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FAINTEP - Curso bacharel de teologia - Pentateuco 96

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Curso de Graduação Livre – Bacharelado Disciplina: Pentateuco CNPJ: 08.774.907/0001-10
FACULDADE INTERNACIONAL DE TEOLOGIA 
PENTECOSTAL
CURSO LIVRE DE GRADUAÇÃO
BACHARELADO
DISCIPLINA: PENTATEUCO
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CONCEITO GERAL
O Pentateuco, (nome que vem do grego e significa “cinco rolos”) 
também chamado de Livro da Lei pelos judeus, ou às vezes referido como a 
Lei de Moisés, este é a famosa TORAH judaica.
Existem dois elementos que compõe este conjunto de cinco livros: 
(1) História – embora não seja um compêndio de história, o Pentateuco 
remonta à origem da raça humana e fala das regiões pelas quais ela se 
espalhou.
(2) Lei – Este ponto é de tal modo proeminente no Pentateuco que recebeu 
o apelido de Livro da Lei (ou Torah). O 3º livro - Levítico – é inteiramente 
composto de leis (especialmente leis litúrgicas), os outros tem leis e 
discursos e história misturados. O Gênesis é o livro que narra os tempos 
primitivos de Adão a Noé, e de Noé a Abraão.
As leis no Pentateuco dizem respeito a todas as relações da vida 
humana, seja com Deus, ou seja, com o próximo. Impressionante é que toda 
a legislação do Antigo Testamento está contida nestes cinco livros.
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Um fato maravilhoso, e isto é um dos pontos que torna a Bíblia especial, 
é que os dois elementos (história e lei) estão expostos como duas linhas de 
pensamento fantasticamente combinados, formando um rio único de 
informações através do Pentateuco demonstrando um plano e uma unidade 
admiráveis. A história sem as leis não é compreensível, nem as leis são 
inteligíveis à parte da história, assim se tornam um conjunto único e de uma 
continuidade singular.
Podemos classificar os temas de cada um dos cinco livros da seguinte 
forma:
Gênesis – A fundação da nação hebraica;
Êxodo – O Concerto com a nação hebraica;
Levítico – As leis da nação hebraica;
Números – A viagem para a Terra Prometida;
Deuteronômio – As leis da nação hebraica.
É importante notarmos que o Pentateuco tem aproximadamente 4000 
anos de existência. Foi escrito durante o período da peregrinação do povo 
de Deus no deserto do Sinai (ca 1500 anos aC) e é o legado da formação da 
raça humana e de um povo de forma extraordinária. São as raízes do povo 
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hebreu, sua identidade, sua história, seu papel entre as nações da terra e 
seu futuro.
A importância primária do Pentateuco é muito mais teológica e não 
tanto histórica; a história é o pano de fundo das ações de Deus no fazer 
surgir uma nação especial.
É nesta história inicial que Deus se revela e ensina o que significa ser 
Israel e servir ao Senhor como Israel. O tema central do Pentateuco está em 
Ex 19:4-6 
“Vós tendes visto o que fiz: aos egípcios, como vos levei sobre asas de 
águias, e vos trouxe a mim. Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha 
voz e guardardes o meu pacto, então sereis a minha possessão peculiar 
dentre todos os povos, porque minha é toda a terra; e vós sereis para mim 
reino sacerdotal e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos 
de Israel.”
Este texto central olha para o passado e para o futuro – é escatológico 
em sua essência, transpira glória e esperança. Conta a história a partir de 
Abrão, chamado de dentro do paganismo sumeriano para fundar uma nação 
que seria uma bênção a todas as nações.
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A humanidade, que Deus havia criado em Sua imagem e semelhança 
para governar sobre toda a criação havia violado a sagrada confiança e 
mergulhou todo o universo em uma ruína caótica de rebelião moral e 
espiritual, com trágicas conseqüências no mundo material.
Daí a importância significativa de Israel – a de anunciar este Deus ao 
mundo e de ser um povo sacerdotal a todas as nações, ensinando, pela via 
prática, o que é seguir a este Deus supremo e soberano do universo.
Assim Deus proveu o povo de Israel com uma base histórica e teológica 
para a sua posição como povo peculiar – isto é o que quer dizer “minha 
possessão peculiar”.
A palavra Torah quer dizer “ensino, instrução”. Daví, o segundo rei da 
nação hebréia, e o rei segundo o coração de Deus, expressa esta visão 
através de um louvor que se constitui no maior poema composto – o Salmo 
119. Todo este salmo gira em torno da maravilha que é a Lei de Deus, o 
privilégio de se seguir a Lei de Deus, os seus benefícios e sua sabedoria.
No Salmo 19.7-8, Daví já nos fornece com uma visão prévia desta sua 
compreensão da Lei, quando diz:
A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é 
fiel, e dá sabedoria aos simples.
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Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento 
do Senhor é puro, e alumia os olhos.
A importância fundamental e relevância do Pentateuco para nós hoje 
está em sua teologia, e não na sua forma literária ou outros aspectos. 
Perguntas como: 
a) Que verdade Deus está nos comunicando a respeito dele mesmo?
b)O que Deus está revelando a respeito de Seus propósitos?
c) O que significava esta revelação para o Israel do AT e para a igreja do NT?
d)Qual o significado para o cristão contemporâneo? E sua igreja?
O grande tema do Pentateuco é a reconciliação e restauração da 
humanidade e criação que foram afetadas pela desobediência humana.
As instituições do Concerto do Sinai, as leis, os rituais litúrgicos, etc, 
capacitaram a nação a viver sua tarefa de serva como povo santo, e através 
desta santidade atrair a humanidade perdida ao único Deus vivo e 
verdadeiro. É apenas neste fundamento teológico-histórico que podemos 
entender a missão do povo santo de Deus em Cristo – a igreja, Corpo de 
Cristo - nos dias atuais. Disto se deriva o entendimento de que somos um 
povo sacerdotal.
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Sl 103.17-18
“Mas é de eternidade a eternidade a benignidade do Senhor sobre 
aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos, sobre 
aqueles que guardam o seu pacto, e sobre os que se lembram dos seus 
preceitos para os cumprirem.”
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GÊNESIS – UM PANORAMA
Introdução
Gênesis é palavra de origem grega, singular, feminina, que significa causa, 
princípio, produção, geração, criação, nascimento, origem e ação de tornar-
se, em oposição a ser. Conjunto dos seres criados - a Criação.
Gênesis é o nome do primeiro livro do Pentateuco, o conjunto dos livros que 
iniciam as Escrituras Sagradas. Moisés teria organizado o Pentateuco, em 
sua essência, por volta do séc. XIV a.C. mas, seu texto foi, gradualmente, 
completado, por redatores, posteriores a ele, que o suplementaram.
O livro de Gênesis é também citado no Novo Testamento, Atos 15, e sua 
temática aparece em outros documentos antigos, como o Documento deMari, um dos mais antigos documentos existentes sobre as migrações 
semitas, em direção à Sumer, na Mesopotâmia. Mari, atualmente, é 
denominada tell Hariri. No documento citado há referências a Abraão e 
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Jacó. No entanto as condições apresentadas, leva-nos a deduzir que a 
presença dos semitas, na região, era ainda pouco desenvolvida, no séc. 
XXVIII a. C., porque as inscrições, em língua suméria, assim como a 
estatuária, demonstram que a influência dos semitas, na Mesopotâmia é 
bem mais recente (para a questão consultar: P. Jouguet e J.Vandier in Les 
Premières Civilizations, Col. Peuples et Civilizations, Paris, 1950, p.115).
Ao tempo do rei Saul, sagrado em 1080, a.C., como o primeiro rei de Israel, 
atualizou-se a redação do Pentateuco.
O Pentateuco estabelece relações entre a história, a lei e a doutrina. Através 
da história é explicada a origem do povo de Deus; e através da lei, Israel 
seria a nação, através da qual, Deus redimiria o homem. O Gênesis descreve 
a origem desta nação, ao mesmo tempo em que a lei será estabelecida, 
posteriormente, através do texto do Decálogo, no livro do Êxodo, capítulo 
20.
O texto em Gênesis pode ser dividido em duas partes:
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a) Dos capítulos 1-11, em que são descritas: as origens do mundo e da 
espécie humana, a queda do homem e o primeiro homicídio. 
b) Dos capítulos 12-50, em que é descrita a sucessão das gerações de Adão a 
Noé, e as de seus filhos, Sem, Cam, Jafté. Sem, seria seu filho mais velho, 
cujos descendentes, povoaram a Ásia: Elam, Assur, Arfaxad, Lud e Aram, 
fundadores de povos importantes, no povoamento da Ásia, como os 
elamitas, os assírios e os arameus. Abraão foi descendente de Arfaxad.
No Gênesis é relatado o maior espaço de tempo histórico da Bíblia. Seus 
onze primeiros capítulos são uma introdução maravilhosa às Escrituras, pois 
n'Elas descrevem-se, não somente a Criação do mundo, da natureza e dos 
os seres vivos, animais e vegetais, como a do homem, também parte desta 
Natureza, mas a quem fôra atribuída uma parcela da Divindade, através de 
sua alma imortal.
Além de tudo isto ainda são apresentadas aí, as principais doutrinas 
teológicas:
a) Dos capítulos 1-11, descreve-se: a origem do mundo, da espécie humana, 
a queda do homem, e o primeiro homicídio.
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b) Dos capítulos 12-50, descrevem-se: a sucessão das gerações de Adão a 
Noé - de Sem , aos descendentes de Abraão, Isaac e Jacó - até a morte de 
José, portanto a história daqueles que aceitaram o Deus Único, àqueles, 
através dos quais, Deus mostrou-se ao homem.
As Escrituras foram redigidas para todos os homens, em todos os tempos. 
Desta forma tornou-se necessária uma linguagem que não se restringisse 
apenas a esta ou aquela cultura ou idioma, mas que fosse acessível a todas 
as línguas e culturas, em todo tempo. 
O “discurso bíblico” é - tanto no Velho Testamento, como no Novo 
Testamento - desenvolvido através de uma linguagem simbólica, em que, o 
sentido do que se quer dizer, ultrapassa o da expressão literal das palavras 
empregadas. Por isso é que, às vezes, algumas passagens parecem ao leitor, 
um tanto difíceis, mesmo um tanto obscuras. Importante é que se 
compreendam os significados variados, de conceitos gerais, tais como: 
morte, vida, corpo, e outros, que são especialmente encontrados no livro de 
Gênesis.
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É interessante ainda notar-se que o tempo, desde a criação é contado por 
unidades de sete dias, as semanas, correspondentes às fases do calendário 
lunar, tipo de cronologia, geralmente ligado aos povos pastoris.
Quanto ao “Espaço Primordial” terrestre, não se restringe somente ao 
espaço Palestino. O Éden, criado por Deus para o homem, achava-se em 
parte, em região que na Antigüidade chamava-se Mesopotâmia, que 
significa “Região entre rios” no caso, a região hoje chamada Iraque, situada 
entre os rios Pison, Gion, Êufrates e Tigris, Gênesis 2.11-14.
Inicialmente as condições em que vivia o homem, ligavam-no à Natureza, 
materialmente. Mas, no entanto, fôra o "sopro divino" que o tornara “alma 
vivente, à imagem e semelhança” de Deus, Gênesis 1.26, 5.1, 9.6, 11.7 e 
Tiago 3.9. 
Uma vez que os seres humanos foram criados à semelhança de Deus, como 
não o fôra criatura alguma, homens e mulheres podem, não só refletirem 
como reproduzirem - dentro de sua própria condição de criaturas humanas - 
os santos caminhos de Deus. 
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Fomos criados dentro deste propósito e, num determinado sentido, 
seremos verdadeiros “seres humanos”, na medida em que o cumprirmos.
Por imagem e semelhança, compreende-se:
- A existência do homem como uma “alma” ou um “espírito”, isto é, como 
um ser pessoal, auto-consciente, com capacidade para pensar, conhecer e 
agir Gênesis 2.7.
- Ser criatura moralmente correta - qualidade perdida na queda - mas 
progressivamente restaurada por Cristo.
- Ter o domínio sobre o meio ambiente.
- O corpo humano é o instrumento, através do qual, o homem experimenta 
a realidade, expressa-se e exerce o domínio.
- Ter a capacidade, dada por Deus, de usufruir a vida eterna Efésios 4.24 e 
Colossenses 3.1-17.
A condição humana original foi transformada por incapacidade do homem 
em controlar a tentação da vaidade, e desobedecer a Deus, o que provocou 
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sua “morte”. A “morte de Adão” não foi física, mas significa que o homem 
perdera sua comunhão com Deus, não por ter ingerido o fruto que lhe fôra 
proibido, em si, mas pela desobediência explícita a Deus, Gênesis 2.17-23.
Conclui-se que, neste contexto, “morte” corresponde ao afastamento de 
Deus, e à perda da imortalidade, que só seria restabelecida, através da 
vinda de Cristo. 
Conseqüências:
1. A consciência do erro, que se manifestou pela vergonha de sua nudez.
2. A expulsão do Paraíso, o espaço em que fôra criado por Deus, para o 
abrigar. 
3. A mulher passou a ser dominada pelo homem, Gênesis 3.1-17, e a parir 
com dor. Há aí, quanto à mulher, uma relação entre sexo, gestação, dor e 
dominação pelo homem.
4. Quanto ao homem a imposição de garantir o sustento a si e aos seus à 
custa de esforço físico, por seu trabalho.
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5. Quanto à expulsão, teve por objetivo afastá-los da árvore da vida e 
impedi-lo que conseguissem a vida eterna, Gênesis 3.23-24. Conclui-se, que 
neste contexto, mais uma vez, que “morte” corresponde a afastamento de 
Deus e perda da imortalidade, o que só seria restabelecida, através da vinda 
de Cristo.
