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1 A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL 1 Ketiny Cassiane Ribeiro de Souza Paloma Carolina da Silva Yasmin Bernardo da Silva2 Orientador: Wilson José Noberto de Lima3 RESUMO O presente artigo tem como objetivo debater a motivação no ambiente organizacional. Neste contexto, busca-se explicitar a relevância de se ter colaboradores motivados para o melhor funcionamento da corporação, de forma a perceber sob quais aspectos esta condição se desenvolve e contribui de para a sobrevivência e o sucesso da empresa no mercado. Esse tema possui relevância no atual cenário mundial, visto que, a sociedade moderna é constituída de organizações. Sendo assim, diante de um mercado cada vez mais amplo e competitivo, é imprescindível para o sucesso de qualquer empresa possuir funcionários entusiasmados e incentivados a alcançar metas para que as finalidades planejadas, coordenadas e almejadas sejam concretizadas. O êxito do administrador está intimamente relacionado ao seu desempenho, o qual será potencializado quando aquele estiver motivado, gerando uma maior satisfação com resultados finais apresentados pelos funcionários. Compreender o que leva as pessoas a agirem em prol do alcance de objetivos organizacionais, apesar de ser considerado um desafio para muitos, é primordial aos administradores. Palavras-chaves: Motivação; Âmbito Organizacional; Agir humano; Administrador. 1 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Santa Helena como requisito para obtenção do título de Bacharel em Administração. 2 Concluintes do Curso de Bacharelado em Administração. Turma 1512 – 2018.2. 3 Professor orientador (e-mail: wilson.noberto@yahoo.com.br). 2 1. INTRODUÇÃO Os fatores motivacionais atuam diretamente na qualidade de vida dos indivíduos, bem como na qualidade dos serviços por eles prestados. Podem ser compreendidos como a força que impulsiona os interesses de ambas as partes, seja da organização, seja do indivíduo. Desta forma, a motivação é elemento crucial no âmbito organizacional, visto que a organização será melhor e mais eficiente no momento em que o empregado que nela atua for cada vez mais motivado. A importância deste tema é indiscutível. Compreender a motivação humana, isto é, os fatores que movem as pessoas a agirem em prol do alcance das finalidades organizacionais é desafio de fundamental importância para os administradores. Isto porque, frente a um mercado cada vez mais competitivo, é necessário para o êxito de qualquer corporação possuir colaboradores entusiasmados e incentivados a alcançar metas para que as finalidades planejadas e almejadas sejam realizadas. O presente artigo tem como objetivo geral demonstrar a importância da motivação no ambiente organizacional, demonstrando a necessidade de se ter funcionários motivados para o melhor funcionamento da organização e dispondo desta condição para alcançar de forma satisfatória a sobrevivência e o sucesso da empresa no atual mercado competitivo. Buscou-se compreender sob quais aspectos a motivação influencia o ambiente empresarial, ou seja, entender como o agir humano motivado de cada indivíduo pode fazer emergir fatores que impulsionem o sucesso no âmbito corporativo e no mercado, para que, por fim, seja possível encontrar melhores formas de solucionar ou amenizar obstáculos à plena satisfação e êxito do administrador. Portanto, neste artigo são estudados os principais fatores que contribuem para a motivação dos funcionários no interior das organizações e como isso interfere em sua realidade. A contribuição desta pesquisa será, também, a apresentação de melhorias entre a relação empresa e funcionário, bem como identificação de formas capazes de motivá-los, almejando melhores resultados para a empresa, tendo em vista a indispensabilidade do conhecimento acerca dos elementos motivacionais para o sucesso de uma organização a todo administrador. 