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Bem de Família: Conceito e Previsão Legal

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Aula20 - Luciano Masson - Do bem de Família e sua Conceituação, Previsão Legal
1. BEM DE FAMÍLIA
O Bem de família tem como princípio o patrimônio mínimo do sujeito e representa uma forma de tutela da garantia da dignidade da pessoa humana e direito social à moradia. Decorrente do direito norte-americano, esse tema cai muito em prova, sendo importante compreender suas nuances.
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1.1. ESPÉCIES	
a) Bem de família legal, decorre da Lei n. 8.009/90 (lei de leitura obrigatória). Não depende de manifestação ou de registro dos interessados. Decorre automaticamente do art. 3º da referida lei (ressalvas legais – à exceção dentro da exceção).
b) Bem de família voluntário ou constituído por meio de escritura pública. Estão nos termos do art. 260 a 265, da Lei n. 6015. É instituído por membro da família.
O bem de família representa um patrimônio inatingível, não alcançável pelos credores do devedor, não será objeto de responsabilização patrimonial.
Diferenças: o bem de família voluntário traz uma ideia de afetação, seria impenhorável, inalienável, insuscetível de inventário e partilha. Bem de família legal gera impenhorabilidade (com exceções do art. 3º).
1.2. QUESTÕES RELACIONADAS
A) Súmula 364, STJ: É um conceito ampliativo de bem de família para determinadas estruturas familiares. O bem de família não objetiva a tutela da família porque a pessoa solteira pode adquirir.
B) Súmula 449, STJ: A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóvel não constitui bem de família e pode ser objeto de penhora.
C) O devedor que voluntariamente entrega o bem à penhora poderá posteriormente invocar a sua impenhorabilidade? Não, porque não admite comportamentos contraditórios. É inadmissível posterior invocação da impenhorabilidade do bem de família após o devedor voluntariamente dar o bem em garantia.
D) Penhora do bem de família do fiador. O STF recentemente reacendeu essa discussão. A fiança é uma espécie de contrato e o fiador é o responsável pela dívida alheia mesmo não sendo devedor. O STJ disse que se é bem de família não há impenhorabilidade na sua Súmula 549, ou seja, é válida a penhorabilidade. Todavia, o STF acabou de relativizar a regra do STJ. O STF em junho de 2018 afastou a penhorabilidade de bem de família de fiador na locação comercial. O bem de família do fiador não é penhorável. RE 605/709 (possível questão de prova). Assim, afasta a aplicação da Súmula 549 do STJ.
E) Impenhorabilidade no bem de família que reside o sócio. Não é afastada porque o imóvel pertence a sociedade empresarial. É uma questão de ordem pública, não admitindo renúncia. O STJ disse que o titular do bem sobre o qual incide a impenhorabilidade não pode abrir mão dessa garantia. Todavia, essa decisão do STJ choca-se com uma dada anteriormente, ou seja, em matéria de bem de família o STJ discorda com o próprio STJ. O titular do bem não pode renunciar a impenhorabilidade do bem de família, mas o próprio STJ fala que quando ele abre mão é valido.
F) Súmula 486, STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.
G) Impenhorabilidade do bem de família não pode ser oponível a credor de alimentos. Os residentes no imóvel possuem legitimidade contra a penhora do bem de família e do abuso de direito. A fraude afasta a impenhorabilidade.
1.3. ASPECTOS DA LEI N. 8.009 – BEM DE FAMÍLIA LEGAL
O art. 3º traz a exceção dentro da exceção. O “salvo se” refere-se ao rol de hipóteses de penhorabilidade do bem de família, ou seja, são hipóteses que apesar de bem de família poderá ser penhorado.
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias;
(Revogado pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida; (Redação dada pela Lei nº 13.144 de 2015)
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. (Incluído pela Lei nº 8.245, de 1991)
Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que, sabendo-se insolvente, adquire de má-fé imóvel mais valioso para transferir a residência familiar, desfazendo-se ou não da moradia antiga.
§ 1º Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor, transferir a impenhorabilidade para a moradia familiar anterior, ou anular-lhe a venda, liberando a mais valiosa para execução ou concurso, conforme a hipótese.
§ 2º Quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a impenhorabilidade restringir-se-á à sede de moradia, com os respectivos bens móveis, e, nos casos do art. 5º, inciso XXVI, da Constituição, à área limitada como pequena propriedade rural.
Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente.
Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil .
1.4. PRINCIPAIS ASPECTOS DO BEM DE FAMÍLIA CONVENCIONAL/VOLUNTÁRIO
A) Cônjuges ou entidade familiar o instituirão por escritura pública ou testamento, até o limite de um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição.
B) Terceiro poderá igualmente instituir um bem de família por testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada.
C) Consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicilio familiar, e poderá abranger valores mobiliários.
D) O bem de família, quer instituído pelos cônjuges ou por terceiro, constituirão por registro de seu título no registro de imóveis.
E) O bem é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio. Havendo execução, eventual saldo será aplicado em outro prédio como bem de família.
F) Isenção perdurará enquanto viver um dos cônjuges, ou na falta destes, até que os filhos completem a maioridade.
G) Havendo a impossibilidade de manutenção do bem de família nas condições em que foi instituído, poderá o juiz, a requerimento dos interessados, instituí-lo ou autorizar a sub-rogação dos bens que o constituem em outros, ouvidos o instituidor e o MP.
H) A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família.
I) Extingue-se, igualmente, o bem de família, com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos, desde que não sujeitos à curatela.
QUESTÕES
2015 – FUNCAB – ANS - ATIV. TEC. DE COMPLEXIDADE - DIREITO
Sobre o instituto do bem de família voluntário, é correto dizer que:
a) comporta administração conforme a pura cognição do juiz.
b) pode incidir sobre investimentos mobiliários destinados a conservar imóvel para prover o sustento de grupo parental.
c) pode incidir sobre bens imóveis ou móveis de grande valor.d) acarreta isenção do IPTU cujo débito seja posterior à instituição.
e) pode ser instituído por terceiro, sem limitação de valor.
Gabarito: B
COMENTÁRIO DA QUESTÃO
A) Art. 1713, §3º, CC
B) Art. 1712, CC
C) Art 1711, caput, CC
D) Art. 1715, CC
E) Art. 1711, CC
2017 – FAFIPA – FUNDAÇÃO ARAUCÁCIA – PR - ADVOGADO
Sabe-se que a lei 8.009/90 dispõe sobre a impenhorabilidade do bem de família. Nesse diapasão, assinale a alternativa INCORRETA.
a) O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas na lei 8.009/90.
b) Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos.
c) Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata a lei 8.009/90, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. Ainda, na hipótese de o casal ou entidade familiar ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado para esse fim no Registro de Imóveis e na forma do artigo 70 do Código Civil.
d) A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, salvo os processos trabalhistas.
Gabarito: D
Art. 3º, caput, Lei nº. 8.009.
Direito Civil
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