Buscar

Parasitologia- Ancilostomose (necaterose)

Prévia do material em texto

Ancilostomose (Necaterose)
•Agente etiológico: Ancylostoma duodenale ou 
Necator americanus (prevalece nas américas) 
•Filo: Aschelmintos 
•Classe: Nematoda 
•Família: Ancylostomidae 
•Gênero: Ancylostoma (dente) ou Necator 
(placa cortantes) 
•Existem mais de 100 espécies, só 3 são 
agentes etiológicos das ancilostomoses humanas 
•Ciclo: monoxeno, tem uma fase de vida livre 
larval (geoelmimto). O homem é a única fonte 
de infecção 
•São genericamente denominados 
ancilostomídeos enteroparasitos do homem 
•Nomes populares: amarelão, doença do jeca 
tatu 
Epidemiologia 
•Prevalência mundial de 20 -50% (segunda 
infecção por helminto mais frequente) 
•Ancylostoma duidenale predomina no 
hemisfério norte, clima temperado 
•Necator americanus predomina em regiões 
tropicais 
•Frequentemente na zona rural, principalmente 
em adultos jovens (jeca tatu) 
•Prevalência da Ancilostomose no Brasil 
-Infecção intestinal, em geral 
assintomática 
-Crianças intensamentes parasitadas 
pode apresentar: hipoprotenemia junto de 
hipodesenvolvimento pôndero-estatur e 
intelectual (associa à anemia) 
-O Necator americanus é a prevalência 
Morfologia 
•Machos: não tem parte posterior curvada 
ventralmente, apresentam bolsa copuladora 
(expansão membranosa para copulação), 
menor que a fêmea 
•A cápsula bucal é saliente, ou com dentes ou 
com placas cortantes, precisa cortar porque o 
verme se alimenta de sangue 
•Ancylostomidae 
-2 espécies apresentam dentes: 
A..duodenale e A.ceylanicium 
-1 espécie com lâminas cortantes: 
N..americanus 
•Formas evolutivas 
-Vermes adultos 
-Ovos de N.americanus e A.duodenale 
-Larvas rabtidóides 
-Larvas filarioides 
•Necator americanus 
-Extremidade cefálica recurvada 
dorsalmente 
-Cápsula bocal profunda com lâminas 
cortantes 
-Macho: 5 a 9mm e 300micrometros de 
largura com bolsa copuladora bem desenvolvida 
-Fêmea: 9 a 11mm e 350micrometros de 
largura, com extremidade posterior afilada 
•Ancylostoma duodenale 
-Cilindriforme, extremidade anterior 
curvada dorsalmente 
-Cápsula bucal profunda com 2 pares de 
dentes 
-Macho: 8 a 11mm comprimento e 400 
micrometros de largura, com bolsa copuladora 
-Fêmea: 10 a 18 mm e 600micrometros 
de largura 
Formas evolutivas 
•No interior dos ovos dos ancilostomideos, 24h 
após a eliminação das fezes, forma a L1, após 3 
a 4 dias transforma em L2 e esta se 
transforma em L3 (5dias) 
•Assim após uma semana atingem o estágio 
filariforme infeccioso e penetram ativamente 
pela pele, atingem a circulação e migram para 
os pulmões (síndrome de Loeffler) 
•Larva rabditóide(ancilostomídeos) L1 e L2 
-Esôfago rabditóide: corpo, istmo e bulbo 
-Vestíbulo bucal longo 
-Primórdio genital pequeno (pouco 
visível) 
-Cauda afilada 
-Alimenta-se de matéria orgânica e 
microorganismos das fezes 
-L1 perde a cutícula ganha nova e origina 
L2 
-Encontradas livres nas fezes ou em 
amostras “antigas” e não conservadas 
•Larva filarioide L3 
-Esôfago filarioide (cilindrico, alongado e 
sem bulbo) 
-Cauda afilada 
-Não se alimenta oralmente 
Ovo de Ancylostomidae 
•Membrana única, uma extremidade mais 
pontuda e uma mais quadrada, ovo incolor 
•As fêmeas de Ancylostoma duodenale 
ovipoem de 20 a 30 mil ovos/dias 
•As fêmeas de Necator americanus eliminam 
cerca de 9000 ovos/dia, 22vezes menos que o 
Ascaris lumbricoides 
•Ovos dos dois gêneros são muito parecidos 
•Ao serem eliminados com as fezes, 
desenvolvem-se no solo, caso haja humidade 
elevada, boa oxigenação e temperatura cerca 
de 25 a 30 graus Celsius. No seu interior forma 
a L1, a qual eclode ficando livre no solo, onde se 
alimenta de matéria orgânica putrefata e de 
bactérias, evoluindo para L2 e L3(esta não se 
alimenta, gasta reserva energética) 
 
