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Secretaria da Educação do Estado do Ceará
SEDUC-CE
Professor Nível A - Especialidade: Biologia
Edital Nº 030/2018 – SEDUC/SEPLAG, de 19 de Julho de 2018
JL126-2018
DADOS DA OBRA
Título da obra: Secretaria da Educação do Estado do Ceará - SEDUC - CE
Cargo: Professor Nível A - Especialidade: Biologia
(Baseado no Edital Nº 030/2018 – SEDUC/SEPLAG, de 19 de Julho de 2018)
• Conhecimentos Específicos
Autora
Janaina Lopes de Olviera
Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza
Diagramação/ Editoração Eletrônica
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Ana Luiza Cesário
Thais Regis
Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Julia Antoneli
Leandro Filho
Capa
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR NÍVEL A - Biologia
1 Identidade dos seres vivos. .............................................................................................................................................................................01
1.1 Aspectos físicos, químicos e estruturais da célula. ....................................................................................................................... 01
1.2 Organelas. ................................................................................................................................................................................................... 01
1.3 Organização celular: seres procariontes, eucariontes e sem organização celular. .......................................................... 01
1.4 Funções celulares: síntese, transporte, eliminação de substâncias e processos de obtenção de energia (fermentação, 
fotossíntese e respiração celular). .............................................................................................................................................................. 01
1.5 Ciclo celular. ................................................................................................................................................................................................ 01
2 Noções básicas de microscopia. .................................................................................................................................................................. 31
3 Origem e evolução da vida. ............................................................................................................................................................................ 36
3.1 Hipóteses sobre a origem da vida. ..................................................................................................................................................... 36
3.2 Teoria de Lamarck e teoria de Darwin. ............................................................................................................................................. 36
3.3 Origem do homem. ................................................................................................................................................................................. 36
6 Transmissão da vida. ..........................................................................................................................................................................................99
6.1 Fundamentos da hereditariedade: gene e código genético, cálculos com probabilidade. ........................................ 99
6.2 Primeira e segunda leis de Mendel. ................................................................................................................................................... 99
6.3 Aplicações da engenharia genética: clonagem, transgênicos. ............................................................................................. 99
7 Interação entre os seres vivos. .....................................................................................................................................................................127
7.1 Conceitos básicos em ecologia. ..........................................................................................................................................................127
7.2 Relações tróficas (cadeias e teias alimentares; distribuição natural da matéria e da energia e concentração de 
pesticidas e de subprodutos radiativos). ..............................................................................................................................................127
7.3 Relações ecológicas limitadoras do crescimento populacional. ...........................................................................................127
7.4 Ecossistemas do Brasil. ..........................................................................................................................................................................127
8 Ensino de Biologia: conhecimento científico e habilidade didática no ensino de Biologia. .............................................160
10 A construção do conhecimento no ensino de Biologia: abordagens metodológicas. ......................................................166
11 Recursos didáticos no ensino de Biologia (utilizados em sala de aula e laboratório, incluindo conhecimentos básicos 
de técnicas, materiais e normas de segurança laboratoriais). ............................................................................................................168
12 O ensino de Biologia e as novas tecnologias da informação e comunicação. ........................................................................171
13 Avaliação de aprendizagem do conhecimento biológico. .............................................................................................................177
14 Competências e habilidades propostas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio para a Disciplina 
de Biologia. ..............................................................................................................................................................................................................178
1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR NÍVEL A - Biologia
1 IDENTIDADE DOS SERES VIVOS. 
1.1 ASPECTOS FÍSICOS, QUÍMICOS E 
ESTRUTURAIS DA CÉLULA. 1.2 ORGANELAS. 
1.3 ORGANIZAÇÃO CELULAR: SERES 
PROCARIONTES, EUCARIONTES E SEM 
ORGANIZAÇÃO CELULAR. 1.4 FUNÇÕES 
CELULARES: SÍNTESE, TRANSPORTE, 
ELIMINAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS E 
PROCESSOS DE OBTENÇÃO DE ENERGIA 
(FERMENTAÇÃO, FOTOSSÍNTESE E 
RESPIRAÇÃO CELULAR). 1.5 CICLO CELULAR. 
SERES VIVOS
Estima-se que existam na Terra milhões de diferentes ti-
pos de organismos vivos compartilhando a biosfera.O reco-
nhecimento dessas espécies está intimamente relacionado à 
história do homem.
O homem, determinado momento da história evoluti-
va, passou a utilizar animais e plantas para sua alimentação, 
cura de doenças, fabricação de armas, objetos agrícolas e 
abrigo. A necessidade de transmitir as experiências adqui-
ridas para os descendentes forçou-o a conhecer detalhada-
mente as plantas e animais. O documento zoológico mais 
antigo que se tem notícia, é um trabalho grego de medicina, 
do século V a.C., que continha uma classificação simples dos 
animais comestíveis, principalmente peixes. 
Diante disso, a classificação dos seres vivos surgiu da 
necessidade do homem em reconhecê-los. O grande núme-
ro de espécies viventes levou-o a organizá-las de forma a 
facilitar a identificação e, consequentemente, seu uso.
A classificação dos seres vivos
A primeira fase da classificação dos seres vivos come-
çou na Antiguidade, com o filósofo grego Aristóteles (384 
- 322 a.C.), autor dos registros escritos mais antigos co-
nhecidos sobre esse assunto e que datam do século 4 a.C. 
Nessa época, os organismos vivos foram divididos em dois 
reinos claramente distintos: as Vegetal e Animal. Neste tipo 
de classificação, as plantas eram todos os organismos fixos 
e sem uma forma claramente definida, capazes de fabricar 
matéria orgânica a partir de fontes inorgânicas – autotrofia 
-, enquanto os animais eram todos os restantes organismos, 
devida livre, com forma definida e dependentes da matéria 
orgânica (plantas ou outros animais) para a sua nutrição – 
heterotrofia.
Conforme mais dados iam sendo recolhidos, princi-
palmente de estrutura microscópica e metabolismo, a sua 
maioria confirmava a total separação dos dois grandes rei-
nos. Assim, as plantas apresentavam todas espessas paredes 
celulares celulósicas, enquanto as células animais apresenta-
vam outros compostos no seu interior.
Esta divisão simples dos organismos parecia tão óbvia 
e bem definida para os organismos macroscópicos que o 
problema causado pelos fungos, que não pareciam encaixar 
bem nas plantas, era facilmente esquecido. 
Entretanto, com a invenção do microscópio por Van 
Leeuwenhoek, foi revelado uma miríade de organismos mi-
croscópicos, não visíveis a olho nu. Assim, ficou claro que a 
distinção entre animais e plantas não podia ser facilmente 
aplicada a este nível. Alguns deste seres podiam ser facil-
mente comparados com algas macroscópicas e incluídos 
nas plantas, outros poderiam ser incluídos nos animais mas 
ainda restavam muitos com combinações estranhas de ca-
racterísticas de animal e de planta.
Para complicar ainda mais a situação, a teoria de Dar-
win da evolução tinha sido aceita como representativa da 
realidade, e considerava que todos os organismos tinham 
um ancestral comum. Era óbvio que um ancestral comum às 
plantas e aos animais não poderia ser nenhum deles, sendo 
necessário criar um novo grupo onde se pudesse incluí-lo.
Diante disso, o alemão Ernst Haeckel, realizou estudos 
microscópicos da enorme variedade de organismos unicelu-
lares, e chegou à conclusão que as primeiras formas de vida 
teriam sido muito simples, sem a complexidade estrutural 
que já observava nos unicelulares observados. Assim, Haec-
kel, chamou esses organismos primitivos moneras, tendo-os 
dividido em zoomoneres (bactérias) e phytomoneres (cia-
nobactérias). O desenvolvimento de células mais complexas, 
contendo núcleo, era, na sua opinião, o resultado de diferen-
ciação do citoplasma.
Assim, Haeckel criou um terceiro reino a que chamou 
Protista. Neste reino colocou todos os seres que não apre-
sentavam tecidos diferenciados, incluindo seres unicelulares 
e coloniais.
2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR NÍVEL A - Biologia
Haeckel reconheceu uma série de subdivisões no seu 
reino Protista. A principal subdivisão era entre os grupos se-
melhantes às plantas – Protophytes – e os semelhantes aos 
animais – Protozoa -, reconhecidos pelos seus pelos seus 
metabolismos diferentes. Também necessitava de um ter-
ceiro grupo onde colocar todos os protistas que não eram 
claramente semelhantes às plantas ou aos animais, os pro-
tistas atípicos. A distinção entre células com e sem núcleo 
estavam subordinadas a estas três categorias, com os orga-
nismos sem núcleo a formar um pequeno grupo dentro dos 
protistas atípicos.
Com a descoberta do microscópio eletrônico, foi pos-
sível a morfologia celular dos organismos. Assim, Herbert 
Copeland, em 1936, propôs um sistema de classificação em 
quatro reinos, retirando Monera de dentro dos protistas por 
serem procariontes, e resgatando o termo Protista para eu-
cariontes unicelulares ou multicelulares sem tecidos verda-
deiros. Seus reinos eram:
- Reino Monera: bactérias e cianobactérias;
- Reino Protoctista: unicelulares eucariontes, multicelula-
res como “algas” e fungos;
- Reino Plantae: multicelulares fotossintetizantes com 
tecidos;
- Reino Animalia: multicelulares heterótrofos com teci-
dos.
Essa proposta foi posteriormente substituída, a partir de 
1959, pelo sistema de cinco reinos de Robert Whittaker, 
que definiu os seguintes reinos:
- Reino Monera: procariontes representados pelas bacté-
rias e cianobactérias;
- Reino Protista: unicelulares eucariontes;
- Reino Plantae: multicelulares eucariontes que fazem 
fotossíntese (“algas” e plantas terrestres);
- Reino Fungi: eucariontes multicelulares heterótrofos 
que absorvem nutrientes do meio, possuem parede celular 
de quitina;
- Reino Animalia: eucariontes multicelulares heterótro-
fos que ingerem alimento do meio.
