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RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL DO NOVO PROPRIETÁRIO DE IMÓVEL COM RESERVA LEGAL PREVIAMENTE DEGRADADA

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS - ICJ 
 
 
 
STHEFANY MENDES MONTEIRO DE SÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL DO NOVO PROPRIETÁRIO DE 
IMÓVEL COM RESERVA LEGAL PREVIAMENTE DEGRADADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2019 
 
STHEFANY MENDES MONTEIRO DE SÁ - C08794-7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL DO NOVO PROPRIETÁRIO DE 
IMÓVEL COM RESERVA LEGAL PREVIAMENTE DEGRADADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada como requisito para 
conclusão do curso de bacharelado em Direito do 
Instituto de Ciências Jurídicas – Universidade 
Paulista – UNIP, Campus Paraíso, sob orientação 
do Prof. Dr. Fernando Augusto de Vita Borges de 
Sales. 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
STHEFANY MENDES MONTEIRO DE SÁ - C08794-7 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL DO NOVO PROPRIETÁRIO 
DE IMÓVEL COM RESERVA LEGAL PREVIAMENTE DEGRADADA 
 
 
 
 
Monografia apresentada como requisito para 
conclusão do curso de bacharelado em Direito 
do Instituto de Ciências Jurídicas – 
Universidade Paulista – UNIP, Campus Paraíso, 
sob orientação do Prof. Dr. Fernando Augusto 
de Vita Borges de Sales. 
 
 
São Paulo, 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof. Dr. Fernando Augusto de Vita Borges de Sales 
Universidade Paulista 
 
 
Prof. Dr. ............................................................................................. 
Universidade Paulista 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À minha amada mãe, Soraia, que 
sonhou com essa formação pra mim. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primordialmente a Deus, que iluminou meu caminho 
durante esta jornada e a toda energia do universo, por ter me permitido chegar a 
este momento ímpar. 
À amada mãe, que acreditou em mim e me apoiou de maneira 
incondicional em todos os momentos. 
Ao meu orientador, que pacientemente me indicou o caminho para 
chegar até aqui e esteve sempre à minha disposição. 
A todos os meus professores, pela atenção dispensada em dividir 
os conhecimentos imensuráveis para o sucesso desta etapa de minha vida 
profissional, bem como aos amigos que conquistei e consolidei ao longo da 
jornada (Deusdete Siqueira Filho, Jackeline Ribeiro Caetano e Suanne França). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A escolha é nossa: formar uma aliança global para 
cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar 
nossa destruição e a da diversidade da vida. 
(Carta da Terra) 
 
 
RESUMO 
 
A presente monografia teve como motivação principal para sua escolha e 
elaboração a necessidade de realizar maiores estudos no âmbito do Direito 
Ambiental, em virtude de sua ainda pequena inserção no currículo do curso de 
graduação em Direito pela UNIP. 
Outrora, não muito distante, não era dada a devida importância às questões 
ambientais, sendo, na maioria das vezes, tratada de maneira genérica, ignorando o 
crescimento desordenado dos centros urbanos e a ganância humana. 
Notando mudanças significativas sentidas com o advento da industrialização, 
em em 1972, em Estocolmo, a ONU (Organização das Nações Unidas) promove a 
“Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano”. Somente a 
partir deste marco histórico, o Direito Ambiental é impulsionado e começa-se a 
discutir a necessidade de regulamentação específica neste segmento, ante a 
progressiva escassez dos recursos naturais. 
Tendo como escopo abordar o Dano Ambiental e a Responsabilidade Civil, 
partindo dos preceitos constitucionais, procedimentos legais destinados a esta 
espécie de dano, bem como as posições dos doutrinadores que são referência no 
assunto. 
Basicamente foi dividido em quatro capítulos, nos quais inicialmente foram 
expostos os conceitos de meio ambiente, breve histórico da legislação vigente e 
rápida explanação sobre responsabilidade civil, com foco no esfera ambiental. 
O segundo capítulo abordou emprego da responsabilidade objetiva no caso 
de danos ao meio ambiente, como a questão da existência do prejuízo e a relação 
de causalidade. 
Também foi abordado, no terceiro capítulo, o dano ambiental, especialmente 
sua conceituação. 
A sequência do estudo trouxe a questão da função socioambiental da 
propriedade privada rural e a responsabilidade civil ambiental do novo adquirente 
de imóvel com reserva legal previamente degradada. 
Palavras-chave: Direito Ambiental. Responsabilidade Civil. Dano Ambiental. 
Questões Ambientais. Função Socioambiental.Regulamentação. 
 
ABSTRACT 
 
The main priority of the monograph was the selection and preparation of 
doctoral programs in law by UNIP. 
Once it was not too far away, environmental issues were not given due 
importance, and most of the time it speaks generically, ignoring the disorderly 
growth of urban centers and human greed. 
The United Nations organization in 1972 in Stockholm promoted the United 
Nations Organization on the Human Environment. Only from this historical 
milestone, Environmental Law is promoted and begins to be discussed. 
To read the account of Environmental Damage and Civil Liability, such as 
mapping of the doctrines that status reference the subject. 
Basically it was the first in four chapters, in which the first were exposed to 
environmental concepts, brief history of current legislation and quick explanation of 
civil liability, focusing on the environmental sphere. 
The second is a liability problem of harm to the environment, as a matter of 
harm and a causal relationship. 
Environmental damage, especially its conceptualization, was also addressed 
in the third chapter. 
A sequence of studies on socioenvironmental issues of private rural property 
and environmental civil liability makes a major acquisition of properties with legal 
reserve. 
 
