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SAUDE-DA-MULHER-NOVA (1)

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2 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 SAÚDE DA MULHER.................................................................................. 5 
3 ANATOMIA DO APARELHO GENITAL, URINÁRIO, MAMAS E DA PELE 
FEMININA ................................................................................................................. 12 
3.1 Sistema urinário feminino ................................................................... 14 
3.2 Mamas ................................................................................................ 19 
3.3 Anatomia da pele ............................................................................... 21 
3.4 Sistema linfático ................................................................................. 25 
3.5 Componentes do Sistema Linfático .................................................... 27 
4 INSUFICIÊNCIA VENO-LINFÁTICA, TROMBOSE VENOSA 
PROFUNDA.... .......................................................................................................... 30 
5 DISFUNÇÕES DOS ORGÃOS PÉLVICOS E DO ASSOALHO PÉLVICO 
(PROLAPSO DE ORGÃOS PÉLVICOS, DOR PÉLVICA, INCONTINÊNCIA URINÁRIA 
E FECAL). ................................................................................................................. 32 
6 CICLO GRAVÍDICOS- PUERPERAL: ASPECTOS FISIOLÓGICOS E 
DISFUNÇÕES MAIS RECORRENTES ..................................................................... 35 
6.1 Alterações no sistema genital ............................................................. 36 
6.2 Alterações no Sistema endócrino ....................................................... 37 
6.3 Alterações no sistema tegumentar ..................................................... 39 
6.4 Alterações no Sistema urinário ........................................................... 39 
6.5 Alterações no Sistema musculoesquelético ....................................... 40 
6.6 Alterações no Sistema respiratório ..................................................... 42 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
6.7 Alterações no Sistema nervoso central: aspectos psicoemocionais no 
ciclo gravídico-puerperal ........................................................................................ 42 
7 PROGRAMAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER ............................ 43 
7.1 Equipe de saúde da família ................................................................ 44 
7.2 Qualidade da atenção à saúde da mulher .......................................... 45 
7.3 Estratégia de saúde da família ........................................................... 46 
8 PRINCIPAIS PROBLEMAS RELACIONADOS À SAÚDE DA MULHER .. 47 
9 CONCLUSÃO ........................................................................................... 52 
10 BIBLIOGRAFIAS ................................................................................... 53 
11 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS ............................................................. 58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão 
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
2 SAÚDE DA MULHER 
 
Fonte: www.ufjf.br 
A assistência à saúde da mulher está organizada num programa do Ministério 
da Saúde, o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM). Este 
programa prevê a assistência à mulher de forma integrada, abordando-se as várias 
fases de sua vida, da adolescência à menopausa, incluindo a assistência ao pré-
natal, parto e puerpério (ciclo gravídico-puerperal), planejamento familiar (ciclo 
reprodutivo), assistência clínico-ginecológica (prevenção e controle do câncer 
ginecológico e de mama e prevenção das DST) e climatério. O objetivo do programa 
é melhorar as condições de saúde da mulher e reduzir as taxas de morbidade e 
mortalidade maternas. 
Na maioria das sociedades, as relações de gênero são desiguais e se 
refletem nas leis, políticas, práticas sociais e pessoas (FONSECA, 2005 
apud, COELHO, 2013). 
Na assistência clínico-ginecológica há especial preocupação com a prevenção 
do câncer de mama e do câncer cérvico-uterino. A ocorrência destes tipos de 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
neoplasias expressa a baixa cobertura dos exames preventivos e pouco investimento 
em atividades de educação em saúde. 
O câncer do colo do útero é uma doença possível de ser prevenida e curada. 
Entretanto, em nosso país representa a segunda causa de óbitos por neoplasia em 
mulheres, pois 70% dos casos diagnosticados já estão em fases avançadas. Ressalte-
se, ainda, ser uma doença que incide mais em mulheres de baixo nível 
socioeconômico. 
Para reduzir a incidência e a mortalidade por câncer de colo do útero, o 
Ministério da Saúde desenvolveu o Programa Nacional de Controle de Câncer de Colo 
Uterino: o qual utiliza as estratégias de ações educativas e aumento da qualidade dos 
serviços prestados pelo sistema de saúde. Seu público-alvo são as mulheres entre 35 
e 49 anos de idade, consideradas como a população de maior risco. 
As etapas do Programa de Prevenção de Câncer do Colo do Útero (PCCU) 
são: Recrutamento, consiste em um conjunto de ações educativas que visam 
aumentar o conhecimento da população-alvo sobre o câncer de colo do útero; 
Descrição detalhada das atribuições de cada profissional no controle e tratamento, 
bem como treinamento e reciclagem constantes dos profissionais; Coleta de material 
para o exame de Papanicolau (preventivo ou colpo citológico): consiste no preparo e 
orientação prévia da mulher, coleta do esfregaço, processamento e leitura do 
esfregaço no laboratório; Avaliação do resultado, tratamento e acompanhamento do 
tratamento do câncer de colo do útero, quando se fizer necessário. 
Este programa, como os demais, é operacionalizado pelas unidades básicas 
de saúde. O câncer de mama é um grave problema de saúde pública, responsável 
por significativo número de óbitos entre mulheres adultas. É, provavelmente, o câncer 
mais temido pelas mulheres, tanto por sua alta frequência como, sobretudo, pelo 
impacto psicológico que provoca, visto envolver negativamente as percepções da 
sexualidade e autoestima. 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
A principal e mais efetiva arma que contra ele dispomos é o seu diagnóstico 
precoce mediante realização do autoexame das mamas - procedimento que permite 
à mulher participar do controle de sua saúde, uma vez que possibilita a identificação 
precoce de quaisquer alterações das mamas. As questões referentes à saúde 
reprodutiva da mulher convergem para a abordagem sobre o exercício responsável 
do seu direito reprodutivo, como forma de vivenciar sua sexualidade e ter liberdade 
sobre a escolha de tornar-se mãe ou não. 
O Programa de Planejamento Familiar, do Ministério da Saúde,responsável 
pelo desenvolvimento das ações referentes ao ciclo reprodutivo, orienta-se 
especificamente por ações preventivas e educativas e pela garantia de acesso 
igualitário a informações, meios, métodos e técnicas disponíveis para a regulação da 
fecundidade, inclusive a esterilização voluntária - permitida tanto para homens como 
para mulheres com mais de 25 anos, ou pelo menos com dois filhos, ou quando há 
risco de vida à saúde da mulher ou do concepto. 
As ações básicas previstas neste Programa preconizam, ainda, que sejam 
repassadas informações sobre a anatomia e fisiologia do corpo feminino, métodos 
anticoncepcionais, seu funcionamento, vantagens e desvantagens – tudo isto 
realizado através de metodologia de práticas educativas e acesso a todos os métodos, 
para que a mulher possa fazer a opção que a ela melhor se adeque. 
Novos perfis com capacidade e habilidade profissionais para trabalho em 
equipe, compartilhamento de informações e valorização de aspectos como: 
escuta, acolhimento, vínculo e cuidado na perspectiva da integralidade 
(BRASIL, 2004 apud MERHY, 2010). 
A assistência à mulher durante as fases do ciclo gravídico-puerperal 
compreende todas as ações previstas no Programa de Assistência Pré-Natal, o qual 
deve ser estruturado com ações clínicas e educativas que visem garantir a saúde da 
mulher e de seu filho. Para operacionalizar essa assistência, há uma divisão pautada 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
nas fases do ciclo: pré-natal (gestação), parto e puerpério (período até 6 semanas 
após a gestação). 
O objetivo destas atividades relaciona-se à redução das complicações durante 
a gestação, que podem resultar em óbito materno e/ou fetal. No Brasil, os coeficientes 
de morte materna são considerados incompatíveis com o nível de desenvolvimento 
do país. Anualmente, cerca de 3.000 mulheres morrem em alguma fase do ciclo 
gravídico-puerperal, o que reflete desvalorização e desrespeito à vida, e baixa 
qualidade dos serviços de saúde. 
No puerpério, a mulher deve receber atendimento clínico e esclarecimentos 
sobre o retorno à vida sexual, planejamento familiar, incentivo ao aleitamento materno, 
práticas de puericultura e direitos previstos em lei para as mães que trabalham ou 
contribuem com a Previdência Social. 
Embora recente, as utilizações de estratégias voltadas para a assistência no 
puerpério devem ser rotineiramente implementadas, pois neste período há uma 
concentração de morbimortalidade para a mãe, expressa em distúrbios psíquicos, 
infecção vaginal, mastite e doenças circulatórias obstrutivas, entre outros sintomas. A 
assistência à saúde da mulher no climatério, visando promover uma vida digna nesta 
faixa etária, passou a ser uma necessidade devido ao aumento da expectativa de vida 
da população brasileira como um todo - para 75 anos de idade, em média. 
Esta fase do ciclo vital feminino indica que a mulher passou da fase reprodutiva, 
o que não significa o fim de sua sexualidade. É um período de transformações e ocorre 
entre os 40 e 65 anos. O climatério inicia-se gradualmente e está associado a uma 
série de alterações em decorrência da perda de atividade dos ovários, causando 
mudanças metabólicas (modificações das lipoproteínas), hormonais (queda 
progressiva dos níveis de estrogênio), genitais (ressecamento da mucosa vaginal) e 
psicológicas (depressão), por exemplo. 
Normalmente, não se faz necessário qualquer tratamento para a menopausa, 
mas sim acompanhamento às situações que possam oferecer algum risco à mulher 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
ou impliquem perda de sua autonomia e/ou comprometimento de sua integridade 
física (como a predisposição à osteoporose) e emocional (baixa autoestima, receio de 
“não ser mais mulher como era antes”). 
Como o climatério é um período de transição, é importante ressaltar a atenção 
que deve ser dada às questões reprodutivas pelo menos até um ano após a 
menopausa - pois uma gestação nessa fase se caracterizaria em risco de vida tanto 
para a gestante como para o concepto. 
Nesta faixa etária deve-se atentar para o aumento da ocorrência de DST/Aids. 
Por não mais se preocupar com a hipótese de uma possível gravidez, a mulher sente-
se mais livre para os relacionamentos sexuais, ficando exposta a adquirir uma 
DST/Aids caso não adote comportamento seguro. Outro aspecto é o fato de a mulher 
viver um relacionamento duradouro e estável, o que a faz acreditar que não corre o 
risco de adoecer. Orientá-la nesta fase é sempre um desafio, pois suas opiniões já 
estão formadas, sendo mais difícil mudá-las. 
O projeto terapêutico construído coletivamente favorece o cuidado em saúde 
conforme as necessidades do usuário e os recursos disponíveis e ultrapassa 
a dimensão estritamente pedagógica (SLOMP JUNIOR, 2015, apud, 
TEIXEIRA, 2018). 
A assistência à mulher vítima de violência sexual tornou-se uma necessidade 
devido ao aumento, tanto nos espaços urbanos como nos rurais, da violência contra 
homens, mulheres e crianças. A segurança, assim como a saúde, é dever do Estado, 
mas há muitas barreiras para enfrentar tal problema, cujas causas residem 
principalmente nas condições de desigualdade social e falta dos recursos necessários 
para reduzir as desigualdades, e de investimentos na segurança propriamente dita. 
Dentre todas as formas, a violência contra a mulher, tanto física quanto sexual, vem 
se destacando. Muitas vezes, ocorre dentro de sua própria casa, realizada por alguém 
conhecido (pai, marido, irmão, namorado, etc.). 
 