A partir de 1970, até os dias de hoje, as propostas de 
classificação estão mais relacionadas com os avanços da 
biologia molecular, o aprimoramento dos estudos com mi-
croscopia eletrônica e com a maior aceitação e desenvolvi-
mento da sistemática filogenética. 
O sistema de classificação de Lynn Margulis baseia-se 
no conhecimento sobre a estrutura sub-microscópica das 
células e seus organelos, bem como vias metabólicas, incor-
porando a descoberta de muitos tipos altamente diferencia-
dos de bactérias. Apesar de o seu sistema também incorpo-
rar uma elaborada teoria de evolução da estrutura celular 
por endossimbiose, difere apenas em alguns detalhes das 
classificações de Copeland e de Whittaker.
Na classificação de Copeland, não se dava especial aten-
ção à distinção entre organismos com e sem núcleo, mas 
em classificações posteriores esta tornou-se uma condição 
crucial. Margulis distingue os chamados super-reinos ou 
domínios Prokarya e Eukarya, sendo o último caracterizado 
por apresentar genoma composto, sistemas de mobilidade 
intracelular e a possibilidade de fusão celular, que leva a um 
sistema de genética mendeliana e sexo. O domínio Prokarya, 
por outro lado, é agrupado com base na ausência de um 
sistema sexual desse tipo.
Dentro dos Eukarya, ela distingue os mesmos grupos 
que Whittaker: protoctistas, plantas, animais e fungos. Neste 
caso, os protoctistas são novamente definidos negativamen-
te, o que volta a tornar as plantas, animais e fungos mono-
filéticos.
Nos Prokarya, a diversidade de vias metabólicas e a re-
conhecida divergência evolutiva (como demonstrada pelas 
sequências de RNA) não deu origem a categorias elevadas. A 
distinção entre Archaea e Eubacteria é abafada sob o nome 
de bactérias e expressa a um nível inferior ao da distinção 
entre fungos, animais e plantas. 
Uma classificação ligeiramente diferente foi propos-
ta por Mayr (1990), que concorda com Margulis em rela-
ção à distinção entre procariontes e eucariontes, mas vai 
mais além e propõe que se reconheçam os subdomínios 
Archaea e Bacteria, dentro dos procariontes. Uma subdivi-
são semelhante é feita nos eucariontes, com os Protista e 
os Metabionta, para organismos unicelulares e multicelula-
res, respectivamente. Mayr dá especial atenção, portanto, a 
3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR NÍVEL A - Biologia
semelhanças e diferenças em morfologia e não às relações 
filogenéticas.1
Os procariontessão unidos com base na semelhança de 
organização celular, ignorando a diversidade de metabolis-
mos e as relações evolutivas deduzidas a partir de sequên-
cias de DNA. Também os protistas são unidos com base na 
falta de multicelularidade, novamente ignorando a sua enor-
me diversidade em muitos outros aspectos. Ambos os taxa 
estão em perigo de se tornar parafiléticos.
No entanto, a principal divergência entre esta classifica-
ção e uma classificação filogenética não é o surgimento des-
tes dois grupos parafiléticos mas antes o facto de o subdo-
mínio Metabionta ser reconhecido com base apenas numa 
característica, a multicelularidade. Esta característica surgiu 
independentemente nos três grupos que o compõem, tor-
nando este subdomínio completamente polifilético.
Essencialmente com base na comparação de sequências 
de RNA ribossômico, Woese e seus colegas concluíram que 
os procariontes não eram um grupo coeso do ponto de vista 
evolutivo, mas antes composto por dois subgrupos princi-
pais, cada um dos quais difere entre si e dos eucariontes. 
Esta diversidade evolutiva reflete-se no genoma e, por sua 
vez, na bioquímica e na ecologia.
Assim, propuseram a substituição da divisão do mundo 
vivo em dois grandes domínios (procariontes e eucariontes) 
por uma subdivisão em três domínios: mantiveram os tra-
dicionais eucariontes como o domínio Eucarya, mas em vez 
dos tradicionais procariontes surgem os domínios Archaea e 
Bacteria, ao mesmo nível que os Eucarya. A sua classificação 
reflecte a ideia de que a árvore da Vida tem três e não ape-
nas dois ramos.
No entanto, esta classificação não reflecte completa-
mente a sua visão sobre qual dos três ramos é mais basal. Na 
filogenia em que baseiam a sua classificação, o ramo mais 
basal é o que conduz ao domínio Bacteria, sendo posterior 
a ramificação dos dois restantes grupos posterior, o que os 
torna mais relacionados entre si do que cada um deles com 
as bactérias. Esta relação próxima não se reflecte na classi-
ficação pois para esta filogenia ser aparente, Archaea e Eu-
karya teriam que ser agrupados num único super-domínio.
A posição da raiz da árvore da Vida junto das bactérias 
não é, apesar de tudo, pacífica. Foram propostas raízes al-
ternativas, que implicariam diferentes relações filogenéticas 
e diferentes classificações, mas deixando sempre intocada a 
parte dos eucariontes, pelo que a maioria das classificações 
coloca os procariontes num único grupo do mesmo nível 
que o dos eucariontes. Esta é uma simplificação deliberada, 
que ignora o facto de que, obrigatoriamente, um dos grupos 
de procariontes está mais próximo dos eucariontes do que 
qualquer outro.
O esquema de seis reinos recentemente proposto por 
Cavalier-Smith é, em muitos aspectos, semelhante aos de 
Whittaker e Mayr, mas a semelhança é frequentemente su-
perficial. Cavalier-Smith tenta um sistema mais estritamente 
filogenética, em que os grupos polifiléticos estão totalmente 
ausentes e os parafiléticos são evitados o mais possível.
1 http://simbiotica.org/
Para alcançar este fim, ele tem que transferir um número 
de grupos que pertenciam aos Protoctista na maioria dos 
sistemas de classificação anteriores, para um dos outros rei-
nos. Assim, neste sistema, cada um dos reinos que contém 
organismos multicelulares passa a conter um certo número 
de organismos unicelulares relacionados. Estas revisões são 
baseadas num conjunto ainda crescente de dados acerca das 
relações deduzidas da comparação de sequências de DNA e 
proteínas, bem como acerca da ultra-estrutura celular.
Nos procariontes, Cavalier-Smith salienta o número ca-
racterísticas ultra-estruturais em vez das sequências de RNA 
ribossómico usadas por Woese. Assim, as Archaea são in-
cluídas como um subgrupo relativamente menor dentro do 
reino Bacteria. Dentro dos eucariontes, Cavalier-Smith reco-
nhece cinco reinos.
O reino Animalia é relativamente inalterado, quando 
comparado com outros sistemas de classificação. Para além 
dos animais, também contém um grupo de parasites unice-
lulares, com base em que a unicelularidade é devida a uma 
regressão e não a um caracter original.
De forma semelhante, o reino Fungi também contém 
um grupo de parasitas, antes parte dos protoctistas. Alguns 
grupos, antes considerados fungos, foram transferidos para 
um novo reino designado Chromista. O reino Plantae ex-
pandiu-se para incluir as algas vermelhas, para além das 
tradicionalmente incluídas algas verdes. Este facto reflecte 
um cenário evolucionista em que a fotossíntese foi adquiri-
da apenas uma vez, pela incorporação do cloroplasto num 
célula eucariótica, derivado de uma cianobactéria. Outras 
classificações, que colocam as plantas e as algas vermelhas 
mais afastadas, têm que assumir um cenário evolutivo onde 
os cloroplastos foram adquiridos independentemente várias 
vezes, ou totalmente perdidos ainda mais vezes.
O reino novo Chromista contém a maioria dos restan-
tes grupos fotossintéticos, informalmente designados algas, 
bem como um grupo de outros grupos anteriormente colo-
cados nos fungos e que se acredita terem perdido a capaci-
dade fotossintética secundariamente. No cenário evolutivo, 
o cloroplastos foi adquirido pela fusão de uma célula auto-
trófica com uma célula não fotossintética, um acontecimen-
to que levou ao surgimento de uma membrana extra em 
volta do organito. 
Lineu e o Sistema Binomial
O estudo descritivo de todas as espécies de seres vivos 
e sua classificação dentro de uma verdadeira hierarquia de 
grupamentos constitui a sistemática ou taxonomia. Vamos 
começar a interpretar o papel da taxonomia revendo o con-
ceito de espécie.
As espécies são os diferentes tipos de organismos. Uma 
definição mais técnica de espécie é: “um grupo de organis-
mos que se cruzam entre si, sem normalmente cruzar-se com 
representantes de outros grupos”. Os organismos pertencen-
tes a uma espécie devem apresentar semelhanças estrutu-
rais e funcionais, similaridades bioquímicas e mesmo carióti-
po, além da capacidade de reprodução entre si. A definição 
acima, embora útil para os animais, não é, entretanto, útil 
na taxonomia vegetal, porque cruzamentos férteis podem 
4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR NÍVEL A - Biologia
ocorrer entre plantas de tipos bastante diferentes. Também 
não se aplica esta distinção a organismos que não se repro-
duzem sexualmente.
Com base nas teorias evolucionistas, uma espécie se 
modifica constantemente, no espaço e no tempo, em vez 
de ser uma forma imutável, ideal, como foi concebida por 
Lineu. Desta maneira, a palavra “espécie” possui diferen-
tes significados para diferentes tipos de organismos, o que 
não é surpresa se considerarmos que a evolução nos vários 
grupos de organismos seguiu caminhos diversificados. No 
entanto, o termo permanece sendo útil e possibilita uma 
maneira adequada de se referir a organismos e catalogá-los.
