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CIVIL4 (3001) - THAYS SANTOS DA COSTA - CASOS CONCRETOS

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - FIB
THAYS SANTOS DA COSTA
Matrícula 201802386572
CASOS CONCRETOS CIVIL IV (TURMAS 3001)
CASO CONCRETO 1
Wade Wilson alugou um apartamento de propriedade de Peter Parker em Belém (PA). O contrato de locação previu: valor e pagamento do aluguel, dever de cuidados com o bem, as taxas de condomínio serem de responsabilidade de Wade Wilson (locatário) e que a duração do contrato é de 3 anos. Assim durante todo o lapso contratual o locatário cumpriu o contrato, pagando em dia o aluguel e o valor da taxa de condomínio, bem como manteve o devido cuidado com o bem. Véspera da data de devolução do apartamento Peter Parker recebeu comunicação do município de Belém informando que havia débito de 2 anos nos valores referente ao IPTU do apartamento. Com fulcro no informado responda:
a) Peter Parker pode cobrar os valores referente ao IPTU de Wade Wilson, vez que este era responsável pelo imóvel durante o período? Explique.
Não, o IPTU trata-se de obrigação propter rem, assim o titular do dever de pagamento desta parcela é o proprietário do bem. Apenas poderia ser cobrado de Wade Wilson se houvesse cláusula no contrato de locação dispondo neste sentido.
b) Vencido o prazo de 3 anos do contrato, caso Wade Wilson recuse-se a devolver o apartamento, quais características do Direito das Coisas Peter Parker pode dispor para impor seu direito de propriedade sobre o bem? Explique.
c) O apartamento é de Peter, seu direito é oponível erga omnes, inclusive contra Wade; Caso Wade não entregue, Peter poderá impor seu direito de sequela e buscar o bem, tomando-o de Wade; A propriedade é exclusiva de Peter, Wade apenas exerceu, temporariamente, posse e, por fim, os direitos de Peter são taxativos, vez que dispostos no Código Civil.
CASO CONCRETO 2
Mogli comprou uma mansão de 1.200 m² em Balneário Camboriú (SC), tendo realizado o devido registro em cartório desta compra. Esta mansão serve apenas como casa de veraneio, vez que é uma casa de praia. Pocahontas resolveu passar o carnaval em Balneário Camboriú, assim realiza contrato de locação com Mogli, o contrato firmado é por temporada (período do carnaval), sendo pactuado o valor e data de devolução do imóvel (12:00 h da quarta-feira de cinzas), analisando a presente situação responda:
a) Pocahontas tornou-se possuidora do imóvel? Qual das teorias sobre a posse abraça esta situação? Explique
a) Sim, conforme a teoria objetiva (Ihering). Pocahontas realizou o contrato apenas com a intenção passar uma curta temporada, assim não há intenção de dispor do bem como seu. Nesta teoria dispõe-se apenas do corpus, sem necessidade de animus. 
b) Classifique a posse apresentada.
Derivada, direta, justa e boa-fé.
c) Quando Pocahontas chegou à casa conheceu o Sr. Aladdin, caseiro contratado por Mogli para cuidar da casa de praia. Pode-se afirmar que Aladdin é possuidor da casa? Explique
Não, Aladdin é mero detentor de posse, pois ele conserva a posse em nome e em cumprimento de ordens de Mogli (art. 1.198, CC)
A necessidade do conhecimento da presente matéria é fundamental para o exercício de atividades jurídicas, bem com o a realização de negócios e transmissão de bens. V eja a plica ção d este t ema e m questão da OAB:
33 (OAB FGV V II EXAME U NIFIC ADO 2012) Acerca do instituto da posse é correto afirmar que
A) o Código Civil estabeleceu um rol taxativo de posses paralelas.
B) é admissível o interdito proibitório para a proteção do direito autoral. 
C) fâmulos da posse são aqueles que exercitam atos de posse em nome próprio.
D) a composse é uma situação que se verifica na comunhão pro indiviso, do qual cada possuidor conta com uma fração ideal sobre a posse.
CASO CONCRETO 3
Sheldon em suas andanças pela cidade do Rio de Janeiro descobriu um apartamento em Copacabana desocupado e anunciado para aluguel. Sem conversar com o proprietário desse imóvel, Sheldon informou à portaria do prédio que comprou o imóvel e entraria para tomar posse. Após adentrar o apartamento ele trocou as fechaduras das portas de acesso, colocou uma banheira no banheiro da suíte e apresentou-se a todos do prédio como novo proprietário do imóvel. O Sr. Holowitz, verdadeiro proprietário do imóvel, tomou conhecimento da invasão realizada por Sheldon 1 mês após o ato e contratou advogado para realizar a proteção dos direitos sobre sua propriedade. Assim, pergunta-se:
a) Qual foi a espécie de ataque a posse? Qual o remédio cabível para defendê-la? Explique
Neste caso aconteceu ESBULHO, vez que o invasor retira a posse diretado proprietário. A forma de defesa será uma ação de reintegração de posse do tipo força nova, em razão da proteção ser feita antes de ano e dia da perda da posse.
b) Em razão da ação judicial Sheldon deverá devolver o imóvel, quanto à banheira instalada no apartamento, ele terá direito de ser indenizado?
Não, pois o possui dor de má- fé somente é indenizado das benfeitorias necessárias, não havendo direito quanto às benfeitorias voluptuárias, conforme: Art 1220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
c) Caso, durante o período que ocupou indevidamente o imóvel, Sheldon tenha alugado dois quartos do apartamento para turistas em veraneio na cidade do Rio de Janeiro, pelo valor de R$ 10.000,00, ele poderá ficar com este valor?
