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FREQUÊNCIA DE DIREITO FISCAL

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1. CARACTERÍSTICAS DO IMPOSTO/UTILIDADE SOCIAL
Em modos de contextualização, deve-se, desde já, mencionar onde é que a figura do imposto se enquadra. Primeiramente, é necessário fazer referência ao Direito Financeiro, que é composto por um conjunto de normas que regulamentam as receitas e as despesas públicas, sendo que a sua elaboração se denomina Orçamento de Estado. Por sua vez, e englobado neste último, aparece-nos o Direito Tributário, composto por um conjunto de normas que regulamentam ou disciplinam os tributos, que podem ser: os impostos, as taxas, as contribuições especiais…. Finalmente, surge o Direito Fiscal, que é o ramo do Direito Público (pois entre o contribuinte e o Estado não existe uma relação de igualdade, mas sim de soberania por parte deste último) que disciplina a receita pública, denominada impostos. O Direito Fiscal é, pois, um ramo de direito autónomo, minado de leis próprias (conjunto de diplomas), que lhe conferem autonomia. Posto isto, centremo-nos então na figura do imposto, uma prestação pecuniária, unilateral, definitiva e coativa.
Tendo em conta que a figura do imposto se baseia em 3 elementos distintos, é de extrema importância identifica-los e diferencia-los:
· Elemento Objetivo:
· Prestação: quanto ao elemento objetivo, o imposto é uma prestação. A relação jurídica de imposto tem um carácter obrigacional e não real. 
· Pecuniário: assume-se assim, uma vez que o imposto é pago, na generalidade dos casos, através de meios monetários (ou seja, concretizada em dinheiro), porém, nem todos têm natureza pecuniária, por exemplo, o imposto de selo. 
· Unilateral: não corresponde ao imposto uma contraprestação especifica a favor do contribuinte, sendo uma prestação unilateral no presente e no futuro; não se recebe nada em troca; A esta prestação não corresponde qualquer contraprestação por parte do credor da receita (Estado), em termos diretos. Assim se distingue o imposto do empréstimo forçado e da taxa. Na taxa existe a prestação de um serviço pelo Estado.
· Caracter definitivo/Prestação definitiva: O imposto tem carácter definitivo, ou seja, não dá ao sujeito passivo qualquer direito a um reembolso, retribuição ou indemnização. Todas as importâncias que o sujeito passivo transfere para o sujeito ativo não são reembolsadas, a não ser que haja uma tributação indevida.
· Coativa/Segundo a lei: O imposto é uma prestação imposta por lei e só temos imposto quando os pressupostos que integram a previsão legal definida se verificam na prática. Mesmo no caso de impostos locais, a própria fonte desses impostos está na lei, é legal. A soberania fiscal exerce-se quando o Estado cria impostos. Quando o Estado aparece a exigir um imposto já criado, ele aparece não como Estado soberano, mas como entidade administrativa.
· A favor do Estado: é este quem arrecada o imposto, origem maior das suas receitas; exigida pelo Estado ou outros entes públicos
· Sem carácter de sanção: pois não se destina a punir atos ilícitos (distingue-se das multas e coimas por este facto).
· Elemento subjetivo: relaciona-se com a incidência do imposto, acompanhado das características objetivas supramencionadas. O imposto é uma prestação que se dirige a detentores de capacidade contributiva (pessoas singulares e coletivas; Art.4 LGT) e a favor de entidades que exerçam funções públicas (não se limita a titularidade ativa dos impostos só as pessoas coletivas publicas, podendo-se incluir neste espetro pessoas privadas que exerçam funções publicas).
· Elemento teleológico: tem a ver com o fim do imposto. Com o alargamento da intervenção do Estado de Direito Social o imposto aparece não só como mecanismo de satisfação das necessidades públicas, como também de redistribuição da riqueza, de proteção da indústria, como elemento de intervenção nos rendimentos gerados pela economia, etc. O imposto tem, pois, finalidades fiscais (receitas do estado) e extra-fiscais (intervenção na economia). A própria CRP, no art. 103, refere-se à afetação do imposto. Falamos de um ponto de vista finalista, quando falamos das funções do imposto, que culminam com o seu objetivo, falamos em duas funções essenciais: função fiscal, o Estado ocorre à satisfação das suas necessidades (o lançamento de um imposto aplicável a todos com a mesma taxa) e uma função social, o Estado procura corrigir a distribuição das riquezas e os seus efeitos (imposto proporcional às possibilidades dos contribuintes, ver Art.104.º CRP). Em suma, os impostos visam a satisfação das necessidades publicas (educação, saúde, segurança), exigidas pelas entidades públicas que exercem as funções publicas, excluindo-se, como já foi dito, uma finalidade sancionatória. As necessidades privadas somos nós que satisfazemos através do nosso salario.
