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ANTI INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDES EICOSANOIDES Prostaglandinas (PG) o PGE2 Produzida pela maioria dos tecidos, especialmente o rim. Relaxa a musculatura lisa, promove vasodilatação e citoproteção da mucosa gástrica. Indução da resposta inflamatória em determinados tecidos quando induzida pela COX-2. o PGF2α Produzida pela maioria dos tecidos, estimula contrações uterinas (aborto), vasoconstrição e contração do músculo liso (broncoconstrição). o Prostaciclina (PGI2) Produzida pela prostaciclina sintase no endotélio dos vasos, aumenta a formação de AMPc, inibe a agregação plaquetária (antagonista do tromboxano A2) e vasodilatação. Tromboxanos (TX) o Tromboxano A2 (TXA2) Produzido pela tromboxano sintase nas plaquetas, diminui a formação de AMPc, que mobiliza o cálcio intracelular e promove agregação plaquetária, vasoconstrição e contração do músculo liso. Leucotrienos (LT) o Estimulação da contração da musculatura lisa o Indução da resposta alérgica o Indução da resposta inflamatória Leucotrieno A4 (LTA4) Produzido pelos leucócitos, plaquetas, mastócitos e tecidos do coração e pulmão. Leucotrieno B4 (LTB4) Promove a liberação das enzimas lisossômicas, adesão dos leucócitos e aumenta a quimiotaxia dos leucócitos. RESPOSTA INFLAMATÓRIA Fase aguda: vasodilatação local transitória e aumento da permeabilidade capilar. o Calor, rubor, edema, dor e perda da função. Fase subaguda tardia: caracterizada por infiltrado de leucócitos e células fagocitárias. Fase proliferativa crônica: degeneração e fibrose. -Fator C5a do complemento (ativado por patógenos ou Ig) ou lesão: Fosfolipase A2: o PAF o Prostaglandinas (via COX-2 ativada nas células inflamatórias) Tromboxano = adesão plaquetária e vasoconstrição Prostaciclina = vasodilatação E2 = vasodilatação, edema e hiperalgesia (compressão) o Leucotrieno B4 = quimiotaxia Monócitos, macrófagos e neutrófilos Bradicinina e Histamina = aumentam a permeabilidade capilar e ativam os nociceptores (dor). IL1, IL6, TNF-α Quando o estímulo provoca a lesão tecidual, há o desencadeamento de processo inflamatório seguido de reparação. As células lesadas liberam enzimas de seu interior, que no ambiente extracelular degradam ácidos graxos de cadeia longa e atuam sobre os cininogênios, dando origem à formação de cininas. As cininas são pequenos polipeptídeos da α2-calicreína presente no plasma ou nos líquidos orgânicos. A calicreína é uma enzima proteolítica que é ativada pela inflamação e outros efeitos químicos ou físicos sobre o sangue ou os tecidos. Ao ser ativada, a calicreína atua imediatamente sobre a α2 -globulina, liberando a cinina denominada calidina, que é, assim, convertida em bradicinina por enzimas teciduais. Uma vez formada, a bradicinina provoca intensa dilatação arteriolar e aumento da permeabilidade capilar, contribuindo para a propagação da reação inflamatória. Também, a ação da fosfolipase A na membrana celular provoca a liberação de ácido araquidônico. Este é metabolizado por três sistemas enzimáticos principais: A cicloxigenase, de cuja atuação obtêm-se as prostaglandinas, os tromboxanos e as prostaciclinas; A lipoxigenase, que provoca a produção de leucotrienos e lipoxinas; E o citocromo P-450, que origina os denominados produtos da via da epoxigenase. Essas substâncias, sobretudo as prostaglandinas E2 (PGE2), promovem diminuição do limiar de excitabilidade dos nociceptores. Do mesmo modo, células inflamatórias, macrófagos e leucócitos liberam citocinas que vão contribuir para a migração de novas células para o local da lesão. Há produção e liberação de interleucina-1 e 6, fator de necrose tumoral, selectina, fatores quimiotáticos, óxido nítrico e substâncias oxidantes. Novos receptores, então, são recrutados e passam a fazer parte do processo inflamatório. A substância P e a neurocinina A produzem vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular, contribuindo também para a manutenção do processo inflamatório. A bradicinina, a prostaglandina E2, o fator de crescimento nervoso (NGF) e as interleucinas, contudo, parecem exercer papel fundamental na nocicepção periférica. A prostaglandina e a bradicinina causam alterações em