características elétricas do semicondutor. 1.2 JUNÇÃO P Um átomo de impureza trivalente possui somente três elétrons para completar as ligações covalentes (figura 1), logo, uma das ligações covalentes do silício ficará incompleta. Figura 1 – Formação da Junção P O diagrama representa um conjunto de átomos de silício (Si), apresentando um átomo central trivalente, o Boro (B). No lugar assinalado, temos um buraco ou lacuna, por causa da falta de elétron. Esses buracos servirão de vias de trânsito para elétrons vindos de corrente elétrica externa, com isso, o material será também um condutor elétrico. Esse tipo de dopagem ocorre por falta de elétrons, pois foi acrescentado ao material uma impureza trivalente, e por isso recebe o nome de dopagem positiva (p), e semicondutor tipo P. Nesse caso, dizemos que as impurezas são receptoras de elétrons. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 10 1.3 JUNÇÃO TIPO N Quando a estrutura de silício recebe um átomo de impureza pentavalente (cinco elétrons na última camada) para completar as ligações covalentes (figura 2), um elétron torna-se excedente, esse permite a condução de corrente elétrica, pois a corrente é gerada pelo movimento ordenado de elétrons. Figura 2 – Formação da Junção N O diagrama representa um conjunto de átomos de silício (Si) e uma impureza pentavalente central, o fósforo (P), que gera um elétron livre. Ao misturarmos o fósforo com o silício, ocorrerá um aumento de carga negativa (excesso de elétrons), dando origem ao que chamamos de semicondutor tipo N (negativo). O transporte de corrente elétrica ocorre, porque um átomo de fósforo, em um grupo de átomos de silício, doa um elétron extra que pode se mover através do cristal com relativa facilidade. Na estrutura haverá um elétron a mais que, sob a ação de um campo elétrico, se moverá, transformando o material em condutor de eletricidade. Esse tipo de dopagem ocorre por excesso de elétrons, por isso é chamado de dopagem negativa (N) e o semicondutor é chamado de semicondutor tipo N. Tanto os semicondutores tipo P como os do tipo N são chamados de semicondutores extrínsecos, pois o aumento da condutividade foi proporcionado por impurezas externas. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 11 1.4 JUNÇÃO PN A partir dos semicondutores tipo N e tipo P, é possível construir diversos dispositivos eletrônicos. Para isso, é necessário unir os materiais tipo P (cujos portadores majoritários são lacunas) e tipo N (cujos portadores majoritários são elétrons) de maneira a formar a junção PN, como mostra a figura 9: Figura 9 - Junção PN Efetuando-se a união, o excesso de elétrons do material tipo N tende a migrar para o material tipo P, visando ao equilíbrio ou à estabilidade química – cada átomo do material tipo N que perde elétrons fica com oito elétrons na camada de valência, o mesmo acontecendo com átomos do material tipo P que têm a sua lacuna ocupada por esse elétron. O fenômeno da ocupação de uma lacuna por um elétron é chamado de recombinação (figura 10). Figura 10 – Recombinação Elétron-Lacuna Durante o deslocamento, elétrons e lacunas recombinam-se, anulando suas cargas já que atingem a estabilidade, permitindo o surgimento de uma região neutra, denominada barreira de potencial (B.P.) ou camada de carga espacial (C.C.E.). À medida que elétrons e lacunas vão se recombinando, teremos um aumento da barreira de potencial até atingir um ponto de equilíbrio, isolando um material do outro, conforme mostra a figura 11. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 12 Figura 11 – Junção PN não Polarizada com a Barreira de Potencial À medida que os átomos do material próximos à junção recebem os primeiros elétrons, preenchendo suas lacunas, no lado N forma-se uma região com íons positivos (falta de elétrons) e, no lado P, uma região com íons negativos (excesso de elétrons), dificultando ainda mais a passagem de elétrons do material N para o material P. 1.5 CAMADA DE CARGA ESPACIAL Como a camada de carga espacial, também chamada de camada de depleção, fica ionizada, cria-se uma diferença de potencial (DDP) na junção chamada barreira de potencial, cujo símbolo é Vγ (figura 12). Figura 12 – DDP na Barreira de Potencial A diferença de potencial Vγ representa o limiar de condução, a 25 oC é de aproximadamente 0,7 V para os semicondutores de silício e 0,3 V para os semicondutores de germânio. À medida que elétrons e lacunas vão se recombinando, haverá aumento da barreira de potencial até atingir um ponto de equilíbrio, isolando um material do outro, observe esse fato na figura 13. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 13 Figura 13– Junção PN não Polarizada com a Barreira de Potencial. 1.6 POLARIZAÇÕES DA JUNÇÃO PN Podemos polarizar a junção PN de duas maneiras: 1) Diretamente: A polarização direta consiste em ligarmos o pólo positivo de uma fonte ao lado P e o negativo ao lado N, conforme mostra a figura 14. Figura 14 – Junção PN Polarizada Diretamente Nesse tipo de polarização, o pólo positivo atrairá os elétrons livres do lado N, fazendo vencer a barreira de potencial, originando um movimento de elétrons do pólo positivo para o pólo negativo da bateria. O material, nesse caso, tem características condutivas, pois gera movimento de elétrons, conseqüentemente, corrente elétrica. Devido aos íons formados na barreira, aparecerá entre os terminais da junção uma diferença de potencial que, para o semicondutor de silício, está compreendida entre 0,5 e 0,8 V. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 14 2) Reversamente: A polarização reversa consiste em ligarmos o pólo positivo de uma fonte ao lado N e o negativo ao lado P, conforme nos mostra a figura 15. Figura 15 – Junção PN Reversamente Polarizada Por causa da polarização reversa, os elétrons do lado N são atraídos para o terminal positivo e as lacunas para o terminal negativo da fonte, aumentando a barreira de potencial. A barreira de potencial aumenta até que sua diferença de potencial se iguale à tensão da fonte alimentação. Por outro lado, há uma corrente muito pequena formada pelos portadores minoritários, chamada corrente de fuga. Nesse tipo de polarização, o pólo positivo atrairá os elétrons, aumentando assim a barreira de potencial, não havendo, portanto, condução de corrente elétrica. Haverá somente a corrente de fuga (da ordem de nanoampéres), devido aos portadores minoritários. O material, nesse caso, apresentará características isolantes, pois não haverá corrente, devido ao aumento da barreira de potencial. Síntese da Aula Nesta aula, estudamos que, tanto os elétrons em excesso quanto os “buracos” gerados pela dopagem do material, são portadores de carga. Assim, ambos os semicondutores (tipo N e tipo P) possuem uma condutividade maior que a do semicondutor puro. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 15 Exercícios propostos 1) Em que tipo de semicondutor as lacunas são portadores minoritários? a) Extrínsecos b) Intrínsecos c) Tipo N d) Tipo P e) n.d.a. 2) Como o silício é transformado em semicondutor tipo N e P? 3) O que é recombinação e por que ela ocorre? 4) O que é camada de depleção e como ela se forma? 5) O que é barreira de potencial e qual o seu valor para os diodos de silício e germânio? 6) O que são elementos trivalentes, tetravalentes e pentavalentes? 7) O que é dopagem? SOCIESC– Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 16 Aula 2___________________________________________ DIODO SEMICONDUTOR Nesta aula você estudará o diodo semicondutor, componente eletrônico que revolucionou a tecnologia eletrônica. Bons estudos! Objetivos da aula Ao final desta aula você deverá ter condições de: • Polarizar adequadamente o diodo semicondutor; • Escolher o diodo adequado, de acordo com a aplicação desejada. Conteúdos da aula Acompanhe os assuntos desta aula, se preferir, assinale os conteúdos à medida que for estudando. � Junção PN; � Polarização da Junção PN; � Curva Característica do diodo; � Conceito de Reta de Carga; � Aplicações Básicas; � Exercícios propostos. