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Princípios de terapia antimicrobiana – questões para estudo 1. Quais os critérios para escolha de um antimicrobiano? A escolha dos antimicrobianos deve ser baseada em informações relacionadas ao local da infecção, ao agente microbiológico, à gravidade, dados epidemiológicos (agentes causadores mais frequentes, microbiota local), paciente e fármaco a ser utilizado. Em relação ao local da infecção, é importante definir/presumir a origem da infeção (comunitária ou hospitalar). Assim, deve-se verificar o perfil de sensibilidade dos microrganismos. Quanto ao agente causal e a gravidade, quando não se dispões da identificação do patógeno, deve-se considerar possíveis causas para a infecção, baseando-se em dados clínicos e resultados anteriores de culturas na região (comunidade) ou instituição (hospital). Sobre o paciente, é importante considerar: • idade; • história pregressa de hipersensibilidade a antimicrobianos; • funções hepática e renal; • possível gravidez; • estado imunológico; • coagulopatias; • história de alergias. • uso recente de antibióticos; • se está hospitalizado há muito tempo ou se foi hospitalizado recentemente; • perfil de sensibilidade dos microrganismos aos antimicrobianos; • freqüência dos microrganismos nos diferentes tipos de infecção; • doença de base; • possível insuficiência de órgãos. Sobre o antimicrobiano: • composição química e modo de ação; • farmacocinética (absorção, distribuição, metabolismo e excreção); • espectro de atividade; • dose a ser prescrita; • via, intervalo e forma de administração; • via e forma de eliminação; • distribuição (pelos tecidos, cavidades e líquidos orgânicos); • capacidade de interagir com outros antibióticos (sinergismo ou antagonismo, potencialização de efeitos); • incompatibilidade farmacêutica; • potencial de induzir cepas bacterianas resistentes; • efeitos adversos (toxicidade, reações de hipersensibilidade e manifestações colaterais); • contra-indicações; • custo. CARACTERÍSTICAS DO ANTIMICROBIANO IDEAL Ação bactericida; Espectro o mais específico possível; Menor MIC; Maior nível no local da infecção; Melhor comodidade posológica; Compatível com o estado clínico do paciente; Menos tóxico; Mais barato. 2. Para a mesma infecção, o tratamento deve ser o mesmo na comunidade e no hospital. Por quê? 3. Em dois hospitais, o protocolo de tratamento de pneumonia hospitalar deve ser o mesmo? A resposta para as questões 2 e 3 é a mesma: não há como usar o mesmo tratamento pois a microbiota da comunidade e de cada uma das instituições é diferente e apresenta perfis de sensibilidade também diferentes. Sobre o perfil de sensibilidade, é importante lembrar: Dois importantes conceitos devem ser lembrados ao se considerar o uso dos antimicrobianos: Espectro de ação é o percentual de espécies sensíveis (número de espécies/ isolados sensíveis); Potência ou concentração inibitória mínima (MIC, MIC50, MIC90) é a concentração de antimicrobiano necessária para inibir o crescimento bacteriano, de forma que quanto menor o MIC, maior a potência e, quanto maior a potência, maior a dificuldade da bactéria em desenvolver resistência. Estes conceitos devem sempre ser exercitados na prática clínica diária. Quando se conhece a etiologia da doença, deve-se prescrever sempre drogas de menor espectro e maior potência. A meningococcemia, por exemplo, é uma infecção muito grave, entretanto, não há necessidade de ampliar o espectro antimicrobiano, mas intensificar sua potência, utilizando a penicilina G cristalina por via parenteral e em doses altas. Nos casos de sepse grave, sem definição etiológica, por outro lado, deve-se ampliar o espectro, procurando atingir os microorganismos mais prováveis. Os antimicrobianos podem ser classificados de várias maneiras, considerando seu espectro de ação, o tipo de atividade antimicrobiana, o grupo químico ao qual pertencem e o mecanismo de ação. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS VARIÁVEL CLASSIFICAÇÃO EXEMPLO ESPECTRO DE AÇÃO Antifúngicos Anfotericina B Anaerobicidas Metronidazol Gram-positivos Oxacilina Gram-negativos Aminoglicosídeo Amplo espectro Ceftriaxona ATIVIDADE ANTIBACTERIANA Bactericida Quinolona Bacteriostático Macrolídeo GRUPO QUÍMICO Aminoácidos Betalactâmico Açúcares Aminoglicosídeo Acetatos/propionatos Tetraciclina Quimioterápicos Sulfa MECANISMO DE AÇÃO Síntese da parede celular Beta-lactâmico Permeabilidade de membrana Anfotericina B Síntese protéica Aminoglicosídeo Ácidos nucléicos Quinolona O uso de antimicrobianos exerce sempre um efeito de pressão seletiva sobre os microorganismos envolvidos, de modo a causar dois efeitos possíveis: Eliminação dos patógenos sensíveis e recolonização por cepas resistentes, não formando vazio ecológico; Indução de resistência nos patógenos envolvidos e remanescentes. 4. Para os antibióticos, os estudos clínicos controlados são realizados apenas para identificação de possíveis reações adversas já que a eficácia pode ser prevista considerando as características da bactéria e os alvos dos fármacos? Explique. A eficácia de qualquer medicamento, inclusive antimicrobianos, deve ser avaliada por meio de estudos clínicos controlados pois a reação in vivo é muito diferente do que acontece in vitro. Além disso, há ainda a necessidade de estudos de farmacovigilância para acompanhamento das possíveis reações adversas. 5. Sempre existe a necessidade de profilaxia cirúrgica? Por quê? A profilaxia antimicrobiana em cirurgia é um instrumento importante na prevenção da infecção do sítio cirúrgico (ISC), no entanto, sua ação é limitada, razão pela qual não substitui as demais medidas de prevenção. Adicionalmente, a profilaxia cirúrgica está diretamente ligada ao desenvolvimento de microbiota resistente, razão pela qual seu uso deve ser racional e justificado tecnicamente. A eficácia da profilaxia depende diretamente do modo de sua administração: o momento de início, a repetição intra-operatória e a sua duração. De um modo genérico, a profilaxia pode ser indicada nas seguintes condições: 1. O risco de desenvolvimento de ISC é alto, como nas cirurgias de cólon. 2. O risco de desenvolvimento de ISC é baixo, mas se a infecção ocorre, suas conseqüências são potencialmente desastrosas. É o caso de implante de próteses e cirurgia cardíaca. 3. Embora o risco de ISC seja baixo, o paciente tem uma grande propensão à infecção. Os critérios para se determinar a propensão não estão bem definidos, embora possam ser citados o diabetes descompensado, o uso prolongado de corticosteróides, a desnutrição ou obesidade extremos. PARÂMETRO RECOMENDAÇÃO COMENTÁRIO Objetivo da profilaxia Prevenção da infecção de sítio cirúrgico. Não previne outras infecções. Eficácia limitada, portanto não substitui outras medidas e nem diminui risco em caso de quebra de técnica. Início da profilaxia Deve ser realizado aproximadamente 1 hora antes do início da cirurgia, ou na indução