EM SUMA: Juridicamente e de um modo geral, o imposto é o objeto, a prestação patrimonial devida (é a conduta exigida ao devedor, aqui a prestação é pecuniária, isto porque ela é avaliável em dinheiro, por isso há quem lhe chame de prestação pecuniária patrimonial), de natureza definitiva (não confere ao devedor a sua devolução), com carácter obrigacional (é o objeto de uma obrigação fiscal), estabelecido por lei (prestação do imposto é feita independentemente da vontade do prestador lei formal), exigível a quem tem capacidade contributiva, a favor de entidades que exercem funções públicas (entidades que exerçam funções públicas, em regra pessoas coletivas de direito público, servem para obter receitas e satisfazer necessidades públicas), com carácter de unilateralidade (não pressupõem uma contrapartida direta e individualizada) e sem carácter de sanção (não constitui sanção de um ato ilícito), revertendo a favor do Estado, com vista à realização de fins públicos.
2. FIGURAS TRIBUTÁRIAS AFINS
Quando falamos das figuras afins do imposto (Art.3º LGT), falamos em subdivisões que, juntamente com o imposto, integram o setor dos tributos. Esta divisão normalmente assume uma estrutura binária/bipartida/dicotómica, no sentido em que temos duas subdivisões que separam os tributos em tributos unilaterais (impostos) e tributos bilaterais (taxas). Na categoria financeira de tributos incluem-se, pois, ao lado dos impostos, que já caracterizei, os conceitos das taxas, as coimas e as multas, sendo que estas duas últimas implicam necessariamente uma finalidade sancionatória (o que as difere dos impostos e das taxas). Numa perspetiva tripartida dos tributos, tempos a seguinte classificação: impostos, taxas e contribuições especiais.
Taxa (artº 4º nº 2 LGT): consistem em prestações estabelecidas pela lei a favor de uma pessoa coletiva de direito publico, como retribuição de serviços individualmente prestados, da utilização de bens de domínio publico ou da remoção de um limite jurídico à atividade dos particulares. Em contraposição com a figura do imposto, o elemento principal que distingue esses dois conceitos, é a existência ou inexistência de uma contraprestação por parte do sujeito ativo da respetiva relação (Estado), ou seja, fala-se do caracter unilateral do imposto em contraposição com a natureza bilateral da taxa, os quais resultam de, num caso, o facto gerador do tributo consiste na mera revelação de determinada capacidade contributiva e, no outro de tal facto se traduzir numa ocorrência diretamente ligada a uma atividade do sujeito ativo, de que beneficia individualmente o sujeito passivo. Por outro lado, as taxas bastam-se com a reserva à lei parlamentar (ou decreto-lei parlamentarmente autorizado) do seu regime geral e a sua medida assenta no principio da proporcionalidade. Para aferirmos se estamos ou não perante uma taxa, realizam-se dois testes, o da bilateralidade e o da proporcionalidade entre prestação e contraprestação. Nas taxas as pessoas pagam em função do benefício extraído. Ex: taxa de parqueamento, taxa de emolumentos, …). Ou seja, consiste em receitas públicas determinadas por lei, a favor de pessoas coletivas de direito público, resultantes da utilização de serviços e/ou bens públicos e da concessão deautorizações administrativas. Constituem desta forma uma contrapartida da utilização de algo, pelo que configuram uma relação bilateral entre os sujeitos envolvidos e de forma voluntária.
Quando estamos perante infrações fiscais, ou seja, perante o incumprimento das obrigações fiscais, podemos mencionar dois tipos de sanções de atos ilícitos (é de relembrar que o imposto não é uma sanção de um ato ilícito): as contraordenações (ilícitos de mera ordenação social) e os ilícitos penais. Como tal, podem ser punidos, por exemplo, por coimas ou multas, respetivamente. 
Quando nos referimos a coimas, referimo-nos a infrações administrativas (sem natureza criminal), ou seja, a coima é a sanção aplicável no âmbito do direito de mera ordenação social, constituindo “uma sanção de natureza administrativa, aplicada por autoridades administrativas, com o sentido dissuasor de uma advertência social”, traduzindo-se na imposição do pagamento de uma quantia fixada nos termos da lei. Às infrações fiscais sem natureza criminal, isto é, àqueles cujos factos constitutivos são qualificados como preenchendo um tipo legal de contraordenação, a sanção aplicável é uma coima. Em suma, a coima é uma sanção pecuniária que, em regra, é aplicável por uma autoridade administrativa.
A multa, por sua vez, é uma pena de natureza criminal/jurisdicional e, consequentemente, de natureza pessoal, pelo que não é transmissível nem pode ser paga por terceiro, sendo que, em caso de incumprimento, esta pode ser convertida em dias de prisão, o que nunca pode suceder com a coima. Os princípios gerais que o RGIT define e estabelece aplicam-se quer aos crimes, quer às contra- -ordenações. Podemos definir contraordenação como o facto típico, ilícito e culposo declarado punível por lei tributária anterior, cujos elementos constitutivos não preenchem um tipo legal de crime.