Keywords: Environmental Law. Civil Responsability. Environmental Damage. 
Environmental Issues. Socioenvironmental Inspection.Regulation. 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………...10 
2 DIREITO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE CIVIL…………………... 11 
2.1 CONCEITO DE MEIO AMBIENTE………………………............................11 
2.2 BREVE HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO VIGENTE……............................12 
2.3 RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL...............................................15 
3 APLICAÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA.......................20 
4 CONCEITO DE DANO AMBIENTAL...........................................................23 
5 FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE PRIVADA RURAL E A 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO NOVO PROPRIETÁRIO DE IMÓVEL COM 
RESERVA LEGAL..........................................................................................25 
5.1 FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE PRIVADA RURAL.25 
5.2 RESPONSABILIDADE CIVIL DO NOVO PROPRIETÁRIO DE IMÓVEL COM 
RESERVA LEGAL......................................................................................................28 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................30 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................33 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
O meio ambiente ecologicamente equilibrado garante a sobrevivência e o bem 
estar da espécie humana. A preocupação com essa questão ganha destaque na 
Constituição Federal de 1988, onde conferiu ao meio ambiente status de bem jurídico 
essencial à vida, à saúde, à felicidade e, sobretudo à sobrevivência de todos. 
O uso de técnicas racionais e adequadas, no que se refere a educação, 
orientação e conscientização da população, faz com que aquele que degrada 
responda por ações ou omissões provenientes de suas atividades, de forma a restituir 
os danos causados, conforme previsão legal. 
No final do século XX, um séculoapós o advento do industrialismo, nasce a 
percepção de que o desenvolvimento não pode se dar a qualquer custo e, muito 
menos, em detrimento à vida, humana ou não. Tendo em vista as peculiaridades do 
bem jurídico tutelado, diversos instrumentos são utilizados visando sua proteção, 
autonomamente considerado, dentre eles, a responsabilidade civil. Adota-se o regime 
da responsabilidade objetiva, baseada na teoria do risco, e a ampliação do rol de 
sujeitos passivos da ação reparatória ambiental, incluindo o poluidor indireto. O 
presente trabalho pretende, assim, analisar sem esgotar a problemática relacionada à 
responsabilidade civil pelo dano ambiental, daquele que não deu ensejo ao dano. 
Dividido em quatro partes, composta cada uma delas por um título consoante 
com o tema principal, conforme o sumário apresentado. A primeira parte procura 
transmitir basicamente o conceito de meio ambiente, sendo necessário percorrer 
brevemente histórico da legislação ambiental brasileira, podendo também ser vista a 
relação existente entre a responsabilidade civil e os danos ambientais. 
Em uma segunda parte, demonstra-se a aplicação da responsabilidade civil 
objetiva, baseada na teoria do risco. 
A terceira parte se refere mais especificamente ao conceito de dano ambiental e 
suas características básicas. 
Na quarta e última parte da presente monografia, foi objeto de análise a função 
socioambiental da propriedade privada rural e a responsabilidade civil ambiental do 
novo adquirente de imóvel com reserva legal previamente degradada.
12 
2 DIREITO AMBIENTAL E RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
 2.1 Conceito de Meio Ambiente 
O conceito legal, no Brasil, está contido no art. 3º, I da Lei 6.938/81, que 
dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. 
Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: 
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações 
de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida 
em todas as suas formas; 
 
Seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e constata-se inegável, 
no final do dispositivo, a influência da teoria abrangente, que traz um conceito de 
meio ambiente mais compatível com a problemática ambiental. E, apesar da 
Constituição Federal de 1988, no art. 225, caput: 
Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo 
e preservá-lo às presente e futuras gerações. 
 
ter recepcionado disposição da lei anterior, não traz um conceito de meio 
ambiente, o legislador constituinte qualifica-o como um bem de uso comum do povo, 
mediante uma perspectiva globalizada e integrada; caracterizando-o como um bem 
unitário, imaterial, incorpóreo, autônomo e de interesse público. 1 
Ente os especialistas, a conceituação da expressão "meio ambiente" não é 
pacífica, sendo possível encontrar uma perspectiva ampla e outra estrita em seu 
conceito jurídico. A visão estrita define meio ambiente como o conjunto de 
elementos naturais como o solo, a atmosfera e os elementos da biosfera. Já para a 
abrangente, além dos elementos naturais, certos aspectos da relação do homem 
com a natureza, como os fatores sociais e os econômicos, integram o meio 
ambiente.2 
 
1 LEITE, José Rubens Moratto. Dano Ambiental: do individual ao coletivo extrapatrimonial. 2. ed. rev. 
atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003, p. 78-85 
2 MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente: doutrina, jurisprudência, glossário. 4. ed. rev. atual. e ampl. São 
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005, p. 98 
13 
Neste sentido, como bem assevera Fiorillo3, meio ambiente tem um conceito 
jurídico indeterminado uma vez que, para identificar seus elementos estruturais, será 
necessário ao intérprete o preenchimento de seu conteúdo, optando por uma 
perspectiva teórica. A opção entre tais teorias é faculdade de cada Estado, mas a 
escolha de qualquer uma dessas perspectivas vai acarretar vantagens e 
desvantagens para a dogmática ambiental. Como vantagem apresentada pela visão 
restrita, a definição dos conceitos de maneira mais precisa favorece na elaboração 
de um conceito tecnicamente mais coerente e lógico, mas descarta a interferência 
do homem sobre esse meio o que o renega a uma proteção ambiental ineficaz. A 
abrangente traz um conceito mais à altura da complexidade que envolve o dano 
ambiental porque vislumbra a atuação humana e os fatores socioeconômicos do 
contexto, trazendo, entretanto a possibilidade de se transformar todo e qualquer 
problema social em ambiental e, por conseguinte, deixar à margem a preocupação 
com os recursos naturais.4 
Do exposto, depreende-se que o bem ambiental, diante de seu perfil de bem 
de uso comum do povo e indisponibilidade, não pode ser classificado como bem 
público nem privado. 5 
Superada a questão acerca da conceituação do meio, convém analisar desde 
quando esse bem ambiental e a necessidade de proteção aos recursos naturais têm 
importância para a humanidade. 
2.2 Breve Histórico da Legislação Vigente 
A relação de exploração que o homem mantém com os elementos da 
natureza data dos primórdios de sua existência, sendo novidade, apenas, a 
concepção jurídica da degradação ambiental.6 
O homem, não se inserindo mais como elemento da natureza, mas como um 
 