“Vagabundo e fugitivo” - Esta foi a sentença proferida por Deus contra 
Adão, o que significa que, sem abrigo ou proteção, foram levados ao 
nomadismo Gênesis 4.14.
O livro do Gênesisé o livro inicial não só da Bíblia como também de toda a 
história da existência. Gênesis quer dizer começo, origem. Inicia-se com o 
primeiro ato da criação.
O título é por demais adequado ao conteúdo do livro, pois tem a ver 
com a origem divina de todas as coisas, seja matéria ou energia, vivo ou 
inanimado. Implica em que à parte de Deus tudo pode ser rastreado até o 
ponto inicial quando os propósitos e obra de Deus vieram a existir. O 
Gênesis indica que Deus trouxe à existência “os céus e a terra”.
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O sumário da conclusão do Gênesis (46.8-27) se encontra no Êxodo 1:1-
7, e serve como ponte entre os patriarcas e a libertação do êxodo, 
ressaltando a continuidade da história do Pentateuco.
O Tema do livro de Gênesis – a criação - é duplo porém numa mesma 
direção: 
a) A criação do universo e da raça humana;
b)A criação de um povo sacerdotal para a raça humana.
- é como se fossem dois trilhos de uma linha de trem, que começam na 
criação e terminam na libertação (salvação).
Entretanto, falar-se de começo apenas não é totalmente satisfatório 
porque não responde a uma pergunta histórica e teológica fundamental – 
por que? Saber o que Deus fez – que criou todas as coisas no começo – é 
importante, mas saber por que Deus atuou na criação e para a redenção é 
compreender a verdadeira essência da revelação divina. 
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O tema do Gênesis centra-se em torno da primeira expressão 
comunicadora de Deus ao homem, quando disse: “Frutificai e multiplicai-
vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as 
aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra”. 
Deus deixa claro que Ele criou o homem e a mulher para abençoá-los 
para que pudessem exercer o domínio, por parte de Deus, sobre toda a 
criação. Foi a desobediência humana que ameaçou o propósito de Deus 
para a humanidade na criação. A isto Deus responde chamando Abraão, 
através do qual a bênção de Deus iria finalmente triunfar. Esta visão deriva 
não apenas do Gênesis em si, mas de uma visão total da teologia bíblica – 
algo de fundamental importância para uma verdadeira e saudável 
compreensão da revelação de Deus.
O livro é estruturado sob forma de três grandes seções: 
1. a primeira dedicada aos eventos originais (Gn 1-11) escrita na forma de 
narrativa poética para facilitar a transmissão oral;
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2. a segunda que se constitui no relato dos 3 primeiros patriarcas (Gn 12-36; 
38) são relatórios acerca destes ancestrais retidos num registro familiar;
3. a terceira que é a narrativa de José (Gn 37; 39-50) sendo uma breve 
história contendo tensões e resoluções.
É de fundamental importância entendermos que o livro do Gênesis 
apresenta uma história, na forma de narrativa que abraça uma variedade de 
tipos literários, para comunicar clara e eficazmente sua mensagem 
teológica, que essencialmente está declarada em Gn 12.2.
O propósito básico do livro era o de dar à nação de Israel uma 
explanação de sua existência, quando estavam no limiar da conquista de 
Canaã. Moisés, autor profético inspirado por Deus, tinha a tarefa de 
esclarecer o seu povo do como e por que Deus os trouxe a existência. Ele 
também queria que eles soubessem que sua missão era a de nação 
sacerdotal, fruto de um concerto, e como sua situação presente era o 
cumprimento de antigas promessas.
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Cuidadosa atenção dada aos temas que ligam o Gênesis aos demais 
livros do Pentateuco, esclarecem estes propósitos. Deus revelou a Abraão 
que lhe seria garantida uma terra – Canaã !2.1,5,7; 13.15); que seus 
descendentes deixariam aquela terra por um tempo (15.13); que eles 
seriam libertados da terra de seus opressores e retornariam à terra da 
promessa (15.16). Esta terra seria deles por todo o sempre (17.8) como 
sendo um centro a partir da qual eles seriam uma bênção a todas as nações 
da terra (12.2-3; 27.29). 
José entendeu isto e viu na sua própria viagem ao Egito a preservação 
divina do seu povo (45.7-8). Deus o havia enviado para lá para salvar o povo 
da extinção espiritual e física (50.20). Viria o tempo no qual Deus iria 
lembrar Sua promessa a Abraão, Isaque e Jacó, e os traria de retorno a 
Canaã (50.24). Aquí o povo serviria a Deus como agente redentivo, um 
catalisador em torno do qual as nações seriam reconciliadas com Deus (Dt 
4.5-8; 28.10).
Entretanto, a mensagem teológica do Gênesis vai além da estreita 
limitação de apenas Israel. O livro, além de fornecer a razão de ser de Israel, 
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explica a condição humana que exigia um povo da aliança. Isto é, desvenda 
os grandes propósitos criacionais e redentivos de Deus que se focalizam em 
Israel como agente da re-criação (conceito da nova criatura) e salvação. 
Lembremos que o propósito eterno e original de Deus, delineados em 
Gn 1.26-28, foi ao criar o homem à Sua imagem e semelhança, abençoá-los 
de tal forma que pudessem exercer o domínio sobre toda a criação por 
parte de Deus – o domínio humano sobre a criação de Deus com a sanção 
divina. A queda da raça humana subverteu o objetivo de bênção e domínio 
de Deus. 
O processo de redenção e recuperação da aliança original se fazia 
necessário. Isto tomou forma na escolha de Abraão, através de cujo filho 
(Israel e em última análise o Messias) os propósitos criacionais divinos 
viessem a se realizar. Aquele homem e nação, unidos pela eterna aliança a 
Jeová, foram encarregados com a tarefa de serví-lO como modelo de um 
povo de domínio e o veículo através do qual um relacionamento salvífico 
pudesse ser estabelecido entre Deus e o mundo alienado das nações.
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A história mostra que Israel falhou em ser o povo servo, um fracasso 
antecipado na Torah (Lv 26.14-39; Dt 28.15-68). A grande lição teológica 
vivencial, no entanto, é que os propósitos de Deus não podem ser para 
sempre frustrados. O povo de Deus do AT serviu como modelo do Reino do 
Senhor e agência através da qual Sua obra reconciliadora na terra poderia 
ser alcançada através do Seu povo do NT. A igreja existe agora como Seu 
corpo para servir como Israel foi escolhida e redimida para servir.
A teologia do Gênesis está envolta nos propósitos do Reino de Deus 
que, a despeito dos fracassos humanos, não pode ser impedido no Seu 
objetivo último de demonstrar Sua glória através de Sua criação e domínio.
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ÊXODO - UMA VISÃO GERAL
Êxodo quer dizer “saída, caminhode saída, escape”. Moisés foi 
testemunha ocular de quase tudo o que está registrado neste livro, exceção 
às primeiras informações, que recebeu da mesma forma que as registradas 
no Gênesis. Foi composto como sendo um diário, tendo sido registrado à 
medida em que os vários episódios se desenrolaram ao longo do tempo.
É muito difícil decidir-se sobre um tema único que unifique todo o material 
variado deste livro.
Segue-se disto que várias abordagens ao livro, seu conteúdo e estrutura são 
possíveis. Umas são mais geográficas, outras mais históricas e outras ainda, 
mais teológicas.
Uma primeira abordagem centra na parada no Sinai onde o povo redimido 
encontra-se com Deus e concorda em associar-se a uma aliança com Ele 
como centro teológico. A perseguição de Israel no Egito; o nascimento de 
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Moisés, seu exílio e retorno ao Egito como líder de Israel; as pragas e a 
poderosa saída – o próprio êxodo – todos levam ao clímax do compromisso 
da aliança. Da mesma forma, tudo o que vem após – o estabelecimento de 
métodos de culto, sacerdócio e tabernáculo – fluem do concerto e 
permitem o mesmo ser posto em prática.
Uma segunda abordagem olha a presença de Deus com Israel e em meio a 
Israel como tema central. A presença salvadora de Deus com Israel resulta 
na sua libertação da escravatura egípcia. A presença continuada de Deus 
exige obediência ao compromisso da aliança e de culto.
Uma terceira abordagem focaliza o senhorio de Deus como tema teológico 
central. No Êxodo Deus é revelado como sendo Senhor da história(1.1-7.7), 
Senhor da natureza (7.8-18.27); Senhor do povo da aliança (19.1-24.14), e 
Senhor do culto (25.1-40.38).
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Uma abordagem, das mais interessantes, que focaliza um tema teológico 
central, é a que divide o livro em duas partes, uma enfocando o nascimento 
físico (1.1-15.27) e outra o nascimento espiritual (16.1-40.38) da nação de 
Israel. Esta permite ver o paralelo com a grande verdade universal: o 
nascimento da raça humana fisicamente e o “novo” nascimento espiritual, o 
que também se aplica a cada ser humano individualmente.
Apesar de muitas vezes focalizar-se os 10 mandamentos como sendo o foco 
central do Êxodo, esta abordagem leva a grandes falhas de entendimento 
teológico da ação de Deus. Uma percepção teológica importante que se 
ganha no re-conhecimento de que os caps. 20-23 são um concerto na sua 
natureza e não apenas uma lei, não dependendo de comparações com 
outras leis antigas da época. O livro do Êxodo não é um tratado legal 
abstrato e frio. É muito mais; é lei nascida de uma situação concreta do 
compromisso com a aliança de Jeová com a nação de Israel, que Ele mesmo 
libertou da escravatura egípcia.
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Assim, este livro é a história de dois parceiros de um tratado – Deus e Israel. 
O Êxodo relata a narrativa de como Israel se tornou o povo de Deus e 
esclarece os termos do concerto pelos quais a nação deveria viver como 
povo de Deus.
O Êxodo revela o caráter do Deus santo, fiel, poderoso e salvador que 
estabelece uma aliança com Israel. O caráter de Deus é demonstrado tanto 
pelo nome de Deus quanto pelos atos de Deus. Deus se designa 
primeiramente como o “Eu sou”, que está presente para o Seu povo e atua 
em seu favor. Outro aspecto do nome de Deus é a designação de “Deus de 
Abraão, de Isaque e de Jacó”, que ilustra Deus como Aquele que é fiel às 
Suas promessas aos patriarcas.
Este livro também revela o caráter de Deus através de Seus atos, 
preservando a Israel da fome pelo envio de José ao Egito. Os faraós vinham 
e iam, mas Deus continuava o mesmo preservando o Seu povo através da 
opressão. Deus então resgata e salva, guia e provê, disciplina e perdoa. Uma 
grande revelação do caráter amoroso e imutável de Deus.
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O êxodo também demonstra o caráter fraco do povo, ao tempo em que 
demonstra o plano de Deus olhando para o passado e apontando para um 
futuro de promessas cumpridas. 
Um ponto alto teológico se encontra no cap. 19.4-6, que delineia a 
verdadeira natureza de Israel e seu papel no plano universal de Deus:
“Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de 
águias, e vos trouxe a mim; agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha 
voz e guardardes o meu concerto, então sereis a minha propriedade 
peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me 
sereis um reino sacerdotal e um povo santo. Estas são as palavras que 
falarás aos filhos de Israel.” 
Em resposta o povo aceitou os termos da aliança com a expressão de 
19.8:
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“Então todo o povo respondeu a uma voz, e disseram: Tudo o que o 
Senhor tem falado, faremos. E relatou Moisés ao Senhor as palavras do 
povo.” 
Para que o povo de Israel fosse um reino sacerdotal teria que funcionar 
como mediadores e intercessores, pois isto é o coração da função 
sacerdotal. O que o concerto do Sinai fez, não foi estabelecer um 
relacionamento e função, pois estes há muito já haviam sido definidos. O 
que a aliança do Sinai realizou foi definir a tarefa do povo de Deus.
O povo de Deus foi formado para ser uma nação, levada a uma posição 
histórica e teológica onde poderiam aceitar voluntariamente (ou rejeitar) a 
responsabilidade de se tornarem instrumento de Deus para bênção de todas 
as nações (vide Sl 114.1-2).
Em conclusão, a teologia de Êxodo está enraizada na servitude. Está 
centralizada na verdade de que o povo escolhido, libertado da prisão de um 
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povo hostil pelo poder de Jeová, foi trazido a um ponto de decisão. O que 
fariam com a oferta de Deus de torná-los um povo servo há muito 
prometido a Abraão? A sua aceitação voluntária a esta oferta generosa os 
obrigaria às condições, condições estas declaradas no Livro do Concerto (Ex 
20.1-23.33) e no remanescente do mesmo.
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LEVÍTICOS - HOLOCAUSTOS, OFERTAS E SACRIFÍCIOS
O livro de Levítico é o livro da instituição sacerdotal e litúrgica. Apesar de 
ser chamado de Levítico – apontando para os levitas (tribo sacerdotal) não 
são eles a figura central do livro mas sim o povo de Israel e Deus. O nome do 
livro indica apenas que é um manual para o ofício de levita. 
O último versículo do livro situa o livro no seu contexto escriturístico (Lv 
27.34): “Estes são os mandamentos (obrigações da aliança) que o Senhor (o 
Deus da Aliança) ordenou a Moisés (o mediador da aliança), para os filhos 
de Israel (o povo da aliança), no monte Sinai (o lugar da aliança).”
O tema geral do livro de Levítico é o de comunicar a tremenda santidade do 
Deus de Israel e delinear os meios pelos quais o povo poderia Ter acesso a 
Ele. Mostra que o abismo que separa o povo de seu Deus só poderia ser 
 
