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CASO CONCRETO:
 Teresa é funcionária do município de Y, Estado de São Paulo, e exerce, há 16 anos, atividade profissional em estação de tratamento de esgoto, submetendo-se à exposição constante a agentes nocivos à saúde. Recebe, assim como todos aqueles que trabalham nesta função, adicional por insalubridade. Caio, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Município Y, afirma que segundo a lei orgânica do município, compete ao prefeito apresentar proposta de Lei Complementar para regular o exercício do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos municipais, efetivando-se, assim, o direito previsto na constituição estadual a tal benefício: 
Lei orgânica do Município Y. Art. 51 - Compete, exclusivamente, ao Prefeito a iniciativa dos projetos de lei que disponham sobre: (...) III - regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores. Constituição do Estado de São Paulo. Artigo 126 - Aos servidores titulares de cargos efetivos do Estado, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (...) § 4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: I- portadores de deficiência; II - que exerçam atividades de risco; III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
 Com base na hipotética situação e, considerando que a Constituição Paulista atribui competência ao Tribunal de Justiça para julgar ações que visem combater a inexistência de norma regulamentadora estadual ou municipal de qualquer dos Poderes, inclusive da Administração Indireta, que torne inviável o exercício de direitos assegurados na Constituição da República e na Constituição Estadual, atue na qualidade de advogado contratado pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Município Y promova a medida judicial cabível para atender aos interesses de Teresa e demais associados, atentando-se para os requisitos formais da medida judicial a ser elaborada.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.
SINDICATO DOS SERVIDORES PUBLICOS MUNICIPAIS DO MUNICIPIO Y, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob nº..., com sede à Rua, nº, bairro, Município Y, estado de São Paulo, neste ato representado...,TERESA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador de identidade nº, inscrito no CPF sob nº, residente e domiciliado, por seu advogado que este subscreve, com procuração anexa e endereço profissional à... , para onde devem ser remetidas todas as intimações, respeitosamente , à presença de Vossa Excelência, nos termos do art.5º, LXXI, da CRFB/1988, lei 13.300/2016, impetrar
MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO
Em face da ausência de regulamentação, que torna inviável o exercício de direito constitucional, por inércia do PREFEITO MUNICIPAL DO MUNICIPIO Y, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº, inscrito no CPF nº, residente e domiciliado a Rua, nº, bairro, Município Y, Estado de São Paulo, pelos fatos e direitos a seguir expostos:
I-- DA NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICÁCIA LIMITADA
Entende-se como tal, a norma constitucional que sozinha não tem força para produzir seus efeitos, necessitando de ato administrativo ou legislativo infraconstitucional para que possa produzi-los e se tornar eficaz.
Este é o caso da norma em questão atacada pelo presente writ, pois o art. 24, § 3º c. C art. 30, II da Constituição Federal, garante autonomia para p Município. Entretanto, não há norma infraconstitucional regulamentadora de tal direito, o que impossibilita o seu exercício.
 
II—DA LEGITIMIDADE ATIVA
É legitimado ativo para propor mandado de injunção qualquer um do povo que tenha direito ou prerrogativa assegurada pela constituição de 1988, em norma de eficácia limitada, e por falta de regulamentação da norma constitucional esteja impedido de exercê-lo. 
Contudo, como não existe legislação específica para o mandado de injunção, apenas referência na lei 13.300/2016, até que haja norma regulamentadora no MI, aplicam-se as normas do mandado de segurança.
Assim, não há porque negar a possibilidade da impetração do MI coletivo, aplicando-se o contido na CRFB para o MS coletivo em seu art, 5º, LXX,b.
Nesse diapasão, é perfeitamente plausível , inclusive pacífico na Suprema Corte, a possibilidade de entidade sindical impetrar o MI coletivo em defesa dos direitos da categoria como substituto processual.
III—DA LEGITIMIDADE PASSIVA
Por outro lado, o legitimado passivo do mandado de injunção é a autoridade que tem a competência constitucional para suprir a omissão legislativa ou administrativa e não o fizeram.