3 Diante deste contexto, torna-se essencial evidenciar as principais causas da motivação e desmotivação no ambiente de trabalho, buscando compreender de quais formas é possível aumentar aquela e amenizar e solucionar esta. Para isto, será viável apresentar formas de crescimento tanto para o empregado, numa perspectiva individual, quanto para o empregador (empresa), a qual poderá alcançar seus objetivos organizacionais o mais rápido possível, concluindo que alcançar novas formas de motivar os trabalhadores se faz necessário ao administrador moderno e consciente do valor e da indispensabilidade de manter os profissionais dentro de seus quadros com atuações eficazes e positivas. O estudo foi realizado por intermédio do método quantitativo, pelo qual foram recolhidas informações e dados para o desenvolvimento do artigo. É o método de investigação cientifica que está voltado para compreender a ocorrência do objeto de estudo. Está relacionado ao levantamento de dados sobre as motivações de um grupo, através do qual foi possível alcançar e interpretar alguns comportamentos, opiniões, expectativas e experiências. 2. A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL A tecnologia avança dia a dia, passando a nos inserir em um ambiente de constantes mudanças. Na mesma direção, o mercado de trabalho evolui, tornando-se cada vez mais exigente e competitivo, acirrando, desta maneira, a concorrência entre as organizações. Para se destacar neste cenário, caberá ao administrador fazer diagnósticos de situações, definir estratégias, planejar sua execução, dimensionar recursos, resolver problemas, gerar inovação e competitividade, bem como agregar valor ao negócio (CHIAVENATO, 2012, p.2). Diante de todas essas tarefas, transformações e exigências, o fator humano se torna o principal diferencial da organização, passando a ser tido como a chave principal para o crescimento e desenvolvimento da corporação. Entretanto, esta concepção é bastante recente. Nos primórdios do estudo da administração, o fator humano não possuía relevância, de modo que os funcionários das organizações eram considerados como homens máquinas, também denominados homo economicus. No entanto, com o advento da crise de 1929, após o grande choque na economia global, passou-se a consagrar a denominada teoria das 4 relações humanas. Ao mesmo tempo, as teorias tradicionais anteriores foram desvalorizadas, e passaram a ser enxergadas, em parte, como as responsáveis pela grande depressão (PEDROSO; FRANÇA; OLIVEIRA, 2012, p. 61). Com o reconhecimento da teoria das relações humanas, um novo modelo passa a dominar o repertório administrativo: estuda-se agora motivação, liderança, comunicação, organização informal e dinâmica de grupo. Desta forma, a ênfase nas tarefas e na estrutura é substituída pela ênfase nas pessoas, emergindo uma nova concepção sobre a natureza do homem: o homem social (PEDROSO; FRANÇA; OLIVEIRA, 2012, p. 61). É nesse cenário, portanto, que surgem importantes teorias motivacionais, entre elas a Teoria de Maslow e a Teoria de Herzberg. A Teoria de Maslow, desenvolvida por Abraham Maslow, é considerada como uma das mais relevantes teorias da motivação. De acordo com os preceitos deste autor, o comportamento motivacional pode ser elucidado através das necessidades humanas. Desse modo, a motivação seria considerada o resultado dos estímulos que atuam sobre os indivíduos, encaminhando-os a uma ação. Portanto, para que ocorra uma ação ou uma reação é necessário que um estímulo seja realizado. Conforme estabelece Maslow, as necessidades humanas são regidas de acordo com uma hierarquia de importância e de influência, isto é, uma escala de valores a serem transpostos. Na base da hierarquia estão situadas as necessidades mais baixas, fisiológicas ou básicas, enquanto no topo, se situam as necessidadesmais elevadas, de auto realização. É possível compreender que no instante em que o indivíduo realiza uma certa necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo que se busquem maneiras ou alternativas para satisfazê-la. Nesse sentido, o autor declara que poucas ou nenhuma pessoa irá buscar reconhecimento pessoal e status se suas necessidades básicas estiverem insatisfeitas. Outra teoria da motivação de grande relevância foi a Teoria dos Dois Fatores, desenvolvida pelo por Frederick Herzberg. Distintivamente de Maslow, que abordou a satisfação das necessidades das pessoas em diversos âmbitos da vida, Herzberg buscou estudar o comportamento e a motivação dos indivíduos no campo organizacional, tendo como finalidade identificar os fatores responsáveis pela satisfação – fatores motivacionais – e pela insatisfação –fatores higiênicos – dos empregados no ambiente de trabalho. Os fatores motivacionais diziam respeito ao conteúdo, às tarefas e às atividades relacionadas com o cargo em si, e sua presença gerava motivação, enquanto sua a ausência http://www.sobreadministracao.com/a-piramide-hierarquia-de-necessidades-de-maslow/ 5 não gerava satisfação. Por sua vez, os fatores higiênicos