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e-Tec Brasil
Aula 4 - As preocupações filosóficas: 
da Grécia antiga até o 
Renascimento
e-Tec BrasilAula 4 - As preocupações filosóficas: da Grécia antiga até o Renascimento 27
Nesta aula abordaremos algumas das principais perguntas que preocupa-
ram a filosofia da Grécia antiga até o Renascimento. Esta abordagem visa 
contribuir para a compreensão do objeto de estudo da filosofia, verifican-
do como seus questionamentos e reflexões estão intimamente ligados aos 
diversos momentos históricos da nossa sociedade. 
Como já estudado na Aula 2, na antiga Grécia (600 a. C. – 428 a. C.), a filo-
sofia se focou na investigação das causas das transformações na Natureza. 
Para Castro (2008, p.11), “As indagações dos filósofos dessa época primeva 
reapresentam a primeira vontade do ser humano de entender os mecanis-
mos reguladores da natureza para além de qualquer explicação mítica...”. 
Assim, os antigos filósofos gregos, tais como Tales, Pitágoras, Heráclito, 
Anaxágoras, Demócrito e muitos outros, indagaram sobre o surgimento do 
cosmos e a natureza.
Mais tarde, no século V, após o fracasso da invasão persa, por toda Grécia 
se estende um forte movimento intelectual que favoreceu a democracia. 
Atenas se converteria no centro da cultura que irradia ciência e filosofia, 
arte e cultura a toda Grécia. Neste período a filosofia sai das escolas para 
as cidades; os filósofos, no início chamados de sofistas, passam a investigar 
não mais a natureza, mas o habitante do universo: o próprio homem, as 
questões humanas, isto é, a ética, a política e as técnicas. 
Nesta época destaca-se o filosofo Sócrates que propunha em seus ensina
mentos aos jovens a melhor forma de direcionar sua vida para ser satisfa-
tória. Para Sócrates o filósofo devia dedicar-se à investigação de si mesmo. 
O interesse primordial de Sócrates era a moral, se preocupava em indagar: 
Que é amor? Que é justiça? Que é a bondade? Que é a compaixão?
Para Sócrates, o ser humano devia refletir sobre sua conduta, se autocriticar 
e encontrar mediante o diálogo, a verdade de cada um, a partir da qual cada 
um deveria viver. O método utilizado por Sócrates para chegar à verdade é 
a pergunta, o diálogo, a arte de debater por meio de perguntas e respostas, 
chegando assim à verdade, ou muito próximo dela.
Moral:
É o conjunto de costumes e nor-
mas que visam orientar a ação 
humana e organizar as relações 
dos indivíduos na sociedade. 
Filosofia Ie-Tec Brasil 28
Saiba mais
Sócrates nasceu em Atenas no ano 470 a.C., aprendeu a ler e escrever, 
fato pouco comum para aquela época. Foi acusado, entre outras coisas, de 
corromper a juventude, motivo pelo qual foi condenado à morte por enve-
nenamento. Para Castro (2008, p. 22), “a morte de Sócrates entra para a 
Filosofia como um símbolo do poder que as ideias possuem e de como po-
dem ameaçar o status quo. Sócrates só pretendia levar os jovens atenienses 
à descoberta do pensamento autônomo e da reflexão”.
Sócrates não deixou nada escrito, mas seu discípulo Platão conservou suas 
ideias. Ao utilizar o método socrático, Platão buscou refletir sobre quatro 
perguntas, onde o homem pode encontrar a verdade? Qual é a origem e 
composição do Universo? Qual é a finalidade do homem sobre a terra? Qual 
é a origem da criação do homem?
Mais tarde, parte das preocupações filosóficas centra-se no estudo do racio-
cínio, das regras do pensamento correto. No contexto desta preocupação 
Aristóteles pensava que a Filosofia devia ser a demonstração da prova, para 
ele uma afirmação não provada não era verdadeira. Aristóteles escreveu o 
primeiro texto sobre lógica. 
Saiba mais
Aristóteles (384-322 a. de C.) é considerado um dos maiores filósofos gregos. 
Entre suas preocupações está a ética, a natureza da alma, a separação dos 
ramos do saber de acordo com seu objeto, Aristóteles e seus discípulos con-
tribuíram com os primeiros estudos sérios sobre botânica, zoologia, mecânica, 
física, astronomia, medicina e outras disciplinas humanas. É considerado o 
fundador da lógica, seus escritos sobre lógica estão reunidos no Organon.
Do final do século IV ao final do século III a.C., chamado de período sistemático, 
a Filosofia busca mostrar, a partir da sistematização de tudo quanto foi pensado 
sobre a cosmologia e a antropologia, que tudo pode ser objeto de conhecimen-
to filosófico, desde que seguidos os critérios da verdade e da ciência. 
Do século I ao século VII d.C., surge a filosofia patrística, a partir do esforço 
de conciliar o Cristianismo com o pensamento dos gregos e dos romanos, 
numa tentativa de convencer aos pagãos acerca das novas verdades prega-
das pelo cristianismo. A filosofia irá girar principalmente em torno das rela-
Lógica: 
É o conjunto de conhecimentos 
que nos faz proceder, com ordem, 
facilmente e sem erro no 
processo do pensamento. 