3 FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 6. ed. ampl. São Paulo: 
Saraiva, 2005, p. 20. 
4 BAHIA, Carolina Medeiros. Princípio da Proporcionalidade nas Manifestações Culturais na Proteção 
da Fauna. Curitiba: Juruá, 2006, p.112-113 
5 FIORILLO, 2005, p. 5 
6 FRANCO, Andréa Silveira Santana. A responsabilidade Civil Ambiental do Novo Adquirente de 
Reserva Legal Degradada Ambientalmente. v.2. São Paulo mai/jun. 2007 
14 
ser acima e fora dela, explora os recursos naturais de maneira irresponsável em 
nome do desenvolvimento e do avanço tecnológico, sem perceber que conde-nava 
todo o meio ambiente, inclusive o próprio homem, a um futuro catastrófico. 
Objetivando colocar um freio na degradação ambiental, que tornou-se 
preocupante na segunda metade do século XX, um século após o advento do 
industrialismo e obstar seus efeitos já sentidos por todo o planeta, em 1972, em 
Estocolmo, a ONU (Organização das Nações Unidas) promove a “Conferência das 
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano”. A partir daqui, o Direito Ambiental 
Internacional ganha impulso e os países ricos e industrializados vão discutir as 
consequências de seu modelo econômico sobre o ambiente e a progressiva 
escassez de seus recursos naturais, originando a Declaração do Meio Ambiente.7 
Apesar do movimento de 1972, somente a partir da década de 80, foi possível 
identificar leis destinadas à proteção ambiental de maneira mais sólida, em contraste 
com as anteriores que o faziam de forma casual, procurando conciliar a exploração 
dos recursos naturais com a busca pelo desenvolvimento. Nesse passo, restava 
evidente a omissão do Estado que conferia a proteção do meio ao particular 
incomodado com danos causados ao mesmo; configurando, por esse sistema, a 
predominância da irresponsabilidade sobre a responsabilidade, já que o particular 
ofendido não tinha condições de enfrentar poderosos grupos econômicos.8 
A Constituição Federal de 1988 representa um grande marco no plano 
jurídico à proteção ambiental, colocando o Brasil na frente de diversos países como 
os Estados Unidos, França, Alemanha e Itália, que ainda não possuem tal tutela em 
suas constituições.9 
Também chamada de “constituição verde”, a CF/88 (Constituição Federal de 
1988) rompeu com todo o quadro de omissão presente nas constituições anteriores, 
sendo a primeira a utilizar a expressão “meio ambiente”; havendo, antes dela,7 MILARÉ, 2005, p. 50 
8 FRANCO, Andréa Silveira Santana. A responsabilidade Civil Ambiental do Novo Adquirente de 
Reserva Legal Degradada Ambientalmente. v.2. São Paulo mai/jun. 2007 
9 STEIGLEDER, Annelise Monteiro. Considerações sobre o nexo de causalidade na responsabilidade 
civil por dano ao meio ambiente.Revista de Direito Ambiental.São Paulo, RT, v. 38, n. 8, out/dez. 
2003, p. 104 
15 
legislações esparsas que abordavam o tema de maneira tímida, como o Código 
Florestal e o Código de Caça. Justifica-se essa omissão das Constituições 
anteriores porque o legislador constituinte entendia como fim precípuo a proteção à 
saúde, considerando o meio ambiente um instrumento para se chegar a este fim.10 
Nesse sentido, o art. 225, caput da Carta Maior deu continuidade à proteção 
iniciada com a Lei nº. 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, elevou-se o direito ao meio ambiente à condição de direito fundamental 
“por força da abertura material consagrada no art. 5º, § 2º da Constituição Federal 
de 1988”, apesar de, topograficamente, a tutela ambiental estar fora do título II da 
CF, que trata dos direitos fundamentais por opção do legislador constituinte que 
preferiu inseri-lo nas disposições sobre a ordem social. Ademais, essa abertura da 
Constituição vislumbra que os tratados internacionais, pertinentes à tutela do meio 
ambiente enquanto direito fundamental, integrem a nossa Constituição.11 
Entende-se que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é um 
direito fundamental porque é essencial à materialização do princípio da dignidade da 
pessoa humana; sendo tal princípio verdadeira fonte jurídico-positiva dos direitos 
fundamentais e, portanto, representado pelos direitos e garantias constitucionais, 
além de atuar como “cláusula aberta” porque possibilita classificar como 
fundamentais outros direitos que não foram assim definidos pela Constituição de 
forma expressa, mas são oriundos dos regimes e princípios da Carta Maior ou estão 
previstos em convenções e tratados internacionais dos quais o Brasil seja 
signatário.12 
Não resta dúvida quanto à inserção do direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado no rol dos direitos fundamentais, em razão deste direito 
assegurar a saúde, o bem-estar do homem e as condições de seu desenvolvimento 
e, por conseguinte, garantindo o direito fundamental à vida, matriz de todos os 
outros direitos fundamentais, que guiará qualquer maneira de atuação pertinente à 
tutela do meio ambiente. Sendo assim, a proteção ao meio ambiente reflete o modo 
 
10 MILARÉ, op. cit., p. 182-184 
11 STEIGLEDER, 2003, p. 104-106 
12 BAHIA, 2006, p. 81 
16 
de tutelar a vida, a qualidade de vida, a sobrevivência da espécie humana, 
destinatária que é esta dos direitos difusos e coletivos13 
2.3 Responsabilidade Civil Ambiental 
Segundo Álvaro Villaça Azevedo, responsabilidade civil: 
É a situação de indenizar o dano moral ou patrimonial, decorrente dei 
inadimplemento culposo, de obrigação legal ou contratual, ou imposta por 
lei. (AZEVEDO, 2000, 8ª ed) 
A noção de responsabilidade, no campo jurídico, amolda-se ao conceito 
genérico de obrigação, o direito de que é titular o credor em face do dever, tendo por 
objeto determinada prestação. 
A complexidade do dano ambiental, traduzida por suas características e 
aliada à possibilidade da atuação danosa ser cometida por agentes plúrimos e/ou 
incertos, ocasiona a necessidade de um regime especial de proteção ao meio 
ambiente, tendo, como uma das justificativas para tanto, a inserção desse bem 
jurídico na categoria dos valores fundamentais da nossa sociedade.14 Nesse 
contexto, estrutura-se um modelo próprio para a responsabilidade civil pelo dano 
ambiental. 
O Direito Ambiental age nas esferas preventiva, reparatória e repressiva15 e a 
responsabilização jurídica civil por um dano ambiental através da reparação 
ambiental é o foco do presente estudo. 
Toda atividade que se traduz em prejuízo gera dever de indenizar, e a 
responsabilidade civil tem como objetivo restaurar um equilíbrio patrimonial e moral 
violado como resposta ao clamor social. Portanto, a reparação de um dano é uma 
obrigação secundária à violação de uma obrigação principal, dever jurídico ou 
direito. No Direito comum, o dever de indenizar atende aos requisitos de ação ou 
 
