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Introdução às Ciências Fisicas Inácio Gilvando Ribeiro Coautoria Maria de Fátima Neves Cabral Ozielma Tôrres da Silva Semestre 2 Curso Superior de Licenciatura em Matemática Semestre 02 Introdução às Ciências Fisicas Autoria Inácio Gilvando Ribeiro Coautoria Maria de Fátima Neves Cabral Ozielma Tôrres da Silva Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco D-EaD - Diretoria de Educação a Distância 2009 Governo Federal Presidência da República Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância - SEED Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES Diretoria de Educação a Distância - CAPES Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco Reitoria Pró-Reitoria de Ensino Diretoria de Educação a Distância Pró-Reitoria de Extensão Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação Pró-Reitoria de Administração e Planejamento Equipe Técnica Coordenação do Curso Maria de Fátima Neves Cabral Supervisão de Tutoria Sônia Quintela Carneiro Revisão Linguística e Textual Leona Maria de Sá Logística de Conteúdo Clayson Pereira da Silva Giselle Tereza Cunha de Araújo Verônica Emilia Campos Freire Projeto Gráfi co e Editoração Eletrônica Eliana Virgínia Vieira de Melo Tiaggo Correia Cavalcanti de Morais Capa Giselle Tereza Cunha de Araújo Verônica Emilia Campos Freire Rayana Hanna Verissimo Pereira Diagramação Rayana Hanna Verissimo Pereira Tiaggo Correia Cavalcanti de Morais Ilustração e Edição de Imagens Elton Flor da Silva Sumário Aula 02 Aula 03 Aula 04 Aula 05 Aula 06 Aula 01 05 17 37 55 77 99 Aula 01 7 KOSMOS A palavra kosmos ,em português, admite duas grafi as: cosmos ou cosmo . Para os gregos, cosmos não signifi ca apenas “universo”, mas sim, “universo com ordem”, isto é, o Universo tinha regras e cabia ao fi lósofo descobrir quais eram essas regras. Cosmos se opõe ao caos, que era a situação inicial do Universo: a matéria em desordem. Depois ,de algum modo, o caos se tornou em cosmos. Introdução à Ciência Física Objetivos Conceituar Física dentro do contexto histórico;1. Identifi car a importância da Física no desenvolvimento da humani-2. dade; Estabelecer relações entre as primeiras teorias físicas e sua evolu-3. ção histórica; Utilizar os parâmetros do método científi co.4. Introdução Neste capítulo, faremos uma retrospectiva desde as primeiras teorias da física, passando pela sua evolução e importância para o desenvolvimento das ciências. Daremos ênfase à utilização e ao desenvolvimento do método científi co, utilizados em trabalhos de pesquisas. Citaremos tam- bém os grandes fi lósofos ligados à evolução do conhecimento humano sobre o mundo físico. Fazendo entender que essa evolução não é resul- tado da ação individual de alguns homens notáveis, e sim, obra coletiva. O que é Física A Física é uma ciência que surgiu com a inquietação e refl exão dos primeiros fi lósofos gregos, no século VI a.C. Tais fi lósofos tinham grande interesse sobre a natureza do universo, isto é, do que seria feito e como aconteciam as transformações. A palavra Physis, signifi ca natureza em grego e dela derivou-se a palavra Física. Mas para esses fi lósofos, a palavra physis não signifi cava universo. Para universo, eles tinham outra palavra chamada kosmos. Os fenômenos que ocorrem permanentemente na natureza e estão sem- pre presentes em todos os momentos da nossa vida, tem a física como uma ciência que explica uma grande quantidade desses fenômenos, como por exemplo, os dias e as noites, os relâmpagos, os trovões, os eclipses, as marés, o arco-íris, os planetas girando em órbitas, etc. 8 A Física estuda matéria e energia, força e movimento. Ela também dá grande contribuição para o desenvolvimento científi co e tecnológico o que nos permite entender as questões científi cas do passado, do presente e nos faz buscar novos conhecimentos para as incertezas do futuro. Importância da Física O desenvolvimento científi co e tecnológico, alcançado pela humanidade, até os dias de hoje deve-se muito a essa ciência, uma das mais antigas. A Física tem aplicações em praticamente todas as atividades humanas. Na Medicina, por exemplo, inicialmente com os raios X, teve um papel importantíssimo, evoluindo de tal forma que hoje utilizamos a ultras-so- nografi a, ressonância magnética, tornando ,desse modo, os diagnósticos muito mais precisos e rápidos. Nos transportes, a física também teve sua importância, permitindo o avanço na construção de motores e os modernos trens que levitam mag- neticamente sobre os trilhos. Com relação às telecomunicações e à eletrônica, a física contribuiu grandemente, desde o surgimento do telégrafo, passando pelo rádio e televisão até chegar aos mais sofi sticados chips, utilizados na produção de computadores de última geração. As primeiras teorias da Física Tales de Mileto foi o primeiro fi lósofo a estudar profundamente o pro- blema da physis do cosmos. Tales achava que o princípio de todas as coisas era a água; ele considerava que a água de alguma maneira se transformava em todas as outras coisas. A teoria dos quatro elementos Essa teoria foi formulada por Empedócles de Agrigento. Para ele, todas as coisas seriam obtidas através da mistura de quatro substâncias indes- trutíveis, são elas: ar, fogo, água e terra. Mais tarde, essas substâncias foram denominadas quatro elementos. TALES DE MILETO Foi o primeiro fi lósofo ocidental de que se tem notícia. Ele foi o marco inicial da fi losofi a ocidental. De ascendência fenícia, nasceu em Mileto, antiga colônia grega, na Ásia Menor, atual Turquia, por volta de 624 ou 625 a.C. e faleceu ,aproximadamente, em 556 ou 558 a.C.. EMPÉDOCLES DE AGRIGENTO (495/490 - 435/430 a.C.) foi fi lósofo, médico, legislador, professor, místico além de profeta, e também defensor da democracia e sustentava a ideia de que o mundo seria constituído por quatro princípios: água, ar, fogo e terra. Tudo seria uma determinada mistura desses quatro elementos, em maior ou menor grau, e seria o que de imutável e indestrutível existiria no mundo. 9 Os Atomistas Leucipo formulou outra teoria chamada Teoria Atômica, a qual foi desenvolvida mais detalhadamente pelo seu discípulo Demócrito. De acordo com essa teoria, tudo que existe na natureza seria feito de um número infi nito de partículas invisíveis e indivisíveis; por essa razão, surgiu o nome átomo, que em grego signifi ca “não divisível”. Os átomos seriam todos constituídos de uma mesma substância, diferindo apenas em forma e tamanho. À medida que esses átomos se juntavam ou se separavam, tínhamos a geração ou a destruição dos corpos. Aristóteles Aristóteles foi o grande sistematizador do conhecimento antigo, nasceu em Estagira (384-322 a.C). Muitos fi lósofos antigos foram especialistas, ou seja, alguns se preocupavam apenas com problemas de physis; outros, só com a ética. Aristóteles, no entanto, estudou todas as áreas do conhecimento. Entre as teorias da physis propostas na época, Aristóteles optou pela teoria dos quatro elementos formulada por Empédocles cujos elementos eram indestrutíveis. Aristóteles considerava-os transformáveis uns nos outros. Para Aristóteles, tudo que está abaixo da Lua (mundo sublunar) seria formado pelos quatro elementos. Porém, a Lua e tudo que está acima dela (mundo supralunar), seria formado de um quinto elemento, chamado éter. Os corpos sublunares estariam sujeitos a trans- formações; seriam corruptíveis; enquanto os corpos supralunares seriam incorruptíveis, isto é, seriam indestrutíveis, não podendo sofrer qualquer transformação. As teorias de Aristóteles foram aceitas por muitos séculos devido ao seu prestígio, só vindo a ser seriamente questionadas no início do Renascimento. A partir do século XVII, foi ressuscitada a teoria atômica, mas o modelo de átomo que aceitamos até hoje só fi cou defi nitivamente estabelecido em 1932, com adescoberta do nêutron. Hoje sabemos que a teoria dos quatro elementos estava errada. Sabemos também que todos os copos que vemos ao nosso redor são formados por átomos. LEUCIPO DE MILETO Filósofo grego, que nasceu cerca de 500 anos a.C. Tradicionalmente, Leucipo é considerado o mestre de Demócrito de Abdera e, talvez, o verdadeiro criador do atomismo (segundo a tese de Aristóteles). DEMÓCRITO DE ABDERA (460 a.C ,em Abdera ,Grécia – 370 a.C - local desconhecido) É certamente mais conhecido por sua teoria atômica, mas ele também foi um excelente geômetra. Pouco se sabe sobre sua vida, mas se tem conhecimento de que ele foi um discípulo de Leucipo. Demócrito foi um homem viajado. Historiadores apontam sua presença no Egito, Pérsia, Babilônia e talvez na Índia e Etiópia. 