anestésica. Profilaxia iniciada mais do que duas horas antes ou três horas após a incisão não possui eficácia demonstrada. Em procedimentos obstétricos a dose do antimicrobiano pode ser administrado após o clampeamento do cordão. Profilaxia em trauma obedece normas diferentes. Escolha do antimicrobiano Deve ser pouco tóxico, e não deve ser aquele utilizado para tratamento de infecções hospitalares graves. As cefalosporinas de primeira ou segunda geração são, na maioria das situações, os que melhor se encaixam neste contexto. Dose inicial do antimicrobiano Deve ser a dose tradicional do antimicrobiano. Para pacientes com peso >80kg a primeira dose poderá ser o dobro da convencional. Doses adicionais no intra- operatório Devem ser realizadas em caso de perda maciça desangue, ou quando a duração do procedimento se prolonga. Repetição intra-operatória numa freqüência maior do que em outras situações de uso do mesmo antimicrobiano é recomendada. Duração da profilaxia Na maioria das situações não deve exceder o período intra- operatório. Mesmo em situações de risco ou em contaminações acidentais, o prolongamento da profilaxia não está associado a um melhor resultado clínico. Exceção em procedimentos selecionados, os quais não há consenso em literatura, como implante de prótese e cirurgia cardíaca. Duração superior a 48 horas é considerada inapropriada. Duração da profilaxia em caso de manutenção de sondas, cateteres, cânulas e drenos Não recomendada. Profilaxia não eficaz nestas situações. 6. A cultura e o antibiograma são sempre necessários? Por quê? Não, necessariamente. É sempre bom e importante a determinação do microrganismo causador da infecção porém em alguns casos, ou porque é muito provável a etiologia da doença infecciosa, ou porque o estado do paciente é crítico, há necessidade de início do tratamento empírico. Seguem algumas das etiologias mais frequentes para algumas infecções: FOCO PRIMÁRIO ETIOLOGIA MAIS FREQUENTE Ouvido e seios da face Pneumococo, Haemophilus, S. aureus, Moraxella catharralis Foliculite, celulite, abscesso muscular S. aureus Endocardite infecciosa Streptococcus viridans, enterococo Endocardite em toxicômano S. Aureus, S. Epidermidis Trato genital feminino Streptococcus sp. , anaeróbios (Bacterioides), enterobactérias Presença de próteses e cateteres vasculares S. aureus, S. epidermidis Gangrena gasosa Clostridium sp. Grande gueimado S. aureus, Pseudomonas sp., E. coli Vias biliares e trato gastrintestinal Enterobactérias, anaeróbios Perfuração de alça intestinal Enterobactérias, Pseudomonas sp., anaeróbios Trato urinário E. coli, enterobactérias Necrose e úlceras em diabéticos Anaeróbios, S. aureus, Streptococcus sp., enterobactérias Neutropênico febril S. aureus, S. epidermidis, enterobactérias, Pseudomonas sp. Como no primeiro atendimento usualmente não se conhece, com certeza, a etiologia, a escolha do antimicrobiano no tratamento empírico deve procurar sempre responder sempre as seguintes questões: Trata-se realmente de uma infecção? É uma infecção comunitária ou hospitalar? Qual o foco? Qual a faixa etária do paciente? Quais as condições predisponentes? Qual a gravidade da infecção? Como estão as funções hepática e renal? Em paciente do sexo feminino, verificar gravidez. 