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RESUMÃO - PARA ESTUDO PSICO

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INTRODUÇÃO - HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE
INTRODUÇÃO: “... a psicomotricidade é uma técnica em que se cruzam e se encontram múltiplos pontos de vista, e que utiliza as aquisições de numerosas ciências constituídas (biologia, psicologia, psicanálise, sociologia e linguistica)” COSTE, 1992.
A partir desta breve introdução, podemos entender que a psicomotricidade é uma ciência complexa cuja compreensão não deve ser reduzida apenas à relação corpo-mente, mas sim, da constituição de outras ciências que contribuem significativamente para que a psicomotricidade humana seja estudada em todas as dimensões.
HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE: COSTE relata que a história da psicomotricidade é curta, afirma que o termo apareceu no discurso médico em princípios deste século, com trabalhos de Dupré e segue relatando que a história da psicomotricidade nasceu com a história do corpo, num longo percurso marcado às vezes por cortes revolucionários e reformulações decisivas, que culminariam em nossas concepções modernas, e permitiriam compreendê-las.
· FONSECA segue dizendo que o corpo é, de certo modo, negligenciado em função do espírito. 
· DESCARTE considera o corpo como objeto e fragmento do espaço visível separado do “sujeito conhecedor”. 
· PLATÃO para ele o corpo é o lugar de transição da existência no mundo de uma alma imortal. Platão considerava a alma puramente imaterial, pertencente à totalidade metafísica e nela se reintegra quando morre o corpo. Para o filósofo o homem é alma e corpo, mas é a alma que domina. 
· Aristóteles entendeu o homem como certa quantidade de matéria, que é o corpo, moldada numa forma, a alma. Discursando sobre a alma, o filósofo empreendeu, por outro lado, uma tarefa que durante muito tempo perseguiu os psicólogos.  
· Charcot (1825-1893) primeiro psiquiatra do mundo,  fez experimento sobre o fenômeno do “membro fantasma” que é quando um indivíduo amputado conserva a impressão da existência do membro que perdeu. Charcot negligenciou o aspecto imaginário, inconsciente, da imagem corporal, por falta de conceitos necessários. 
· Freud percebeu de que o ser humano é constituído pelo conjunto de elementos da sua “pré-história” e, sobretudo, de incidentes de toda a ordem que pontuaram as suas relações com o meio circundante dos primeiros tempos da infância (a mãe e o pai).
· Henri Wallon (1879-1962) considerado o pioneiro da psicomotricidade. Com seu trabalho mostrou que todas as emoções estão ligadas, ao mesmo tempo, certo comportamento tônico, certas transformações características das atitudes e reações musculares e viscerais, e procurou formular as leis dessa inter-relação. Para Wallon, o movimento é a única expressão e o primeiro instrumento do psiquismo. O alcance desta dimensão do movimento e do corpo da criança permite a este célebre autor francês apresentar uma concepção original da evolução mental.
Conceito de psicomotricidade:
           Psicomotricidade se conceitua como ciência da Saúde e da Educação. Ela visa à representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo.
Com Bonnier (1833) aparece a ideia de uma representação topográfica do corpo: o primeiro esquema cujas alterações patológicas determinam o surgimento de certos distúrbios. A Asquematia é a perda dessa percepção topológica do corpo; a parasquematia é a confusão de diferentes regiões do corpo ou a representação de partes do corpo que não existe. 
            Essa representação local será ainda mais espacializada por Pick (1908) Alemanha que “propôs a noção de “imagem espacial do corpo”, estabelecendo uma relação entre sensações percebidas no corpo e as representações visuais deste, o que permite avaliar a localização das estimulações. A imagem espacial do corpo favorece a orientação do próprio corpo no espaço”.
            Ainda no mesmo autor encontramos que Head introduziu a noção de esquema postural na origem do conceito de esquema corporal, distinguindo três tipos de esquemas:
· Esquemas posturais – apreciação do tono postural e da posição (das partes) do corpo no espaço;
· Esquemas de superfície do corpo – localização das estimulações periféricas;
· Esquemas temporais – afastamento temporal das diferentes estimulações percebida.
· O esquema postural de Head designa a imagem tridimensional do corpo.
            De acordo com WALLON “o esquema corporal é um elemento básico indispensável para a formação da personalidade da criança. É a representação relativamente global, científica e diferenciada que a criança tem de seu próprio corpo”. A criança percebe-se e percebe os seres e as coisas que a cercam, em função de sua pessoa. Sentir-se-á bem, na medida em que seu corpo lhe obedece já que pode utilizá-lo para movimentar-se e agir.
 
Etapas do desenvolvimento corporal:
· O corpo vivido: o objetivo é levar a criança a dominar seus movimentos e a perceber seu corpo globalmente, constituindo um todo.
· Conhecimento das partes do corpo: Após a percepção global do corpo o momento é de consciência de cada segmento corporal, de forma interna (sentindo cada parte do corpo) e externa (vendo cada segmento em um espelho, em outra criança ou em uma figura).