cruzado pela confissão de sua indignidade e de sua sincera adesão aos ritose cerimoniais prescritos por Deus como pré-condição do relacionamento 
pessoal.
O valor intrínseco do livro de Levítico consiste em 4 realidades:
a) Levítico é uma revelação do caráter divino a nós hoje tanto como naquele 
tempo.
b)É uma exposição simbólica dos princípios básicos que são base para o 
relacionamento entre Deus e os homens, tão verdadeiro no passado como 
hoje.
c) Levítico fornece um corpo de uma Lei Cível para a teocracia; apesar de 
alguns detalhes estarem ociosos nos dias atuais, os seus princípios 
permanecem válidos e deveriam nortear as legislações de hoje.
 
d)O livro é um tesouro de ensinos tipificados e simbólicos. As maiores 
verdades espirituais estão entesouradas aqui como símbolos vívidos. É uma 
pré-revelação da pessoa e obra de Jesus Cristo.
Com estes fatos em mente vamos ao nosso primeiro estudo de uma série de 
3 sobre o Levítico. Estudaremos aqui a parte referente aos holocaustos, 
ofertas e sacrifícios (caps. 1 a 7), que se estudados com detalhes oferecem 
uma fascinação irresistível, e uma seção sobre o sacerdócio (caps. 8 a 10) 
que é de interesse insuperável.
As Ofertas – detalhadas nos caps. 1 a 5 e as leis que as regulamentam nos 
caps. 6 e 7. Havia 5 tipos de ofertas, divididas em 2 grupos: as 3 primeiras 
eram ofertas de “cheiro suave” (oferta queimada ou de holocausto; oferta 
de manjares e oferta de paz ou sacrifício pacífico) eram voluntárias, e as 2 
seguintes que eram “compulsórias” (oferta de expiação pelo pecado e 
oferta de expiação de culpas - transgressões) . Estas ofertas são riquíssimas 
em significado espiritual, apontando para o sacrifício supremo e multifocal 
 
do sacrifício de Cristo no Calvário. As ofertas de cheiro suave tipificam Cristo 
nas Suas próprias perfeições meritosas. As ofertas compulsórias (de cheiro 
não suave) tipificam Cristo suportando os deméritos do pecador. As ofertas 
de cheiro suave falam daquilo que a oferta de Cristo significa para Deus; 
enquanto que as ofertas compulsórias falam do que o sacrifício de Cristo 
significa para nós – e é em conexão com estas que encontramos nove 
ocorrências da expressão “e lhes será perdoado”. 
Vejamos alguns aspectos distintivos destas ofertas:
Oferta de holocausto ou queimada: tipifica Cristo “oferecendo-se a Si 
mesmo sem mácula a Deus”. É um prenúncio de Cristo na Cruz do Calvário, 
não tanto no sentido de carregar nossos pecados, mas no sentido de 
cumprir a vontade de Deus (conforme Sua oração no Getsêmane). 
 