Não, pois ele alugou b em que não era seu enquanto estava na posse de má -fé, assim o Sr. Holwitz terá direito de ser indenizado por estes valores, conforme: ?Art. 1216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. A necessidade do conhecimento da presente matéria é fundamental para o exercício de atividades jurídicas, a seguir serão dispostas duas jurisprudências. Analise como o conteúdo ministrado é aplicado em nossos tribunais e observe a necessidade do conhecimento dos concei tos.
Jurisprudência 01 para análise Aplicação de boa-fé e posse justa 488839 96- APELAÇÃO CÍVEL. DIREIT O CIVIL. CONTRATOS. PRINCÍPIO DA BOA -FÉ OBJETIVA .AFIRMAÇÃO . ALIENAÇÃO DE BEM IMÓVEL. CADEIA DE TRANSMISSÃO. INADIMPLEMENTO. NÃO COMPROVAÇÃO. TERCEIRO DE BOA-FÉ. AFIRMAÇÃO. PEDIDO DE IMISSÃO NA POSSE NEGATIVA. JUSTO TÍTULO E BOA-FÉ. MELHOR POSSE. EXERCÍCIO DE FATO. SENTENÇA MANTIDA
1. O pedido de rescisão do contrato e retorno ao status quo ante por inadimplemento exige que o autor não pratique ato de violação à boa-fé objetiva, com o efetuar nova alienação do bem imóvel a non domino e, ainda, efetivamente provar o descumprimento da contrapartida firmada em sua exata medida, tudo de forma a se dar cumprimento aos deveres anexos de lealdade e cooperação, contemplados no estatuto civilista.
2. Possuidor é aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não , de algum dos poderes inerentes à propriedade, de vendo a posse ser justa e de boa-fé ,não tendo sido adquirida por meio de violência, meio precário o u de forma clandestina.
3. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa -fé, salvo prova em contrário.
4. Quando o mesmo imóvel é negociado para dois compradores, ocorrendo então uma venda a non domino do bem, deve preponderar a precedência e a melhor posse, com o exercício de fato, a qual se sobrepõe a mera posse supostamente jurídica.
5. Apelação conhecida e desprovida. Sentença mantida. (TJ- DF; APC201 0.11. 1.000 996-9 ; Ac. 1 09.78 41; Sexta Turma Cível; Rel. Des. Carlos Rodrigues; Julg . 09/ 05/20 18; DJD FTE 30/ 05/20 18) Fonte: D VD M AGIST ER ?Edição 80 Jurisprudência 0 2 par a análise Caso de Composse 4 88833 50 - APELAÇÃO CIVEL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. COM POSSE. UNIÃO ESTÁVEL. AFASTAMENTODO LAR. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. 1. Sendo justa e de boafé a posse exercida pela companheira, antes e após o afastamento de seu companheiro do lar, em razão da prática de violência doméstica, deve ser ela, companheira, mantida na posse do imóvelobjeto do litígio. 2. Negou-se provimento ao apelo da autora. (TJ-DF; APC 2014.09.1.004126-7; Ac. 109.7973; Quarta Turma Cível; Rel. Des. Sérgio Rocha; Julg. 16/05/2018; DJDFTE 29/05/2018) Fonte: DVD MAGISTER Edição 80
CASO CONCRETO 4
Verônica é proprietária de uma casa em bairro estritamente residencial na cidade de João Pessoa (PB). Verificando as possibilidades de negócio a mesma observa que estão chegando as festas juninas, como Verônica precisa urgentemente de dinheiro resolve montar uma fábrica de fogos de artifício em sua casa, para tanto recebe meia tonelada de pólvora e outros itens para a produção dos fogos. Archie, seu vizinho, testemunha a entrega destes itens, imediatamente ele a questiona sobre os riscos desta atividade. Verônica de forma calma e serena responde que a propriedade da casa é dela e assim ela pode fazer o que bem quiser em seu imóvel. Por ser dono a pessoa pode fazer o que bem entender no imóvel? Explique.
Não, o direito de propriedade deve respeitar o princípio da função social da propriedade e as disposições d e lei sobre o s limites do exercício da propriedade. E no caso disposto Verônica está desrespeitando ambos, vez que uma área residencial não pode ser utilizada para atividade perigosa.
CASO CONCRETO 5 - Bentinho é proprietário de um terreno em Ribeirão Corrente (SP), este terreno tem as seguintes dimensões: 100 metros de testada (frente), 100 metros de fundos, 500 m na lateral esquerda e 500 m na lateral direita (100m X 500m). Seu vizinho é Escobar, que possui um terreno muito menor que o de Bentinho, sendo uma área de 40m X 500 m, não há cercas entre as duas áreas. Bentinho resolveu plantar Café em seu Terreno, tendo contrato diversas pessoas para realizar o plantio, deixando um capataz responsável pelos serviços. Ocorre que Bentinho precisou ausentar-se durante o período do plantio, infelizmente o capataz não conhecia os limites do terreno, tendo usado toda a área de Escobar, em razão da inexistência de cerca. Escobar em diversas visitas à área viu o cultivo e nada falou. No dia que foi concluída a plantação, Escobar construiu cerca separando seu terreno da área de Bentinho e disse que aquela área era dele e ninguém tinha direito a nada sobre aquela plantação. Escobar está correto ou Bentinho pode alegar ter algum direito? Qual? Explique.
Escobar está errado, aconteceu acessão artificial. Para solucionar a questão deve-se avaliar se houve boa ou má-fé, neste caso, claramente, há boa-fé por parte de Bentinho e seus empregados, assim deve ser adotada a saída do art. 1.255, C C. Bentinho tem direito a ser indenizado.

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