· Orientação espaço-corporal: em seguida a criança passa: 1. a um trabalho sensorial mais elaborado; 2. a associação dos componentes corporais aos diversos objetos da vida cotidiana; a um conhecimento analítico do espaço dos gestos (diferentes posições que fazemos cada parte do corpo tomar).
· Organização espaço-corporal: etapa em que a criança pode exercitar todas as suas possibilidades corporais, conhecendo as partes do corpo, a disposição e as posições.
Ela vai movimenta-se de maneira analítica: domínio corporal através de exercícios de coordenação, equilíbrio, inibição, destreza e, de maneira sintética: por um lado prevendo e adaptando seus movimentos ao objetivo a ser alcançado; por outro lado expressando por intermédio de seu corpo uma ação, um sentimento, uma emoção.
 
· Lateralidade: “Uma criança cuja lateralidade não” está bem definida encontra problemas de ordem espacial, não percebe diferença entre seu lado dominante e o outro lado, não distingue a diferença entre a esquerda e a direita é incapaz de seguir a direção gráfica (leitura começando pela esquerda). 
Dominância lateral: 
Em nível dos membros inferiores- ex.: o pé escolhido pela criança para chutar uma bola é o dominante.
Em nível dos membros superiores – ex.: observa-se qual a mão utilizada pela criança para fazer diversos gestos
Do ponto de vista da força – ex.: levantar uma cadeira.
Do ponto de vista da precisão: ex.: recortar papel com tesoura.
Em nível dos olhos – observa-se a criança usando uma máquina fotográfica, por exemplo.
Lateralidade homogênea – ser destra ou não do olho da mão e do pé.
Lateralidade cruzada – ex.: destra da mão e do olho, canhota do pé.
Ambidestra – força e destreza tanto do lado esquerdo quanto do lado direito.
Não usar os termos “esquerda” e “direita” sem que a lateralidade esteja definida.
Estruturação espacial: parte integrante de nossa vida; associação de três elementos fundamentais da psicomotricidade: corpo – espaço – tempo.
Consciência da situação do corpo em um meio ambiente;
Consciência da situação das coisas entre si;
Possibilidade de organizar-se perante o mundo que o cerca, de organizar as coisas entre si, colocá-las em um lugar, de movimentá-las.
Etapas da estruturação espacial:
Conhecimento das noções: deslocamento da criança em seu “espaço” habitual; percepção de formas grandeza e quantidade.
Orientação espacial: orientar-se em relação a ir para frente, para a direita, para o lado, etc.
Organização espacial: engloba as anteriores e faz com que a criança disponha somente do espaço oferecido.
Compreensão das relações espaciais: baseia-se unicamente no raciocínio a partir de situações espaciais precisas.
 
Orientação temporal – capacidade de situar-se em função:
Sucessão de acontecimentos: antes, após, durante.
Duração dos intervalos: tempo longo, tempo curto
Renovação cíclica: dias da semana, meses, etc.
Irreversibilidadedo tempo: o que passou não volta.
.
Etapas da orientação temporal:
Ordem e sucessão: trata-se de perceber e memorizar, exemplo: o que se passa antes, depois, agora...
Duração dos intervalos: a criança deve perceber o que passa depressa, o que dura muito tempo, as noções de tempo decorrido, a diferença entre uma hora e um dia, etc.
Renovação cíclica de certos períodos: associação de determinadas atividades ou material a um dia da semana, por ex. Aqui é introduzida a questão: “quando?”.
Ritmo: “O ritmo abrange a noção de ordem, de sucessão, de duração, de alternância; é por essa razão que lhe consagramos uma etapa inteira à parte”. Inicialmente, a criança apresenta um ritmo espontâneo em deslocamentos livres. Gradativamente a levamos a acompanhar um ritmo de uma música, por exemplo.
EDUCAÇÃO PSICOMOTORA REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA
Educação psicomotora: abrange todas as aprendizagens da criança, individual ou coletivamente, sendo indispensável na aprendizagem escolar devendo ser iniciada na escola maternal. Deve ser realiza-se em todos os momentos da vida da criança. É importante ensinar os gestos necessários para a criança, demonstrando várias vezes e em seguida, convidá-la a fazer sozinha. 
Os exercícios psicomotores têm por finalidade fazer com que adquiram uma noção corporal ou espacial bem precisa. 
Os pais são os primeiros educadores no dia-a dia da criança. Ao deixar enfrentar situações corriqueiras, permite-se que ela encontre por si mesma, soluções que facilitem suas atividades. As professoras do maternal estão no primeiro plano da educação psicomotora. Mas são os professores de primeiro grau são levados a verificar os conhecimentos psicomotores de seus alunos. Os jogos psicomotores são importantes para isso.
Reeducação psicomotora: De acordo com MEUR embora não exista uma “escala de idades” real, há algumas indicações que podem ser seguidas:
A reeducação pode começar em idade que varia entre 18 e 24 meses para crianças que apresentam atraso motor, grande déficit motor ou bloqueio afetivo. No caso, será mais educação do que reeducação, mas deve ser orientada de acordo com o modelo de reeducação, já que se trata de “dificuldades psicomotoras”.