7. O que é descalonamento da terapia antimicrobiana? Estudos têm demonstrado que infecções adquiridas em ambientes de alta prevalência para germes multirresistentes (ex: UTI’s), especialmente em sítios extra-urinários, deverão ser empiricamente tratadas com antimicrobianos de largo espectro, conforme os padrões de sensibilidade local, considerando que a taxa de mortalidade pode elevar-se quando o esquema inicial é inadequado. Os pacientes que se enquadram nesta modalidade terapêutica são aqueles: internados por longos períodos (usualmente mais que 5 a 7 dias); em unidades com alta prevalência de microrganismos multirresistentes; que usaram antimicrobianos recentemente; que foram submetidos a procedimentos invasivos e/ou; que tiveram contato com portadores de microrganismos multirresistentes. Ressalta-se, entretanto, que esta relativa permissividade na prescrição de drogas de uso especial deverá ser equilibrada pela substituição precoce do esquema terapêutico por outro de menor espectro sempre que permitido pelos resultados de culturas, incluindo-se a possibilidade de suspensão dos antimicrobianos, caso a evolução clínica e os resultados negativos de culturas sugiram a ausência de infecção. Tal equilíbrio dependerá do grau de conhecimento técnico e da firmeza de posições das lideranças da unidade, sendo fundamental para a preservação da microbiota hospitalar. Segue um texto interessante sobre o assunto: Descalonamento antibioticoterapia em pacientes com sepse grave/choque séptico Título: A beira do leito do paciente em choque séptico é um local adequado para se discutir o impacto da antibioticoterapia de amplo espectro na emergência de agentes multiresistentes? A resposta para a pergunta acima não é simples. A estratégia de descalonar a antibioticoterapia após o resultado de culturas faz muito sentido. Os profissionais que controlam o uso de antimicrobianos ressaltariam “Não devemos confundir ESPECTRO da antibioticoterapia com POTÊNCIA da antibioticoterapia. O pneumococo multisensível responderá ao Cefepime ou a Penicilina Cristalina de formas igualmente efetivas”. Os intensivistas rebateriam “O paciente chegou em choque séptico. Desenvolveu SARA, insuficiência renal aguda e coagulopatia. Conseguimos uma estabilização inicial mas o paciente ainda encontra-se em falência multiorgânica. NÃO É HORA DE ALTERAR O ANTIBIÓTICO”. O controlador de antibióticos pára, pensa e rebate: “Este paciente vai permanecer na UTI por um longo período. O desenvolvimento de infecção hospitalar é quase certo. Diminuir a pressão seletiva dos antibióticos de amplo espectro neste momento significa diminuir a possibilidade de infecção por germes multiresistentes em um futuro bem próximo”. Este intrigante debate esta longe do fim. Se existe um paciente que se beneficia do uso de antibióticos, este paciente é aquele que se encontra em sepse grave/choque séptico. Isto é demonstrado, por exemplo, no trabalho de Kumar e cols “Duration of hypotension before initiation of effective antimicrobial therapy is the critical determinant of survival in human septic shock. Crit Care Med 2006 Vol. 34,6) 1589-96. Contudo, a preocupação com a emergência de agentes multiresistentes é universal. Enterobactérias produtoras de carbapenemase, Staphilococcus aureuscom resistência intermediária a vancomicina e Acinetobacter baumannii pan resistentes fazem parte da flora, de forma endêmica, de uma série de grandes hospitais ao redor do mundo. Parece claro que a “Surviving sepsis campaign” obteve sucesso na sua tentativa de alertar os médicos sobre a melhor forma de abordar o doente em sepse grave e choque séptico. Entretanto, a percepção da sepse como uma emergência médica pode, de