10 ALQUIMIA O signifi cado da Alquimia pode assumir diversas conotações de acordo com o contexto em que é aplicada e da forma como é interpretada. A alquimia pode ser considerada uma modalidade de ciência, talvez a mais antiga da história da humanidade, que originou diversas outras, inclusive a química contemporânea. GALILEU GALILEI (Em italiano, Galileo Galilei, Pisa, 15 de fevereiro de 1564 — Florença, 8 de janeiro de 1642) foi físico, matemático, astrónomo e fi lósofo italiano que teve um papel preponderante na chamada revolução científi ca. Galileu Galilei desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do movimento uniformemente acelerado e do movimento do pêndulo. Descobriu a lei dos corpos , enunciou o princípio da inércia e o conceito de referencial inercial, ideias precursoras da mecânica newtoniana. Alquimia Diversas teorias sobre a estrutura do Universo foram propostas, porém, na antiguidade, não havia como testá-las. Por essa razão, durante muitos séculos, não surgiram novas teorias sobre a constituição da matéria. Assim, a atenção dos estudiosos voltou-se para o comportamento das coisas que formam o cosmos. Assim sendo, a princípio estudou-se o movimento; posteriormente, o calor, a eletricidade, o magnetismo, o som e a luz. Nessa fase, porém, a refl exão sobre a estrutura da matéria não fi cou totalmente abandonada, pois surgiram, a partir do século IV a.C., os chamados Alquimistas, pessoas que praticavam a alquimia. Partindo de algumas técnicas já conhecidas que eram utilizadas para trabalhar com metais, vidros e outros, os alquimistas tomaram por base a teoria dos quatro elementos, procuraram desenvolver técnicas de transformação da matéria. Por essa razão, devemos a eles a descoberta de muitas subs- tâncias e algumas técnicas de separação de misturas como, por exemplo, a destilação. A evolução da Física O homem sempre procurou desvendar os fenômenos que aconteciam a sua volta, isso foi sempre uma constante na evolução humana. Na luta pela sobrevivência, o homem foi aprendendo a conhecer a natureza e desvendar seus segredos. Quando o homem pré-histórico usou uma pedra para abrir o crânio de um animal ou fez um arco para atirar uma fl echa, ele estava incorporando conhecimentos mesmo que inconsciente de Mecânica. Os primeiros povos civilizados, na Mesopotâmia e no Egito, aprenderam, entre outras coisas, a bombear água para as plantações, a transportar e levantar enormes blocos de pedra e construir monumentos. Na luta pela sobrevivência ,o homem foi aprendendo a conhecer a natu- reza e desvendar seus segredos. Mais tarde, com os gregos, nasceu a Filosofi a. Herdeiros de um longo processo de desenvolvimento cultural ocorrido nas regiões próximas do Mediterrâneo, eles tentaram explicar o mundo através unicamente da razão. Os conhecimentos anteriores aos gregos foram obtidos na tenta- 11 ISAAC NEWTON (04/01/1643 — 31/03/1727) Foi um cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, embora tenha sido também astrônomo, alquimista, fi lósofo natural e teólogo. Sua obra, Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, é considerada uma das mais infl uentes em História da ciência. Publicada em 1687, esta obra descreve a lei da gravitação universal e as três leis de Newton, que fundamentaram a mecânica clássica. tiva de resolver problemas práticos. Confundiam-se ainda com os mitos e a religião. Os gregos deram um enorme salto ao formular racionalmente os princí- pios explicativos do movimento, da constituição da matéria, do peso, do comportamento da água, etc. Como na sociedade grega todo trabalho físico era realizado por escra- vos, os gregos não se preocupavam em resolver problemas práticos. Valorizavam as ideias e muito pouco a experimentação. A decadência do Mundo Antigo e o advento da Idade Média representa- ram um enorme retrocesso para a ciência. Uma sociedade basicamente rural, dominada pela religião, que fazia uso restrito da escrita e de livros, oferecia, então, poucas possibilidades ao desenvolvimento científi co. O renascimento do comércio e da vida urbana, no fi nal da Idade Média, criou um ambiente próprio para a renovação cultural que lançou as bases da ciência moderna. Foi nesse universo urbano em formação que viveu, no século XVI, o personagem símbolo dessa ciência: Galileu Galilei. Galilei introduziu um procedimento fundamental para o cientista: a neces- sidade de testar, com experiências concretas, as formulações teóricas. Além disso, o genial italiano mostrou, com sua prática, que o cientista precisa criar situações favoráveis de observação, eliminando fatores que interfi ram ou prejudiquem a análise do fenômeno a ser estudado. Outro momento importante na constituição do conhecimento ligado à Física ocorreu no século XVII com Isaac Newton. Ele realizou a primeira grande síntese da história da Física através da formulação de leis gerais. Com isso, criou-se a possibilidade de investigações novas em diversos campos. Newton criou, ainda, um sistema matemático para resolver problemas de Física para os quais antes não havia solução. A partir dos fundamentos lançados por Newton, ocorreram importantes inovações científi cas e técnicas. Ao longo dos séculos XVIII e XIX, o progresso material derivado dessas inovações foi notável. O fi nal do século XIX foi uma fase de excessivo otimismo. Muitos estu- diosos da Física achavam que já conheciam os princípios e as leis fundamentais do funcionamento do universo. Quando surgiu ,em 1905, a Teoria da Relatividade, publicada por Einstein, que provocou uma verdadeira revolução no campo científi co. 12 As mais arraigadas certezas, baseadas nas leis mecânicas de Newton, passaram a ser revistas. A partir daí, os avanços foram enormes. A obtenção de energia a partir da desintegração atômica, os satélites e as viagens espaciais são alguns dos resultados mais conhecidos do progresso recente da Física. Método científi co O método científi co é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência visando aos novos conhecimentos, bem como corrigir e integrar conhecimentos pré-existentes. A maioria das disciplinas cien- tífi cas consiste em juntar evidências observáveis, empíricas (ou seja, baseadas apenas na experiência) e mensuráveis e as analisa com o uso da lógica. O contexto de uma pesquisa Primeiramente os pesquisadores defi nem proposições lógicas ou supo- sições (hipóteses) para explicar certos fenômenos e observações só ,então, desenvolvem experimentos que testam essas hipóteses. Se confi rmadas, as hipóteses podem gerar leis e teorias. Integrando-se hipóteses de certa área a uma estrutura coerente de conhecimento, contribui-se na formulação de novas hipóteses, bem como coloca as hipóteses em um conjunto de conhecimento maior que são as leis e teorias reconhecidas consensualmente pela comunidade científi ca e/ou o paradigma de seu tempo. Outra característica do método é a de que o processo precisa ser obje- tivo, e o cientista deve ser imparcial na interpretação dos resultados. Tanto a imparcialidade (evidência) como a objetividade foram incluídas por René Descartes (1596 – 1649)nas regras lógicas que caracterizam o método científi co. Além disso, o procedimento precisa ser documentado, tanto no que diz respeito à fonte de dados como as regras de análise, para que outros cientistas possam reanalisar, reproduzir e verifi car a confi abilidade dos resultados. ALBERT EINSTEIN Devido à formulação da teoria da relatividade ,Einstein tornou-se famoso mundialmente. Nos seus últimos anos, a sua fama excedeu a de qualquer outro cientista na cultura popular: “Einstein” tornou-se um sinônimo de gênio. Foi ,por exemplo, eleito pela revista Time como a “Pessoa do Século” ,e a sua face é uma das mais conhecidas em todo o mundo. Em 2005, celebrou-se o Ano Internacional da Física, em comemoração aos 100 anos do chamado “Annus Mirabilis” (ano miraculoso) de Einstein, em que este publicou quatro dos mais importantes artigos cientifícos da física do século XX. Em sua honra, foi atribuído o seu nome a uma unidade usada na fotoquímica, o einstein, bem como a um elemento químico, o einstênio. 13 É comum o uso da análise matemática ou estatística, quando possível, ou aproximação de modelos abstratos e categorias de classifi cação a depender do objetivo da pesquisa. Elementos do método científi co O método científi co é composto dos seguintes elementos: Caracterização - » Quantifi cações, observações e medidas; Hipóteses - » Explicações hipotéticas das observações e medidas; Previsões - » Deduções lógicas das hipóteses; Experimentos - » Testes dos três elementos acima. O método científi co consiste dos seguintes aspectos: Observação - » Uma observação pode ser simples, isto é, feita a olho nu, ou pode exigir a utilização de instrumentos apropriados; Descrição - » O experimento precisa ser replicável (capaz de ser reproduzido); Previsão - » As hipóteses precisam ser válidas para observações feitas no passado, no presente e no futuro; Control » e - Para maior segurança nas conclusões, toda experiên- cia deve ser controlada. Experiência controlada é aquela que é realizada com técnicas as quais permitem descartar as variáveis passíveis de mascarar o resultado; Explicação das Causas - » Na maioria das áreas da Ciência, é necessário que haja causalidade. Nessas condiçõe para o enten- dimento científi co, os requerimentos abaixo são vistos como importantes: Identifi cação das Causas; » Correlação dos eventos - » As causas precisam se correlacio- nar com as observações; Ordem dos eventos - » As causas precisam preceder no tempo os efeitos observados. Apresentamos abaixo a sequência dos elementos do método cientifi co: Defi nição do problema; » Recolhimento de » dados ; Proposição de uma hipótese ; » Realização de uma experiência controlada, para testar a validade da » hipótese ; Análise dos resultados ; » RENÉ DESCARTES (31/03/ 1596 -11/02/1650) Também conhecido como Renatus Cartesius (forma latinizada), foi fi lósofo, físico e matemático francês. Notabilizou-se, sobretudo, por seu trabalho revolucionário na fi losofi a e na ciência mas também obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria ,fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome. Por fi m, ele foi uma das fi guras-chave na Revolução Científi ca. REGRAS Em metodologia, pode ser um conjunto de coordenadas de funcionamento de um determinado sistema para fi ns de organização, ou seja ,para manter a ordem do mesmo. LÓGICA Signifi ca palavra, pensamento, ideia, argumento, relato, razão lógica ou princípio lógico), é uma ciência de índole matemática e fortemente ligada à Filosofi a. 14 Interpretação dos dados e tirar conclusões, o que serve para a » formulação de novas hipóteses; Publicação dos resultados em » monografi as, dissertações, teses, artigos ou livros aceitos por universidades e/ou reconhecida pela comunidade científi ca. Referências BONJORNO, J. R. & Clinton M. R. – Física História e Cotidiano, Volume único, Editora FTD, 2ª edição, São Paulo, 2005. GASPAR, A. – Física, Volume Único, Editora Ática, São Paulo, 2003. Ugo Amaldi – Imagens da Física, Editora Scipione, 1ª edição ,São Paulo, 1997. ROCHA, J.F.M ET all – Origem e evolução das idéias da Física, Editora EDUFBA, Salvador, 2002. SAMPAIO, J.L. e Calçada, C. S. - Universo da Física, vol. 1 Mecânica, Atual Editora, 2ª Edição São Paulo, 2006. <http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_cient%C3%ADfi co> Acesso em: 14/03/2009. DESCARTES, René. Discurso do método. (tradução prefácio e notas de João Cruz Costa. SP, Ed de Ouro, 1970 disponível para download em domí- nio público http://www.dominiopublico... e Booket http://www.eBooket.net HADDAD, Nagib. Metodologia de estudos em ciências da saúde, como pla- nejar, analisar e apresentar um trabalho científi co. SP, Roca, 2004 LAKATOS, Eva; Maria Marconi, Marina de A. Metodologia científi ca. SP, Atlas, 2007 PARADIGMA Literalmente modelo, é a representação de um padrão a ser seguido. CIENTISTA Em metodologia, pode ser um conjunto de coordenadas de funcionamento de um determinado sistema para fi ns de organização, ou seja ,para manter a ordem do mesmo. 