Distinção entre multa e coima: O que verdadeiramente distingue a coima da multa, é a particularidade de que a multa, caso não seja paga, pode ser convertida em prisão e a coima não pode. A coima quando não paga no prazo estabelecido no processo de contraordenação evolui para execução e é realizada, no caso das coimas fiscais, a sua cobrança coerciva – artigo 65.º do RGIT.
3. MOMENTOS/FASES DA VIDA DO IMPOSTO; LIQUIDAÇÃO DO IMPOSTO «STRICTO SENSU»
Tendo em conta que a figura do imposto pode ser perspetivada de um ponto de vista dinâmico, é certo que podemos enumerar uma série de momentos em que se desdobra a sua vida. Posto isto, destacam-se dois momentos essenciais aquando da vida do imposto: 1) têm-se o momento do estabelecimento, criação, instituição ou incidência; 2) têm-se o momento que corresponde à sua aplicação, efetivação, administração ou gestão.
De um modo geral, para que exista um imposto, este sem que ser criado e é necessário que exista um bem ou uma situação sobre que ele recaia ou incida (objeto do imposto), a que corresponde um determinado valor (Matéria Coletável), uma pessoa a quem deva ser exigido o seu pagamento (devedor, contribuinte, sujeito passivo do imposto) e uma taxa que permita determinar o montante da prestação a pagar. 
Assim sendo, num primeiro momento, temos a criação do imposto, que se traduz num momento legislativo, ou seja, o imposto é criado por lei (ART. 103º, N.º 2, CRP), estando sujeito às exigência do principio da legalidade fiscal, pelo que a sua disciplina é da responsabilidade da A.R., que tem competência exclusiva para legislar sobre impostos (Artº 165º nº 1 alínea i) CRP), sendo esta também uma competência relativa, pois a A.R. pode autorizar o governo a legislar, mas com os termos definidos pela A.R., assim esta nunca perde o controlo das grandes linhas do ato normativo que vier a ser produzido pelo governo (art. 198º nº.1 alínea b). Refere-se ainda o artigo 55º, que revela que o procedimento tributário deve ser realizado de acordo com certos princípios, sublinhando-se a importância do da legalidade, já mencionado, e o da proporcionalidade (quem tem mais, paga mais, proporcionalmente.
Abrange, este momento primordial, uma definição normativa nos seguintes aspetos: a) facto, atividade ou situação que dá origem ao imposto, ou seja, o facto gerador do mesmo; b) estabelecem-se os sujeitos ativos e passivos, por exemplo, o contribuinte ou os responsáveis; c) determina-se o montante do imposto, definido através do valor sobre que recai e, eventualmente, das deduções a fazer ao valor assim apurado (deduções à coleta); 4) na medida em que decidem que não há lugar a imposto ou a menos imposto, dos benefícios fiscais (são isenções de imposto que são de carácter excecional que se traduzem em políticas económicas e sociais).
Em suma, este primeiro momento refere-se, pois, à incidência do imposto, e, também, à verificação do facto gerador (atuação dos particulares – contribuintes). Uma norma de incidência é uma norma que define os pressupostos de facto do nascimento de obrigação de imposto, ou seja, a incidência ocupa-se da definição dos pressupostos necessários à geração do facto tributário, isto é, a definição geral e abstrata, feita pela lei, dos atos ou situações sujeitas a imposto e das pessoas sobre as quais recai o dever de o prestar. Posto isto, a incidência divide-se: em Incidência Real ou Objetiva e em Incidência Pessoal ou Subjetiva. A primeira existe quando se define a realidade sujeita a imposto, isto é, quando se dirige a determinar a riqueza tributada ou os pressupostos que definem os elementos objetivos do facto tributário (ex: os rendimentos de trabalho estão sujeitos a IRS). A segunda incidência, são as normas que definem a quem, ou seja, quem é que está sujeito a imposto; definem os sujeitos passivos - a quem a lei impõe o pagamento do imposto), isto é, o contribuinte, o substituto ou responsáveis. Relativamente às isenções: as normas de isenção são as que, formal ou sistematicamente, são exclusões tributárias por estarem no capítulo da incidência, que claramente caiem no âmbito genérico desta, afastando a respetiva aplicação, nos casos excecionalmente previstos.
Num segundo momento, faz-se referência à aplicação do imposto, traduzindo-se num momento administrativo. Distinguem-se, pois, três fases:
 A) Lançamento, onde se identificam os contribuintes, através do lançamento subjetivo e através de um lançamento objetivo, determina-se a matéria coletável (ou tributável) e a taxa, ou seja, é o conjunto de operações de natureza administrativa efetuadas pela Administração Fiscal ou pelos próprios Sujeitos Passivos (caso da autoliquidação), visando a identificação do sujeito e em especial, os elementos que vão determinar a matéria coletável desse sujeito; definidas as condições do imposto.
