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NOME: FELIPE SIQUEIRA GARCIA NºUSP:11217958 CASOS CLÍNICOS Proposta de atividade para raciocínio prático. São apresentados aqui casos clínicos com algumas questões que devem ser respondidas. Caso Clínico 1 Paciente do sexo feminino, caucasiana, 58 anos, do lar, vem apresentando há cerca de 6 meses cansaço, sudorese e taquicardia, alega emagrecimento apesar do aumento do apetite. Nega outras doenças e uso de qualquer medicação. Exame Físico: hipocorada, hidratada, acianótica, anictérica, afebril e exoftalmia. Exame da pele e fâneros evidenciou unha e cabelos quebradiços. Exame da tireoide sem alterações. Sinais vitais: Frequência Cardíaca (FC)=92 bpm, Pressão Arterial (PA)=140X70 mmHg. Hormônios tireoidianos foram dosados e encontravam-se com os seguintes valores: TSH = 36,6 µUI/mL (valor de referência: 0,5 a 5 µUI/mL); T4 = 32,5 mcg% (valor de referência: 4,5 a 11,5 mcg%). Tomografia Computadorizada de crânio evidenciou nódulo de 1,0 cm na topografia da sela túrcica. 1. O quadro laboratorial é compatível com qual tipo de doença que envolve a tireóide? Justifique. Resposta: O quadro laboratorial apresentado é compatível com o Hipertireoidismo Secundário. Isso é justificável, ao observar que não somente o nível do hormônio tireoideano T4(32,5 mcg%) está acima da referência (4,5 a 11,5 mcg%), como também o nível do hormônio hipofisário TSH (36,6 µUI/mL), apontando, então, que não está ocorrendo o feedback negativo. Essa hipótese de diagnóstico é validada ao perceber que a causa desse Hipertireoidismo deve ser a hiperfunção hipofisária; uma vez que, na tomografia computadorizada, evidenciou-se um nódulo na sela túrcica, acidente anatômico do osso esfenoide onde se localiza a hipófise. Tal causa apresentada caracteriza o hipertireoidismo como secundário. 2. Demonstre a relação hormonal do eixo hipotálamo-hipófise-tireoide nessa paciente. Resposta: Em resposta a estímulos nervosos como estresse e baixa temperatura, o Hipotálamo libera o hormônio TRH, estimulando, então, a produção do hormônio TSH pela adeno-hipófise. Esse hormônio TSH, mediante mecanismos de ação, aumenta a síntese dos hormônios T3 e T4 na tireoide. Tendo em vista que os níveis de TSH na paciente (36,6 µUI/mL) estão acima do valor de referência (0,5 a 5 µUI/mL), os níveis do hormônio T4(32,5 mcg%), consequentemente, estão também acima do valor de referência (4,5 a 11,5 mcg%). Além disso, é importante perceber que o alto nível de TSH impede que seja exercida a alça de retroalimentação negativa do T4 sobre a hipófise. 3. Relacione a sintomatologia, queixa e achados clínicos da paciente com o quadro laboratorial encontrado. Resposta: Os sintomas como o cansaço, sudorese, taquicardia, aliado aos achados clínicos como a exoftalmia, unhas e cabelos quebradiços, decorrem dos altos níveis de T4. Isso porque o hormônio tireoidiano age no aumento do consumo de oxigênio e metabolismo. Dessa forma, viabiliza-se maior débito cardíaco e aumento na ventilação para fornecer mais O2; aumenta a fome, viabilizando maior mobilização de substrato; aumenta-se a sudorese, perda de água e massa como resultado do aumento do metabolismo. Caso Clínico 2 Paciente do sexo masculino, 54 anos, masculino, pardo, casado, marceneiro. Procurou Unidade de Pronto Atendimento referindo disfagia, dor ao engolir alimentos sólidos e edema em região de pescoço, há 15 dias. Refere disfagia com as mesmas características citadas, com uma sensação de bolo na garganta. Associado a este quadro, paciente também refere emagrecimento, 10 Kg em uma semana, insônia, tremores, palpitações, sudorese intensa, irritabilidade, cefaleia em região occipital, irradiando para região frontal, fator de melhora o descanso e piora durante o dia de trabalho. Nega alterações em ritmo intestinal. Refere intolerância ao calor e aumento do apetite. Exame Físico: Apresenta palidez, unhas e pelos quebradiços. Icterícia ocular e de mucosa oral. Tireoide palpável, com consistência elástica, sem frêmitos ou sopros, com presença de nodulação em lobo direito (não aderido, fibroelástico). Presença de linfadenopatia nas regiões supraclavicular e cervical. Sinais vitais: FC: 110 bpm; FR: 16 irpm; PA: 150 x 80 mmHg, Temperatura: 37 ºC. 1. Pela história da moléstia atual, exames físicos e exames complementares qual a suspeita de diagnóstico? Resposta: A suspeita de diagnóstico é Hipertireoidismo primário. Ao perceber que o paciente apresenta sintomas como insônia, tremores, palpitações, sudorese intensa, irritabilidade, intolerância ao calor e aumento do apetite, evidencia-se o quadro de hipertireoidismo mediante o aumento do metabolismo. Ao analisar a presença de nódulo na tireoide, o qual é o possível motivo da dificuldade de deglutição, deduz-se que esse hipertireoidismo é primário. Ou seja, a tireoide não responde aos estímulos hipofisários quando ocorre a alça de retroalimentação negativa, isso devido à patologia presente na tireoide, a qual também é motivo das respostas inflamatórias(linfadenopatia). 