15 Sites para consultas http://pt.wikipedia.org/wiki/Discurso_sobre_o_M%C3%A9todo http://www.mundodosfi losofos.com.br/descartes.htm http://www.ecientifi cocultural.com/ECC2/artigos/metcien1.htm http://www.molwick.com/pt/metodos-cientifi cos/520-tipos-metodos-cientifi cos. html http://scm2000.sites.uol.com.br/algumasdiferencas.html Aula 02 19 CGPM A ‘Conférence Générale des Poids et Mesures’ (Conferência Geral de Pesos e Medidas ou CGPM) é uma das três organizações criadas para avaliar e gerir o Sistema Internacional de Unidades (SI) nos termos da Convenção do Metro (1875). Reúne-se em Paris,a cada quatro ou seis anos. Em 2002, a CGPM representava 51 estados- membro e dez observadores. Unidades das Grandezas Objetivos Relembrar alguns conceitos básicos das unidades das grandezas 1. no SI; Utilizar o sistema métrico decimal;2. Desenvolver operações com notação científi ca.3. Introdução Sabemos que, a cada instante, um fenômeno acontece ao nosso redor. Dentre os fenômenos estudados, existem equações matemáticas que foram formuladas para explicar tais fenômenos. Uma das características da Física ,a partir do Século XVII ,é a sua “mate- matização”, isto é, as leis da Física passaram a ser descritas de forma matemática, por meio de equações envolvendo grandezas tais como: velocidade, força, energia, etc. Dessa forma, o processo de medida das grandezas passa a ter uma importância fundamental. Neste capítulo, introduziremos as unidades usadas para medir as grande- zas básicas e a sua representação no Sistema Internacional de Unidade como também mostraremos de que forma representar e operar com números em notação científi ca. Sistema Internacional de Unidade Até 1862 ,o Brasil utilizava as unidades e medidas de Portugal (vara, braça (extensão), quintal (massa), etc.), mas estas medidas nunca foram rigorosamente cumpridas. Em 1862 ,o Sistema Métrico francês foi adotado em todo o Império, mas somente em 1872, foi aprovado o Regulamento do Sistema adotado. Em 1875 ,o Brasil fez-se represen- tar na Conferência Internacional do Metro, mas como este Ato não foi retifi cado no Brasil, logo a partir da I CGPM (1889), deixamos de manter ligações com esta entidade. Somente em outubro de 1921, o Brasil ade- riu novamente à Convenção do Metro iniciando em 1935 a elaboração de um projeto de regulamentação do seu sistema de medidas. Com o 20 ANOTAÇÕES PESSOAIS advento do Estado Novo, foi somente a partir de 1938 que foram fi xadas as bases para a adoção defi nitiva do sistema de pesos e medidas, o que culminou em 1953 com a adesão do Brasil à CGPM. Em 1960, o Brasil participou da 11ª. CGPM, que criou o Sistema Internacional de Unidades. Em consequência desses fatos, foi criado ,em 1961, o Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM), hojedesignado como Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (INMETRO), ao qual cabe a responsabilidade de manter atualizado o quadro geral de unida- des e resolver as dúvidas que possam surgir quando de sua aplicação ou interpretação. Unidades de Base ou Fundamentais Grandeza Unidade Símbolo Comprimento Metro m Massa Quilograma kg Tempo Segundo s Corrente elétrica Ampère A Temperatura termodinâmica Kelvin K Quantidade de matéria Mol Mol Intensidade luminosa Candela Cd METRO (m) - É o caminho percorrido pela luz no vácuo durante um » intervalo de tempo de 1/299 792 458 de um segundo [17ª. CGPM (1983)]; QUILOGRAMA (kg) - É igual à massa do protótipo internacional, » feito com uma liga platina - irídio, dentro dos padrões de precisão e confi abilidade que a ciência permite [1ª. CGPM (1889) ; ratifi cada na 3ª. CGPM (1901)]; SEGUNDO (s) - É a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação » correspondente à transição entre os dois níveis hiperfi nos do átomo de césio-133, no estado fundamental [13ª. CGPM ( 1967)]; AMPÈRE (A) - É uma corrente constante que, se mantida em dois » condutores retilíneos e paralelos, de comprimento infi nito e secção transversal desprezível, colocados a um metro um do outro no vácuo, produz entre estes dois condutores uma força igual a 2 x10-7 Newton, por metro de comprimento [9ª. CGPM (1948)]; KELVIN – (K) - É a fração 1/273,16 da temperatura termodinâmica » do ponto triplo da água (13ª. CGPM -1967); MOL (mol) - É a quantidade de matéria de um sistema que contém » tantas entidades elementares quantos forem os átomos contidos em 0,012 quilograma de carbono 12 (14ª. CGPM -1971); 21 CANDELA (cd) - É a intensidade luminosa, em uma determinada » direção, de uma fonte que emite radiação monocromática de frequ- ência 540x1012 hertz e que tem uma intensidade radiante naquela direção de 1/683 watt por esteradiano (16ª. CGPM -1979). Unidades Derivadas São formadas pela combinação de unidades de base, unidades suple- mentares ou outras unidades derivadas, de acordo com as relações algébricas que relacionam as quantidades correspondentes. Os símbolos para as unidades derivadas são obtidos por meio dos sinais matemáticos de multiplicação e divisão e o uso de expoentes. Algumas unidades SI derivadas têm nomes e símbolos especiais. Algumas unidades SI derivadas simples em termo das unidades de base Grandeza Unidade Símbolo Área Metro quadrado m2 Volume Metro cúbico m3 Velocidade Metro por segundo m/s Aceleração Metro por segundo quadrado m/s2 Força Newton N Densidade Quilograma por metro cúbico kg/m3 Potência Watt W Carga elétrica Coulomb C Sistema Métrico Decimal Histórico No início, o próprio corpo humano servia como base para a criação de um sistema de mensuração. Os gregos foram os primeiros a inventar uma forma sistematizada de medir, com padrões criados com base em partes anatômicas. ANOTAÇÕES PESSOAIS 22 O início do desenvolvimento do sistema métrico data de 1791, na França, com a intenção de criar uma medida padronizada a ser adotada mundial- mente. Esta medida, o metro padrão, representava a décima milionésima parte de um quadrante terrestre, defi nida em 1799. Um quadrante terrestre, defi nido a partir da linha do Equador. O metro foi obtido pela divisão desta distância por 10 milhões. Esta distância foi calculada e transferida para uma barra de platina com secção transversal retangular. O metro padrão passou a ser defi nido como a distância entre os dois extremos da barra a uma dada tempe- ratura, sendo que outros países receberam barras semelhantes para disseminar a nova medida. Em 1889, o padrão do metro foi substituído por uma barra com secção transversal em “X”, composta por uma liga de platina e irídio altamente estável, mais precisa do que o padrão original de 1799. O comprimento desta barra, a 0º C, era equivalente a um metro. Vários países recebe- ram cópias destes padrões, precisamente calibrados com comparadores ópticos desenvolvidos na época. ANOTAÇÕES PESSOAIS 23 Duas barras com secção transversal em “X”, compostas por liga de platina-irídio, representando o metro padrão de 1889. Em 1983, chegou-se à atual defi nição do metro, baseada no compri- mento de onda da luz gerada por um laser de Hélio-Neon no vácuo. Hoje, defi ne-se o metro como “a distância linear percorrida pela luz no vácuo, durante um intervalo de 1/299.792.458 segundo”. Esta medida é tão pre- cisa que o seu grau de incerteza situa-se na ordem de ±1 x 2,5x1011. O Sistema de Medidas é um conjunto de medidas usado em quase todo o mundo, visando à padronização das formas de medição. Desde os tempos mais remotos, os povos criavam seu método próprio de unidades de medidas. Cada um, desta forma, tinha seus próprios méto- dos de medição. Além da falta de uniformidade, observamos duas outras características das unidades antigas: a imprecisão e a difi culdade de reprodução. Com o comércio crescente e em expansão na época, fi cava, cada vez mais complicado operar com tamanha diversidade de sistemas de medi- das, e a troca de informações entre os povos era confusa. Assim foi necessário que se adotasse um “sistema padrão” de medidas em suas respectivas grandezas. Então ,no ano de 1791, um grupo de representantes de diversos países reuniu-se para discutir a forma de adotar um sistema de medidas único que facilitasse a troca de informações entre os povos. Foi desenvolvido o sistema métrico decimal. Unidade de Comprimento O termo “metro” é oriundo da palavra grega “métron” e tem como sig- nifi cado “o que mede”. Estabeleceu-se ,no princípio, que a medida do “metro” seria a décima milionésima