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APS - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - EXECUÇÕES

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APS – DIREITO PROCESSUAL CIVIL: EXECUÇÕES. 
 
 
PERGUNTA 1 
Numa execução de título executivo extrajudicial, o juiz de direito da 2ª Vara Cível determinou a penhora 
de 30% dos vencimentos do executado, sob o argumento de que tal penhora preserva o suficiente para 
a manutenção do executado e da sua família. Considerando que o crédito não tem natureza alimentar 
e que a penhora não incidiu sobre o excedente a 50 salários-mínimos mensais, analise a decisão judicial 
à luz do art. 833 do CPC e da ponderação entre os interesses envolvidos, especialmente o direito do 
exequente à satisfação do crédito e a proteção da dignidade do executado e de sua família. 
O Aluno deverá inserir o trabalho que consistirá na análise do julgado. 
 
RESPOSTA: 
 
Conforme o art. 833, inciso IV, do Código de Processo Civil, teoricamente, não 
poderia haver a penhora dos vencimentos do devedor. 
Art. 833. São impenhoráveis: 
IV - Os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos 
de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias 
recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua 
família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, 
ressalvado o § 2o; 
 
Porém, a jurisprudência vem se consolidando no sentido da mitigação dessa 
proibição, pois uma vez que esses créditos não são de natureza alimentar e seja 
preservado o suficiente para sua subsistência digna, a constrição pode ser feita. 
 
Isso acontece, pois, o STJ tenta estabelecer um equilíbrio entre as partes, os quais 
recebem, um tratamento processual isonômico, de um lado, o direto do credor à 
satisfação do crédito executado e, de outro, o direito do devedor a responder pelo 
débito com a preservação de sua dignidade. 
 
Portanto nos casos de impenhorabilidade (e sua extensão), só se revela necessária, 
adequada, proporcional e justificada a impenhorabilidade, daquela parte do 
patrimônio do devedor que seja efetivamente necessária à manutenção de seu 
mínimo existencial, à manutenção de sua dignidade e de seus dependentes. 
 
 
 
 
2 
Logo, podemos perceber que as decisões do STJ, buscam equilibrar os direitos 
fundamentais em conflitos, como no caso em comento. Assegurando a garantia do 
mínimo existencial e da dignidade do devedor, sem desassistir a efetividade do 
processo e a satisfação do crédito pleiteado. 
 
Por fim, acredito que a decisão do juiz, do caso em comento, buscou o equilíbrio 
entra as partes, respeitando a dignidade do devedor, e a satisfação do crédito do 
credor. Por mais que tenha “ignorado” o art. 833, inciso IV, do CPC, a decisão foi 
correta.

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