 B) Liquidação, levada a efeito pela Adm. Fiscal em que se visa determinar a matéria coletável à qual se aplica uma taxa (taxa de esforço, que não é mais do que o peso que uma prestação mensal tem no rendimento líquido do agregado familiar) que dá a chamada coleta que, após as deduções à mesma (por exemplo, saúde, alimentação…), surge o imposto a pagar (onde vão ser ainda retirados os pagamentos por conta dos trabalhadores independentes e as retenções na fonte dos trabalhadores dependentes). -- Em lato sensu: têm-se o lançamento subjetivo e objetivo, depois a liquidação em sentido estrito (definição supramencionada, ou seja, é aplicação da taxa à matéria tributável) e as deduções à coleta. // EXEMPLO IRS: 1. Apuramento do rendimento bruto por categoria; 2. Dedução relativamente a casa categoria das despesas realizadas para a obtenção do respetivo rendimento (categoria liquida); 3. englobamento dos diversos rendimentos líquidos apurados (rendimento liquido total); 4. Aplicação do quociente conjugal (no caso da existência de uma união de facto); 5. Determina-se a taxa aplicável; 6. Aplicação da taxa ao rendimento coletável (apuração da coleta em sentido estrito); 7. Deduções à coleta (contam despesas de carater pessoas das famílias, v.g. saúde); 8. Pagamento do imposto.
Entidades que podem proceder à liquidação de impostos:
· a AdministraçãoFiscal - é à Direcção-Geral dos Impostos que compete organizar os registos ou inscrição de factos tributários, instaurar os processos necessários à liquidação e cobrança dos impostos e dar-lhes seguimento
· o Contribuinte - no caso de autoliquidação do imposto;
· Terceiros - é o caso das entidades obrigadas a proceder à retenção na fonte quando fazem o pagamento de rendimentos sujeitos a imposto, fazendo o seu cálculo, e ficando obrigados perante o fisco, a proceder à entrega das colectas, descontando o seu montante no pagamento dos rendimentos
C) Cobrança/Pagamento: o imposto vai dar entrada nos cofres do Estado, seja através de cobrança Cobrança é a operação administrativa que visa a arrecadação do imposto por parte do credor tributário. A entrega nos Cofres do Estado, da importância correspondente à dívida apurada, pode ser efetuada nas Tesourarias da Fazenda Pública, nos balcões dos C.T.T. ou das Instituições Bancárias com protocolo com o Estado, existindo situações em que o pagamento é exclusivamente efetuado nas Tesourarias da Fazenda Pública (pagamentos coercivos, p.ex.). Os pagamentos podem ser voluntários ou coercivos: pagamento voluntário, quando o pagamento é feito dentro do prazo estabelecido na lei para o pagamento à boca do cofre; pagamento coercivo, quando o pagamento é efetuado através da apreensão dos bens necessários à solvência do debito fiscal do devedor. 
4. PRINCÍPIOS JURIDICO/FISCAIS: LEGALIDADE FISCAL, IGUALDADE FISCAL, PROPORCIONALIDADE FISCAL, EQUIDADE FISCAL E TERRITORIALIDADE FISCAL
· Principio da justiça material: A justiça material, desta forma entendida, será, portanto, o referente de validade de um juízo de adequação da norma aplicada (ou aplicanda) à situação que na realidade dos factos a convoca, estritamente sob o prisma da aplicação concreta do direito. O juízo de justiça material, com efeito, prescinde, deliberadamente, da perspetiva global do ordenamento jurídico. – A justiça constituirá por certo o resultado mediato que sempre estará no horizonte de atuação da administração coo reflexo inevitável da aplicação da lei e dos princípios que lhe conferem coerência e transmitem não só segurança mas sobretudo confiança.
· Princípio da Segurança jurídica:
· Princípio da proporcionalidade: Está intimamente ligado à proteção do contribuinte impedindo comportamentos abusivos por parte das administrações fiscais. No caso concreto da inspeção tributaria, a sua atuação deve ser ponderada e adequada à consecução dos fins que a determinam (quem + ganha, + paga, proporcionalmente).
· Principio da Territorialidade: relativamente à eficácia das normas jurídico fiscais, podemos dividi-la em eficácia temporal ou espacial. No que toca a esta última subdivisão, a leis tributárias apenas se aplicam aos factos ocorridos no território da ordem jurídica a que pertencem seja qual for a nacionalidade, o domicilio ou residência do sujeito passivo. Posto isto, é certo dizer que esta eficácia espacial se baseia no princípio da territorialidade que abrange um vetor positivo e um vetor negativo: no primeiro caso, as leis tributárias internas aplicam-se no território nacional, de modo generalizado, inclusivamente aos estrangeiros; numa segunda abordagem, as leis estrangeiras não se aplicam no território do país em causa, ou seja, os órgão de aplicação do direito de cada Estado apenas aplicam as suas próprias normas tributárias. VER. No artigo 13 da LGT encontra-se expedido principio da territorialidade objetiva/ real (n.1) e o princpio da territorialidade pessoal /subjetiva (n.2). De acordo com este principio e ressalvando a exceções reconhecidas pelo DIP, as Estados exercem sua jurisdição fiscal sobre todos os bens, e transações conectados com o seu território. Deste modo o Estado pode tributar qualquer atividade de qualquer contribuinte dentro do seu espaço territorial independentemente da filiação do sujeito à sua jurisdição.
