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3 EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

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CESUFOZ – FAFIG
Curso de Direito - Direito Constitucional: Controle de Constitucionalidade
1,5 horas/aulas semanais - 3º e 4º períodos 
Roberta Pacheco Antunes
(Destaca-se que a esquematização dos tópicos e a compilação dos textos de forma resumida é elaborada por esta professora, assim como alguns poucos tópicos são de autoria da mesma. Todavia, a maior parte é extraída das obras jurídicas ao final especificadas, devendo as mesmas serem consultadas para fins de citação. Por fim, destaca-se que o objetivo do presente material é apenas auxiliar o aluno à compreender inicialmente o conteúdo ministrado em aula, sendo indispensável a leitura da bibliografia indicada)
O problema da eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais começa com as incertezas terminológicas, o que dificulta ainda mais sua solução e até mesmo sua formulação científica.
José Afonso da Silva, em sua obra intitulada Aplicabilidade das Normas Constitucionais resume algumas diferenciações terminológicas, da seguinte forma:
I – Positividade do Direito exprime a característica de um direito que rege, in concreto, a conduta humana, mediante normas bilaterais e atributivas, socialmente postas.
II – Vigência do Direito ou Direito Vigente, caracteriza o direito que rege, aqui e agora as relações sociais; refere-se ao direito presente; designa a existência específica de uma norma opondo-se ao direito histórico.
III – Eficácia do Direito: toma-se a expressão em dois sentidos. A eficácia social designa uma efetiva conduta acorde com a prevista pela norma; refere-se ao fato de que a norma é realmente obedecida e aplicada; neste sentido, a eficácia da norma diz respeito, como diz Kelsen, ao “fato real de que ela é efetivamente aplicada e seguida, da circunstância de uma conduta humana conforme à norma se verificar na ordem dos fatos”. É o que tecnicamente se chama efetividade da norma. Eficácia é a capacidade de atingir os objetivos previamente fixados como metas. Tratando-se de normas jurídicas, a eficácia consiste na capacidade de atingir os objetivos nela traduzidos, que vêm a ser em última análise, realizar os ditames jurídicos objetivados pelo legislador. Por isso é que se diz que a eficácia jurídica da norma designa a qualidade de produzir, em maior e menor grau, efeitos jurídicos, ao regular, desde logo, as situações, relações, e comportamentos que cogita; neste sentido, a eficácia diz respeito à aplicabilidade, exigibilidade ou executoriedade da norma, como possibilidade de sua aplicação jurídica. O alcance dos objetivos da norma constitui a efetividade; Esta é, portanto, a medida da extensão em que o objetivo é alcançado, relacionando-se ao produto final. Por isso é que, tratando-se de normas jurídicas, se fala em eficácia social em relação a efetividade, porque o produto final objetivado pela norma se consubstancia no controle social que ela pretende, enquanto a eficácia jurídica é apenas a possibilidade de que isso venha a acontecer.
Os dois sentidos da palavra eficácia, acima apontados, são, pois diversos. Uma norma pode ter eficácia jurídica sem ter eficácia social, isto é, pode gerar certos efeitos jurídicos, como por exemplo, o de revogar normas anteriores, e, não ser efetivamente cumpridas no plano social. Mas percebe-se que, apesar disso, os sentidos são conexos, como já anotamos antes.
Em outros termos, algumas normas constitucionais são dotadas de eficácia jurídica e eficácia social, enquanto outras possuem apenas eficácia jurídica.
VIGENTE - ESTAR EM VIGOR – VALENDO NO ORDENAMENTO JURÍDICO – COM POTENCIALIDADE PARA REGULAR DETERMINADAS SITUAÇÕES
EFICÁCIA – CAPACIDADE QUE A NORMA POSSUI DE ATINGIR OS OBJETIVOS PREVIAMENTE FIXADOS COMO META. (EFICÁCIA SOCIAL E EFICÁCIA JURÍDICA)
APLICABILIDADE - PRODUÇÃO DE EFEITOS
Pode existir uma norma eficaz sem ser vigente? Sim. A norma penal já revogada, mas que, no entanto, é mais benéfica ao réu, possui eficácia e é aplicada para todos os atos praticados ao tempo de sua vigência.
Resumidamente:
A eficácia social se verifica na hipótese de a norma, isto é com potencialidade para regular determinadas situações, ser efetivamente aplicada a casos concretos (sem necessidade de intermediação legislativa). 
Eficácia jurídica, por sua vez, significa que a norma não está apta a produzir efeitos na ocorrência de relações concretas; mas já produz efeitos jurídicos na medida em que sua simples edição resulta na revogação de todas as normas anteriores que com ela conflitam. Embora não aplicada a casos concretos, é aplicável juridicamente no sentido negativo antes apontado. Isto é: retira a eficácia da normatividade anterior. É eficaz juridicamente, embora não tenha sido aplicada concretamente. (Michel Temer)
De maneira sistemática, as normas juridicamente constitucionais produzem efeitos na medida em que:
Não recepcionam lei infraconstitucional que lhe seja contrária;
Impedem que o legislador ordinário edite leis que contrariem seus preceitos (sob pena de inconstitucionalidade);
Servem como elemento de interpretação da constituição.