Problemas de esquema corporal e de estruturação espacial trabalha-se com crianças de aproximadamente 5 anos.
É relativamente fácil fazer com que uma criança bem nova adquira as estruturas motoras ou intelectuaiscorretas;
É urgente, principalmente para os problemas afetivos; quanto mais o tempo passa, mais a criança se bloqueia, sente-se mais angustiada.
A idade de 6 anos é a mais comum para as reeducações.
Na 1ª série o professor constata com mais segurança as deficiências de organização espacial ou temporal da criança, sua lentidão no trabalho, a falta de concentração.
As idades citadas pelos autores são as “ideais” para o início de uma reeducação, mas afirmam que é frequente reeducar crianças com mais idade, às vezes até jovens de 16 ou 17 anos. Deve-se este fato à negligência dos pais ou educadores que deixam as dificuldades se acumularem, inclusive com reprovações, e não compreende que o problema está na própria base das aprendizagens ou por não estarem convencidos da necessidade de uma reeducação.
As relações do terapeuta e da família: dessas relações depende, em grande parte, o êxito da reeducação. E depende, em primeiro lugar, a decisão do terapeuta de aceitar o paciente. O mesmo autor afirma que a família só encaminha seu filho quando, por algum motivo, fracassou em seu papel educativo. 
“Segundo o ponto de vista da psicanalista Maud Mannoni, o corpo da criança é como o sintoma das relações familiares e dos problemas dos pais: “A criança serve à mãe, ou é esta que serve aquela, de modo por vezes bem sutil e inconsciente, apesar da fachada de aparência desinteressada. Ela quer, ela espera, ela exige, se for necessário, que o comportamento da criança esteja em conformidade com o que espera desta... A mãe quer a perfeição em tudo” COSTE (1978 p.78).
A reeducação psicomotora é essencial para melhorar as coordenadas espaço temporais, diretamente ligadas com a capacidade de estruturar a escrita com uma adequada percepção.
 O terapeuta pode lançar mão da utilização de exercícios de desenvolvimento espacial, como por exemplo, reconhecimento das coordenadas esquerda e direita no próprio corpo, noções em duas dimensões e posteriormente agregar exercícios tridimensionais. Outra abordagem terapêutica é empregar exercícios de estruturação rítmica temporal, por meio da combinação de atividades motoras com atividades rítmicas, por exemplo, caminhar dando uma palmada a cada passo, adicionar instrumentos musicais as tarefas e posteriormente  fazer com que a criança responda a um ritmo previamente marcado.
 
 Aspectos técnicos da reeducação
Reestruturação do esquema corporal: só será possível se for permitido à criança o acesso a um imaginário rico e fértil do corpo, tanto pelo terapeuta quanto pelo meio familiar. É necessário adaptar a conduta terapêutica à personalidade da criança, a fim de acompanhar em direção a rumos mais satisfatórios, no tocante a personalidade.
            COSTE (1978) destaca algumas etapas como pontos de referencias, mas informa que não têm caráter rígido, imutável e universal:
Investigação do corpo próprio – 1º estágio da reeducação do esquema corporal. Faz-se por: designação, manipulação (contato corporal), e utilização de partes do corpo. Após a criança identificar todas as partes do corpo, deve situá-lo no espaço e em face de outros.
Reconhecimento do corpo – reconhecer ao mesmo tempo o seu corpo e o corpo do outro De acordo com COSTE (1978, p.81) nesta etapa, a relação corporal com o terapeuta é de uma importância primordial. Ela coloca o corpo e o do outro em situação específica, utilizando certo material.
Integração do esquema corporal – permitir à criança o investimento, em toda e qualquer situação, desse esquema. Pode distinguir-se em dois níveis: o da ação e o da representação mental, passando pela simbolização.
“A estruturação do esquema corporal é fundamental em todas as reeducações que envolvem as funções motoras: coordenação, lateralização, equilíbrio e deslocamento” COSTE 1978, p83
Reeducação da estruturação espaço-temporal:
“A estruturação espaço-temporal constitui uma “forma” abstrata que a criança vai integrando progressivamente: ela é um resultado. Por isso, depende da qualidade das relações que a criança mantém com seu círculo familiar e o seu meio” COSTE (1978, p83).
Expressão corporal e relaxação: a relaxação, segundo Dupré apud Coste (1978 p.86) é o inverso da motricidade.
Tono de repouso, ou tono residual ou tono de fundo é de acordo com Wallon, a substancia do movimento, pode encontrar entre os dois limites constituídos pela hipertonia e a hipotonia, um equilíbrio que favorecerá a desenvoltura gestual.