· Princípio da Legalidade Tributária: O sistema fiscal português assenta na sua essência estrutural e constitucional no Estado e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza, promovendo a justiça social, a igualdade de oportunidades e as necessárias correções das desigualdades na distribuição da riqueza e do rendimento,1sendo que a tributação deve respeitar os princípios da generalidade, da igualdade, da legalidade e da justiça material. O princípio da legalidade fiscal tem na base a ideia de autoimposição, autotributação ou de autoconvencimento dos impostos, segundo a qual os impostos devem ser consentidos pelos próprios contribuintes, pessoas singulares, cidadãos votantes e como manifestação directa do poder de soberania. Por força e nos termos da consagração constitucional do princípio da legalidade tributária, os impostos devem ser criados por Lei, e Lei formal emanada da Assembleia da República, Lei em sentido formal, a qual deve determinar a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias gerais dos contribuintes.18 A amplitude legislativa da Assembleia da República é pois e quanto às matérias definidas no n.º 2 do art.º 103.º da CRP, devendo interpretar-se o sentido da criação de impostos referida na alínea i) do n.º 1 do artigo 165.º da CRP, em conjugação com a norma anteriormente referida. As Regiões Autónomas podem exercer o poder tributário próprio, adotando o sistema fiscal nacional às especificidades de cada Região, nos termos da Lei-Quadro da Assembleia da República, através do órgão legislativo próprio, ou seja, a Assembleia Regional, nunca podendo legislar em sentido contrário ao que for legislado pela Assembleia da República. As Autarquias Locais detêm também poder para tributar, quer em matéria de taxas e nos termos definidos pelo Regime Geral das Taxas Locais,21 e Lei das Finanças Locais, quer em matéria de impostos. 
· Princípio da Igualdade Tributária: O princípio da igualdade tributária, que sendo geral e estruturante do sistema jurídico, encontra-se consagrado no artigo 13.º da CRP e radica no conceito da dignidade da pessoa humana (artigo 1.º da CRP), reconhecendo a todos os cidadãos igual dignidade social, a qual se traduz numa igualdade estática da pessoa, perante a lei, no sentido formal e material. O princípio da igualdade é um princípio jurídico-constitucional, transversal a todo o ordenamento jurídico, que ao nível do Direito Fiscal se expressa na obrigação universal de todos os cidadãos se encontrarem adstritos ao pagamento de impostos. Todavia, uma das dimensões do princípio da igualdade é a proibição do arbítrio, ou seja, deve ser tratada de forma igual as situações iguais, e de forma desigual as situações desiguais. Neste sentido, a obrigação do pagamento de impostos é mediada pela capacidade contributiva. Implica, assim, igual imposto para os que dispõem de igual capacidade contributiva (igualdade horizontal) e diferente imposto para os que dispõem de diferente capacidade contributiva, na proporção desta diferença (igualdade vertical). Mas princípio da igualdade também se expressa na obrigação da imposição de medidas diferenciadoras de modo a obter uma igualdade de oportunidades necessária à igualdade real entre cidadãos. O princípio da igualdade tributária não é pois o princípio que tem por objetivo tornar igual o tratamento de situações ou diferenciação de pessoas, não se pretendendo quantificar de igual forma e sacrifício tributário de diferentes contribuintes, devendo pois e por isso interpretar-se este princípio numa posição vertical e não exclusivamente no sentido horizontal. A igualdade tributária será atingida com um conjunto de medidas legislativas, tendentes a melhorar a dignidade humana e social sem ignorar as diferenças entre pessoas e situações; mas a todas reconhecendo a dignidade e igualdade jurídica e tributária, impondo-se por isso que a iguais rendimentos e situações devam ser impostos sacrifícios iguais, quantitativamente, concedendo de igual modo, igualdade no reconhecimento das garantias e direitos tributários. 