 
 
 
 
 
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Ao ser procurado por uma mulher que sofreu violência, o profissional de saúde 
deve estar capacitado nos programas especiais de atenção, para garantir que o abuso 
por ela sofrido gere o mínimo de medo, culpa e baixa autoestima, seja nos aspectos 
físicos seja nos psicológicos. Além disso, o serviço de acompanhamento ginecológico 
e obstétrico das unidades de saúde deve estar estruturado para realizar as condutas 
e os encaminhamentos necessários. 
Durante o atendimento, é importante que os profissionais de saúde envolvidos 
sejam sensíveis às dificuldades que a mulher apresenta para relatar o acontecido, 
havendo inclusive recusa em ser assistida por profissionais do sexo masculino. Cabe 
neste momento reforçamos a necessidade de que seja prestado um atendimento 
humanizado, valorizando as questões subjetivas expressas pela mulher (sentimentos, 
medo, dúvidas, incertezas), procurando proporcionar-lhe algum conforto para que 
possa sentir-se menos constrangida diante de toda a situação em que está envolvida. 
A assistência a essa mulher compreende: 
Atendimento psicológico: a presença de um psicólogo acompanhando o 
atendimento prestado à vítima imediatamente após a agressão, ou durante algum 
período após, além de necessária é muito importante para garantir os resgates da 
identidade e dignidade da mulher, auxiliando-a na superação do sofrimento gerado; 
 Prevenção das DST mais comuns: procurando garantir que a mulher não 
adquira algumas destas doenças, geralmente prescreve- se antibióticos de amplo 
espectro; 
 Prevenção da hepatite B: deve ser oferecida vacinação contra a hepatite B, 
além da gamaglobulina hiperimune contra a hepatite B (HBIg); 
 Prevenção da infecção pelo HIV: o médico deve prescrever os medicamentos 
antirretrovirais, desde que tomados num período curto (de 24 a 36 horas) após a 
exposição; 
 Contracepção de emergência: recurso utilizado para evitar a ocorrência de 
uma gestação totalmente indesejada, decorrente de um ato de violência sexual. São 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
 
prescritos hormônios num prazo de até 72 horas após o ocorrido, para impedir a 
implantação, no endométrio, de um possível óvulo fecundado; 
Alívio da dor e tratamento das lesões: são indicados cremes ou pomadas para 
auxiliar na cicatrização das lesões, e cuidados para que a cliente se sinta menos 
desconfortável após a agressão. Às vezes, faz-se preciso realizar suturado períneo 
ou vulva, em decorrência da violência do ato sexual. 
 Apoio laboratorial: é necessário que a vítima de violência sexual seja 
acompanhada para avaliação tanto das repercussões do ato sexual em seu corpo 
como da eficácia do tratamento instituído. Periodicamente, devem ser realizadas 
pesquisas do vírus da hepatite B e do HIV, e sorologia para sífilis; 
Exame de corpo delito: realizado por profissionais de saúde e por peritos 
policias, com coleta de sêmen e de outros materiais biológicos ou não, como cabelo, 
tecido de roupa e outros vestígios que possam viabilizar a identificação do agressor, 
quando este for desconhecido, constituindo-se em provas do crime. 
A violência física e sexual contra as mulheres resulta em expressivos custos 
econômicos e sociais, pode gerar graves consequências para a saúde mental 
e reprodutiva, assim como afetar também as crianças e o ambiente familiar. 
(WORLD, 2013 apud GARCIA, 2016). 
Apesar de todas as condutas implementadas, se a mulher vier a desenvolver 
alguma doença decorrente do ato sexual deve ter a garantia de que receberá 
tratamento. Questão fundamental é a gravidez indesejada decorrente de violência 
sexual. Este é um dos poucos casos em que a lei permite a interrupção da gravidez, 
mas é aconselhável que a mulher faça este procedimento com, no máximo, até 20 
semanas de gestação; após este prazo pode vir a ter sérias complicações. Caso 
decida prosseguir com a gestação, a mulher deve ser encaminhada à assistência pré-
natal. Se não quiser assumir a maternidade da criança, deve ser orientada quanto aos 
mecanismos disponíveis para o processo de adoção. 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
3 ANATOMIA DO APARELHO GENITAL, URINÁRIO, MAMAS E DA PELE 
FEMININA 
 
Fonte: www.brasilescola.uol.com.br 
 
Composta por três camadas, o assoalho pélvico é responsável por funções 
importantes, como: Sustentar os órgãos do assoalho pélvico e controlar funções 
importantes, como micção, evacuação ou a continência de urina e fezes. 
 Camada muscular superior: É constituída pelos músculos levantadores do 
ânus e músculo coccígeo. Os músculos levantadores do ânus são divididos em: 
músculo pubovisceral, músculo pubococcígeo e músculo ileococcígeo. Eles se 
estendem do púbis ao cóccix e de uma parede lateral da pelve até a outra. Esse é o 
principal grupo muscular do assoalho pélvico e apresenta dupla função, sustentação 
dos órgãos pélvicos e deslocamento anterior ou posterior dos órgãos pélvicos, 
permitindo a abertura ou fechamento da uretra, vagina e ânus. O músculo pubo 
coccígeo é o principal vetor de força anterior do assoalho pélvico, responsável pelo 
fechamento da uretra, vagina e ânus e, portanto, parte essencial do mecanismo de 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
continência urinária e fecal. A extensão posterior dos levantadores do ânus é 
denominada platô dos levantadores fixa-se na parede posterior do reto, estendendo-
se até o cóccix. 
A celularidade reduzida e um aumento nas fibras de colágeno têm sido 
observados nos tecidos conectivos pélvicos de 70% de mulheres com 
prolapso uterovaginal contrastando com 20% das mulheres normais 
(VOLKMER 2012 apud, PADILHA, 2018). 
Camada muscular média: composta pelo músculo longitudinal do ânus. Tem 
orientação vertical e sua contração origina o vetor de força inferior que contribui tanto 
para os mecanismos de continência (ao angular a uretra e o ânus quando 
contraído simultaneamente ao musculo pubococcígeo), quanto de micção/evacuação 
(contribui para a abertura do colo vesical quando do relaxamento do músculo pubo 
coccígeo). 
Camada muscular inferior: composta pelos músculos isquiocavernosos, 
bulbo cavernosos, transverso superficial e profundo do períneo e esfíncter anal 
externo, cuja função junto com a membrana perineal é ancorar lateralmente a uretra, 
a vagina e ânus em sua porção mais baixa, promovendo estabilidades a essas 
estruturas. A episiotomia, incisão realizada no períneo para facilitar o parto vaginal 
quando necessário e atualmente pouco utilizada, inclui os músculos bulbo cavernosos 
e transverso superficial do períneo, podendo estender-se até os levantadores do ânus. 
As cirurgias denominadas perineoplastias envolvem a reaproximação dos músculos 
bulbo cavernosos, transverso superficial do períneo e algumas fibras do esfíncter anal 
externo. 
Portanto, os músculos do assoalho pélvico têm importantes funções, contraem-
se para manter a continência urinária e fecal e relaxam permitindo o esvaziamento 
intestinal e vesical. 
A reabilitação da musculatura do assoalho pélvico através de fisioterapia 
específica é parte essencial do tratamento dessas disfunções de assoalho pélvico. 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
Pelve Óssea: A pelve óssea consiste de dois grandes ossos, denominados 
ossos do quadril, que se fundem ao sacro, posteriormente e na linha mediana, 
anteriormente, ao nível da sínfise púbica. Cada grande osso é composto de unidades 
ósseas menores denominadas ílio, ísquio e púbis. 
Diafragma Pélvico: O assoalho pélvico é composto de camadas de músculo e 
fáscia que agem juntos para prover suporte para as vísceras pélvicas. 
3.1 Sistema urinário feminino 
 
