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Síntese Reflexiva do artigo : Tecnologia assistiva, direitos humanos e educação inclusiva: uma nova sensibilidade

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Síntese Reflexiva do artigo[footnoteRef:1]: Tecnologia assistiva, direitos humanos e educação inclusiva: uma nova sensibilidade[footnoteRef:2] [1: PEREIRA, Nathalye V. Mato Grosso do Sul, 2020] [2: CONTE, Elaine; OURIQUE, Maiane Liana Hatschbach; BASEGIO, Antonio Carlos. TECNOLOGIA ASSISTIVA, DIREITOS HUMANOS E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UMA NOVA SENSIBILIDADE. Educ. rev. [online]. 2017, vol.33, e163600.  Epub Sep 28, 2017. ISSN 0102-4698.  
] 
1. Introdução
O artigo apresenta a história da tecnologia assistiva, que surge em meio ao cenário do pós-guerra (Segunda Guerra Mundial) com o objetivo de “reabilitar” àqueles que de alguma forma foi prejudicado pela guerra, seja perdendo membros ou perdendo um dos sentidos essenciais à vida humana. 
Essa tentativa caótica de uma espécie de reparação social foi o pontapé inicial para o desenvolvimento de um pensamento humanista, que busca usar a tecnologia assistiva não como uma tentativa de igualar todos, mas de dar a mesma oportunidade de acesso a todos aceitando as diferenças e respeitando a singularidade de cada um. 
O artigo traz a atenção para como a tecnologia assistiva é ambígua, já que ela possibilita a igualdade no acesso, mas é segregadora, pois não garante que haja acesso. Isso acontece pela falta do uso da própria tecnologia para levar informação àqueles com necessidades especiais de seus direitos garantidos por lei; esses indivíduos não utilizam recursos a seu favor pela falta de conhecimento de seus direitos. 
Por fim, trata do uso da tecnologia assistiva na escola, no atendimento de alunos com deficiência ou necessidades educacionais especiais, na perspectiva da educação inclusiva visando tornar o cotidiano dessas pessoas significativo. Além disso, traz a tecnologia assistiva, como ela deve ser: abrangente e significativa.
2. Análise crítica
O artigo chama várias vezes a atenção para a ambiguidade da tecnologia: fora criada para auxiliar e tornar mais fácil a vida humana, mas nada garante seu acesso de forma global, ou por todos os seres humanos que necessitam fazer uso dela. É um aspecto interessante se analisarmos que a crise na saúde ocasionou o fechamento de escolas e universidade e a tecnologia foi um aliado, mas também um inimigo. 
Aplicativos e plataformas digitais foram utilizados para que as aulas pudessem continuar sendo realizadas com qualidade e os estudantes não fossem prejudicados. No entanto, as dificuldades de acesso, a particularidade de cada estudante, as diferentes condições sociais e financeiras foram deixadas de lado. 
Estudantes que vivem à margem da sociedade, são periféricos ou estão abaixo da linha da pobreza e não possuem condição de ter acesso à internet foram deixados de lado. A era da tecnologia é excludente quando o conceito de “tecnologia” se funde ao conceito de “internet”. A tecnologia foi criada com o objetivo de facilitar a vida do homem. 
A saber, o primeiro exemplo de tecnologia utilizado pelo homem foi o fogo. Antes da internet ser inventada, celulares e computadores lançados, a tecnologia já existia em forma de fogo, roda, motor, carros etc. O uso dos recursos e técnicas devem ser baseados na heterogeneidade dos atores, em se tratando da escola. 
A tecnologia assistiva visa tornar o cotidiano da pessoa com deficiência prático e possibilitar que esse indivíduo exerça sua cidadania. Embora exista a tendência a “distanciar, subjugar e polarizar nossas diferenças” (BASEGIO; CONTE; OURIQUE, 2017, p.4), enxergar o outro através da perspectiva do que é chamado de reconhecimento (enxergar a si mesmo no outro, sejam suas dificuldades ou qualidades) é uma forma de humanizar o processo de inclusão. 
Visto que a tecnologia assistiva está quase sempre ligada à recursos e produtos, muitos tentam “dominar” técnicas normatizadas que facilitem o processo de ensino-aprendizagem, levando em conta apenas a deficiência de um modo geral e esquecendo-se de olhar o indivíduo como um ser humano que possuí os mesmos direitos de acesso ao conhecimento como si mesmo. 
Conforme Heidegger (2001 apud BASEGIO; CONTE; OURIQUE, 2017) é necessário entender a técnica que pode ser utilizada em cada caso, em se tratando da pluralidade de cada indivíduo mesmo que possua a mesma deficiência, através de uma visão antropológica. Embora o uso de tecnologia assistiva possa humanizar cada vez mais o processo de inclusão, ela também pode ser exclusiva. 
O primeiro ponto a ser analisado é o não reconhecimento do outro como ser humano igual de direitos e possibilidades como somos; é não conseguir reconhecer-se no outro. A exclusão de pessoas com deficiência ou necessidades especiais é cultural, já que o pensamento social desses indivíduos é de são limitados e incapazes, se comparados aos demais. 
Isso faz com que essas pessoas estejam sempre à margem da sociedade, tendo seu direito ao aprendizado, acesso e conhecimento desrespeitado. Conforme citado pelos autores, isso é um “desrespeito à condição peculiar de desenvolvimento humano” (BASEGIO; CONTE; OURIQUE, 2017) que reprime o indivíduo com necessidade especial e mexe com sua autoestima e sua autonomia. 