Outros Grupos Taxonômicos
O reino é a maior unidade usada em classificação bio-
lógica. Entre o nível do reino e do gênero, entretanto, Lineu 
e taxonomistas posteriores adicionaram diversas categorias 
(ou taxa). Temos então, os gêneros agrupados em famílias, 
as famílias em ordens, as ordens em classes e as classes em 
filos (ou divisão, para os botânicos), seguindo um padrão 
hierárquico.
Essas categorias podem ser subdivididas ou agregadas 
em várias outras, menos importantes, como, por exemplo, 
os subgêneros e as superfamílias. Assim, hierarquicamente, 
temos:
Regras de nomenclatura
Os animais, assim como as plantas, são popularmente 
conhecidos por nomes muito variáveis de um lugar para ou-
tro. Os cientistas, com intuito de universalizar os nomes de 
animais e plantas, procuraram criar uma nomenclatura inter-
nacional para a designação dos seres vivos. Mark Catesby, 
por volta de 1740, publicou um livro de zoologia onde deno-
minava o pássaro conhecido como tordo (sabiá americano) 
de Turdus minor cinereoalbus non maculatus, que significava: 
“tordo pequeno branco-acinzentado sem manchas”. Essa foi 
umatentativa de padronizar o nome do pássaro, para que 
ele pudesse ser conhecido em qualquer idioma ou região, 
mas havia o inconveniente de usar uma denominação muito 
extensa.
Em 1735, Carl von Linné, propôs regras para classificar 
e denominar animais e plantas, onde cada organismo seria 
conhecido por dois nomes apenas, seguidos e inseparáveis. 
Surgiu assim a nomenclatura binomial, a qual é ainda hoje 
utilizada.
Para escrevermos o nome científico de uma espécie, uti-
lizamos as regras propostas por Lineu:
1. O nome deve ser escrito em latim e destacado do tex-
to (em itálico, negrito ou grifado);
2. O nome deve ser escrito com duas palavras (nomen-
clatura binominal). A primeira se refere ao gênero, a segun-
da é o epíteto específico. Juntas, formam a espécie.
3. O gênero deve iniciar com letra maiúscula e o epíteto 
específico com a letra minúscula.
Exemplos:
Homem = Homo sapiens
Cachorro = Canis familiaris
Mosca = Musca domestica
Nomes Populares: Filogenia; Cladogramas.
A nomeação dos seres vivos que compõe a biodiversi-
dade constitui uma etapa do trabalho de classificação. Mui-
tos seres são “batizados” pela população com nomes deno-
minados populares ou vulgares, pela comunidade científica. 
Esses nomes podem designar um conjunto muito amplo de 
organismos, incluindo, algumas vezes, até grupos não apa-
rentados. O mesmo nome popular pode ser atribuído a dife-
rentes espécies, como neste exemplo:
 
ANANAS COMOSUS ANANAS ANANASSOIDES
Estas duas espécies do gênero ananas são chamadas 
pelo mesmo nome popular Abacaxi.
Outro exemplo é o crustáceo de praia Emerita brasilien-
sis, que no Rio de Janeiro é denominado tatuí, e nos estados 
de São Paulo e Paraná é chamado de tatuíra.
Em contra partida, animais de uma mesma espécie po-
dem receber vários nomes, como ocorre com a onça-pinta-
da, cujo nome científico é Panthera onca.
5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR NÍVEL A - Biologia
Outros nomes populares: canguçu, onça-canguçu, 
jaguar-canguçu
Outro exemplo é a planta Manihot esculenta, cuja raiz é 
muito apreciada como alimento. Dependendo da região do 
Brasil, ela é conhecida por vários nomes: aipim, macaxeira 
ou mandioca. Considerando os exemplo apresentados, po-
demos perceber que a nomenclatura popular varia bastante, 
mesmo num país como o Brasil, em que a população fala 
um mesmo idioma, excetuando-se os idiomas indígenas. 
Imagine se considerarmos o mundo todo, com tantos, com 
tantos idiomas e dialetos diferentes, a grande quantidade 
de nomes de um mesmo ser vivo pode receber. Desse modo 
podemos entender a necessidade de existir uma nomen-
clatura padrão, adotada internacionalmente, para facilitar 
a comunicação de diversos profissionais, como os médicos, 
os zoólogos, os botânicos e todos aqueles que estudam os 
seres vivos.
A sistemática é a ciência dedicada a inventariar e des-
crever a biodiversidade e compreender as relações filoge-
néticas entre os organismos. Inclui a taxonomia (ciência da 
descoberta, descrição e classificação das espécies e grupo 
de espécies, com suas normas e princípios) e também a fi-
logenia (relações evolutivas entre os organismos). Em geral, 
diz-se que compreende a classificação dos diversos orga-
nismos vivos. Em biologia, os sistemas são os cientistas que 
classificam as espécies em outros táxons a fim de definir o 
modo como eles se relacionam evolutivamente.
O objetivo da classificação dos seres vivos, chamada 
taxonomia, foi inicialmente o de organizar as plantas e ani-
mais conhecidos em categorias que pudessem ser referidas. 
Posteriormente a classificação passou a respeitar as relações 
evolutivas entre organismos, organização mais natural do 
que a baseada apenas em características externas. Para isso 
se utilizam também características ecológicas, fisiológicas, e 
todas as outras que estiverem disponíveis para os táxons em 
questão. É a esse conjunto de investigações a respeito dos 
táxons que se dá o nome de Sistemática. Nos últimos anos 
têm sido tentadas classificações baseadas na semelhança 
entre genomas, com grandes avanços em algumas áreas, es-
pecialmente quando se juntam a essas informações aquelas 
oriundas dos outros campos da Biologia.
A classificação dos seres vivos é parte da sistemática, 
ciência que estuda as relações entre organismos, e que inclui 
a coleta, preservação e estudo de espécimes, e a análise dos 
dados vindos de várias áreas de pesquisa biológica. O pri-
meiro sistema de classificação foi o de Aristóteles no século 
IV a.C., que ordenou os animais pelo tipo de reprodução e 
por terem ou não sangue vermelho. O seu discípulo Teofras-
to classificou as plantas por seu uso e forma de cultivo. Nos 
séculos XVII e XVIII os botânicos e zoólogos começaram a 
delinear o atual sistema de categorias, ainda baseados em 
características anatômicas superficiais. No entanto, como a 
ancestralidade comum pode ser a causa de tais semelhan-
ças, este sistema demonstrou aproximar-se da natureza, e 
continua sendo a base da classificação atual. Lineu fez o pri-
meiro trabalho extenso de categorização, em 1758, criando 
a hierarquia atual.
A partir de Darwin a evolução passou a ser considerada 
como paradigma central da Biologia, e com isso evidências 
da paleontologia sobre formas ancestrais, e da embriologia 
sobre semelhanças nos primeiros estágios de vida. No sé-
culo XX, a genética e a fisiologia tornaram-se importantes 
na classificação, como o uso recente da genética molecular 
na comparação de códigos genéticos. Programas de com-
putador específicos são usados na análise matemática dos 
dados.
Em fevereiro de 2005 Edward Osborne Wilson, profes-
sor aposentado da Universidade de Harvard, onde cunhou o 
termo biodiversidade e participou da fundação da sociobio-
logia, ao defender um “projeto genoma” da biodiversidade 
da Terra, propôs a criação de uma base de dados digital com 
fotos detalhadas de todas a espécies vivas e a finalização 
do projeto Árvore da vida. Em contraposição a uma siste-
mática baseada na biologia celular e molecular, Wilson vê a 
necessidade da sistemática descritiva para preservar a bio-
diversidade.
Do ponto de vista econômico, defendem Wilson, Peter 
Raven e Dan Brooks, a sistemática pode trazer conhecimen-
tos úteis na biotecnologia, e na contenção de doenças emer-
gentes. Mais da metade das espécies do planeta é parasita, 
e a maioria delas ainda é desconhecida. De acordo com a 
classificação vigente as espécies descritas são agrupadas em 
gêneros. Os gêneros são reunidos, se tiverem algumas ca-
racterísticas em comum, formando uma família. Famílias, por 
sua vez, são agrupadas em uma ordem. Ordens são reunidas 
em uma classe. Classes de seres vivos são reunidas em filos. 
E os filos são, finalmente, componentes de alguns dos cinco 
reinos (Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia).
6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR NÍVEL A - Biologia
A Filogênese dos Seres Vivos
 
Qual foi o ancestral dos répteis (lagartos, cobras) que 
vivem na Terra atual? Essas e outras perguntas relativas à 
origem dos grandes grupo de seres vivos eram difíceis de 
serem respondidas até surgir, em 1859, a Teoria da evolução 
Biológica por Seleção Natural, proposta por Charles Darwin 
e Alfred Russel Wallace. Com a compreensão de “como” a 
evolução biológica ocorre, os biólogos passaram a sugerir 
hipóteses para explicar a possível relação de parentesco en-
tre os diversos grupos de seres vivos.
Diagramas em forma de árvore - elaborados com dados 
de anatomia e embriologia comparadas, além de informa-
ções derivadas do estudo de fósseis - mostraram a hipoté-
tica origem de grupos a partir de supostos ancestrais. Es-
sas supostas “árvores genealógicas” ou “filogenéticas” (do 
grego, phylon = raça, tribo + génesis = fonte, origem, iní-
cio) simbolizavam a história evolutiva dos grupos que eram 
comparados, além de sugerir uma provável época de origem 
para cada um deles. Como exemplo veja a figura abaixo.