· Principio da Equidade Fiscal: A equidade está intimamente associada àproblemática da justiça material, podendo ainda ser descrita como a ponte que liga o universo moral ao universo jurídico Do princípio da equidade decorrem orientações gerais e valores que devem ser respeitados na esfera de outros princípios menos abstractos (os princípios operativos) e também das regras jurídicas. Note-se, todavia, que, dado o elevado grau de abstracção do princípio, numa determinada situação, várias normas ou regimes de sentido distinto podem respeitar tal equidade. Assim, poderá existir mais do que uma resposta para uma questão de equidade. A equidade deve, nestes termos, guiar a formulação das normas destinadas a concretizar a repartição do poder de tributar entre os Estados e a eliminar a dupla tributação internacional. Ela incorpora um conjunto de valores com base nos quais deve ser feita uma apreciação crítica das variadas normas de DFI, no sentido de se aferir a sua justiça e adequação ética. O princípio da equidade relaciona-se com um tão amplo conjunto de problemáticas que importa autonomizar, dentro dele, duas perspectivas distintas: a equidade entre sujeitos passivos (inter-individual equity ou taxpayer equity) e a equidade entre Estados (inter-nations equity).. Equidade entre sujeitos passivos: esta vertente da equidade tem a ver com as posições relativas dos sujeitos passivos e com a justiça e adequação do tratamento fiscal que lhes é imposto. 
5. CAPACIDADE TRIBUTÁRIA VS CAPACIDADE CONTRIBUTIVA
Antes de mais, é certo dizer que ambos os conceitos, capacidade contributiva e capacidade tributária, têm algo em comum: são qualitativos. No entanto, divergem entre si, de um modo geral, na medida que o primeiro se relaciona intimamente com a figura do sujeito passivo/contribuinte e os seus rendimentos (por sujeito passivo, entende-se o sujeito que, numa relação jurídica, sofre uma ação ou está sujeito a uma obrigação imposta pelo sujeito ativo e, em termos tributários, por sujeito passivo, entende-se o indivíduo a quem a lei obriga a pagar o imposto, logo, o sujeito passivo será o contribuinte) e os seus rendimentos, e o segundo com a personalidade tributária de cada individuo.
Posto isto, comecemos por mencionar o que diz respeito à capacidade contributiva. Consagra a Lei Geral Tributária, no artigo 4.º, n.1 que: “Os impostos assentam essencialmente na capacidade contributiva revelada, nos termos da lei, através do rendimento ou da sua utilização do património”. Assim sendo, podemos dizer que a capacidade contributiva é, pois, um pressuposto de imposto, quer se trate da tributação do rendimento, do património ou mesmo do consumo. Acrescenta-se ainda, nesse sentido, por exemplo, que o artigo 104.º da Constituição da República Portuguesa, consagra que o imposto sobre o rendimento pessoal (IRS) deve ter em conta as necessidades e os rendimentos do agregado familiar e a tributação das sociedades incide fundamentalmente sobre o rendimento real. Segundo o principio da capacidade contributiva, ninguém pode ser tributado se não tiver capacidade contributiva. O imposto deve estar distribuído de acordo com a capacidade, ou seja, os contribuintes deverão pagar, sempre que possível, de acordo com sua capacidade económica. Ninguém pode ser tributado se não tiver capacidade contributiva. O imposto deve estar distribuído de acordo com a capacidade. O artº 103º nº 1 CRP consagra a justa repartição do rendimento e da riqueza.
Passemos, agora, ao conceito de capacidade tributária. As relações fiscais decorrem entre pessoas, tendo como sujeitos os titulares de direitos e deveres atribuídos pela lei tributária em vista do fim de perceção do imposto. Característica primeira dos sujeitos da relação jurídica fiscal, é, assim, o serem pessoas, e, como tal, dotadas de personalidade jurídica. Esta configura-se como uma qualidade, daquele que pode ser titular de direitos e deveres, atribuindo-se, em Direito Fiscal, a denominação, neste caso, de personalidade tributária (art. 15.º e 16.º, nº2 da LGT), que se traduz na suscetibilidade de se ser sujeito (passivo ou ativo) de relações tributárias, ou seja, consiste na faculdade de estar por si em juízo na defesa dos seus interesses tributários. Inerentes a este conceito de personalidade tributária, estão, pois, os conceitos de capacidade tributaria de gozo – qualidade de ser titular dos direitos e deveres tributários correspondentes – e a capacidade tributária de exercício (ou de agir) – como a medida dos direitos e deveres que cada sujeito pode exercer e cumprir por si. 
Exemplos: uma pessoa maior de idade tem capacidade contributiva e tributária; todos os cidadãos que têm personalidade jurídica, têm capacidade contributiva e tributaria; Uma pessoa que tenha capacidade jurídica e tributaria, não terá capacidade contributiva se não tiver dinheiro.
Menores, inválidos, interditos (relaciona-se com a capacidade tributária): quanto à capacidade tributaria de agir – à semelhança do que se passa com outros ramos de Direito – não é indispensável, pois os natural e juridicamente incapazes podem ser sujeitos de relações tributárias sempre que, em relação a eles, se verifique o complexo de condições concretas a que a lei atribui eficácia constitutiva de um vinculo fiscal. Caso o contribuinte seja considerado tributariamente incapaz, a responsabilidade tributária pode ser compartilhada (ou atribuída) a outras pessoas, de acordo com a legislação, através do Princípio da Representação Fiscal.