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 17 1 JUNÇÃO PN A partir dos semicondutores tipo N (os elétrons são os portadores majoritários) e tipo P (as lacunas são os portadores majoritários), é possível construir diversos componentes eletrônicos, entre eles o diodo semicondutor. O diodo é o mais simples dispositivo eletrônico semicondutor existente e de ampla aplicação na área de eletrônica. A palavra diodo está relacionada aos "dois eletrodos" presentes no dispositivo. O diodo semicondutor é constituído por uma junção PN, ou seja, pela união física da junção PN (figura 16) em operação, a região de depleção aumenta ou diminui, de acordo com a polarização do dispositivo; ocorre variação da altura da barreira de potencial, obtendo-se funcionamento semelhante ao de uma chave, por isso é bastante utilizado em circuitos eletrônicos. Figura 16 – Junção PN Como a camada de depleção fica ionizada, cria-se uma diferença de potencial na junção chamada barreira de potencial (figura 17), cujo símbolo é Vγ. Figura 17 – Barreira de Potencial SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 18 A diferença de potencial Vγ, a 25 oC é de aproximadamente 0,7 V para os diodos de silício e 0,3 V para os diodos de germânio. Com o devido encapsulamento e conexão dos terminais, a junção PN, se torna um componente eletrônico conhecido como diodo semicondutor. Cada lado do diodo semicondutor recebe um nome: o lado P chama-se anodo (A) e o lado N chama-se catodo (K). Anodo vem de ânion e catodo vem de cátion (figura 18). Figura 18 - Simbologia do diodo semicondutor 1.1 POLARIZAÇÃO DA JUNÇÃO PN Aplicando-se uma tensão nos terminais do diodo, as características da barreira de potencial se modificam, as modificações dependem do sentido da polarização do diodo. Podemos polarizar a junção PN de duas maneiras: a) Diretamente: A polarização direta (figura 19) consiste em ligarmos o pólo positivo de uma fonte ao lado P e o negativo ao lado N. Figura 19 – Junção PN Polarizada Diretamente Nesse tipo de polarização, o pólo positivo atrairá os elétrons livres do lado N, vencendo a barreira de potencial e originando uma corrente de elétrons do pólo positivo para o pólo positivo da bateria. O material, nesse caso, tem características SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 19 condutivas, o diodo comporta-se como uma chave fechada, permitindo a condução de corrente elétrica. O diodo polarizado diretamente comporta-se como uma chave fechada, permitindo a condução de corrente elétrica. b) Reversamente: A polarização reversa (figura 20) consiste em ligarmos o pólo positivo de uma fonte ao lado N e o negativo ao lado P. Figura 20 – Junção PN Polarizada Reversamente Por causa da polarização reversa, os elétrons do lado N são atraídos para o terminal positivo e as lacunas para o terminal negativo da fonte, aumentando, desse modo, a barreira de potencial. A barreira de potencial aumenta até que sua diferença se iguale à tensão da fonte alimentação, isto é, na polarização reversa, o diodo comporta-se como uma chave aberta. Na prática, há uma corrente muito pequena formada pelos portadores minoritários, denominada corrente de fuga, que, em muitas situações, é desprezada por ser uma corrente da ordem de nanoampéres. O diodo polarizado reversamente comporta-se como uma chave aberta, não permitindo a condução de corrente elétrica. A figura 21 mostra as polarizações direta e reversa de um diodo, onde a corrente é limitada por um resistor. Na polarização direta, nota-se o fluxo de uma corrente I, já que o diodo comporta-se como uma chave fechada ou um curto SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 20 circuito. Na polarização reversa, a corrente é nula, pois o diodo comporta-se como uma chave aberta ou circuito aberto. Figura 21 – Polarizações Direta e Reversa no Diodo Idealmente, o diodo é um dispositivo que bloqueia toda a passagem de corrente num sentido e permite a passagem no outro. 2 CURVA CARACTERÍSTICA DO DIODO Para Facilitar a compreensão do funcionamento do diodo semicondutor, pode- se escrever graficamente o seu comportamento através da curva característica que mostra a corrente em função da tensão aplicada (figura 22). Figura 22 – Curva Característica do Diodo Semicondutor O gráfico mostra que, para tensões negativas (polarização reversa), a corrente no diodo é praticamente nula, caracterizando o diodo como se fosse uma resistência de valor muito alto, cuja tensão é limitada por Vbr (tensão de ruptura do diodo). Para tensões positivas (polarização direta) até Vγ, a corrente no diodo é muito baixa. Acima disso, passa a ser bastante alta, caracterizando o diodo como se fosse SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 21 uma resistência muito baixa, cuja corrente elétrica é caracterizada por IDM (corrente direta máxima). A curva característica do diodo mostra que, como todo dispositivo elétrico e eletrônico, o diodo também tem certas características e limitações especificadas pelo fabricante. 2.1 PRINCIPAIS ESPECIFICAÇÕES DO DIODO SEMICONDUTOR a) Como a junção PN possui uma barreira de potencial natural Vγ, na polarização direta só existe corrente elétrica se a tensão aplicada ao diodo VD for: VD ≥ Vγ VD ≥ 0,7 V b) Na polarização direta, há um valor de corrente máxima que o diodo pode conduzir (IDM) e uma potência máxima de dissipação (PDM), cuja relação é: PDM = VD x IDM c) Na polarização reversa, há uma tensão reversa máxima que pode ser aplicada ao diodo, chamada tensão de ruptura ou breakdown voltage (VBR). d) Na polarização reversa, há uma corrente muito pequena denominada corrente de fuga (If). O diodo de código 1N4001 tem as seguintes especificações dadas pelo fabricante: - Corrente direta máxima → IDM = 1 A - Corrente de Fuga → IF = 10 uA - Tensão de Ruptura → VBR = 50 V - Potência Máxima → PDM = 1W SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 22 3 CONCEITO DE RETA DE CARGA A ligação de um diodo a uma fonte de alimentação deve ser feita sempre utilizando-se um resistor limitador em série, para protegê-lo contra a corrente máxima, no qual o resistor limitador é o próprio resistor de carga RL, conforme mostra a figura 23. Figura 23– Circuito de Alimentação do Diodo com Resistor de Carga Denomina-se ponto de trabalho ou ponto quiescente (Q) do diodo os valores de tensão VD e corrente ID aos quais está submetido num circuito. O ponto quiescente Q pode ser obtido pela curva característica do diodo, na qual se traça uma reta de carga, conforme mostra a figura 24. Figura 24 – Reta de Carga e Ponto Quiescente 3.1 PROCEDIMENTO PARA TRAÇAR A RETA DE CARGA a) Determina-se a tensãode corte Vc (tensão no diodo quando está aberto). Vc = Vcc b) Determina-se a corrente de saturação Is (Corrente no diodo quando está em curto). Onde Rl=RL SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 23 LR Vcc Is = I c) Traça-se a reta de carga sobre a curva característica do diodo. d) Ponto quiescente (VD e ID) correspondem as coordenadas do ponto Q, quando a reta de carga intercepta a curva característica do diodo. Pode-se também calcular a potência de dissipação pela equação: PD = VD x ID Dada a curva característica de um diodo, determinar o seu ponto quiescente e sua potência de dissipação, sabendo-se que ele está ligado em série com um resistor de 50 ohm e alimentado por uma fonte de 2,2 V. Resolução: Vc = Vcc = 2,2V Is = Vcc/Rl = 2,2/50 = 44 mA Traça-se a reta de carga sobre a curva característica do diodo: Assim, o ponto quiescente resultante é: VD = 1,2 V ID = 20 mA Finalmente, a potência dissipada pelo diodo será: PD = VD x ID = 1,2 x 20 .10 -3 = 24 m W SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 24 Síntese da Aula Vimos nesta aula que o diodo semicondutor é um dispositivo que bloqueia toda a passagem de corrente num sentido e permite a passagem no outro. Exercícios propostos 1) Qual é o valor da corrente no circuito abaixo? a) 0 A b) 14,3 mA c) 15 mA d) 50 mA e) 0,7 mA 2) Determine a reta de carga, o ponto quiescente e a potência dissipada pelo diodo no circuito a seguir, dada a sua curva característica: Resp: Vcc = 2V Is = 2 mA PD = 0,96 mW SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 25 3) Explique quais são as principais especificações do diodo semicondutor, destacando-as na sua curva característica. 