receptores específicos (TRPV1) acoplados a canais iônicos ligante-dependente via ativação do AMPc, e das proteínas cinases A (PKA) e C (PKC), reduzindo o tempo pós-hiperpolarização da membrana neural, causando redução do limiar para disparo da fibra nervosa. As neurotrofinas aumentam a síntese, o transporte axonal anterógrado e quantidade de SP e CGRP nas fibras C tipo 1 e reduzem a atividade do ácido gama-aminobutírico (GABA), tanto nas terminações nervosas periféricas quanto nas centrais. Em resumo, a agressão tecidual resulta na acumulação de metabólitos do ácido araquidônico. A produção de prostaglandinas e de leucotrienos leva a degranulação de mastócitos e a ativação direta de fibras nervosas, macrófagos e linfócitos. Há liberação de mediadores, como potássio, serotonina, substância P, histamina e cininas. Ocorrem alterações na permeabilidade vascular, no fluxo sangüíneo local e produção dos sinais clássicos inflamatórios de rubor, calor, dor, tumor e impotência funcional. Tem início o processo de sensibilização periférica com consequente exacerbação da resposta ao estímulo doloroso Na maioria das vezes, os mediadores inflamatórios (produtos de leucócitos e plaquetas ativados, do metabolismo do ácido araquidônico-prostaglandinas e leucotrienos-e das cascatas da coagulação e do complemento) agem localmente no sentido de restringir as consequências e a extensão do dano tecidual. Neste caso, o processo inflamatório tem apenas repercussões locais (numa tendinite ou uma foliculite, por exemplo) ou passa completamente despercebido (como em microtraumatismos de pele ou mucosas). Em condições em que esta capacidade homeostática local é superada, ou pela magnitude do estímulo agressor ou pela insuficiência dos mecanismos reguladores, a resposta inflamatória extravasa os limites do seu microambiente e pode se manifestar de modo sistêmico em todo o organismo ou ainda, dependendo da quantidade de citocinas liberadas, pode ter consequências catastróficas, na forma de choque circulatório grave. O fígado é o principal alvo das citocinas, em caso de infecção aguda sistêmica, dentre vários produtos, ele passa a produzir principalmente a proteína C reativa (PCR), que tem como função a ativação do complemento, opsonização, fagocitose e citotoxicidade. COX-1 (constitutiva) = expressa na maioria das células e tecidos normais, com grande atividade na mucosa gástrica (diminuição da secreção de HCL e aumento da produção de muco), endotélio vascular (homeostase vascular), plaquetas (antitrombogênese) e nos rins (modulação do fluxo plasmático renal). COX-2 (induzida) = nas células inflamatórias quando ativadas, ocorrendo a produção dos mediadores inflamatórios e neoplásicos. Pode ser constitutiva em certas áreas do rim e cérebro (mediador da dor e febre). COX-3 = parece ser expressa em altos níveis no sistema nervoso central e pode ser encontrada também no coração e aorta. Relacionada a produção de substâncias anti-inflamatórias (períodos de remissão observados em doenças com componente de inflamação crônica, como na artrite reumatoide). MECANISMO DE AÇÃO – AINES Atuam inibindo algumas enzimas que catalisam a biossíntese das prostaglandinas, em sua maioria, inibidores das isoenzimas COX-1 e COX-2, apesar de variarem quanto ao grau de inibição de cada uma delas. A ação anti-inflamatória está principalmente relacionada à inibição da COX-2. Anti-inflamatórios Analgésicos Antipiréticos DOR: classificados como analgésicos leves, no entanto é importante para avaliar a eficácia analgésica o tipo de dor e não apenas a intensidade. A inflamação e lesão tissular promovem a estimulação local de fibras dolorosas e aumento da sensibilidade dolorosa –hiperalgesia, em parte uma consequência da maior excitabilidade dos neurônios centrais na medula espinhal. A inflamação sensibiliza receptores da dor a estímulos mecânicos e químicos que seriam normalmente indolores. FEBRE: Independente o estímulo, as células do sistema fagocítico-mononuclear (monócitos e macrófagos) liberam IL-1 e TNFα, os fibroblastos e células endoteliais liberam um segundo conjunto de IL-1, TNFα, IL-6 e IL-8 que juntamente com as PGE2, que ao atingir a circulação em um processo inflamatório agudo sistêmico, promovem