13 SILVA, José Afonso da. Fundamentos Constitucionais da Proteção do Meio Ambiente. Revista de 
Direito Ambiental,São Paulo, RT, v.27, jul./set. 2002, p. 55 
14 BENJAMIN, Antonio Herman V. Responsabilidade civil pelo dano ambiental. Revista de Direito 
Ambiental. São Paulo: RT, v. 3, n.9, jan/mar. 1998, p. 12 
15 MILARÉ, op. cit., p. 824 
17 
omissão voluntária, nexo causal, dano e culpa, caracterizando a responsabilidade 
extracontratual subjetiva ou aquiliana que é a regra.16 
Como já observamos, via de regra, agentes plúrimos e até incertos, vítimas 
pulverizadas e muitas vezes anônimas, e pode manifestar-se de forma retardada ou 
cumulativamente, afetando interesses patrimoniais ou físicos, presentes e futuros de 
indivíduos, como também aos interesses da coletividade. Somando-se a tais 
dificuldades, tem-se a problemática de estabelecer o nexo causal entre a atuação e 
o dano, já que, muitas vezes, o acidente vai trazer repercussões de maneira lenta e 
gradual, em virtude do caráter difuso do dano ambiental e por ser, normalmente, 
indireta e mediata a relação entre o poluidor e a vítima; também configura empecilho 
para a utilização da responsabilização civil tradicional a incerteza científica, com 
lacunas e conflitos de entendimentos entre os cientistas sobre os efeitos nocivos do 
dano. Tudo isso faz com que o Brasil disponha de um regime especial de 
responsabilidade civil pelo dano ambiental.17 
Emendando a insuficiência legal do Código Civil de 1916 que não tratou de 
maneira específica o dano ambiental, equiparando-o aos danos da responsabilidade 
civil extracontratual, a Lei federal que instituiu a política Nacional do Meio Ambiente, 
Lei 6.938/81, estabeleceu a responsabilidade civil objetiva, independente de culpa 
do agressor, como instrumento protetivo do meio ambiente frente às condutas e 
atividades lesivas ao bem ambiental. Conforme seu art. 14, §1º: 
 
Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, 
estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à 
preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela 
degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores: 
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o 
poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar 
ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados 
por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá 
legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por 
danos causados ao meio ambiente. 
 
 
 
16 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil:direitos reais. 6. ed.São Paulo: Atlas, 2006, p. 1-6 
17 FRANCO, Andréa Silveira Santana. A responsabilidade Civil Ambiental do Novo Adquirente de 
Reserva Legal Degradada Ambientalmente. v.2. São Paulo mai/jun. 2007 
18 
Deste modo, rompendo com o paradigma aquiliano-individualista ao abjetivar 
a responsabilidade civil de maneira ampla e irrestrita e legitimando o Ministério 
Público para a cobrança de uma possível reparação. 
Posteriormente, essa norma foi ratificada pela nossa Constituição Federal de 
1988, que, em seu art.225, § 3º, determina que “as condutas e atividades 
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou 
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de 
reparar os danos causados”. Aqui, o legislador constituinte além de determinar aresponsabilidade civil, criminal e administrativa do agressor ao meio ambiente, 
também reforçou o dever de reparar quando previu um direito subjetivo ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado e ao caracterizar esse bem como de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida. 
Corroborando com os legisladores federal e constitucional, o Novo Código 
Civil de 2002, em seu art. 927, parágrafo único, dispõe que a responsabilidade civil 
será independente de culpa nos casos determinados em lei ou quando a atividade, 
normalmente, desempenhada pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco 
para os direitos de outro. Então, o legislador adota o risco como lastro da 
responsabilidade civil e remete à Lei 6.938/81 quando diz “nos casos especificados 
em lei”. 
Prevalece, na doutrina ambiental, o entendimento de que a Lei 6.938/81 
adotou a teoria do risco integral para fundamentar a responsabilidade civil no 
tocante ao dano ecológico, em que o dever de reparar resulta da existência de nexo 
causal entre a atividade e a lesão ao meio ambiente, sem vislumbrar a possibilidade 
de ocorrerem excludentes como ocaso fortuito e a força maior, sendo irrelevante a 
licitude da atividade responsável pela poluição.18 
Importa mencionar que, aos olhos do legislador federal, tanto o particular 
quanto o Poder Público respondem pelo dano ambiental, estando ambos inseridos 
na definição de poluidor que a Lei 6.938/81 dispõe em sua norma, como também 
firmou nesse sentido o legislador constituinte ao determinar que o dever de proteção 
 