Princípios básicos da relaxação: COSTE 1978 p.88, define relaxação como: “é uma psicoterapia que, pela descontração das diferentes partes do corpo e sua unificação, tem por finalidade reduzir as tensões psíquicas”.De acordo com o mesmo autor, o objetivo prioritário da relaxação é, menos a reducação do tono do que sua educação, devendo cada um encontrar seu modo de comportamento tônico ótimo. Após a relaxação o hipotenso e o hipertenso reencontram-se para atingir um ponto de equilíbrio. (p.88)
Fundamentação psicomotora –
Tonicidade: é o alicerce fundamental na organização da psicomotricidade. “Abrange todos os músculos responsáveis pelas funções biológicas e psicológicas, além de toda e qualquer forma de relação e comunicação não-verbal, tendo como característica essencial o seu baixo nível energético, que permite ao ser humano manter-se em pé por grandes períodos de tempo sem a manifestação de sinais de fadiga
Criança hipotônica: Mais extensível; mais calma nas atividades;o desenvolvimento postural, normalmente é mais lento que o das crianças hipertônicas; a predisposição motora está centrada mais frequentemente na preensão e nas praxias finas e, consequentemente, as atividades mentais surgem mais elaboradas,reflexivas e controladas. Mais frequente no sexo feminino.
Criança hipertônica: menos extensível; mais ativa; o desenvolvimento postural mais precoce; maior predisposição para a marcha e exploração do espaço; atividades mentais mais impulsivas, dinâmicas e por isso, mais descoordenadas e inadequadas. Mais característico do sexo masculino.
Equilibração – “A equilibração reúne um conjunto de aptidões estáticas e dinâmicas, abrangendo o controle postural e o desenvolvimento das aquisições de locomoção”. 
“A equilibração traduz a exclusividade da postura bípede humana de onde partem orientações extrabiológicas únicas e peculiares. A complexa integração sensorial que está na base da equilibração é especificamente humana. Dela partem as orientações simbólicas definitivas da humanidade... A apropriação da postura bípede, que se encontra dependente da mielinização, é uma construção do cérebro distinta no homem e no animal” 
Lateralização – Resultado da integração bilateral postural do corpo; Peculiar do ser humano está relacionada com a evolução e utilização de instrumentos; Basicamente inata; Governada por fatores genéticos, embora o treino e a pressão social possam influenciar. Lateralização manual surge no final do 1º ano, mas se estabelece fisicamente por volta dos 4 – 5 anos
Noção do corpo – Sistema funcional complexo. Resultam da organização e estruturação de percepções simples as mais complexas. Transforma-se em instrumento do pensamento e da comunicação. No corpo e com ele que nos reconhecemos no que somos.
Estruturação espaço-temporal –  Decorre como organização funcional da lateralização e da noção do corpo, já que é preciso desenvolver a conscientização espacial interna do corpo antes de projetar o referencial somatognóstico no espaço exterior. Sua estruturação emerge da motricidade, da relação com os objetos localizados no espaço, da posição relativa que ocupa o corpo e das múltiplas relações integradas da tonicidade, da equilibração, da lateralização e da noção do corpo.
Praxia global – Refere-se aos movimentos de todo o corpo e de grandes segmentos corporais. Envolve a organização da atividade consciente e a sua programação, regulação e verificação. Expressão da informação do córtex motor, como resultado da recepção de muitas informações sensoriais, táteis, quinestésicas, vestibulares, visuais, etc.
Praxia fina – Refere-se aos movimentos precisos das mãos e dos dedos. Evidência a velocidade e a precisão dos movimentos finos e a facilidade de reprogramação de ações, à medida que as informações tátilo-perceptivas se ajustam às informações visuais. As informações visuais participam como funções de detecção de limites, contornos, formas, pormenores, etc.
Praxia fina – Mão: órgão de apropriação e relação com o exterior;Fundamental para o desenvolvimento psicológico da criança;Filogenética ou ontogeneticamente, função de construção, transformação e fabricação;Instrumento corporal privilegiado;Materialização da evolução cerebral.Essencial para o desenvolvimento da criança, socialmente e também para a escola.
Praxia fina – “Permite prever como o cérebro integra, processa e elabora informação, uma vez que, como órgão de aprendizagem, recodifica a informação sensorial, transformando-a num sistema de conceitos, como estabelece planos, programas e formas de controle consciente das ações” (Ibidem p.261)
Da ontogênese a retrogênese psicomotora: 
 
· “A ontogênese da motricidade decorre de um processo embrionário complexo, ou melhor, de um desenvolvimento intra-uterino”. FONSECA (1998, p.125) 
 
Etapas psicomotoras normais da criança de 0 a 12 anos:      
· Origens do comportamento humano (ontogênese da motricidade) encontram-se na embriologia e na neonatologia.    . 
· Nascimento da vida humana ocorre a partir do encontro do óvulo feminino e o espermatozoide masculino formando o chamado zigoto que contém a informação genética que determinará o crescimento pré-natal.    . 
· A célula inicial mede cerca de 2 décimos de milímetros e pesa 6 décimos de miligrama.  
Embriologia:é o estudo sistemático e minucioso dos estados ontogenéticos do desenvolvimento;     
· Compreende o estudo do desenvolvimento humano – morfológicos, químicos e fisiológicos.     