Fonte: www. sistemaurinarioereprodutor.com.br 
O aparelho urinário é constituído de dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma 
uretra. O rim é o responsável pela homeostase (equilíbrio do meio interno), filtrando o 
plasma e removendo as substâncias indesejáveis ingeridas pela pessoa ou 
produzidas pelo metabolismo corporal. 
Rins: são órgãos retroperitoneais que possuem a forma de um grão de feijão, 
tendo em sua concavidade o hilo, onde se encontram vasos, nervos e cálices renais, 
que vão formar a pelve renal, que nada mais é do que a parte superior do ureter. Cada 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
rim constitui-se de uma cápsula de tecido conjuntivo denso, de uma zona cortical e de 
uma zona medular. Eles apresentam diversas funções, dentre as quais se destacam 
as seguintes: regulação do equilíbrio hidroeletrolítico; regulação da osmolalidade e 
das concentrações de eletrólitos dos líquidos corporais; regulação da pressão arterial 
(excreção de sódio e de água, secreção de renina); regulação do equilíbrio ácido-
básico(excreção de ácidos e regulação das reservas de tampões dos líquidos 
corporais); gliconeogênese: síntese de glicose a partir de aminoácidos e outros 
precursores durante o jejum prolongado; secreção, metabolismo e excreção de 
hormônios, secreção de eritropoietina (estimula a produção de eritrócitos), produção 
da forma ativa da vitamina D (1,25-diidroxivitamina D3 ou calciferol); excreção de 
produtos de degradação do metabolismo e de substâncias químicas estranhas( ureia, 
creatinina, ácido úrico, produtos finais da degradação da hemoglobina (bilirrubina), 
dentre outros). 
Realizar a estimativa da taxa de filtração glomerular é importante, uma vez 
que a determinação adequada dessa faixa e o acompanhamento do seu 
declínio podem permitir manobras terapêuticas preventivas mais precoces. ( 
STEVENS, 2010, apud, VASCONCELOS, 2018). 
Néfron: unidade morfofuncional dos rins. Cada rim possui aproximadamente 
um milhão de néfrons, que em associação formam o rim. Cada néfron é constituído 
pelas seguintes estruturas: Corpúsculo renal; Túbulo contornado ou contorcido 
proximal; Alça de Henle (parte delgada e parte espessa); Túbulo contornado ou 
contorcido distal. As duas porções da Alça de Henle, que são retilíneas, encontram-
se na zona medular do rim. Já os corpúsculos renais e os túbulos de trajeto tortuoso 
(contorcidos proximal e distal) alojam-se no córtex (zona cortical). 
Corpúsculo renal: é formado pelo Glomérulo (tufo de capilares) e pela 
Cápsula de Bowman, que envolve o glomérulo. Cada corpúsculo renal possui dois 
polos: um vascular, em que penetra a arteríola aferente e sai à arteríola eferente; e 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
um urinário, em que nasce o túbulo contorcido proximal. Nos capilares glomerularesexistem células mesangiais. 
Células mesangiais: situam-se no meio dos tufos capilares glomerulares, 
dando-lhes sustentação. Produzem o mesângio, juntamente aos macrófagos e 
mastócitos, diminuindo a filtração glomerular. 
 Cápsula de Bowman (ou glomerular) é constituída de dois folhetos: Parietal 
(externo): sendo formado por um epitélio simples pavimentoso, apoiado sobre uma 
membrana basal e numa delgada camada de fibras reticulares, e o Visceral (interno): 
acoplado aos capilares glomerulares, representado por um conjunto de Podócitos 
(células com prolongamentos), cujos prolongamentos secundários estão em contato 
direto com a membrana basal glomerular, e deixam entre si espaços chamados de 
fendas de filtração. Entre os dois folhetos há o espaço capsular, que recebe o Filtrado 
Glomerular. 
Túbulo Contorcido Proximal: tem sua parede composta por um epitélio 
cúbico simples, com células apresentando uma grande quantidade de 
microvilosidades. A membrana plasmática apresenta inúmeras interdigitações. O 
Túbulo Contorcido (ou contornado) proximal possui uma parte inicial tortuosa, próxima 
ao Corpúsculo Renal, e uma parte retilínea que penetra na camada medular por uma 
pequena extensão, e que continua com a Alça de Henle. 
Alça de Henle (partes delgada e espessa): as Alças de Henle têm o formato 
da letra U, ou seja, um ramo descendente e outro ascendente. Como já destacado, a 
Alça de Henle é a única parte do néfron encontrada na zona medular. Na maioria dos 
néfrons, os néfrons corticais, as Alças de Henle são curtas. Já os néfrons 
justamedulares, que são em menor número, possuem suas Alças de Henle longas. 
As mulheres que acabarão por desenvolver doença renal crônica vão sofrer 
modificações endócrinas, sendo frequente a interferência com a fisiologia das 
gónadas, iniciando-se na doença renal estádio cinco, sendo que a 
reversibilidade das alterações reprodutivas é limitada. (RATHI, 2012, apud, 
MELO 2018). 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
 
Túbulo Contorcido Distal: também é revestido por epitélio cúbico simples, 
mas diferentemente do túbulo contorcido proximal, possui a borda em escova, pois a 
parte apical das células do túbulo apresenta microvilos mais curtos e esparsos. Estes 
túbulos encostam-se ao corpúsculo renal do mesmo néfron, modificando a parede do 
túbulo neste ponto. As células tornam-se cilíndricas, altas, com núcleos alongados e 
próximos uns dos outros. Essa região denomina-se mácula densa, e aparece mais 
escura nos cortes corados, justamente por causa da proximidade dos núcleos das 
células. 
Ductos ou Tubos Coletores: não fazem parte da estrutura do néfron, elas 
recolhem o produto final do metabolismo de diversos néfrons. Saindo dos túbulos 
contorcidos distais, a urina vai para os ductos ou tubos coletores, que se unem na 
zona medular, formando tubos cada vez mais calibrosos e dirigindo-se para as 
papilas. Os tubos coletores mais delgados têm revestimento de epitélio cúbico. E, 
conforme se fundem e se aproximam das papilas, suas células vão se tornando mais 
altas, até virarem cilíndricas. 
Aparelho justaglomerular (JG): esse conjunto de alterações que ocorrem no 
túbulo contorcido distal (mácula densa) e na arteríola aferente (células 
justaglomerulares) constituem o JG. As células JG produzem a renina, que atua na 
elevação da Pressão Arterial e na secreção de aldosterona (um hormônio do córtex 
da glândula suprarrenal). A renina atua sobre o angiotensinogênio (proteína de 14 
resíduos de aminoácidos produzida no fígado), retirando-lhe quatro resíduos, e 
produzindo, dessa forma, a angiotensina I, que é um decapeptídeo inativo. Quando 
passa pelos pulmões, a angiotensina I é convertida em angiotensina II, um 
octapeptídio altamente ativo, pela ação da ECA (enzima conversora de angiotensina). 
A angiotensina II é um vasoconstritor fundamental na regulação da pressão arterial. 
Possui uma ação direta no vaso, fazendo vasoconstrição, o que aumenta a resistência 
periférica e, consequentemente, eleva a pressão arterial. E também possui um efeito 
indireto, estimulando o aumento da secreção de aldosterona, que é o mais potente 
 
 
 
 
 
 
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mineralocorticoide conhecido, promovendo o aumento da reabsorção de sódio e água 
em nível dos túbulos distais, fazendo com que aumente a volemia e, dessa forma, 
eleve a pressão arterial. 
A estimativa da taxa de filtração glomerular é o melhor parâmetro para avaliar 
o desempenho renal em indivíduos normais ou pacientes com doença renal, 
pelo fato de representar a soma da taxa de filtração de todos os néfrons 
funcionantes. Os glomérulos filtram aproximadamente 180 litros de plasma 
por dia, correspondendo a 125 ml a cada minuto. (STEVENS, 2005, apud, 
VASCONCELOS, 2018). 
Ureter: é um órgão muscular que conduz a urina do rim até a bexiga. Assim 
como os rins, são em número de dois. Cada um mede aproximadamente 25 cm. O 
ureter atravessa obliquamente a parede da bexiga, de modo que se forme uma válvula 
que impede o refluxo da urina. O ureter é composto por três túnicas: 
Túnica Mucosa: epitélio estratificado de transição que se apresenta em 
constante descamação celular; apresenta também uma dilatação do lúmen 
(passagem do estado de vacuidade para plenitude) e evita a absorção de urina. 
Túnica Muscular: apresenta-se nos 2/3 superiores do ureter com as seguintes 
camadas: longitudinal interna e circular externa. 
Túnica Adventícia: constituída por tecido conjuntivo fibroelástico. 
Bexiga: é um órgão que recebe a urina formada pelos rins, armazenando-a 
por algum tempo e a conduzindo ao exterior à medida que aumenta a quantidade de 
urina dentro deste reservatório, o que faz com que se eleve a pressão endovesical 
(normalmente 10cm de água) e, por volta de 200 a 300 ml, desencadeie o reflexo da 
micção. 
Uretra: é um tubo fibromuscular que conduz a urina da bexiga para o exterior, 
durante o ato da micção. Nos homens, a uretra dá passagem ao esperma na 
ejaculação. Já nas mulheres, é um órgão exclusivo do sistema urinário. A uretra 
feminina possui de quatro a cinco cm de comprimento, revestidos por epitélio plano 
 
 
 
 
 
 
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estratificado, com áreas de epitélio pseudo-estratificado colunar. Possui um esfíncter 
de músculo estriado, o esfíncter externo da uretra, próximo à sua abertura no exterior. 
3.2 Mamas 
 
