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PORTIFÓLIO INTERDISCIPLINAR I - PEDAGOGIA

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
nome do curso
ANGELA MARIA SANTOS DA CRUZ
AUREA PINTO DE OLIVEIRA
JUREMA DOS SANTOS
MARTA RIBEIRO PINTO
NAILZA SANTOS DE JESUS
RENAN SILVA DOS SANTOS
ROSÂNGELA DOS SANTOS
LAZER, APRENDIZAGEM, INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA
Alagoinhas – Ba.
2020
ANGELA MARIA SANTOS DA CRUZ
AUREA PINTO DE OLIVEIRA
JUREMA DOS SANTOS
MARTA RIBEIRO PINTO
NAILZA SANTOS DE JESUS
RENAN SILVA DOS SANTOS
ROSÂNGELA DOS SANTOS
LAZER, APRENDIZAGEM, INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA
Trabalho apresentado ao Curso Licenciatura em Pedagogia da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina Seminário Interdisciplinar I.
Orientador: 
Alagoinhas – Ba.
2020
sumário
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 3
2. HISTÓRICO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA .................................................... 4
3. ADAPTAÇÕES PARA FINS DE INCLUSÃO SOCIAL: APRENDIZAGEM E LAZER ........................................................................................................................ 6
4. CONTRIBUIÇÕES DAS TECNOLOGIAS PARA A INCLUSÃO DAS CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA ................................................................................................... 8
CONCLUSÃO ...........................................................................................................10
REFERÊNCIAS .........................................................................................................11
1. INTRODUÇÃO
Esta produção acadêmica tem o objetivo de expor e discutir algumas questões inerentes à compreensão e concretização da inclusão social das pessoas com deficiências. Acatou-se, para tanto, o estudo acerca da importância das adaptações, da aprendizagem e do lazer e acessibilidade no desenvolvimento sociocultural, focalizando-se algumas implicações no desenvolvimento pessoal, educacional e social. Um estudo crítico, bibliográfico e documental, resultou na apresentação de discussões sobre o incremento de espaços sociais e relacionamentos estimulantes ou limitadores da inclusão social e escolar de tais pessoas objetivando o atendimento ou a ampliação de suas necessidades especiais. Relevantes decisões políticas e estatuárias nacionais e internacionais foram discutidas. Evidenciou-se valores e atitudes que, alveja ou de forma subliminar, edificam e consolidam mecanismos de inclusão ou exclusão, concluindo-se que a educação, o lazer e as questões que os envolvem, são espaços estruturados com fundamental poder de mediação para a inclusão social da pessoa com deficiência assim como de todo e qualquer indivíduo. Neste contexto, discorreremos também sobre a exclusão das crianças com deficiência nos locais e equipamentos destinados à recreação como uma violação dos direitos fundamentais dessas crianças à igualdade, à inclusão e ao lazer; além de abordar, também, as possibilidades e contribuições das tecnologias para a inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais.
2. HISTÓRICO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
A agrura da deficiência acompanha o ser humano desde o nascimento da civilização e desde então sofre adversidades, crises e impasses na vida cotidiana e as diferentes perspectivas são enfatizadas de acordo com o momento histórico e sócio cultural que os deficientes se situavam e ainda situam-se.
Se quisermos compreender melhor a deficiência, é fundamental sabermos como esta foi construída ao longo do tempo e como as pessoas deficientes eram vistas e de que forma lidavam com suas limitações. Desta forma, analisaremos quais atitudes e comportamentos em relação às pessoas com deficiências se refletem na sociedade contemporânea.
[...] a bíblia dá vários exemplos de tais situações, como a deficiência dos escritos de Moisés (Êxodo, 4:1 O) ou da visão e fisica do apóstolo Paulo (Coríntios, cap. 12:7). Na era clássica, esclarece Áurea Ribeiro(O cidadão portador de deficiência. In: ROBERT, Cinthia (org). O Direito do Deficiente. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 1999, pág. 81.), "Homero"- aquele a quem Platão denominou na República, o maior de todos os poetas - deixou lavrado em seus versos, a tarefa estratégica legada ao Deus Hefesto, que era coxo, ou seja, portador de deficiência física, o mesmo ocorrendo com Platão, que tinha uma desproporcionalidade física de seus ombros e fontes (ÁVILA, 2005, p. 16).
O autor afirma ainda que, a estas pessoas, inclui-se inúmeras outras como Ludwig Van Beethoven - surdo e o Antônio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho", que assim ficaram conhecidos devido à deficiência física que apresentava.