estavam relacionados às condições do ambiente de trabalho, salário, benefícios, políticas da organização, clima organizacional e muitos outros. Tais fatores, segundo o autor, seriam suficientes apenas para evitar que os indivíduos fiquem desmotivados. Dessa forma, sua ausência desmotiva, mas a sua presença não é capaz de motivar. Após sua pesquisa, o autor relatou que os fatores que geravam a insatisfação profissional não estavam interligados com aqueles que influenciavam na satisfação dos funcionários. Portanto, os fatores que causavam a satisfação dos trabalhadores estavam relacionados ao seu trabalho, à tarefa desempenhada, sua natureza, promoção, a responsabilidade, entre outros. Desse modo, pelo fato de valorizar o ser humano e vislumbrá-lo como peça principal da engrenagem organizacional, tais teorias foram consideradas marcos na avaliação da satisfação e motivação dos colaboradores, evidenciando que o estudo da motivação se faz essencial em todos os ramos da atividade humana. A motivação é uma experiência interna difícil de ser compreendida diretamente (VERNON, 1973, p. 11). Entretanto, é constante, infinita, flutuante e complexa (BERGAMINI, 2008). A motivação ainda pode ser entendida, conforme preceitua Denise de Camargo (2009, p. 44 apud SPECTOR, 2002), como um estado interior que leva uma pessoa a emitir determinados tipos de comportamento. A palavra indica o processo pelo qual o comportamento humano é incentivado, ou seja, estimulado por algum tipo de motivo ou razão (PEDROSO; FRANÇA; OLIVEIRA, 2012, p. 61). Em termos gerais, na ótica do presente artigo, também é possível compreender a motivação como um impulso que faz os indivíduos agirem de forma a atingir os seus objetivos, isto é, a direção, o esforço, a intensidade e a persistência em aprender e aplicar aprendizagens (LOI, 2015, p. 214). Portanto, é possível afirmar que: As pessoas podem ter resultados mais gratificantes, ou não em suas metas e objetivos pessoais, à medida que se sentirem mais motivadas, capazes e tiverem condições em seu ambiente para atingir as suas expectativas (TADEUCCI, 2011, p. 18). Sendo assim, é claro perceber que a motivação é elemento crucial para o sucesso da engrenagem empresarial, seja para o administrador ou para a empresa em sua totalidade. 6 Todavia, a ausência de motivação gera incontáveis consequências negativas para o ambiente laboral, como, por exemplo, o não rendimento ou rendimento insuficiente no trabalho. A desmotivação, portanto, torna o funcionário um mero cumpridor de tarefas e funções, limitando sua visão e seu processo criativo, deixando de lado o ser proativo. Nesse diapasão, sua gênesis pode emanar de diversos aspectos, entre os quais se encontra a formação profissional. Sob a perspectiva organizacional, “a motivação para o trabalho é resultante de uma interação complexa entre os motivos internos das pessoas e os estímulos externos da situação ou ambiente” (PEDROSO; FRANÇA; OLIVEIRA, 2012, p. 69 apud MAXIMIANO, 2007). Os motivos internos estão relacionados às necessidades, aptidões, interesses, valores e habilidades dos indivíduos, ou seja, constituem impulsos interiores, de natureza fisiológica e psicológica. Por outro lado, os motivos externos estão interligados aos estímulos ou incentivos que o ambiente oferece ou os objetivos que a pessoa almeja, sendo assim, os motivos externos satisfazem necessidades, despertam sentimentos de interesse ou representam recompensas desejadas. Ao final, os motivos internos combinam-se aos externos de maneira complexa para influenciar o desempenho do sujeito. Por exigir tantos fatores, sejam eles internos ou externos, motivar pessoas não é tarefa fácil. Isto ocorre, pois, há uma grande dificuldade de motivação no sentido de que cada ser humano possui pensamentos, interesses e ideias distintas, ou seja, cada pessoa pode ser motivada de um modo diferente. Contudo, é de fundamental importância que exista um administrador capaz de liderar e motivar todos os colaboradores, uma vez que, desta maneira, a corporação poderá obter melhores resultados no mercado e na escala de produtividade. O indivíduo motivado exerce sua função com confiança, satisfação e comprometimento, sendo mais criativos e autossuficientes, dado que são mais determinados ao executar tarefas e enfrentar os problemas do cotidiano. Tal fato se verifica, pois a compreensão dos fatores que interferem na motivação humana pode facilitar as relações interpessoais, o autoconhecimento, além das circunstâncias