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prática IV 16

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO _ JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA 
COMARCA DA CAPITAL DO …/…
 Processo n …
 MARIA CÂNDIDA, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da carteira de 
identidade n …, expedida pelo …, inscrita no CPF sob o n …, endereço eletrônico, residente e 
domiciliada …, por seu advogado devidamente constituído conforme instrumento de mandato em 
anexo, com endereço profissional …, endereço eletrônico …, nos autos da AÇÃO DE 
ANULAÇÃO, que tramita pelo rito especial da Lei 9.099/95, em face de ENERGIA'S, …, inscrita 
no CNPJ sob o n …, inconformado com a respeitável sentença de fls. …, vem, tempestivamente, 
interpor
RECURSO INOMINADO COM EFEITO SUSPENSIVO
 ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do …, apresentando as razões em anexo, assim 
como o comprovante de recolhimento das custas relativas ao preparo da presente peça 
processual no prazo do artigo 42, parágrafo 1 da Lei 9.099/95, pelo que requer ainda seja o 
mesmo recebido no efeito devolutivo e no efeito suspensivo, de acordo com o artigo 43 da Lei 
9.099/95, eis que a decisão recorrida pode causar um dano irreparável à recorrente.
Nestes Termos,
Pede Deferimento. 
Local, (dia) de (mês) de (ano).
Advogado
OAB
RAZÕES DO RECURSO INOMINADO
RECORRENTE: MARIA CÂNDIDA
RECORRIDO: ENERGIA'S
PROCESSO N: …
AÇÃO: ANULATÓRIA
COLENDA TURMA RECURSAL,
 
 Merece anulação a respeitável sentença recorrida em virtude de error in procedendo, já que a 
realização da perícia é desnecessária ao destino da controvérsia, conforme entendimento já 
consolidado do Juizado Especial Cível. 
 
 DA TEMPESTIVIDADE
 Esclarece a recorrente que a interposição do presente recurso encontra-se em conformidade 
com o que prescreve os artigos 219 e 224 do Código de Processo Civil e artigos 12-A e 42 da Lei 
9.099/95, quanto à contagem e prazo, tendo sido interposto no prazo de 10 (dez) dias.
 Conforme publicação, verifica-se que no dia ..., a parte recorrente na presente ação de 
anulação foi intimada por meio de seu advogado sobre sentença, proferida pelo Juiz do … Juizado 
Especial Cível da Comarca da Capital do Estado .… 
 Sendo assim, tem-se como prazo, 10 (dez) dias, para a interposição do presente recurso 
inominado, o dia ..., demonstrando-se a clara e azada tempestividade.
 
 DOS FATOS 
 A recorrente propôs ação de anulação em face da recorrida por ter sido coagida a assinar 
confissão de dívida no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), pois segundo a concessionária de 
serviço público, quando da visita de inspeção do medidor em sua residência, constatou 
irregularidade no medidor, conhecido popularmente como "gato", e que se não assinasse seria 
interrompida a prestação de serviços.
 A recorrente informou, ainda, que mesmo com o valor parcelado em 5 prestações mensais e 
sucessivas não tem condições financeiras de arcar com este pagamento mais os valores 
referentes ao seu consumo mensal, o que certamente resultará na interrupção na prestação de 
serviço de energia elétrica, uma vez que os dois valores juntos são superiores ao seu salário.
 A recorrida, em contestação, alegou a validade da confissão de dívida, por ser a recorrente 
maior, o objeto lícito e a forma prescrita em lei. Afirmou ainda em preliminar, a
incompetência do juizado para julgamento da demanda face à necessidade de perícia para
saber se o medidor de energia elétrica havia sido alterado ou não. 
 Por sua vez, o magistrado acolheu a preliminar de incompetência e julgou extinto o processo 
sem resolução do mérito.
 Pelo exposto, não encontrou a recorrente outra alternativa senão interpor o presente recurso. 
 DOS FUNDAMENTOS
 I - DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA 
 
