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Escala de Coma de Glasgow: confira o que mudou a partir do ATLS 10 Dayanna de Oliveira Quintanilha Atualizado em 23/10/2018 Colunistas, Emergências, Neurologia FacebookTwitterWhatsAppFacebook MessengerLinkedInEmail Tempo de leitura: 3 minutos. A Escala de Coma de Glasgow (ECG), publicada pela primeira vez em 1974, até hoje é usada como medida clínica objetiva da gravidade da lesão cerebral em pacientes, incluindo os politraumatizados. Seguindo nossa série de postagens sobre a Décima Edição do Advanced Trauma Life Suport (ATLS 10), traremos para vocês a principais mudanças que ocorreram no uso da escala. Leia mais: Ressonância magnética funcional pode explicar como pacientes acordam do coma Nesta edição, os autores seguiram a tendência de atualizações propostas por Sir Graham Teasdale e trouxeram uma comparação entre escala original x escala revisada: ECG ORIGINAL ESCALA REVISADA PONTUAÇÃO Abertura ocular (O) Abertura ocular (O) OCULAR Espontânea Espontânea 4 Ao estímulo verbal Ao estímulo verbal 3 Ao estímulo doloroso À pressão 2 Nenhuma Nenhum 1 Não testável NT Resposta verbal (V) Resposta verbal (V) VERBAL Orientado Orientado 5 Conversa confusa Confuso 4 Palavras inapropriadas Palavras 3 Sons incompreensíveis Sons 2 Nenhuma Nenhuma 1 Não testável NT Resposta motora (M) Resposta motora (M) MOTORA Obedece a comandos Obedece a comandos 6 Localiza dor Localizando 5 Movimento de retirada Flexão normal 4 Flexão anormal (decorticação) Flexão anormal 3 Extensão (descerebração) Extensão 2 Nenhum (flácido) Nenhuma 1 Não testável NT Pontuação ECG = (O [4] + V [5] + M [6]) = Melhor pontuação possível 15; pior pontuação possível 3. * Se uma área não puder ser avaliada, nenhuma pontuação numérica será dada àquela região e será considerada “não testável”. Na tabela a seguir, traremos uma explicação da escala revisada:Observações sobre as mudanças da escala: Critério: ESCALA REVISADA Abertura ocular (O) Olhos abertos previamente à estimulação Espontânea Abertura ocular após ordem em tom de voz normal ou em voz alta Ao estímulo verbal Abertura ocular após estimulação da extremidade dos dedos À pressão Ausência persistente de abertura ocular, sem fatores de interferência Nenhuma Olhos fechados devido a fator local Não testável Resposta verbal (V) Resposta adequada relativamente ao nome, local e data Orientado Resposta não orientada mas comunicação coerente Confuso Palavras isoladas inteligíveis Palavras Apenas gemidos Sons Ausência de resposta audível, sem fatores de interferência Nenhuma Fator que interfere com a comunicação Não testável Resposta Motora (M) Cumprimento de ordens com 2 ações Obedece a comandos Elevação da mão acima do nível da clavícula ao estímulo na cabeça ou pescoço Localizando Flexão rápida do membro superior ao nível do cotovelo, padrão não anormal Flexão normal Flexão do membro superior ao nível do cotovelo, padrão predominante anormal Flexão anormal Extensão do membro superior ao nível do cotovelo Extensão Ausência de movimentos dos membros superiores/inferiores Nenhum Fator que limita resposta motora Não testável A publicação original das atualizações da ECG orienta pressão no leito ungueal por 10 segundos (no exemplo, eles utilizam uma caneta para pressionar) para avaliar resposta ocular. Atenção: os estímulos dolorosos como a fricção do esterno são explicitamente desencorajados. 1. Locais para estímulo de pressão além do leito ungueal: trapézio e incisura supraorbitária, sendo estes últimos usados na resposta motora. Significado das pontuações: Uma pontuação de 8 ou menos na ECG configura uma definição geralmente aceita de coma ou lesão cerebral grave. Pacientes com lesão cerebral que tenham uma pontuação ECG de 9 a 12 são categorizados como tendo “Lesão moderada” e indivíduos com escore ECG de 13 a 15 são designados como tendo “lesão leve”. Em 2018, as atualizações da ECG também incluíram as pupilas, porém a nova edição do ATLS não contemplou esta mudança.