Nesse caso, como é competência privativa do chefe do executivo suplementar a legislação Federal ou Estadual na forma do art. 24, § 3º c. C art. 30, II da Constituição Federal, sob o prisma da simetria constitucional , a atribuição de iniciativa ao chefe do executivo Federal é também as do estadual e municipal, no que couber, em sua respectivas esferas.
Deste modo, resta sólido e cristalino que o prefeito do Município Y é a autoridade que deveria ter emanado o ato, mas preferiu manter-se em sua omissão inconstitucional. 
IV-- DOS FATOS
 Teresa é funcionária do município de Y, Estado de São Paulo, e exerce, há 16 anos, atividade profissional em estação de tratamento de esgoto, submetendo-se à exposição constante a agentes nocivos à saúde. Recebe, assim como todos aqueles que trabalham nesta função, adicional por insalubridade. Caio, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Município Y, afirma que segundo a lei orgânica do município, compete ao prefeito apresentar proposta de Lei Complementar para regular o exercício do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos municipais, efetivando-se, assim, o direito previsto na constituição estadual a tal benefício.
V-- DO DIREITO
 No que tange a competência para propor alteração no regulamento dos de aposentadoria especial dos servidores municipais de Y/SP, cabe ao Prefeito levantar projeto de lei que contemple tal pedido, conforme descrito na Lei Orgânica do Município Y:
“Art. 51 - Compete, exclusivamente, ao Prefeito a iniciativa dos projetos de lei que disponham sobre: III - regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores. ” 
A ausência de lei complementar municipal regulamentadora do direito previsto na Constituição Estadual (art. 126, § 4º, III), torna inviável o exercício do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos municipais que laboram em condições especiais que prejudicam a saúde ou integridade física (atividades consideradas penosas, insalubres ou perigosas), razão pela qual o mandado de injunção coletivo é o instrumento adequado à satisfação da pretensão veiculada. 
“Artigo 126 - Aos servidores titulares de cargos efetivos do Estado, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. 
(...) 
§ 4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: 
I- portadores de deficiência; 
II- que exerçam atividades de risco; 
III- cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquema saúde ou a integridade física. ” 
Conforme consta na CFRB, o Município tem autonomia para legislar sobre a aposentadoria especial de seus servidores no exercício da competência supletiva (art. 24, § 3º c. C art. 30, II da Constituição Federal). 
“ Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
(...) 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
(...) 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;” 
Portanto a competência legislativa das pessoas políticas para editar normas sobre previdência social, em especial acerca do regime jurídico dos seus servidores públicos, é concorrente (artigo 24, XII da CF), de modo que ausente norma de caráter geral expedida pela União, haverá competência plena do Chefe do Executivo local para a propositura da lei, sem prejuízo, é claro, da superveniência de Lei Federal a respeito (§ 4º, artigo 24 da CF).
Sendo assim, se mostra impreterível a necessidade em caráter de urgência de mandado injunção coletivo com o provimento dos requerimentos que seguem.
VI-- DOS PEDIDOS
 Ante ao exposto, pede:
A) a notificação do impetrado sobre o conteúdo da petição inicial, devendo-lhe ser enviada a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 dias, preste informações , como preceitua o art.5º, I, da lei 13.300/2016;
B) a ciência do ajuizamento da ação à Procuradoria Geral do Município Y, devendo-lhe ser enviada cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no feito, na forma do art.5º,II, da lei 13.300/2016;
C) a intimação do membro do Ministério Público para se manifestar no prazo de 10 dias como ordena o art. 7º da lei 13.300/2016;
D) seja determinado prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora, nos moldes do art. 8º, I, da lei 13.300/2016;
E) sejam estabelecidos as condições em que se dará o exercício do direito constitucional reclamado, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado, como reza o art. 8º,II, da lei 13.300/2016;
F) a condenação do impetrado nos ônus de sucumbência, notadamente no que se refere às custas processuais.
Atribui à causa o valor de R$...
 Nesses termos,
 Espera deferimento.
 Local/data
 Advogado 
 OAB

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