Na antiguidade era possível observar basicamente dois tipos de atitudes com relação às pessoas portadoras de deficiência: uma atitude de aceitação, tolerância, apoio e assimilação; uma outra de eliminação, menosprezo ou destruição.
Nas sociedades primitivas, para que as pessoas conseguissem a subsistência era preciso ir atrás de alimentos, caçavam e pescavam. Assim as pessoas com dificuldade de locomoção, como os idosos, doentes e pessoas com deficiências punham em risco todo o grupo e então era necessário abandonar esses sujeitos.
Antigamente era prática comum a amputação dos membros como forma de punir e estigmatizar, o costume visava transmitir a todos a idéia de que os sujeitos portadoras de sequelas derivantes das amputações eram escravos, criminosos ou traidores. 
No Brasil, na população branca, a deficiência surgia na época devido à carência alimentar, era a causa principal para as anomalias, como: cegueira noturna, raquitismo, beribéri e outras. Entre os negros escravos, havia um elevado número de deficientes devido aos castigos fisicos, maus tratos e acidentes de trabalho nos engenhos ou lavouras de cana (SILVA, 1987, 74).
Segundo o autor referenciado, no tocante à história dos deficientes físicos no Brasil, nos períodos colonial e imperial, era raríssimo encontrar aleijados, cegos, surdo-mudos e coxos entre os indígenas nos primórdios da colonização. As poucas anomalias apresentadas, eram decorrentes de guerras ou acidentes na selva. Nos casos de deficiência congênita, as crianças eram sacrificadas pelos pais imediatamente após o nascimento.
A integração social da pessoa com deficiência surge por volta do século XX, especificamente após a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. A influência para um programa público de reabilitação surgiu de diferentes fontes. O crescimento do número cidadãos deficientes e doentes mentais fez com que a população exigisse uma solução eficaz.
Após estes acontecimentos, os projetos de reabilitação aceleraram-se, uma vez que além de ampliar os serviços de atendimentos para os sujeitos deficientes, foram desenvolvidas oportunidades de emprego para os mesmos. Começa-se assim a valorizar o potencial das pessoas com deficiência. Por este motivo, este século foi denominado por diversos pesquisadores como o "século da mudança e do conhecimento", pois foi onde mais se estudou, mais se transformou, mais se pesquisou na área das deficiências e onde historicamente temos mais deficientes e doentes por conta das duas guerras citadas.
3. ADAPTAÇÕES PARA FINS DE INCLUSÃO SOCIAL: APRENDIZAGEM E LAZER
O portador de deficiência em diversas situações é vítima de discriminação, marginalização e segregação na sociedade e no ambiente educacional. Por isso as adequações e adaptações são uma forma de incluir essas pessoas na sociedade ou em outras áreas, como instituído na Lei nº 7.853/89 e o Decreto nº 3.298/99. As adequações e adaptações são necessárias para promover a aproximação entre a pessoa deficiente e a educação sistematizada, entre a pessoa deficiente e a empresa comum e, assim por diante, mostrando que essas pessoas são capazes de fazer o mesmo que uma pessoa comum. Que possuem o mesmo direito que os cidadãos comuns. A inclusão nada mais é que a modificação da sociedade como um pré-requisito para a pessoa co deficiência realizar seu desenvolvimento e exercer a cidadania.
Aescola, por se tratar de um espaço social, deve garantir a inclusão e permanência dos alunos com deficiência. Para tanto, na década de 60, no Brasil, a educação especial aparece pela primeira vez na LDB 4024, de 1961, a lei declara que a educação dos portadores de necessidades especiais deve, na medida do possível, adequar-se ao sistema geral da educação. 
Na década de 70 o movimento de integração social observa o início para a vida independente, isto é, não- dependente da autoridade institucional e familiar. A partir deste momento, o movimento das pessoas com deficiência repercutiu a nível nacional, fundamentalmente na área da educação e lazer. 
A Constituição de 1988 primou, dentre outras coisas por assegurar atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. 
No ano de 1996 é decretada a Lei de Diretrizes e Bases – LBD 9394/96, concedendo o direito à educação das pessoas portadoras de necessidades especiais. Ainda na década de 90, o Brasil aprova o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, que reafirma os direitos consagrados na constituição, qual seja, “atendimento educacional especializado para portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.