O esquema representa uma provável “história evolutiva” 
dos vertebrados. Note queestão representados os grupos 
atuais - no topo do esquema- bem como os prováveis an-
cestrais. Perceba que o grupo das lampreias (considerados 
“peixes” sem mandíbula) é bem antigo (mais de 500 milhões 
de anos). Já cerca de 150 milhões de anos, provavelmente 
a partir de um grupo de dinossauros ancestrais. Note, ain-
da, que o parentesco existe entre aves e répteis é maior do 
que existe entre mamífero e répteis, e que os três grupos 
foram originados de um ancestral comum. Atualmente com 
um maior número de informações sobre os grupos taxonô-
micos passaram-se a utilizar computadores para se gerar as 
arvores filogenéticas e os cladogramas para estabelecer as 
inúmeras relações entre os seres vivos.
 
Estabelecendo Filogenias com os Cladogramas
 
Ao dispor de um grande número de características 
comparativas, mais confiáveis - anatômicas, embriológicas, 
funcionais, genéticas, comportamentais etc. - os biólogos 
interessados na classificação dos seres vivos puderam elabo-
rar hipóteses mais consistentes a respeito da evolução dos 
grandes grupos. Influenciados pelo trabalho de Wili Hennig 
- um cientista alemão, especialista em insetos - passaram 
a apresentar as características em cladogramas. Neste tipo 
de diagrama, utiliza-se uma linha, cujo ponto de origem - 
a raiz- simboliza um provável grupo (ou espécie) ancestral. 
De cada nó surge um ramo, que conduz a um ou a vários 
grupos terminais. Com os cladogramas pode-se estabele-
cer uma comparação entre as características primitivas - que 
existiam em grupos ancestrais - e as derivadas - comparti-
lhadas por grupos que os sucederam.
CITOLOGIA
O descobrimento da célula ocorreu após a invenção do 
microscópio por Hans Zacarias Jensen (1590). Robert Hook, 
1665, apresentou a sociedade de Londres resultados de suas 
pesquisas sobre a estrutura da cortiça observada ao micros-
cópio. 
O material apresentava-se formado por pequenos com-
partimentos hexagonais delimitados por paredes espessas, 
lembrando o conjunto de favos de mel. Cada compartimen-
to observado recebeu o nome de célula. Atualmente sabe-se 
que aquele tecido observado por Hooke (súber) está for-
mado por células mortas, cujas paredes estava depositada 
suberina, tornando-as impermeáveis e impedindo as trocas 
de substâncias.
Anos depois, o botânico escocês Robert Brown obser-
vou que o espaço de vários tipos de células era preenchido 
com um material de aspecto gelatinoso, e que em seu inte-
rior havia uma pequena estrutura a qual chamou de núcleo. 
Em 1838, o botânico alemão Matthias Schleiden chegou à 
conclusão de que a célula era a unidade viva que compu-
nha todas as plantas. Em 1839, o zoólogo alemão Theodor 
Schwann concluiu que todos os seres vivos, tanto plantas 
quanto animais, eram formados por células. Anos mais tar-
de essa hipótese ficou conhecida como teoria celular. Mes-
mo sabendo que todos os seres vivos eram compostos por 
células, ainda havia uma dúvida: de onde se originavam as 
células?
Alguns pesquisadores acreditavam que as células se ori-
ginavam da aglomeração de algumas substâncias, enquanto 
que outros diziam que as células se originavam de outras 
células preexistentes. Um dos cientistas que defendiam essa 
última ideia era o pesquisador alemão Rudolf Virchow, que 
foi o autor da célebre frase em latim: “Omnis cellula ex cel-
7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR NÍVEL A - Biologia
lula”, que significa “toda célula se origina de outra célula”. 
Virchow também afirmou que as doenças eram provenien-
tes de problemas com as células, uma afirmação um pouco 
ousada para a época.
Em 1878, o biólogo alemão Walther Flemming descre-
veu em detalhes a divisão de uma célula em duas e chamou 
esse processo de mitose. Dessa forma, a ideia de que as cé-
lulas se originavam da aglomeração de algumas substâncias 
caiu por terra. Baseando-se em todas essas descobertas, a 
teoria celular ganhou força e começou a se apoiar em três 
princípios fundamentais:
1. Todo e qualquer ser vivo é formado por células, pois 
elas são a unidade morfológica dos seres vivos;
2. As células são as unidades funcionais dos seres vivos; 
dessa forma, todo o metabolismo dos seres vivos depende 
das propriedades de suas células;
3. As células sempre se originam de uma célula preexis-
tente através da divisão celular.
A organização estrutural dos seres vivos
a) Quando ao número de célula
Dizemos que todos os seres vivos são formados por cé-
lulas, sendo conhecidos desde formas unicelulares até for-
mas pluricelulares. 
O organismo unicelular tem a célula como sendo o 
próprio organismo, isto é, a única célula é responsável por 
todas as atividades vitais, como alimentação, trocas gasosas, 
reprodução, etc. O organismo pluricelular, que é formado 
por muitas células (milhares, milhões, até trilhões de células), 
apresenta o corpo com tecidos, órgãos e sistemas, especiali-
zados em diferentes funções vitais. As células dos pluricelu-
lares, diferem quanto às especializações e de acordo com os 
tecidos a que elas pertencem.
Podemos então considerar, para o organismo unicelular 
ou pluricelular, que a célula é a unidade estrutural e funcio-
nal dos seres vivos.
 
b) Quanto à estrutura celular
Em relação a estrutura celular os organismos podem ser 
classificados em eucariontes e procariontes. 
As células procariontes ou procariotas apresentam inú-
meras características que as diferem das células eucariontes. 
Entretanto, sua maior diferença é que as células dos organis-
mos procariontes (bactérias e cianofíceas) não possuem ca-
rioteca. Esta estrutura consiste em uma membrana que se-
para o material genético do citoplasma. Conforme pode ser 
observado na figura abaixo, a células eucariontes ou euca-
riotas possuem a carioteca, individualizando o material nu-
clear da célula, isto é, tornando o núcleo um compartimento 
isolado do restante das organelas dispersas no citoplasma.
Unidade fundamental da vida
A teoria celular afirma que todos seres vivos são consti-
tuídos por células e produtos resultantes das atividades ce-
lulares. Portanto, a célula representa a unidade estrutural e 
funcional dos seres vivos, da mesma forma que o átomo é a 
unidade fundamental dos compostos químicos. Salvo raras 
exceções a célula realiza um ciclo no qual se alteram duas 
grandes fases: interfase e mitose. A interfase representa à 
fase de multiplicação. Durante a interfase, em função de sua 
estrutura, a célula é classificada em função de sua estrutura, 
a célula é classifica em eucariótica e procariótica.
Na célula eucariótica existem três componentes básicos: 
membrana, citoplasma e núcleo.
Na célula procariota não existe um núcleo, sendo o 
mesmo substituído por um equivalente nuclear chamado 
nucleoide. Os vírus escapam a essa classificação por não 
apresentam estrutura celular.
A membrana plasmática
Todas as células procariotas e eucariotas apresentam na 
superfície um envoltório, a membrana citoplasmática, tam-
bém chamada de membrana plasmática ou plasmalema. Os 
vírus, não sendo de natureza celular, não possuem membra-
na plasmática; apresentam somente um envelope de natu-
reza proteica, que envolve um filamento de ácido nucleico, 
seja ele DNA e RNA.
Além de conter o citoplasma, essa membrana regula a 
entrada e saída de substância, permitindo que a célula man-
8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR NÍVEL A - Biologia
tenha uma composição química definida, diferente do meio 
extracelular. 
Constituição da membrana plasmática
A membrana plasmática, por ser constituída de uma as-
sociação de moléculas de fosfolipidios com proteínas, é cha-
mada de lipoproteica. Da mesma maneira, todas as outras 
membranas biológicas, tais como as do reticulo, da mito-
côndria e do sistema de golgi são lipoproteicas.
O modelo atualmente aceito da estrutura da membrana 
plasmática foi proposto por Singer e Nicholson. De acordo 
com este modelo a membrana plasmática apresenta duas 
camadas de fosfolipídeos onde estão “embutidas” proteínas. 
Sendo a camada de lipídios fluida, ela tem umaconsistên-
cia semelhante à do óleo. Dessa forma, lipídios e proteínas 
estariam constantemente mudando de lugar de forma dinâ-
mica. Por outro lado, o encaixe de proteínas entre os lipídios 
lembra um mosaico. Esses dois fatos justificam a expressão 
mosaico fluido, que se usa para designar este modelo. 
As proteínas da membrana plasmática exercem grandes 
variedades de funções: atuam preferencialmente nos meca-
nismos de transporte, organizando verdadeiros túneis que 
permitem a passagem de substâncias para dentro e para 
fora da célula, funcionam como receptores de membrana, 
encarregadas de receber sinais de substâncias que levam 
alguma mensagem para a célula, favorecem a adesão de 
células adjacentes em um tecido, servem como ponto de 
ancoragem para o citoesqueleto.
Transportes entre célula e ambiente
A membrana celular exerce um papel importante no que 
se diz respeito à seletividade de substâncias - característica 
esta chamada permeabilidade seletiva. Neste processo, elas 
podem ser:
- Impedidas de atravessar o espaço intracelular ou in-
tercelular;
- Transportadas, mas com gasto de energia (transporte 
ativo);
- Transportadas, sem gasto de energia (transporte pas-
sivo).
No transporte passivo, temos a difusão simples, difusão 
facilitada e osmose. Neste contexto abordaremos apenas as 
duas primeiras, que ocorrem a fim de igualar a concentração 
intra e extracelular.
2Transporte Passivo
Ocorre sempre a favor do gradiente, no sentido de igua-
lar as concentrações nos dois lados (interno e externo) da 
membrana. Não envolve nenhum gasto de energia.
A-Difusão simples
Consiste na passagem de partículas de soluto do local 
de maior para o local de menor concentração, tendendo a 
estabelecer um equilíbrio. É um processo geralmente lento, 
exceto quando o gradiente de concentração é muito eleva-
do ou quando as distâncias a serem percorridas pelas partí-
culas forem muito pequenas.