parte da distância entre o Pólo Norte e Equador, medida pelo meridiano que passa pela cidade francesa de Paris. O metro padrão foi criado no ano de 1799 e hoje é baseado no espaço percorrido pela luz no vácuo em um determinado período de tempo. ANOTAÇÕES PESSOAIS 24 As primeiras medições No mundo atual, temos os mais diversos meios e instrumentos que permitem ao homem moderno medir comprimentos. Porém nem sempre foi desta forma, há 3.000 anos, quando não existiam os recursos atuais, como o homem fazia para efetuar medidas de comprimentos? Esta necessidade de medir espaços é tão antiga quanto a necessidade de contar. Quando o homem começou a construir suas habitações e desenvolver sua agricultura e outros meios de sobrevivência e desen- volvimento econômico, fez-se necessário medir espaços, logo houve a necessidade de se medir espaços. Desta forma, para medir espaços, o homem antigo tinha como base seu próprio corpo, por isto o surgimento de polegadas, braça, passo e palmo. Algumas destas medidas ainda são usadas, como é o caso da polegada. Há algum tempo, o povo egípcio usava como padrão para comprimento, o “cúbito”, que é a distância do cotovelo à ponta do dedo médio. Como as pessoas, é claro, têm tamanhos diferentes, o “cúbito” variava de uma pessoa para outra, fazendo com que houvesse muita divergência nos resultados fi nais de medidas. Assim, observando esse problema, o de variação de medidas, o povo egípcio resolveu adotar uma outra forma de medir o “cúbito”.Eles, os egípcios, passaram ,então, ao invés de usar seu próprio corpo, substi- tuiram-no por uma barra de pedra como o mesmo comprimento, assim deu-se a origem do “cúbito padrão”. Como era impossível realizar medições em extensões grandes, o povo egípcio começou, então, a usar cordas, para medir grandes áreas. Havia nós que eram igualmente colocados em espaços iguais, e o intervalo entre estes nós poderia medir “x” cúbitos fi xos. Com essa forma de medi- ção com cordas, originou-se o que chamamos hoje de “trena”. Hoje, o sistema internacional de unidades estabelece que o metro é a medida ofi cialmente usada nas atividades científi cas, econômicas e industriais. A defi nição dessa grandeza foi reformulada ao longo das diversas Conferências Gerais de Pesos e Medidas, reuniões periódicas entre representantes devários países para deliberar a respeito dos padrões e do seu uso corrente. Segundo a defi nição atual, “o metro equivale a 299 792 458 avos da distância percorrida pela luz no vácuo durante um segundo”. POLEGADAS A polegada é uma unidade de comprimento usada no sistema imperial de medidas britânico. Uma polegada são 2,54 centímetros ou 25,4 milímetros A polegada tem sua origem na medida realizada com o próprio polegar humano (não todo ele, mas a distância entre a dobra do polegar e a ponta). Uma medida rápida do polegar de um ser humano adulto fornece aproximadamente 2,5 cm de comprimento para esta distância. Hoje em dia, ela é defi nida em função da Jarda. Esta ,por sua vez, é defi nida em função do metro (unidade adotada na maioria dos países). Equivalências 1 polegada é igual a: 0,027777777777778 jardas : 0,083333333333333 pés; 1 pé = 12 polegadas. 25 Múltiplos e submúltiplos do Metro Como o metro é a unidade fundamental do comprimento, existem ,evi- dentemente, os seus respectivos múltiplos e submúltiplos. Os nomes pré-fi xos destes múltiplos e submúltiplos são: quilo, hecto, deca, centi e mili. Veja o quadro: Múltiplos Unidade Principal Submúltiplos Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro km hm dam m dm cm mm 1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m 2000m 200m 20m 2m 0,2m 0,02m 0,002m 3000m 300m 30m 3m 0,3m 0,03m 0,003m Os múltiplos do metro são usados para realizar medição em grandes áreas/distâncias, enquanto os submúltiplos para realizar medição em pequenas distâncias. No caso de haver necessidade de fazer medições milimétricas, onde a precisão é fundamental, podem-se utilizar as seguintes medições: Micron (µ) = 10-6m Angstron (Å) = 10-10m Nomes e funções de algumas medidas Nome Função Unidade Metro Unidade de comprimento m Metro quadrado Unidade de superfície m2 Metro cúbico Unidade de volume m3 Litro Unidade de capacidade L Grama Unidade de peso g Tempo Medir tempo s Quilograma Medir massa kg Quilograma por metro cúbico Medir massa específi ca kg/m3 Watt Potência e fl uxo de energia w Hertz Frequência hz BRAÇA É uma antiga medida cujo comprimento equivale a 2,2 metros. Apesar de antiga, atualmente ainda é usada e compreendida por muitos trabalhadores rurais e outras pessoas envolvidas com o meio rural. Ao conjunto de 3.000 braças se dá o nome de légua (esta não é a única defi nição ). Uma área formada por 30 x 30 braças recebe o nome de braça quadrada (no Brasil) ou tarefa baiana (especifi camente na Bahia). 26 Leitura das Medidas de comprimento Podemos efetuar a leitura corretas das medidas de comprimento com auxílio de um quadro chamado “quadro de unidades”. Exemplo: Leia 16,072 m km hm dam m dm cm mm kilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centíme- tro milímetro km hm dam m dm cm mm 1 6, 0 7 2 Após ter colocado os respectivos valores dentro das unidades equiva- lentes, lê-se a parte inteira acompanhada da unidade de medida do seu último algarismo ;e a parte decimal; com a unidade de medida o último algarismo. 16,072m = Dezesseis metros e setenta e dois milímetros Veja outros exemplos de leitura: 8,05 km = Lê-se assim: “Oito quilômetros e cinco decâmetros” 72,207 dam = Lê-se assim: “Setenta e dois decâmetros e duzentos e sete centímetros” 0,004 m = Lê-se assim: “Quatro milímetros” Transformar unidades Quando se deseja transformar quilômetro (km) em hectômetro (hm), basta multiplicar por 10; de hectômetro (hm) em decâmetro (dam), multiplica-se por 10 e assim sucessivamente. Observe a tabela abaixo: .10 .10 .10 .10 .10 km hm dam m dm cm mm Quando se deseja transformar milímetro (mm) em centímetro (cm), basta dividir por 10; de centímetro (cm) em decímetro (dm), divide-se por 10 e assim sucessivamente. PALMO Palmo é uma medida de comprimento que se obtém com a mão totalmente aberta, em torno de 22 centímetros. Além disso, palmo também é uma unidade de medida inglesa, ainda utilizada em alguns países, como nos Estados Unidos. PASSO Medida de comprimento múltipla do pé. O passo singelo podia ter 2, 2,5 e 3 pés consoantes o uso. O passo dobrado era o dobro do singelo. O passo geométrico tinha 5 pés e era usado pelos geógrafos. 27 Observe a tabela abaixo: ‘ km hm dam m dm cm mm ÷10 ÷10 ÷10 ÷10 ÷10 Agora observe os exemplos de transformações 1) Transforme 17,475hm em m km hm dam m dm cm mm kilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro Para transformar hm (hectômetro) em m (metro) - observe que são duas casas à direita- multiplicamos por 100, ou seja, (10 x 10). 17,475 x 100 = 1747,50 Ou seja, 17,475 hm é = 1747,50m 2) Transforme 2,462 dam em cm km hm dam m dm cm mm kilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro Para transformar dam (Decâmetro) em cm (Centímetro) – observe que são três casas à direita – multiplicamos por 1000, ou seja, (10 x 10 x 10). 2,462 x 1000 = 2462 Ou seja, 2,462dam é = 2462 cm 3) Transforme 186,8m em dam. km hm dam m dm cm mm kilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro Para transformar m (metro) em dam (decâmetro) ,observe que é uma casa à esquerda – dividimos por 10. 186,8 ÷ 10 = 18,68 ou seja 186,8 m é = 18,68 dam ANOTAÇÕES PESSOAIS 28 4) Transforme 864m em km. km hm dam m dm cm mm kilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro Para transformar m (metro) em km (kilômetro) , observe que são três casas à esquerda - dividimos por 1000. 864 ÷ 1000 = 0,864 Ou seja, 864m é = 0,864km Unidade de Tempo O tempo é uma unidade vital tanto para o meio cívico como para o meio científi co. Todos nós temos que saber as horas para podermos orga- nizar uma sequência de eventos no intervalo de tempo de um dia. No meio científi co, é necessário que saibamos a duração de certo evento, e muitas grandezas físicas dependem do tempo, como a velocidade (com- primento por tempo), aceleração (comprimento por tempo ao quadrado), etc. O tempo em si é uma grandeza fundamental da física assim defi nida pelo SI. Podemos estabelecer como padrão de tempo qualquer fenômeno que se repita periodicamente. O exemplo mais conhecido é o período de rotação da Terra, que representa o intervalo de tempo de 24h, ou um dia. Porém os desenvolvimentos científi cos exigem que haja mais precisão para se estabelecer uma unidade de tempo válida. No antigo Egito, utilizava-se, para a medição do tempo, a ampulheta, que consistia em um tubo de vidro com um enforcamento em seu centro e um dos lados continha areia. A unidade de tempo de cada ampulheta era defi nida como sendo o intervalo de tempo necessário para que toda a areia escoasse de um lado para outro. Muitos séculos depois, o pêndulo era utilizado para a medição do tempo, já que ele tinha a propriedade de possuir um período constante, independendo de sua velocidade. Nessa época, no entanto, a imprecisão era tremenda. Atualmente se utilizam relógios de pulso a quartzo, que tem a propriedade de gerar um pulso elétrico periódico quando sob certas condições. Em laboratórios, são utilizados ,hoje em dia, os relógios atômicos, baseados na frequência característica do isótopo do césio 133. Em 1967, estabeleceu-se ,então, AMPULHETA A ampulheta é, com o quadrante solar e a clepsidra, um dos meios mais antigos para se medir o tempo. É constituída por duas âmbulas (recipientes cônicos ou cilíndricos) transparentes que se comunicam por um pequeno orifício que deixa passar uma quantidade determinada de areia de uma para a outra - o tempo decorrido a passar de uma âmbula para a outra corresponde, em princípio, sempre ao mesmo período de tempo . 