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Universidade Federal de Santa Maria Bacharelado em Artes Visuais Rebeca Yp Wah Mak Resenha “Vídeo: a estética do narcisismo”, de KRAUSS, Rosalind. Santa Maria- RS 2019 Rosalind Krauss, nasceu em 1941, em Washington D.C., filha de Matthew M. Epstein e Bertha Luber, admirava a arte desde criança por conta de seu pai, também admirador, em que a levava para os museus em Washington, D.C. Formou-se em bacharelado em História da Arte, na Wellesley College, em 1962, no mesmo ano em que se casou com o arquiteto, Richard I. Krauss. Após se formar, Krauss foi aceita no Departamento de Belas Artes da Universidade de Harvard, onde recebeu seu Ph.D. em História da Artes, em 1969, da qual, sua dissertação era sobre o trabalho do escultor americano David Smith. Em1966, já escrevia críticas de arte para a revista Artforum. Após se graduar em Harvard, participou da associação de professores em História da Arte no MIT, e logo após dois anos, tomou a posição de professora. Seu compromisso com a arte minimalista emergente em particular, a diferenciava de Michael Fried, que estava voltada para a continuação da abstração modernista de Jules Olitski, Kenneth Noland e Anthony Caro. É membro do New York Institute for the Humanities desde 1992 e foi eleita membro do American Academy of Arts and Sciences em 1994. Ela recebeu recentemente um doutorado honorário da Universidade de Londres. Atualmente trabalha como professora de Arte Moderna e Teoria da Universidade de Columbia. Em “Vídeo: a estética do narcisismo”, Krauss diz o narcisismo está presente na vídeoarte, perceptível através do envolvimento do artista e a máquina para tal produção, em que, através desta fusão do artista e da técnica, mostra a divergência da videoarte comparada com as demais artes visuais. Nos anos 60, a exigência da crítica se mostrava bem rigorosa em questão a simetria, como uma forma de indicação do centro da tela, uma forma pela qual a crítica procurou conectar a arte e ética, através da estética do reconhecimento. Através do Pop Art, é perceptível que os vídeos de artistas lidam sobretudo com a paródia dos termos críticos da abstração. No trabalho de Vito Acconci, em seu vídeo intitulado Centers, percebe-se o rompimento e a renúncia na tradição crítica; esse tipo de crítica vista em seu trabalho, é aquele que assume as qualidades formais de uma obra ou procura analisar a lógica particular de um dado médium. Em Centers a um segmento de observação do vídeo, uma linha de visibilidade que se inicia na visão do artista e termina nos olhos de sua duplicação projetada. É através desta visão que se percebe o narcisismo no trabalho de vídeo. O medium da arte, que Krauss cita, está envolvido na questão dos materiais e objetos específicos, ou seja, tem descrição de objeto-estado, separado do próprio do artista, pela qual suas intenções devem passar, entrando no sentido psicológico. O vídeo se tornar dependente do conjunto de mecanismos físicos, ou de uma forma simplificada, o dispositivo, assim, compreendendo como um medium da televisão. Entretanto, ao observar no contexto do vídeo, para Krauss entra no campo psicológico. O termo medium utilizado no discurso popular, entra no campo psicológico, em referência ao mundo da parapsicologia: contato de indivíduos que já faleceram com indivíduos que possuem poderes psíquicos. Além do termo consistir em relação ao canal humano com a mensagem. São através destes dois aspectos que se tornam significativos na discussão sobre o vídeo: a projeção e a recepção simultâneas de uma imagem, e a psique humana usada como canal (por conta dos vídeos utilizarem o corpo humano como um de seus instrumentos). O vídeo tem a capacidade de gravar e transmitir ao mesmo tempo, o feedback; diferente das demais artes visuais. Como se o corpo tivesse entre duas máquinas, a câmera e o monitor. Os efeitos desse centralizar são variados, um vídeo realizado por Richard Serra é exemplo desses efeitos, que com a ajuda de Nancy Holt, realizaram Boomerang, em que somos testemunhas de uma extraordinária imagem de distração. A prisão descrevida por Holt, sem escapatória, poderia ser denominada a prisão de um presente em colapso, ou seja, um tempo presente separado de um sentido de seu próprio passado. A maioria dos performers estão acostumados a atuar ou interpretar textos, em que as performances estão dentro de um contexto da realidade, ao qual tal momento já ocorreu, de uma forma mais abrangente, existe uma relação entre um texto e uma história construída, independente do gesto produzido, essa ampla história é fonte de significado para esse gesto. O performer responde a uma imagem contínua renovada