4) O circuito abaixo apresenta um problema. Identifique-o, propondo uma solução. Dados do diodo: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 26 Aula 3___________________________________________ CIRCUITOS RETIFICADORES Nesta aula estudaremos sobre retificadores. Os circuitos eletrônicos necessitam, para o seu perfeito funcionamento, que sejam alimentados com tensão contínua. A tensão que temos disponibilizada pela concessionária é alternada, dessa forma, utilizaremos circuitos retificadores para converter a tensão AC em tensão DC. Bons Estudos! Objetivos da aula Ao final desta aula você deverá ter condições de: • Enumerar os tipos de circuitos retificadores; • Caracterizar os circuitos retificadores; • Identificar maneiras de projetar fontes de alimentação. Conteúdos da aula Acompanhe os assuntos desta aula, se preferir, assinale os conteúdos à medida que for estudando. � Características do Sinal Senoidal; � Estudo do Transformador; � Retificador de Meia Onda; � Retificador de Onda Completa; � Retificadores com Filtro Capacitivo; � Exercícios propostos. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 27 1 SINAL SENOIDAL Um dos sinais elétricos alternados mais comum é o senoidal. O sinal senoidal pode ser representado matematicamente por: )2()()( ftVpSenwtVpSentv π== E pode ser representado graficamente (figura 25): Figura 25 – Representação gráfica do sinal senoidal A partir de um tensão senoidal ou AC, pode-se determinar: • A tensão de pico da onda em volts, representada por Vp • A tensão de pico a pico da onda em volts, representada por Vpp • A tensão eficaz ou rms, representada por Vrms. • A tensão Vrms é calculada utilizando a fórmula: 2 Vp Vrms = • O período da onda em segundos O período representa o tempo que o sinal leva para completar um ciclo completo. É representado pela letra T. • A freqüência da onda em Hertz (HZ) SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 28 A freqüência representa o número de ciclos por segundos, e é calculada a partir da fórmula: Período freqüência 1 = Observe: A freqüência é calculada através do inverso do período 2 ESTUDO DO TRANSFORMADOR O transformador é uma máquina elétrica que transforma níveis de tensão e corrente em circuito. Dentre os vários tipos de transformadores, abordaremos aqueles necessários para o estudo dos retificadores: O transformador abaixador de tensão e o transformador com derivação central no secundário ou tap central. O transformador é uma máquina elétrica que transfere energia de um circuito para outro modificando somente os valores de tensão e corrente. Transformador Abaixador de Tensão A figura 26 representa um transformador abaixador de tensão ligado a uma carga resistiva RL. Figura 26 – Transformador Abaixador de Tensão SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 29 O transformador é constituído por dois enrolamentos: o primário, ao qual é ligado o sinal de entrada AC, e o secundário, ao qual pode ser ligada a carga. É composto por um núcleo de aço, ferrite ou ar, tem como função realizar o acoplamento magnético entre os enrolamentos. As relações entre as tensões e correntes dos enrolamentos estão relacionadas ao número de espiras (ou número de voltas) dos enrolamentos, como mostra a equação seguinte: 1 2 2 1 2 1 I I N N V V == Onde: V1 ⇒ Tensão no primário ou na entrada do transformador V2 ⇒ Tensão no secundário ou na saída do transformador N1 ⇒ Número de espiras no enrolamento primário do transformador N2 ⇒ Número de espiras no enrolamento secundário do transformador I1 ⇒ Corrente no primário do transformador I2 ⇒ Corrente no secundário do transformador 2.1 FUNCIONAMENTO DO TRANSFORMADOR Pela malha de entrada (primário) circula uma corrente alternada (variável), chamada, na figura 26, de I1 (Corrente no primário do transformador), que gera um campo magnético, podendo ou não ser variável, depende da forma como varia a corrente na malha de entrada. Para que o transformador funcione corretamente, a corrente deve ser variável, ou seja, a tensão de entrada deve ser AC. A malha de saída (secundário) é atravessada pelo campo magnético variável, gerado na malha de entrada, então é produzida uma corrente I2 na saída do transformador, com a mesma forma da corrente que atravessa o enrolamento primário do transformador, mas com tensão alterada, para mais ou para menos, de acordo com um fator de proporcionalidade: a relação no número de espiras dos circuitos. A tensão no enrolamento secundário V2 (tensão de saída) é igual à tensão SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 30 no enrolamento primário V1 (tensão de entrada), multiplicada pela fração N2 / N1, conforme mostra a expressão seguinte: 1. 1 2 2: 1.22.1 2 1 2 1 V N N VLogo VNVN N N V V = = = Idealmente, a transformação ocorre sem perda de potência : PIN (Potência de entrada) = POUT (Potência de saída) V1. I1 = V2. I2 Na prática, porém, há perdas devido à resistência dos fios dos enrolamentos (perdas por efeito Joule), devido às correntes parasitas no núcleo (perdas por corrente de Foucault) e outras que fazem com que a potência do secundário seja menor que a do primário. Determine o número de espiras do secundário de um transformador projetado para reduzir a tensão da rede de 220V para 12V eficaz, sabendo-se que possui 1000 espiras no enrolamento primário. Solução: espirasxN N N N V V 5412 220 1000 2 2 1000 12 220 2 1 2 1 == = = 2.1.1 Transformador com Derivação Central ou Tap Central O transformador com Tap Central permite a obtenção de duas tensões no secundário, geralmente devalor eficaz idêntico e com polaridade invertida. A figura 27 mostra a representação: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 31 Figura 27 – Transformador com Derivação Central no Secundário Funciona como se tivesse dois secundários, portanto, as relações entre tensões, correntes e número de espiras são as mesmas que as do transformador vistas anteriormente. Contudo, os terminais centrais dos dois enrolamentos secundários são interligados, fazendo com que as suas tensões sejam defasadas de 1800, como é mostrado na figura 27. 3 CIRCUITOS RETIFICADORES A geração e distribuição de energia elétrica são feitas na forma de tensões alternadas senoidais, porém vários aparelhos eletrônicos precisam de tensões contínuas. Assim, necessitam de circuitos que transformem a tensão disponibilizada pela concessionária para tensão contínua, esses circuitos são denominados de retificadores. A tensão alternada, na entrada de um circuito retificador, deve ser adequada ao seu padrão de tensão, à tensão da rede elétrica, antes de ser ligada ao retificador, precisa ser reduzida, trabalho realizado pelo transformador. Depois do retificador, ainda é necessário eliminar as variações de tensão para que se tornem constantes, o que é feito por filtros (capacitores) e circuitos reguladores de tensão. A esse conjunto de circuitos dá-se o nome de fonte de tensão ou fonte de alimentação, conforme mostra o esquema da figura 28: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 32 Figura 28 – Diagrama em blocos da representação de uma fonte de alimentação Os retificadores têm como função retificar o sinal, eliminar o semiciclo negativo do sinal de entrada. Existem três tipos de retificadores: retificadores de meia onda, retificadores de onda completa tap central e o retificador de onda completa em ponte. 3.1 RETIFICADOR DE MEIA ONDA Representa o mais simples dos retificadores, é formado basicamente por um diodo em série com a carga, conforme mostra a figura 29: Figura 29 – Retificador de Meia Onda SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 33 3.1.1 Princípio de Funcionamento Durante o semiciclo positivo do sinal de entrada, o diodo conduz (porque está polarizado diretamente), comportando-se idealmente como uma chave fechada (Vd=0V), permitindo que a tensão do secundário do transformador possa chegar à carga. Durante o semiciclo negativo do sinal de entrada, o diodo não conduz (porque está polarizado reversamente), comportando-se idealmente como uma chave aberta (Vd = -V2), a corrente é interrompida, não permitindo que a tensão do secundário do transformador possa chegar à carga. 