 Segundo a recorrida, ao comparecer na residência da recorrente, constatou irregularidade no 
medidor, conhecido popularmente como “gato”. A partir disso, a coagiu no sentido de que se não 
assinasse confissão de dívida no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), seria interrompida a 
prestação de serviços, ou seja, a recorrente ficaria sem energia elétrica. Diante de tal ameaça, a 
recorrente assinou o documento.
 Contudo, não pode a empresa, unilateralmente, efetuar a cobrança de multa de recuperação 
de consumo sem esclarecer como alcançou o valor cobrado, ou seja, a recorrida não pode 
simplesmente lavrar o Termo de Ocorrência de Irregularidade (TOI) e atribuir à recorrente a 
responsabilidade, sob pena de assim estar infringindo o princípio do contraditório e o princípio da 
ampla defesa, que estão previstos no artigo 5, inciso LV da Constituição da República Federativa 
do Brasil de 1988.
 II - DA INDISCUTÍVEL RELAÇÃO DE CONSUMO ENTRE AS PARTES
 É certa a existência de relação de consumo entre as partes, sendo a recorrente e a recorrida 
elementos subjetivos do vínculo jurídico, respectivamente consumidor e fornecedor do serviço, 
como dispõe os artigos 2 e 3 do Código de Defesa do Consumidor. Serviço este elemento objetivo 
da relação. 
 Uma vez preenchidos todos os requisitos caracterizadores do negócio jurídico presente, não 
restam dúvidas de que trata-se de uma relação de consumo, devendo ser aplicado o Código de 
Defesa do Consumidor. 
 III - DO IMPEDIMENTO DA COBRANÇA DE MULTA POR TOI EM CONJUNTO COM A FATURA 
DO SERVIÇO DE ENERGIA
 A recorrente paga o valor do TOI parcelado em 5 prestações mensais e sucessivas mais os 
valores referentes ao seu consumo mensal de energia. Sendo assim, a recorrente não tem 
condições de arcar com tais cobranças, mas teme pela interrupção na prestação de serviço de 
energia elétrica, uma vez que os dois valores juntos são superiores ao seu salário. O que não lhe 
é legítimo, haja vista a proibição dessa suspensão do serviço e também a proibição de cobrança 
de TOI e consumo na mesma fatura. 
 Nesse sentido, a Lei Estadual n 7.990/2018 do Rio de Janeiro, em seu artigo 1, proíbe a 
cobrança de multa por meio do Termo de Ocorrência de Irregularidade (TOI) no mesmo boleto do 
serviço de luz. Assim, vale realçar: 
 "Art. 1º Fica proibida a cobrança de qualquer valor decorrente da lavratura de Termo de 
Ocorrência de Irregularidade (TOI) ou instrumento análogo no mesmo boleto, fatura ou conta no 
qual se remunere o serviço de luz, água e gás, no âmbito do Estado do Rio de Janeiro.”
 "Art. 3º Fica proibido o corte, suspensão ou interrupção do serviço pelo não pagamento dos 
valores decorrentes da lavratura de Termo de Ocorrência de Irregularidade (TOI) ou instrumento 
análogo.”
 IV - DA DISPENSABILIDADE DA PROVA PERICIAL
 A recorrida, em contestação, alegou em preliminar, a incompetência do juizado para julgamento 
da demanda face à necessidade de perícia para saber se o medidor de energia elétrica havia sido 
alterado ou não. O magistrado acolheu a preliminar de incompetência e julgou extinto o processo 
sem resolução do mérito. 
 Fato é que a prova técnica pode se amoldar ao procedimento dos Juizados Especiais, já que a 
necessidade de produção de prova pericial, por si só, não influi na definição da competência dos 
Juizados Especiais, na forma do artigo 35 da Lei 9.099/95. A Lei Especial de 9.099/95 prevê que 
todos os meios de prova são hábeis para demonstrar a veracidade dos fatos alegados pelas 
partes e, quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos de sua confiança, permitida 
às partes a apresentação de parecer técnico. 
 Sendo assim, a arguição de incompetência e seu consequente acolhimento não está de acordo 
com a Lei Especial que trata dos Juizados Especiais. 
 DO EFEITO SUSPENSIVO 
 Ante todo o exposto acerca dos fatos, com a incapacidade financeira da recorrente de pagar os 
boletos de TOI e energia elétrica, a decisão do juízo de primeira instância é totalmente capaz de 
causar dano grave e de difícil reparação à recorrente.
 Há uma indiscutível possibilidade de interrupção de sua energia elétrica, assim como o não 
pagamento do serviço dá azo ao cadastramento deseu nome no Serviço de Proteção ao Crédito 
(SPC). Ademais, estamos diante de uma efetivação da extinção do processo, como decidido na 
sentença, o que se, porventura, prosperar, traz morosidade à tutela da recorrente. 
 Com isso, faz-se necessário o emprego do duplo efeito de forma excepcional, como dispõe o 
artigo 43, 2 parte, da Lei 9.099/95.
 DO PEDIDO 
 Diante do exposto, requer a esta Colenda Turma Recursal:
 1) seja conhecido e provido o presente recurso, atribuindo-lhe efeito suspensivo, para anular a 
sentença recorrida, reconhecendo a competência do juízo e invalidar a confissão da dívida 
firmada entre as partes; 
 2) a intimação da recorrida para, querendo, apresentar suas contrarrazões;
 3) a condenação da recorrida ao ônus da sucumbência. 
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Local, (dia) de (mês) de (ano).
Advogado
OAB

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