Etimologicamente lógica
 vem do grego logos, 
que significa pensamento, 
conceito, discurso, razão. 
Pagão:
Utiliza-se para nomear os 
povos politeístas antigos e, por 
extensão, aos que se relacionam 
com eles ou seus deuses.
e-Tec BrasilAula 4 - As preocupações filosóficas: da Grécia antiga até o Renascimento 29
ções entre fé e ciência, a natureza de Deus, da alma, a vida moral. A filosofia 
liga-se a defesa da religião cristã, da evangelização.
Para impor as ideias cristãs, estas foram transformadas em verdades divinas, 
isto é, reveladas por Deus. Assim, as verdades cristãs, por serem divinas, se 
converteram em dogmas, isto é, em ideias irrefutáveis e inquestionáveis. 
A partir deste momento surgem diferentes verdades: as verdades reveladas 
ou da fé e as verdades da razão ou humanas, as primeiras referem-se à noção 
de conhecimento recebido por um superior divino, as segundas referem-se ao 
simples conhecimento racional. Para Aranha e Martins, ( 1986, p.137) nesta 
época “Mesmo quando se pede ajuda à razão filosofante, é ainda a revelação 
que surge como critério último de verdade na produção do conhecimento”.
Durante o período medieval, do século VIII ao século XIV, os interesses 
da Igreja Romana dominam a Europa, nesse período surge propriamente a 
Filosofia cristã, que é, na verdade, a teologia, também conhecida com o nome 
de escolástica. Nesta época a filosofia cristã está interessada em provar de for-
ma racional a existência do infinito criador, Deus, e da alma, isto é, o espírito 
humano imortal.
A diferença e separação entre infinito (Deus) e finito (homem, mundo), a 
diferença entre razão e fé (a primeira deve subordinar-se à segunda), a dife-
rença e separação entre corpo (matéria) e alma (espírito), o Universo como 
uma hierarquia de seres, onde os superiores dominam e governam os in-
feriores (Deus, arcanjos, anjos, alma, corpo, animais, vegetais, minerais), a 
subordinação do poder temporal dos reis e barões ao poder espiritual de 
papas e bispos: eis os grandes temas da Filosofia medieval (2000, p.54).
A ciência medieval se caracterizou pela dificuldade em incorporar a experi-
mentação e matematização das ciências da natureza, o que ocorrera apenas 
na Idade Moderna. Após longos séculos de adormecimento da ciência e 
do predomínio dos dogmas e verdades divinas, no século XIV ao século XVI 
assistimos ao renascer da ciência, da cultura e da política. 
Durante o Período chamado Renascimento, século XV e XVI, com as gran-
des descobertas marítimas, como a descoberta da América, a formação das 
monarquias nacionais, a reforma protestante, o renascimento artístico e a 
ideia de liberdade política, volta ao cenário científico e filosófico a possibili-
dade do homem conhecer a natureza e agir sobre ela.
Renascimento: 
Movimento de renovação 
artística, intelectual e científico, 
iniciado na Itália e que se expan-
diu pela Europa nos séculos XV e 
XVI. O movimento renascentista 
representou uma total oposição 
ao período medieval. 
Filosofia Ie-Tec Brasil 30
Para concluir esta aula, podemos reafirmar que áreas de interesse da filosofia 
mudam conformeos diversos momentos históricos da nossa sociedade. As 
preocupações filosóficas da Grécia Antiga até o renascimento nos mostram 
a necessidade do ser humano compreender seu mundo e ao mesmo tempo 
responder as clássicas perguntas - seja no âmbito da sociedade, da natureza 
ou pensamento - porque e como.
Resumo 
Entre as principais preocupações dos filósofos da antiga Grécia (VI a.C.) até 
o Renascimento (XVI) destacam-se: 
- investigação das causas das transformações na Natureza. 
- Posteriormente os filósofos passam a investigar não mais a natureza, mas 
o habitante do universo: o próprio homem, as questões humanas, isto é, a 
ética, a política e as técnicas. No século V a.C. a preocupação dos filósofos 
é “mundana, isto é, voltada para o próprio homem e as condições de seu 
desenvolvimento e aperfeiçoamento intelectual”. Mais tarde, parte das pre-
ocupações filosóficas centra-se no estudo do raciocínio, das regras do pen-
samento correto. Neste contexto Aristóteles pensava que a Filosofia devia 
ser a demonstração da prova, para ele uma afirmação não provada não era 
verdadeira. Esse filósofo escreveu o primeiro texto sobre lógica.
- Do século I ao século VII d. C., surge a filosofia patrística, a partir do es-
forço de conciliar o Cristianismo com o pensamento dos gregos e romanos, 
numa tentativa de convencer aos pagãos das novas verdades pregadas pelo 
cristianismo. 
-Período medieval, do século VIII ao século XIV, os interesses da Igreja Roma-
na dominam a Europa. Nesse período surge propriamente a Filosofia cristã, 
que é a teologia, interessada em provar de forma racional a existência do 
infinito criador, Deus, e da alma, isto é, o espírito humano imortal.
-Período do Renascimento, século XV e XVI, com as grandes descobertas 
marítimas, como a descoberta da América, a formação das monarquias na-
cionais, a reforma protestante, o renascimento artístico e a ideia de liberdade 
política e a possibilidade do homem conhecer a natureza e agir sobre ela.

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