certa forma, contribuir para o uso exagerado de antibióticos. Ao tentar corrigir um erro histórico, o de negligenciar a gravidade dos doentes sépticos, talvez estejamos produzindo uma nova distorção, que é a de aceitar o uso de antibioticoterapia de amplo espectro sem se preocupar com o impacto epidemiológico da mesma a longo prazo. Estamos vivendo uma verdadeira “curva de aprendizado”. Neste momento, o descalonamento parece ser uma estratégia baseada, fundamentalmente, no bom senso. Em tempos de medicina baseada em evidências, é necessário provar o papel do bom senso através de um trabalho duplo cego, prospectivo, randomizado. Dr. Luís Felipe Bachur / Prof. Dr. Reinaldo Salomão Fonte: http://www.infectologia.org.br/diretrizes-consensos?id=578 8. O que é terapia sequencial? Com o surgimento de diversos antimicrobianos com ótima biodisponibilidade, como: fluoroquinolonas, oxazolidinonas, metronidazol, clindamicina, sulfametoxazol /trimetoprim, fluconazol e voriconazol, dentre outros, tornou-se possível a rápida transição de tratamentos, inicialmente prescritos pela via parenteral para a via oral, reduzindo custos, tempo de internação e complicações associadas a cateteres vasculares, além de propiciar um maior conforto para os pacientes, sem alterar as taxas de sucesso terapêutico, como comprovado por estudos randomizados. Embora ideal, não é estritamente necessário que a transição seja feita com drogas da mesma classe (Ex: vancomicina endovenosa poderá ser trocada por linezolida ou oral). Discussões prévias com o corpo clínicopoderão aumentar a taxa de adesão. http://www.infectologia.org.br/diretrizes-consensos?id=578 Para que regimes de terapia seqüencial sejam bem sucedidos, as seguintes condições deverão ser respeitadas: tendência à estabilização do quadro clínico; absorção gastrintestinal preservada; disponibilidade de drogas orais com cobertura adequada para os germes isolados. Como em qualquer prática de prescrição, abusos deverão ser evitados, especialmente com as novas drogas (ex: linezolida, daptomicina, tigecilina), no intuito de se preservar o seu perfil de sensibilidade. Outras questões relevantes: POSOLOGIA As doses devem ser adequadas de acordo com a gravidade do caso. Casos mais leves devem ser medicados com doses mais baixas e por via oral. Os casos mais graves devem ser tratados com doses mais elevadas e por via intravenosa. Em presença de hipotensão ou hipoperfusão tecidual, não fazer administração intramuscular. Do ponto de vista técnico pode-se afirmar que o tratamento das infecções deve ser feito com doses que atinjam níveis maiores de concentração inibitória mínima (MIC50). Nos casos graves as doses devem atingir níveis maiores que a concentração bactericida mínima (MIC90). De um modo geral, estes antimicrobianos devem ser mantidos por dois a três dias após terem cessado todos os sintomas. SITUAÇÕES ESPECIAIS São situações em que a prescrição dos antimicrobianos deve ser adaptada às condições do paciente, como na insuficiência renal, insuficiência hepática, interação com outras drogas, gestação, lactação, recém-nascidos ou idosos. AJUSTE DO ANTIMICROBIANO NA INSUFICIÊNCIA RENAL O ajuste pode ser feito de duas formas: diminuindo-se as doses do medicamento ou aumentando o intervalo entre as doses. Em ambos os casos o clearance de creatinina estimado é o parâmetro que deve ser utilizado para cálculo do ajuste. CÁLCULO DO CLEARANCE DE CREATININA ESTIMADO Clearence de Creatinina (ml/min) = (140-idade) x (Peso)/Creatinina sérica x 72 Obs.: Se mulher, multiplicar o resultado por 0,85 Utilizando-se a dose fracionada de aminoglicosídeo, empiricamente, pode ser calculado o intervalo entre as semanas. Este cálculo é feito multiplicando-se o valor da creatinina sérica por uma constante para se calcular o intervalo das doses: Gentamicina = Creatinina sérica multiplicada por 8 Amicacina = Creatinina sérica multiplicada por 9 Clearence Creatinina (ml/min) GENTAMICINA (Dose 24 horas) AMICACINA (Dose 24 horas) >50 3-5 mg/kg 15 mg/kg 30 a 50 2,5 - 3 mg/kg 9 - 12 mg/kg 10 a 30 1 - 1,5 mg/kg 4 - 9 mg/kg <10 0,5 - 1 mg/kg 2 - 4 mg/kg FATORES DE RISCO DE NEFROTOXICIDADE DOS AMINOGLICOSÍDEOS AUMENTAM O RISCO DIMINUEM O RISCO Relacionados ao paciente: Idade avançada, nefropatia, depleção de volume, hipotensão arterial, disfunção hepática Relacionados ao paciente: Jovens, função renal e hepática normais, normovolêmicos Relacionados à droga: Uso recente de aminoglicosídeos, doses elevadas, tratamento prolongado, intervalos curtos Relacionados à droga: Sem uso recente de aminoglicosídeos, doses normais ou ajustadas, tratamento curto, dose única diária Outras drogas concomitantes: Vancomicina, Anfotericina B, Furosemida, Clindamicina Outras drogas concomitantes: Associação com Beta-lactâmicos CRITÉRIOS PARA ASSOCIAÇÃO DE ANTIBIÓTICOS Em situações especiais, torna-se necessária a associação de dois ou mais antimicrobianos a fim de se obter ação sinérgica entre os mesmos, ampliação do espectro de ação ou ainda melhor proteção de pacientes com imunodepressão. As drogas a serem associadas devem ter, preferencialmente, as seguintes características: ação bactericida, mecanismo de ação diferente, espectro específico e menor custo. LEITURA SUGERIDA 1. TAVARES, W. Manual de antibióticos e quimioterápicos antiinfecciosos. 3a ed. São Paulo: Editora atheneu, 2001. 1. MONTE, R. L.; VICTORIA, M. B. Manual de rotina para coleta microbiológica. Manaus: Gráfica Máxima, 2002. 2. PATTERSON, J. E. Extended spectrum beta-lactamases: A therapeutic dilemma. Pediatr Infect Dis J, v. 21, n. 10, p.957-9, 2002. 3. BAUGHMAN, R. P. Antibiotic resistance in the intensive care unit. Curr Opin Crit Care, v. 8, n. 5, p.430-4, 2002. 4. PARADISI, F.; CORTI, G.; SBARAGLI, S., et al. Effect of antibiotic pretreatment on resistance. Semin Respir Infect, v. 17, n. 3, p.240-5, 2002. 5. LARSON, L. L.; RAMPHAL, R. Extended-spectrum beta-lactamases. Semin Respir Infect, v. 17, n. 3, p.189-94, 2002. 6. ACAR, J. F. Resistance mechanisms. Semin Respir Infect, v. 17, n. 3, p.184-8, 2002. 7. GOULD, I. M. Antibiotic policies and control of resistance. Curr Opin Infect Dis, v. 15, n. 4, p.395-400, 2002. 8. ANDES, D. Pharmacokinetic and pharmacodynamic properties of antimicrobials in the therapy of respiratory tract infections. Curr Opin Infect Dis, v. 14, n. 2, p.165-72, 2001. ANTIMICROBIANOS DE USO CLÍNICO DROGAS APRESENTAÇÃO POSOLOGIA INTERVALO PARA-EFEITOS Amicacina Amp. 2ml (50mg/ml) AD: 1g/dia 1x/dia ou 8/8h Insuficiência renal (ajuste) Ototoxicidade Amp. 2ml (250mg) 15 mg/kd/dia Ampicilina Fr.amp 500mg e 1000mg AD: 1-2g/dose 6/6h ou 4/4h Hipersensibilidade Caps. 500mg e 1000mg VO: 50-100 mg/kg/dia Susp. 60ml (50mg/ml) IV: 100-300 mg/kg/dia Ampicilina + Sulbactam Fr. 1,5g e 3g AD: 1,5-3g/dose VO: 12/12h Hipersensibilidade Comps. 375mg (Sulfamicilina) 100-300mg/kg/dia IM ou IV: 6/6h Amoxicilina Cáps. 250mg e 500mg AD: 500mg-1g/dose 12/12h ou 8/8h Hipersensibilidade Susp. 60ml (25mg/ml) 30-50mg/kg/dia Azitromicina Comps. 