aumento do AMPc no hipotálamo, este induz o centro vasomotor a realizar vasoconstrição, diminuindo a perda de calor (febre) e tremores induzidos pelos nervos simpáticos. REAÇÕES ADVERSAS COMUNS Sistema digestório: dor abdominal, náuseas, anorexia, úlceras gástricas, anemia, hemorragia GI, diarreia. Sistema renal: retenção de sal e água, edema, piora da função renal em nefropatas, cardíacos ou cirróticos, menor excreção de uratos, hiperpotassemia. SNC: cefaleia, vertigem, tonturas. CLASSIFICAÇÃO DOS AINES SALICILATOS ÁCIDO ACETIL SALICÍLICO Inibe por competição de forma irreversível a COX-1 e COX-2, e a duração de seus efeitos está relacionada a regeneração da COX nos diferentes tecidos-alvo. Efeito importante e notado nas plaquetas, que por não serem nucleadas apresentam capacidade limitada de síntese proteica, dessa forma, a inibição da formação de TXA2 pela inibição da COX-1 ocorre de forma cumulativa por doses baixas e repetidas do fármaco (40-80mg/dia) e leva aproximadamente 8-12 dias para desaparecer após cessar a administração. Analgésico e antipirético, anti-inflamatório em doses mais elevadas. Indicações e doses – Via oral (comprimido 500mg) Dor/febre: 325mg a 650mg de 4-6h Febre reumática: 1g de 4-6h Crianças: 10mg/Kg de 4-6h Antiagregante plaquetário, antitrombótico, profilático do IAM e do IAM reincidente: 40 a 80mg/dia Ação Anti-inflamatória: 4 a 5g diárias (porém é necessário avaliar o risco/benefício) T1/2: 8 à 12h Reações adversas: -Distúrbios gastrointestinais (náuseas, vômitos, dor gástrica) em 10 a 30% dos pacientes. -Úlcera péptica -Hemorragias ocultas -Insuficiência renal -Síndrome de Reye (combinação de distúrbio hepático e encefalopatia). DERIVADOS DO PARAMINOFENOL PARACETAMOL (ACETAMINOFENO – EUA) Fármaco de escolha para pacientes alérgicos ao AAS ou com antecedentes de úlcera péptica. Analgésico e antipirético, fraca ação anti-inflamatória. Dose – Via oral (comprimido 500-750mg) 2 a 3g/dia em intervalos de 4-6h (1 comp. De 500-750mg a cada 6h) T1/2: 2 horas Reações adversas: -Overdose leva à produção de metabólitos tóxicos e necrose hepática. DERIVADOS DO PIRAZOLONA DIPIRONA SÓDICA (METAMIZOL – PROIBIDO NOS EUA, REINO UNIDO, SUÉCIA E ÍNDIA) Mecanismo periférico e central (inibição de prostaglandinas no SNC – corno dorsal da medula), utilizado no tratamento de artrites, pois penetra no líquido sinovial, e antipirético em convulsões febris em crianças. Analgésico e antipirético, com fraca ação anti-inflamatória. Dose – via oral (500mg/mL, sendo 1mL = a 20 gotas, então 25mg/gota) e intravenosa. 500-2000mg a cada 4-6h (20-80 gotas a cada 6h) Crianças: 1 gota/kg (não passando de 25mg/kg) Efeitos adversos: -Distúrbios hematológicos (anemia aplásica, púrpura trombocitopênica) -Erupções cutâneas -Edema -Reações alérgicas DERIVADOS DO ÁCIDO FENILPROPIÔNICO Efeito analgésico, antipirético e anti-inflamatório. Efeitos adversos náuseas, vômitos, tontura, reações hepáticas, sonolência, sangramento GI. IBUPROFENO Dose – via oral (gotas 50mg/mL, sendo 1mL = 20 gotas, então 2,5mg/gota; e comprimido 600mg) Analgésico: 200-400mg a cada 4-6h Anti-inflamatório: 300mg a cada 6-8h, ou 400-800mg 3-4vezes/dia Crianças: o Antipirético: 5-10mg/kg a cada 6h (máx 40mg/kg/dia) o Anti-inflamatório: 20-40mg/kg/dia fracionados em 3-4 doses/dia NAPROXENO o Analgésico e anti-inflamatório: 250mg 4x/dia ou 500mg 2x/dia o Crianças: Antipirético: 5mg/kg 2x/dia CETOPROFENO o Analgésico: 25mg 3-4x/dia o Anti-inflamatório: 50-75mg 3-4x/dia FENOPROFENO FLURBIPROFENO DERIVADOS DO ÁCIDO ACÉTICO DICLOFENACO Potente inibidor não seletivo da COX, diminui a biodisponibilidade do ácido aracdônico. Anti-inflamatório, analgésico e antipirético. Efeitos adversos: distúrbios GI (diarreia, náuseas, vômitos, sangramento oculto e ulceração gástrica) SULINDAC INDOMETACINA ACECLOFECO ETODOLACO CETOROLACO Cetorolaco de trometamina (Toragesic), aine usado para analgesia da dor pós operatória, inibe a atividade da ciclo-oxigenase, sendo mais seletivo para a COX-1. Potenta analgésico e anti-inflamatório, indicado para dor aguda, pós operatório, conjuntivite alérgica sazonal e inflamação ocular pós operatória. Doses – via oral (por no máximo 5-7 dias) Até 65 anos: 10mg a cada 4-6h, sem exceder 