3.1.2 Formas de Onda: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 34 3.1.3 Formulário Como a forma de onda na carga não é mais senoidal, embora a freqüência seja a mesma da tensão de entrada, o seu valor médio deixa de ser nulo, podendo ser calculado: )arg( Im 7,02 :Re 2 : aCRL Vmed ed pV VmedalDiodo pV VmédiaVmedDiodoIdeal = − = == π π Onde: V2p é a tensão de pico no secundário do transformador → Especificações do diodo para que ele não se danifique: IDM (Corrente Direta Máxima) ≥ Imed (Corrente média) VBR (Tensão de Ruptura ou tensão Reversa Máxima) ≥ V2p 3.2 RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA COM DERIVAÇÃO CENTRAL Esse retificador faz com que tanto o semiciclo positivo quanto o negativo do sinal de entrada possam chegar à carga com a mesma polaridade. Mostramos a representação desse retificador na figura 30: Figura 30 – Retificador de Onda Completa Tap Central SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 35 No retificador de Onda Completa Tap Central existe a obrigatoriedade de se utilizar o transformador. 3.2.1 Princípio de Funcionamento Durante o semiciclo positivo do sinal de entrada, o diodo D1 conduz (como está polarizado diretamente, funciona como uma chave fechada) e o diodo D2 corta (como está polarizado reversamente, funciona como uma chave aberta), fazendo com que a tensão na carga seja positiva e igual à tensão no secundário do transformador. Durante o semiciclo negativo do sinal de entrada, o diodo D1 corta (polarização reversa) e o diodo D2 conduz (polarização direta), fazendo com que a tensão na carga se mantenha com a mesma polaridade que a do semiciclo positivo, a corrente se mantém no mesmo sentido pela carga. 3.2.2 Formas de Onda SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 36 3.2.3 Formulário No retificador de onda completa, a freqüência de saída é o dobro da freqüência de entrada. A FÓRMULA FOI MUDADA Onde: V2p é a tensão de pico no secundário do transformador → Especificações do diodo para que ele não se danifique: IDM (Corrente Direta Máxima) ≥ 2 Imed (Corrente média) SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 37 VBR (Tensão de Ruptura ou tensão Reversa Máxima) ≥ V2p 3.3 RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM PONTE Esse retificador é assim chamado por utilizar uma ponte de diodos, conforme mostra a figura 31. Figura 31 – Retificador de Onda Completa em Ponte No retificador de Onda Completa em Ponte, não há a obrigatoriedade de se utilizar o transformador. 3.3.1 Princípio de Funcionamento Durante o semiciclo positivo do sinal de entrada, os diodos D1 e D3 conduzem (polarização direta) e os diodos D2 e D4 cortam (polarização reversa), fazendo com que a tensão na carga seja positiva e igual à tensão no secundário do transformador. Durante o semiciclo negativo do sinal de entrada, os diodos D1 e D3 cortam (polarização reversa) e os diodos D2 e D4 conduzem (polarização direta), fazendo com que a tensão na carga se mantenha com a mesma polaridade que a do semiciclo positivo, ou seja, a corrente se mantém no mesmo sentido pela carga. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 38 3.3.2 Formas de Onda SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 39 3.3.3 Formulário No retificador de onda completa, a freqüência de saída é o dobro da freqüência de entrada. )arg( Im )7,0.(2 :Re .2 : 2 2 aCRL Vmed ed V VmedalDiodo V VmédiaVmedDiodoIdeal p p = − = == π π →Especificações do diodo para que ele não se danifique: IDM (Corrente Direta Máxima) ≥ 2 Imed (Corrente média) VBR (Tensão de Ruptura ou tensão Reversa Máxima) ≥ 2V2p 4 RETIFICADOR COM FILTRO CAPACITIVO A saída de um retificador é uma tensão DC pulsante. A utilização desse tipo de saída está limitada à carga de baterias, rotação de motores DC e algumas outras aplicações. É necessária, para a maioria dos circuitos eletrônicos, uma tensão DC constante, do mesmo tipo da produzida por uma bateria, daí a utilização do filtro capacitivo. A figura 32 mostra um retificador de onda completa com o filtro capacitivo. Uma forma de se reduzir a ondulação é usar um retificador de onda completa com filtro capacitivo. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 40 Figura 32 – Retificador em Ponte com Filtro Capacitivo (Fonte de Alimentação) 4.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Com o primeiro semiciclo do sinal retificado, o capacitor carrega-se através dos diodos D1 e D3 até o valor de pico. Quando a tensão retificada diminui, os diodos em condução ficam reversamente polarizados, fazendo com que o capacitor se descarregue lentamente pela carga RL. No segundo semiciclo, quando a tensão retificada fica maior que a tensão no capacitor, os diodos D2e D4 passam a conduzir, carregando novamente o capacitor até o valor de pico, e assim sucessivamente, formando uma ondulação chamada ripple. Quanto maior o capacitor ou a resistência de carga, menor será a ondulação. O valor médio da tensão de saída (tensão média após filtragem) será chamado de Vmf. O valor de pico a pico do ripple (oscilação) é determinado pela equação: CRLf Vmf Vrpp ...2 = Onde: Vmf ⇒ Tensão média após filtragem f ⇒ freqüência da ondulação RL ⇒ Resistência de carga C ⇒ Capacitor de filtro A corrente média na carga é : RL Vmf f =Im SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 41 O valor da tensão de pico na carga pode ser aproximado para: 2 Vrpp VmfVRLp += A tensão de pico no secundário do transformador será: iarRLp VVpV lim.22 += Especificações dos diodos: IDM ≥ 2 Im f VBR ≥ 2 2 pV Quanto ao transformador, deve ser dimensionado para uma potência superior à de trabalho, utilizando a expressão: fpVPot dortransforma Im.2= Para o projeto de uma fonte de alimentação, deve-se, antes, estipular a tensão média de saída e o ripple desejado para, em seguida, calcular o capacitor necessário para a filtragem, as especificações dos diodos e as especificações do transformador. Síntese da Aula Nesta aula estudamos os circuitos retificadores juntamente com os filtros e reguladores de tensão, que permitem que uma tensão alternada seja convertida em uma tensão contínua. Exercícios propostos 1) Projete uma fonte de alimentação com tensão de alimentação de 110 Vrms/60 Hz e tensão média de saída de 5 V com ripple de 0,1 V, para alimentar um circuito que tem resistência de entrada equivalente a 1 KΩ . Utilizar o retificador em ponte. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 42 Resp: C = 417µF Imf = 5 mA VRLP = 5,05V IDM ≥ 2,5 mA VBR ≥ 6,45 V 2) Projete uma fonte de alimentação com tensão de alimentação de 220 Vrms/60 Hz e tensão média de saída de 5 V com ripple de 0,15 V, para alimentar um circuito que tem resistência de entrada equivalente a 1 KΩ . Utilizar o retificador em ponte. Resp: C= 277 uF 3) Considere o circuito retificador de meia onda abaixo: Determine: (a) a tensão média na carga (b) A corrente média na carga (c) As especificações do diodo (d) As formas de onda no diodo e na carga. Resp: a) Vmd = 5,182V b) Imd = 0,52A c) IDM >= 0,52A e VBR >= 16,97V 4) Considere o circuito retificador de onda completa abaixo: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 43 Dados: A tensão total no secundário é 4Vrms Considere diodo de germânio (Limiar de condução=0,3V) RL= 10Ω Determine: a) A tensão média na carga b) A corrente média na carga c) As especificações do diodo d) As formas de onda nos diodos e na carga. 5) Considere o circuito retificador de onda completa abaixo: Dados: A tensão total no secundário é 25Vrms Considere diodos de silício RL= 10Ω SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 44 Determine: a) A tensão média na carga b) A corrente média na carga c) As especificações do diodo. d) As formas de onda nos diodos e na carga 6) Projetar uma fonte com tensão de entrada de 110Vrms/60Hz e tensão média de saída de 15V com ripple de 0,5V, para alimentar um circuito que tem resistência de entrada equivalente a 500 Ω. Utilizar o retificador de onda completa com derivação central. Resp: 33,33 uF Aula 4___________________________________________ DIODO ZENER Nesta aula estudaremos o diodo zener, que é um componente utilizado na eletrônica com o objetivo de estabilizar ou regular a tensão nos circuitos. Bons Estudos! Objetivos da aula Ao final desta aula você deverá ter condições de: • Identificar as características do diodo zener; • Enumerar as etapas para a elaboração de uma fonte de tensão estabilizada; • Escolher o diodo zener adequado de acordo com a SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 45 aplicação. Conteúdos da aula Acompanhe os assuntos desta aula, se preferir, assinale os conteúdos à medida que for estudando. � Características do Diodo Zener; � Funcionamento do Diodo Zener; � Análise Matemática; � Aplicações Básicas; � Exercícios propostos. 