29 que a unidade de tempo do segundo é defi nida como 9. 192. 631. 770 vibrações de luz em um dado comprimento de onda emitido pelo césio 133. Estes relógios de césio têm uma precisão de 1 segundo para cada 6000 anos. É comum ,em nosso dia-a-dia ,perguntas do tipo: Qual a duração dessa partida de futebol? » Qualo tempo dessa viagem? » Qual a duração desse curso? » Qual o melhor tempo obtido por esse corredor? » Todas essas perguntas serão respondidas tomando-se por base uma unidade padrão de medida de tempo. A unidade de tempo escolhida como padrão no Sistema Internacional (SI) é o segundo. Segundo O Sol foi o primeiro relógio do homem: o intervalo de tempo natural decorrido entre as sucessivas passagens do Sol sobre um dado meri- diano dá origem ao dia solar. O segundo (s) é o tempo equivalente a 1/86.400 do dia solar médio. Múltiplos e Submúltiplos do Segundo Múltiplos minutos hora dia min h d 60 s 60 min = 3600 s 24h =1440 min = 86400s São submúltiplos do segundo: Décimo de segundo » Centésimo de segundo » Milésimo de segundo » Outras importantes unidades de medida: Mês (comercial) = 30 dias » Ano (comercial) = 360 dias » Ano (normal) = 365 dias e 6 horas » Ano (bissexto) = 366 dias » Semana = 7 dias » Quinzena = 15 dias » PÊNDULO A fi gura, um relógio de pêndulo, era antigamente um adorno muito comum em algumas residências. RELÓGIO 30 Bimestre = 2 meses » Trimestre = 3 meses » Quadrimestre = 4 meses » Semestre = 6 meses » Biênio = 2 anos » Lustro ou quinquênio = 5 anos » Década = 10 anos » Século = 100 anos » Milênio = 1.000 anos » Unidade de Massa Observe a distinção entre os conceitos de corpo e massa. Massa é a quantidade de matéria que um corpo possui, sendo, portanto, constante em qualquer lugar da terra ou fora dela. Peso de um corpo é a força com que esse corpo é atraído (gravidade) para o centro da terra. Varia de acordo com o local em que o corpo se encontra. Por exemplo: A massa do homem na Terra ou na Lua tem o mesmo valor. O peso, no entanto, é seis vezes maior na terra do que na lua. Explica-se esse fenômeno pelo fato de a gravidade terrestre ser 6 vezes superior à gravidade lunar. A unidade fundamental de massa chama-se quilograma. O quilograma (kg) é a massa de 1 dm3 de água destilada à temperatura de 4°C. Múltiplos e Submúltiplos do grama quilo- grama hecto- grama deca- grama grama deci- grama centi- grama mili- grama kg hg dag g dg cg mg 1.000g 100g 10g 1g 0,1g 0,01g 0,001g Observe que cada unidade de volume é dez vezes maior que a unidade imediatamente inferior. INSTRUMENTOS PARA MEDIR MASSA 31 Exemplos: 1 dag = 10 g 1 g = 10 dg Podemos relacionar as medidas de massa com as medidas de volume e capacidade. Assim, para a água pura (destilada) ,a uma temperatura de 4ºC, é válida a seguinte equivalência: 1 kg <=> 1dm3 <=> 1L São válidas também as relações: 1cm3 <=> 1ml <=> 1g Na medida de grandes massas, podemos utilizar ainda as seguintes unidades especiais: 1 arroba = 15 kg 1 tonelada (t) = 1.000 kg 1 megaton = 1.000 t ou 1.000.000 kg Leitura das Medidas de Massa A leitura das medidas de massa segue o mesmo procedimento aplicado às medidas lineares. Exemplos: Leia a seguinte medida: 83,731 hg kg hg dag g dg cg mg Lê-se:”83 hectogramas e 731 decigramas”. Leia a medida: 0,043g kg hg dag g dg cg mg 0, 0 4 3 Lê-se: “43 miligramas”. ANOTAÇÕES PESSOAIS 32 Transformação de Unidades Cada unidade de massa é 10 vezes maior que a unidade imediatamente inferior. Observe as seguintes transformações: Transforme 4,627 kg em dag. kg hg dag g dg cg mg Para transformar kg em dag (duas posições à direita), devemos multipli- car por 100 (10 x 10). 4,627 x 100 = 462,7 ou seja 4,627 kg = 462,7 dag Notação Científi ca A notação científi ca é uma forma concisa de representar números, em especial, muito grandes (100000000000) ou muito pequenos (0,00000000001). É baseado no uso de potências de 10 (os casos acima, em notação científi ca, fi cariam: 1 · 1011 e 1 · 10-11, respectivamente). Observe os números abaixo: 700 000 40 000 000 800 000 000 000 000 2 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 0,0008 0,00000001 0,0000000000000009 0,0000000000000000000000000000000000000000000000006 ANOTAÇÕES PESSOAIS 33 A representação desses números na forma convencional torna-se difícil. O principal fator de difi culdade é a quantidade de zeros extremamente alta para a velocidade normal de leitura dos números. Em áreas como a Física e a Química ,esses valores são frequentes. Por exemplo, a maior distância observável do universo mede cerca de 740 000 000 000 000 000 000 000 000 metros, e a massa de um próton é aproximadamente 0,00000000000000000000000000167 gramas. Para valores como esses, a notação científi ca é mais compacta. Outra vantagem da notação científi ca é que ela sempre pode representar ade- quadamente a quantidade de algarismos signifi cativos. Descrição Um número escrito em notação científi ca segue o seguinte modelo: m · 10e O número m é denominado mantissa, e e denomina-se a ordem de grandeza. Notação científi ca padronizada A defi nição básica de notação científi ca permite uma infi nidade de repre- sentações para cada valor. Mas a notação científi ca padronizada inclui uma restrição: a mantissa deve ser maior ou igual a 1 e menor que 10. Para transformar um número qualquer para a notação científi ca padroni- zada, devemos deslocar a vírgula obedecendo ao princípio de equlíbrio. Vejamos o exemplo abaixo: 253 756,42 A notação científi ca padronizada exige que a mantissa esteja entre 1 e 10. Nessa situação, o valor adequado seria 2,5375642 (observe que a sequência de algarismos é a mesma, somente foi alterada a posição da vírgula). Para o exponente, vale o princípio de equilíbrio: “Cada casa decimal que diminui o valor da mantissa aumenta o expoente em uma unidade, e vice-versa”. Nesse caso, o expoente é 5. ANOTAÇÕES PESSOAIS 34 Observe a transformação passo a passo: 253 756,42 25 375,642 · 101 = 2 537,5642 · 102 = 253,75642 · 103 = 25,375642 · 104 =2,5375642 · 105 Um outro exemplo, com valor menor que 1: 0,0000000475 0,000000475 · 10-1 = 0,00000475 · 10-2 = 0,0000475 · 10-3 = 0,000475 · 10-4 = 0,00475 · 10-5 = 0,0475 · 10-6 = 0,475 · 10-7 = 4,75 · 10-8 Operações Adição e subtração Para somar dois números em notação científi ca, é necessário que o expoente seja o mesmo. Isto é, um dos valores deve ser transformado para que seu expoente seja igual ao do outro. A transformação segue o mesmo princípio de equilí- brio. O resultado possivelmente não estará na forma padronizada, sendo convertido posteriormente. Exemplos: 4,2 · 107 + 3,5 · 105 = 4,2 · 107 + 0,035 · 107 = 4,235 · 107 6,32 · 109 - 6,25 · 109 = 0,07 · 109 (não padronizado) = 7 · 107 (padroni- zado) Multiplicação Multiplicamos as mantissas e somamos os expoentes de cada valor. O resultado possivelmente não será padronizado, mas pode ser convertido: ANOTAÇÕES PESSOAIS 35 Exemplos: (6,5 · 108) . (3,2 · 105) = (6,5 · 3,2) · 10(8+5) = 20,8 · 1013 (não padronizado) = 2,08 · 1014 (convertido para a notação padronizada) (4 · 106) · (1,6 · 10-15) = (4 · 1,6) · 106+(-15) = 6,4 · 10-9 (já padronizado sem necessidade de conversão) Divisão Dividimos as mantissas e subtraímos os expoentes de cada valor. O resultado possivelmente não será padronizado,no entanto pode ser convertido: Exemplos: (8 · 1017) / (2 · 109) = (8/2) . 1017-9 = 4 · 108 (padronizado) (2,4 · 10-7) / (6,2 · 10-11) = (2,4 /6,2) · 10-7-(-11) ≈ 0,3871 · 104 (não padroni- zado) = 3,871 · 103 (padronizado). Exponenciação A mantissa é elevada ao expoente externo, e o expoente da base dez é multiplicado pelo expoente externo. Exemplo: (2 · 106)4 = (24) · 106.4 = 16 · 1024 = 1,6 · 1025 (padronizado) Radiciação Antes de fazer a radiciação, é preciso transformar um expoente para um valor múltiplo do índice. Feito isso, o resultado será a radiciação da man- tissa multiplicada por dez elevado à razão entre o expoente e o índice do radical. ANOTAÇÕES PESSOAIS 36 Exemplo: Referências SAMPAIO, J.L. e Calçada, C. S. - Universo da Física, vol. 1 Mecânica, Atual Editora, 2ª Edição São Paulo, 2006. BONJORNO, J. R. & Clinton M. R. – Física História e Cotidiano, Volume único, EditoraFTD, 2ª edição, São Paulo, 2005. ROCHA, J.F.M ET all – Origem e evolução das idéias da Física, Editora EDUFBA, Salvador, 2002. GASPAR, A. – Física, Volume Único, Editora ática, São Paulo, 2003. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_cient%C3%ADfi co> Acesso em: 14/03/2009. DESCARTES, René. Discurso do método. (tradução prefácio e notas de João Cruz Costa. SP, Ed de Ouro, 1970 disponível para download em domí- nio público http://www.dominiopublico... e Booket http://www.eBooket.net HADDAD, Nagib. Metodologia de estudos em ciências da saúde, como pla- nejar, analisar e apresentar um trabalho científi co. SP, Roca, 2004 LAKATOS, Eva; Maria Marconi, Marina de A. Metodologia científi ca. SP, Atlas, 2007. ANOTAÇÕES PESSOAIS Aula 03 39 Introdução à Mecânica Objetivos Relembrar conceitos básicos de cinemática escalar;1. Aplicar fórmula de velocidade média em problemas propostos;2. Identifi car tipos de movimentos;3. Identifi car as funções horárias do movimento uniforme;4. Traçar gráfi cos do movimento uniforme5. Introdução Iniciaremos este capítulo na perspectiva de abordar um assunto intro- dutório muito importante para compreensão teórica de fenômenos que ocorrem ao nosso redor como é o caso dos movimentos, dos desloca- mentos, das trajetórias etc. Vale que servirão também de pré-requisitos para o entendimento sobre o estudo dos movimentos, portanto iremos iniciar estudo da cinemática, abordando conceitos e defi nições de algu- mas grandezas utilizadas nesse capítulo. Em seguida, estudaremos o Movimento Uniforme. Cinemática Na cinemática, estudaremos os movimentos sem levar em considera- ção as suas causas. Isso quer dizer que vamos determinar a posição, a velocidade e a aceleração de um corpo em cada instante, sem nos preocuparmos com as suas causas. Ponto material e corpo extenso É comum no estudo da cinemática denominarmos os corpos, objetos do estudo, de modo genérico como móvel. Quando as dimensões de um móvel são desprezíveis em comparação com as dimensões dos outros corpos que participam do fenômeno em estudo, podemos tratá-lo como uma partícula ou ponto material. Se as dimensões do corpo não podem ser desprezadas, chama-se corpo extenso. Um mesmo corpo pode ser FENÔMENO Um fenômeno natural é um acontecimento não artifi cial, ou seja, que ocorre sem a intervenção humana. PONTO MATERIAL Uma abstração feita para representar qualquer objeto que ,em virtude do fenômeno, tem dimensões desprezíveis, ou seja, dimensões que não afetam o estudo do fenômeno. Por exemplo, no estudo dos movimentos dos planetas, dada a distância que separa esses corpos, suas dimensões são desprezíveis e eles podem ser considerados pontos materiais. 