18 LYRA, Marcos Mendes. Dano Ambiental. Revista de Direito Ambiental, São Paulo, RT, v.2, n.8, 
out/dez. 1997, p. 75 
19 
do meio ambiente é do particular, mas também do poder Público que é 
coresponsável. Ainda no tocante ao sujeito responsável, é importante fazer alusão 
ao princípio geral da solidariedade passiva, segundo a qual “se tiver mais de um 
autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação”, conceito 
presente no Código Civil. 
Através da teoria do risco integral, a doutrina procura cercar de cuidados o 
bem ambiental, tutelando de maneira mais rigorosa possível, ante o assustador 
estágio de depredação em que se encontra o meio ambiente, e sua proteção através 
de tal regime especial exige pressupostos que ensejam o pleito da reparação do 
dano ambiental. 
A lei não determina parâmetros para verificar, objetivamente, as mudanças 
relevantes que acometem o ambiente, lembrando que basta a ocorrência da lesão, 
não importando a licitude da atividade (em seguir padrões determinados pelo órgão 
ambiental, por exemplo, para licenciamento ambiental) uma vez que a 
responsabilidade aqui é objetiva.19 
Outro pressuposto da responsabilidade civil ambiental que carrega problema 
na sua determinação é o nexo de causalidade. Para que exista o dever de reparar, é 
necessário que haja um liame entre a atividade e o dano ambiental; e a grande 
dificuldade reside, justamente, na prova do nexo causal o que, quando não é 
impossível, acaba sendo um intransponível obstáculo para a exigência da 
responsabilização pela danosidade. Comumente, a lesão ambiental origina-se de 
causas concorrentes, simultâneas e sucessivas, sendo muito difícil configurar o 
binômio causa-efeito em matéria ambien-tal, o que acaba por pulverizar a própria 
idéia de nexo de causalidade.20 
Contudo, os problemas de comprovação da causalidade relatados acima não 
tornam menor para o poluidor o dever de reparar os danos a que deu causa, pois 
não seria razoável deixar o meio ambiente, bem de tal magnitude, sem a tutela 
devida por conta da dificuldade em provar o nexo causal. Partindo dessa ideia, a 
exigência da prova do nexo de causalidade pode ser relativizada. Nesse sentido, 
 
19 MILARÉ, op. cit., p. 832 
20 BENJAMIN, 1998, p. 44 
20 
alegam-se as presunções de causalidade, em que se presume iuris tantum o nexo 
por se estar frente, via de regra, a uma atividade perigosa. Outro meio encontrado 
pela doutrina para superar esta dificuldade é a inversão do ônus da prova, 
transferindo para o demandado a necessidade de provar que não tem qualquer 
ligação com o dano, o que se justifica pela disseminação de fontes poluidoras cada 
vez mais potentes e pela hipossuficiência da coletividade. 21 
Anteriormente, tratou-se da responsabilidade civil ambiental como 
instrumento necessário para obstar as agressões ao meio ambiente, tão comuns na 
sociedade contemporânea. Pautado na teoria do risco integral, esse regime especial 
da responsabilidade civil visa à proteção do bem ambiental para as presentes e 
futuras gerações, obedecendo aos preceitos constitucionais, e dispensa o elemento 
culpa para que surja a obrigação de reparar o dano ambiental, pouco importando se 
a atividade do agente agressor é lícita ou não. A responsabilidade civil ambiental 
entra em cena, juntamente, com a função social da propriedade privada quando se 
trata de lesão ambiental em área especialmente protegida. 
Repisa-se que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, mas também têm obrigações frente a esse bem; vale dizer que não só 
ao Estado cabe a proteção do bem ambiental, mas a todas as pessoas, físicas ou 
jurídicas, públicas ou privadas, que devem zelar pela “sadia qualidade de vida das 
gerações”. Esse direito-dever nasce da valorização do ser humano, e o respeito ao 
outro não se limita ao espaço demarcado pelos direitos civis, políticos ou sociais, 
abrangendo todo o seu envolvimento com o meio ambiente e com o futuro. Surge, 
assim, a necessidade de mudança no conceito de alguns institutos jurídicos, como o 
da propriedade, que vem sendo limitada em face da relevância da proteção 
ambiental.22 
 
 
21 FRANCO, Andréa Silveira Santana. A responsabilidade Civil Ambiental do Novo Adquirente de 
Reserva Legal Degradada Ambientalmente. v.2. São Paulo mai/jun. 2007 
22 BORGES, Roxana Cardoso Brasileiro. Função ambiental da propriedade rural. São Paulo: LTr, 
1999,p. 41-42 
21 
 
3 APLICAÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA 
 
Tratando-se de questões ambientais, o ordenamento jurídico 
patrio adota a teoria da responsabilidade civil objetiva, esta tem previsão no Art.14 
§ 1º da Lei 6.938/81 e no Art. 255 da Constituição Federal. A justificativa do 
legislador por ter optado pela teoria objetiva é a importância para o sistema de 
prevenção e repressão aos danos ambientais, garantindo proteção a coletividade. 
Tendo como fundamento a teoria do risco integral, atribuindo a aquele que 
degrada o dever de reparar os danos existentes, os que venham se materializar 
futuramente ou manifestem-se tardiamente. 
 
Diante do empecilho para a utilização da responsabilização civil 
tradicional a incerteza científica, com lacunas e conflitos de entendimentos entre 
os cientistas sobre os efeitos nocivos do dano, faz com que o Brasil disponha de 
um regime especial de responsabilidade civil pelo dano ambiental, editou-se a Lei 
da Política Nacional do Meio Ambiente - Lei n. 6.938/81 – que, em seu artigo 14, § 
1o, estabece a aplicação forçosa do regime da responsabilidade civil objetiva 
pelos danos causados ao meio ambiente. 
 
A responsabilidade civil objetiva aos danos ambientais pode 
assumir duas acepções diferentes. Por um lado, a responsabilidade objetiva tenta 
adequar certos danos ligados aos interesses coletivos ou difusos ao anseio da 
sociedade, tendo em vista que o modelo clássico de responsabilidade não 
conseguia a proteção ambiental efetiva, pois não inibia o degradador ambiental 
com a ameaça da ação ressarcitória. Por outro lado, a responsabilidade objetiva 
visa a socialização do lucro e do dano, considerando que aquele que, mesmo 
desenvolvendo uma atividade lícita, pode gerar perigo, deve responder pelo risco, 
sem a necessidade davítima provar a culpa do agente, desse modo estimula a 
proteção a meio ambiente. 
 
