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Seminário I_ REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA, OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E SUJEIÇÃO PASSIVA_AUGUSTO BORGES MANRIQUE

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AUGUSTO BORGES MANRIQUE
SEMINÁRIO I –REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA, OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E SUJEIÇÃO PASSIVA
.
Questionário relativo ao Seminário I apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Direito Tributário do IBET, como pré-requisito para a obtenção parcial da média final do Modulo Módulo Controle da Incidência Tributária.
Goiânia/GO
2019
1. Que é norma jurídica? E regra-matriz de incidência tributária (RMIT)? Qual a função do consequente normativo?." 
A norma jurídica é a significação que obtemos a partir da leitura dos textos do direito positivo. Ela se exterioriza na realidade fática por meio de uma imputação normativa pela qual surgem direitos e deveres, consubstanciando-se em uma relação jurídica. O eminente professor Paulo de Barros Carvalho nos diz sobre a norma jurídica:
“Por analogia aos símbolos linguísticos quaisquer, podemos dizer que o texto escrito está para a norma jurídica tal qual o vocábulo está para sua significação. Nas duas situações encontraremos o suporte físico que se refere a algum objeto do mundo (significado) e do qual extraímos um conceito ou juízo (significação).”1
A regra-matriz de incidência tributária (RMIT) é o conjunto de regras identificado em uma norma geral e abstrata que faz irromper a incidência tributária. A RMIT, portanto, é constituída de uma série de requisitos para que fenomenologia da incidência se realize, quais sejam: um antecedente normativo (descritor) e um consequente normativo (prescritor). Há portanto, uma hipótese, descrita em lei, com uma consequência, obrigação tributária traduzida em uma prestação pecuniária.
A RMIT tem em sua hipótese um fato econômico e alguns critérios para que se estabeleça um fato jurídico tributário, enquanto não houver a concretude desses critérios não há a subsunção do fato à norma. Tais critérios são: critério material, espacial e temporal. Por conseguinte, a RMIT tem em seu consequente, uma imputação normativa nascida da ocorrência do fato jurídico tributário. A consequência irrompe um laço obrigacional entre sujeito ativo (Fisco) e sujeito passivo (contribuinte), tendo um objeto como centro da obrigação (crédito tributário), com uma respectiva base de cálculo e alíquota aplicável.
Como já anteriormente mencionado, o consequente normativo nos dá os critérios para a identificação do vínculo jurídico que nasce de um fato econômico. Desse vínculo, somos capazes de apontar sujeito ativo, sujeito passivo (critério qualitativo) e base de cálculo e alíquotas (critérios quantitativos).
2.
Distinguir: obrigação tributária e deveres instrumentais. Multa pelo não paga­ mento caracteriza-se como obrigação tributária? Justifique analisando criticamente o art. 113 do CTN. 
A obrigação tributária é o vínculo jurídico que nasce de uma hipótese normativa tendo como centro uma prestação pecuniária (obrigação principal). Os deveres instrumentais são deveres constituídos para dar instrumentos ao Fisco em sua tarefa arrecadatória cujo nascimento se dá de maneira acessória à obrigação principal.
Segundo o art. 113 do CTN o acessório segue o principal. Ou seja, a penalidade pecuniária pelo não pagamento de tributo é também uma obrigação. No entanto, deve-se lembrar, como observa Paulo de Barros Carvalho o que o próprio Código dispõe em seu art. 3º
:
Tributo não é sanção de ato ilícito. Portanto, multa pelo não pagamento de tributo NÃO é tributo e, portanto, não é uma obrigação tributária. Entendemos, que o art. 113
 do CTN inseriu como obrigação tributária a penalidade pecuniária de forma imprecisa.
A multa é obrigação jurídica não tributária podendo ser punitiva (sanção de ato ilícito) ou compensatória (multa civil que visa compensar o credor pelo seu prejuízo).
3. Que é sujeição passiva? Definir os conceitos de: (i) sujeito passivo; (ii) contribu­ inte; (iii) responsável tributário; e (iv) substituto tributário- distinguindo: subs­ tituição tributária para trás, para trás e convencional; agente de retenção e subs­ tituição para frente. O responsável (art. 121, li, do CTN) é: (i) sujeito passivo da relação jurídica tributária; (ii) de relação de dever instrumental; ou (iii) de relação jurídica sancionatória? 