· Permite o estudo da neurobiologia dos comportamentos, das cartas de motricidade, dos índices de maturidade e das de desenvolvimento.     
· Procura “inventariar”, detalhadamente, os comportamentos desde a concepção até o nascimento da criança, etc.  
Embrião:no fim do 1º mês de desenvolvimento possui três camadas de células em especialização:
 
1. Camada externa ectoderme: formará a pele, os pelos, as glândulas sebáceas e sudoríparas, o sistema nervoso periférico, o sistema nervoso central, o esmalte dentário, a retina, a córnea,o cristalino, o nervo ótico, a hipófise, etc.
 
2. Camada intermédia mesoderme: formará músculos, ossos, coluna vertebral, veias, artérias, órgãos genitais, tecido conjuntivo, córtex supra-renal, rins, miocárdio, ganglios linfáticos, baço, sangue, etc.
 
3. Camada interna endoderme: formará o epitélio do tubo digestivo (exceto boca e ânus), epitélio respiratório (traqueia, brônquios e alvéolos), trompa de Eustáquio, bexiga, tireoide, timo, etc.
 
Período embrionário – 1º ao 2º mês:      
· Até a 8ª semana os braços crescem o suficiente para tocar na boca, relação fundamental na ontogênese da motricidade;     
· Pés e membros inferiores seguem o mesmo desenvolvimento;   
· Até o final do 2º mês esboçam as primeiras pedaladas.
· Os músculos começam a sua atividade motora;
Período fetal – dos 2 aos 9 meses:      
· 3º mês: a atividade neuromuscular inicia sua função dialética funcional, a ontogênese da motricidade tem início. 
· 4º mês: a estrutura da placenta atinge maturação, fazendo o trabalho simultâneo dos pulmões, rins, intestinos, fígado e glândulas. Drogas e vírus podem ultrapassar a placenta e afetar o corpo do feto. 
· 5º e 6º meses: as posturas preferenciais tendem a uma hipotonia global e a uma hiperextensibilidade características. 
· 7º, 8º e 9º meses: a motricidade fetal pode ser detectada por simples apalpação da parede abdominal. Na medida em que o espaço uterino disponível se encontra quase totalmente ocupado, a motricidade é viva e mais localizada e eficaz.      
· A postura predominante é caracterizada pela flexão da coluna e pela flexão dos membros.      
· Em termos de ontogênese, os músculos que em primeiro lugar iniciam a maturação são os flexores, daí a postura fetal intra-uterina.  
Período neonatal       
· Normalmente, o nascimento vem no momento mais adequado de desenvolvimento do bebê. Este deve estar pronto para sobreviver em outros “cosmos”. O seu corpo relativamente hipotônico tem que realizar várias habilidades e contorcionismos. A cabeça primeiro e depois o resto do corpo, moldam-se às condições anatômicas do corpo da mãe; caso contrário, outras intervenções vão ser necessárias” (FONSECA, 1998 p.149).
·  O periodo neonatal compreende as quatro primeiras semanas de vida (0 a 28 dias incompletos). Denomina-se período neonatal precoce a primeira semana completa ou os sete primeiros dias de vida, e período neonatal tardio, as três semanas seguintes.
DESENVOLVIMENTO DA ESTRUTURA DO ESQUEMA CORPORAL; A ESTRUTURAÇÃO DO ESQUEMA CORPORAL
Desenvolvimento da estruturação do esquema corporal 
           
 A) Apreensão da imagem do corpo no espelho:
· Até o 3º mês: permanece insensível à sua imagem
· No 4º mês: olha fixamente para sua imagem
·  até a 17ª semana: olha para sua imagem e lhe sorri
· 24ª semana: volta-se para a pessoa refletida no espelho
· 5º mês: estende a mão para sua imagem e surpreende-se por encontrar uma superfície lisa e dura
· 6º mês: ri e estende seus braços para a imagem
· 12º mês: executa diante do espelho gestos conhecido, mas com dificuldade.
·  14º mês: passa a mão por detrás do espelho: início do período experimental
· 15º mês: reconhece a dualidade imagem-personagem
· 20º mês: beija a sua própria imagem
B) Exploração e reconhecimento do próprio corpo:
· 12ª semana: acompanha com osolhos o deslocamento de suas mãos.
· 15ª semana: acompanha os movimentos de seus pés e tornozelos.
· 17ª semana: presta grande atenção à sua mão direita.
· 20ª semana: dirige a atenção para sua mão esquerda.
· 5º - 6º mês: leva os pés à boca.
· 15º mês: morde um dedo e é surpreendido pela dor.
Evolução da preensão e da coordenação óculo-manual – Evolução da fixação ocular:
· 10º dia: fixação do olhar
· 3ª semana: volta os olhos a direção de um som
· 23º dia: o olhar segue um objeto que se desloca
· 7ª - 8ª semana: a ameaça de um dedo próximo provoca batimento de pálpebras
· 10ª semana: procura com os olhos a origem de um ruído
· 17ª a 30ª semana: estende as mãos e os lábios para os objetos que a cercam
· Fim do 3º mês: olha o objeto de que acaba de se afastar
· Nas 47 semanas: larga os objetos e os vê cair divertida.