A passagem de substâncias relativamente grandes atra-
vés da membrana se dá por intermédio de poros que ela 
possui, e que põe diretamente em contato o hialoplasma e 
o meio extracelular.
A velocidade com a qual determinadas moléculas se di-
fundem pelas membranas das células depende de alguns fa-
tores, anteriormente citados: tamanho das moléculas, carga 
elétrica, polaridade, etc.
B-Difusão facilitada
Certas substâncias entram na célula a favor do gradien-
te de concentração e sem gasto energético, mas com uma 
velocidade maior do que a permitida pela difusão simples. 
Isto ocorre, por exemplo, com a glicose, com alguns aminoá-
cidos e certas vitaminas. A velocidade da difusão facilitada 
não é proporcional à concentração da substância. Aumen-
tando-se a concentração, atinge-se um ponto de saturação, 
a partir do qual a entrada obedece à difusão simples. Isto su-
gere a existência de uma molécula transportadora chamada 
permease na membrana. Quando todas as permeases estão 
sendo utilizadas, a velocidade não pode aumentar. Como 
alguns solutos diferentes podem competir pela mesma per-
mease, a presença de um dificulta a passagem do outro.
C - Osmose
A osmose é a difusão da água através de uma membra-
na semipermeável (M.S.P.). É um fenômeno físico-químico 
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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que ocorre quando duas soluções aquosas de concentra-
ções diferentes entram em contato através de uma membra-
na semipermeável. Existem muitos tipos dessas membranas, 
exemplos: Papel celofane, bexiga animal, paredes de células, 
porcelana, cenoura sem o miolo (oca).
No movimento osmótico a água passa obedecendo ao 
gradiente de pressão de difusão, sendo um mecanismo de 
transporte passivo. Observe as figuras abaixo:
Quando solução e solvente puro (água) estão separados 
por uma membrana semipermeável, a água passa rapida-
mente de onde tem maior pressão de difusão (água pura) 
para onde tem menor pressão de difusão (solução)
Quando duas soluções de concentrações diferentes es-
tão separadas por uma membrana semipermeável, a água 
passa mais rapidamente de onde tem maior pressão de di-
fusão (a solução diluída) para onde tem menor pressão de 
difusão (solução concentrada)
Transporte Ativo
Soluções de mesma pressão osmótica são chamadas de 
isotônicas. Em soluções de diferentes pressões osmóticas, 
a solução de menor pressão é chamada de hipotônica e a 
de maior pressão é chamada de hipertônica. Caso se aplica 
uma pressão sobre a solução maior que a pressão osmóti-
ca ocorre o processo denominado de osmose inversa, e é a 
partir desse processo que se obtém o sal.
Transporte ativo
Neste processo, as substâncias são transportadas com 
gasto de energia, podendo ocorrer do local de menor para 
o de maior concentração (contra o gradiente de concentra-
ção). Esse gradiente pode ser químico ou elétrico, como no 
transporte de íons. O transporte ativo age como uma “porta 
giratória”. A molécula a ser transportada liga-se à molécula 
transportadora (proteína da membrana) como uma enzima 
se liga ao substrato. A molécula transportadora gira e libe-
ra a molécula carregada no outro lado da membrana. Gira, 
novamente, voltando à posição inicial. A bomba de sódio e 
potássio liga-se em um íon Na+ na face interna da mem-
brana e o libera na face externa. Ali, se liga a um íon K+ e o 
libera na face externa. A energia para o transporte ativo vem 
da hidrólise do ATP.
Transportes de Massa
As células são capazes de englobar grandes quantida-
des de materiais “em bloco”. Geralmente, esses mecanismos 
são empregados na obtenção de macromoléculas, como 
proteínas, polissacarídeos, ácidos nucléicos, etc. Essa entra-
da de materiais em grandes porções é chamada endocitose. 
Esses processos de transporte de massa sempre são acom-
panhados por alterações morfológicas da célula e de grande 
gasto de energia.
A endocitose pode ocorrer por dois mecanismos fun-
damentais: 
A-Fagocitose
É o processo pelo qual a célula engloba partículas sóli-
das, pela emissão de pseudópodos.
Nos protozoários, a fagocitose é uma etapa importante 
da alimentação, pois é a forma pela qual esses organismos 
unicelulares conseguem obter alimentos em grandes quan-
tidades de uma só vez. Nos metazoários, animais formados 
por numerosas células, a fagocitose desempanha papéis 
mais específicos, como a defesa contra microorganismos e a 
remodelagem de alguns tecidos, como os ossos.
B-Pinocitose
Processo pelo qual a célula engloba gotículas de líquido 
ou partículas de diâmetro inferior a 1 micrômetro.
Depois de englobadas por fagocitose ou por pinocitose, 
as substâncias permanecem no interior de vesículas, fagos-
somos ou pinossomos. Nelas, são acrescidas das enzimas 
10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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presentes nos lisossomos, formando o vacúolo digestivo. 
Voltaremos ao assunto quando estudarmos a digestão ce-
lular.
Diferenciação da membrana plasmática
No desempenho de funções específicas, surgem dife-
renciações da membrana plasmática de algumas células 
passamos a apresentar algumas dessas diferenciações.
a) Microvilosidades: são expansões semelhantes a dedos 
de luvas, que aumentam a superfície de absorção das células 
que as possuem. São encontradas nas células que revestem 
o intestino e nas células dos túbulos renais.
b) Interdigitações: são conjuntos de saliências e reentrân-
cias das membranas de células vizinhas, que se encaixam e 
facilitam as trocas de substâncias entre elas. São observadas 
nas células dos túbulos renais.
c) Desmossomos: são placas arredondadas formadas pe-
las membranas de células vizinhas. O espaço entre as mem-
branas é ocupado por um material mais elétron-denso que 
o glicocálix.
Na sua face interna, inserem-se filamentos do citoes-
queleto que mergulham no hialoplasma. É o local de “an-
coragem” dos componentes do citoesqueleto, e de forte 
adesão entre células vizinhas.
Os níveis de organização das Células Eucariotas
Nesse grupo encontram-se:
- Células Vegetais (com cloroplastos e com parede celu-
lar;normalmente, apenas, um grande vacúolo central) 
- Células Animais (sem cloroplastos e sem parede celu-
lar; vários pequenos vacúolos) 
Componentes Morfológicos das Células
Já citamos anteriormente as diferenças entre a célula 
procariota e eucariota. Neste bloco, estudaremos o citoplas-
ma dos eucariontes.
Os componentes fundamentais do citoplasma de uma 
célula eucariota são:
1. Hialoplasma e citoesqueleto
O hialoplasma ou citosol corresponde ao fluido citoplas-
mático onde estão mergulhadas as orgânulos citoplasmáti-
cos. Ele é constituído por proteínas, sais minerais, açúcares e 
íons dissolvidos em água, localizando-se entre a membrana 
plasmática e o núcleo.
O hialoplasma ´´e considerado um colóide, ora no esta-
do de sol (fluido), ora no estado de gel (viscoso).
Nas regiões mais periféricas da célula, o hialoplasma 
costuma ter a consistência de gel, e é denominado ectoplas-
ma. Já a parte mais interna do citoplasma é um sol, bastante 
fluido, e é chamada de endoplasma.
Citoesqueleto
Quando se diz que o hialoplasma é um fluido viscoso, 
fica-se com a impressão de que a célula animal tem uma 
consistência amolecida e que se deforma a todo o momen-
to. Não é assim. Um verdadeiro “esqueleto” formado por 
vários tipos de fibras de proteínas cruza a célula em diversas 
direções, dando-lhe consistência e firmeza. Essa “armação” é 
importante se lembrarmos que a célula animal é desprovida 
de uma membrana rígida, como acontece com a membrana 
celulósica dos vegetais. Entre as fibras proteicas compo-
nentes desse “citoesqueleto” podem ser citados os micro-
filamentos de actina, os microtúbulos e os filamentos 
intermediários.
11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Os microfilamentos são os mais abundantes, constituí-
dos da proteína contráctil actina e encontrados em todas 
as células eucarióticas. São extremamente finos e flexíveis, 
chegando a ter 3 a 6nm (nanômetros) de diâmetro, cruzan-
do a célula em diferentes direções, embora concentram-se 
em maior número na periferia, logo abaixo da membrana 
plasmática. Muitos movimentos executados por células ani-
mais e vegetais são possíveis graças aos microfilamentos de 
actina.
 
Os microtúbulos, por sua vez, são filamentos mais 
grossos, de cerca de 20 a 25 nm de diâmetro, que funcionam 
como verdadeiros andaimes de todas as células eucarióticas. 
São, como o nome diz, tubulares, rígidos e constituídos por 
moléculas de proteínas conhecidas como tubulinas, dispos-
tas helicoidalmente, formando um cilindro. Um exemplo, 
desse tipo de filamento é o que organiza o chamado fuso 
de divisão celular. Nesse caso, inúmeros microtúbulos se 
originam e irradiam a partir de uma região da célula conhe-
cida como centrossomo (ou centro celular) e desempenham 
papel extremamente importante na movimentação dos cro-
mossomos durante a divisão de uma célula.
Outro papel atribuído aos microtúbulos é o de servir 
como verdadeiras “esteiras” rolantes que permitem o deslo-
camento de substâncias, de vesículas e de organoides como 
as mitocôndrias e cloroplastos pelo interior da célula. Isso 
é possível a partir da associação de proteínas motoras com 
os microtúbulos. Essas proteínas motoras ligam-se de um 
lado, aos microtúbulos e, do outro, à substância ou organoi-
de que será transportado, promovendo o seu deslocamento. 
Por exemplo, ao longo do axônio (prolongamento) de um 
neurônio, as proteínas motoras conduzem, ao longo da “es-
teira” formada pelos microtúbulos, diversas substâncias para 
as terminações do axônio e que terão importante participa-
ção no funcionamento da célula nervosa.