Sujeição passiva é a decorrência de um laço obrigacional atribuído à pessoa física ou jurídica um dever de prestação patrimonial. Nesse sentido, a obrigação tributária exige para sua concretude a definição de alguns conceitos para o correto adimplemento da prestação pecuniária: (i) Sujeito Passivo: pessoa física ou jurídica diretamente relacionada com o fato econômico que ensejou a relação jurídica tributária sobre a qual recai um dever de prestação pecuniária. (ii) contribuinte: pessoa física ou jurídica que suportou efetivamente o ônus do tributo (contribuinte de fato); (iii) Responsável Tributário: pessoa física ou jurídica em que decorram, por expressa previsão legal, redirecionamento da obrigação tributária à sua pessoa, sem este revestir-se da condição de contribuinte.
A substituição tributária ocorre quando a lei incumbe à terceiro a responsabilidade pelo recolhimento de tributo cujo sujeito passivo é o que, de fato, pratica o fato econômico descrito hipótese de incidência. Sua operacionalização ocorre de três formas; (a) Agente de retenção: nesse caso, há a retenção na fonte do tributo e geralmente o substituto é a fonte pagadora. Quem paga renda e quem paga por serviços podem ser, respectivamente, agente de retenção do Imposto de Renda e do ISS: (B)Substituição Tributária para trás: nesse caso, o substituto recolhe o tributo de forma antecipada presumindo-se que ocorrerá o fato econômico da hipótese de incidência para outros sujeitos passivos. É o caso das cadeias produtivas em que a circulação de mercadorias (hipótese de incidência do ICMS) não ocorreu, mas o Fisco exige a tributação antecipada das etapas produtivas presumindo que elas ocorrerão; (C) Substituição Tributária para frente: nesse caso, o substituto recolhe o tributo de forma diferida após os fatos econômicos ocorrerem. É o caso da tributação monofásica de combustíveis (ICMS e PIS/COFINS), isso porque, ocorre em apenas uma fase e deve ser recolhido apenas no final da cadeia produtiva.
O responsável tributário, descrito no art. 121, II do CTN, não está inscrito na relação jurídico- tributária e portanto, não é sujeito passivo da obrigação tributária. O responsável é terceiro, estranho ao vínculo obrigacional e, por sê-lo, ao sofrer o ônus do recolhimento de tributo de terceiro sofre por assim dizer uma sanção administrativa. 
4.
A empresa "A" adquiriu estabelecimento industrial da empresa "B" e continuou sua atividade. Aproximadamente um ano depois da aquisição, a empresa "A" é demandada pelo Fisco em relação a fatos geradores realizados pela empresa "B". No contrato de compra e venda, não há disciplina a respeito das dívidas tributárias anteriores à aquisição. Pergunta-se:
(A) Pode o Fisco, após a indigitada operação de compra e venda, exigir os tributos, cujos fatos geradores foram realizados por "B" antes de sua aquisição, direta­ mente de "A"? Há relevância se houver no contrato cláusula de responsabilidade de "B" quanto aos débitos anteriores à operação? (Vide anexo I).
Sim. O Fisco pode exigir os tributos devidos por “B” com base no art. 133 do CTN. Tal artigo transfere a responsabilidade ao adimplemento da obrigação tributária a terceiros, à sucessores e no caso de infrações. Portanto, cabe ao adquirente de outra empresa, ou em processos de fusão, cisão, transformação e incorporação de sociedade a responsabilidade subsidiária pelos débitos tributários de outrem.
Não há relevância jurídica ao Fisco caso haja cláusula de responsabilidade. A força normativa da cláusula vale entre as duas pessoas de direito privado e não para a pessoa de direito público, sujeito ativo da obrigação tributária. Nesse sentido, segundo o CTN, o crédito tributário constituído contra a pessoa jurídica de “B” deverá ser adimplido por “A”, já que, este responde subsidiariamente pelos débitos tributários de “B”.
5.