· 16ª semana: a mão começa atraindo o olhar, quando toca num objeto.
Desenvolvimento da função tônica e da postura em pé – Aos 5 meses a criança pode ser capaz de agarrar.
· A partir do 4º ou 5º mês: a cabeça se torna capaz de se orientar por um movimento contínuo, equilibrando-se sobre o eixo do corpo.
· 6 meses: adquire a postura sentada
· 9 meses: mantém-se em pé com ajuda de algo em que se apoie.
· A partir dos 12 meses: aquisição do equilíbrio realiza os 1º passos.
· Final do 2º ano: motricidade global se aperfeiçoa.
Os reflexos arcaicos ou “automatismos primários” – COSTE, 1978 p.53
· Reflexo de Moro ou "reflexo de abraço": decompõem-se em 2 tempos - a criança abre os braços, os dedos afastam-se, somente o polegar e o indicador permanecem fletidos, a cabeça é jogada para trás, o dorso em extensão; os membros superiores retomam em flexão-adução e desenham um arco de círculo.
· Reflexo de empertigamento e marcha automática: criança em posição vertical, plantas dos pés apoiadas no chão: ela empertiga-se progressivamente.
· Reflexo de Galant: excitando-se a pele da criança, provoca-se um encurvamento do tronco.
· Reflexo de passagem do braço: coloca-se a criança de barriga para baixo, o rosto apoiado contra a mesa. Num 1º tempo, a criança volta a cabeça. Num segundo tempo, ela flete o braço correspondente à orientação de seu rosto e coloca a mão defronte da boca.
· Reflexo de transposição: se mantivermos a criança em posição vertical, o peito de um de seus pés em contato com a borda da mesa, seu pé se eleva então, colocando para cima da mesa.
· Reflexos nociceptivos, o alongamento cruzado: se excitarmos a planta do pé da criança, estando a sua perna estendida, a outra perna dobra-se e o pé desloca-se na direção da zona excitada.
· Reflexo de “fossar”: à estimulação da pele ao redor da boca, a criança volta a diversas vezes, 1º para o lado do estimulado, depois para o outro, até que para o lado estimulado. Esse reflexo desaparece por volta da 3ª semana.
· Reflexos labiais, de sucção e de deglutição: quando os lábios se fecham, é o reflexo de sucção; o reflexo de deglutição produz-se ao contato com o alimento.
A estruturação espaço-temporal: o tempo, o espaço, a distância e o ritmo
· O tempo: essa percepção é muito frágil na criança de 5 anos.
· Compreensão de duração: a criança utiliza, de forma rudimentar.
· Desenvolvimento da noção de tempo: progressivamente, com a ajuda das pessoas à sua volta, é que a criança compreenderá que o tempo é independente da mudança.
· Desenvolvimento da estruturação temporal:
· 4 anos – reconhece um dia da semana
· 5 anos - “manhã”, “tarde”
· 6 anos - indica o dia da semana
· 7 anos – o mês
· 8 anos – 0 ano
· 8-9 anos - o dia do mês
· 12 anos - avalia a duração de uma conversa – desde as férias
· 12 anos – indica a hora com uma aproximação de 20 minutos
· O espaço – “O mundo espacial da criança constrói-se paralelamente ao seu desenvolvimento psicomotor, à medida da crescente eficácia de sua gestualidade e da crescente importância dos fatores relacionais que criam o espaço da comunicação” COSTE, 1978 p.59
· Desenvolvimento da percepção do espaço: referencia os trabalhos de Piaget – 1ª aquisições no estágio sensório-motor (0-18 meses).
· A distância relacional –
· Sentido físico: calculável em centímetros ou metros.
· Sentido afetivo: “longe dos olhos”.
· Varia de um grupo sócio-cultural a outro.
· Varia de um grupo geográfico a outro.
· Varia de um indivíduo para outro (ex. extrovertido)
· O ritmo – fator de estruturação temporal que sustenta a adaptação ao tempo.
· Eventos naturais: ritmo das estações, dos dias, das horas, etc
· Internos: batida cardíaca, respiratório, digestivo, hormonais, etc
MATURAÇÃO PSICONEUROLÓGICA; GERONTOMOTRICIDADE
Maturação psiconeurológica –
            “A evolução da motricidade é profundamente complexa, muito mais do que parece, mesmo nas formas mais automatizadas, pois funciona desde o feto, numa estreita relação com o sistema de necessidades, e está a certos reflexos primitivos e arcaicos que traduzem a fenomenologia da sua satisfação diária” FONSECA, 1998 p.162.
· Para o funcionamento do sistema motor é necessário a coordenação de vários componentes neurais e musculares de uma maneira altamente integrada e diferenciada.
· Para que um movimento ocorra com sucesso o cérebro precisa ter condições de perceber o movimento em cada uma das suas etapas.