Fonte: www. nomeiodaterra.com 
A glândula mamária, é um órgão par, que está situada na parede anterior do 
tórax (porção superior) e apoiada sobre o músculo peitoral maior (da segunda à sexta 
costela no plano vertical e do esterno a linha axilar anterior no plano horizontal). As 
mamas iniciam seu desenvolvimento na puberdade. É o responsável pela produção 
de leite para os bebês em seus primeiros meses de vida. Formada por tecido glandular 
e por tecido fibroso de conexão de seus lobos e por tecido gorduroso no intervalo 
entre os lobos. Cada mama apresenta uma aréola e uma papila e, sua região central. 
Na papila mamária ou mamilo, exteriorizam-se 15 a 20 orifícios ductais, que 
correspondem às vias de drenagem das unidades funcionantes, que são os lobos 
mamários. 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
O tamanho, o formato, os bicos e a aréola, bem como as glândulas 
Montgomery, diferem individualmente de uma mulher para outra. A forma da mama 
não é afetada pelo tipo básico do corpo de uma mulher. As mamas raramente são 
simétricas, mas, na maioria dos casos, a diferença é mínima. As mulheres mais jovens 
apresentam mamas com maior quantidade de tecido glandular, o que torna esses 
órgãos mais densos e firmes. Ao se aproximar da menopausa, o tecido mamário vai 
se atrofiando e sendo substituído progressivamente por tecido gorduroso, até se 
constituir, quase que exclusivamente, de gordura e resquícios de tecido glandular na 
fase pós-menopausa. Ela é irrigada pela artéria mamária interna e por ramos da artéria 
axilar. Da artéria mamária partem os ramos perfurantes que atravessam os quatroprimeiros espaços intercostais, em geral dois vasos por espaço, que atravessam o 
músculo peitoral, atingindo a face posterior da mama. Os ramos axilares da 
vascularização mamária são as artérias subescapular, a artéria torácica externa e a 
artéria acromiotorácica. A pele, a aréola, o tecido subcutâneo e o parênquima 
mamário são drenados por vasos linfáticos, que se dispõem da superfície para a 
profundidade, formando uma rede linfática que se comunica entre si. Grande parte da 
drenagem linfática da mama segue em direção aos linfonodos axilares que drenam a 
linfa proveniente da região centro lateral da mama, enquanto a região medial da mama 
drena para os linfonodos da cadeia mamária interna. 
A etiologia da desnutrição associada à DRC é multifatorial, sendo quase 
sempre associada à ingestão alimentar insuficiente e/ou, principalmente, ao 
hipercatabolismo, além das perdas de nutrientes durante o procedimento 
hemodialítico (OLIVEIRA, 2010, apud, SANTOS, 2019). 
Na infância, as meninas apresentam discreta elevação na região mamária, 
decorrente da presença de tecido mamário rudimentar. Na puberdade, a hipófise 
produz os hormônios folículo-estimulante e luteinizante, que controlam a produção 
hormonal de estrogênios pelos ovários. Na vida adulta, o estímulo cíclico de 
estrogênios e progesterona faz com que as mamas fiquem mais túrgidas no período 
 
 
 
 
 
 
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pré-menstrual, por retenção de líquido. A ação do hormônio progesterona, na segunda 
fase do ciclo, leva a uma retenção de líquidos no organismo, mais acentuadamente 
nas mamas, provocando nelas aumento de volume, endurecimento e dor. Após a 
menopausa, devido à carência hormonal, ocorre atrofia glandular e tendência à 
substituição do tecido parenquimatoso por gordura. O estrogênio fortalece a mama 
por meio de reservas de água e uma irrigação sanguínea maior, fazendo com que as 
glândulas mamárias inchem e multipliquem o número de suas células. Estas 
alterações são um preparo da gravidez e sua consequente produção de leite. Não 
havendo a fecundação, todos os inchaços e outras modificações regridem com o início 
da menstruação. 
3.3 Anatomia da pele 
A pele é o maior órgão do corpo humano, recobrindo cerca de 7500 cm de um 
indivíduo adulto. Esse órgão protege nosso corpo contra atrito, patógenos, perda 
excessiva de água e atua em sua termorregulação. Além disso, contém receptores 
que permitem a percepção de dor, tato, temperatura e pressão. 
A pele apresenta uma estrutura com duas camadas distintas, a epiderme e 
derme. A epiderme é a camada mais externa, sendo formada por tecido epitelial. É 
formada por cinco camadas: estrato córneo, estrato lúcido, estrato granuloso, estrato 
espinhoso e estrato germinativo. 
Após a epiderme, encontramos a derme. Ela é formada por tecido conjuntivo 
e nela estão localizados os nervos, vasos sanguíneos e linfáticos, folículos pilosos e 
as glândulas sudoríparas. A derme também pode ser dividida em camadas: a camada 
papilar e a camada reticular. 
Abaixo da derme, encontramos o tecido subcutâneo, conhecido também como 
tecido adiposo subcutâneo. Esse tecido não faz parte da pele, mas representa a região 
de união da pele com outros órgãos. 
 
 
 
 
 
 
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Algumas estruturas são associadas à pele: pelos, unhas, glândulas sebáceas 
e sudoríparas. Os pelos são estruturas compostas por três partes: a cutícula (camada 
mais externa), o córtex (células alongadas com pigmentos) e a medula (apenas em 
pelos m ais grossos). Eles crescem em estruturas denominadas folículos pilosos. As 
unhas são compostas por células bastante compactadas e ricas em queratina dura. 
As glândulas sebáceas são responsáveis por liberar uma substância oleosa e 
geralmente estão localizadas nos folículos pilosos. As glândulas sudoríparas são 
glândulas tubulares que eliminam suor e estão localizadas em todo o corpo (exceto 
lábios e glande do pênis). 
 A pele se divide em três camadas com funções distintas: epiderme 
(superficial) mais externa e principal barreira de defesa, derme (intermediária) 
com tecido vascularizado e hipoderme (mais profunda) constituída de tecido 
gorduroso (BORGES, 2010 apud, ARAÚJO, 2012) 
Epiderme: A epiderme é constituída por um epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado (células escamosas em várias camadas). A célula principal é o 
queratinócitos (ou queratinócitos), que produz a queratina. A queratina é uma proteína 
resistente e impermeável responsável pela proteção. Existem também ninhos de 
melanócitos (produtores de melanina, um pigmento castanho que absorve os raios 
UV); e células imunitárias, principalmente células de Langherans, gigantes e com 
prolongamentos. 
A epiderme é dividida em cinco camadas: camada basal, camada espinhosa, 
camada granulosa, camada lúcida e camada córnea. 
A camada basal é a camada que entra em contato com a derme e contorna as 
papilas dérmicas; constituída por celular cúbicas ou prismáticas que se dividem por 
mitose. Algumas destas células diferenciam-se e passam para as camadas mais 
superficiais enquanto outras permanecem na camada basal e continuam a se dividir. 
É uma camada rica em células tronco e em células de Merkel, e pobre em queratina. 
 
 
 
 
 
 
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A camada espinhosa possui células cúbicas com expansões citoplasmáticas, 
com mais queratina que a camada basal. Nessa camada ocorre a renovação de 
queratinócitos e tem a presença de células de Langherans. 
A camada granulosa contém células achatadas, com grânulos de queratina, 
proeminentes e outros como substância extracelular e outras proteínas (colágenos). 
As células já apresentam núcleo. A camada lúcida é uma fina camada de células 
achatadas e hialinas. A camada córnea é a camada mais externa, constituída de 
célula s achatadas e mortas, citoplasma repleto de queratina e sem núcleo. 
 Derme: A derme é um tecido conjuntivo que sustenta a epiderme. É 
constituído por elementos fibrilares, como o colágeno e a elastina e outros elementos 
da matriz extracelular, como proteínas estruturais, glicosaminoglicanas, íons e água 
de solvatação. Os fibroblastos são as células envolvidas com a produção dos 
componentes da matriz extracelular. 
A derme é a camada mais profunda composta por tecido conjuntivo denso 
irregular. Camada cutânea presente entre a epiderme e o tecido subcutâneo, 
ricamente constituída por fibras de colágeno e elastina. É capaz de promover 
a sustentação da epiderme e tem participação nos processos fisiológicos e 
patológicos do órgão cutâneo. (OLIVEIRA, 2011, apud, PEREIRA, 2019). 
A derme é subdividida em duas camadas: a camada papilar em contato com 
a epiderme, formada por tecido conjuntivo frouxo, e a camada reticular, constituída 
por tecido conjuntivo denso não modelado, onde predominam as fibras colagenosas. 
É na derme que se localizam os vasos sanguíneos que nutrem a epiderme, 
vasos linfáticos e também os nervos e os órgãos sensoriais a eles associados. Incluem 
vários tipos de sensores: os Corpúsculo de Vater-Pacini são sensores de adaptação 
rápida, detectam vibrações nas faixas de 30 - 80 0Hz; os Corpúsculo de Meissner 
com função de detecção de pressões de frequência diferente. Detectam vibrações 
entre 3 - 8H z; os Corpúsculo de Krause são sensíveis ao frio; os Órgão de Ruffini 
são sensíveis ao calor; as Célula de Merckel são sensíveis a tacto e pressão; o 
 
 
 
 
 
 
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Folículo Piloso com terminações nervosas associadas e a Terminação nervosa livre, 
com dendritos livres sensíveis à dor e a temperatura. 
A derme é um tecido conjuntivo frouxo ou adiposo que faz conexão entre a 
derme e a fáscia muscular. A camada de tecido adiposo é variável à pessoa e 
localização. Tem como função ser reservatório energético, isolante térmico, ela 
também modela superfície corporal, absorve choque e fixa os órgãos. 
A derme é dividia em três camadas: areolar, lâmina fibrosae lamelar. A areolar 
é superficial, contém adipócitos globulares, volumosos e numerosos, e delicados 
vasos; a lâmina fibrosa separa a camada areolar da lamelar; e a camada lamelar é 
mais profunda, e tem aumento da espessura com ganho de peso (hiperplasia). Os 
vasos sanguíneos da derme são responsáveis pela nutrição e oxigenação tanto das 
células dérmicas quanto das células epidérmicas. Quando a produção do calor é 
proporcional a perda, ocorre o equilíbrio, fazendo com que o indivíduo tenha um 
balanço térmico. 
 Hipoderme: A hipoderme ou tecido celular subcutâneo é uma camada de 
tecido conjuntivo frouxo localizada abaixo da derme, a camada profunda da pele, 
unindo-a de maneira pouco firme aos órgãos adjacentes. A depender do estado 
nutricional e da região do corpo, a hipoderme pode conter uma quantidade variável de 
tecido adiposo. A hipoderme constitui órgão interior e não pode ser considerada parte 
da pele. Ela permite o deslizamento da pele e é o local de injeção subcutânea. O 
tecido subcutâneo consiste em faixas fibrosas de ancoragem da pele para o fáscia 
profunda, colágeno e elastina. Pode ter uma camada variável de tecido adiposo 
dependendo da região do corpo. Além da função de reservatório energético, a 
hipoderme apresenta a função de isolamento térmico, modelagem da superfície 
corporal, absorção de choques e preenchimento para a fixação de órgãos. 
 Compõe-se por duas camadas: areolar (é mais superficial, ricamente irrigada 
e possui adipócitos globulares e volumosos) e lamelar (é mais profunda e é onde 
ocorre aumento de espessura no ganho de peso). 
 