Oferta de manjares: tipifica a perfeita humanidade de Cristo. A ênfase está 
na vida que estava sendo oferecida – estabelece a perfeição de caráter que 
outorga a esta oferta o seu valor inexprimível.
Oferta de paz (sacrifício pacífico): fala da comunhão restaurada resultando 
da perfeita satisfação alcançada em Cristo. Deus é propiciado e o homem é 
reconciliado – há paz!
Oferta de expiação pelo pecado: tipifica Cristo como aquele que carregou 
nossos pecados – “feito pecado por nós” (2 Cor 5.21).
Oferta de expiação de culpas ou transgressões: note-se culpas no plural! 
Tipifica Cristo como Expiador, fazendo restituição (expiação) pelas ofensas 
causadas pelos nossos atos errados.
 
Observemos a ordem destas ofertas. No estudo sobre o Tabernáculo 
(Êxodo) verifica-se que os móveis estão na ordem inversa da aproximação 
humana. Deus começa com a Arca do Santo dos Santos, movendo para fora, 
de Sí para o homem. A mesma seqüência é seguida nestas ofertas levíticas. 
Deus começa pela oferta de holocausto e termina com a oferta de expiação 
de culpas. Ele termina onde nós começamos. Se considerarmos estas 
ofertas na sua ordem inversa verificamos que elas correspondem 
exatamente à ordem de nossa apreensão espiritual de Cristo – a primeira 
coisa que vemos na cruz de Cristo ao despertarmos como crentes salvos é o 
perdão de nossas transgressões; e assim por diante!
Na segunda parte, a que se refere aos Sacerdotes (caps. 8 a 10), A idéia é 
que se o relacionamento entre os redimidos (nós) e seu santo Deus é para 
ser mantida, então tem que haver não apenas um sacrifício (caps. 1-7), mas 
também um sacerdote (. 8-10); ao lado da absolvição da culpa tem que 
haver a mediação! Isto também aponta para Cristo como sendo o nosso 
 
Sumo Sacerdote (Heb 10.19-21) – que fala do caminho VIVO por causa da 
ressurreição. 
Aqui temos no Cap.8 a CONSAGRAÇÃO dos sacerdotes – são separados para 
Deus; no cap.9 temos a MINISTRAÇÃO quando os sacerdotes iniciam seus 
ofícios de servir; e no cap.10 a VIOLAÇÃO desta consagração, quando 
Nadabe e Abiú oferecem “fogo estranho”.
Belíssima ilustração da consagração temos no cap.8 onde vemos a ordem da 
consagração (vs 1 a 13) seguidas da BASE da consagração – o sangue (vs 14-
36).
Notemos que Aarão foi ungido antes da morte do sacrifício e seus filhos 
após a morte do sacrifício. Sem o derramamento do sangue Aarão e seus 
filhos não podiam estar juntos na unção – apontando para Cristo estando só 
no Calvário. Após o derramamento do sangue, Moisés unge Aarão e seus 
filhos com ele. Isto tipifica Cristo e Sua casa sacerdotal – unidos em 
 
ministério sacerdotal; assim estamos todos diante de Deus pela virtude de 
um só e mesmo sacrifício.
Isto deveria acender em nós a consciência de que os mediadores ordenados 
por Deus (santos sacerdotes) estão imbuídos da continuidade do ministério 
da intercessão, modelado por Moisés, aperfeiçoado em Cristo, e continuado 
por nós.
Leis, Proibições e Sacerdócio
No estudo anterior focalizamos os Sacrifícios e o Sacerdócio. Neste segundo 
estudo sobre Levítico, nos caps. 11 a 17, focalizamos a parte que cabe ao 
POVO e o lugar do ALTAR. 
 
As leis e proibições constantes nos caps. 11 a 16, referem-se à questão da 
pureza – pureza do Povo! Esta pureza tinha que ser interna e externa – pois 
o Deus com quem se relacionariam era um Deus santo e puro! Neste caso 
pureza e limpeza são sinônimos perfeitos e aqui no Levítico são 
considerados assim. 
O propósito desta parte é “fazer a diferença entre pureza e impureza” 
(11.47) e de “separar os filhos de Israel de sua impureza” (15.31). Nisto 
reside o imperativo categórico relativo ao serviço sacerdotal – o de purificar 
(16.30).
Os assuntos tratados são:
- alimento puro (11) – questões de dietas;
- corpo puro (12-13.46) – nascimento de filhos, doenças (lepra), asseio;
- roupa pura (13.47-59) – tratamentos dos trajes;
 
- casa pura (14.33-57) – higiene habitacional;
- contatos puros (15) – higiene e preservação sexual;
- nação pura (16) – purificação nacional pelo sacrifício expiatório.
O primeiro – Alimento Puro – se referia à vida animal, pois nem todos os 
animais eram apropriados para consumo. Apesar de que princípios de 
higiene estavam envolvidos indiretamente, a lição maior a ser aprendida era 
porque Deus é santo Seu povo também tem que ser santo (puro) – 
11:44,47. A santidade (ou separação) do povo era para ser ilustrada pelos 
seus hábitos alimentares distintos.
O segundo – Corpo Puro – era um exemplo da diferença entre pureza 
ritualística e impureza visto na impureza associada com o nascimento de 
crianças. Comparação com a legislação do cap.15 esclarece que a impureza 
é originária das liberações do corpo associadas com o nascimento e não o 
ato do nascimento em si mesmo. Por que estas liberações corpóreas são 
consideradas impuras não é perfeitamente claro. Mas sugere-se que a perda 
 
de fluidos corpóreos, em especial sangue, poderia significar o início de 
morte, estado de impureza última (máxima). Ainda neste tópico, considera-
se as diversas manifestações de doenças infecciosas da pele (corpo) como 
sinal de impureza. De todas as doenças na bíblia nenhuma é mais séria do 
que aquelas muitas vezes (embora sem precisão) chamadas de lepra. Pela 
lista variada de prescriçõesde cura entende-se que apontam para uma 
variedade de diferentes afecções. Mas a questão da purificação é 
primordial.
O terceiro ponto – Roupa Pura – é uma conseqüência imediata do ponto 
anterior em função da possibilidade do perigo de contágio. Daí o 
tratamento adequado do vestuário do doente e por extensão de sua casa.
O quarto ponto – Casa Pura – é o seguimento natural do ponto anterior 
(roupa pura), em que as partes afetadas da casa deveriam ser 
imediatamente reparadas, ou até mesmo a destruição (derrubamento) da 
casa toda em casos extremos.
 
O quinto ponto – Contatos Puros – tem a ver especificamente com as 
emissões de fluídos do órgão sexual masculino por razões de doenças, fluxo 
menstrual e outros tipos de emissão de fluídos femininos (incluindo 
sangue). Não que estes fluídos fossem necessariamente inerentemente 
impuros, ma simbolizam impureza e por isto tem que ser purificados por um 
ritual apropriado e sacrifício afim de que a santidade do povo de Deus possa 
ser assegurada e mantida.
Finalmente (cap.16) a questão da Nação Pura – a necessidade do Dia da 
Expiação – o maior ato de purificação, pois envolvia toda a nação! Este era o 
único dia no qual o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos da tenda. 
Neste dia o sumo sacerdote oferecia sacrifício por si mesmo, para depois 
oferecer sacrifício pelo povo, e expulsava então um bode (daí “bode 
expiatório”) do acampamento como símbolo da remoção do pecado da 
comunidade. Seguindo-se a uma oferta de queima (holocausto) o 
acampamento era purificado de todo sangue e restos animais através de 
cerimoniais da banhos e queimas do lado de fora do acampamento. O 
 
escritor de Hebreus utiliza o quadro dos animais queimados fora do arraial 
como uma ilustração de Cristo sofrendo fora das muralhas de Jerusalém (Hb 
13:11-12). 
Aprendemos, através de regulamentos extremamente práticos do dia-a-dia 
do povo de Israel, que havia uma intrínseca necessidade de separação entre 
o puro e o impuro. Deus havia chamado Israel para ser um povo separado 
para serviço sacerdotal (Ex 19.5-6). Entretanto, Israel era constantemente 
tentado a se conformar aos padrões dos povos vizinhos do Egito e de Canaã 
(Lv 18.3). As leis do puro e impuro testemunham da ”separação” de Israel 
do mundo e lembrar este povo de Deus de que Não pode haver 
comprometimento dos padrões divinos. O Senhor havia responsabilizado 
diretamente a Aarão a fazer distinção entre o santo e o profano (10.10). Os 
caps. 11 a 15 fornecem os exemplos disto.
Alguma coisa era pura ou impura apenas na medida em que o Deus 
soberano a declarava assim, isto em linha com Seu próprio critério 
 