40 um ponto material ou corpo extenso, dependendo da ocasião. Por exem- plo: se uma bola de sinuca for lançada no buraco da Figura 01, as suas dimensões não têm a menor importância no estudo do seu movimento, trata-se de um ponto material; no entanto, a mesma bola de sinuca Figura 02, ao ser encaçapada pelo jogador, tem dimensões comparáveis com o diâmetro da caçapa da sinuca e as bolas envolvidas no jogo e, por isso, não podem ser desprezadas, trata-se de um corpo extenso. Figura 01 – Fonte: www.tudolink.com Figura02–Fonte:us3.desafi ando.com.br Referencial Imagine que você esteja parado numa plataforma de uma estação de trem e, neste instante, passe um trem com vários passageiros, conforme Figura 3. Eles, sem dúvida, estão em movimento. Se estivermos, porém, dentro do trem e olharmos para os outros passageiros, diremos que eles estão parados ou em movimento? Nós os vemos parados, mas eles podem afi rmar que estão em movimento. Para resolver essa questão sem risco de engano, podemos dizer: em relação ao trem, eles estão parados, mas em relação à plataforma estão em movimento.Suponha que um avião, voando horizontalmente, solte uma bomba. Se você observar a queda da bomba de dentro do avião, você verá que ela cai ao longo de uma reta vertical. Entretanto, se você estivesse parado sobre a super- fície da Terra, observando a queda da bomba, você veria que ela, ao cair, descreveria uma trajetória curva. No primeiro caso, dizemos que o movimento da bomba estava sendo observado com o referencial no avião e, no segundo caso, com o referencial na Terra. Este exemplo nos mostra que o movimento de um corpo, visto por um observador, depende do referencial no qual o observador está situado. Outro exemplo importante da dependência do movimento em relação ao referencial é o caso de se dizer que a Terra gira em torno do Sol. Isto é verdade se o referencial estiver no Sol, isto é, se o observador se imaginar situado no Sol, vendo a Terra se movimentar. Entretanto, para um observador na Terra (refe- rencial na Terra), o Sol é que gira em torno dela. Assim, tanto faz dizer que a Terra gira em torno do Sol, ou que o Sol gira em torno da Terra, desde que se indique corretamente qual o referencial de observação. O ANOTAÇÕES PESSOAIS 41 movimento de qualquer objeto sempre é observado em relação a algum ponto de referência. A escolha de um referencial é fundamental para a compreensão de qualquer tipo de movimento. Esse referencial pode ser um objeto, uma estrela, uma pessoa etc. Figura 3 – Fonte: www.usabilidoido.com.br Figura 4 – Fonte: www.passeiweb.com Trajetória O conceito de trajetória está ligado ao conceito de ponto material e referencial. Por exemplo, um pacote caindo de um avião, em rela- ção a um observador no solo, a trajetória é parabólica, porém em relação a um passageiro nesse mesmo avião, a trajetória é pratica- mente retilínea e vertical. O deslocamento independe da trajetória, porém a distância percorrida pelo móvel durante o deslocamento depende da trajetória descrita pelo corpo no decorrer de seu movi- mento, ou seja, trajetória é o conjunto das sucessivas posições ocupadas por um corpo em movimento. Figura 5 – Fonte:www. tell.my1blog.com Figura 6 – Fonte:www.iGshopping.iG.com.br Posição Escalar É o lugar da trajetória em que se encontra o móvel, em dado instante, em relação à origem, ou seja, é a medida algébrica da distância do ponto onde se encontra o móvel ao ponto de referência adotado como origem. ANOTAÇÕES PESSOAIS 42 Figura 7 Para localizarmos esse móvel num determinado instante, adotamos arbitrariamente um ponto 0 sobre a trajetória, ao qual chamamos origem das posições, e orientamos a trajetória, neste caso, positivamente para a direita a partir de 0. Figura 8 Deslocamento O deslocamento de um móvel é determinado pela diferença entre sua posição fi nal e sua posição inicial. Figura 9 Se o movimento for no sentido positivo da trajetória, S será positivo. S = S2 – S1 Figura 10 S = S2 – S1 S = 50 – 20 S = 30 km ANOTAÇÕES PESSOAIS 43 Se o movimento for contrário ao sentido positivo da trajetória, S será negativo. Figura 11 S = S2 – S1 S = 20 – 50 S = -30 km Velocidade escalar média Vimos que, quando um objeto está em movimento, ele muda de posição ao longo de sua trajetória. A cada posição do objeto, associamos um espaço (s), e a variação de espaço representa o deslocamento escalar ( s). A tal variação de espaço ocorre num intervalo de tempo ( t), defi nido pela diferença entre o instante fi nal e o inicial do percurso. Quando relacionamos o deslocamento escalar S e o correspondente intervalo de tempo t, obtemos a velocidade escalar média (vm). Figura 12 Exemplo Imagine que ,numa viagem de Recife a Caruaru, um carro se deslocasse 100 km em 2 horas. Qual seria a velocidade escalar média durante esse percurso? ANOTAÇÕES PESSOAIS 44 A velocidade escalar média também pode ser defi nida num intervalo de tempo. Exemplo Vamos considerar um carro percorrendo a trajetória conforme mostra a fi gura 13. Figura 13 Quando o móvel caminha no sentido da orientação da trajetória, seus espaços (s) são crescentesno decorrer do tempo. Denominamos este sentido de movimento progressivo. Figura 14 Quando o móvel retrocede, caminhando contra a orientação da trajetó- ria, seus espaços (s) são decrescentes. Este sentido de movimento é classifi cado como retrógrado. Figura 15 Movimento Progressivo 45 Exemplo Um motorista de uma transportadora recebeu seu caminhão e sua res- pectiva carga no km 340 de uma rodovia às 13 horas, entregou a carga no km 120 da mesma rodovia às 16 horas. Qual a velocidade média desenvolvida pelo caminhão? Aplicando a fórmula acima, temos: Observe que, no Sistema Internacional (SI), a unidade para a velocidade é o metro por segundo (m/s). Outras unidades, tais como cm/s e km/h são muito utilizadas. As relações entre elas são as seguintes: 1 m/s = 100 cm/s 1000 11 / / / 3600 3,6 km h m s m s⎛ ⎞⎛ ⎞= =⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠ Regra Prática: Para transformar km/h para m/s, basta dividirmos por 3,6; para trans- forma m/s em km/h, multiplicamos por 3,6. Aplicações: 1. Um móvel, que se movimenta em relação a um determinado referen- cial e sobre uma trajetória retilínea, tem posições em função do tempo constante na tabela abaixo: t(s) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 s(m) 5 8 11 14 17 20 23 26 29 a) Classifi que o movimento em progressivo ou retrógrado; b) Dê sua posição inicial; c) Dê o deslocamento do móvel no intervalo de tempo 1s a 5s; d) Calcule a velocidade escalar média no intervalo de tempo de 2s a 6s. Solução: a) O movimento é progressivo (V>0), pois as posições na tabela acima crescem algebricamente com tempo. b) A posição inicial é determinada quando t0 = 0, portanto S0 = 5 m. ANOTAÇÕES PESSOAIS 46 c) Quando t0 = 1 s → S0 = 8 m Quando t = 5 s → S = 20 m ΔS = S – S0 ∴ ΔS = 20 – 8 ∴ S = 12 m d) A velocidade média é dada por: 0 0 20 8 12 3 / 5 1 4 S SVm Vm Vm Vm m s t t − − = → = ∴ = ∴ = − − 2. Faça as seguintes transformações: a) 90 km/h em metros por segundo; b) 10 m/s em quilômetros por hora. Solução: Sabemos que 1 km = 1 000 m e 1 h = 60 min = 3600 s. 1000 9090 / 90 25 3600 3,6 mkm h m s = = = Sabemos que 1 m = 1 1000 km e 1 s = 1 3600 h. Aplicando a Regra Prática, 90 km/h dividindo por 3,6 = 25 m/s 10 m/s multiplicado por 3,6 = 36 km/h Movimento Uniforme Defi nição Imagine um carro se deslocando em uma estrada, mantendo o ponteiro ANOTAÇÕES PESSOAIS 47 do velocímetro sempre na mesma marca, por exemplo, a 60 km/h. Isso quer dizer que ,se o carro mantiver sempre essa velocidade, ele irá percorrer 60 km a cada 1 hora. A situação descrita acima é uma exempli- fi cação do que chamamos de movimento uniforme. Defi nimos movimento uniforme como sendo aquele movimento que tem velocidade escalar constante em qualquer instante ou intervalo de tempo. Podemos dizer ainda que o móvel percorre distâncias iguais em interva- los de tempos iguais. Função Horária do Movimento Uniforme No movimento uniforme ,temos que a velocidade escalar é constante e coincide com a velocidade escalar média em qualquer instante ou inter- valo de tempo. Matematicamente a velocidade escalar média pode ser expressa da seguinte forma: Onde: ΔS é a variação de posição do móvel, ΔS = S – So » Δt é a variação de posição do móvel, Δt = t – to » Substituído ΔS e Δt na equação da velocidade descrita acima, temos: Fazendo tempo inicial igual a zero, to= 0, temos a função horária do movimento uniforme. S = So + Vt Onde: S = Posição fi nal S0 = Posição inicial V = Velocidade t = tempo Velocímetro Movimento uniforme Carro em movimento uniforme 48 Essa é uma função do primeiro grau e é chamada de função horária da posição. Através dela podemos determinar a posição de um móvel num determinado instante. Como vimos inicialmente, o movimento uniforme é o movimento que pos- sui velocidade constante, ou seja, ela não varia com o passar do tempo. Entretanto essa velocidade, apesar de ser constante, é diferente de zero, ou seja, pode assumir qualquer outro valor que não seja o zero. Gráfi cos - Movimento Uniforme Sendo S = f(t) uma função do 1o grau, o gráfi co S versus t é uma reta que pode passar ou não pela origem. Na equação S = S0 + V t, S0: coefi ciente linear da reta V: coefi ciente angular da reta ou inclinação da reta Para obter S0, basta fazer t = 0 na equação horária S = S0 Vamos analisar os gráfi cos: Posição em função do tempo - S=f(t) 1º caso – Velocidade Positiva ( V > 0) Quando a velocidade é positiva, o móvel caminha no sentido positivo da trajetória, suas posições crescem algebricamente no decorrer do tempo e seu movimento é dito progressivo. Figura 16 2º caso – Velocidade Negativa ( V < 0) ANOTAÇÕES PESSOAIS 49 Quando a velocidade é negativa, o móvel caminha no sentido contrário ao positivo da trajetória, suas posições decrescem algebricamente no decorrer do tempo e seu movimento é dito retrógrado. Figura 17 Velocidade em função do tempo - V=f(t) A velocidade escalar é obtida a partir do gráfi co S versus t, calculando a inclinação da reta: 2 1 2 1 S SSV inclinação da reta t t t −Δ = = = Δ − Sendo a velocidade constante em qualquer instante e intervalo de tempo, a função V = f(t) é uma função constante ,e o gráfi co V versus t é uma reta paralela ao eixo do tempo. 1º caso – Velocidade Positiva ( V > 0) Figura 18 2º caso – Velocidade Negativa ( V < 0) ANOTAÇÕES PESSOAIS 50 Figura 19 Observe que, no gráfi co da velocidade em função do tempo, abaixo, a área A entre a reta e o eixo das abscissas representa numericamente o espaço percorrido pelo móvel entre os instantes t1 e t2. A fi gura 20 repre- senta um retângulo e sua área é: A = v(t2 – t1) Como, Figura 20 Portanto, a área A é numericamente igual ao espaço percorrido. O espaço percorrido ΔS pode ser positivo ou negativo conforme a área esteja acima ou abaixo do eixo do tempo. ANOTAÇÕES PESSOAIS 51 Figura 21 Aplicações 1. Um carro movimenta-se sobre uma trajetória retilínea segundo a fun- ção horária S = 20+ 4t. Determine: a) A posição inicial; b) A velocidade; c) A posição no instante 2 s; d) O espaço percorrido após 4 s; e) O instante em que o carro passa pela posição 38 m; f) Esboce os gráfi cos S = f(t) Solução: A função horária do UM é dada por S = S0 + V0t Onde: S0 = posição inicial e V0 = velocidade inicial. Portanto, de acordo com a função horária da questão, temos: a) 20 m b) 4 m/s c) No instante t = 2 s, a posição do carro é: S = 20 + 4 . 2 S = 20 + 8 S = 28 m d) No instante t = 4 s, o espaço percorrido foi: S = 20 + 4 . 4 S = 20 + 16 S = 36 m Espaço percorrido será: S = S – S0 S = 36 – 20 S = 16 m ANOTAÇÕES PESSOAIS 52 e) Quando S = 38 m temos: S = 20 + 4t 38 = 20 + 4t 38 – 20 = 4t 18 = 4t t = 4,5 s f) S = f(t) Atribuindo valores aleatórios para t, temos: Para t = 0s S = 20 m (0, 20) t = 1s S = 24 m (1, 24) t = 2s S = 28 m (2, 28) t = 3s S = 32 m (3, 32) 2) Um barco parte de um porto A, rumo a um porto B, viajando em linha reta com velocidade constante de 10 m/s. Neste mesmo instante, parte de B rumo a A ,outro barco que segue o mesmo trajeto viajando em linha reta com velocidade constante de 5 m/s. Sendo 3300 m a distância AB. Em que instante e a que distância do porto A os barcos vão se cruzar? Solução: Inicialmente devemos defi nir as funções horárias que envolvem a ques- tão: Para o barco que parte de A rumo a B, temos: ANOTAÇÕES PESSOAIS 53 S = S0 + vt S0 = 0 m V = 10 m/s SA = 0 + 10t SA = 10t Para o barco que parte de B rumo a A temos a velocidade negativa, pois o barco está navegando em sentido contrário trajetória. S = S0 - vt S0 = 3300 m V = 5 m/s SB = 3300 - 5t O instante do encontro é comum aos dois barcos, portanto podemos fazer: SA = SB assim, temos: 10 t = 3300 – 5t .: 10t + 5t = 3300 .: 15t = 3300 .: 3300 15 t = .: t = 220 s O instante do encontro foi t = 220 s SA = 10t SA = 10 .220 .: SA = 2200 m O encontro ocorreu a uma distância do porto A de 2200 m Bibliografi a SAMPAIO, J.L. e Calçada, C. S. - Universo da Física, vol 1 Mecânica, Atual Editora, 2ª Edição São Paulo, 2006. BONJORNO J. R. & Clinton M. R. – Física História e Cotidiano, Volume único, Editora FTD, 2ª edição, São Paulo, 2005. ANOTAÇÕES PESSOAIS 54 ROCHA, J.F.M ET all – Origem e evolução das idéias da Física, Editora EDUFBA, Salvador, 2002. GASPAR, A. – Física, Volume Único, Editora ática, São Paulo, 2003. Ugo Amaldi – Imagens da Física, Editora Scipione, 1ª edição São Paulo, 1997. Sites indicados: Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_cient%C3%ADfi co http://www.feiradeciencias.com.br/sala04/index4.asp http://www.vestibulandoweb.com.br/fi sica/teoria/movimento-uniforme-1.asp http://educar.sc.usp.br/fi sica/muvteo.html http://www.feiradeciencias.com.br/sala04/04_RE_03.asp http://www.feiradeciencias.com.br/sala04/04_RE_04.asp http://br.geocities.com/galileon/1/queda/queda_livre.htm Aula 04 57 Movimento Uniformemente Variado e Queda Livre Objetivos Relembrar conceitos básicos de cinemática escalar;1. Aplicar fórmulas de posição, velocidade e Torricelli em problemas 2. propostos; Classifi car os movimentos;3. Identifi car as funções horárias do movimento uniformemente 4. variado; Traçar gráfi cos do movimento uniformemente variado;5. Identifi car e aplicar as equações do lançamento vertical para cima e 6. para baixo; Identifi car o valor de gravidade (g) em diferentes localidades.7. Introdução Iniciaremos este capítulo na perspectiva de abordar um assunto intro- dutório muito importante para compreensão teórica de fenômenos que ocorrem em nosso redor como é o caso dos movimentos variados. Nos movimentos que observamos no dia-a-dia, as velocidades não permanecem constantes variam, portanto, no decorrer do tempo. São os movimentos variados. Se num movimento a velocidade variar uniformemente no decorrer do tempo, isto é, se ocorrer variação da velocidade em intervalos de tempos iguais, o movimento é chamado uniformemente variado. Para que isso ocorra em qualquer intervalo de tempo, a aceleração escalar média deve ser constante, diferente de zero e igual à aceleração escalar instantânea. am = a = cte ≠ 0 Vamos analisar a seguinte tabela: MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO A maior parte dos movimentos que observamos não é uniforme. Uma folha que cai de uma árvore e é levada pelo vento; um gato pulando do chão para o muro e do muro para o telhado; ou a água de um rio despencando por uma corredeira. Todos esses são movimentos não uniformes. Neles, a velocidade de corpos como a folha, o gato ou a água muda constantemente. Dizemos, então, que esses movimentos apresentam velocidade variável. A velocidade é uma grandeza que mostra a rapidez com que um corpo se desloca. Existe também uma grandeza que mostra a rapidez com que a velocidade varia. Essa grandeza é a aceleração. Podemos observar a variação de velocidade de carros, ônibus, caminhões e aviões no velocímetro desses veículos. Não existe aceleração quando o ponteiro do velocímetro não se move, isto é, quando o velocímetro marca sempre a mesma velocidade. Se o ponteiro do velocímetro está se movendo lentamente, é porque a velocidade está variando lentamente. Nesse caso, a aceleração é pequena. Quando o ponteiro se move rapidamente, a velocidade está variando rapidamente. 58 t(s) v(m/s) 0 8 1 12 2 16 3 20 4 24 Podemos observar que,em qualquer intervalo de tempo Δt = t – t0, a aceleração é a mesma, ou seja: 0 0 2 24 8 4 0 4 / V VV a a a t t t a m s −Δ − = → = ∴ = ∴ Δ − − = 22 0 1 2 8 4 / 3 1 2 a a a m s−= ∴ = ∴ = − Dessa forma ,podemos dizer que o Movimento Uniformemente Variado é o movimento efetuado por um corpo, cuja velocidade é variável, e a aceleração é constante e diferente de zero. Funções Horárias Velocidade em função de tempo V = f(t) A função da velocidade em relação ao tempo de um corpo em MUV é a expressão matemática que fornece a velocidade v desse corpo em qualquer instante t. Para obter essa função, é necessário inicialmente estabelecer o referencial adequado. Figura 22 Aí a aceleração é grande. Assim, para conhecer a aceleração, temos de conhecer a variação de velocidade, e o intervalo de tempo em que ela ocorreu. A variação de velocidade nos diz o quanto ela mudou; e o intervalo de tempo nos diz se essa mudança foi rápida ou lenta. Consideremos um automóvel, cujo velocímetro esteja indicando, em certo instante, uma velocidade de 30 km/h. Se, 1 s após, a indicação do velocímetro passar para 35 km/h, podemos dizer que a velocidade do carro variou de 5 km/h em 1 s. Em outras palavras, dizemos que este carro recebeu uma aceleração. O conceito de aceleração está sempre relacionado com uma mudança na velocidade. ACELERAÇÃO ESCALAR A aceleração escalar é a grandeza física que nos indica o ritmo com que a velocidade escalar de um móvel varia. A aceleração é uma grandeza causada pelo agente físico força. Quando um móvel receber a ação de uma força, ou de um sistema de forças, pode fi car sujeito a uma aceleração e, consequentemente, sofrerá variação de velocidade. 