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PRIMEIROS SOCORROS
Histórico
Início em 1966 nos EUA, quando foi publicado um estudo a respeito dos índices estatísticos de vítimas de trauma atendidos de forma inadequada.
 Relacionados aos aspectos legais, ninguém é obrigado a praticar alguma ação, a menos que exista uma lei que determine.
 É uma obrigação legal nas seguintes condições listadas a seguir:
Quando a função profissional exige, ou seja, naquelas profissões em que está implícita a prestação de socorro a vítimas de acidente. Exemplo: bombeiros, salva-vidas. 
 Quando preexiste responsabilidade intrínseca, ou seja, no caso de haver relação de responsabilidade entre duas pessoas. Exemplo: pai ou mãe que presencie um filho sofrendo acidente, motorista de táxi cujo passageiro sofra ataque cardíaco.
Iniciado o atendimento de socorro, a pessoa não pode interrompê-lo. A responsabilidade com o socorro prestado pode ser questionada, se o socorrista falha ao agir.
Verificando Funções Vitais
As informações sobre as funções vitais podem ser obtidas através dos sinais vitais (temperatura, pulso, respiração e pressão arterial) e dos sinais de apoio (pupilas, cor e umidade da pele, nível de consciência e motilidade e sensibilidade do corpo). 
Temperatura normal oscila entre 36,5 e 37,5 graus.
 Pulso: 130 a 140 batimentos no recém nascido, 100 a 120 na criança, 60 a 100 no adulto e 60 a 70 batimentos no idoso.
Respiração: normal varia entre 40 a 60 movimentos respiratórios no recém nascido, 20 a 26 na criança,16 a 20 no adulto,14 a 18 no idoso
 Pupilas: em situação normal, quando há pouca ou nenhuma luz a pupila se dilata (midríase), e quando há muita luminosidade a pupila se contrai (miose). Essa reação recebe o nome de fotorreatividade pupilar.
Cor e umidade da pele - em situações anormais, a pele pode se apresentar: 
· Azulada (cianose) como no caso da PCR, asfixia ou exposição ao frio. 
· Pálida em casos de hemorragias, estado de choque, PCR prolongada ou mesmo tensão emocional. 
· Avermelhada (hiperemiada) em caso de febre, queimaduras de primeiro grau ou traumatismos. 
· Fria, úmida e pegajosa no caso de estado de choque
Nível de consciência considerado normal é aquele em que a pessoa percebe normalmente o ambiente que a cerca, com todos os sentidos mantidos e responde aos estímulos verbais, motores e sensoriais. 
Vale lembrar que em situação de estresse a pessoa pode apresentar sinais de apreensão excessiva, olhar assustado, face contraída e medo, estando, portanto, com seu estado de lucidez alterado.
Hemorragia
Hemorragia é a perda de sangue proveniente da ruptura de um vaso sanguíneo. Do ponto de vista clínico, será classificada como:
 Interna - aquela produzida dentro dos tecidos ou cavidades naturais. 
Externa – aquela cuja perda de sangue ocorre para o exterior do organismo.
Grandes hemorragias são emergências graves que ameaçam a vida, a curto prazo, portanto devem ser tratadas com a máxima prioridade. O coração, os vasos sanguíneos e o sangue compõem um sistema fechado, imprescindível à vida. Uma grave alteração nesse sistema pode provocar a morte da vítima. 
 A hemorragia externa, muitas vezes, será de fácil visualização.
Feridas
Uma ferida é uma interrupção na continuidade de um tecido corpóreo. Tal interrupção pode ser provocada por algum trauma, ou ainda ser desencadeada por uma afecção que acione as defesas do organismo. São classificadas quanto à:
 Profundidade, complexidade, ao formato e agente causador de ferida traumática, ao formato e agente causador de ferida não traumática. 
Trauma raquimedular (TRM)
Lesão da coluna vertebral ou medula espinhal. A coluna cervical é o local mais comum de TRM. As causas mais comuns de TRM são:
· Quedas. 
· Mergulho em água rasa.
· Acidentes de motocicleta e automóvel. 
· Esportes. 
· Acidentes por arma de fogo.
A coluna tem a função de sustentar o corpo e proteger no seu interior a medula espinhal, que liga o cérebro aos órgãos através de nervos. 10% das lesões medulares ocorrem por manipulação incorreta das vítimas de trauma, por socorristas ou pessoal não habilitado. 
Lembre-se que 17% dos pacientes com lesões de coluna foram encontrados andando na cena do trauma ou foram ao hospital por seus próprios meios sempre imobilize.
Crise convulsiva
Distúrbio que ocorre no cérebro, podendo ocasionar contrações involuntárias da musculatura, provocando movimentos desordenados e perda da consciência. Causas: 
· Acidentes com traumatismo de crânio. 
· Febre alta. 
· Alcoolismo. 
· Sinais e Sintomas: Agitação psicomotora - fica retraída e começa a se debater violentamente. 