inescrutável e santidade inerente. Temos que entender que a partir da 
santidade perfeita e absoluta de Deus partem estes critérios cujo critério 
último é para nós inescrutável, pois somos limitados, imperfeitos e impuros! 
Apesar de nos parecerem muitas vezes arbitrários, estes valores e 
categorias deixam claro que a santidade é essencialmente um assunto da 
discreção divina. O Deus soberano criou estes critérios com finalidade 
educacional para nós.
Israel fora convocada para ser santa nação (santo significando separado), 
por isto era tanto mais necessário que os sacerdotes fossem santos e puros, 
que em um certo sentido seriam os mediadores dos mediadores. Isto se 
aplica a nós se considerarmos que somos um sacerdócio santo em Cristo, 
que é nosso Sumo Sacerdote.
O Altar – (cap.17) – Não podemos fugir de notar que nesse capítulo apenas, 
de forma muito enfática, temos 5 vezes indicação do lugar estipulado para 
sacrifício – o Tabernáculo / altar. O significado é muito simples: há só UM 
 
lugar e apenas um, que Deus, na Sua soberana graça, elegeu para se 
encontrar com pecadores penitentes – a Cruz, da qual o altar à porta do 
tabernáculo era um tipo! Nenhum outro sacrifício! Nenhum outro 
sacerdote! Nenhum outro altar! Isto aponta diretamente para Atos 4.12!
Costumes, Penas e Festas
O assunto do livro de Levítico – Comunhão através da santificação – 
permite olharmos o livro em duas grandes partes: a primeira centrada nas 
Bases da Comunhão – Sacrifício, que estudamos nas duas lições anteriores. 
A Segunda grande parte: O Andar na Comunhão – Separação, enfocaremos 
agora (caps.18-27).
Esta parte de Levítico pode ser subdividida em 4 seções:
 
1. Regulamentos referentes ao Povo
• Proibições sexuais
• Admoestações gerais
• Sanções penais
2. Regulamentos referentes aos Sacerdotes
• Práticas proibidas
• Pessoas proibidas
• Ofertas proibidas
3. Regulamentos referentes às Festas
• O conjunto de estações anuais
• O óleo e o pão
• A penalidade da blasfêmia
4. Regulamentos referentes á Terra (Canaã)
 
• O ano sabático e do jubileu
• Alternativas da aliança
• Consagrações e dízimos
Observamos que nesta parte do livro, que trata da vida de comunhão com 
Deus, a Expressão “Eu sou Jeová” aparece quase 50 vezes! Isto em si mesmo 
expressa a razão básica da insistência por parte de Deus, na santidade de 
Seu povo.
A primeira seção, referente à conduta do povo (18-20), consiste de 
regulamentos morais para o povo como nação. Inicia-se esta parte por uma 
introdução formal e um encerramento formal. As proibições não se 
constituem em um código de conduta sexual exaustivo, mas é direcionado 
contra as violações mais grosseiras da castidade, que eram chocantemente 
prevalecentes entre as nações vizinhas. Demonstra que, tanto naqueles dias 
quanto hoje em dia, nada é mais vital do que proteção adequada das 
relações matrimoniais e familiares. Os elos matrimoniais e as relações 
 
familiares são santas para Deus e os cristãos deveriam se levantar em sua 
defesa! Nenhuma flexibilidade ou relaxamento que ponha em risco a 
proteção moral de toda a comunidade pode ser permitida. Isto também é 
válido nos dias atuais.
Na segunda parte (21-22) a questão da conduta dos sacerdotes é tratada. 
Se o povo deveria ser santificado para o Senhor, quanto mais os sacerdotes! 
Tal como o Tabernáculo era organizado em uma estrutura tripla – o átrio 
exterior, o lugar santo, e o Santo dos Santos – assim a nação também foi 
estruturada de maneira a lhe corresponder – a congregação, os sacerdotes, 
e o sumo sacerdote. À medida em que cada parte do Tabernáculo se 
tornava sucessivamente mais santa, assim também deveria acontecer com a 
nação – a santificação de Israel era para alcançar o sua expressão 
culminante na pessoa do sumo sacerdote, que por esta razão usava uma 
coroa com a inscrição “Santo ao Senhor”. Da mesma maneira em que Deus 
conferia ao sacerdote determinados privilégios exclusivos e especiais, a 
partir de sua escolha, família, tribo, os sacerdotes deveria por isto serem 
 
marcado por uma extrema santidade; e para assegurar isto , mais 
regulamentos de conduta foram dados. Resumem-se estes regulamentos 
em práticas, pessoas e sacrifícios proibidos. O sacerdote deveria ser 
separado de tudo o que é profano afim de não dessecrar o lugar santo e a 
santidade divina. Esta secção do livro de Levítico fala de maneira muito 
enfática ao povo de Deus hoje. Há muita necessidade de uma santidade 
mais verdadeira e autêntica entre nós, nós os que fomos constituídos um 
sacerdócio santo em Cristo!
A terceira parte trata das Festas (23). Aqui temos as 5 festas sazonais do 
ano hebreu. A Festa da Páscoa (também chamada de festa dos pães 
ázimos), a Festa do Pentecostes (chamada também de festa das semanas ou 
dos primeiros frutos), a Festa das Trombetas, o Dia da Expiação, e a Festa 
dos Tabernáculos (chamada também festa do ajuntamento). 
Todas estas cindo festas, ou estações determinadas, tinham em comum o 
fato de que eram ocasiões de sábados especiais, todas erammomentos de 
santa convocação, congregavam-se para culto e gratidão.
 
N realidade estas 5 festas são sete ao todo: as duas outras – a do Ano 
Sabático e a do Ano Sabático do Jubileu, são encontradas no cap.25. Assim 
vemos um sistema fantástico de ciclo de sete: o sétimo dia, o sétimo mês, o 
sétimo ano e 7 vezes 7 anos. Assim Deus forneceu um perfeito sistema de 
relembrar a santidade divina, através dos 10 sabáticos:
1. O Sábado semanal
2. O primeiro dia dos pães ázimos
3. O sétimo dia dos pães ázimos
4. O pentecostes
5. O primeiro dia do sétimo mês (trombetas)
6. O dia da expiação (10º dia do sétimo mês)
7. O 1º dia da Festa dos tabernáculos
8. O 8º dia da festa dos tabernáculos
9. O ano sabático (7º ano)
10. O sabático de jubileu.
 
O propósito destas “estações determinadas“ e observâncias mensais era a 
de reconhecer que toda colheita e outras bênçãos são provenientes de 
Deus; que todo novo ano e todo novo mês deveriam ser dedicados ao 
Senhor da ceara; que a terra pertencia a Deus e que era ocupada apenas por 
causa de Sua bondade.
Todas as festas tem um significado simbólico espiritual para o novo 
testamento e exemplificamos apenas 2: a Páscoa, que era a celebração do 
livramento da escravidão, fala da salvação! Pentecostes (pente = 50; 50 dias 
após a Páscoa), que era a festa do encerramento da colheita – justamente 
no dia do início da igreja do Senhor; justamente 50 dias após a ressurreição 
de Cristo! Assim todas as festas tem seu significado Neotestamentário.
Por último a Terra (25-27) - Nada menos do que 30 vezes nestes 3 capítulos 
há referência a Terra demonstrando que Deus quer que Seu povo entenda 
bem e se preocupe com aquilo que é dado graciosamente por Deus para 
 
nossa vida! Deveríamos levar mais a sério nossas possessões como sendo de 
fato uma dádiva divina como privilégio estendido a nós!
Nenhuma motivação maior para integridade pessoal e de comunhão pode 
ser encontrada do que a de Levítico 11:45.
“Eu sou o Senhor, que vos fiz subir da terra do Egito, para ser o vosso 
Deus, sereis pois santos, porque eu sou santo”.
 
NUMEROS - ESTATÍSTICA, DISCIPLINA E OFERTAS
O estudo do livro de Números pode se tornar extremamente interessante, a 
despeito das muitas contagens, se tivermos em mente a estrutura histórica e 
geográfica do livro relativo ao desempenho espiritual do povo. É 
impressionante notarmos como a história acontece em função da obediência 
e fé, ou desobediência e falta de fé do povo. Consequentemente o livro 
ensina as gerações posteriores que a conformidade com a aliança traz 
bênçãos, mas a rejeição da aliança traz tragédia e lamento.
O livro de Números também documenta a organização efetiva das tribos em 
uma estrutura comunitária religiosa e política discernível, em preparação para 
a conquista e ocupação de Canaã. 
Para melhor percebermos esta fantástica montagem histórica e geográfica de 
cunho espiritual, vejamos como o relato é estruturado:
 
A primeira parte – caps 1 a 14 – diz respeito à geração antiga (a que morreu, 
saiu do Egito e não entrou em Canaã) e transcorre no trajeto entre o Sinai e 
Cades, havendo aqui uma primeira contagem, uma instrução e uma 
peregrinação;
Na segunda parte – caps 15 a 20 – temos o período de Transição, a 
peregrinação no deserto;
Na terceira parte – caps 16 a 36 – vemos a nova geração (a que nasceu no 
deserto e entrou em Canaã sem conhecer o Egito) transcorrendo no trajeto 
entre Cades e a planície de Moabe, há aqui uma nova contagem, uma nova 
instrução e uma nova peregrinação.
Chama a atenção que há duas gerações (a que saiu do Egito e não entra em 
Canaã, e a que nasce no deserto e entra em Canaã sem conhecer o Egito) o 
que leva a duas contagens (censos) a duas jornadas e a duas instruções! Mais 
impressionante ainda é que a quantidade de pessoas que saíram (603.550) 
do Egito é praticamente a mesma que a quantidade de pessoas que entra 
 