 
 
 
 
 
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Durante a diferenciação epidérmica, os queratinócitos sofrem modificações 
morfológicas e biológicas. A partir da camada basal, eles movem-se através 
das camadas espinhosa e granulosa e fixam-se na camada mais superficial 
(córnea), constituindo então 25 estruturas multilamelares de corneócitos 
anucleados, circundados por lipídeos extracelulares. (BORANIC, 1999, apud 
BOSNARDO, 2010) 
3.4 Sistema linfático 
 
Fonte: anatomiadocorpo.com 
Sistema linfático, é um sistema vascular, constituído por capilares linfáticos, 
linfonodos, vasos coletores e troncos linfáticos, que servem como filtros do líquido 
coletado pelos vasos e por órgãos linfoides que incluem tonsilas, baço e o timo, 
encarregados de recolher, na intimidade dos tecidos, o líquido intersticial e reconduzi-
lo ao sistema vascular sanguíneo. 
 Uma de suas funções, é drenar o excesso de líquido intersticial, removendo as 
proteínas dos espaços intersticiais, a fim de devolvê-lo ao sangue e assim manter o 
equilíbrio do corpo. 
Outras funções do tecido linfático incluem: É um componente importante do 
sistema imunológico, pois colabora com glóbulos brancos para proteção contra 
bactérias e vírus invasores; impede que a linfa lance microrganismos na corrente 
sanguínea através da retenção de destruição destes dentro de seus linfonodos; 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
responsável pela remoção dos fluidos em excesso dos tecidos corporais; absorção 
dos ácidos graxos e transporte subsequente da gordura para o sistema circulatório, 
produção de células imunes (como linfócitos, monócitos e células produtoras de 
anticorpos conhecidas como plasmócitos) . Em resumo, onde existe circulação 
sanguínea há também circulação linfática, mas cada um desses sistemas conta com 
vasos próprios, dentre outras funções. 
O líquido purificado pelo sistema linfático é devolvido ao sangue. Cerca de 10% 
do plasma, a fração transparente do sangue, escapa dos vasos sanguíneos. Ele vai 
parar em meio às células, mas é captado depois pelos capilares, vasos fininhos que 
ficam em contato direto com o meio celular. Nesse líquido se encontram pedaços 
de vírus e bactérias e detritos do nosso metabolismo. 
O sistema linfático é considerado uma via alternativa que funciona em 
conjunto com o sistema circulatório que tem como função equilibrar os 
líquidos tissulares. Esse sistema não e nada fácil para ser estudado, pois são 
muito frágeis e com uma coloração esbranquiçada, devido a isso durante 
muitos e muitos anos não foi possível a visualização deste sistema. Para 
muitos estudiosos a linfa era chamada de sangue branco. O sistema linfático 
era como uma segunda via para os líquidos do espaço intersticial, para que 
pudessem fluir para o sangue, assim levando proteínas e grandes partículas 
para fora do espaço tecidual. (GUYTON, 1996 apud BORGES, 2006, p. 345). 
Os capilares se ligam a vasos linfáticos cada vez maiores e mais complexos, 
que percorrem o corpo carregando a linfa. É difícil identificá-los a olho nu porque, 
diferentemente do sangue, o líquido ali dentro é transparente. No percurso dessa rede, 
os vasos linfáticos encontram linfonodos, ou gânglios. Eles filtram a linfa, retirando 
componentes nocivos, e acionam células de defesa para combater vírus e bactérias. 
Também fazem parte do sistema estruturas maiores, como o baço, o timo e as 
amígdalas, importantes sobretudo na infância. 
 Os vasos linfáticos desembocam no chamado ducto torácico, que vai do 
abdômen ao pescoço. É no final desse tubo que a linfa, já filtrada, volta ao sangue, 
precisamente no momento em que o ducto se conecta a duas veias, a subclávia e 
a jugular. 
https://saude.abril.com.br/tudo-sobre/virus
https://saude.abril.com.br/tudo-sobre/bacterias
https://saude.abril.com.br/bem-estar/pra-que-serve-o-baco/
https://saude.abril.com.br/medicina/o-que-e-o-timo/
 
 
 
 
 
 
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3.5 Componentes do Sistema Linfático 
 
www.tuasaude.com 
Linfonodos (gânglios linfáticos): Chamados de nódulos linfáticos, os linfonodos 
são pequenos órgãos (com até 2 cm) presentes no pescoço, no tórax, no abdômen, 
na axila e na virilha. Formados por tecido linfoide e distribuídos pelo corpo, os 
linfonodos são responsáveis por filtrarem a linfa antes dela retornar ao sangue, além 
de atuarem na defesa do organismo, impedindo a permanência de partículas 
estranhas no corpo. Quando o sistema linfático transporta até os linfonodos algum 
agente que é identificado como potencialmente nocivo para o organismo, como um 
vírus, uma bactéria e até algum tipo de medicação que tomamos, os linfócitos B 
começam a produzir anticorpos que, por sua vez, sinalizam às demais células 
imunológicas que é hora de entrar em ação. Essa mobilização, faz com que a 
concentração de linfa aumente dentro dos linfonodos, fazendo com que eles se tornem 
inchados e doloridos. 
Linfa: A linfa é um líquido transparente e alcalino semelhante ao sangue, que 
circula pelos vasos linfáticos, porém não possui hemácias e, por isso, apresenta um 
https://www.todamateria.com.br/linfonodos/
https://www.todamateria.com.br/sangue/
https://www.todamateria.com.br/linfa/
https://www.todamateria.com.br/hemacias/
 
 
 
 
 
 
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aspecto esbranquiçado e leitoso. Responsável pela eliminação das impurezas, que as 
células produzem durante o metabolismo. É produzida pelo intestino delgado e fígado, 
sendo transportada pelos vasos linfáticos num único sentido (unidirecional), filtrada 
pelos linfonodos e lançada no sangue. 
Propriedades da linfa: Possui gosto salgado. Coagula-se como o sangue: o 
fibrinogênio torna-se fibrina, a qual, disposta em rede, aprisiona os glóbulos. Mas a 
coagulação se dá lentamente, pela ausência de plaquetas. 
O sistema linfático é considerado uma via alternativa que funciona em 
conjunto com o sistema circulatório que tem como função equilibrar os 
líquidos tissulares. Esse sistema não e nada fácil para ser estudado, pois são 
muito frágeis e com uma coloração esbranquiçada, devido a isso durante 
muitos e muitos anos não foi possível a visualização deste sistema. Para 
muitos estudiosos a linfa era chamada de sangue branco. O sistema linfático 
era como uma segunda via para os líquidos do espaço intersticial, para que 
pudessem fluir para o sangue, assim levando proteínas e grandes partículas 
para forado espaço tecidual. (GUYTON, 1996 apud BORGES, 2006). 
Composição da linfa: Consiste a linfa, como o sangue, em um plasma líquido, 
tendo elementos sólidos em suspensão. São poucos os polinucleares, avultando os 
linfócitos, com o total de 8.000 glóbulos brancos por milímetro cúbico. A linfa que sai 
dos gânglios linfáticos é mais rica em linfócitos do que a que neles entra. Contém 
albumina, globulina e pouco fibrinogênio, além de ureia, açúcar, sais, etc. O anidrido 
carbônico é abundante, mais do que no sangue arterial, menos do que no sangue 
venoso. 
Vasos Linfáticos: Os vasos linfáticos são canais, distribuídos pelo organismo, 
os quais possuem válvulas que transportam a linfa na corrente sanguínea num único 
sentido, impedindo assim o refluxo. Atuam no sistema de defesa do organismo visto 
que retiram células mortas do organismo e transportam os linfócitos (glóbulos 
brancos) que combatem as infecções no organismo. 
Circulação linfática: Formada nos interstícios dos tecidos, pela cooperação 
destes e do sangue, a linfa, depois de ganhar as células, deve regressar à circulação 
sanguínea. Ela o faz por intermédio de vasos especiais, os vasos linfáticos, que 
https://www.todamateria.com.br/intestino-delgado/
https://www.todamateria.com.br/leucocitos/
https://www.todamateria.com.br/leucocitos/
 
 
 
 
 
 
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confluem, dos inúmeros órgãos, para dois troncos, o canal torácico, do lado esquerdo, 
a grande veia linfática, do lado direito. Por eles a linfa se lança nas veias subclávias, 
e deste modo retorna ao sangue. 
Baço: Maior dos órgão linfáticos, o baço é um órgão de ovalado, localizado 
abaixo do diafragma e atrás do estômago. Ele é responsável pela defesa do 
organismo, na medida em que suas funções são: produção de anticorpos (linfócitos T 
e B) e hemácias (hematopoiese), armazenamento de sangue e liberação 
de hormônios. 
Timo: órgão localizado na cavidade torácica, próximo do coração. Além de 
produzir as substâncias como a timosina e a timina, o timo produz anticorpos (linfócito 
T), atuando, dessa maneira, na defesa do organismo. Curioso notar que o timo é um 
órgão que ao longo da vida diminui de tamanho. 
Tonsilas Palatinas: Popularmente, esses dois órgãos localizados na garganta, 
são conhecidos como amídalas ou amígdalas palatinas responsáveis pela seleção 
dos microrganismos que penetram no corpo, principalmente pela boca. Nesse caso, 
auxiliam no processo de defesa do organismo visto que produzem linfócitos. 
Ductos Linfáticos: Ducto torácico: É o maior vaso linfático do corpo. Se origina 
no abdome e desemboca na veia subclávia esquerda na sua junção com a veia jugular 
interna esquerda. Se estende da segunda vértebra lombar para a base do pescoço. 
Começa por uma dilatação no abdome, a cisterna do quilo, entra no tórax, através do 
hiato aórtico do diafragma e sobe entre a aorta e a veia ázigos. Termina no ângulo 
entre a junção da veia subclávia esquerda e a veia jugular interna esquerda, 
conduzindo assim a maior parte da linfa para o sangue. Ducto linfático direito: Possui 
aproximadamente 4 cm de comprimento e desemboca na veia subclávia direita em 
sua junção com a veia jugular interna direita. Corre ao longo da borda medial do 
músculo escaleno anterior da base do pescoço e termina na junção da veia subclávia 
direita coma veia jugular interna direita. Conduz a linfa para o lado direito da cabeça, 
pescoço, lado direito do coração e da face diafragmática do fígado. 
https://www.todamateria.com.br/baco/
https://www.todamateria.com.br/hormonios/
https://www.todamateria.com.br/timo/
 