dele mesmo. A tal imagem se transforma em um texto imutável do performer, estando comprometido com o texto da perpetuação dessa imagem. A natureza da videoperformance coloca o texto em suspensão, substituindo pela reflexão-especular. Essa substituição é intitulada de self que não tem nenhuma conexão com objetos externos a ele, pois é um deslocamento do self, que tem o efeito de transformar a subjetividade do performer em outro objeto. A ideia da autorreflexão e a reflexividade se referem à mesma coisa, em que ambas são casos de consciência que se volta sobre si mesma a fim de executar a separação entre formas de arte e o conteúdo. A reflexividade da arte moderna é um dédoublement ou um voltar-se para si mesmo a fim de localizar o objeto, a reflexão especular com feedback absoluto é processo de suspensão do objeto. O medium do vídeo busca retirar atenção do objeto exterior e investir no self. É alguém, que nas palavras de Freud, “ abandonou o investimento libidinal nos objetos e transformou o objeto-libido no ego-libido”, uma condição especifica do narcisismo. Então, reformula-se a questão do refletivo e reflexivo, no campo psicanalítico, pois o paciente deitado no divã, a projeção do narcisismo de um self congelado se opõe ao método analítico. O que o paciente percebe é que esse self é um objeto projetado e que sua frustração se deve a sua própria captura pelo objeto com o qual ele nunca consegue realmente coincidir. Logo, o narcisismo é a condição fixa de uma frustração perpétua. A análise tem o objetivo de interromper a fascinação pelo espelho, em que o paciente deve sabe diferenciar entre sua subjetividade vivida e projeções fantasiosas. Se a psicanálise compreende que o paciente deve estar engajado em recuperar a história real, o modernismo acredita que o artista localiza sua própria expressividade pelo encontro de sua subjetividade, ou seja, através do reconhecimento de seus materiais. O feedback de um vídeo aparenta ser o instrumento de dupla repressão, é através dele tanto a consciência da temporalidade quanto a da separação entre sujeito e objeto são simultaneamente submersas, que se resulta em uma queda imponderável do espectador, no espaço suspenso do narcisismo. A explicação pela atração de um grupo grande de espectadores do vídeo, se trata da relação entre a instituição de um self formado por feedback do vídeo e a situação real do mundo da arte, onde provém os realizadores. O mundo da arte está sendo afetada desastrosamente por sua relação com a massa, pois, a disseminação da arte se tornou o único formato de verificar sua existência como arte. Três fenômenos existentes no corpus da vídeoarte que podem contraria o argumento da autora seriam “1) gravações que exploram o próprio medium a fim de criticá-lo a partir de seu interior; 2) gravações que representam agressão física ao mecanismo do vídeo, a fim de quebrar seu poder psicológico; e 3) instalações de vídeo que utilizam o medium como subespécie de pintura ou escultura”. A condição narcisística é dada através de uma forma mentalizada de linguagem, que abre o plano da expressão e da reflexividade crítica. Através da referência de Vertical roll, mostra como umcorpo é centralizado entre os parênteses da câmera e do monitor, que aparenta enrolar em si mesmo uma lista de experiências, o movimento constante torna-se uma metáfora para a realidade física. A vivência do espectador com os trabalhos é a soma cumulativa das posições que seu corpo assume dentro do vetor formado por três elementos: 1) a câmera de vídeo, 2) o instrumento que projetará a imagem ao vivo, captada pela câmera, na superfície de uma parede (em tamanho real e aumentado), e 3) a própria parede. Os princípios para ver a imagem, que o espectador deve observar, são especiais em dois vídeos: dor e mem; em que ambos o corpo do espectador se identifica fisicamente com o plano da parede com o lugar da imagem. É construído dois tipos de invisibilidade nesta situação: a presença do espectador na parede em que ele também está ausente; e a ausência relativa de vista da parede que se torna a condição para sua presença projetada sobre sua superfície. Segundo Rauschenberg, recorreu ao valor do tempo: o tempo quese leva para ler um texto, ver uma pintura ou praticar a atividade de diferenciação cognitiva que se impõe para alcançar um resultado. Isto é, ele queria contrapor os valores temporais da consciência contra o stasis do fetichismo-utilitário. Logo, a distância física de um objeto escultórico é entendida como indistinguível de um afastamento temporal. Podemos considerar o narcisismo como forma de suspensão do mundo e de suas condições.
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