No entanto, o uso da tecnologia assistiva na educação inclusiva pode ser um instrumento de promoção da inclusão social e da construção de significados importantes que permeiem o cotidiano do estudante com deficiência ou necessidade educacional especial (NEE) e facilite sua vida de alguma forma. 
A perspectiva do reconhecimento traz a ação de se reconhecer no outro como um processo de formação de identidade. As diferenças são oportunidade para conhecimento e reconhecimento mútuo do outro e de si mesmo; a diferença passa a ser vista como parte da identidade de cada um (WERLE, 2004 apud. BASEGIO; CONTE; OURIQUE, 2017). 
Dentro da escola, a tecnologia assistiva torna o estudante com deficiência ou NEE protagonista no processo de ensino-aprendizagem. Os recursos tecnológicos que possibilitam acesso e reabilitação de pessoas com necessidades especiais são formas de garantir autonomia e possibilitam novas sensações no estudante com NEE.
A tecnologia assistiva, a técnica ou o recurso utilizado devem ser pensados de forma a aceitar as diferenças e entender que estas fazem parte da “heterogeneidade cultural” (BASEGIO; CONTE; OURIQUE, 2017, p.14). A escola é uma amostra da sociedade e os estudantes precisam ser vistos enquanto indivíduos singulares que possuem situações de vida completamente diferentes. 
A ideia de sociedade pluralista deve ser implantada dentro da escola, para que o uso de tecnologia assistiva atenda as necessidades individuais de cada estudante, levando em conta que a escola deve possibilitar que ele desenvolva “autoestima, autoconfiança, personalidade e resistência (...)” (BASEGIO; CONTE; OURIQUE, 2017, p.15). 
Embora haja muita informação disponível sobre o assunto, um grande problema é a confusão a respeito do papel do professor regente no processo de inclusão escolar. É de suma importância que o professor se adeque a “era da tecnologia”, mas ele precisa pensar se, de alguma forma, ele não está excluindo um de seus alunos. 
Um professor de inglês pode optar por tornar sua aula mais interessante e fazer uma atividade com música com a classe. É uma boa ideia, então ele registra a aula em seu planejamento e envia à coordenação para aprovação. A coordenação aprovou o plano do professor e não pediu nenhuma adequação. 
Ao citar que a turma que o professor trabalhará com música tem uma estudante surda, a situação se inverte. O professor esqueceu que uma de suas alunas é surda, não conhece música e não sabe falar inglês, assim como os colegas de classe então tem o mesmo direito ao acesso de tecnologia que facilite seu aprendizado. 
Além do professor, a coordenação também se esqueceu que a sala possuía uma estudante surda e aprovou o plano de aula do professor e, provavelmente, não será informada do ocorrido pelo professor regente. Em sala, o professor pede para a intérprete da estudante encontrar um meio porque ele “se esqueceu” dela. 
Essa é uma situação cotidiana para aqueles que trabalham comsurdos na educação. Conforme citam os autores, “o professor necessita ter acesso aos diversos conhecimentos para compor uma formação mais ampla, atendendo e apoiando as mais diversas exigências dos alunos e os quefazeres pedagógicos” (BASEGIO; CONTE; OURIQUE, 2017, p.18).
O professor precisa conhecer bem seu público e entender que a sala de aula é plural e que nenhum dos estudantes presentes aprende como o outro. Além disso, o professor precisa buscar conhecimento sobre seu papel em se tratando da educação inclusiva. É importante que o professor regente entenda que o estudante com deficiência é aluno dele, e não do professor de apoio. 
Quando o professor enxerga o indivíduo além da deficiência/necessidade especial, ele consegue estabelecer o processo de reconhecimento. É de extrema importância que o professor que possuí alunos com deficiências ou NEE procure formação docente específica para atender a necessidade daquele estudante, enquanto ator como os demais. 
3. Considerações finais
O uso de tecnologias assistivas deve trazer significado e facilidade à vida daquele que faz uso delas. Para que esse processo seja efetivado, é necessário que haja um “reconhecimento” de si e do outro, enquanto seres humanos. Esse processo só acontece quando as diferenças são aceitas e o indivíduo é visto além de sua deficiência. 
Aceitar a heterogeneidade social é de extrema relevância para o processo de inclusão escolar porque a escola é uma amostra da sociedade. A tecnologia assistiva na escola deve ser um complemento à prática social, e deve incentivar a cooperação e mutualidade, para que o estudante com deficiência ou NEE exerça seu direito a ser um cidadão ativo e que tem seu papel social garantido. 
A escola deve preparar os indivíduos para a vida em sociedade de forma que o respeito às diferenças seja sempre posto em prática. Para isso, o professor também precisa reconhecer seu papel enquanto agente promotor desse processo. Através da busca de meios e recursos que possam suprir as necessidades de todos os seus alunos, dentro de suas potencialidades, o professor promove em sala de aula uma amostra do que é uma sociedade justa e igualitária.
4. Referências
CONTE, Elaine; OURIQUE, Maiane Liana Hatschbach; BASEGIO, Antonio Carlos. TECNOLOGIA ASSISTIVA, DIREITOS HUMANOS E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UMA NOVA SENSIBILIDADE. Educ. rev. [online]. 2017, vol.33, e163600.  Epub Sep 28, 2017. ISSN 0102-4698.  Disponível em: < https://doi.org/10.1590/0102-4698163600.>. Acesso em 14/05/2020.
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