 
Ciclo Biológico 
•Homem: penetração ativa (percutânea) 
•A..duodenale (4 a 5 semanas), longevidade 6 a 
8 anos 
•N..americanus (7 a 8 semanas), longevidade 4 a 
5 anos 
•Os ovos liberados nas fezes do hospedeiro → 
L1 e L2 rabditoide → L3 infectante livre -
penetração ativa > Vasos sanguíneos e 
linfáticos → coração (artérias pulmonares) → 
alvéolos pulmonares (bronquíolos, brônquios, 
traqueia (muco) L4 → faringe/laringe deglutidas 
(estômago) → Intestino delgado (adultos macho 
e fêmea) → Ovos (eliminados junto com as 
fezes) 
•Fatores como oxigenação, umidade 90% e 
temperatura favorecem o desenvolvimento dos 
ovos até as L3 
•As L3 são estimuladas por sinais térmicos e 
químicos produzindo produtos de secreção e 
excreção (auxiliam a penetração) 
•A penetração demora 30min 
aproximadamente 
•Ciclo alternativo (infecção “per-os” e sem ciclo 
de Looss) 
•Ciclo vital dos Ancylostomidae 
 
Patogenia e Sintomatologia 
•Assintomático 
•Sintomático: anemia em indivíduos com 
infecção intensa e com deficiência alimentar 
•Larvas e adultos (cronicinada) 
•Manifestações cutâneas: dermatite larvária 
•Manifestações pulmonares: leves, síndrome de 
Loeffler (sintomatologia) e pneumonia 
•Manifestações intestinais: inespecíficas 
•Principal manifestação: anemia 
•Ação espoliadora: microulcerações 
•Patogenia: larvas (penetração ativa pela larva 
L3 na pele) sintomatologia: dermatite larvária 
•N..americanus bebe mais sangue por dia que o 
A..duodenale 
•O hábito de defecar no chão, a falta de 
instalações sanitárias nas casas ou a péssima 
qualidade das mesmas, o hábito de andar 
descalço; em particular quando combinados, 
criam situação favorável à transmissão 
Fase Aguda 
•Migração das larvas no tecido cutâneo, 
dermatite (erupções papu vesiculares, 
pruriginosas e eritrmatosas) e pulmonar 
•Trato gastrointestinal, dor epigástrica, 
diminuição do apetite, náuseas, vômitos e 
diarréias 
•Instalação dos vermes adultos no Intestino 
Delgado (duodeno) a laceração da mucosa e 
submuclsa (cápsula bucal), secreção de 
Enzimas hidrolíticas, agentes anticoagulantes, 
resultam em intensa perda de sangue intestinal 
Fase Crônica 
•Permanência do verme adulta 
•Perda crônica de sangue 
•Associada à espoliação sanguínea e deficiência 
nutricional, Anemia 
•Sinais primários: relacionada com a espoliação 
sanguínea (carga parasitária) e cessam com o 
tratamento (antielmíntos) 
•Sinais secundários: decorrentes da anemia e 
hipo-proteinemia, cessam após reversão da 
anemia (dieta alimentar) 
Quadro Clínico Da Ancilostomose 
•Destaca a Anemia e suas consequências 
•O grau de espoliação sanguínea é o resultado 
da somatória dos efeitos da hematofagia 
praticada pelos vermes adultos com a 
hemorragia intestinal que desencadeiam 
•Em crianças pode causar alteração do apetite 
e hipo-desenvolvimento pondero estatural e 
intelectual 
•A patogênese da anemia depende do equilíbrio 