250mg, 500mg e 1g AD: 250-500mg/dia Dose única diária Intolerância digestiva Fr. 500mg VO: 5-20 mg/kg/dia IV: 10mg/kg/dia Anfotericina B Fr.-amp. 50mg 0,25-1mg/kg/dia (máximo 500mg/dia) Dose única diária Flebite, febre, hipopotassemia, nefro e cardiotoxicidade Cefalexina Cáps. 250mg e 500mg AD: 500mg-1g/dose 6/6h Hipersensibilidade Susp. 60ml (25mg/ml) 30-40 mg/kg/dia Cefalotina Fr.-amp. 1g AD: 1-2g/dose 6/6h ou 4/4h Hipersensibilidade 50-200 mg/kg/dia Cefepime Fr.-amp. 1 e 2g AD: 1-2g/dose 12/12h ou 8/8h Hipersansibilidade 150mg/kg/dia Ceftazidima Fr.-amp. 1g AD: 1-2g/dose 8/8h ou 6/6h Hipersensibilidade 50-200 mg/kg/dia Ceftriaxona Fr.-amp. 500mg e 1g AD: 1-2g/dose 1x/dia ou 12/12h Hipersensibilidade 50-100 mg/kg/dia Cetoconazol Comps. 200mg AD: 200-400mg/dose Dose única diária Intolerância digestiva 5-10 mg/kg/dia Ciprofloxacina Fr.-amp. 100ml (2mg/ml) VO: 250-750mg 12/12h Neurotoxicidade Comps. 250mg e 500mg IV: 200-400mg Claritromicina Comps. 500mg AD: 500mg/dose 12/12h Intolerância digestiva Amp. 500mg VO: 15-30mg/kg/dia IV: 15mg/kg/dia Clindamicina Fr.-amp. 2ml (150mg/ml) AD: 300-600mg/dose 8/8h ou 6/6h Diarréia Cáps. 150mg e 300mg VO: 15-30mg/kg/dia IV: 20-40mg/kg/dia Cloranfenicol Fr.-amp. 1g AD: 250mg-1g/dose 6/6h Anemia aplástica Comps. 250mg VO ou IV: 50- 100mg/kg/dia Susp. 60ml (25mg/ml) Eritromicina Comps. 250mg AD: 250mg-1g/dose 6/6h Intolerância digestiva Susp. 60ml (25mg/ml) VO: 30-40mg/kg/dia Gatifloxacina Comps. 400mg VO ou IV: 400mg/dia Dose única diária Neurotoxicidade Fr. 400mg Gentamicina Amp. 1ml (20mg/ml) AD: 240mg/dia 1x/dia ou 8/8h Insuficiência renal Amp. 2ml (40mg/ml) 3-5 mg/kg/dia Ototoxicidade Imipenem + Cilastatina Fr.-amp. 500mg AD: 500mg-1g/dose 6/6h Hipersensibilidade 30-60mg/kg/dia Neurotoxicidade Metronidazol Fr. 100ml (5mg/ml) AD: 250-750mg/dose 8/8h ou 6/6h Neuropatia Comps. 250mg e 400mg VO: 10-40mg/kg/dia Intolerância digestiva Susp. 100ml (40mg/ml) IV: 20-40mg/kg/dia Nistatina Susp. 40ml (100.000UI) 100.000-500.000 UI 6/6h ou 4/4h Oxacilina Fr.-amp. 500mg AD: 1-2g/dose 6/6h ou 4/4h Hipersensibilidade 50-200mg/kg/dia Penicilina G benzatina Fr.-amp. 600.000 UI 300.000-1.200.000UI Dose única Hipersensibilidade Fr.-amp 1.200.000UI PenicilinaG cristalina Fr.-amp. 1 milhão UI AD: 1-4 milhões UI/dose 4/4h Hipersensibilidade Fr.-amp. 5 milhões UI 50.000-500.000 UI/kg/dia Penicilina G procaína + cristalina Fr.-amp. 300.000+100.000UI 300.000-600.000 UI 1x/dia ou 12/12h Hipersensibilidade Sulfadiazina Comps. 500mg AD: 500mg-1,5g/dose 6/6h Hipersensibilidade 75-100mg/kg/dia Hepatotoxicidade Sulfametoxazol+Trimetoprima Amp. 5ml (40mg+8mg/ml) AD: 400mg-1,6g/dose (SMX) VO: 12/12h Hpersensibilidade Susp. 50ml (40mg + 8mg/ml) VO: 20-100 mg/kg/dia (SMX) IV: 6/6h ou 4/4h Hepatotoxicidade Comps. 400mg + 80mg IV: 50-100mg/kg/dia Tetraciclina Cáps. 250mg e 500mg AD: 250-500mg/dose 6/6h Intolerância digestiva VO: 20-40mg/kg/dia Vancomicina Fr.-amp. 500mg AD: 500mg-1g/dose 12/12h ou 6/6h Insuficiência renal 30-40 mg/kg/dia Ototoxicidade, flebite Legenda: Amp. = ampola; Fr. = frasco; Fr.-amp. = frasco ampola; Cáps = cápsulas; Comps.=comprimidos; Susp.=suspensão; VO=via oral; IV=intravenoso; IM=intramuscular; AD=adultos; SMX=sulfametoxazol “O jovem médico começa a vida com vinte drogas para uma doença, já o velho médico termina sua vida com uma única droga para vinte doenças”. William Osler (1903)
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