· Espasmos musculares (contrações).
Como socorrer: 
 Deite a vítima no chão e afaste tudo que estiver ao seu redor que possa machucála. Torne o ambiente calmo afastando os curiosos. 
Proteger a vítima contra os traumatismos, amortecendo a cabeça com almofadas ou casacos ou ainda com as mãos.
 Lateralizar a cabeça para que a saliva escorra, evitando com isso que venha a se afogar (asfixiar).
Afogamentos
É a asfixia provocada pela imersão prolongada do organismo em um meio líquido que chega a inundar o sistema respiratório. Isso ocorre porque a troca de oxigênio e gás carbônico é prejudicada. 
Representa, no mundo, a segunda causa de morte por acidente, na faixa de 1 a 25 anos de idade.
Sinais e Sintomas: 
· Agitação. 
· Dificuldade respiratória. 
· Inconsciência.
· Parada respiratória. 
· Parada cardíaca.
Politraumatizado
“Indivíduo que apresenta ferimentos de pelo menos duas regiões do corpo, que exigiriam cada um deles, um tratamento hospitalar”. 
O politraumatizado é o mais grave doente do serviço de emergência, o mais oneroso para o hospital e requer para o seu atendimento adequado uma equipe multiprofissional treinada. 
A mortalidade aumenta com o número de ferimentos (5 ferimentos, 50% sobrevivem).
Ruptura de fígado (30% mortalidade). As combinações mais frequentes são lesões de crânio e tórax: 
É considerada uma doença grave e também um sério problema social. 
É a principal causa de morte na faixa etária nos adultos jovens (até 45 anos), perdendo somente para as doenças cardíacas e o câncer.
A primeira hora é considerada a hora de ouro para o atendimento do traumatizado, uma vez que os doentes que recebem cuidados adequados neste período têm maior taxa de sobrevida quando comparados aqueles tratados tardiamente.
Traumatismos abdominal, torácico e cranioencefálico
O trauma é definido como um conjunto de perturbações causadas subitamente por um agente físico, de etiologia, natureza e extensão muito variadas.
As lesões traumáticas geralmente ocorrem em obediência a padrões previsíveis e são, portanto, passíveis de prevenção. Por exemplo, os acidentes automobilísticos.
Os traumatismos são as urgências e emergências mais frequentes e de maior envolvimento da área da saúde.
O traumatismo abdominal é responsável por um grande número de mortes, muitas vezes evitáveis. A cavidade intraperitoneal, abdome, juntamente com a cavidade torácica e com o espaço retroperitoneal, são os locais do organismo que comportam sangramentos, podendo levar a choque hemorrágico se não detectados a tempo.
Geralmente é caracterizado por ferimentos de arma de fogo (FAF) ou arma branca (FAB). Os traumatismos penetrantes são sérios, e muitas vezes necessitam de cirurgia. A velocidade com que o projétil (bala) penetra no corpo determina o grau de dano e lesão no tecido e no órgão envolvido. Geralmente afetam o peritônio, deixando uma comunicação da cavidade abdominal com o meio externo, porém não ocorre lesão visceral.
O que fazer fora do ambiente hospitalar: 
· Pedir para alguém chamar socorro médico, enquanto atender a vítima. 
· Manter a vítima deitada. 
· Avaliar o local da lesão, observando dano tecidual e sangramento. 
· Conversar com a vítima, avaliando seu estado de consciência.
· Orientar e informar quanto ao seu estado e comunicar que já chamou socorro médico, o que vai tranquilizá-la.
· Afrouxar as roupas.
Traumatismo torácico
O trauma torácico também pode ser caracterizado por ferimentos penetrantes ou contusos, como no traumatismo intraabdominal.Também são graves e afetam a respiração normal do indivíduo. 
O traumatismo de tórax está dividido em lesões que implicam em risco imediato à vítima, e são avaliadas no exame primário, e em lesões que implicam em risco potencial à vítima, e são avaliadas no exame secundário.
Quanto ao agente causador: FAF, FAB ou acidentes automobilísticos.
Quanto à manifestação clínica: pneumotórax, hemotórax ou tamponamento cardíaco, com lesão de grandes vasos. Lesões específicas: 
Contusão pulmonar, sendo a principal causa o impacto direto. Está ligada a lesões da parede torácica.
O que fazer fora do ambiente hospitalar: 
Pedir para alguém chamar o socorro médico enquanto estiver atendendo a vítima. 
Fazer uma rápida avaliação do que aconteceu, como a vítima se feriu. 
Manter a vítima deitada com a cabeça pouco elevada, para que a respiração seja eficiente, ou seja, manter as vias aéreas superiores livres.
Traumatismo crânio encefálico
O cérebro é protegido por uma caixa óssea, o crânio: 
Este é o órgão mais nobre e sensível do corpo humano e também o que apresenta menor chance de recuperação, quando lesado. 
Ele possui diversas artérias e veias, as quais podem se romper no trauma.