1 DIODO ZENER O diodo zener é um dispositivo que tem quase as mesmas características de um diodo normal. A principal diferença está na forma como se comporta quando está polarizado reversamente, pois o diodo zener foi otimizado para trabalhar na região de polarização reversa. A figura 33 mostra a simbologia do diodo zener. Figura 33 – Simbologia do Diodo Zener O diodo zener é construído com uma área de dissipação de potência suficiente para suportar uma elevada tensão de ruptura ou Breakdown voltage (VBR). Assim, a tensão na qual o efeito ocorre, é denominado de tensão zener (VZ) SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 46 e pode variar em função do tamanho e do nível de dopagem da junção PN. Comercialmente, são encontrados diodos com tensão zener (VZ) de 2 a 200 volts. Pela curva característica do diodo zener, observa-se que a tensão reversa VZ mantém-se praticamente constante, quando a corrente reversa está entre IZmin (mínima) e IZmax (máxima). Nessa região, o diodo zener dissipa uma potência (PZ) que pode ser calculada por: PZ = VZ.IZ Com essa característica de tensão constante, a grande aplicação do diodo Zener é de atuar como regulador de tensão. Figura 34 – Curva Característica do Diodo Zener As principais especificações do diodo zener são: VD: Tensão de condução na polarização direta VZ: Tensão Zener IZmax: Corrente zener máxima IZmin: Corrente zener mínima (IZmin=0,1x IZmax) PZM: Potência zener máxima A tensão VZ permanece constante para correntes entre IZmin e Izmax, podendo o diodo zener ser substituído pelo seu modelo ideal (figura 35). Figura 35 – Modelo ideal do Diodo Zener SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 47 Para que o diodo zener possa atuar na região de estabilização, é necessário limitarmos a corrente entre IZmin e Izmax, para isso deveremos utilizar um resistor limitador de corrente no zener, conforme mostra a figura 36: Figura 36 – Circuito Regulador de Tensão Cálculo do Resistor RS: RLIIzm VZVEm RSRSmáximo + − == max Onde: VEm é a tensão mínima da entrada ou a tensão mínima após filtragem RLM M IIz VZVE RSRSmínima + − == min Onde: VEM é a tensão máxima de entrada ou a tensão maxima após filtragem Assim, RS deve ser : Rsmín <= RS <= Rsmáx Na especificação de um circuito regulador, devemos nos preocupar em calcular o valor adequado da resistência RS, caso a resistência seja menor que Rsmín, o diodo pode ser danificado (caso a corrente gerada seja maior do que IZM) e se a resistência RS for maior que Rsmáx, o zener sairá da região de estabilização, não atuando mais como regulador de tensão. Duas considerações devem ser observadas na obediência desse limite: O diodo zener não regula (desliga), caso a corrente que passa por ele seja menor que a corrente zener mínima (IZmin), como mostramos na figura 34. Essa condição SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 48 limita o valor mínimo da tensão de entrada e o valor máximo da resistência limitadora de corrente. O diodo zener se danifica caso a corrente que passa por ele seja maior que a corrente zener máxima, ou caso a potência dissipada por ele seja maior que a potência zener máxima. Basicamente, o projeto de um regulador de tensão com carga consiste no cálculo da resistência limitadora de corrente RS conhecendo-seas demais variáveis do circuito: • Tensão de entrada (constante ou com ripple) • Carga (fixa ou variável) • Tensão de saída esperada • Especificações do diodo zener Exercícios Resolvidos: 1) Uma fonte de alimentação foi projetada para alimentar uma carga de 6W com tensão de 17V, porém o sinal de saída do filtro capacitivo corresponde a uma tensão de 23V com ripple de 3Vpp. Determinar RS do regulador de tensão que elimina o ripple da fonte e estabiliza sua tensão em 17V. Utilizar o diodo zener com as seguintes características: 2W-5mA Resolução: Temos uma tensão após a filtragem (após o capacitor) de 23V com ripple de 3Vpp. Logo: A tensão mínima de oscilação (VEm) = 23 – 1,5 = 21,5 V A tensão máxima de oscilação (VEM) = 23 + 1,5 = 24,5 V SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 49 Dados do enunciado: VZ = 17V IZM = ? P = V x I → PZ = Vz x IZM → IZM = 2/17 = 0,12A IZm = 5 mA (corrente fornecida) Obs: A potência fornecida é para o cálculo da corrente máxima do zener. Quanto à carga: Como a fonte de alimentação foi projetada para alimentar uma carga de 6W com tensão de 17V, a corrente I RL (máxima) = 6/17 = 0,35A e I RL (mínima) = 0A (sem carga) Agora podemos calcular o Resistor RS: RLIIzm VZVEm RSRSmáximo + − == max Ohms m RSRSmáximo 68,12 35,05 175,21 max = + − == RLM M IIz VZVE RSRSmínima + − == min OhmsRSRSmínima 5,62 012,0 175,24 min = + − == Quando acontece o RS mínimo calculado for maior que o RS máximo não poderemos utilizar o diodo escolhido para o projeto, teríamos que procurar por um outro diodo zener de potência maior. 2) Suponha que um walk-man tem um consumo fixo de 0,25 W em 4,5 V. Projete um regulador de tensão para alimentá-lo com uma bateria de 12V, usando o diodo BZX79B4V7(2W-5mA). Resolução: A tensão antes do diodo zener é de 12V Dados do enunciado: VZ = 12V IZM = ? P = V x I → PZ = Vz x IZM → IZM = 2/12 = 0,167 mA IZm = 5 mA (corrente fornecida) Obs: A potência fornecida é para o cálculo da corrente máxima do zener. Quanto à carga: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 50 Como a fonte de alimentação foi projetada para alimentar um walk-man que tem um consumo fixo de 0,25 W em 4,5 V, a corrente I RL (máxima) = 0,25/4,5 = 55,56 mA e I RL (mínima) = 0A (sem carga) Agora podemos calcular o Resistor RS: RLIIzm VZVEm RSRSmáximo + − == max Ohms mm RSRSmáximo 84,123 56,555 5,412 max = + − == RLM M IIz VZVE RSRSmínima + − == min OhmsRSRSmínima 99,44 0167,0 5,412 min = + − == 3) Dado o circuito abaixo e as especificações do diodo zener, determine os valores máximo e mínimo da tensão de entrada para que o diodo zener funcione como regulador de tensão. Resp: Iremos utilizar a fórmula do cálculo do resistor RS: RLIIzm VZVEm RSRSmáximo + − == max RLM M IIz VZVE RSRSmínima + − == min Como o circuito não tem carga e o valor de RS é fixo, teremos: RS max = RS min = RS = 120 Ohms IRL = 0A Cálculo do VE mínima: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 51 VmVEm IzmRsVzVEm oIzmRsVzVEm 6,8)20(1202,6 )( :log),( =+= += =− Cálculo do VE máxima: VVE IzRsVzVE oIzRsVzVE M MM MM 55,25)161,0(1202,6 )( :log),( =+= += =− Lembre-se que: IZmáximo = PZ /VZ Síntese da Aula Nesta aula estudamos que diodo zener, quando polarizado reversamente (ânodo a um potencial negativo em relação ao catodo), permite manter uma tensão constante aos seus terminais (VZ), sendo por isso muito utilizado para estabilizar ou regular tensão nos circuitos. Exercícios Propostos 1) Uma fonte de alimentação foi projetada para alimentar uma carga de 0,5W com tensão de 15V, porém o sinal de saída do filtro capacitivo corresponde a uma tensão de 22V com ripple de 5Vpp. Determinar RS do regulador de tensão que elimina o ripple da fonte e estabiliza sua tensão em 15V. Utilizar o diodo zener com as seguintes características: 2W-5mA 2) Suponha que um walk-man tem um consumo fixo de 0,45 W em 4,5 V. Projete um regulador de tensão para alimentá-lo com uma bateria de 12V, usando o diodo BZX79B4V7(0,5W-5mA). SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 52 3) Um eliminador de pilha fornece, na saída, uma tensão de 12V com ripple de 3Vpp. Projete um regulador de tensão para alimentar um circuito digital com consumo fixo em 150mA em 5V. Use o diodo BZX79C5V1 (0,5W-5mA). 4) Qual a utilidade do diodo zener? 