O cenário atual no mundo e notadamente no Brasil em relação às pessoas portadoras de deficiência vem progredindo e assim melhorando a qualidade de vida desses indivíduos. São Leis decretadas aos direitos das pessoas com deficiências, a população está mais conscientizada e a inclusão e integração dessas pessoas cresce dia após dia, como demonstrado nas palavras de Ávila (2005):
A integração social do deficiente tem sido um tema utilizado com freqüência cada vez mais na literatura especializada brasileira, tanto na área da educação Especial, como na da Reabilitação Profissional. Tem também figurado como um dos principais objetivos na maioria dos Estatutos e Regulamentos das Instituições e Entidades que prestam serviços ao deficiente, bem como se encontra prevista e amparada legalmente, através de sua explicitação como direito, nas Leis Brasileiras nas suas mais variadas formas. Entretanto, a grande maioria dos brasileiros portadores de deficiência permanece, ainda, segregada em Instituições e Escolas Especiais, sem participação ativa na vida da sociedade e incapacitada par ao efetivo exercício de sua cidadania. (Ávila, 2005, p. 25).
Assim, a acessibilidade à educação e ao lazer têm como base o ideal de contribuir para o desenvolvimento das pessoas. A educação é fundamental para uma melhor compreensão e atuação nas atividades de lazer. A leitura provê embasamento para acompanhar estas múltiplas atividades. Alguns conteúdos de lazer exigem um mínimo de grau de instrução escolar para que sejam desenvolvidos, proporcionando o aumento da interação social com os sujeitos.
Pesquisas apontam que a maior parte dos deficientes é analfabeta, não sabem ler, escrever ou mesmo interpretar o que as outra pessoas estão dizendo e isso se toma um empecilho, pois necessitam de alguém para lhes ajudar. Isso posto, nos encontros de reflexão, discussão, leituras, expressão de suas próprias idéias, há a indispensabilidade de adaptar a linguagem, a comunicação para que possa ser compreendida por todos. A questão do analfabetismo também se dá em função das dificuldades ao acesso a escola (escadarias, transporte e etc. ) pelos indivíduos portadores de necessidades especiais.
Assim como a educação, o lazer na vida de uma pessoa com necessidade especial é tão importante quanto na vida de qualquer sujeito. Dessa forma, as pessoas com algum tipo de deficiência ou com necessidade especial podem, devem e têm todo direito de envolver-se nas atividades de lazer que a vida proporciona, estas estão relacionadas diretamente com o prazer de quem participa, ocupam a mente e o corpo do indivíduo aumentando sua qualidade de vida. Entretanto, temos barreiras que impeçam ou dificultam dessa participação e assim devem ser removidas. Quais sejam: preconceito, adaptações nas ruas, moradias e em construções em geral, dentre muitas outras.
É notório que a legítma integração entre as pessoas será alcançada quando conquistarmos a aceitação mútua, o convívio sincero e a receptividade natural entre as pessoas em todas as situações e contextos da vida. Para tanto, certos estereótipos residem em torno das deficiências precisam ser superados através do respeito à individualidade.
4. CONTRIBUIÇÕES DAS TECNOLOGIAS PARA A INCLUSÃO DAS CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA
De acordo com o último Censo demográfico do IBGE, 7,5% da população que tem deficiência está entre 0 e 14 anos, algo que só reforça a importância dos gestores implementarem a acessibilidade nos mais variados espaços. Assim, muito se tem falado sobre as múltiplas formas de utilização da tecnologia e de recursos adaptados. São ferramentas que melhoram a qualidade dos processos de lazer e aprendizagem, bem como proporcionam novas formas de planejar e avaliar o processo de escolarização, respeitando os diferentes estilos de aprendizagem dos educandos, o que incrementa o trabalho em grupos, viabiliza a pesquisa, a capacidade de pensar, a tomada de decisões e a interdisciplinaridade. 
Independentemente do tipo de deficiência, é necessário ficar atento em relação ao que tem de mais moderno para amparar essas crianças e adolescentes e fazer com que eles se sintam parte do grupo. Uma solução eficiente é investir em inovações, pois ajudam a contornar os desafios diários, complementam as práticas tradicionais e melhoram as formas de interação entre sujeitos.
Evidente que a acessibilidade passa também pela adaptação de equipamentos, objetivando deixar a tecnologia cada vez mais inclusiva e fazer com que os usuários possam se desenvolver dentro do próprio ritmo, mas sem se perder dos demais, sobretudo no contexto educacional. 
