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RAZÕES RECURSAIS

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RAZÕES RECURSAIS
RECORRENTE: Editora Legal LTDA
RECORRIDO: Maria das Graças
AUTOS Nº 9876
ORIGEM: 100ª Vara do Trabalho De Goiânia – GO
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DE 18ª Região
COLENDA TURMA
DOUTOS JULGADORES
Em que pese a respeitável sentença de fls..., no caso dos autos, a decisão proferida merece ser reformada pelas razões e fundamentos jurídicos a seguir expostos.
1. HISTÓRICO PROCESSUAL
Nos autos do processo 9876, que tramita na 100ª Vara do Trabalho de Goiânia – GO foi prolatada sentença em face da Sociedade empresária Editora Legal LTDA.
Na oportunidade, a reclamante informou ter sido empregada da ré no período compreendido entre agosto de 2015 e janeiro de 2017, quando pediu demissão. 
Na sentença, foi julgado improcedente o pedido de dano existencial pela extensa jornada alegadamente cumprida e procedente o pedido de 1 (uma) hora extra com adicional de 80% (oitenta por cento) pelo intervalo interjornada violado, uma vez que a Sociedade empresária concedia apenas 30 (trinta) minutos.
Ainda foi julgado improcedente o pedido de horas de prontidão, tendo em vista que a mesma não permanência nas instalações da empresa fora do horário de trabalho, e procedente o pedido de reintegração, pois a mesma comprovou com documentos, na ocasião de ruptura do contrato que estaria grávida. 
Com relação ao pedido de horas de sobreaviso, este foi julgado procedente, pois a reclamante permanecia com celular da empresa permanentemente ligado, até mesmo fora do horário de serviço, e também foi deferido o adicional de insalubridade, vez que foi comprovado que manuseava produtos químicos. 
No que tange ao pedido de recolhimento do INSS referente ao período trabalhado, este foi julgado procedente, pois conforme comprovação do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais) não foi realizado pelo empregador. 
Sobre o pedido de adicional de transferência, foi julgado improcedente sob alegação de que não houve mudança de domicílio.
Ocorre que, na sentença publicada em setembro de 2017, foi julgado procedente em parte o pedido de adicional noturno, pois conforme comprovado pelo depoimento do preposto, a autora trabalhava das 16h às 23h, tendo sido este o motivo pelo qual a ré foi condenada a pagar o adicional de 25% (vinte e cinco por cento) pelo período compreendido entre 22h e 23h. 
Ademais, também foi deferido o pedido de integração ao salário do valor do plano dental concedido gratuitamente à reclamante, sob o argumento de que não poderia ser considerado como plano de saúde. 
2. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL 
O presente recurso deve ser conhecido e, ao final, provido, posto que estão presentes todos os pressupostos recursais: legitimidade, capacidade e interesse, bem como recorribilidade do ato, adequação, tempestividade, regularidade de representação e preparo.
3. DA PRELIMINAR
Preliminarmente, requer a reforma da decisão que condenou a recorrente ao recolhimento do INSS do período trabalhado, tendo em vista a incompetência da Justiça do Trabalho para determinar recolhimento de INSS de período trabalhado por se basear em decisão condenatória, conforme artigo 114, inciso VIII da CF/88 e Súmula 368, I, do TST e Súmula Vinculante 53 do STF. Ainda requer a reforma da sentença com a extinção do pedido sem resolução do mérito, por incompetência da Justiça do Trabalho.
4. DO MÉRITO 
a) Hora extra – Intervalo Intrajornada
É indevida, tendo em vista autorização do Ministério do Trabalho para redução do intervalo intrajornada nos termos do artigo 71, § 3º da CLT e artigo 1º, § 3º da Portaria 1095/10 do Ministério do Trabalho. 
Caso seja mantida a condenação, requer a redução do adicional de horas para 50%, conforme artigo 7º, inciso XVI, da CF/88.
b) Reintegração 
A reintegração é indevida, pois não houve dispensa motivada, mas pedido de demissão por parte da trabalhadora, não tendo sido violado o artigo 10, II, a, do ADCT. 
c) Sobreaviso
Conforme Súmula 428, II, do TST, o simples porte de telefone celular, por si só, não caracteriza sobreaviso, dessa forma, a recorrida não estava submetida ao regime de plantão, conforme foi deferido. 
d) Insalubridade 
Redução da alíquota do adicional de insalubridade, que no grau médio deverá ser reduzido para 20% (vinte por cento) sobre o salário mínimo, conforme previsto no artigo 192 da CLT.
e) Hora noturna
Conforme o artigo 73 e 381, §1º da CLT, o percentual da hora noturna perfaz o percentual de 20% (vinte por cento), por isso deve ser reduzido.
f) Plano odontológico
Conforme o artigo 458, § 2º, inciso IV da CLT, o plano odontológico não é integrado ao salário por expressa proibição legal.
5. DOS REQUERIMENTOS 
Ante todo o exposto, requer que o presente RO seja conhecido e consequente provido, com finalidade de reformar a sentença prolatada, nos termos das razões recursais apresentadas e ainda, a condenação do recorrido ao pagamento das custas e honorários advocatícios. 
Nestes termos, Pede deferimento 
Local e data
Advogado....
OAB/UF....

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