2. Quais os demais sinais e sintomas que o paciente pode apresentar? Resposta: Tendo em vista que o quadro é de hipertireoidismo, o paciente também pode apresentar exoftalmia (protrusão ocular), nervosismo, ansiedade, bócio, fraqueza e face morna. Além disso, por desencadear maior atividade nervosa simpática, pode apresentar como sinal a retração palpebral e dilatação da pupila, refletindo em olhares fixos. 3. Qual o tratamento indicado para este paciente? Resposta: O tratamento indicado para este paciente, sabendo que é um hipertireoidismo primário, em que os níveis de TSH estão reduzidos e há a presença de um nódulo, o tratamento mais eficiente é a remoção cirúrgica parcial/total da tireoide (tireoidectomia). Ademais, uma opção temporária de tratamento é a administração de medicamentos do grupo das tio-uracilas, as quais bloqueiam a síntese dos hormônios tireoidianos. Caso Clínico 3 Paciente sexo feminino, 23 anos, parda, estudante. Apresentou-se com queixa de sonolência excessiva e aumento do fluxo menstrual há 6 meses. Paciente relata que nos últimos meses se apresenta mais cansada que o normal – dorme nas aulas e não se sente disposta para nada. Além disso, seus ciclos menstruais encontram-se irregulares e com fluxo aumentado, se tornando um fato incomodo em sua vida social. Relata também constipação intestinal (evacua em torno de 6/6 dias) e câimbras frequentes. Exame Físico: Bócio difuso 2x. Presença de nódulo (+- 1 cm) liso e móvel em lobo direito. Sinais vitais: FC: 64 bpm; FR: 16 irpm; PA: 110 x 80 mmHg, Temperatura: 36,5 ºC. Hormônios tireoidianos foram dosados e encontravam-se com os seguintes valores: TSH = 13,8 µUI/mL (valor de referência: 0,5 a 5 µUI/mL); T4 = 3,5 mcg% (valor de referência: 4,5 a 11,5 mcg%). 1. Pela história da moléstia atual, exames físicos e exames complementares qual a suspeita de diagnóstico? Correlacione com os sinais e sintomas encontrados. Resposta: A suspeita de diagnóstico é o hipotireoidismo primário. A análise de sinais e sintomas (constituído de sonolência excessiva, aumento do fluxo menstrual, constipação intestinal, pressão baixa) mostra-se compatível com os valores laboratoriais, em que os níveis do hormônio T4 (3,5 mcg%) está abaixo do valor de referência (4,5 a 11,5 mcg%), o que resulta em uma diminuição do metabolismo e do consumo de Oxigênio, efetuando os sintomas e sinais supracitados mediante diminuição do débito cardíaco, ventilação, termogênese e vasodilatação. Ao observar que há a presença de bócio difuso e nódulo na tireoide, percebe-se que há um estímulo patológico na tireoide o qual impede a glândula tireoidiana de responder aos estímulos hipofisários, resultando nos altos níveis de TSH (13,8 µUI/mL) em relação ao valor de referência (0,5 a 5 µUI/mL), evidenciando, portanto, que ohipotireoidismo é primário(altos níveis de TSH e baixos níveis de T4). 2. Quais os demais sinais e sintomas que o paciente pode apresentar? Resposta: Além dos sinais e sintomas apresentados, o hipotireoidismo também pode resultar nas seguintes manifestações: pele seca, mãos frias, queda de sudorese, intolerância ao frio, bradicardia, apatia e mixedema(edemas generalizados). 3. Qual o tratamento indicado para este paciente? Justifique. Resposta: O tratamento indicado para este paciente é à base de suplementação de hormônios tireoidianos, como, por exemplo, a levotiroxina. Com a administração desses fármacos, além dos sinais e sintomas diminuírem, viabiliza-se a diminuição da produção de TSH mediante a retroalimentação negativa. Sendo assim, além de suplementar os hormônios que estavam em falta, garante o controle do TSH em excesso, inviabilizando a formação de nódulos na tireoide.
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