(601.730) em Canaã – demonstrando que Deus realmente substituiu uma 
geração por outra quantitativamente e qualitativamente! Lembramos que foi 
a primeira geração que falhou na entrada em Canaã (no 2º ano após o Êxodo) 
resultando na peregrinação no deserto que tinha a finalidade de substituir a 
geração infiel e de pouca fé.
Há um profundo valor teológico nesta história e relatos de Israel, e isto 
corroborado em diversas passagens no NT, chamando a nossa atenção para o 
fato de que isto é para nós uma lição (veja I Coríntios 10:1-12) onde 
destacamos o v.11 – “Ora, tudo isto lhes acontecia como exemplo, e foi 
escrito para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos”. 
Os primeiros 4 capítulos estão em 2 pares: o primeiro conjunto assim -
1 - contagem dos adultos masculinos;
2 - distribuição das tribos;
 
demonstrando uma organização que tinha finalidade militar pois revela o 
potencial da força combatente do povo.
O segundo conjunto desta maneira :
3 - contagem dos levitas masculinos;
4 - distribuição das tarefas levíticas;
este segundo grupo tinha a função especial de administração do serviço 
especial de culto a Deus.
Assim temos a organização, a partir do centro do acampamento, do 
Tabernáculo (peça central), os mais próximos eram os levitas guardando a 
entrada do Tabernáculo, e as tribos “leigas” mais distantes com finalidade de 
proteção geral, tendo a tribo de Judá na posição de liderança de todo o 
contingente. Esta organização reforça a preservação da pureza do 
Tabernáculo! Do mesmo modo deve ser preservada a pureza do Templo que 
não é feito por mãos humanas - o nosso corpo!
 
Os demais capítulos até o cap.10 dizem respeito a preservação da santidade 
do lugar do Tabernáculo e da pureza do povo de Deus o que pode ser visto na 
bênção Aarônica (6:24-27. Temos também as provisões para a manutenção 
de toda a estrutura orientada por Deus, culminando nas instruções de 
celebração da Páscoa e do levantar acampamento para marcha.
As seguir, nos caps 10 a 14 temos o relato de que, quase 2 anos após a 
saída do Egito, o povo estava com saudades do Egito e da comida deliciosa de 
lá. Moisés, abatido com a carga da liderança solitária, conversa com Deus e o 
Senhor lhe provê com 70 líderes cheios do Espírito para assistí-lo na função de 
anciãos. Este fato enfurece a irmã de Moisés (Míriam) e o seu irmão Aarão. 
Ambos expressam suas desaprovações, considerando que os seus prestígios 
haviam sido diminuídos, e assim desafiam a verdadeira capacidade profética 
de Moisés. O resultado foi um castigo severo sobre os dois, uma vez que Deus 
falava pessoalmente com Moisés, abertamente e não através de visões e 
sonhos (12:5,8). O sinal disto foi demonstrado quando Moisés restaura sua 
irmã à pureza litúrgica e ritual.
 
Não sendo suficiente estes incidentes, acontece outro! Na proximidade 
da terra de Canaã, Deus manda que Moisés envie 12 espias (entre eles Josué 
e Calebe) para avaliarem a terra e trazerem relatórios. A terra era rica e fértil 
mas a maioria (dez deles) argumentava que não podia ser conquistada – 
rejeitaram a dádiva de Deus! Mais uma vez a liderança de Moisés estava em 
questão, chegando o povo ao ponto de exigir sua renúncia em favor de 
alguém que os levasse de volta ao Egito (14:4-10). Como se não bastasse Deus 
também estava testando Moisés ameaçando destruir o povo.
A resposta de Moisés é algo de extraordinário e ecoa até hoje como uma das 
maiores provas de fé e confiança e conhecimento de Deus. O argumento de 
Moisés foi o de que se Israel falhasse na entrada em Canaã – a Terra 
Prometida – o mundo inteiro veria Jeová como sendo um Deus não confiável. 
Deus haveria de perdoar o povo por causa de Seu próprio Nome que estava 
em jogo. É neste ponto que temos um dos relatos mais rígidos e ao mesmo 
tenros que há na Bíblia – Deus se move ao ouvir Moisés eseu argumento, mas 
a justiça não podia ser abolida. É aqui então que Deus anuncia a Moisés que 
esta geração não viveria para ver Canaã. Apenas Josué e Calebe, que 
 
confiaram na promessa e no poder de Deus foram os que pessoalmente 
colocaram os pés na terra que manava leite e mel (14:36-38).
Após isto o povo foi levado ao norte apenas para ser confrontado com os 
Amalequitas e Canaanitas para serem derrotados, começando assim a sua 
peregrinação errante pelo deserto do Sinai e Negev.
Aprendemos que é primordial o guardar da pureza pessoal e comunitária – 
moral e física – do povo que se chama pelo nome de Deus mantendo-se 
separado daquilo que é do mundo (representado pelo Egito) e é fundamental 
que guardemos a fidelidade à aliança que Deus selo com seu povo – no nosso 
caso em Jesus Cristo, expresso pelos princípios que governam o Reino de 
Deus declarados no Sermão da Montanha que se encontra em Mateus 
capítulos 5 a 7.
Amigo leitor, diante deste quadro, qual é a tua opção de vida? Qual é o 
caminho que você está trilhando? Você está olhando para as coisas deste 
 
mundo ou está com os olhos fixos em Jesus Cristo, autor e consumador da fé 
salvadora?
Que Deus o ilumine e abençoe na meditação para responder a estas 
perguntas
Designação e Leis
Estamos no meio do livro de Números. Em apenas 6 capítulos o livro cobre 38 
anos de história, comparados com os 14 capítulos anteriores referentes a 
menos de 2 anos de história do povo! Este período pode ser considerado 
como uma suspensão no desenvolvimento da história de Israel. É um período 
de castigo em que Deus irá eliminar toda uma geração inteira por causa da 
desobediência e falta de fé dos 10 emissários e do povo.
Este período se inicia após o incidente de Cades onde se dá a expressão da 
falta de fé em Deus, e termina no ano da morte de Aarão (cap. 20). Sabemos 
 
que apenas dois personagens entrara na terra prometida, Calebe e Josué, que 
assume a liderança em lugar de Moisés, dá continuidade à obra de levar o 
povo e lidera a entrada através do Jordão na altura de Jericó.
Deste modo o livro de Números se torna o livro do progresso suspenso. Isto 
nos faz pensar nas diversas igrejas e crentes individuais que andam pela vida 
como se tivessem sua história suspensa. Não crescem, não apresentam frutos 
e não há desenvolvimento espiritual. Na realidade, como no caso de Israel, 
este período é marcado por um constante fracasso na confiança em Deus e 
um retorno parcial – é literalmente o que se poderia chamar de 
“sobrevivendo, dadas as circunstâncias”.
Nesta seção do livro são dados mais alguns regulamentos ao povo; muitos 
líderes se rebelam contra Moisés; são formalizadas as responsabilidades dos 
sacerdotes e levitas e finalmente surge a nova geração que então é 
recenseada.
 
Aprendemos algumas verdades fundamentais: quando o povo reclama contra 
Deus e critica Moisés, eles são severamente punidos: mais de 14000 pessoas 
morrem como resultado desta rebelião. Como resultado da rebelião do Corá, 
o próprio Corá, Datan e Abiram, juntamente com suas famílias morreram, 
juntamente com 250 falsos sacerdotes. O princípio teológico do Reino de 
Deus se faz sentir: se permitimos dissatisfação e descontentamento a 
permanecer em nossas vidas, isto poderá facilmente levar a um desastre 
espiritual e social. Deveríamos nos conter de criticar líderes e reclamarmos 
dos mesmos. 
Talvez o incidente de maior impacto em termos de relacionamento pessoal 
com Deus seja o incidente que ocorreu com Moisés. Moisés diante do povo 
rebelde por causa da falta de água, queimando de ira, fere a rocha ao invés de 
falara a ela conforme a orientação de Deus. Este pecado de Moisés é descrito 
como uma falha em respeitar a santidade de Deus (27:14). O ato intempestivo 
de Moisés resultou em bênção para o povo – água abundante – mas uma 
maldição para Moisés: repreensão e exclusão da Terra Prometida! De acordo 
com o Salmo 106:32, Moisés sofreu pelos pecados do povo. 
 
Podemos derivar algumas conclusões teológicas dos eventos deste livro:
1. A sabedoria e fidelidade de Deus fornecem razão para esperança nas 
situações mais tenebrosas da vida.
2. A história depende da liderança de Deus e da obediência humana, não de 
estatísticas militares ou expectativas humanas.
3. A teimosia humana em rebelar-se tem que encarar punição.
4. Até mesmo líderes fiéis tem que estar na expectativa de punição pela 
desobediência. 
5. O povo de Deus precisa de uma organização adequada e liderança para 
poder realizar a missão dada por Deus.
6. Culto adequado é uma marca de identidade do povo de Deus.
7. Deus sempre tem um futuro para Seu povo que a sua rebelião não pode 
destruir.
Para os que estão em posição de liderança existe aqui uma lição preciosa: 
nenhum líder é indispensável para Deus. No entanto, tal como Moisés e Aarão 
perderam a participação no momento da vitória porque, num momento de ira 
 
e raiva, desobedeceram a detalhes da instrução de Deus., também os líderes 
de hoje devem aprender a lição do autocontrole e contenção emocional. 
Nenhum líder cresce ao ponto de estar acima e além da necessidade de 
confiar e obedecer a Deus. Deus prepara novos líderes para substituir os 
desobedientes e descontrolados. Nisto aprendemos também que Deus 
recompensa os líderes fiéis e obedientes.
O livro de Números conclama os líderes do povo de Deus de hoje a atitudes e 
posturas de fidelidade a Deus, mesmo se tiverem que conduzir um povo ou 
rebanho rebelde e mesmo quando as suas decisões vão contra o ponto de 
vista da maioria! Lembremos que Deus não é democrata e espera que os Seus 
líderes confiem e obedeçam. 
Aprendemos que o livro de Números é um livro de esperança para um povo 
com uma história de rebelião.
A história de Deus é uma história de esperança para o futuro, uma chamada 
para a última vitória frente a derrota. 
 