Consoante preceitua José Afonso da Silva – Eficácia e Aplicabilidade das Normas Constitucionais - 
, as normas constitucionais podem ser de eficácia plena, contida e limitada (ou reduzida).
1. NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA PLENA
Normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral são aquelas normas da Constituição que, no momento em que esta entre em vigor, estão aptas a produzir todos os seus efeitos, independentemente de norma integrativa infraconstitucional.
Em regra, estas normas criam órgãos ou atribuem aos entes federativos competências. Não têm necessidade de ser integradas. São normas auto-aplicáveis.
As normas constitucionais de eficácia plena possuem aplicabilidade imediata, direta, integral, independente de legislação posterior para sua inteira operatividade. 
São normas bastantes em si, que não necessitam de intermediação infraconstitucional e que não podem ter seu conteúdo restringido por tal legislação.
São as normas constitucionais que receberam do constituinte normatividade suficiente à sua incidência imediata. Situam-se predominantemente entre os elementos orgânicos da constituição. Não necessitam de normativa ulterior para sua aplicação.
São as normas que, desde a entrada em vigor da Constituição produzem todos os seus efeitos essenciais (ou têm a possibilidade de produzi-los), todos os objetivos visados pelo legislador constituinte, porque este criou, desde logo, uma normatividade para isso suficiente, incidindo direta e imediatamente sobre a matéria que lhes constitui objeto. 
A orientação doutrinária moderna é no sentido de reconhecer eficácia plena e aplicabilidade imediata à maioria das normas constitucionais, mesmo a grande parte daquelas de caráter sócio-ideológico, as quais até recentemente não passavam de princípios programáticos. Torna-se, cada vez mais concreta a outorga dos direitos e garantias sociais das constituições.
Exemplos de Normas Constitucionais de Eficácia Plena:
Ex.: arts. 1º, 2º, 14, § 2º, 15, 17, § 4º, 19, 20, 21, 22, 24, 28, 30, 37, III, 44, caput e parágrafo único, 45, 46, § 1º, 51, 52, 60. § 3º, 69, 70, 76, 145, § 2º, 155, 156, 201, §§ 5º e 6º, 226, § 1º, todos da Constituição Federal.
Em suma, são de eficácia plena as normas constitucionais que:
a) contenham vedações ou proibições;
b) confiram isenções, imunidades ou prerrogativas;
c) não designem órgãos ou autoridades especiais a que incumbam especificamente sua execução;
d) não indiquem processos especiais de sua execução;
e) não exijam a elaboração de novas normas legislativas que lhes completem o alcance e o sentido, ou lhes fixem o conteúdo, porque já se apresentam suficientemente explícitas na definição dos interesses nelas regulados.
Por fim, as normas constitucionais de eficácia plena incidem diretamente sobre os interesses a que o constituinte quis dar expressão normativa. São de aplicabilidade imediata, porque dotadas de todos os meios e elementos necessários à sua executoriedade.No dizer clássico, são auto-aplicáveis. As condições gerais para essa aplicabilidade são a existência apenas do aparato jurisdicional, o que significa: aplicam-se só pelo fato de serem normas jurídicas, que pressupõem, no caso, a existência do Estado e de seus órgãos.
2. NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA CONTIDA
As normas constitucionais de eficácia contida, ou prospectiva têm aplicabilidade direta e imediata, mas possivelmente não integral.
Embora tenham condições de, quando da promulgação da nova Constituição, produzir todos os seus efeitos, poderá a norma infraconstitucional reduzir a sua abrangência, limitar a sua eficácia e aplicabilidade.
As restrições de referidas normas constitucionais podem se concretizar não só por meio de leis infraconstitucionais, mas também, em outras situações, pela incidência de normas da própria Constituição, desde que ocorram certos pressupostos de fato, por exemplo, a decretação do estado de defesa ou de sítio, limitando diversos direitos (arts. 136, parágrafo primeiro e 139 da Constituição Federal).
Além da restrição da eficácia das referidas normas de eficácia contida tanto por lei como por outras normas constitucionais, a restrição poderá implementar-se, em outras situações, por motivo de ordem pública, bons costumes e paz social, conceitos vagos cuja redução se efetiva pela administração pública.
Normas de eficácia contida, portanto, são aquelas em que o legislador constituinte regulou suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária (conveniência e oportunidade) do Poder Público, nos termos que a lei estabelecer ou nos termos dos conceitos gerais nelas enunciados.
São normas que incidem imediatamente e produzem (ou podem produzir) todos os efeitos queridos, mas prevêem meios ou conceitos que permitem manter sua eficácia contida em certos limites, dadas certas circunstâncias.