 
 
 
 
 
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Capilares linfáticos: Capilares linfáticos São os menores vasos condutores do 
sistema linfático e consistem de tubos de paredes finas formadas por uma única 
camada de células endoteliais superpostas. São os capilares linfáticos que dão origem 
aos vasos linfáticos. 
4 INSUFICIÊNCIA VENO-LINFÁTICA, TROMBOSE VENOSA PROFUNDA 
 
A insuficiência venosa linfática é caracterizada por alterações decorrentes da 
hipertensão venosa de longa duração, que ocorrem em pele e tecido celular 
subcutâneo por insuficiência valvular e/ou por obstrução venosa. A obstrução e/ou 
insuficiência valvular venosa leva ao aumento de pressão venosa em veias, vênulas 
e capilares venosos (por aumento da pressão hidrostática e da permeabilidade), 
distensão da parede capilar e aumento dos poros Inter endoteliais, causando acúmulo 
de proteínas de maior peso molecular no tecido e aumento da pressão osmótica 
tissular. 
O sistema linfático tem papel importante em qualquer tipo de edema periférico, 
havendo estreita relação anatômica entre veias e linfáticos superficiais. Na 
insuficiência venosa crônica, pode ocorrer insuficiência secundária da drenagem 
linfática, por sobrecarga volumétrica em linfáticos inicialmente normais, que 
multiplicam sua função para compensar o edema decorrente da estase venosa. No 
início do processo, há aumento do fluxo linfático para retirada do excesso de proteínas 
e fluido local. Quando a oferta excede a capacidade dos linfáticos, o aumento de 
proteínas de alto peso molecular e de líquido no tecido favorece os quadros de 
linfangites e erisipelas, que podem causar trombose dos canalículos linfáticos e 
consequente piora progressiva do edema e das demais complicações, como a 
lipodermatoesclerose e úlcera de estase. Quando o paciente apresenta linfedema 
 
 
 
 
 
 
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secundário à estase venosa crônica, considera-se que o paciente apresenta uma 
doença venolinfática. 
A Insuficiência Venosa Crônica (IVC) dos membros inferiores é a doença mais 
prevalente entre as doenças venosas, com prevalência em mulheres na população 
adulta. É definida como uma disfunção do sistema venoso que ocorre por hipertensão 
venosa, devido a refluxo venoso, obstrução do fluxo venoso ou pela associação 
destes dois fatores. 
O adequado funcionamento da bomba muscular da panturrilha auxilia na 
recuperação dos problemas venosos, portanto, sua restauração através de 
fisioterapia, ou mesmo o reconhecimento precoce do seu comprometimento, pode 
prevenir complicações, além de minimizar seus sinais e sintomas. As opções de 
tratamento para pacientes com complicações da IVC, como a úlcera, são limitadas. 
Muitas vezes é necessária uma recuperação física com fisioterapia após a intervenção 
cirúrgica. No entanto, muitos pacientes permanecem cronicamente debilitados como 
resultado dos sintomas da IVC. Meias elásticas compressoras adequadamente 
prescritas, uma das principais terapias utilizadas, continuam sendo importantes no 
tratamento de indivíduos com IVC severa. 
A ecografia vascular é a ferramenta mais útil para o diagnóstico de doenças 
venosas. Trata-se de um exame não invasivo, que permite avaliação 
anatômica e hemodinâmica do sistema venoso. (HAENEN, 1999, apud 
BARROS, 2019). 
A trombose venosa profunda é uma situação grave caracterizada pela 
formação de coágulos sanguíneos nas veias profundas das pernas que podem 
dificultar ou bloquear a passagem de sangue. O trombo pode ainda fluir pelo sangue 
e atingir outros órgãos importantes como o pulmão ou o coração causando graves 
consequências. Ela pode ser causada por vários fatores, sendo mais comum em 
idosos e em pessoas com problemas de circulação sanguínea. 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
Na maioria dos casos, os sintomas da trombose venosa profunda incluem 
inchaço da perna, vermelhidão e dor intensa, que vai piorando com o tempo. Por isso, 
sempre que surgirem estes sintomas e existir suspeita de trombose, deve-se ir ao 
hospital para fazer exames e confirmar o diagnóstico, iniciando o tratamento 
adequado. 
Quando a trombose venosa profunda não é tratada adequadamente há risco 
de embolia pulmonar, sendo esta uma das principais complicações da trombose 
venosa profunda. Os sinais e sintomas que podem indicar esse quadro são: falta de 
ar, respiração acelerada, dor no tórax que piora ao respirar,tosse sem causa aparente 
e com sangue. 
5 DISFUNÇÕES DOS ORGÃOS PÉLVICOS E DO ASSOALHO PÉLVICO 
(PROLAPSO DE ORGÃOS PÉLVICOS, DOR PÉLVICA, INCONTINÊNCIA 
URINÁRIA E FECAL). 
 
Fonte: www.institutomariodeabreu.com.br/fisioterapiapelvica 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
 
O assoalho pélvico feminino é constituído pelos tecidos conjuntivo, ósseo e 
muscular, que atuam em conjunto para promover e manter a função fisiológica normal 
do reto, vagina, uretra e bexiga. As disfunções do assoalho pélvico acometem 
aproximadamente um terço da população feminina adulta ao longo da vida, sendo 
mais frequentes a incontinência urinária (IU). Muitas vezes estas alterações estão 
associadas, e sua prevalência aumenta com a idade e obesidade. 
A Incontinência urinaria consiste na presença de qualquer perda involuntária 
de urina. Sua severidade pode ser estimada pela quantidade de perdas, pela 
frequência e pelo impacto que ela causa na qualidade de vida do paciente. 
A incontinência urinaria, embora constituindo uma função natural simples, é, no 
entanto, uma matéria complexa. Quatro fatores principais contribuem para a 
continência. Para um funcionamento adequado deverá existir uma acomodação 
vesical ao enchimento normal, um esfíncter uretral eficiente, bem como um suporte 
uretral, pelo pavimento pélvico, também eficiente, e uma boa coaptação e selagem da 
mucosa uretral. 
Do exposto, resulta que há vários tipos de incontinência urinária: 
Incontinência urinaria de esforço: Ocorre perda involuntária de urina por 
esforço, exercício, espirro ou tosse, devido fraqueza muscular do esfíncter intrínseco 
uretral e de um defeito anatômico ou fraqueza no suporte uretral, conduzindo a uma 
insuficiente pressão de encerramento uretral durante o esforço físico. 
A incontinência urinária de esforço é de causa multifatorial, sendo que nas 
pesquisas ocorrem associações frequentes como: o tabagismo, as cirurgias 
ginecológicas, constipação, levantamento constante de peso, deficiência 
hormonal, fatores neurológicos, defeitos congênitos ou adquiridos 
(CARRARO,2007 apud BRANCALHAO, 2012). 
Incontinência urinária de urgência: Ocorre perda involuntária de urina 
acompanhada pela urgência miccional. O paciente sente um súbito e incontrolável 
desejo de urinar, como consequência da contração inapropriada do músculo detrusor 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
 
hiperativo durante a fase de enchimento. A bexiga hiperativa é caracterizada pelos 
sintomas de urgência miccional com ou sem incontinência urinária de urgência. 
Incontinência urinária mista: Ocorre perda involuntária de urina associada à 
urgência e também a esforço físico, exercícios, espirro ou tosse. 
Incontinência urinária postural: Ocorre perda involuntária de urina associada à 
alteração da posição corporal, por exemplo a passagem da posição de deitada ou 
sentada para a de pé. 
Enurese noturna: Perda involuntária de urina que ocorre durante a noite. 
Incontinência urinária contínua: Perda involuntária de urina contínua. 
Incontinência urinária insensível: Perda involuntária de urina que ocorre sem 
que a pessoa seja capaz de saber como. 
Insuficiência coital: Perda involuntária de urina durante o coito. Este sintoma 
ocorre durante a penetração ou durante o orgasmo. 
O tratamento para IU é inicialmente conservador, incluindo perda de peso (em 
mulheres obesas e com sobrepeso), retreinamento vesical e exercícios de Kegel. A 
cirurgia poderá ser indicada para pacientes que apresentem incontinência aos 
esforços após falha ao tratamento conservador. 
Já a incontinência fecal (IF) é definida pela perda da habilidade em controlar a 
saída de flatos, líquidos ou sólidos pelo ânus. Sua fisiopatologia consiste na perda da 
integridade sensorial e ação muscular, causados pela diminuição da sensibilidade, 
capacidade e/ou complacência retal, lesão anatômica muscular ou desnervação do 
assoalho pélvico. O tratamento conservador para IF compreende exercícios de Kegel, 
eletroestimulação e biofeedback. O reparo cirúrgico pode ser realizado através das 
técnicas de sobreposição de bordas ou plicatura muscular, sendo que ambas técnicas 
apresentam significativa frequência de incontinência após a cirurgia. 
O prolapso genital (PG) corresponde ao deslocamento caudal dos órgãos 
pélvicos (uretra, bexiga, útero, alças intestinais ou reto) através da vagina, podendo 
ocorrer em diversos graus. A distopia é consequência do rompimento do equilíbrio do 
 