Filamentos Intermediários
 
Os filamentos intermediários são assim chamados por 
terem um diâmetro intermediário – cerca de 10nm – em re-
lação aos outros dois tipos de filamentos proteicos.
Nas células que revestem a camada mais externa da pele 
existe grande quantidade de um tipo de filamento interme-
diário chamado queratina. Um dos papéis desse filamento é 
impedir que as células desse tecido se separem ou rompam 
ao serem submetidas, por exemplo, a um estiramento. Além 
de estarem espalhadas pelo interior das células, armando-
-as, moléculas de queratina promovem uma “amarração” 
entre elas em determinados pontos, o que garante a estabi-
lidade do tecido no caso da ação de algum agente externo 
que tente separá-las. Esse papel é parecido ao das barras 
de ferro que são utilizadas na construção de uma coluna de 
concreto. Outras células possuem apreciável quantidade de 
outros filamentos intermediários. É o caso das componentes 
dos tecidos conjuntivos e dos neurofilamentos encontrados 
no interior das células nervosas.
 
12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Movimentos do hialoplasma
1.1 Ciclose
Células vivas observadas ao microscópio óptico mos-
tram a existência de um movimento orientado da parte sol 
do hialoplasma (endoplasma), que arrasta orgânulos nele 
mergulhados. Este nome recebe o nome de ciclose e é facil-
mente observado em células vegetais, em que os cloroplas-
tos- verdes, grandes, bem visíveis- são arrastados pelas cor-
rentes do citoplasma. Este fenômeno existe, aparentemente, 
em todas as células de eucariontes vivas, sejam elas animais 
ou vegetais.
1.2 Movimento ameboide 
Certas células, como as bactérias e os glóbulos brancos, 
podem modificar sua forma, surgindo assim os pseudópo-
des (=falsos pés). Os pseudópodes estão relacionados com 
a locomoção ou com a habilidade de fagocitar alimentos. A 
formação de psudópodes depende de um movimento espe-
cial do hialoplasma celular, chamado movimento ameboide.
2. O retículo endoplasmático
Consiste em uma complexa rede de membranas duplas 
lipoproteicas que está espalhada por todo o hialoplasma. 
Essas membranas duplas formam sacos achatados (também 
chamados de cisternas); vacúolos que armazenam substân-
cias de reservas; vesículas (bolsinhas), que podem se des-
prender do restante das membranas; e túbulos, que fazem a 
comunicação de sacos membranosos.
Pode-se distinguir dois tipos de retículo: rugoso (ou gra-
nular) e liso (ou agranular).
Retículo endoplasmático rugoso (RER) e liso (REL)
O retículo endoplasmático rugoso (RER), também cha-
mado de ergastoplasma, é formado por sacos achatados, 
cujas membranas têm aspecto verrugoso devido à presença 
de grânulos – os ribossomos – aderidos à sua superfície ex-
terna (voltada para o citosol). Já o retículo endoplasmático 
liso (REL) é formado por estruturas membranosas tubulares, 
sem ribossomos aderidos, e, portanto, de superfície lisa.
13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR NÍVEL A - Biologia
Os papéis do retículo endoplasmático
O retículo endoplasmático, devido à grande superfície 
de suas membranas, desempenha alguns papéis básicos no 
interior da célula:
-Transporta substâncias, uma vez que apresenta uma 
verdadeira rede de comunicação entre as diversas regiões 
da célula. 
-Armazena materiais, principalmente no interior dos 
vacúolos, grandes espaços envolvidos por membrana plas-
mática. 
-Facilita muitas reações químicas do citoplasma, devido 
à associação de suas membranas com várias enzimas.
-Sintetiza lipídios, como triglicerídeos, fosfolipídios e es-
teroides. Em células secretoras de hormônios sexuais, que 
são na realidade esteroides, o retículo apresenta –se bem 
desenvolvido.
O retículo rugoso (ergastoplasma), desempenha todas 
as funções do reticulo liso. Além disso, devido a presença 
de ribossomos, está intimamente relacionado a síntese pro-
teica.
3. Os ribossomos
Os ribossomos são organelas celulares presentes em 
todo o citoplasma de células eucariontes quanto procarion-
tes. Elas tem como função sintetizar proteínas que serão uti-
lizadas em processos internos da célula.
Eles podem estar agrupados em fila, com a ajuda de 
uma fita de RNA (formando os polirribossomos), espalhados 
no citoplasma (ou hialoplasma), ou grudados na parede do 
retículo endoplasmático, dando origem ao retículo endo-
plasmático rugoso.
4. O complexo de Golgi
O complexo de Golgiestá presente em quase todas as 
células eucarióticas (núcleo organizado), e é constituído por 
dobras de membranas e vesículas. Sua função primordial é 
o processamento de proteínas ribossomáticas e a sua distri-
buição por entre essas vesículas. Funciona, portanto, como 
uma espécie de sistema central de distribuição na célula, 
atuando como centro de armazenamento, transformação, 
empacotamento e secreção de substâncias.
O complexo Golgi é responsável também pela formação 
dos lisossomos, da lamela média dos vegetais, do acrosso-
mo do espermatozoide, do glicocalix e está ligado à síntese 
de polissacarídeos. Acredita-se, ainda, que a organela seja 
responsável por alguns processos pós-traducionais, tais 
como adicionar sinalizadores às proteínas, que as direcio-
nam para os locais da célula onde atuarão.
A maior parte das vesículas transportadoras que saem 
do retículo endoplasmático, e em particular do retículo en-
doplasmático rugoso, são transportadas até o complexo de 
Golgi, onde são modificadas, ordenadas e enviadas na di-
reção dos seus destinos finais. A organela está presente na 
maior parte das células eucarióticas, mas tende a ser mais 
proeminente nas células de órgãos responsáveis pela secre-
ção de certas substâncias, tais como o pâncreas, a hipófise 
e a tireoide.
5. Os lisossomos
Os lisossomos são pequenas vesículas, formadas pelo 
complexo de golgi, repletas de enzimas digestivas de todos 
os tipos. Assim, estão diretamente relacionados com a di-
gestão intracelular de materiais diversos.
As enzimas presentes nos lisossomos, assim como qual-
quer outra proteínas, são produzidas nos ribossomos. Em 
seguida, são transferidas para o complexo de golgi, que 
finalmente as “empacota” em vesículas que são liberadas 
no hialoplasma celular. Essas vesículas são os lisossomos 
propriamente ditos, também chamados de lisossomos pri-
mários. Quando a célula engloba alguma partícula externa, 
como de alimento, por exemplo, forma-se um vacúolo ali-
mentar, ou fagossomo. Um lisossomo se funde então ao 
vacúolo alimentar. Diante disso, as enzimas digestivas pre-
sente no lisossomo ficam em contato com a partícula a ser 
digerida, formando o vacúolo digestivo ou lisossomo secun-
dário. As moléculas de nutrientes provenientes da digestão 
podem sair do vacúolo digestivo através de sua membrana 
e difundir-se para o hialoplasma. No agora chamado vacúo-
lo residual funde-se a membrana plasmática e despeja seu 
conteúdo para o meio externo, num processo chamado de-
fecação celular ou clasmocitose. 
Os lisossomos podem também digerir o material prove-
niente da própria célula. Orgânulos fora de uso, por exem-
plo, são digeridos, e as moléculas que o compões são rea-
proveitadas pela célula. Neste caso, o lisossomo primário 
engloba o orgânulo, constituindo um vacúolo digestivo es-
pecial chamado de vacúolo autofágico, (auto= a si mesmo, 
fago= comer).
14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
PROFESSOR NÍVEL A - Biologia
6- Os peroxissomos
Os peroxissomos são organelas membranosas que con-
têm alguns tipos de enzimas digestivas. Sua semelhança 
com os lisossomos fez com que fossem confundidos com 
eles até bem pouco tempo. Entretanto, hoje se sabe que os 
peroxissomos diferem dos lisossomos principalmente quan-
to ao tipo de enzimas que possuem.
Os peroxissomos, além de conterem enzimas que de-
gradam gorduras e aminoácidos, têm também grandes 
quantidades da enzima catalase. A catalase converte o pe-
róxido de hidrogênio, popularmente conhecido como água 
oxigenada (H2O2), e água e gás oxigênio. A água oxigenada 
se forma normalmente durante a degradação de gorduras e 
de aminoácidos, mas, em grande quantidade, pode causar 
lesões à célula.
7. As mitocôndrias
As mitocôndrias estão diretamente relacionadas com a 
respiração celular aeróbica. No seu interior ocorre a oxida-
ção de substâncias derivadas da glicose, com a consequente 
liberação de energia sob a forma de moléculas de ATP. Para 
as mitocôndrias funcionarem, se faz necessária a presença 
de oxigênio. Os resíduos produzidos nesta reação são o CO2 
e a H2O.
As mitocôndrias são delimitadas por duas membranas 
lipoprotéicas semelhantes às demais membranas celulares. 
Enquanto a membrana externa é lisa, a membrana interna 
possui inúmeras pregas – as cristas mitocondriais – que se 
projetam para o interior da organela. A cavidade interna das 
mitocôndrias é preenchida por um fluido denominado ma-
triz mitocondrial, onde estão presentes diversas enzimas, 
além de DNA e RNA e pequenos ribossomos e substâncias 
necessárias à fabricação de determinadas proteínas.