Enquanto não materializada a restrição, a norma apresenta eficácia plena.
Exemplos de Normas Constitucionais de Eficácia Contida:
* art. 5º, XIII da CF – O dispositivo é de aplicabilidade plena, mas sua eficácia pode ser reduzida, restringida, nos casos e na forma que a lei estabelecer . Enquanto não sobrevém a legislação restritiva, o princípio do livre exercício profissional é pleno;
* art. 5º, VIII da CF – a eficácia pode ser contida em relação àquele que se eximir de obrigação legal imposta e se recusar de cumprir prestação alternativa, fixada em lei. Entretanto, enquanto não houver leu que fixe a prestação alternativa, qualquer restrição ou prestação será inconstitucional;
* art. 37, I, primeira parte da CF – os cargos, empregos e funções publicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei...
* art. 5º, VII da CF;
* art. 5º, XV da CF;
* art. 5º, XXIV da CF;
* art. 5º, XXV da CF;
* art. 5º, XXVII da CF;
* art. 5º, XXXIII da CF;
* art. 15, IV da CF;
* art. 170, parágrafo único da CF;
Por fim, normas constitucionais de eficácia contida, portanto, são aquelas em que o legislador constituinte regulou suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou margem à autuação restritiva por parte da competência discricionária do Poder Público, nos termos que a lei estabelecer ou nos termos de conceitos gerais nelas enunciados.
3. NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA LIMITADA
São aquelas normas que, de imediato, no momento em que a Constituição é promulgada, não têm o condão de produzir todos os seus efeitos, precisando de uma lei integrativa infraconstitucional.
As normas constitucionais de eficácia limitada possuem aplicabilidade indireta, mediata e reduzida.
As normas constitucionais de eficácia limitada são aquelas que dependem da emissão de uma normatividade futura, em que o legislador ordinário, integrando-lhes a eficácia, mediante lei complementar ou ordinária, lhes dê capacidade de execução em termos de regulamentação daqueles interesses visados.
Embora não tenham o condão de produzir todos os seus efeitos, produzem um efeito mínimo, qual seja, vinculam o legislador infraconstitucional aos seus vetores.
As normas constitucionais de eficácia limitada ou reduzida são todas as que não produzem, com a simples entrada em vigor, todos os seus efeitos essenciais, porque o legislador constituinte, por qualquer motivo, não estabeleceu, sobre a matéria, uma normatividade para isso bastante, deixando essa tarefa ao legislador ordinário ou a outro órgão do Estado.
José Afonso da Silva divide as normas de eficácia limitada em dois grupos: normas de princípio institutivo ou organizativo e normas de princípio programático.
3.1 Normas de princípio institutivo (ou organizativo)
As normas de princípio institutivo dependem de lei para dar corpo a instituições, pessoas, órgãos, previstos na norma constitucional. 
Ex.: artigos 18, caput, §2º, 25, § 3º, 33, 37, XI, 88, 90 §2º, 91 §2º, 102, §1º, 107, §1º, 109, VI, 109, §3º, 113, 121, 125, §3º, 128, §5º, 131, 146, 161, I, 224, todos da CF.
3.2 Normas de princípio programático
As normas de princípio programático são as que estabelecem um programa constitucional a ser desenvolvido mediante legislação integrativa da vontade constituinte. 
Ex.: artigos: 7°, XI, XX, XXVII; 173, §4º,; 196 (direito à saúde); 205 (direito à educação); 215 (direito à cultura); 216, §3º; 218, caput (direito à ciência e tecnologia); 227 (proteção da criança) todos da CF.
São normas dotadas de eficácia jurídica porque têm o efeito de impedir que o legislador comum edite normas em sentido oposto ao direito assegurado pelo constituinte, antes mesmo da possível legislação integrativa que lhes de plena aplicabilidade.
É interessante notar que as normas constitucionais de eficácia limitada de princípio programático trazem consigo, algumas, a idéia de instituição.
BIBLIOGRAFIA
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo.
TEMER, Michel. Elementos de direito constitucional.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional.
CANOTILHO, J.J.Gomes. Direito constitucional.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado.
PAULO, Vicente. ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional Descomplicado.
HESSE, Konrad. A força normativa da Constituição.
RÁO, Vicente. O direito e a vida dos direitos.
 EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
� A Classificação apresentada por José Afonso da Silva é adotada na maioria dos concursos públicos, bem como é a classificação adotada pelo STF.
� Cumpre esclarecer, que neste ponto, a palavra “princípio” deve ser compreendida na acepção própria de começo ou início, isto é, são normas que contêm o início ou o esquema de determinação de órgão, entidade ou instituição, deixando a efetiva criação, estruturação ou formação para a lei complementar ou ordinária, como da exemplo o art. 33 da Constituição: “A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios”.
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