“O movimento e o seu fim são uma unidade, e desde a motricidade fetal até a maturidade plena, passando pelo momento do parto e pelas sucessivas evoluções, o movimento é sempre projetado face a satisfação de uma necessidade relacional” FONSECA 1998 p.163.
Gessel: estudou as proliferações dos aspectos motores. Concluiu que é o próprio movimento que liberta o estado caótico de inconsciência absoluta, característico do momento do nascimento.
Minkowski: a evolução motora é, essencialmente, a evolução nervosa. Em cada idade o movimento toma características profundamente significativas, como processo maturativo.
Jackson apud Fonseca, 1998 levantou o problema de que as funções neuropsicomotoras são o resultado de uma evolução hierarquizada, evolução que será a passagem:
· 
· do mais organizado ao menos organizado,
· do mais simples ao mais complexo, e
· do mais automático ao mais voluntário.
· Os centros superiores são ao menos organizados, os mais complexos e os mais voluntários.
Jean Piaget:considera que a motricidade interfere na inteligência antes da aquisição da linguagem.
A inteligência verbal ou reflexiva repousa numa inteligência sensório-motora ou prática, que por seu lado se apoio nos hábitos e associações adquiridas para as recombinar.
· A realização do movimento leva à assimilação, que se torna elemento de compreensão prática e ao mesmo tempo compreensão da ação.
Distúrbios psicomotores – 
1. Perturbações motoras -
· Debilidade intelectual que se traduz, na criança, por atraso no nível motor, ou
· Problema de ordem psicológica: ex.: crianças superprotegidas não têm vontade de aprender.
2. Grandes déficits motores - sintoma: hemiplegia. Em geral relacionadas ao nascimento.
3. Perturbações do equilíbrio – a criança cai com regularidade, choca-se contra outras pessoas, anda com os pés afastados, corre com o tronco para frente.
Sintomas objetivos: teste de ROMBERG: criança sentada, pés juntos, se o corpo inclinar lentamente, pode diagnosticar.
            Causas:
· Motoras: problemas no vestíbulo da orelha interna ou no cerebelo
· Psicológica: criança com ausência de confiança em si mesma. 
4. Perturbações da coordenação: ausência de gestos harmônicos; desajeitada à mesa; habilidades manuais inadequadas.
· Discronometria: atraso no desencadeamento do movimento e em sua parada;
· Dismetria: não localização do movimento;
· Assinergia: deficiência de coordenação entre os diversos componentes musculares dos movimentos.
· Adiadococinesia: dificuldade de executar rapidamente movimentos alternados.
Causas:
· Perturbações vestibulares ou cerebelosas.
· Perturbações da sensibilidade superficial ou profunda.
· Perturbações psicológicas ou afetivas: a criança não se concentra em seu trabalho, fica ansiosa, insegura.
5. Perturbações da sensibilidade – a criança não faz o mesmogesto que lhe demonstramos, exceto diante de um espelho; deixa cair objetos que segura.
Sintomas objetivos: pode-se descobrir na criança a dificuldade ou a impossibilidade:
· De manter uma posição, quando os olhos estão fechados.
· De perceber um movimento com os olhos fechados.
Perturbações da sensibilidade superficial e profunda:
· A criança não consegue localizar uma sensação tátil.
· Não consegue reconhecer uma forma geométrica ou uma letra desenhada em sua mão.
· Não consegue reconhecer um objeto em sua mão.
Causas: frequentemente de ordem motora e neurológica.
Perturbações intelectuais – o atraso intelectual
· A debilidade pode ser leve, moderada ou profunda. As realizações da criança são de uma idade inferior à sua idade real.
· Causas: neonatais, alcoolismo, moléstias (encefalite, meningite, hemorragia cerebral)
· Outras perturbações:
Perturbações do esquema corporal – Perturbações da lateralidade – Perturbações da estrutura espacial – Perturbações do grafismo – Gerontomotricidade
· A senescência, como antítese da adaptação e da evolução, implica uma complexa rede de mudanças desintegradoras e progressivas;
· A deterioração seletiva ocorre em diferentes ritmos e em diferentes zonas do cérebro;
· A doença de Alzheimer é progressiva e raramente responde ao tratamento.
· O empobrecimento neuronal causado pelo tempo, conduz a um declínio funcional irremediável no envelhecimento normal.
· Perturbações da memória imediata e de médio termo;
· Desintegração neuropsicológica: discriminação figura-fundo;
· Diminuição no processamento da informação auditiva;
· Perda na discriminação tátilo-quinestésico: capacidade de discriminação de pressão, forma e textura;
· Inteligência: cristalizada
· Modificações afetivas: solidão, isolamento, etc.
· Pseudodemência: perturbações na linguagem, na motricidade e na percepção, etc.
· Desorganização e desincronização motora: perda da memória, falta de iniciativa, etc.
· Disfunções e desintegrações que variam de indivíduo para indivíduo, mas seguindo sempre um processo de involução universal.
AVALIAÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA EM PSICOMOTRICIDADE
Avaliações Qualitativas e quantitativas
· Toda ação educativa necessita inicialmente da observação que implicará na avaliação.
· Observação: consideração das ações e dos comportamentos da criança. Válida enquanto se observa os fenômenos como eles ocorrem, sem querer modificá-los.
· Avaliação: julgamento que o observador faz do que ele observa.
· “Ora, um julgamento é uma comparação em relação a alguma coisa. É necessário, então considerar que se esta “alguma coisa” é o que esperamos, o julgamento torna-se um julgamento de valor PICQ e VAYER (1985, p233).
Avaliações Qualitativas e quantitativas – 
            I - O conhecimento da criança  história e meio ambiente: aceitar a criança como ela é conhecendo sua história. 
· Questionário preenchido pelos pais ou pelo profissional durante a entrevista: forma simples para conhecer a história da criança.
          
  A criança vista pelos outros (diferentes testes):
· Observações médicas – informações sobre acidentes ocorridos no momento do nascimento, ou desde a primeira infância.
· Observações psicológicas – uso de alguns critérios que serão uma referência e também uma forma de conhecimento:
· Testes de nível mental.
· Teste de nível escolar
· Exames de desenvolvimento e do comportamento psicossocial.
· Como a criança vê a si mesma: o próprio desenho: aplicação do teste da figura humana de Goodenough.
· O teste do desenho da figura humana (teste de Goodenough) avalia a maturidade intelectual, nas suas funções  perceptivas, de abstração e generalização na criança e no adolescente de 03 à 15 anos de idade.  Pode ser caracterizado como um teste projetivo pois é através do desenho que a criança revelará características da sua personalidade, suas necessidades e emoções, mas também pode ter um propósito psicométrico já que ajuda na avaliação cognitiva dessa faixa etária. É importante ressaltar que variáveis são observadas como sexo, idade, cultua, nível social e escolar da criança. O teste avalia o desenvolvimento intelectual e o resultado varia conforme essa criança cresce.  
É um teste não verbal, individual e de fácil aplicação, o qual as crianças se adéquam facilmente tendo a duração de aproximadamente 15 minutos. A tarefa da criança consiste na execução de três desenhos: um de si próprio, um de um homem e outro de uma mulher. O teste tem como material o manual técnico, a folha de registro e a prancha com exemplos de desenhos.
O desenho torna evidente os conteúdos inconscientes de um indivíduo, mesmo que o paciente tente controlá-los seus conteúdos internos serão captados e a partir desses dados é que o psicólogo poderá investigar e tratar o caso. A fala pode ser muitas vezes controlada, mas o desenho permite que o paciente revele situações passadas e presentes sem conduzi-las ou argumentá-las. Porém é importante observar que os desenhos servem como uma ferramenta na análise de um caso e que muitos mecanismos de defesa também podem se manifestar nos desenhos assim como a projeção, a introjeção e a identificação. Durante a teste podem ser pontuados mais de 70 itens para cada desenho que a criança realiza.
Observação do desenvolvimento e do comportamento psicomotor: evitar prender-se à descrição das dificuldades particulares ou as competências escolares, buscando observar as capacidades gerais.
O exame psicomotor – Realizado com a criança na sala de trabalho, usando materiais preparados anteriormente (folha de prova, cronômetro, bolas, elástico, etc.)
Observação da média e grande infância (6 -11 anos): prova dos testes de Ozeretski:
· Coordenação dinâmica das mãos.
· Coordenação dinâmica geral
· Equilíbrio (controle postural)
· Controle segmentário (controle do próprio corpo). 
Organização espacial (orientação direita-esquerda).
De acordo com Picq e Vayer (1988) “a educação psicomotora procura as técnicas mais eficazes, cujo objetivo é o de obter uma melhora progressiva no comportamento geral da criança”.
· Devem ser trabalhadas as seguintes funções: 
· A consciência do próprio corpo; 
· domínio do equilíbrio;
· O controle e a eficácia das diversas coordenações globais e parciais; 
· O controle da inibição voluntária e da respiração; 
· A organização do esquema corporal e a orientação no espaço; 
· A estruturação espaço-temporal correta e maiores possibilidades de adaptação ao mundo exterior.
Avaliação de Picq Vayer (1985) dirigido às crianças de idade escolar, com diferentes tipos de inadaptação – debilidade mental, deficiências sensoriais; inadaptações motoras, sensoriais e psico –afetivas. 
Dar ênfase ao trabalho com:
· Percepção e controle do próprio corpo;
· Regulação de condutas motoras;
· Adaptações perceptivo-motoras.
Prática psicomotora – 
· Espaço psicomotor: local amplo para os exercícios psicomotores e reservado para os exercícios sentados, com mesa e cadeiras adaptadas à estatura da criança.
· Para crianças com menos de 5 anos, se possível, um tapete para a execução de determinados exercícios sensoriomotores no chão.
· Ambiente alegre, exclusivo para às reeducações psicomotoras, decorado com trabalhos e desenhos das crianças.

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