Principio da Representação Fiscal: a LGT refere-se a três tipos de representação: legal, voluntaria e fiscal propriamente dita. As duas primeiras constam do art.º 16, nº1, que regula a capacidade tributária, abarcando este artigo, as situações de incapacidade de exercício, nomeadamente dos menores, dos interditos e dos inabilitados, em que a incapacidade é suprida pela representação legal dos pais, tutores ou curadores, aqui art. 16º, n. º3 LGT, (ver também o art. 5, nº1, CPPT). Se não houver tutor, o Ministério Público assume o papel representativo.
6. LEI FORMAL DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA SOBRE MATÉRIA FISCAL (ART. 165.º)
«CASO PRÁTICO: O diretor – geral da Autoridade Tributária e Aduaneira (…) decidindo que a taxa seria aumentada em 2% ...» Resposta (de um modo geral): esta decisão não seria possível. Sabe-se que o imposto é, segundo o artigo 103.º, n. º2, CRP, estabelecido pela lei. E, como tal, a criação dos impostos é da exclusiva competência da Assembleia da República na qual o faz através de uma lei formal própria, podendo delegar no governo essa capacidade, permitindo assim que o governo através de um decreto-lei crie impostos (terá de ter autorização da A.R. para essa execução). (art. 103, nº 2 C.R.P. e art. 165 nº 1, i). Posto isto, e sendo a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) que tem como finalidade administrar os impostos, os direitos aduaneiros e os demais tributos em Portugal, bem como a exercer o controlo da fronteira externa da União Europeia e do território aduaneiro nacional, não tem legitimidade para alterar qualquer tipo de conteúdo referente a matéria fiscal.
LEI FORMAL
Primeiramente e em modos de contextualização, sabe-se que o Direito Fiscal é o ramo do direito que disciplina a receita pública, ou seja, os impostos, sendo estes, juridicamente, prestações definitivas e unilaterais, estabelecidas pela lei, a favor de uma pessoa coletiva de Direito Público para a realização de fins públicos, sendo que esta prestação não constitui sanção de um ato ilícito. 
Mencionando o principio da legalidade fiscal (art.8º LGT), este tem na base a ideia de autoimposição, autotributação ou de autoconsensimento dos impostos, segundo a qual os impostos devem ser consentidos pelos próprios contribuintes. Desdobra-se, pois, em dois segmentos: no principio da reserva de lei (formal) – implica que haja uma intervenção de lei parlamentar, ou na fixação da própria disciplina dos impostos, ou autorizando o Governo a estabelecer essa disciplina - e no principio da reserva material (de lei) – que é acompanhado pelo principio da tipicidade, e exige-se que a lei[lei da AR; decreto-lei autorizado; decreto legislativo regional; regulamento autárquico] contenha a disciplina tão completa quanto possível da matéria reservada (art.103.º, n.º2).
A análise do princípio da legalidade tributária que se acabou de fazer, permite-nos demarcar com suficiente rigor o papel e a competência que a atual Constituição reserva ou atribuiu à lei e ao decreto-lei como «fontes de direito fiscal». Assim, nos termos do n.º 2 do art. 106.º das als. C), d) e i) do n.º1 do art.168º, só através da Assembleia da República podem criar-se impostos e definir ou alterar a sua incidência e taxas, os benefícios fiscais que podem ser concedidos aos contribuintes e as garantias de que os mesmos gozam ou qualificar e punir qualquer infração fiscal como crime. Os impostos são por lei da AR (artº 165º nº 1 alínea i) CRP), das Assembleias legislativas regionais (artº 227º nº 1 alínea i) CRP) ou pelas Assembleias Municipais (artº 238º nº 3 CRP) … ser que haja lei de autorização ao Governo [analisar cuidadosamente o art. 103 CRP]. Por sua vez, o decreto-lei – a não ser que publicado no uso de uma autorização legislativa que permite ao Governo legislar sobre qualquer das matérias reservadas constitucionalmente à AR – apenas poderá desenvolver e completar os princípios ou as bases definidas por lei ou disciplinar os restantes elementos do imposto.
Da delimitação constitucional de matérias tributárias reservadas à lei resulta que o Governo poderá legislar quanto a essas matérias desde que não se trate de criação de impostos, de definição da incidência, da taxa, dos benefícios fiscais e das garantias das contribuintes. É de notar que, nos termos dos arts. 168 e 201 nº 1, alínea b) da Constituição, o Governo pode “fazer decretos-leis em matérias de reserva relativa da Assembleia da República, mediante autorização desta”. Em cujo caso, o Governo poderá legislar sobre todas as matérias tributarias (art. 168, nº 1, alínea i) CRP). Nem mesmo assim, porém, se justificará atribuir ao Governo a qualidade de órgão da soberania fiscal; porque os poderes que assume em tal matéria lhe são delegados pela Assembleia da República. Em suma o Governo tem iniciativa de elaborar o esboço e a AR introduz as alterações que entender pertinentes; o projeto regressa ao Governo para se completar aparte técnica. Esta é a dimensão formal do princípio da legalidade. 