que interferem determinadas situações (TADEUCCI, 2011, p. 18). No âmbito empresarial, o colaborador motivado produz em maior quantidade e com melhor qualidade, de forma que são ainda mais responsáveis e leais à organização. Tais 7 fatores, quando reunidos, geram maiores rendimentos e lucros, criando uma cultura organizacional direcionada para resultados. Nesta perspectiva, a motivação se relaciona com a qualidade de desempenho e esforços de seus funcionários, se revelando como uma energia motriz para atingir os objetivos desejados. As organizações se constituem no capital humano que detêm, pois ele constitui a fonte de criação e de inovação. As pessoas são consideradas um ativo intangível das empresas. As máquinas trabalham, mas não inventam. O dinheiro é poder, mas não pensa. Na era da informação, o conhecimento é o recurso organizacional mais importante das empresas, uma riqueza maior e mais relevante que o dinheiro (PEDROSO; FRANÇA; OLIVEIRA, 2012, p. 73). Desse modo, pode-se afirmar que: As organizações dependem das pessoas para dirigi-las, organizá-las, controlá-las, fazê-las funcionar e alcançar seus objetivos com sucesso e continuidade. Não há organizações sem pessoas. Surge um grande conflito industrial: conciliar os interesses das organizações e os interesses individuais, pois as empresas inseridas numa civilização industrializada, que para sua sobrevivência financeira necessitam da eficiência das pessoas para alcançar lucros, usam métodos que convergem para a eficiência e não para a cooperação humana. Valorizando o ser humano dentro das organizações, houve um deslocamento da visão das pessoas vistas simplesmente como recursos – dotadas de habilidades, capacidade, destreza e conhecimentos para a execução de tarefas – para alcançar objetivos organizacionais, para uma visão de pessoas vistas como pessoas, dotadas de características próprias de personalidade, aspirações, valores, crenças, atitudes, motivações e objetivos individuais (PEDROSO; FRANÇA; OLIVEIRA, 2012, p. 73). Por este motivo, administradores buscam, cada vez mais, funcionários motivados, os quais estejam integrados comas finalidades da corporação, de modo a atingir o máximo de produtividade. Quanto mais às pessoas se sentem motivadas melhores são os resultados de suas atividades (BONFIM, ESTENDER, MACEDO, 2015, p. 4). Dessa maneira, os colaboradores tornam-se um meio para os fins almejados pela organização. Neste contexto, entende-se que, uma empresa que se preocupa com o seu sucesso, seja externamente (mercado) ou internamente (produtividade), tem a necessidade de investir permanentemente na motivação do seu maior fator: o capital humano, este que será capaz de transformar a organização em um diferencial competitivo nos negócios, mantendo-se sempre à frente. Portanto, pode-se compreender que a motivação é peça crucial na engrenagem organizacional: há uma íntima relação entre esta, o rendimento do trabalho e os resultados da organização. O funcionário motivado atinge melhores resultados, por outro lado, o empregado desmotivado não atinge o seu máximo potencial. A motivação é considerada a 8 força propulsora do colaborador, estando associada à produtividade e desempenho, merecendo significativo interesse e atenção por parte dos dirigentes e administradores. 2.1. Metodologia Este artigo tem como propósito primordial realizar um estudo a respeito da importância da motivação no ambiente organizacional, buscando explicar a relevância de se ter funcionários motivados para o melhor funcionamento da corporação, utilizando esta condição como contribuição essencial na sobrevivência e no êxito da empresa no mercado. Com tal finalidade, este artigo é apresentado através de uma pesquisa explicativa (também denominada pesquisa experimental), a qual “caracteriza-se por manipular diretamente as variáveis relacionadas com o objeto de estudo” (RAMPAZZO, 2005, p. 55). Ademais, como ainda menciona o Rampazzo (2005, p. 56), neste tipo de pesquisa, a manipulação das variáveis proporciona o estado de relação entre causas e efeitos de um dado fenômeno. Difere-se da pesquisa descritiva, pois, mais do que narrar o que acontece, explica por que acontece (RAMPAZZO, 2005, p. 55). Conforme ensina Maxwell Ferreira de Oliveira (2011, p. 22 apud GIL, 1999), a pesquisa explicativa tem como finalidade básica a identificação dos fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência de um fenômeno. É definida como o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento acerca da realidade, pois busca explicar a razão e as relações de causa e efeito dos fenômenos. Ou seja, este tipo de pesquisa registra fatos, analisa-os, interpreta-os e identifica suas causas, refletindo sobre objeto de estudo e explicando o porquê dos fatos. Por fim, salienta-se que a pesquisa foi elaborada através do método quantitativo, no qual foram recolhidas informações e dados para o desenvolvimento do estudo. Consiste em um método de investigação cientifica que está voltado para compreender o caráter operacional do objeto de estudo, elucidando suas particularidades e demonstrando experiências. Entende-se, portanto, que este método está relacionado ao levantamento de dados sobre a motivação no ambiente de trabalho, através do qual foi possível compreender e interpretar alguns comportamentos, opiniões e expectativas. Tem finalidade exploratória, de 9 forma que não tem como propósito obter números como resultados. 2.2. Demonstração da discussão Como se pode compreender ao longo do presente artigo, a motivação é responsável por um grande impacto no âmbito organizacional, visto que é compreendida como o processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta (ROBBINS, 2005, p. 132), de forma que desperta o interesse e atenção dos administradores. É de grande relevância refletir sobre o estado motivacional do indivíduo, fato que não pode ser ignorado, visto que, atualmente, a grande dificuldade das organizações está em manter seus colaboradores motivados, de modo que a motivação não desapareça e os funcionários vejam sentido nas tarefas, para que seja identificado pela empresa o nível de motivação dos mesmos e evitar consequências desastrosas para o seu negócio, na diminuição tanto da qualidade como quantidade, dos produtos e serviços (CAVALCANTE, BARBOSA, ESTENDER, 2015, p. 2). Neste cenário, portanto, surgem diversos questionamentos: O que motiva os colaboradores? Como manter os colaboradores motivados? Quais medidas adotar para a manutenção da motivação dos colaboradores? Tais questionamentos têm sido o desafio de grande parte das empresas. Na tentativa de responder alguns destes questionamentos, auxiliar as empresas e administradores, foi elaborado o questionário, no período de 01 de junho de 2018 a 01 de julho de 2018, acerca da motivação no âmbito organizacional. Objetivou-se, na oportunidade, descobrir alguns dos principais fatores motivacionais, bem como as causas da desmotivação dos colaboradores. Após a aplicação do questionário, foram colhidas e analisadas 103 repostas, as quais foram sistematizadas nos gráficos apresentados a seguir. 2. Qual a sua idade? 10 GRÁFICO 1: Idade dos entrevistados Fonte: próprias autoras (2018) O gráfico 1 mostra a faixa etária dos entrevistados: 8% tem entre 16 e 21 anos, 47% tem entre 22 e 30 anos, 36% tem entre 31 e 40 anos e 9% tem idade superior a 40 anos. 3. Você está satisfeito com o seu trabalho? GRÁFICO 2: Realização profissional dos entrevistados Fonte: próprias autoras (2018) Analisando o gráfico 2, nota-se que 50% dos entrevistados encontram-se satisfeitos com o trabalho que realiza, 17% não está satisfeito com o trabalho que realiza e 33% está parcialmente satisfeito com o trabalho que realiza. É alarmante informação de que 50% do número de entrevistados não se encontram plenamente satisfeitos com as funções que desempenham. Possuir funcionários insatisfeitos é prejudicial à organização, visto que tal situação poderá gerar trabalhos mal elaborados e executados, bem como clientes insatisfeitos. É necessário manter colaboradores engajados e felizes, preocupados com a excelência do trabalho realizado pela empresa, estes que serão capazes de transferir tais valores para os clientes e gerar uma boa experiência para todos. 8% 47% 36% 9% IDADE Entre 16 e 21 anos Entre 22 e 30 anos Entre 31 e 40 anos Mais de 40 anos 50% 17% 33% REALIZAÇÃO PROFISSIONAL Sim Não Mais ou menos 11 4. Você se sente satisfeito com o volume de trabalho que realiza? GRÁFICO 3: Quantidade e qualidade de trabalho dos entrevistados Fonte: próprias autoras (2018) Através do gráfico 3 observa-se que 65% dos entrevistados encontram-se satisfeitos com o volume de trabalho que realiza, 13% não está satisfeito com o volume de trabalho que realiza e 22% está parcialmente satisfeito com o volume de trabalho que realiza. Apontando para o mesmo sentido do gráfico anterior, é expressiva a quantidade de entrevistados que, de alguma maneira, se sentem sobrecarreados com a carga de trabalho a qual está submetido. Ressalta-se, neste momento, que a carga excessiva de trabalho é um dos motivos capazes de gerar insatisfação do colaborador. Tal problema pode ser solucionado com várias ações eficazes do empregador, como o trabalho em equipe, a flexibilização atividades e horários e a reestruturação das funções de trabalho e tarefas. 