8. Os cloroplastos
Os cloroplastos são os organoides responsáveis pelo 
processo de fotossíntese. Assim, enquanto as mitocôndrias 
consomem matéria orgânica, oxidando-a, os cloroplastos 
produzem-na. Veja o esquema abaixo que representa esse 
processo:
Com relação a estrutura os cloroplastos têm certa seme-
lhança com as mitocôndrias: também possuem duas mem-
brana lipoproteicas envolventes. Além disso, existem sacos 
membranosos chamados lamelas, e estruturas semelhan-
tes a moedas, chamadas tilacóides. Uma pilha de tilacói-
des chama-se granum (o termo grana representa o plural 
de granum). Lamelas e grana são ricas em clorofila, e estão 
mergulhadas numa material denominado estroma. Veja o 
esquema abaixo: 
15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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9. Os centríolos
Os centríolos são organelas que não estão envolvidas 
por membrana e que participam do progresso de divisão 
celular em células animais. Nas células de fungos comple-
xos, plantas superiores (gimnospermas e angiospermas) e 
nematóides não existem centríolos. Eles estão presentes na 
maioria das células de animais, algas e vegetais inferiores 
como as briófitas (musgos) e pteridófitas (samambaias).
Estruturalmente, são constituídos por um total de nove 
trios de microtúbulos protéicos, que se organizam em cilin-
dro.
São autoduplicáveis no período que precede a divisão 
celular, migrando, logo a seguir, para os pólos opostos da 
célula.
Uma das providências que a fábrica celular precisa tomar 
é a construção de novas fábricas, isto é, a sua multiplicação. 
Isso envolve uma elaboração prévia de uma série de “an-
daimes” proteicos, o chamado fuso de divisão, formado por 
inúmeros filamentos de microtúbulos. Embora esses micro-
túbulos não sejam originados dos centríolos e sim de uma 
região da célula conhecido como centrossomo, é comum a 
participação deles no processo de divisão de uma célula ani-
mal. Já em células de vegetais superiores, como não existem 
centríolos, sua multiplicação se processa sem eles.
10. Cílios e flagelos
Os cílios e flagelos são estruturas móveis, encontradas 
externamente em células de diversos seres vivos. Os cílios 
são curtos e podem ser relacionados à locomoção e a re-
moção de impurezas. Nas células que revestem a traquéia 
humana, por exemplo, os batimentos ciliares empurram 
impurezas provenientes do ar inspirado, trabalho facilitado 
pela mistura com o muco que, produzido pelas células da 
traquéia, lubrifica e protege a traquéia. Em alguns protozoá-
rios, por exemplo, o paramécio, os cílios são utilizados para 
a locomoção.
Os flagelos são longos e também se relacionam a loco-
moção de certas células, como a de alguns protozoários (por 
exemplo, o tripanosssomo causador da doença de Chagas) e 
a do espermatozóide.
Em alguns organismos pluricelulares, por exemplo, nas 
esponjas, o batimento flagelar cria correntes de água que 
percorrem canais e cavidades internas, trazendo, por exem-
plo, partículas de alimento.
Estruturalmente, cílios e flagelos são idênticos. Ambos 
são cilíndricos, exteriores as células e cobertos por membra-
na plasmática. Internamente, cada cílio ou flagelo é consti-
tuído por um conjunto de nove pares de microtúbulos pe-
riféricos de tubulina, circundando um par de microtúbulos 
centrais. É a chamada estrutura 9 + 2.
10. Os vacúolos
Os vacúolos são cavidades existentes no interior do ci-
toplasma, que surgiram a partir do desenvolvimentode ve-
sículas do retículo endoplasmático. Essas cavidades contêm 
água e substâncias dissolvidas. Em certos casos, podem se 
originar a partir da membrana plasmática (fagocitose e pino-
citose). Podemos considerar os seguintes tipos de vacúolos:
10.1 Vacúolo alimentar ou fagossomo
São comuns em organismos em que a digestão é intra-
celular. A célula engloba uma partícula através da fagocito-
se, que é introduzida no interior do citoplasma. 
10.2 Vacúolos digestivos
Quando o vacúolo alimentar se funde com o lisossomo, 
o vacúolo resultante, onde ocorre a digestão de substâncias 
ingeridas pela célula, é chamado de vacúolo digestivo.
10.3 Vacúolos contráteis
Os vacúolos pulsáteis ou contráteis são organelas ci-
toplasmáticas existentes na célula de alguns protozoários 
16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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como o Paramecium, que realizam a osmorregulação, ou 
seja, o controle do volume celular, e deixam o meio externo 
com concentração idêntica ao meio interno do ser vivo, per-
mitindo a expulsão do excesso de água com excretas tóxicas 
ao organismo.
10. 4 Vacúolos de células vegetais
Os vacúolos das células vegetais são regiões expandi-
das do retículo endoplasmático. Em células vegetais jovens 
observam-se algumas dessas regiões, formando pequenos 
vacúolos isolados um do outro. Mas, à medida que a célula 
atinge a fase adulta, esses pequenos vacúolos se fundem, 
formando-se um único, grande e central, com ramificações 
que lembram sua origem reticular. A expansão do vacúolo 
leva o restante do citoplasma a ficar comprimido e restrito à 
porção periférica da célula. Além disso, a função do vacúolo 
é regular as trocas de água que ocorrem na osmose.
11. Plastos
Os plastos são orgânulos citoplasmáticos encontrados 
nas células de plantas e de algas. Sua forma e tamanho va-
riam conforme o tipo de organismo. Em algumas algas, cada 
célula possui um ou poucos plastos, de grande tamanho e 
formas características. Já em outras algas e nas plantas em 
geral, os plastos são menores e estão presentes em grande 
número por célula.
Os plastos podem ser separados em duas categorias: 
-Cromoplastos que apresentam pigmentos em seu in-
terior. O cromoplasto mais frequente nas plantas é o cloro-
plasto, cujo principal componente é a clorofila, de cor verde. 
Há também plastos vermelhos, os eritroplastos (do grego 
eritros, vermelho), que se desenvolvem, por exemplo, em 
frutos maduros de tomate.
-Leucoplastos: São aqueles que não possuem nenhum 
pigmento, seu sistema de membranas interno não é mui-
to elaborado e funcionam armazenando substâncias. Seu 
nome muda de acordo com a substância que é encontrada 
em seu interior:
- Amiloplastos: Acumulam amido;
- Proteínoplastos: Acumulam proteínas;
- Elaioplastos ou oleoplastos: Acumulam substâncias li-
pofílicas.
Os componentes do núcleo
O núcleo das células que não estão em processo de divi-
são apresenta um limite bem definido, devido à presença da 
carioteca ou membrana nuclear, visível apenas ao microscó-
pio eletrônico. A maior parte do volume nuclear é ocupada 
por uma massa filamentosa denominada cromatina. Existem 
ainda um ou mais corpos densos (nucléolos) e um líquido 
viscoso (cariolinfa ou nucleoplasma).
Nucleoplasma ou suco nuclear
O nucleoplasma é o material gelatinoso que preenche 
o espaço interno do núcleo. Embora muitos citologistas an-
teriores a ele já tivessem observados núcleos, não haviam 
compreendido a enorme importância dessas estruturas para 
a vida das células. O grande mérito de Brown foi justamente 
reconhecer o núcleo como componente fundamental das 
células. O nome que ele escolheu expressa essa convicção: a 
palavra “núcleo” vem do grego nux, que significa semente. 
Brown imaginou que o núcleo fosse a semente da célula, por 
analogia aos frutos.
A carioteca
A carioteca (do grego karyon, núcleo e theke, invólu-
cro, caixa) é um envoltório formado por duas membranas 
lipoprotéicas cuja organização molecular é semelhante as 
demais membranas celulares. Entre essas duas membranas 
existe um estreito espaço, chamado cavidade perinuclear. A 
face externa da carioteca, em algumas partes, se comunica 
com o retículo endoplasmático e, muitas vezes, apresenta 
ribossomos aderidos à sua superfície. Neste caso, o espaço 
entre as duas membranas nucleares é uma continuação do 
espaço interno do retículo endoplasmático.
17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Poros da carioteca 
A carioteca é perfurada por milhares de poros, através 
das quais determinadas substâncias entram e saem do nú-
cleo. Os poros nucleares são mais do que simples aberturas. 
Em cada poro existe uma complexa estrutura proteica que 
funciona como uma válvula, abrindo-se para dar passagem 
a determinadas moléculas e fechando-se em seguida. Des-
sa forma, a carioteca pode controlar a entrada e a saída de 
substâncias.
A face interna da carioteca encontra-se a lâmina nuclear, 
uma rede de proteínas que lhe dá sustentação. A lâmina nu-
clear participa da fragmentação e da reconstituição da ca-
rioteca, fenômenos que ocorrem durante a divisão celular.
Os nucléolos
Na fase que a célula eucariótica não se encontra em 
divisão é possível visualizas vários nucléolos, associados a 
algumas regiões específicas da cromatina. Cada nucléolo é 
um corpúsculo esférico, não membranoso, de aspecto es-
ponjoso quando visto ao microscópio eletrônico, rico em 
RNA ribossômico (a sigla RNA provém do inglês RiboNu-
cleic Acid). Este RNA é um ácido nucléico produzido a partir 
o DNA das regiões específicas da cromatina e se constituirá 
um dos principais componentes dos ribossomos presentes 
no citoplasma. É importante perceber que ao ocorrer a espi-
ralação cromossômica os nucléolos vão desaparecendo len-
tamente. Isso acontece durante os eventos que caracterizam 
a divisão celular. O reaparecimento dos nucléolos ocorre 
com a desespiralação dos cromossomos, no final da divisão 
do núcleo. 
A cromatina
A cromatina é um conjunto de fios muito longos e finos, 
emaranhados desordenadamente no interior do núcleo. Ela 
contém a substância, associada com proteínas, na qual se 
encontra a informação genética: o DNA (ácido desoxirribo-
nucleico). O DNA é responsável pelo controle da atividade 
celular e o comando da reprodução da célula.
Na intérfase, a cromatina se organiza em dois estados 
diferentes. A maior parte é formada por filamentos desespi-
ralados e pouco condensados, constituindo a eucromatina. 