 
 
 
 
 
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assoalho pélvico, determinado pelo enfraquecimento dos mecanismos de sustentação 
e suspensão das estruturas. O PG de parede anterior corresponde à descida da 
parede vaginal anterior relacionada a alterações na fáscia endopélvica e seus 
ligamentos. O PG de parede posterior, por sua vez, é o resultado do enfraquecimento 
da fáscia retovaginal e dos seus pontos de fixação às margens dos músculos 
elevadores do ânus. 
O tratamento das distopias genitais é geralmente cirúrgico. O prolapso apical 
está relacionado à falha na suspensão ligamentar do útero, ou cúpula vaginal (em 
pacientes histerectomizadas). A sacrocolpofixação e a fixação sacroespinhosa são as 
principais técnicas cirúrgicas para correção desta disfunção. 
6 CICLO GRAVÍDICOS- PUERPERAL: ASPECTOS FISIOLÓGICOS E 
DISFUNÇÕES MAIS RECORRENTES 
 
Fonte: www.babypilates.com.br 
Após a relação sexual, os espermatozoides que foram depositados na vagina 
são transportados através do útero para as tubas uterinas, em cuja região ampolar 
 
 
 
 
 
 
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ocorre a fecundação, quando o espermatozoide encontra o óvulo maduro. Após três 
dias de fertilização o ovo é transportado da trompa para a cavidade uterina, por meio 
de movimentos peristálticos, já tendo sofrido várias divisões celulares. 
Somente após quatro ou cinco dias este ovo se implanta no endométrio, o que 
significa que sua implantação ocorre quase sempre no sétimo ou oitavo dia após a 
fecundação. Qualquer alteração nesse processo pode acarretar o quadro conhecido 
como gravidez tubária. Os hormônios progesterona e estrogênio, junto aos outros 
hormônios secretados pela hipófise, pela tireoide, pela suprarrenal e por outras 
glândulas, têm um papel importante nas modificações e nas adaptações do corpo 
materno, bem como na promoção do desenvolvimento fetal. 
O espaçamento menor das consultas no 46 último trimestre visa à avaliação 
do risco perinatal e das intercorrências clínico-obstétricas mais comuns nesse 
trimestre, como trabalho de parto prematuro, pré-eclâmpsia e eclampsia, 
amniorrexe prematura e óbito fetal (BRASIL, 2005, apud, COELHO, 2013) 
Provavelmente, em nenhuma outra fase do ciclo vital exista maior mudança no 
funcionamento e na forma do corpo humano em tão curto espaço de tempo. Muitas 
dessas mudanças iniciam-se desde o momento da nidação e se estendem por todo o 
período gestacional até o término da lactação, podendo permanecer mais tempo ainda 
na memória celular e na sobrevivência e sustentabilidade do planeta, como hoje o 
conhecemos. 
6.1 Alterações no sistema genital 
Todo o sistema genital passa por modificações bioquímicas, funcionais e 
anatômicas, observadas logo após a fecundação, as quais permanecerão durante 
toda a gestação. Essas alterações estão associadas e integradas a vários outros 
sistemas com o início da gravidez. O diagnóstico de gestação pode ser realizado por 
meio de sinais presuntivos como intuição, náusea, vômito, aumento da frequência 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
 
urinária. A amenorreia é o sinal principal, mas outros sintomas também ocorrem, como 
congestão e hiperestesia mamária (mastalgia), vascularização mais evidente na 
mama (rede venosa de Haller), hiperpigmentação da aréola primitiva com halo mais 
claro ao seu redor (sinal de Hunter). Podem ser observadas alterações cutâneas, 
como hipertrofia das glândulas sebáceas na aréola secundária (tubérculos de 
Montgomery) e pigmentação da linha alba, chamada linea nigra. 
Acolher significarespeitar a autonomia e o protagonismo das mulheres, 
valorizando a corresponsabilidade, a construção de vínculos solidários e a 
participação coletiva, tanto no processo de atenção como na gestão (BRASIL, 
2008, apud, COELHO, 2013). 
O colo fica mais macio e vascularizado, mas permanece firme até o início do 
parto. A parte inferior do útero, região que se forma entre o corpo e o colo, torna-se 
funcionalmente contrátil e participará do mecanismo de dilatação do colo. No útero 
aparecem modificações como hipertrofia e dilatação, demandando um aumento da 
vascularização pela necessidade de maior perfusão sanguínea, enquanto na placenta, 
devido ao aumento progressivo, há um incremento correlato do fluxo sanguíneo 
uteroplacentário conforme a evolução da gestação, o que exige, também, aumento do 
número de vasos sanguíneos. 
6.2 Alterações no Sistema endócrino 
Um dos aspectos mais importantes da vida intrauterina é o intercâmbio eficaz 
entre os produtos nutritivos e metabólicos do feto e da mãe. É fundamental ver o 
processo como constituído de um compartimento placentário desprovido de certas 
atividades esteroidogênicas, que utiliza o compartimento materno como fonte de 
substâncias básicas para a produção de esteroides. 
Estrogênio: Os precursores dos estrogênios são androgênios de 19 carbonos. 
No início da gestação, são derivados da corrente sanguínea materna. Em torno da 20ª 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
 
semana, cerca de 90% da produção passa para glândula suprarrenal fetal. O 
estrogênio tem como função a retenção hídrica que pode associar-se a ação 
compensatória de retenção de sódio e ativação do sistema reninaangiotensina-
aldosterona; aumento da camada intermediária da mucosa vaginal, glicogênio e flora 
de Doederlein; flexibilidade das articulações pélvicas; homeostase do cálcio no 
sistema musculoesquelético, juntamente com a prolactina, sua ação nos duetos 
mamários prepara a lactação. 
 Relaxina: É um hormônio peptídico produzido pelo corpo lúteo gravídico, 
somente observado em mulheres grávidas. Sua concentração aumenta durante o 
primeiro trimestre e declina no segundo. A função que exerce na gravidez não é bem 
conhecida. Em estudos com animais, observou-se que ele dispersa as fibras de 
colágeno do colo uterino, inibe contrações uterinas e relaxa a sínfise púbica e a 
articulação sacra. 
Lactogênio placentário humano (HPL): Polipeptídio secretado pelo 
sinciciotrofoblasto. O nível de HPL na circulação materna correlaciona-se com o peso 
fetal e placentário até as últimas quatros semanas da gestação. O HPL é elevado com 
a hipoglicemia, mas diminui com a hiperglicemia. O papel metabólico é mobilizar 
lipídios sob a forma de ácidos graxos livres. Na segunda metade da gravidez, as 
concentrações de HPL aumentam. 
Para melhorar a assistência à gestante e recém-nascido, deve-se planejar 
ações considerando a identificação de fatores de risco relacionados com a 
mortalidade materna e neonatal, pois tal situação é um importante indicador 
que reflete as condições socioeconômicas, reprodutivas e, principalmente, as 
relacionadas à assistência pré-natal, ao parto e aos recém-nascidos. 
(KASSARA, 2013 apud SANTOS, 2016). 
Gonadotrofina coriônica humana (HCG): Glicoproteína. A sobrevivência do 
corpo lúteo é totalmente dependente do HCG. Este é secretado pelo 
sinciciotrofoblasto, atingindo pico máximo de 50.000 a 100.000 mUI/rnf, com 10 
semanas de gestação. As provas para gravidez na urina e no sangue materno tornam- 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
 
se positivas a partir da quinta a sexta semana de gestação, sendo que as provas 
imunológicas para betarreceptores são as mais confiáveis. 
Progesterona: A contribuição fetal da progesterona é desprezível, 
dependendo da cooperação placentária materna. A progesterona é produzida pelo 
corpo lúteo até cerca de 10 semanas de gestação. Entorno da 12ª semana, a placenta 
torna-se a principal fonte de progesterona, utilizando o colesterol materno como fonte 
primária. A progesterona tem papel importante na implantação da gravidez e serve de 
substrato principal para a produção de glico e mineralocorticoides pela glândula 
suprarrenal fetal. Tem como ações a redução da tonicidade da musculatura lisa em 
órgãos matemos levando a alterações no estômago, no cólon, na bexiga, nos ureteres 
e nos vasos sanguíneos; aumento de temperatura e gordura corpóreas; na mama, 
associa-se às células alveolar e glandular, que produzem leite; estimula o centro 
respiratório, aumentando a frequência e amplitude respiratória. 
6.3 Alterações no sistema tegumentar 
Devido ao aumento de estrogênios, podem ocorrer modificações na 
vascularização, como eritema palmar e telangiectasia. O estímulo do hormônio 
melanocítico e da progesterona pode alterar a pigmentação, sobretudo na região dos 
mamilos, das axilas, do períneo e da linha nigra. 
6.4 Alterações no Sistema urinário 
 Há aumento do tamanho e do peso dos rins. Cerca de 80% das mulheres 
apresentam dilatação dos ureteres e das pelves renais, sendo mais observada à 
direita, o que se acredita estar associado à dextrorrotação do útero gravídico. A 
musculatura dos canais urinários é discretamente hipotônica. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 
 