7. O ESTADO E ATIVIDADE FISCAL /FINANCEIRA; PODER DO ESTADO DE TRIBUTAR, COM EQUIDADE E JUSTIÇA; INVESTIMENTO ESTRANGEIRO;
O sistema fiscal português tem por objetivo cumprir os princípios de direito fiscal, em regra seguido pelos Estados-Membros da União Europeia, ou outros países desenvolvidos.
As exigências de satisfação das necessidades económicas de carácter público e de obtenção de meios indispensáveis à respetiva cobertura impõem ao Estado, e às outras entidades públicas uma atividade económica com características próprias, a atividade financeira .As particularidades específicas desta atividade resultam fundamentalmente da circunstância das necessidades públicas não implicarem uma procura prévia individual e, consequentemente, ao contrário do que acontece com as necessidades privadas, a cobertura do seu custo não se situar no plano das livres opções individuais. Destinada a assegurar a satisfação das necessidades coletivas, a atividade financeira abrange a aquisição de meios económicos, o emprego desses meios e a coordenação dos meios obtidos e das utilidades a realizar (ex: educação/segurança/saúde pública/ambiente/ justiça). Todas as realizações de despesas orientadas para a aquisição de bens ou serviços destinados a satisfazer necessidades coletivas se integram na atividade financeira, tem o nome de despesas públicas. E para que as entidades públicas possam realizar essas despesas públicas necessitam de obter, dos meio económicos indispensáveis para a sua cobertura, receitas públicas adequadas. As receitas públicas mais significativas são: as receitas patrimoniais; as taxas; as sanções pecuniárias (coimas e multas); empréstimos públicos e os impostos (art. 103º CRP).
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O Poder de Tributar, sob a perspectiva de um Estado Democrático de Direito, deve ser concebido de maneira que, respeitando os direitos e garantias fundamentais dos seus cidadãos, propicie a justiça social e alcance o objetivo constitucional de uma vida digna para todos.
 Justifica-se a necessidade da seguinte forma: O Estado, com o fim de atender o bem comum, e como organizador máximo da soberania tem de dispor do aparelhamento indispensável à sua organização, destinada a atender os interesses do bem comum, para isso necessita de meios para cumprir seus fins. Um dos aspectos da soberania de um Estado é o seu poder de penetrar no patrimônio dos particulares, exigindo-lhes as contribuições de que necessita, dentro, é claro do que estiver legalmente previsto.
8. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA/RETENÇÃO NA FONTE
CASO PRÁTICO Comente de forma fomentada a situação seguinte: «Pedro trabalhou na empresa de construções J. Pimenta S.A durante 10 anos como contabilista. A empresa foi declarada insolvente em 2014 com dividas ao estado de 1 milhão de euros. Pedro recebeu agora em agosto de 2015 uma notificação do Ministério das Finanças para entregar ao Estado 2000 euros que são devidos a retenções na fonte de IRS efetuadas pela empresa, mas que não foram entregues nos Cofres do Estado em devido tempo».
· O mecanismo de substituição tributária encontra-se no art.20º e 28º da LGT, sendo efetivada pelo mecanismo da retenção na fonte do imposto devido (Art. 34º LGT) e os pagamentos por conta (Art.33º LGT)
· A retenção na fonte (de IRS) é um mecanismo existente em muitos sistemas fiscais (incluindo o Português) que tem como objetivo aumentar a eficácia na cobrança do imposto (IRS) e facilitar a vida às pessoas.
· O que é? A retenção na fonte é uma forma de pagamento em adiantado de imposto (IRS) ao longo do ano, para não ter que pagar “tudo de uma vez”. Pode ser visto como uma espécie de pagamento do imposto em “prestações”.
· O IRS é calculado e pago com base em declarações anuais. Todos os anos, as pessoas que tenham tido rendimentos são obrigadas a entregar uma declaração com todos os valores recebidos. Com base nestes valores (e nas suas origens), as finanças determinam o valor de IRS a pagar. O IRS é um imposto progressivo que varia de caso para caso. Para facilitar, inventou-se o conceito de retenção da fonte, isto é, quem paga os valores (por exemplo, a entidade empregadora) é obrigada a “reter” uma parte do rendimento e entregá-la às finanças em nome do funcionário ou prestador do serviço (substituição, o empregador substitui-se o trabalhador), substituindo assim também a Adm. Fiscal na liquidação e cobrança de impostos.
· Desta forma, o imposto é “retirado” ao valor do rendimento a que o beneficiário tem direito e entregue por parte da entidade pagadora desse rendimento diretamente às finanças. SE, a entidade empregadora não entregar o pagamento ao Estado, estamos perante um abuso de confiança fiscal (ver art.28º) – o trabalhador fica desonerado de pagar, por exemplo, se a empresa for à falência.

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