40mg/dia TOLMETINA OXICAMS São inibidores da enzima ciclo-oxigenase (COX-1 e COX-2), apresentando atividade anti-inflamatória, analgésica e antipirética. Em geral são inibidores não seletivos das COX, embora um membro deste grupo de fármacos, o meloxicam, mostre maior seletividade para a isoforma COX-2, sendo comparável ao celecoxibe nos angue humano in vitro, tendo sido aprovado como um inibidor seletivo da COX-2 em alguns países. Os oxicans têm eficácia similar ao AAS, indometacina e naproxeno no tratamento de longo prazo da artrite reumatoide ou osteoartrite. Porém, ensaios controlados comparando a tolerância gastrintestinal ao AAS não foram realizados. Por outro lado, a principal vantagem atribuída a esses compostos se refere a sua longa meia-vida plasmática, fato que permite seu uso em dose única diária. Piroxicam Meloxicam Tenoxicam Lornoxicam OUTROS ÁCIDO MEFENÂMICO Fraco anti-inflamatório e analgésico, usado em cólicas menstruais, inibe a síntese de prostaglandinas. -Reações adversas: distúrbios gastrointestinais (diarreia, náuseas, vômitos). NIMESULIDA Inibidor fraco das prostaglandinas, seletivo COX-2, mecanismo central analgésico noradrenérgico, somente analgésico. -Reações adversas: hepatotoxicidade. NABUMETONA COXIBES A classe dos coxibes, de forma geral, é bem absorvida por via oral, atinge a concentração plasmática de 1 a 3 horas depois da administração e possui biodisponibilidade de cerca de 90%. Os coxibes apresentam tempo de meia-vida média de cerca de 15horas. Ligam-se àsproteínas plasmáticas em cerca de 87 a 97%. Reações Adversas associadas Desenvolvimento de hepatite e pancreatite – devido presença de sulfonamida na estrutura química o que pode levar ao aparecimento de reações alérgicas em pacientes intolerantes a sulfas. Problemas cardiovasculares – Inibidores específicos COX-2 suprimem a produção de PGI2 pelas células endoteliais, enquanto não apresentam efeito na produção de TXA2 plaquetário, já que este é originado da COX-1. Isso leva a um desequilíbrio a favor de fatores pró-trombóticos pode levar à agregação plaquetária e vasoconstrição, com maior tendência para oclusão vascular e isquemia tissular. Qual anti-inflamatório usar? O que estiver disponível, mais acessível à condição do paciente e posologia mais confortável. DISMENORRÉIA Primária: a causa básica é inflamação/dor decorrente do ciclo menstrual Secundária: outra causa subjacente Tratamento com anti-inflamatório, vai diminuir a produção de prostaglandinas, reduzindo a contração muscular lisa (útero). AMIGDALITE Viral: sistêmica, com coriza, lacrimejamento, língua limpa, na criança pode haver diarreia e vômito. Bacteriana: sistêmica, sintomas toxêmicos como febre, placas amigdalianas e linguais, geralmente não há conjuntivite associada. Tratamento com anti-inflamatório CEFALÉIA Primária Secundária: por causa subjacente Tratadas com anti-inflamatório e analgésico, é importante identificarse secundária para tratar a causa. Toragesic, cetorolac (sublingual) GOTA (ARTRITE GOTOSA) Deposição de ácido úrico sérico nas articulações Aguda: anti-inflamatório (cuidado com problemas renais) Crônica: alopurinol (age na conversão das xantinas em ácido úrico) LOMBALGIA Primária Secundária: avaliar sintomas neurológicos, da mesma forma na cefaleia. Anti-inflamatórios OBS: cuidados na administração de anti-inflamatórios, observar a hidratação e função renal, pelo efeito de vasoconstrição pode causar choque. ESQUEMA DE PRESCRIÇÃO CRIANÇAS Paracetamol, dipirona e ibuprofeno Saber a concentração do medicamento por ml e dividir por 20 1ml = 20 gotas Ex: dipirona gotas 500mg/ml – 1 gota tem 25mg (dose mínima) De modo geral, 1 gota por kilo (25mg/kg – dose terapêutica mínima) FEBRE Interleucinas 1 e 6 CESÁRIA 1º dia: Opioide espinhal, analgésico e anti-inflamatório 2º dia: Opioide intravenoso, analgésico e anti-inflamatório Mas qual anti-inflamatório: cetoprofeno, menor toxicidade e transmissão pelo leite OBS: Principal sintoma de úlcera gástrica: fome dolorosa eicosanoides classificação dos AINES salicilatos derivados do paraminofenol derivados do pirazolona derivados do ácido fenilpropiônico derivados do ácido acético oxicams outros coxibes
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