Partindo dessa determinação, quem degrada deve arcar com as 
22 
despesas que seu ato danoso produzir, e não, como querem alguns ,que quem 
paga pode degradar. Tal imposição pretende internalizar no preço as 
externalidades produzidas, o que se denomina custo ambiental. Tal expressão se 
traduz na imperiosidade do sujeito causador do problema ambiental em sustentar 
financeiramente a diminuição ou afastamento do dano. 
Assevera Benjamin que: 
Ao obrigar o poluidor a incorporar nos seus custos o preço da 
degradação que causa – operação que decorre da incorporação das 
externalidades ambientais e da aplicação do princípio poluidor-pagador – 
a responsabilidade civil proporciona o clima político-jurídico necessário à 
operacionalização do princípio da precaução, pois prevenir passa a ser 
menos custoso que reparar. (BENJAMIN, 1998, p. 44) 
 
Dessa forma, distinguem-se no princípio duas esferas básicas: 
busca evitar a ocorrência de dano ambiental, neste caso, trata-se do caráter 
preventivo; e ocorrido o dano, visa a sua reparação, neste caso tendo efeito 
repressivo. 
 
Dentro desse princípio, mais precisamente em seu caráter 
repressivo é que se insere a ideia de responsabilidade civil objetiva pelo dano 
causado ao meio ambiente. 
 
Pertencem à discussão da responsabilidade civil objetiva 
ambiental a teoria do risco proveito e a do risco integral. A primeira atrela o dever 
de indenizar a um proveito obtido pelo agente, ou seja, aquele que obtém lucro 
com uma determinada atividade deve arcar com os prejuízos causados ao meio 
ambiente.Além do que, admite como causa de exclusão ou diminuição da 
responsabilidade o caso fortuito e a força maior, a intervenção de terceiros e, em 
alguns, a licitude da atividade poluidora. 
Já a teoria do risco integral não admite as excludentes da culpa 
da vítima, por força maior e do caso fortuito. O dever de indenizar permanece 
ainda quando o dano seja proveniente, por exemplo, da força maior. Ainda, a 
ilicitude ou não da conduta do agente é irrelevante para a caracterização da 
23 
responsabilidade, porque uma vez provado a causalidade entre a atividade 
exercida e o dano causado, nasce o dever de indenizar.23 
Maria Isabel de Matos Rocha, ensina que: 
Em matéria de direito ambiental a responsabilidade é objetiva, 
orientando-se pela teoria do risco integral, segundo a qual, quem exerce 
uma atividade da qual venha ou pretende fruir um benefício, tem que 
suportar os riscos dos prejuízos causados pela atividade, 
independentemente da culpa. Com sua atividade, ele torna possível a 
ocorrência do dano (potencialmente danosa). Fala-se em risco criado, 
responsabilizando o sujeito pelo fato de desenvolver uma atividade que 
implique em risco para alguém, mesmo que aja dentro mais absoluta 
normalidade. (ROCHA, 2000, p.140). 
De um lado, a teoria do risco proveito apresenta como aspecto 
negativo à redução do campo de atuação do sistema de responsabilidade, porque 
seriam responsáveis apenas aqueles que tiram proveito de uma determinada 
atividade. Por outro lado, o afastamento total de fatores subjetivos para a 
caracterização da responsabilidade civil (teoria do risco integral) é inviável, 
especialmente nos danos ambientais individuais. 
Entretanto, a maioria da doutrina do Direito Ambiental pátrio adere 
à teoria do risco integral, assim como as decisões do Poder Judiciário orientam-se 
neste mesmo sentido. A consequência da teoria do risco integral é a 
desconsideração da licitude do ato degradador e a irrelevância da intenção 
danosa, para assegurar os o ressarcimento dos prejuízos causados ao meio 
ambiente. 
 
23 ROCHA, Maria Isabel de Matos. Reparação de Danos Ambientais. Revista de Direito Ambiental, 
São Paulo, n.19, ano 5,p.128-156, jul/set,2000 
 
24 
4 CONCEITO DE DANO AMBIENTAL 
A conceituação do dano ambiental, bem como o de meio ambiente 
apresenta-se como um obstáculo quase que instransponível para a doutrina. Tal 
dificuldade justifica-se pelo conceito aberto que o legislador constituinte dá ao 
meio ambiente. Tem-se que se apresenta diante de uma situação, de modo que, 
não diferente, o dano ambiental sempre está vinculado ao caso concreto. 
Definir é limitar e o amparo constitucional que se dá ao meio 
ambiente não poderia delimitar o entendimento de dano ambiental, sob pena de 
se omitir quanto a determinadas situações que ainda são pouco pensadas 
socialmente e, consequentemente, no direito. 
O professor Bessa Antunes24 precisa que a noção de dano tinha, 
originariamente, um conteúdo patrimonial por excelência, já que não configurava 
prejuízo a depreciação de um valor de ordem íntima por este não possuir 
conteúdo econômico imediato. Esse jurista ensina que os requisitos de certeza, 
atualidade e subsistência do dano, que são exigidos pela doutrina civilista como 
condições para o ressarcimento, demonstram a falta de propriedade do Direito 
privado em tutelar o bem ambiental, uma vez que as características do dano ao 
meio ambiente não são apropriáveis pelo Direito comum. 
No ordenamento jurídico brasileiro, não encontramos uma 
definição expressa do que seja dano ambiental. Essa ausência de definição legal 
é considerada uma consequência do conceito aberto de meio ambiente, 
ajustável à realidade concreta que se apresente ao interprete.25 
Não obstante o legislador não ter conceituado dano ambiental, 
esclareceu as suas características básicas e o identificou como degradação da 
qualidade ambiental configurando “a alteração adversa das características do 
meio ambiente” em seu art. 3º, inciso II da Lei 6.938/81. A definição de 
degradação ambiental deve ser atrelada à de poluição ambiental, uma vez que o 
 
24 ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 3. ed., rev. e ampl. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 
1999, p. 148 
25 MILARÉ, 2005, p. 734 
25 
legislador faz uma associação entre as mesmas. 
 
Da conexão estabelecida com o dispositivo legal, Leite26 ensina que 
o dano ambiental deve ser toda lesão intolerável ao meio ambiente, de maneira 
direta, enquanto macrobem de interesse da coletividade e, de maneira indireta, 
quando afete interesse pessoal de terceiro e reflita no macrobem; devendo ser 
essa lesão oriunda de qualquer atuação humana, seja ela culposa ou não. 
 