5. A empresa que você trabalha é aberta a receber e reconhecer críticas, opiniões e contribuições de seus funcionários? GRÁFICO 4: Comunicação dos entrevistados Fonte: próprias autoras (2018) 65% 13% 22% QUANTIDADE E QUALIDADE DE TRABALHO Sim Não Mais ou menos 14% 36% 25% 17% 8% COMUNICAÇÃO Sempre Quase sempre Raramente Nunca Não sei 12 O gráfico 4 mostrou que, quando questionados se as empresas nas quais trabalham são abertasa receber e reconhecer críticas, opiniões e contribuições de seus funcionários os entrevistados deram as seguintes respostas: 14% respondeu sempre, 36% respondeu quase sempre, 25% respondeu que raramente, 17% respondeu nunca e 8% não soube responder. A comunicação com o funcionário é de extrema importância para o crescimento e melhoria da organização: ao ouvir diferentes perspectivas, a empresa poderá crescer com mais excelência. Ademais, estabelecer um canal comunicativo com os colaboradores é bastante eficiente no que diz respeito a agilidade na solução de problemas e conflitos. Percebe-se, portanto, que manter uma boa comunicação e aceitar ideias, críticas e opiniões dos funcionários é o fator estimulante para todos, gerando benefícios mútuos. 6. Você considera o seu salário adequado à função que desempenha? GRÁFICO 5: Salário dos entrevistados Fonte: próprias autoras (2018) A partir do gráfico 5, é notório que a remuneração é um fator de grande insatisfação. Ao serem indagados, 11% dos entrevistados respondeu que considera o salário adequado a função que desempenha, 57% respondeu que não considera adequado, enquanto 32% opinou que o salário é apenas parcialmente adequado. Ao analisar os dados acima apresentados, foi possível perceber que grande parte não considera seu salário adequado à função que realiza na organização. Para a empresa, esse dado é preocupante. O salário é um fator de reconhecimento do trabalho e, portanto, estando insatisfeito com sua remuneração, entende o colaborador não ser reconhecido pelo seu esforço. Tal situação gera um fator desmotivacional, prejudicando não somente o desempenho do trabalhador no âmbito organizacional, mas também no âmbito privado. 7. Você acredita na oportunidade de crescimento na sua carreira? 11% 57% 32% SALÁRIO Sim Não Mais ou menos 13 GRÁFICO 6: Carreira dos entrevistados Fonte: próprias autoras (2018) O examine do gráfico 6, revela que 61% dos entrevistados acreditam na oportunidade de crescimento da sua carreira, 11% não acreditam, enquanto 28% acreditam parcialmente. O ser humano, em sua essência, busca sempre novos objetivos. São estes objetivos que são capazes de mover o homem, ou seja, é a sua força motora para alcançar seus desejos. Em virtude disto, é de extrema importância que, no âmbito coorporativo, o funcionário tenha sempre novas metas, como, por exemplo, acreditar na oportunidade de crescimento na sua carreira. Confiar na possibilidade de ir além dentro do seu campo profissional, instiga o colaborador, mantendo-o motivado e, consequentemente, ajudando a empresa. 8. Sua empresa reconhece os bons funcionários? GRÁFICO 7: Valorização profissional dos entrevistados Fonte: próprias autoras (2018) 61% 11% 28% CARREIRA Sim Não Mais ou menos 24% 33% 40% 2% 1% VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL Sempre Quase sempre Raramente Nunca Não sei 14 O gráfico 7 mostra que, quando perguntados se as empresas reconhecem os bons funcionários, 24% dos entrevistados respondeu sempre, 33% respondeu quase sempre, 40% responde raramente, 2% respondeu nunca e 1% não soube responder. Nesta perspectiva, é importante salientar que o reconhecimento dos funcionários é de grande importância numa organização, visto que tal prática está ligada ao engajamento e ao aperfeiçoamento destes. 