O restante do material é formado por regiões espiraladas, 
muito condensadas e evidentes, formando a heterocroma-
tina. Essa desigualdade estrutura, com dias regiões distintas 
da cromatina, está associada a diferenças funcionais do ma-
terial genético. 
3Os cromossomos
Os filamentos de cromatina na intérfase são muitos 
longos, emaranhados e misturados, a divisão celular, os fios 
enrolam-se, tornando-se mais curtos e grossos, o que faci-
lita a separação do material genético. Desse modo, eles se 
individualizam em bastonetes denominados cromossomos.
Durante a intérfase, o material genético que forma 
a cromatina duplica-se. Cada fio de cromatina forma um 
novo, igual a ele. Assim, no início do processo de divisão, 
cada cromossomo está formado por dois filamentos idênti-
cos, as cromátides-irmãs. Elas estão ligadas entre si por um 
estrangulamento- o centrômero, ou constituição primária. 
A presença do centrômero é obrigatória e fundamental para 
o cromossomo, e sua função será estuda na divisão celular.
As partes de um cromossomo separadas pelo centrô-
mero são chamadas braços cromossômicos. A relação de 
tamanho entre os braços cromossômicos, determinada pela 
posição do centrômero, permite classificar os cromossomos 
em quatro tipos: 
3 Uzunian, A.; Castro, N. H. C..; Sasson, S. 2012. Biologia 1p.113
18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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-Metacêntrico: possuem o centrômero no meio, for-
mando dois braços de mesmo tamanho;
-Submetacêntricos: possuem o centrômero um pouco 
deslocado da regiãomediana, formando dois braços de ta-
manhos desiguais;
-Acrocêntricos: possuem o centrômero bem próximo a 
uma das extremidades, formando um braço grande e outro 
muito pequeno;
-Telocêntricos: possuem o centrômero em um das ex-
tremidades, tendo apenas um braço.
O número de cromossomos é fixo nos indivíduos de de-
terminada espécie, mas não e exclusivo dela. Espécies dife-
rentes apresentam o mesmo número de cromossomos; por 
exemplo, a seringueira, a mandioca, a barata e o caramujo 
têm 36 cromossomos nas células.
Geralmente, os cromossomos das células somáticas 
(não relacionados com a reprodução) são encontrados aos 
pares. Esses cromossomos que formam pares são denomi-
nados homólogos e têm a mesma forma, o mesmo tamanho 
e a mesma sequência de genes. Os genes que ocupam a 
mesma posição (loco, ou locus) em cromossomos homólo-
gos são chamados de genes alelos. 
Células que apresentam todos os seus cromossomos 
distribuídos em pares homólogos são células diploides ou 
2n. As células somáticas (dos órgãos do corpo) na maioria 
dos organismos são diploides, inclusive as humanas.
Quando uma célula não possui pares de cromossomos 
homólogos, mas só um representante de cada par, ela é ha-
ploide ou n. Os gametas (células reprodutoras) são exem-
plos de células haploides. 
A maioria das espécies possui um número diploide de 
cromossomos nas células somáticas. O número 2n no ho-
mem é 46, no cachorro 78, e na mosca 12. Na reprodução 
sexuada ocorre a união de dois gametas, que devem ser 
haploides, para manter o número 2n da espécie. Assim, a 
fecundação (união entre os gametas) restabelece o número 
2n de cromossomos ao formar o zigoto, que é a primeira 
célula de um organismo.
O conjunto haploide de cromossomos de uma espécie 
constitui a bagagem cromossômica de um gameta, sendo a 
contribuição genética de cada genitor para o filho. Assim, o 
conjunto haploide humano é 23, e o do cachorro 39.
Resumindo...
Cromatina e cromossomos são dois diferentes aspectos 
do mesmo material
Constituição química e arquitetura dos cromossomos
Descobrir a natureza química dos cromossomos foi uma 
árdua tarefa que mobilizou centenas de cientistas e muitos 
anos de trabalho. O primeiro constituinte cromossômico a 
ser identificado foi o ácido desoxirribonucleico, o DNA. Em 
1924, o pesquisador alemão Robert J. Feugen desenvolveu 
uma técnica especial de coloração que permitiu demonstrar 
que o DNA é um dos principais componentes dos cromos-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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somos. Alguns anos mais tarde, descobriu-se que a cromati-
na também é rica em proteínas denominadas histonas. 
Divisão celular (mitose e meiose, e suas fases)
Do mesmo modo que uma fábrica pode ser multipli-
cada pela construção de várias filiais, também as células se 
dividem e produzem cópias de si mesmas. Há dois tipos de 
divisão celular: mitose e meiose. Na mitose, a divisão de 
uma “célula-mãe” duas “células-filhas” geneticamente idên-
ticas e com o mesmo número cromossômico que existia na 
célula-mãe. Uma célula n produz duas células n, uma célu-
la 2n produz duas células 2n etc. Trata-se de uma divisão 
equacional. Já na meiose, a divisão de uma “célula-mãe” 
2n gera “células-filhas” n, geneticamente diferentes. Neste 
caso, como uma célula 2n produz quatro células n, a divisão 
é chamada reducional.
O principal ponto em comum entre esses dois processos 
é o fato de que qualquer célula, antes de entrar em mitose 
ou meiose, deve duplicar seu material genético. 
Essa duplicação ocorre durante a interfase, período no 
qual a célula não está em divisão, porem apresenta gran-
de atividade, sintetizando material para seu funcionamento, 
crescimento e preparando-se para a divisão. 
Costuma-se dividir a interfase em três períodos distin-
tos: G1, S e G2. O intervalo de tempo em que ocorre a du-
plicação do DNA foi denominado de S (síntese) e o período 
que antecede é conhecido como G1 (G1 provém do inglês 
gap, que significa “intervalo”). O período que sucede o S é 
conhecido como G2.
O ciclo celular todo, incluindo a interfase (G1, S, G2) e a 
mitose (M) – prófase, metáfase, anáfase e telófase – pode ser 
representado em um gráfico no qual se coloca a quantidade 
da DNA na ordenada (y) e o tempo na abscissa (x).
Mitose
A mitose é o processo de divisão celular que forma cé-
lulas-filhas com o mesmo número de cromossomos da cé-
lula-mãe. Por meio da mitose, uma célula com o número x 
de cromossomos (n, 2n, 3n) divide-se em duas células com o 
mesmo número x de cromossomos.
Desse modo, a mitose mantem constante o número de 
cromossomos das células, formando células idênticas à cé-
lula inicial, condição essencial para o crescimento dos orga-
nismos pluricelulares.
Todos os seres vivos começam por uma única célula, 
que, nos organismos pluricelulares se divide, formando as 
células do corpo. A mitose permite, assim, a construção dos 
organismos animais e vegetais.
O aumento do número de células provoca o crescimen-
to dos indivíduos. À medida que ocorre a formação da cé-
lulas por mitose há também um processo de especialização 
complexo- a diferenciação celular. Ela possibilita a transfor-
mação das células, de modo a realizar as diferentes funções 
orgânicas e a construir os órgãos e tecidos do corpo.
Além de promover o crescimento, a mitose é necessá-
ria aos processos de regeneração do organismo, pois é por 
meio dela que se dá a reposição de células, para substituir 
células mortas. 
Os cromossomos durante a mitose
Os cromossomos iniciam a mitose já duplicados, com 
duas cromátides ligadas pelo centrômero, pois a duplicação 
do DNA já ocorreu na intérfase.
Durante mitose, as cromátides se separam, permitindo a 
divisão dos cromossomos, que são levados para as células-
-filhas. Isso possibilita que cada célula resultante da mitose 
receba o mesmo número de cromossomos da célula inicial.
A mitose é um mecanismo de divisão reducional (R), 
porque mantém constante o número de cromossomos das 
células. 
As fases da mitose
A mitose é um processo contínuo de divisão celular, 
mas, por motivos didáticos, para melhor compreendê-la, 
vamos dividi-la em fases: prófase, metáfase, anáfase e te-
lófase. Alguns autores costumam citar uma quinta fase – a 
prometáfase – intermediária entre a prófase e a metáfase. O 
20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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final da mitose, com a separação do citoplasma, é chamado 
de citocinese.
Prófase 
- Os cromossomos começam a ficar visíveis devido à es-
piralação.
- O nucléolo começa a desaparecer.
- Organiza-se em torno do núcleo um conjunto de fibras 
(nada mais são do que microtúbulos) originadas a partir dos 
centrossomos, constituindo o chamado fuso de divisão (ou 
fuso mitótico).
Embora os centríolos participem da divisão, não é de-
les que se originam as fibras do fuso. Na mitose em célula 
animal, as fibras que se situam ao redor de cada par de cen-
tríolos opostas ao fuso constituem o áster (do grego, aster 
= estrela).
- O núcleo absorve água, aumento de volume e a cario-
teca se desorganiza.
- No final da prófase, curtas fibras do fuso, provenientes 
do centrossomos, unem-se aos centrômeros. Cada uma das 
cromátides-irmãs fica ligada a um dos polos da célula. 
Metáfase
 Os cromossomos atingem o máximo em espiralação, 
encurtam e se localizam na região equatorial da célula.
- No finalzinho da metáfase e início da anáfase ocorre a 
duplicação dos centrômeros.
Anáfase 
As fibras do fuso começam a encurtar. Em consequên-
cia, cada lote de cromossomos-irmãos é puxado para os po-
los opostos da célula.
Como cada cromátide passa a ser um novo cromosso-
mo, pode-se considerar que a célula fica temporariamente 
tetraploide.
Telófase 
- Os cromossomos iniciam o processo de desespirilação.
- Os nucléolos reaparecem nos novos núcleos celulares.
- A carioteca se reorganiza em cada núcleo-filho.
- Cada dupla de centríolos já se encontra no local defini-
tivo nas futuras células-filhas.
Citocinese – Separando as células
A partição

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