 
26 LEITE, 2003, p. 104 
26 
5 FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE PRIVADA RURAL E A 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO NOVO PROPRIETÁRIO DE IMÓVEL COM 
RESRVA LEGAL 
Neste capítulo, pretende-se, adentrar na questão da função social 
da propriedade privada rural, também chamada de função socioambiental, 
estabelecendo conexão entre esta e a responsabilidade do novo proprietário de 
imóvel que possui reserva legal previamente degradada, abordando o conflito 
existente entre direito de proprieda-de e meio ambiente. 
 
5.1 Função Socioambiental da Propriedade Privada Rural 
A Constituição Federal garante o direito à propriedade, desde que 
cumpra sua função social. 
A função social, certamente, traz, em seu bojo, uma vinculação 
ambiental, que pode ser caracterizada como Função Ambiental (CAVEDON, 2003, 
p. 123). 
Em sentido amplo a função ambiental da propriedade, consiste nos 
deveres atribuídos ao proprietário de utilização adequada dos recursos naturais 
disponíveis e preservação do meio ambiente. 
A concepção de que a propriedade é absoluta caiu por terra quando 
o legislador constituinte incorporou os direitos sociais, difusos e coletivos; tal 
configuração passou a tutelar o interesse social, tornando incompatível a ideia de 
propriedade absoluta e ilimitada. 
Marca-se a exigencia do cumprimento de uma função social, 
conferindo ao proprietário titular um deve-poder. Insere, no ordenamento jurídico, a 
função social comoprincípio geral da atividade econômica em conjunto com a 
defesa ao meio ambiente. 
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, 
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em 
lei, aos seguintes requisitos: 
27 
I – aproveitamento racional e adequado; 
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do 
meio ambiente; 
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos 
trabalhadores. 
 
Pretende a Carta Maior assegurar a todos a existência digna, 
conforme os ditames da Justiça Social. 
 
A propriedade se traduz uma relação de um indivíduo sobre um 
objeto e em tal relação incide a proteção jurídica, que se justifica em decorrência 
do efeito que o direito de propriedade resulta na sociedade, fazendo surgir a 
função social da propriedade. 
 
O direito de propriedade é absoluto, porém, de forma mitigada 
porque, dentre os direitos reais, é o mais completo e porque seu titular pode dispor 
da coisa como bem entender, respeitando, no entanto, as disposições legais, 
possuindo também o caráter erga omnes. 
 
Além dessas características, o direito de propriedade também é 
exclusivo, perpétuo e elástico. A elasticidade dá-se porque o direito de propriedade 
é formado por várias faculdades que podem ser retiradas do titular sem, contudo, 
configurar a perda da propriedade ou descaracterizar o direito. Isso é o que se 
denomina “delimitação do conteúdo do direito de propriedade”, que é feita por lei 
em conformidade com as necessidades da vida em sociedade, tal qual ocorre com 
os demais direitos subjetivos.27 
 
A propriedade individual justifica-se mediante a efetivação da vida 
social fundada no bem-estar coletivo, sendo este um pressuposto para que tal 
direito subjetivo receba proteção legal. E, desta feita, a função social da 
propriedade passa a compor o conceito de direito de propriedade. Então, sob a 
égide da CF de 1988, quando o exercício do direito de propriedade incide sobre 
direitos de terceiros, a lei pode determinar deveres jurídicos, definindo de que 
 
27 BORGES, Roxana Cardoso Brasileiro. Função ambiental da propriedade rural. São Paulo: LTr, 
1999,p. 64-67 
28 
maneira o proprietário deve exercer seu direito de propriedade, aliando seus 
interesses individuais aos interesses coletivos ou difusos dos outros.28 
 
O direito de propriedade sobre os bens ambientais apresenta um teor de 
fruição individual e social, uma vez que existe aqui uma apropriação de certa parcela 
de um bem que é de todos. Sendo assim, segundo o princípio da função 
socioambiental da propriedade, o indivíduo que detiver essa parcela dos recursos 
naturais assume uma responsabilidade perante toda a sociedade no sentido de 
preservar as características ecológicas imprescindíveis à realização do direito ao 
meio ambien-te ecologicamente equilibrado.29 
A função social da propriedade rural está assentado no art. 186 da 
Constituição Federal vigente, estabelece que são deveres do proprietário: 
aproveitamento racional e adequado, utilização adequada dos recursos naturais 
disponíveis e preservação do meio ambiente, observância das disposições que 
regulam as relações de trabalho e exploração que favoreça o bem-estar dos 
proprietários e dos trabalhadores. Esses deveres compõem a função social da 
propriedade rural, sendo imperiosa a presença concomitante de todos eles para 
configurar o que se denomina de função. Percebe-se, então, que o dispositivo 
constitucional encerra, em seu conteúdo, a função ambiental da propriedade entre 
os elementos componentes da função social da propriedade rural quando atribui ao 
proprietário o dever de utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e de 
preservação do meio ambiente.30 
Portanto, conclui-se que é imperioso que a relação entre proprietário e o bem 
ambiental, que está inserido em seu imóvel, permeie a função socioambiental da 
propriedade, tornando responsável todo aquele que tiver domínio e posse de uma 
área de tamanha importância para “a sadia qualidade de vida”. 
 