5) Dado o circuito abaixo e as especificações do diodo zener, determine os valores máximo e mínimo da tensão de entrada para que o diodo zener funcione como regulador de tensão. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 53 Aula 5___________________________________________ REGULADORES DE TENSÃO Nesta aula estudaremos o diodo zener, que é um componente utilizado na eletrônica com o objetivo de estabilizar ou regular a tensão nos circuitos. Bons Estudos! Objetivos da aula Ao final desta aula você deverá ter condições de: • Identificar as características dos reguladores de tensão; • Enumerar as etapas para a elaboração de uma fonte de tensão estabilizada; • Escolher o regulador de tensão adequado de acordo com a aplicação. Conteúdos da aula Acompanhe os assuntos desta aula, se preferir, assinale os conteúdos à medida que for estudando. � Características dos Reguladores e Tensão; � Funcionamento dos Reguladores e Tensão; � Aplicações Básicas; SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 54 � Exercícios propostos. 1 REGULADOR DE TENSÃO O regulador de tensão mantêm a tensão de saída constante (estabilizada) mesmo havendo variações na tensão de entrada ou na corrente de saída. Os reguladores de tensão podem ser implementados com componentes discretos ou podem ser obtidos na forma de circuito integrado (C I ). Os reguladores de tensão na forma de C.Is são mais precisos e tornam o circuito mais compacto pois ocupam menor espaço. Tem-se vários tipos de reguladores de tensão, dentre os quais podemos citar os CIs da série 78XX para tensão positiva e os da série 79XX para tensão negativa. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 55 Observação: As funções dos pinos 1 e 2 da série 79XX são trocadas em relação à série 78XX Nos reguladores 78XX, o pino 1 é a entrada e o pino 2 é o comum (ligado ao terra). Nos reguladores 79XX, o pino 2 é a entrada e o pino 1 é o comum (ligado ao terra). O pino 3 é a saída tanto para o 78XX quanto para o 79XX. Alguns exemplos de CIs reguladores de tensão CI Tensão de saída CI Tensão de saída 7805 + 5V 7905 -- 5V 7806 + 6V 7906 -- 6V 7812 + 12V 7912 -- 12V 7815 + 15V 7915 -- 15V 7824 + 24V 7924 -- 24V As características dos reguladores de tensão 78XX são: Máxima tensão de entrada = 35 V Tensão mínima de entrada é de aproximadamente 3V acima da tensão de saída Máxima corrente de saída = 1 A Máxima potência dissipada = 15 W ==> PD = (Vent -- Vsaída) . IL IL é a corrente de saída. Se PD for maior que 1W deve-se utilizar um dissipador ou radiador de calor para o C.I. Conversor de 12V para 5V com o C.I 7805. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 56 RL é a resistência da carga (LOAD) ou o circuito eletrônico que está sendo alimentado com 5V. Os capacitores C1 e C2 eliminam ruídos de RF e dão maior estabilidade na tensão de saída. Considerando IL = 500 mA , tem-se uma potência dissipada no CI de: PD = ( 12V --5V ).0,5 A => PD = 3,5W ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------- Fonte regulada com uma tensão de +9V na saída Ligando-se um resistor R em série com o pino 2 do regulador 7805 obtém-se uma tensão regulada maior do que 5V. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 57 A corrente no pino 2 é constante e igual a 5 mA. Vsaída = 5V + VR => Vsaída = 5V + 800 . 5mA => Vsaída = 5V + 4V = 9V. R = (Vsaída -- 5V) / 5mA Para ajustar a tensao de saída acima de 5V, utilizar um resistor variável para o resistor R. A tensão mínima de entrada é de aproxidamente 3V acima da tensão de saída. Fonte regulada com uma tensão de +5V na saída Para uma tensão de ondulação muito pequena como o que é exigido pelos circuitos pré-amplificadores de áudio, transmissores de RF, circuitos digitais, etc, deve-se utilizar um regulador de tensão na saída do retificador com filtro. O transformador abaixa a tensão alternada de 127V (rede elétrica) para 7,5V. Os diodos retificam esta tensão alternada de 7,5V. A saída dos diodos é uma tensão contínua pulsante. O capacitor C de 2200 mF filtra esta tensão pulsante e a torna mais próxima de uma tensão contínua pura. O regulador de tensão 7805 estabiliza a tensão de saída em 5V. A tensão de saída é praticamente igual a uma tensão contínua pura de 5V. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 58 Para uma tensão de +12V na saída, troque o 7805 pelo 7812 e utilize o retificador em ponte como mostrado abaixo. Diagrama em blocos de uma fonte de alimentação com tensão de saída regulada SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 59 Fonte simétrica com tensão de saída REGULADA. Fonte regulada e ajustável de 1,25V a 16,5V com o LM317 SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 60 Voltar ao início da página Síntese da Aula Nesta aula estudamos que diodo zener, quando polarizado reversamente (ânodo a um potencial negativo em relação ao catodo), permite manter uma tensão constante aos seus terminais (VZ), sendo por isso muito utilizado para estabilizar ou regular tensão nos circuitos. Exercícios Propostos Aula 5__________________________________________ SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 61 TRANSISTOR BIPOLAR Nesta aula estudaremos o componente eletrônico chamado transistor bipolar, utilizado na eletrônica com o objetivo de chaveamento ou amplificação de sinais. Bons Estudos! Objetivos da aula Ao final desta aula você deverá ter condições de: • Identificar as características do transistor bipolar; • Enumerar os tipos de configurações para polarização do transistor; • Escolher adequadamente a região de atuação do transistor de acordo com a aplicação. Conteúdos da Aula Acompanhe os assuntos desta aula, se preferir, ao terminar, assinale o conteúdo já estudado. � Características do Transistor Bipolar; � Funcionamento dos Transistores NPN e PNP; � Configurações Básicas; � Ponte Quiescente; � Reta de Carga; � Exercícios propostos. 1 IMPORTÂNCIA DO TRANSISTOR BIPOLAR SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 62 Há alguns anos, todo equipamento eletrônico utilizava válvulas, aquelas com bulbo de baixo brilho que, por determinada época, dominaram a nossa indústria (figura 37). O aquecedor de uma válvula típica consumia muitos watts de potência, por isso os equipamentos a válvula exigiam uma fonte de alimentação robusta e criavam uma boa quantidade de calor que constituíam um problema a mais para os projetistas. Figura 37- Equipamentos valvulados Nos anos seguintes, impulsionadas pelas indústrias de rádios e televisores, as válvulas sofreram um grande avanço. A produção aumentou intensivamente, havendo muito investimento em pesquisas. Com isso surgiram o tetrodo (válvula com quatro elementos) e o pentodo (válvula com cinco elementos), melhorando-lhe o desempenho. Dessas pesquisas, obtiveram-se também outros resultados importantes: projetos mais sofisticados, melhores técnicas de fabricação e miniaturização de dispositivos, aplicações em alta freqüência e alta potência, etc. Nos laboratórios de pesquisa da indústria Bell Telephones, em 23 de dezembro de 1947, nos EUA, Walter Brattain e John Bardeen mostraram ao mundo um novo SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 63 conceito em eletrônica: o transistor bipolar (condução nos dois sentidos) ou transistor de junção. Era um dispositivo de estado sólido, de três terminais, que apresentava as seguintes vantagens em relação às válvulas: • Menor tamanho; • Muito mais leve; • Não precisava de filamento; • Mais resistente; • Mais eficiente, pois dissipava menos potência; • Não necessitava de tempo de aquecimento; • Menores tensões de alimentação. Com todas essas vantagens, os transistores revolucionaram a tecnologia eletrônica, permitindo que hoje, com toda a gama de tipos e tecnologias de fabricação, possamos ver as maravilhas que eles fazem. Um exemplo é o microprocessador (coração do computador), que pode chegar a ter um milhão ou mais de transistores em seus circuitos (todos montados numa única pastilha de silício de 25 mm2). 