do ferro do indivíduo e da espécie envolvida. 
•Muitos doentes são trabalhadores rurais que se 
queixam de não poder trabalhar, podendo 
revelar: palidez (mucosas e conjuntivas 
descoradas), às vezes com atrofia das papilas 
linguais, cansaço fácil, fraqueza e desânimo, 
zumbido nos ouvidos, vertigens, tonturas, 
cefaléia, hipertensão, palpitações, sopros 
cardíacos, falta de ar ao esforço etc..... 
. •Nos casos graves ocorre lassidão, cefaléia, 
falta de ar, taquicardia, sopros cardíacos, 
anorexia e outros sinais de deficiência 
circulatória tais como a fragilidade ungueal 
•Caso de associação entre baixa ingestão diária 
de ferro e hiperinfecção ancilostomótica, onde 
pode ocorrer: 
-Ascite, dispnéia, lassidão e edema em 
pacientes jovens; 
-Em crianças e em pacientes 
subnutridos, as infestações maciças podem 
simular quadro de abdome agudo por 
apendicite ou úlcera duodenal; 
-Anemia grave com cardiomegalia, 
falência circulatória e óbito; A anemia que 
decorre da Ancilostomose de fato somente 
torna-se manifesta clinicamente, caso as 
reservas e a ingestão de ferro sejam 
insuficientes. Esta pode ser controlada através 
do suplemento adequado de ferro, mesmo sem 
a cura da parasitose. 
DiagnósticoLaboratorial 
•Anamnese associadas aos sintomas cutâneos, 
pulmonares e intestinais, acompanhada ou não 
de anemia 
•Pesquisa de ovos nas fezes (podem encontrar 
larvas rabditoides) 
-Métodos de Willis (mais apropriado) 
-Hoffman Ritchie 
•Pesquisa de larvas em secreções (raro) 
-Escarro, lavado broncoalveolar, 
conteúdo duodenal 
•Pesquisa de larvas em tecidos 
•Cultura de larvas nas fezes: método de 
Harada-Mori. Permite diferenciação morfológica 
das larvas de Ancilostomidae e de Strongiloydes 
stercoralis 
•Imunológico: ELISA, Reação de fixação de 
complemento (limitados”), PCR em fezes 
•Diagnóstico diferencial de larvas rabditóides: 
Ancylostomidae, vestíbulo bucal longo e 
Strongyloides stercoralis, vestíbulo bucal 
comparativamente curto 
•Diferencial de larva filarioide: S..stercoralis tem a 
cauda entalhada ou bifurcada, de ancilostomídeo 
a cauda é afilada pontiaguda 
Tropismos 
•A L3 apresenta tropismos 
-Termotropismo: ativa a penetração pela 
pele humana 
-Tigmotropismo: ativa, pelo contato, a 
adesão à superfícies sólidas 
-Hidrotopismo 
-Geotropismo: negativo (no solo 
deslocam-se para a superfície) 
Profilaxia 
•Uso de calçados 
•Destino sanitário das excretas, construção e o 
uso regular de instalações adequadas, de modo 
a reduzir a poluição fecal do solo e a 
prevalência de enteroparasitoses humanas 
como o amarelão 
•Educação sanitária: de modo a estimular a 
adoção de hábitos higiênicos pela população 
•Administração periódica de anti-helmínticos às 
populações de risco; de modo a reduzir 
drasticamente a morbidade e a mortalidade, e a 
prevalência e a transmissão aos níveis mais 
baixos quanto possível

Mais conteúdos dessa disciplina