 
28 FRANCO, Andréa Silveira Santana. A responsabilidade Civil Ambiental do Novo Adquirente de 
Reserva Legal Degradada Ambientalmente. v.2. São Paulo mai/jun. 2007. 
29 DERANI, Cristiane. A propriedade na constituição de 1988 e o conteúdo da “função social”. Revista 
de Direito Ambiental. São Paulo, RT, v. 7, n.27, jun/set. 2002, p. 66-67 
30 BORGES, op. cit., p. 109 
29 
5.2 Responsabilidade Civil Ambiental do Novo Proprietário de Imóvel com 
Reserva Legal 
 
O proprietário de reserva legal é obrigado a respeitar a vocação natural da 
terra, permitindo a manutenção do potencial produtivo da propriedade, como 
também deve respeitar as características próprias do meio ambiente e de seus 
recursos naturais (em qualidade e quantidade) objetivando garantir um meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, viabilizando, assim, a saúde e a qualidade de 
vida do ser humano.31 
Essa garantia de um meio ambiente equilibrado em favor da sociedade 
traduz-se em fonte de obrigação, devido o caráter social da propriedade, sendo 
remetida ao instituto da obrigação propter rem pela existência de uma situação 
jurídica e não da vontade direta do proprietário. As obrigações derivadas da 
disciplina ambiental na propriedade aderem ao domínio do bem, e inclui, no rol de 
tais obrigações, as de manutenção de reserva legal, de preservação e recomposição 
de áreas de preservação permanente, e, principalmente, a obrigação de manter a 
propriedade livre de fatores capazes de gerar riscos e prejuízos ao bem ambiental.32 
Inserido nesse cenário, surge a figura do novo proprietário de um imóvel, que 
foi degradado antes mesmo da aquisição desse bem, e a obrigação de suportar a 
reparação do dano ambiental por parte dele. Com base na responsabilidade civil 
ambiental definida pelo legislador e na função socioambiental da propriedade, o 
novo proprietário, ainda que não tenha contribuído para o dano, responde, 
solidariamente, com o verdadeiro agressor, podendo recorrer ao direito de regresso 
posteriormente.33 
Tal obrigação, de fato, se vincula mais à coisa do que à pessoa propriamente, 
e acompanha o bem, independente do proprietário ser substituído. 
 
 
31 BORGES, 1999, p. 112 
32 SALLES, Carlos Alberto de. Propriedade imobiliária e obrigações propter rem pela recuperação 
ambiental do solo degradado. Revista de Direito Ambiental. São Paulo, RT, v. 9, n.31, abr/jun. 2004, 
p. 9-16 
33 MILARÉ, 2005, p. 839 
30 
Nesse contexto, o adquirente responderá solidariamente com o autor direto 
do dano e, caso não seja possível identificar quem deu causa à lesão, ele 
responderá sozinho; isto porque a obrigação de preservar o ambiente está atrelada 
à função social da propriedade, que integra, juntamente com o direito subjetivo, o 
conteúdo do direito de propriedade, sendo, pois, transmitido ao novo dono.34 
Não é demais lembrar que o nexo de causalidade, pressuposto da 
responsabilidade civil, é relativizado em virtude da dificuldade de se provar tal liame 
em matéria ambiental, devendo ser priorizado a recuperação do bem violado em 
razão da sua imensa importância para a humanidade e para o meio ambiente; não 
podendo, portanto, retirar o valor de princípios importantíssimos como o da 
prevenção, o da precaução, o do poluidor-pagador e da função social da 
propriedade o que, caso contrário, poderá conduzir ao agravamento fatal da 
qualidade ambiental nas áreas especialmente protegidas.35 
De fato, parece mais que razoável a possibilidade de atribuir responsabilidade 
ao novo proprietário pelos danos causados ao meio ambiente, ainda que o antigo 
proprietário tenha dado causa à lesão, já que a obrigação de propriedadetem 
natureza propter rem, e o simples ato de perpetuar o dano enseja o ilícito, devendo 
o adquirente promover a recuperação e utilizar o seu direito de regresso contra 
quem lhe transferiu o imóvel. Esse entendimento será confirmado pelas diversas 
decisões dos Tribunais ao analisarem demandas que tenham como objeto a 
reparação do dano ambiental perpetrado contra áreas especialmente protegidas, em 
razão da função socioambiental da propriedade que é meio necessário para 
restringir, sem, contudo, esvaziar o conteúdo econômico da propriedade em prol de 
um bem fundamental que é o meio ambiente ecologicamente equilibrado 
 
 
34 STEIGLEDER, 2003, p. 228-230 
35 Idem, op. cit., p. 233 
31 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Sabendo que os recursos naturais são finitos, é necessário conscientizar a 
sociedade de que o desenvolvimento não pode seguir de maneira desordenada, 
como era até o fim do século XIX. 
Desta forma, verificou-se que o marco inicial do direito ambiental no 
ordenamento jurídico pátrio, se deu com a participação do Brasil na conferência 
promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1972. Posteriormente, 
fora promulgada a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81), 
conferindo autonomia ao direito ambiental; referido direito ganhou tutela 
constitucional com o advento da Magna Carta de 1988, que recepcionou a lei 
anterior a sua edição. 
Na Constituição vigente, há um capítulo específico tratando da proteção ao 
meio ambiente, bem como previsão em outros artigos, que dispõe sobre as 
obrigações da sociedade e do Estado brasileiro. 
Demonstra-se ao longo do trabalho que o instituto da responsabilidade civil no 
âmbito do direito ambiental sofreu uma importante modificação. O que antes era 
aplicada de maneira subjetiva quando da ocorrência de danos ambientais, exiginto 
comprovação de culpa do agente, para então o compelir a reparar o dano que 
causou, moustrou-se ineficaz ; visto que havia grande dificuldade em comprovar a 
cupa do sujeito. 
Foi então que a doutrina, a legislação e a jurisprudência passarm a adotar a 
responsabilidade objetiva, com a finalidade de responsabilizar o sujeito causador de 
dano ambiental independentemente da comprovação de sua culpa. 
Cabe aqui ressaltar que a responsabilidade civil ambiental é objetiva por ter 
fundamento na teoria do risco integral, sendo este, um mecanismo de proteção 
adotado pelo legislador brasileiro. 
No tocante as questões ambientais, dada sua complexidade e relevância, o 
32 
direito de propriedade jamais se afasta do princípio da função social da propriedade, 
determinando que, aquele que detém a propriedade é obrigado a buscar o bem-
estar social, de modo que seu direito a propriedade deixa de ser absoluto e torna-se 
subjetivo. 
Nesse cenário, surge o novo proprietário, onde a reserva legal existente em 
seu imóvel foi preteritamente degradada. A ele caberá responsabilização na foma 
objetiva, fundada na teoria do risco integral, devendo o mesmo, ainda que não tenha 
dado causa ao dano, promover a recuperação e utilizar seu direito de regresso 
contra quem de direito. 
 
33 
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