Como o crânio (parte óssea) é rígido e o cérebro mais macio, uma hemorragia irá gerar um hematoma, que por sua vez irá crescer comprimindo o cérebro, o que certamente trará lesões neurológicas. 
Algumas vezes nem há sangramento, apenas o "balançar" do cérebro dentro da caixa craniana é o bastante para fazê-lo inchar e comprimir a ele próprio.
O que fazer? 
· Peça ajuda em caráter de emergência. 
· Tente acalmar a vítima, se ela estiver consciente. 
· Pense na possibilidade de fratura no pescoço antes de movimentar a vítima. 
· Mantenha a vítima deitada e aquecida. 
· Cuide dos demais ferimentos.
Fraturas
Fratura é a perda de solução de continuidade de um osso ou cartilagem. 
Há dois tipos de fratura: a fechada ou interna, quando o osso se quebra mas a pele não é perfurada; e a exposta ou aberta, quando o osso está quebrado e a pele é rompida. 
Dor intensa e impossibilidade de movimentar a região são os principais sinais de fratura
Como proceder.
Imobilize o local da fratura e as articulações próximas, acima e abaixo da fratura; improvise telas com o material que estiver à mão: papelão, cabo de enxada, galhos de árvore etc.; transporte o acidentado para um Hospital. 
Deve-se desconfiar de fratura sempre que a parte suspeita não possua aparência ou função normais ou quando haja dor no local atingido, incapacidade de movimentar o membro, posição anormal do mesmo ou, ainda, sensação de atrito no local suspeito.
Cuidados com queimaduras
Causas comuns: 
Escaldadura (queimadura por líquidos quentes) - é a principal causa em menores de 5 anos. 
Contato com fogo e objetos quentes – as queimaduras por chamas são mais graves, atingem maior extensão e profundidade da pele. O álcool é um importante agente causador.
Cuidados com queimaduras
Queimadura provocada por substâncias químicas – a ingestão de soda cáustica continua sendo a maior fonte de queimaduras químicas em crianças. As pequenas pilhas, as baterias de relógios e de aparelhos eletrônicos representam perigo por possuir conteúdo corrosivo.
Queimadura por exposição à eletricidade – os acidentes por fios e aparelhos elétricos acometem mais as crianças menores de 5 anos. Também são vítimas os adolescentes que ao empinar ou retirar pipas da rede elétrica têm contato com fios de alta tensão.
Exposição excessiva ao sol
Classificação das queimaduras
As queimaduras são classificadas em primeiro, segundo e terceiro graus dependendo da profundidade do dano provocado na pele. Quaisquer dos acidentes acima mencionados podem provocar diferentes graus de gravidade.
Cuidados com queimaduras
Primeiro grau: 
Atinge a camada superficial da pele, que fica vermelha, quente e dolorosa, mas não forma bolhas. Ocorre por exemplo quando a pessoa fica exposta ao sol por períodos prolongados. 
A cura espontânea ocorre em 3 a 6 dias, sem deixar cicatrizes.
Segundo grau: 
Atinge mais profundamente a pele, que se apresenta dolorosa, vermelha e com bolhas. O edema (inchaço) e a dor são importantes. É comumente observada nas queimaduras por líquidos quentes. 
A evolução depende da gravidade das lesões: quando menos profundas, a cura pode ocorrer em cerca de duas semanas sem deixar cicatrizes ou com cicatrizes discretas. As mais profundas demoram várias semanas e podem resultar em cicatrizes significativas.
Terceiro grau: 
Todas as camadas da pele são lesadas. A ferida é seca, brancacenta ou marrom, e a dor é menos intensa devido aos danos nos nervos. Observada frequentemente nas queimaduras por chama, nas queimaduras químicas e elétricas. 
O tratamento é complexo, exigindo cirurgia plástica reparadora com enxerto de pele.
O que fazer:
Todas as queimaduras devem ser tratadas de forma imediata para reduzir a temperatura da área queimada e o dano da pele e tecidos subjacentes. Busque atendimento médico imediato se: 
A queimadura for considerada de segundo ou terceiro graus. 
Se a área queimada é grande, mesmo que a queimadura não pareça grave, ou sempre que a queimadura parecer cobrir mais de 15 a 20% do corpo.
A queimadura for provocada por fogo, corrente elétrica ou substância química. 
A queimadura é no rosto, couro cabeludo, articulações ou genitais. 
A queimadura parece estar infectada (inchada, com pus, cada vez mais roxa ou com linhas roxas na pele que rodeiam a ferida).
Primeiros cuidados
Até que se tenha acesso ao atendimento médico siga as seguintes orientações: 
Retire a roupa que cobre a área queimada. Se a roupa estiver grudada na área queimada lave a região até que o tecido possa ser retirado delicadamente sem aumentar a lesão. Se continuar aderido à pele, o tecido deve ser cortado ao redor do ferimento. 
Remova anéis, pulseiras e colares, pois o edema se desenvolve rapidamente.

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