Amado aluno, você também é convocado a uma vida de revisão, obediência e 
fidelidade como princípios de compromisso de vida com Deus a despeito do 
que possa acontecer por causa deste seu compromisso.
Que Deus o abençoe e ilumine afim de que você possa crescer e brilhar neste 
mundo em trevas.
Os Fatos Ocorridos
Que o senhor, Deus dos espíritos de toda a carne, ponha um homem sobre a 
congregação, o qual saia diante deles e entre diante deles, e os faça sair e 
os faça entrar; para que a congregação do Senhor não seja como ovelhas 
que não têm pastor. (Nm 27.16-17)
Na realidade poderíamos chamar esta parte do livro de Números de “A Nova 
Geração” – trajeto de Cades até as planícies de Moabe. Toda uma nova 
 
movimentação se inicia; novas expectativas e novos desafios e uma nova 
esperança. 
Esta parte pode ser dividida em três divisões:
a. A nova jornada (21 a 25),
b. A nova contagem (26 a 27), e
c. A nova instrução (28 a 36).
Esta segunda jornada toma apenas o tempo de 5 (cinco) meses, pois o povo 
deixa o monte de Or cerca de um mês após a morte de Aarão (que aconteceu 
no 5º mês do 40º ano) e chegaram nas planícies de Moabe no 11º mês do 
mesmo ano, momento em que Moisés inicia seu grande desafio a Israel, e que 
constitui o livro de Deuteronômio. 
Nesta Segunda jornada vemos que o povo continua a enfrentar desafios à fé: 
primeiro Moisés buscou permissão do rei de Edom para passar pela estrada 
do rei, petição esta que lhe foi negada. Como resultado Moisés enfrentou os 
 
canaaneus de Arad, o que resultou em uma sólida vitória dos israelitas. 
Encorajados assim, aceleraram o passo para a Terra Prometida. Ainda assim 
persistiam em rebeliões de tempos em tempos, e finalmente alcançam 
Moabe. A sua chegada causou grande preocupação aos inimigos de Israel. O 
rei dos Amorreus tentou sustar o avanço do povo de Deus mas sem sucesso. 
O rei Og, de Basam, tentou o mesmo e igualmente sofreuuma derrota. Deste 
modo finalmente Moisés e o povo se encontram nas planícies de Moabe, 
imediatamente ao leste da Terra que Deus prometera a Abraão que lhes 
daria. 
 Porém, antes de chegarem à Terra de Canaan, teriam que enfrentar 
obstáculos que só poderiam superar mediante confiança e fidelidade a Deus 
ao tempo em que exerceriam a obediência ao mandado divino. 
O primeiro obstáculo era de natureza externa ao povo: a ameaça da maldição 
de Balaão (22:2-24:25), maldições estas que foram transformadas, cada uma 
delas, em grandes bênçãos por parte de Deus para o Seu povo. Assim o plano 
diabólico de Balaque de amaldiçoar Israel resultou no oposto – uma magnífica 
 
demonstração das bênçãos de Deus sobre o Seu povo e, através deles, sobre 
todo o mundo. Aprendemos que se deixarmos as oposições e confrontos nas 
mãos de Deus Ele mesmo as transformará em bênçãos para nós e nossos 
familiares e descendentes.
O segundo obstáculo era de natureza interna do povo: a ameaça de se 
comprometerem com os padrões morais e sexuais dos moabitas. A 
licenciosidade do culto a Baal logo os atraiu para as suas armadilhas. Apenas o 
zelo de Finéias, filho do sumo sacerdote Eleazar, preveniu a apostasia geral. 
Com sua espada matou os líderes desta rodada de imoralidade, onde 
milhares de israelitas pereceram em virtude da praga enviada por Deus. Isto 
nos mostra o quão rápido nos desviamos para as coisas que o mundo oferece 
e nos esquecemos de Deus, isto é apostasia. Foi exatamente isto – a apostasia 
- ou seja, o desvio dos padrões de Deus para padrões mundanos – que a Bíblia 
fala que aconteceria nos últimos tempos. Fiquemos alerta para esta tendência 
humana de flertar com as coisas que Deus deplora. 
O que Números nos ensina para hoje? Os princípios do poder e graça divinos 
podem vencer o fracasso da fé imperfeita, mas que esteja em 
 
desenvolvimento. Estes ensinos são de máxima importância para todos que 
levam a sério a autoridade do ensino do Espírito Santo.
Do livro de Números podemos aprender que:
1. a despeito de nossa rebelião, Deus irá cumprir Seus propósitos e 
promessas; 
2. apesar de Deus permanecer fiel às Suas promessas, Ele punirá uma geração 
infiel;
3. a punição vinda de Deus pode nos preparar para tarefas maiores;
4. a presença fiel e sábia de Deus é o centro de toda vida;
5. fé em Deus resulta em necessidades físicas;
6. temos que respeitar líderes ordenados, mas também saber que líderes 
infiéis também encaram os atos disciplinares de Deus;
7. culto é a atividade principal do povo de Deus e deveria ser planejado e 
organizado adequadamente; e
8. esperança é a palavra duradoura de Deus, que motivará o Seu povo mesmo 
através dos períodos mais tenebrosos da história.
 
A vida na terra (prometida) é vida com Deus (35:34). O povo de Deus tem que 
saber como responder a Deus com gratidão e cultos regulares. Líderes de 
culto têm que ser escolhidos e preparados. Por causa da preparação no 
deserto, o sacerdócio sobreviveu desastres nacionais, tais como o próprio 
exílio, e preparou uma liderança para Israel, mesmo quando os líderes 
políticos não eram mais disponíveis.
Assim também nós hoje – as nossas igrejas, como pequenos povos de Deus – 
devemos preparar líderes para o culto, líderes que possam nos dirigir mesmo 
quando toda outra liderança não seja mais confiável.
Olhemos pois para o autor e consumador da fé – Jesus Cristo – e nos esforçar 
para não vacilarmos e comprometermos a santidade de Deus e com isto 
nosso testemunho.
 
DEUTERONÔMIO - OS ENSINOS
Consideramos a primeira etapa de três divisões do livro de Deuteronômio, 
isto é, os capítulos de 1 a 11.
O nome Deuteronômio quer dizer “Segunda Lei” ou “Repetição da Lei”. Isto se 
fez necessário porque a geração que recebera e ouvira a exposição da Lei 
Sinaítica já não existia mais. Uma nova geração estava no amanhecer da 
entrada na Terra Prometida. Deste modo esta nova geração tinha a 
necessidade de ouvir a exposição renovada da Lei e ouvir o recontar da 
história do surgimento do povo e da própria Lei. Paralelamente com esta 
renovada apresentação da história e Lei de Deus, incluiu-se um desafio para 
decisão diante da obra de Deus (o que será visto na terceira parte deste 
estudo).
 
É um livro caracteristicamente de transição, transição marcada por 4 tipo 
áreas distintas, e que são: 
a. uma transição para uma nova geração (a velha, do Sinai já havia 
desaparecido), 
b. que irá ter uma nova possessão (uma peregrinação sem terra para uma 
ocupação nacional de Canaã),
c. caracterizado por uma nova experiência (casas em vez de tendas, fixação 
em vez de peregrinação, alimento variado em vez de dieta desértica), e, 
finalmente,
d. uma nova revelação de Deus – Seu amor (6.5), repetida mais 4 vezes e 
reafirmada por Jesus aos fariseus (Mat 22.37), que é a base do toda a Lei!
Este amor vem de gerações anteriores, pois no cap 4.37 Deus diz: “E, 
porquanto amou a teus pais, não somente escolheu a sua descendência 
depois deles, mas também te tirou do Egito” , princípio este que o povo de 
Israel infelizmente não entendeu e que, nós hoje, também não 
compreendemos muito uma vez que não nos detemos em apropriarmo-nos 
dos princípios de vida do Reino de Deus. Para a maioria é mais fácil viver de 
 
acordo com leis e normas e não princípios, pois estes nos responsabilizam 
diretamente pelo nosso andar.
Estes primeiros 11 capítulos, que constituem a primeira parte deste livro, 
formam o que se chama de seção de Retrospectiva, os demais formam a 
parte Prospectiva do livro. Esta primeira parte, a da Retrospectiva, permite ao 
povo da transição olhar para trás e para frente, ponderando a ação de Deus 
sobre ambos. O povo deveria lembrar, refletir e resolver; daí nós temos 
retrospectiva e reflexão. Os capítulos 1 a 3 são uma “revisão do modo de vida 
desde o Sinai” e os caps 4 a 11 são uma revisão da “Lei do Sinai”. Isto nos 
ensina que também devemos olhar para trás, refletir, e depois, olhar para 
frente e decidir, e assim poderemos sempre dar honra e glória a Deus pelo 
feito e confiar em Deus pelo que está à frente. Por isto o salmista escreve (Sl 
90.12) “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos 
corações sábios”. Percebemos que os princípios de conduta e atitude no 
Reino de Deus estão firmados desde os primórdios da história do povo de 
Deus. 
 