 A área do trígono pode estar estirada e ocasionar incompetência das válvulas 
ureterovesicais (refluxo). Esses fatores associados são responsáveis pelo maior 
armazenamento e pela estagnação da urina, predispondo ao surgimento de infecção 
urinária. A bexiga é progressivamente elevada pelo útero aumentado nos dois últimos 
trimestres da gravidez, tornando-se um órgão intra-abdominal, pressionado para cima. 
As consequências são o ângulo uretrovesical alterado e a pressão intra-abdominal 
elevada. O útero gravídico no início do primeiro trimestre, em continuidade com a 
bexiga, e a presença do polo cefálico no terceiro trimestre associam-se a desejo 
miccional e incontinência característicos. O fluxo plasmático renal e a taxa de filtração 
glomerular aumentam, a concentração de ureia e creatinina diminuem ligeiramente, e 
a glicose filtrada aumenta (glicosúria fisiológica ou renal). 
A gravidez é um período em que ocorrem alterações profundas no que 
respeita ao estilo de vida, provocando mudanças não apenas na vida pessoal, 
mas também na vida do casal e de toda a família. É também uma fase de 
preparação física e psicológica, para o nascimento e para a parentalidade. 
(MENDES, 2009 apud, COUTINHO, 2014) 
6.5 Alterações no Sistema musculoesquelético 
 A prática obstétrica atual tem desenvolvido uma ação conjunta com a 
fisioterapia na prevenção das alterações danosas à saúde, bem como o saneamento 
dos problemas que surgem durante a gestação. 
A postura da gestante é influenciada pela modificação no centro de gravidade, 
com uma tendência para o deslocamento para frente, devido ao crescimento uterino 
abdominal e ao aumento ponderal das mamas. 
Para compensar, o corpo projeta-se para trás (lordose), amplia-se o polígono 
de sustentação, os pés se distanciam e as espáduas se dirigem para trás. A porção 
cervical da coluna se condensa e se alinha para frente. No cotidiano da gestante 
trabalhadora, essas modificações têm aumentado a fragilidade da musculatura 
compensatória das regiões lombossacra e cervical. As alterações podem dificultar o 
 
 
 
 
 
 
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desempenho profissional e a vida cotidiana com o surgimento de lombalgias e 
cervicalgias frequentes. 
Algumas adaptações osteoarticulares: Lordose lombar e marcha anserina 
(alteração do centro de gravidade em razão do peso adicional da gravidez, do 
aumento uterino e do aumento das mamas); Compressões radiculares e lombalgia 
(alterações posturais alteram o eixo da coluna vertebral); Fadiga muscular, dores 
lombares e dormência dos membros superiores; Melhor motilidade das articulações 
pélvicas pela embebição gravidica, principalmente as sacroilíacas, sacrococcígenas e 
pubianas. 
As maiores flexibilidadese extensibilidades das articulações são mediadas 
pela ação dos hormônios (estrogênio, progesterona, cortisol, relaxina), bem como a 
maior retenção de água, com ocorrência em 50% das gestações de edema de 
membros inferiores, pés e tornozelos. Quando associado a pressão de terminações 
nervosas, ocorrem nos braços e nas mãos fraquezas e parestesias (síndrome do 
canal cárpico). A maior flexibilidade das articulações nas regiões sacroilíaca e sínfise 
púbica está bem evidenciada a partir do terceiro trimestre, levando ao aumento da 
capacidade pélvica. Uma maior expansão na região da sínfise pubiana e sacra! no 
período do parto pode persistir até 6 meses após e depende da substituição 
contínua do colágeno. A distância entre os dois músculos retos abdominais pode 
aumentar com a gravidez e modificar a projeção da linha nigra no abdome. A ação 
dos hormônios da gravidez e a dieta são fundamentais para a supressão dos níveis 
de cálcio circulante, tendo em vista que a dieta de até dois gramas diários não é 
suficiente para a manutenção da matriz óssea e do tecido conjuntivo. Além disso, o 
feto consome cálcio de forma progressiva durante toda a gestação para a formação 
de sua estrutura óssea. 
 
 
 
 
 
 
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6.6 Alterações no Sistema respiratório 
Basicamente, em razão do estímulo da progesterona sobre o centro 
respiratório, a frequência e a amplitude das incursões respiratórias aumentam. As 
modificações pulmonares anatômicas e fisiológicas nas gestantes conduzem a um 
aumento da capacidade inspiratória à custa de um decréscimo do volume residual 
funcional, como necessidade crescente para facilitar o maior transporte de oxigênio 
para a unidade feto placentária. 
Sendo a gravidez uma época de profundas alterações físicas e psicológicas 
na vida da mulher, pode e deve ser também uma oportunidade para a adoção 
de estilos de vida mais saudáveis. (LIN, 2009, apud COUTINHO 2014) 
 Adaptações respiratórias: Caixa torácica aumenta de diâmetro (2,0 cm); 
Diafragma eleva (4,0 cm), Expiração mais demorada (i pa02 no sangue materno, J, 
paC02 no sangue materno); Dispneia fisiológica (t volume-corrente, t capacidade 
inspiratória, alcalose respiratória, J, capacidade residual funcional e pulmonar); Vias 
respiratórias superiores (congestão nasal, edema de mucosa, vasodilatação, aumento 
de secreções, coriza, rinite, epistaxe, sinusite). 
Próximo ao termo, ele pode deslocar o diafragma para cima em torno de quatro 
cm, atuando com maior intensidade em gravidez gemelar. Como compensação, há 
aumento no diâmetro transverso do tórax e retificação do ângulo subcostalAlterações 
no Sistema nervoso central: aspectos psicoemocionais no ciclo gravídico-puerperal 
 Muitas vezes, é difícil determinar a linha divisória da normalidade dos sintomas 
e sinais que aparecem envolvendo os aspectos psicoemocionais, o sistema nervoso 
central e a saúde mental, durante o pré-natal, parto e pós-parto. O trabalho em equipe 
qualificado e em rede com medidas preventivas e terapêuticas na atenção das 
necessidades primárias, secundárias e terciárias é essencial para avaliar e 
diagnosticar os aspectos psicoemocionais da saúde mental, das alterações do 
sistema nervoso central e dos distúrbios psiquiátricos. 
 
 
 
 
 
 
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7 PROGRAMAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER 
 
Fonte: www.rio.rj.gov.br 
As equipes básicas devem ser compostas (pelo menos), por um médico de 
família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e seis agentes comunitários de 
saúde. Quando ampliada, conta ainda com um dentista, um auxiliar de consultório 
dentário, um técnico em higiene dental e um fisioterapeuta. 
O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) é hoje considerado 
parte da Saúde da Família. Nos municípios onde há somente o PACS, este pode ser 
considerado um programa de transição para a Saúde da Família. No PACS, as ações 
dos agentes comunitários de saúde são acompanhadas e orientadas por um 
enfermeiro/supervisor lotado em uma unidade básica de saúde. 
Os agentes comunitários de saúde podem ser encontrados em duas situações 
distintas em relação à rede do SUS: ligados a uma unidade básica de saúde ainda 
não organizada na lógica da Saúde da Família; e ligados a uma unidade básica de 
Saúde da Família como membro da equipe multiprofissional. 
 
 
 
 
 
 
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7.1 Equipe de saúde da família 
O trabalho de equipes da Saúde da Família é o elemento-chave para a busca 
permanente de comunicação e troca de experiências e conhecimentos entre os 
integrantes da equipe e desses com o saber popular do Agente Comunitário de Saúde. 
Cada equipe se responsabiliza pelo acompanhamento de cerca de 3 mil a 4 mil 
e 500 pessoas ou de mil famílias de uma determinada área, e estas passam a ter 
corresponsabilidade no cuidado à saúde. 
O enfermeiro dentro da Estratégia Saúde da Família (ESF), assume um papel 
gerencial, propondo e delegando tarefas. Assim, ele deve impulsionar o 
trabalho em equipe, gerenciando a assistência do serviço de saúde, 
coordenando e administrando os funcionários. O enfermeiro gerente precisa 
desenvolver liderança, saber trabalhar em equipe, ter estratégias voltadas 
para a administração e compreender sua equipe, com o objetivo de ser um 
coordenador voltado para a humanização e realizando ações de forma ética, 
digna e segura (OLIVEIRA, 2012, apud MERCÊS, 2018). 
A atuação das equipes ocorre principalmente nas unidades básicas de saúde, 
nas residências e na mobilização da comunidade. 
 Por ter território definido, com uma população delimitada, sob a sua 
responsabilidade; pode intervir sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está 
exposta; deve prestar assistência integral, permanente e de qualidade; realizar 
atividades de educação e promoção da saúde; estabelece vínculos de compromisso 
e de corresponsabilidade com a população; estimula a organização das comunidades 
para exercer o controle social das ações e serviços de saúde; utiliza sistemas de 
informação para o monitoramento e a tomada de decisões; atua de forma intersetorial, 
por meio de parcerias estabelecidas com diferentes segmentos sociais e 
institucionais, de forma a intervir em situações que transcendem a especificidade do 
setor saúde e que têm efeitos determinantes sobre as condições de vida e saúde dos 
indivíduos-famílias-comunidade. 
 
 
 
 
 
 
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7.2 Qualidade da atenção à saúde da mulher 
A estruturação e organização da rede de saúde nos três níveis de saúde, assim 
como as ações comunitárias e de prevenção primária são tão importantes quanto o 
grau de qualidade que ela pode oferecer. Desta qualidade depende o impacto 
desejado para controle dos problemas identificados, assim como a satisfação e o 
empoderamento do paciente. 
Para conceituação da qualidade do atendimento integral à saúde da mulher 
pode-se levar em conta, pelo menos, os seguintes elementos: Acesso da população 
aos serviços de saúde nos três níveis de assistência; Acolhimento humanitário em 
todos os níveis da assistência, buscando-se a orientação das pacientes sobre os 
problemas apresentados e possíveis soluções, assegurando-lhes a participação nos 
processos de decisão em todos os momentos do atendimento e tratamentos 
necessários; definição da estrutura e organização da rede assistencial, incluindo a 
formalização dos sistemas de referência e contra referência que possibilitem a 
continuidade das ações, a melhoria do grau de resolubilidade dos problemas e o 
acompanhamento a clientela pelos profissionais de saúde da rede integrada; 
Disponibilidade de recursos tecnológicos e uso apropriado de acordo com os critérios 
de evidência científica e segurança da clientela; Capacitação técnica dos profissionais 
e funcionários envolvidos nas ações componentes dos programas de saúde 
reprodutiva para uso da tecnologia disponível, acolhimento humanizado e práticas 
educativas voltadas a comunidade; Disponibilidade de insumos, equipamentos