9. Indique o fator que gera mais insatisfação no seu trabalho. GRÁFICO 8: Fatores desmotivacionais dos entrevistados Fonte: próprias autoras (2018) De acordo com o que se pode analisar do gráfico 8, os entrevistados listaram como os principais fatores desmotivacionais: salário (42%), impossibilidade de crescimento profissional (16%), falta de reconhecimento (10%), trabalho realizado (9%), ambiente de trabalho ruim (7%), sobrecarga de trabalho (6%), falta de segurança no emprego (4%), relacionamento com a chefia (3%), falta de autonomia (2%) e instalações inadequadas (1%). A partir da análise dos dados acima, pode-se observar que os principais indicadores desmotivacionais no cenário empresarial são: o salário, a impossibilidade de crescimento profissional, a falta de reconhecimento e o trabalho realizado, dentre os quais o fator financeiro se destaca como o maior fator de insatisfação. 10% 4% 16% 2% 7% 9% 3% 6% 1% 42% FATORES DESMOTIVACIONAIS Falta de reconhecimento Falta de segurança no emprego Impossibilidade de crescimento profissional Falta de autonomia Ambiente de trabalho ruim Trabalho que realizo Relacionamento com a chefia Sobrecarga de trabalho Instalações inadequadas Salário 15 Pelo exposto, salienta-se que não há como motivar os funcionários numa organização que não os valorize, fazendo com que estes não se sintam bem no ambiente de trabalho. Possuir colaboradores insatisfeitos traz prejuízo recíproco: tanto para a corporação, quanto para o colaborador. É de extrema importância resolver as questões apontadas pelos trabalhadores, bem como suas insatisfações, dando ênfase a suas necessidades para, consequentemente, alcançar o sucesso da empresa. 10. Indique o fator de maior importância (o que mais lhe motiva). GRÁFICO 9: Fatores motivacionais dos entrevistados Fonte: próprias autoras (2018) Conforme se pode compreender do gráfico 9, os entrevistados elencaram como os principais fatores motivacionais no âmbito organizacional: salário (45%), benefícios oferecidos pela empresa (13%), trabalho realizado (11%), estabilidade no emprego (10%), chances de progresso profissional (9%), reconhecimento (8%), prestígio da empresa (2%), autonomia no trabalho (1%), ambiente de trabalho (1%) e relacionamento com a chefia (0%). Pelas informações fornecidas pelo gráfico, pode-se perceber a relevância significativa do fator financeiro. Entretanto, numa sociedade capitalista e consumista, isso 45% 13% 10% 0% 11% 1% 2% 1% 8% 9% FATORES MOTIVACIONAIS Salário Benefícios oferecidos pela empresa Estabilidade no emprego Relacionamento com a chefia Trabalho que realizo Ambiente de trabalho Prestígio da empresa Autonomia no trabalho Reconhecimento Chances de progresso profissional 16 não é de se espantar. O salário, como se pode analisar, é o fator que, ao mesmo tempo, gera maior satisfação e maior insatisfação. Tal fato pode ser explicado da seguinte maneira: de um lado, na perspectiva motivacional, tem-se que muitas pessoas trabalham objetivando simplesmente o seu sustento, ou seja, objetivando o dinheiro; por outro lado, através da ótica desmotivacional, muitos trabalhadores consideram que sua remuneração não é adequada à função que desempenha. A partir do exame dos dados oferecidos pela aplicação do questionário, foi possível compreender alguns direcionamentos que podem ser tomados pelas empresas na busca de manter seus funcionários cada dia mais motivados. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Compreender a motivação humana tem sido um dos maiores desafios para os administradores. O cenário global, cada vez mais competitivo nos negócios, exige altos níveis de motivação dos colaboradores. Por este motivo, atualmente, diversos estudos e pesquisas têm sido elaborados no sentido de formular teses para elucidar o funcionamento desta força que leva os indivíduos a buscarem e alcançarem seus desejos e objetivos. Como se pôde perceber, foi possível entender como a motivação é fundamental para o âmbito organizacional, sendo considerada como o principal combustível para o sucesso da empresa, seja internamente (produtividade) ou externamente (mercado). Há uma íntima relação entre a motivação, o rendimento do trabalho e os resultados da organização. Isto porque empregados motivados tendem a realizar seu trabalho de forma mais satisfatória, proporcionando melhores resultados para a empresa. Dessa maneira, compreende-se que se as empresas que se dispuserema proporcionar um cenário cada vez mais adequado terão maiores chances de ter em seus quadros colaboradores mais motivados. Por todo o exposto, a motivação é tida como a força propulsora do colaborador, estando associada à produtividade e desempenho, merecendo significativo interesse e atenção por parte dos dirigentes e administradores. A organização é guiada por seus colaboradores, motivo pelo qual seu crescimento está intimamente interligado