59 Como a aceleração é constante, o módulo da aceleração a → do corpo, em qualquer instante, é igual ao módulo da sua aceleração média ma → em qualquer intervalo de tempo. O módulo: o m o V Va t t − = − Então podemos escrever: o o V Va t t − = − Desmembrando essa expressão, obtemos: ( )o oV V a t t= + − Admitindo-se t0 = 0, a expressão se reduz a: oV V at= + Equação 1 Equações das velocidades Onde: V = Velocidade fi nal Vo = Velocidade inicial a = aceleração t = tempo Aplicações 1. Um ponto material em movimento adquire velocidade que obedece à seguinte expressão V = 20 + 5t . Pede-se: a) A velocidade inicial; b) A aceleração; c) A velocidade no instante 8 s; d) O instante em que o ponto material muda de sentido; Solução A função dada é V = 20 + 5t, é uma função do 1º grau. Como a função da velocidade no MUV é V = V0 + at, substituindo os valores propostos na questão acima, temos: ANOTAÇÕES PESSOAIS 60 a) Velocidade inicial = 20 m/s b) Aceleração = 5 m/s2 c) V = V0 + 5t .: V = 20 + 5 . 8 .: V = 60 m/s d) O ponto material muda de sentido, quando a velocidade é igual a zero, neste caso, temos: V = 20 + 5t . : 0 = 20 + 5t .: 20 4 5 t t s= ∴ = 2. Um móvel desloca-se numa trajetória retilínea segundo a expressão V = 40 – 8t. Determine: a) A velocidade inicial; b) A aceleração; c) A velocidade no instante 8 s; d) O instante em que o ponto material muda de sentido; Solução Pela equação dada, podemos identifi car claramente: a) A velocidade inicial = 40 m/s; b) A aceleração -8 m/s2; c) Quando t = 8 s, temos: V = 40 – 8. 8 .: V = -24 m/s d) Para que o móvel mude de sentido, V = 0, então: 0 = 40 – 8t .: t = 5 s. Posição em função do tempo S = f(t) Sabemos que o gráfi co da velocidade é representado por uma reta, que é uma equação do 1º grau. Figura 23 Sabemos que a área do trapézio Figura 23, fornece a variação do espaço. ANOTAÇÕES PESSOAIS 61 ΔS = S – So Equação 2 Para calcular a área do trapézio temos, 2 B bS h+= Onde: V = B Vo = b t = h 2 ov vS t+Δ = Equação 3 Substituindo as equações 1 e 2 na 3, temos, 2 2o o aS S v t t= + + Equação das Posições Onde: S = Posição fi nal So = Posição inicial Vo = Velocidade inicial t = tempo a = aceleração Aplicação Uma partícula move-se ao longo de uma reta orientada e sua posição varia com o tempo conforme a equação: S = 6 – 8t + 2t2. ANOTAÇÕES PESSOAIS 62 a) Determine o(s) instante(s) em que a partícula passa pela origem dos espaços; b) Determine o instante e a posição correspondente à inversão do sentido do movimento; c) Determine a velocidade da partícula em t = 4 s e a posição em que ela se encontra;Solução a) A partícula movimenta-se em uma reta orientada, então quando ela passa pela origem dos espaços, o S = 0, devemos,então, substituir na equação dada S por 0 e assim resolver a equação do 2º grau. Ou seja, b) Na inversão do sentido V = 0 e pelos dados da questão, temos que V = -8 + 4t, então: 0 = -8 + 4t .: 4t = 8 .: t = 2 s. Quanto à posição da inversão, basta substituir 2s em t na função horária, assim temos: S = 6 – 8t + 2t2 .: S = 6 – 8 . 2 + 2 . 22 S = 6 – 16 + 2 . 4 .: S = 6 – 16 + 8 .: S = -2 m A inversão do movimento aconteceu a 2 metros ,à esquerda da origem dos espaços. c) Para t = 4 s, temos: V = - 8 + 4. 4 .: - 8 + 16 .: V = 8 m/s A posição para t = 4 s, temos: S = 6 – 8 . 4 + 2 . 42 S = 6 – 32 + 32 .: S = 6 m ANOTAÇÕES PESSOAIS 63 Equação de Torricelli A Equação de Torricelli foi descoberta por Evangelista Torricelli para encontrar a velocidade fi nal de um corpo em movimento sem conhecer o intervalo de tempo em que o mesmo permaneceu em movimento. A equação tem a forma: 2 2 2oV V a S= + Δ Onde: V – velocidade fi nal Vo – velocidade inicial a - aceração ΔS – variação de espaços Esta equação pode ser deduzida a partir das seguintes equações: 2 2o o aS S V t t= + + (Equação 1) e oV V at= + (Equação 2) Isolando t na equação 2: oV V at= + ∴ oV V at− = ( )oV Vt a − = E substituindo t na primeira equação, temos: 2 2 1 2 1 o o o o o o o V V V VS S V a a a V V V aS S a − −⎛ ⎞= + + ⎜ ⎟⎝ ⎠ − − = + 2 2 2 2. 2 o oV VV V a − + 2 2 22 1 2 o o o o oS S V V V V VV V a a − − − + = + EVANGELISTA TORRICELLI Evangelista Torricelli (Faenza, 15 de outubro de 1608 — Florença, 1647) foi um físico e matemático italiano. Torricelli perdeu o pai muito cedo e foi educado pelo tio, um monge que o enviou para Roma, em 1627, a fi m de estudar ciências com o beneditino Benedetto Castelli (1577-1644), professor de matemática no Collegio di Sapienza. O estudo de Duas Novas Ciências, de Galileu (1638), inspirou-lhe muitos desenvolvimentos dos princípios mecânicos aí apresentados, que ele publicou no tratado De motu (incluído na sua Ópera geométrica, 1644). O envio desta obra por Castelli a Galileu, em 1641, com uma proposta para que Torricelli fosse residir com o sábio fl orentino, fez com que Torricelli partisse para Florença, onde conheceu Galileu, e onde o serviu como amanuense durante os últimos três meses da sua vida. Depois da morte de Galileu, Torricelli foi nomeado matemático do grão- duque e professor de matemática na academia fl orentina. A descoberta do princípio do barômetro que perpetuou a sua fama (“tubo de Torricelli”, “vácuo de Torricelli”) aconteceu em 1643. O torricelli (símbolo torr), uma unidade de pressão. 64 Reduzindo-se ao mesmo denominador, temos: 2 ( ) 2o oa S S v V− = 2 22 2o oV V VV− + − 2 2 2 2 2 2 ( ) 2 ( ) o o o o o V a S S V V V V a S S + − =− + = + − 2 2 2oV V a S= + Δ Equação de Torricelli Onde: V – velocidade fi nal Vo – velocidade inicial a – aceleração ΔS – variação de espaço Aplicações 1. Um automóvel com velocidade de 40 m/s passa a ser freado a razão de 10 m/s2. Que distância percorre até parar ? Solução Sabemos que a velocidade inicial desse automóvel é 40 m/s e após a frenagem sua tendência é mesmo parar, então a velocidade fi nal é zero. Desse modo podemos aplicar a equação de Torriceli e encontrar ΔS. 2 2 2 22 0 40 2 ( 10) 1600 0 1600 20 80 20 oV V a S S S S S m = + Δ ∴ = + ⋅ − ⋅ Δ = − Δ ∴ Δ = ∴ Δ = 2. Um trem está animado de uma velocidade de 20 m/s, quando é acele- rado uniformemente a 5 m/s2 durante 50 m. Determine a velocidade após esse percurso. 2 2 2 2 0 2 2 2 20 2 5 50 400 500 900 900 30 V V a S V V V V V m = + Δ ∴ = + ⋅ ⋅ = + ∴ = ∴ = = ANOTAÇÕES PESSOAIS 65 Gráfi cos do Movimento Uniformemente Variado Velocidade em função do tempo v = f(t) 1º caso - aceleração positivo (a > 0) Figura 24 Figura 25 Figura 26 Neste caso, a função é crescente, e o movimento é progressivo. 2º caso - aceleração negativa (a < 0) Figura 27 Figura 28 Figura 29 Neste caso, a função é decrescente ,e o movimento é retrógrado. Posição em função do tempo s = f(t) 1º caso - aceleração positivo (a > 0) Figura 30 Figura 31 Figura 32 ANOTAÇÕES PESSOAIS 66 2º caso - aceleração negativa (a<0) Figura 33 Figura 34 Figura 35 Aceleração em função do tempo a = f(t) 1º caso - aceleração positivo (a > 0) Figura 36 2º caso - aceleração negativa (a < 0) Figura 37 Classifi cação do Movimento Quando V > 0 – Movimento é dito Progressivo Quando V < 0 – Movimento é dito Retrógrado ANOTAÇÕES PESSOAIS 67 Quando os sinais da Velocidade e Aceleração forem iguais – Movimento é dito Acelerado. Quando os sinais da Velocidade e Aceleração forem diferentes – Movimento é dito Retardado. Aplicações 1. A função da posição de um ponto material em MUV é dada por S = 30t – 5t2. Determine: a) A posição do ponto material no instante t = 3 s; b) O instante em que a posição do ponto material é S = 40 m; c) O gráfi co posição x tempo; d) O gráfi co velocidade x tempo; e) Classifi que o movimento. Solução a) Substituindo t = 3s na equação S = 30 t – 5t2, temos: S = 30 . 3 – 5 . 32 .: S = 90 – 45 .: S = 45 m b) Substituindo S = 40m na equação S = 30 t – 5t2, temos: 40 = 30t – 5t2 .: 5t2 – 30t + 40 = 0 (÷ 5) temos, t2 - 6t + 8 = 0 2 1 2 4 6 36 32 2 2 6 4 6 2 2 2 4 2 b b act t a t t t s e t s − ± − ± − = ∴ = ± ± = ∴ = = = c) Vamos atribuir valores para t: Para t = 0 → S = 0 (0,0) t = 1 → S = 25 (1,25) ANOTAÇÕES PESSOAIS 68 t = 2 → S = 40 (2,40) t = 3 → S = 45 (3,45) t = 4 → S = 40 (4,40) S 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 t d) Sabemos que a equação da velocidade é dada por: V = 30 – 10 t Vamos atribuir valores para t: Para t = 0 → V = 30 (0, 30) t = 1→ V = 20 (1, 20) t = 2→ V = 10 (2, 10) V 30 20 10 0 1 2 t e) Como o sinal da velocidade é positivo e da aceleração negativo, o movimento é dito retardado. ANOTAÇÕES PESSOAIS 69 Queda Livre Denomina-se queda livre o movimento de subida e descida realizado pelos corpos no vácuo. Na verdade, a queda livre é um caso particular do movimento uniformemente variado (MUV),por isso podemos aplicar aqui tudo o que aprendemos no MUV, ou seja, estes movimentos estão descri- tos pelas mesmas equações do MUV cuja aceleração do movimento é a gravidade. 2 2o o a S S V t t= + + oV V at= + 2 2 2oV V a S= + Δ Você já sabe que todos os corpos caem quando abandonados a certa altura do solo. E sabe também que caem devido à força aplicada sobre eles pelo campo gravitacional da Terra. Chamamos esta força de força gravitacional. Outra coisa importante e que você deve guardar: Quando desprezamos a resistência do ar, ou seja, quando desprezamos a força de atrito causada pelo ar nos objetos em queda, todos os corpos, independente da sua massa ou forma, realizam o movimento de queda com a mesma aceleração. O valor desta aceleração é de aproximada- mente 9,8m/s2. Localização g aproximado (m/s2) Equador 9,78 Pólos 9,83 100 km de altitude 9,57 1000 km de altitude 7,75 10 000 km de altitude 1,94 Lançamento vertical para cima Quando um corpo é lançado verticalmente para cima, ele descreve um movimento uniformemente retardado, pois o módulo de sua velocidade diminui com o decorrer do tempo. QUEDA LIVRE Em Física, queda livre é o movimento resultante unicamente da aceleração provocada pela gravidade. Movimento de queda livre Movimento de queda livre Queda livre 70 Vamos adotar positiva trajetória
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