Quanto aos art. 124 e 135 doCTN, pergunta-se:
(A)Qual a espécie de responsabilidade prevista no artigo 135 do CTN? Poderia o fiscal lavrar auto de infração contra o contribuinte e, posteriormente, executar o sócio de forma solidária à empresa? (Vide anexos IV e V).
Trata-se da responsabilidade subsidiária. A responsabilidade subsidiária é a responsabilidade de terceiros para o adimplemento da obrigação tributária de outrem. A responsabilidade distingue-se da responsabilidade solidária pelo fato da mesma estar contida na relação jurídico-tributária e não externa a ela.
Dessa forma, o fiscal poderia lavrar o auto de infração contra o contribuinte e, em um segundo momento, haver o redirecionamento da execução tributária na figura dos sócios, administradores e dirigentes da pessoa jurídica contribuinte.
(B)A dissolução irregular da sociedade caracteriza infração à lei apta a ensejar a responsabilidade do(s) sócio(s) pelas dívidas da pessoa jurídica? Em caso posi­ tivo qual sócio ou administrador pode ser alcançado: o da época do inadimple­ mento do tributo ou do momento em que ocorre a dissolução irregular? (VI e VII e VIII)
(C) O mero inadimplemento da obrigação de pagar o tributo pode ser justificativa para aplicação do artigo 135 do Código Tributário Nacional? (Vide anexos IX e X).
. 
6.
Quanto à caracterização de grupo econômico, pergunta-se?
(A) Que é grupo econômico? Quais são os requisitos para a aplicação da descon­ sideração da personalidade jurídica, prevista no art. 50 do CC? Ela pode ser apli­ cada ao direito tributário para fins de caracterização de grupo econômico? Há dispositivos específicos na legislação tributária que fundamentem a responsa­ bilização do grupo econômico? A caracterização implica reconhecimento deres­ ponsabilidade solidária? (Vide anexo XI e XII).
b) Uma vez instaurado o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, nos termos do arts. 133 e seguintes do NCPC (Lei nº 13.105 de 2015) a defesa apresentada peça pessoa jurídica responsabilizada pela obrigação tributária de outra empresa integrante do mesmo grupo econômico pode versar sobre o mérito da cobrança (inexigibilidade do crédito tributário), ou apenas sobre a ilegalidade de sua inclusão no polo passivo da execução fiscal? 
7) a) Construir as normas jurídicas veiculadas nessa lei, identificar os critérios do consequente da RMIT. 
B) Quais as funções da base de cálculo? A base de cálculo eleita é compatível com a hipótese tributária? Se incompatíveis, qual deve prevalecer para efeito de se determinar a espécie tributária: o enunciado da hipótese de incidência tributária ou o enunciado da base de cálculo? Ambos? Nenhum dos dois? 
A par destas considerações, partindo da premissa de que as decisões proferidas pelo Poder Judiciário (processo judicial) atuam com supremacia sobre as decisões administrativas, naturalmente, não há viabilidade a existência de processo administrativo cujo objeto é o mesmo tratado em processo judicial, vez que este sempre terá supremacia sobre aquele. 
Entretanto, conforme entendimento jurisprudencial, caso o objeto do processo administrativo seja mais abrangente do que o judicial, o processo administrativo fiscal deve ter seguimento em relação à parte que não esteja sendo discutida judicialmente. 
7.
A Administração lavra contra determinado contribuinte auto de infração imputando duas condutas que resultaram em ausência de recolhimento de imposto. Em face do auto, o contribuinte se insurge contra apenas uma das imputações, mantendo-se inerte em relação à remanescente. Pode o Fisco segregar o auto de infração para cobrança da parte não expressamente impugnada?
Inicialmente é importante registrar que artigo 42 do Decreto 70.235/72, dispõe sobre que “serão também definitivas as decisões de primeira instância na parte que não for objeto de recurso voluntário ou não estiver sujeita a recurso de ofício”.
Nesta forma, compreendo que ainda que tenha ocorrido duas condutas com lavratura de apenas um auto de infração, e ter sido impugnado apenas uma conduta, entendo ser possível segregar o auto de infração para cobrança da parte não expressamente impugnada, haja vista tratar de condutas distintas, pela qual uma não foi impugnada pelo contribuinte. 
� Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
� Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
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