A Mensagem Central desta parte de Deuteronômio é a fidelidade divina. Isto 
é demonstrado na revisão da vida desde o Sinai: Jeová tem sido (passado) e 
sempre será (futuro) fiel às Suas promessas, Seus propósitos e Seu povo! Isto 
se constitui num fundamental princípio da nossa fé e confiança em Deus – Ele 
nunca falha!
Temos também nesta parte do livro um fato básico, que na realidade está por 
baixo de tudo o mais, e com o qual vai o comando básico da Lei declarado no 
6:4-6
“Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao 
Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas 
forças. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração”
É importante notarmos que o próprio Jesus Cristo nos afirma que este é o 
pronunciamento fundamental e o “primeiro da Lei” (Mc 12.29-30). Notemos 
ainda que ele é Ordenado e deverá estar (permanecer) em nosso coração.
 
A estrutura desta parte de Deuteronômio é a seguinte:
1. 1:1-5 = O contexto da Aliança ; leva a memória do povo a um tempo 38 anos 
antes – no Sinai.
2. 1:6-4:43 = O 1º sermão: Aprendendo da história do povo de Deus ;
a. 1.6-3.29 = Falhas e vitórias no caminho da Terra Prometida – importante 
revisão para reconhecimento da ação de Deus na história.
b. 4.1-40 = Guardar os mandamentos de Deus; evitar a idolatria; maravilhar 
diante dos atossalvíficos de Deus.
c. Estabelecendo as Cidades Refúgio – fundamental instrumento de 
preservação do povo e demonstração da misericórdia divina.
3. 4.44 – 6.25 = Princípios Básicos da Aliança ;
a. 4.44-49 = Introdução que situa a Aliança no contexto entre o Êxodo do 
Egito e a conquista do território além do Jordão.
b. 5.1-21 = O coração da Aliança: os 10 mandamentos – nunca anulados no 
contexto bíblico.
c. 5.22-33 = O papel desempenhado por Moisés como Mediador da Aliança 
– exemplo de Cristo como Mediador da Nova Aliança.
 
d. 6.1-25 = O princípio mais fundamental: O amor completo e exclusivo a 
Deus.
4. 7.1-11.32 = Princípios auxiliares da Aliança .
a. 7.1-26 = A total destruição dos canaaneus – nenhuma aliança ou 
casamentos eram admitidos. Isto era necessário para que Israel 
permanecesse a salvo da idolatria e das abominações praticadas por este 
povo.
b. 8.1-9.6 = Jeová como fonte das bênçãos em Canaã, demonstrado no 
passado através da providência do maná, do não envelhecer e gastar das 
sandálias e do não inchar dos pés (8.2-5)
c. 9.7-10.11 = Moisés como Mediador da Aliança e Intercessor – lembrança 
dos incidentes de rebelião do povo e das várias vezes em que Moisés 
funciona como intercessor diante de Deus e como isto resultou no 
renovo da aliança Sinaítica.
d. 10.12-22 = Amor a Jeová e amor aos desamparados – a fidelidade e amor 
a Deus não podem estar divorciados desta mesma demonstração aos 
desamparados.
 
e. 11.1-32 = Obediência como prova do amor a Deus – o amor tem que se 
manifestar e, em termos da aliança, isto tinha que ser demonstrado com 
obediência.
Desta maneira, a primeira parte do livro de Deuteronômio nos apresenta uma 
extraordinária revisão dos atos de Deus na história, como o povo surge – 
planejado por Deus – e como Moisés funciona como uma ilustração vívida de 
Cristo diante da nova geração (a geração da Aliança da Graça).
Vemos aqui também a necessidade primordial de darmos exclusividade a 
Deus em nossas vidas e isto afeta tudo o que pensamos, fazemos ou dizemos. 
Todo o nosso ser, viver, pensar, cultuar, falar, relacionamentos, etc. devem 
Ter Deus Jeová como centro exclusivo de tudo e o próximo como beneficiário 
da nossa postura.
Assim, e só assim, as bênçãos eternas de Deus fluirão sem fim em e através de 
nossas vidas.
As Festas e As Leis
 
Olha desde a tua santa habitação, desde o céu, e abençoa o teu povo de 
Israel, e a terra que nos deste, como juraste a nossos pais, terra que mana 
leite e mel. Neste dia o Senhor teu Deus te manda observar estes estatutos e 
preceitos; portanto os guardarás e os observarás com todo o teu coração e 
com toda a tua alma. (Dt 25.15-16)
Esta segunda seção do estudo sobre Deuteronômio, abrangendo os cap. 
12 a 26, cobre uma parte central do livro e que é peculiar quanto ao seu 
conteúdo e propósito, tratando das Festas e das Leis que o povo deveria 
manter e seguir. A primeira parte (caps 12 a 16.17) trata dos recursos e das 
ameaças ao culto do Deus Uno (lembrando que o povo de Israel era, na 
época, o único povo com uma religião monoteísta). A segunda parte (caps. 
16.18 a 26) trata das “distintivas” do povo de Deus (o que destaca o povo de 
Deus dos demais povos). 
Ao analisarmos as diferentes subdivisões desta parte notamos o seguinte:
 
I. Recursos e Ameaças ao Culto do Deus Uno (12.1- 16.17)
a. O Santuário Central (12.1-28) – sendo Deus um Deus Uno e único, o local 
para Sua adoração também tinha que ser único e central – seria o lugar da 
habitação de Seu nome.
b. Deuses pagãos e falsos profetas (12.29-13.19) – o povo de Deus era 
proibido de adotar práticas de culto dos povos nativos, à luz da realidade 
da Unicidade de Deus e do Seu culto.
c. Preocupação distintiva por animais puros e impuros (14.1-21) – isto era 
para reforçar o fato de que o povo tinha que se conformar com as 
definições de pureza de Deus mesmo.
d. Ofertas de corações agradecidos (14.22-29) – demonstrando o tipo de 
atitude interior que Deus espera de Seu povo escolhido, protegido e 
abençoado, tributo indispensável para um relacionamento com Deus.
e. Preocupação distintiva pelos pobres e oprimidos (15.1-18) – instituindo 
uma forma prática de demonstrar a misericórdia e perdão de Deus.
f. Ofertas e Festas do Santuário Central (15.19-16.17) – estas eram 
demonstrações das várias formas de dependência e relacionamento do 
 
povo com Deus. Em especial estavam 3 festas: a da Páscoa (livramento), a 
de Pentecostes (suprimento e proteção) e a dos Tabernáculos (comunhão 
e unidade).
II. As Distintivas do Povo de Deus (16.18 – 26.19)
a. Oficiais do Reino que amam a justiça e são Fiéis à Palavra de Deus (16.18-
18.22) – prevendo o desenvolvimento da história de Israel, Deus assenta 
as bases para a escolha e prática dos governantes bem como dos profetas 
através dos quais haveria da falar ao povo em épocas posteriores.
b. Distintiva da Lei Cível (19.1-21) – Uma vez que o povo de Israel se 
constituíam em uma comunidade religiosas, e isto por completo, mas 
ainda vivendo sob as contingências humanas e naturais, Deus colocou 
uma provisão para que a Sua justiça e misericórdia não viessem a ser 
manchadas – instituindo as Cidades Refúgio.
c. A Conduta da Guerra Santa (20.1-21.24) – como a nação escolhida estava 
para se envolver em guerras de conquista e de defesa contra povos que 
se opunham visceralmente a Deus e Seus governo, algumas diretivas 
foram postuladas afim de que o povo de fato alcançasse as vitórias 
 
previstas. Desta maneira a escolha dos militantes e estruturamento 
estratégico militar vieram diretamente de Deus, e o povo deveria se 
enquadrar nas mesmas. Isto porque as guerras eram de Deus com um 
cunho totalmente espiritual.
d. Mais distintivas da Lei Cível (21.15-22.4) – aqui Deus trata dos assuntos 
matrimoniais e familiares, tão necessários para uma sociedade 
estabilizada e com valores sólidos para uma educação de filhos segundo 
os ditames morais e espirituais do Reino de Deus.
e. A Pureza distintiva (22.5-23.18) – esta parte trata do assunto já tantas 
vezes abordado – o da manutenção da santidade daquilo que tem a ver 
com Deus, o Deus Santo de toda santidade – reflexo de todos os ensinos 
da Lei Sinaítica e dos ditames encontrados no livro do Levítico.
f. Relações interpessoais distintivas (23.19-25.19) – aqui Deus estabelece 
todas as implicações morais e éticas do relacionamento social de um povo 
que deveria viver de acordo com uma aliança feita para a vida baseada na 
fé. Fica patente nesta parte a diferença interior e exterior de um povo que 
se chama pelo nome de Deus!
 
g. Reafirmação da Aliança no Culto (26.1-15) – este é um aspecto memorial. 
Assim que o povo entrasse na Terra Prometida deveria instituir uma 
prática de culto, através de determinadas festas especiais, para 
reconhecer a provisão sobrenatural de Deus para manutenção de vida do 
povo – era a expressão máxima de gratidão.
h. Interlúdio exortativo e narrativo (26.16-19) – após a declaração de um 
longo corpo de estipulações, o povo foi ordenado a obedecê-las de todo 
coração e de toda alma (26.16). A essência era a manutenção de uma 
comunhão santa e sagrada, que deveria expressar louvor e honra ao 
Senhor dos senhores e da ceara.
Notamos que primeiro Deus lida com os aspectos concernentes ao culto que 
o povo deve prestar a Deus – os recursos que Deus coloca à disposição do 
povo para utilização na celebração de um culto que era e deveria continuar a 
ser diferenciado de modo distintivo de todas as demais práticas de culto 
existentes. Deus, o Deus Uno e Santo, requer uma liturgia e uma preparação 
bem como pureza especiais e perfeitas. Assim Deus mesmo se incumbe da 
 
orientação e instrução quanto à prática do culto e quanto a postura interior 
de cada

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