1.1 O TRANSISTOR BIPOLAR Até esse momento, analisamos circuitos compostos por resistores, capacitores e diodos. Esses dispositivos são denominados passivos, pois dissipam toda a potência que lhes é fornecida. O transistor diferencia dos dispositivos passivos (componentes que só consomem energia) porque dissipa apenas uma parte da potência fonte fornecida pela fonte de alimentação, transferindo a outra parte da energia para o sinal presente em sua entrada, por isso o transistor é denominado dispositivo ativo. Com material semicondutor, é possível fabricar diferentes tipos de transistores. O transistor é um dispositivo ativo, portanto, é capaz de amplificar a potência do sinal de entrada. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 64 Por ser um dispositivo ativo, o transistor necessita de uma fonte de alimentação. O transistor apresenta 3 entradas, uma para o sinal de entrada e as outras duas associadas ao sinal de saída e à alimentação. O nome transistor vem do inglês, sendo composto por trans(fer+res)istor, apresenta características de um resistência associada com capacidade de transferir a informação (figura 38). Figura 38 – Funcionamento do transistor O princípio do transistor é poder controlar a corrente, é montado numa estrutura de cristais semicondutores, formando um cristal npn ou pnp, veja a figura 39: Figura 39 – Aspectos Construtivos e Símbolos dos Transistores Observa-se na figura dois tipos de transistores bipolares: o transistor NPN e o transistor PNP. O Terminal chamado Emissor (E) tem como função emitir portadores de carga (elétrons no transistor NPN e lacunas no PNP) para a base; o terminal chamado Base (B), tem a função de controlar a passagem de portadores de carga para o coletor; já o terminal chamado Coletor (C), coleta (recolhe) os SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 65 portadores que vêm da base, o coletor é muito maior que as outras camadas, pois é nele que se dissipa a maior parte da potência gerada pelos circuitos transistorizados. O transistor pnp é o complemento do transistor npn, os portadores majoritários do emissor são as lacunas em vez dos elétrons livres. Isso quer dizer que as correntes nopnp são opostas, ou seja, os sentidos das correntes são contrárias do transistor npn. Para evitar confusão, nos concentraremos no transistor npn no decorrer dos estudos. Da mesma forma que na junção PN dos diodos, nas duas junções J1 e J2 dos transistores, devido à recombinação dos portadores, surgem barreiras de potenciais, cujos valores, a 25 oC, são: Vdz =0,7V para semicondutores de silício e Vdz =0,3V para semicondutores de germânio. 1.2 TENSÕES E CORRENTES NOS TRANSISTORES NPN E PNP A figura 40 mostra um esquema geral de tensões e correntes para os transistores npn e pnp (considerando o sentido convencional de corrente). Figura 40 – Tensões e Correntes nos Transistores Aplicando-se a Primeira Lei de Kirchhoff para as correntes e a Segunda Lei de Kirchhoff para as tensões em ambos os transistores, obtêm-se as seguintes equações: NPN ou PNP: Ie = Ic + Ib NPN : Vce = Vbe + Vcb PNP: Vec = Veb + Vbc SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 66 Onde: Ie ⇒ Corrente de Emissor Ic ⇒ Corrente de Coletor Ib ⇒ Corrente de Base Vce ⇒ Tensão entre o Coletor e Emissor Vbe ⇒ Tensão entre a Base e Emissor Vbc ⇒ Tensão entre a Base e Coletor O transistor pnp é o complemento do transistor npn, os portadores majoritários do emissor são as lacunas em vez dos elétrons. Isso quer dizer que os sentidos de correntes no pnp são opostos ao transistor npn. Considerações: • Um aumento na corrente de base (Ib) provoca um número maior de recombinações, aumentando a corrente de coletor (Ic) e vice-versa. Isso significa que a corrente de base controla a corrente entre emissor e coletor. • A corrente de base, sendo bem menor que a corrente de coletor, uma pequena variação da corrente ib provoca uma grande variação da corrente de coletor. Isso significa que a variação da corrente de coletor é um reflexo amplificado da variação da corrente ocorrida na base. O efeito de amplificação do transistor, denominado ganho de corrente, pode ser expresso matematicamente pela relação entre a variação da corrente de coletor (∆Ic) e a variação da corrente de base (∆Ib), isto é: Ganho de Corrente = ib ic ∆ ∆ 1.3 CONFIGURAÇÕES BÁSICAS Os transistores podem ser utilizados em três configurações básicas: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 67 Base Comum (BC), Emissor Comum (EC) e Coletor Comum (CC). O termo comum significa que o terminal é comum à entrada e à saída do circuito, conforme mostra o esquema da figura 41: Figura 41 – Configurações Básicas com Transistor 1.3.1 Configuração Emissor Comum (EC) Iremos abordar essa configuração por ser a mais utilizada em circuitos transistorizados, por isso os diversos parâmetros dos transistores fornecidos pelos manuais técnicos têm como referência a configuração emissor comum. Nessa configuração (figura 41), a base é o terminal de entrada de corrente e o coletor é o terminal de saída de corrente do circuito, sendo o terminal de emissor comum às tensões de entrada e saída. Figura 42 – Curva Característica de Entrada Emissor Comum SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 68 Para cada valor constante de tensão de saída Vce, variando-se a tensão de entrada Vbe, obtém-se uma corrente de entrada Ib. Observe a Curva Característica de Saída Emissor Comum (EC), na figura 43: Figura 43 – Curva Característica de Saída Emissor Comum Para cada valor constante de corrente de entrada (Ib), variando-se a tensão de saída Vce, obtém-se uma corrente de saída Ic. Nessa curva, distinguem-se três regiões de trabalho do transistor: • Corte ⇒ Ic = 0 • Saturação ⇒ Vce =0 • Ativa ⇒ Região entre o corte e a saturação O transistor pode atuar em três regiões distintas: Região de corte, se comporta chave aberta; Região de saturação, se comporta chave fechada; E região ativa, atuando como amplificador de sinais 1.3.2 Ganho de Corrente na Configuração Emissor Comum Para essa configuração, a relação entre a corrente de saída e a corrente de entrada, ou seja, a relação entre Ic e Ib, determina o ganho de corrente denominado de β (beta) ou hfe (forward current transfer ratio): hfe = β = Ib Ic SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 69 Se a corrente de coletor for muito maior que a corrente de base, o ganho de corrente é sempre muito maior que 1, ou seja, na configuração emissor comum, o transistor funciona como um amplificador de corrente. 1.4 POLARIZAÇÃO DOS TRANSISTORES BIPOLARES Os transistores são utilizados, principalmente, como elementos de amplificação de corrente e tensão, ou como elementos de controle on-off (liga- desliga). Utilizando uma polarização de tensão adequada, consegue-se estabelecer um fluxo de corrente, permitindo que o transistor seja utilizado em inúmeras aplicações como: chaves comutadoras eletrônicas, amplificadores de tensão e de potência, osciladores, etc. 1.4.1 Ponto Quiescente A escolha do ponto quiescente é feita em função da aplicação que se deseja para o transistor, pode estar localizado nas regiões de corte, saturação ou ativa da curva característica de saída, como mostra o gráfico na figura 44: Figura 44 – Curva Característica de Saída com os Modos de Operação O Ponto Quiescente representa o ponto de operação do transistor, de acordo com a aplicação desejada. E este ponto é determinado a partir do traçado da reta de carga. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 70 1.5 RETA DE CARGA Pode-se desenhar uma linha ou reta de carga nas curvas do coletor para dar melhor visão de como um transistor funciona e em que região opera. Considere o circuito da figura 45: Figura 45 – Exemplo de Polarização do transistor A junção base-emissor é polarizada diretamente e a junção base-coletor reversamente. Para isso foram utilizadas duas baterias e dois resistores, limitando as correntes e fixando o ponto quiescente do circuito. Fazendo a análise das malhas, teremos: a) Malha de Entrada VBBVbeibRb =+. ib VbeVBB Rb − = b) Malha de Saída VCCVceicRc =+. Portanto, a equação de ic é: Rc VceVCC iC − = Esta é a equação da reta de carga. Suponha que a tensão de alimentação seja de 10V e a resistência do coletor seja de 5KΩ. Então a equação da reta de carga é: SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 71 5000 10 Vce Rc VceVCC iC − = − = A figura 46 mostra a reta de carga superposta às curvas do coletor. A interseção vertical é Vcc/Rc e a horizontal é Vcc. A interseção da reta de carga com a corrente de base calculada é o ponto Q do transistor (também chamado ponto de operação ou ponto quiescente). Figura 46- Reta de Carga com o Ponto Quiescente Podemos calcular o terminal superior da reta de carga fazendo Vce igual a zero e resolvendo para Ic: mAA Vce Rc VceVCC iC 2002,0 5000 010 5000 10 == − = − = − = A seguir calculamos o terminal inferior da reta de carga, fazendo Ic igual a zero e determinando o valor de Vce: VVCCVceLogo RciCVceVCC 10: 0. == ==− Para que um transistor funcione, é necessário polarizar corretamente as junções, da seguinte forma: A junção base- emissor deve ser polarizada diretamente e a junção base- coletor deve ser polarizada reversamente. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 72 1.6 CIRCUITO DE POLARIZAÇÃO POR DIVISOR DE TENSÃO NA BASE Equacionamento do circuito: VCC RBRB RB Vb . 21 2 + =VbeVbVe −= RE VbeVb RE Ve iEiC − === iCRCVcVCC .=− VbeVbVe VeVbVbe −= −= VeVcVce −= Trace a reta de carga com o ponto quiescente do circuito a seguir, considerando: RB1=6,8KΩ; RB2=1KΩ; RC=3KΩ; RE=750Ω; VCC=30V Solução: A tensão máxima Vce é de 30V (transistor em corte), e a corrente máxima iC (transistor saturado) é: mA RERC VCC iC 8008,0 )7503000( 30 )( == + = + = . SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 73 VVCC RBRB RB Vb 85,330. 68001000 1000 . 21 2 = + = + = mA RE VbeVb RE Ve iEiC 2,40042,0 750 7,085,3 == − = − === iCRCVcVCC .=− Logo: ViCRCVCCVc 4,17)0042,0.3000(30. =−=−= VVbeVbVe 15,37,085,3 =−=−= VVeVcVce 3,1415,34,17 =−=−= Agora podemos traçar a reta de carga com o ponto quiescente: Síntese da Aula Nesta aula estudamos que o comportamento básico dos transistores em circuitos eletrônicos é fazer o controle da passagem de corrente entre o emissor e o coletor através da base. Isso é conseguido, polarizando-se adequadamente suas junções. Exercícios Propostos 1) Quais as vantagens dos transistores em relação às válvulas? SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 74 2) Para o funcionamento de um transistor, como devem estar polarizadas suas junções? 3) Quais as relações entre as correntes e as tensões num transistor NPN e PNP? 4) De que forma a corrente de base controla a corrente entre emissor e coletor? 5) Explique o efeito amplificação. 6) Relacione as três regiões de trabalho do transistor, identificando de que forma suas junções estão polarizadas. 7) Trace a reta de carga com o ponto quiescente do circuito a seguir: RB1= 8,2KΩ; RB2=2,2KΩ; RC=3,7KΩ; RE=820Ω; VCC=15V SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 75 Aula 12___________________________________________ TRANSISTOR COMO CHAVE Nesta aula estudaremos o funcionamento do transistor bipolar como chave eletrônica, ou seja, como elemento de controle on-off. Bons estudos! Objetivos da Aula Ao final desta aula você deverá ter condições de: • Identificar as características do transistor bipolar como chave; • Identificar os tipos de configurações para polarização do transistor como chave; • Parametrizar adequadamente o transistor para que atue na região de corte e saturação. Conteúdos da Aula Acompanhe os assuntos desta aula, se preferir, assinale os conteúdos à medida que for estudando. � Importância do Transistor como chave; � Circuitos de polarização; � Equacionamento da malhas; � Exemplos de Aplicações � Exercícios propostos. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 76 1 TRANSISTOR COMO CHAVE Um transistor operando na região de saturação e de corte funciona como uma chave, ou seja, como elemento de controle on-off, conduzindo ou não corrente elétrica (figura 47). Figura 47 – Analogia Transistor x Chave Quando comparada com uma chave mecânica, uma chave eletrônica apresenta vantagens e desvantagens. Vantagens: -Não apresenta desgaste; - Não apresenta arco voltaico; - Velocidade de comutação muito alta. Desvantagens: - Apresenta uma pequena queda de tensão, pois apresenta uma resistência de condução; - A chave quando aberta, apresenta uma pequena corrente de fuga (nA); - Dissipa potência ao conduzir, necessitando de dissipador. 1.1 CIRCUITO DE POLARIZAÇÃO O circuito de polarização utilizado nessa aplicação é o de base constante com duas fontes de alimentação, e a fonte de polarização da base é o sinal de entrada que controla o transistor, cortando-o (chave aberta) ou saturando-o (chave fechada) SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 77 (Figura 48). Figura 48 – Transistor Operando com Chave 1.2 TRANSISTOR EM CORTE OU COMO CHAVE ABERTA Para que o transistor opere na região de corte ou como chave aberta (figura 49) é necessário: - A tensão de entrada deve ser menor que Vbe. Nessa situação, todas as correntes são aproximadamente nulas (nA para transistor de Silício e µA para transistor de Germânio), ou seja, a corrente pelo coletor é considerada nula ( iC = 0A) e a tensão de saída é máxima (VCEcorte =VCC). Figura 49: Transistor no corte e circuito equivalente (chave aberta) SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 78 Para que efetivamente o transistor opere como uma chave eletrônica, é preciso garantir sua saturação para qualquer tipo de transistor, sob todas as condições de funcionamento, variação da temperatura, correntes, ββββ, etc. 1.3 Transistor Saturado ou como Chave fechada Para que o transistor opere na região de saturação ou como chave fechada é preciso: - A tensão de entrada deve ser maior que Vbe. Nessa situação, a corrente de coletor é máxima ( iCsat ), dentro do limite imposto pela polarização do transistor e a tensão de saída é mínima (VCEsat =0V). - Na prática, ao projetar uma chave eletrônica com transistor, utiliza-se a corrente de base na ordem de 1/10 da corrente de coletor, cuja condição irá garantir a saturação do transistor (figura 50). Figura 50 - Transistor na saturação e circuito equivalente (chave fechada) Para dimensionar RB e RC, utiliza-se análise de malhas: a) Malha de entrada para dimensionamento de RB iB VbeVe RB − = b) Malha de saída para dimensionamento de RC SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 79 iC VceVCC RC − = Como o corte do transistor depende apenas da tensão de entrada, o cálculo dos resistores de polarização é feito baseando-se apenas nos parâmetros de saturação. O transistor operando como chave, tem como característica o emissor diretamente aterrado. Um transistor comum, quando saturado, apresenta VCEsat de aproximadamente 0,3V e um valor mínimo de β (ou hfe) entre 10 e 50, apenas para garantir a saturação. A corrente de coletor de saturação (iCsat) depende da resistência acoplada no coletor ou da corrente imposta pelo projeto. Portanto, as equações ficam: iBsat VbeVe RB − = e iCsat VCEsatVCC RC − = Calcule RB e RC no circuito abaixo para que o transistor sature com IC = 10mA. Solução: kOhmRC mA RC VCC iCsat 2,1010,0/12 10010,0 == === Para saturar IB = ICsat / βmin = 10mA /100 = 0,1mA adotando IB = 0,2mA e como RB = (VB - VBE)/IB = (5 – 0,7)/0,2mA = 21,5K ohm Adotamos o valor comercial imediatamente abaixo (aumenta mais ainda a garantia de saturação ) no caso RB = 18K. SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral 80 1.4 APLICAÇÕES DO TRANSISTOR COMO CHAVE Na elaboração do projeto, deve-se tomar o cuidado de não ultrapassar os valores máximos especificados pelo fabricante, como corrente de coletor, corrente de base, tensão entre coletor e emissor, potência de dissipação, etc. a) Acionamento Direto com Transistor para acionar o LED No circuito, deseja-se que o LED seja acionado quando a chave estiver na posição ON e desacionado quando a chave estiver na posição OFF. Os resistores de polarização do transistor devem ser calculados considerando a região de saturação, ou seja, quando a chave estiver na posição ON. � Equacionamento da malha de saída: Ohm xiCsat VdiodoVCEsatVCC RCLogo IdiodoiCsat VdiodoVCEsatVCCVRC 288 1025 5,13,09 : 3 = −− = −− = = −−= − Valor Comercial : RC=270 Ohm Potência de RC: mWxxIRP satCCRC 75,168)1025(270 232 . === − SOCIESC – Sociedade Educacional de Santa Catarina Eletrônica Geral
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