com a evolução daqueles, fato que demonstra a imprescindibilidade de valorização do potencial 17 humano no ambiente empresarial, visto que os funcionários tornam-se agentes expressivos de transformações. A contribuição relevante da pesquisa é de natureza teórica, a qual foi capaz de elucidar importância da motivação no âmbito corporativo, esclarecendo, através de discussões teóricas e questionário, os fatores que mais motivam os colaboradores. Ademais, constatou-se a necessidade de estudos relacionados à motivação, que consiste num aspecto indispensável para a finalidade principal de qualquer empresa. Portanto, através das informações apresentadas, percebe-se que a constante necessidade da lógica mercadológica está diretamente interligada à gestão motivacional de pessoas, fator que irá garantir às organizações boa visibilidade, competitividade e resultados positivos. Desse modo, evidencia-se a importância das empresas valorizarem cada vez mais a motivação, enxergando-a como um meio fundamental para alcançar as finalidades da empresa: o sucesso no mercado. 18 REFERÊNCIAS BERGAMINI, Cecília Whitaker. Psicologia aplicada à administração de empresas, psicologia do comportamento organizacional. São Paulo: Atlas, 2008. BONFIM; Danilo Pereira; ESTENDER, Antonio Carlos; MACEDO, Daniela de. A motivação em pequenas empresas. Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Disponível em: <https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos15/322230.pdf>. Acesso em: 15 de junho de 2018. CAMARGO, Denise. Psicologia organizacional. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC. Brasília: CAPES: UAB, 2009. CAVALCANTE, Daniela Santos; BARBOSA, Lidiane; ESTENDER, Antonio Carlos. A motivação como ferramenta para eficácia organizacional. Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. Tema 2015. Disponível em: <https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos15/ 7228.pdf >. Acesso em: 18 de junho de 2018. CHIAVENATO, Idalberto. Princípios da administração: o essencial em teoria geral da administração. 2. ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2012. GIL, Antonio Carlos. 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Metodologia Científica para alunos dos cursos de graduação e pós graduação. 3ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2005. 19 ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento organizacional. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. TADEUCCI, Marilsa de Sá Rodrigues. Curso de Motivação e Liderança. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2011. VERNON, M. D. Motivação Humana. Tradução de L. C. Lucchetti. Petrópolis: Vozes, 1973. 20 ANEXOS ANEXO 1: Questionário: Motivação no âmbito organizacional 1. Qual o seu nome? 2. Qual a sua idade? o Entre 16 e 21 o Entre 22 e 30 o Entre 31 e 40 o Mais de 40 3. REALIZAÇÃO PROFISSIONAL - Você está satisfeito com o seu trabalho? o Sim o Não o Mais ou menos 4. QUANTIDADE E QUALIDADE DE TRABALHO - Você se sente satisfeito com o volume de trabalho que realiza? o Sim o Não o Mais ou menos 5. COMUNICAÇÃO - A empresa que você trabalha é aberta a receber e reconhecer críticas, opiniões e contribuições de seus funcionários? o Sempre o Quase sempre o Raramente o Nunca o Não sei 21 6. SALÁRIO - Você considera o seu salário adequado à função que desempenha? o Sim o Não o Mais ou menos 7. CARREIRA - Você acredita na oportunidade de crescimento na sua carreira? o Sim o Não o Mais ou menos 8. VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL - Sua empresa reconhece os bons funcionários? o Sempre o Quase sempre o Raramente o Nunca o Não sei 9. FATORES DESMOTIVACIONAIS - Indique o fator que gera mais insatisfação no seu trabalho. o Falta de reconhecimento o Falta de segurança no emprego o Impossibilidade de crescimento profissional o Falta de autonomia o Ambiente de trabalho ruim o Trabalho que realizo o Relacionamento com a chefia o Sobrecarga de trabalho o Instalações inadequadas (banheiros, etc.) o Salário o Outro (especifique): __________________ 22 10. FATORES MOTIVACIONAIS - Indique o fatores de maior importância (o que mais lhe motiva). o Salário o Benefícios oferecidos pela empresa o Estabilidade no emprego o Relacionamento com a chefia o Trabalho que realizo o Ambiente de trabalho o Prestígio da empresa o Autonomia no trabalho o Reconhecimento o Chances de progresso profissional o Outro (especifique): __________________
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