Por fim, porém tão importante quanto os demais itens citados, torna-se enriquecedor para o lazer e aprendizado de crianças e adolescentes a utilização de estratégias pedagógicas e formas de organização que promovam a inclusão de todos na sala de aula e também nos demais espaços sociais. A intenção das tecnologias voltadas para inclusão é trazer principalmente para o ambiente escolar uma experiência de ensino que possa estimular a lógica, a criatividade e, naturalmente, o senso crítico para criar programas de qualidade.
Em suma, é necessário que os gestores precisam se atualizar constantemente, visando proporcionar não apenas acessibilidade na escola, mas adaptação às tendências de mercado e, por consequência, a garantia da permanência dos alunos em sala de aula, fundamentalmente devido ao fato de que para muitos crianças, a escola além de ser um espaço de aprendizagem, é também um espaço de lazer onde as mesmos podem interagir com pessoas diferentes em vários os contextos e assim complementar suas experiências anteriores.
Dessa forma, a tecnologia para inclusão é um dos meios de ofertar novos modelos de aprendizado e desenvolvimento. Se a tecnologia for bem utilizada, aliada aos interesses interesses sociais e ao projeto pedagógico, com certeza os alunos terão um avanço no desenvolvimento intelectual e também quanto as questões práticas do cotidiano.
CONCLUSÃO
Atualmente, a pessoa portadora necessidade especial não é mais aquela pessoa inérte, que fica em casa, em uma cama, fora da realidade do mundo. Elas estão trabalhando, estudando, indo aos clubes, nas academias, no comércio e etc. Algumas já conseguem um trabalho, portanto urna renda e, assim consequentemente também faz parte do público consumidor. Porém, para que tudo isso aconteça, essas pessoas precisam de acessibilidade viabilizada, como rampas nas escolas, nas lojas, cinemas, teatro, de banheiros adaptados em todos os lugares públicos e, também o respeito e compreensão por parte dos que não possuem deficiência.
 Neste trabalho procuramos evidenciar os principais e importantes aspectos da inclusão das pessoas com necessidades especiais nas diversas atividades de lazer e tambémna aprendizagem, sem esquecer do contexto histórico que envolve o tema. Enfatizamos principalmente os aspectos que impedem a essas pessoas ao acesso à condições normais de vida, destacando o importante papel das tecnologias para o processo de inclusão tanto no âmbito espacial (arquitetetura) quanto no intelectual.
Urge, portanto, a necessidade de se possibilitar, via pensamento crítico, uma educação escolar e familiar capaz de transmitir valores que possibilitem a aceitação do diferente como algo que integra-se à sociedade e merece atenção especial. Além disso, efetivar o direito à aprendizagem e ao lazer por sua real importância e não como valor complementar como tem sido, muitas vezes, exposto. 
Através do aprofundamento do pensamento crítico que podemos nos inteirar da ideologia e, em consequência, chegar à aproximação possível da compreensão de partículas de seu universo, isto é, as mudanças de paradigmas devem partir da conciência de que todos as pessoas, deficientes ou não, possuem direitos iguais enquanto seres humanos, porém as pessoas que se enquadram no primeiro grupo necessitam de espaços e técnicas que atendam às suas necessidades específicas. 
A educação e o lazer constituem, sem dúvida, espaços estruturados com importante poder de mediação na consolidação da inclusão social da pessoa portadora de deficiência, bem como de todo e qualquer sujeito. E, reiterando, inclusão social implica participação ativa no grupo social pautada no respeito à diversidade individual e à pluralidade cultural.
referências
ÁVILA, Erik Bueno de. O espaço público de lazer das pessoas portadoras de necessidades especiais: o espaço a ser conquistado. 2005. 
SILVA, Otto Marques da. A Epopéia Ignorada: A pessoa Deficiente na História do Mundo de Ontem e Hoje. 3° ed. revista e ampliada São Paulo: Cedas, 1987. 470 p.
LAKA TOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. 3° ed. revista e ampliada São Paulo: Atlas, 1991. 
ROSA, Suely Pereira da Silva et al. Fundamentos teóricos e metodológicos da inclusão. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2010. 
SARTORETTO, Maria Lúcia; BERSCH, Rita de C. R. O que é tecnologia Assistiva. Blog Assistiva Tecnologia e Educação. Disponível em: http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html Acesso em: 02 fev. 2017. 
SASSAKI, Romeu Kazumi. Conceito de Acessibilidade. Disponível em: http://www.escoladegente.org.br/ Acesso em: 02 dez. 2016.

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