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PROVA - ALEGAÇÕES FINAIS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA DIREITO DA 26ª VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE MINAS GERAIS 
PROCESSO nº: 0024.17.202.445-87 
(10 linhas) 
 
MARCÍLIO, brasileiro, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade 
RG nº ___, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas CPF nº ___, residente e domiciliado 
na ___, por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), vem 
respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar ALEGAÇÕES FINAIS 
EM FORMA DE MEMORIAIS com fulcro no artigo 403, § 3º do Código de Processo 
Penal, oportunidade em que espera ser absolvido impronunciado da imputação que lhe é 
feita, pelos motivos de fato e de direito a seguir exposto. 
 
I – DOS FATOS (xxxxxxxxx) 
 
II. TEMPESTIVIDADE 
Saliente-se, desde já, a tempestividade do presente . Tendo sido intimada da 
decisão através de publicação em 22/05/2020, começou a fluir o prazo para 
apresentação de alegações finais em forma de memoriais em 23/05/2020, para restar 
findo em 27/05/2020. 
. 
III – DO MÉRITO 
 
Dispõe o artigo 17 do Código de Processo Penal que, a tentativa não punível 
caso o meio empregado seja absolutamente ineficaz de causar lesão ao bem jurídico, 
sendo assim, impossível que haja a consumação do crime, in verbis: “Art. 17 - Não se 
pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.” 
 
No caso em tela, o laudo do Instituto Médico Legal comprovou que a injeção 
que foi utilizada pelo acusado em face da vítima não possuía potencialidade lesiva 
capaz de matá-la. 
 
Portanto, trata-se de crime impossível o delito imputado ao Acusado (tentativa 
de homicídio por emprego de veneno), uma vez que o meio empregado para tirar a vida 
da vítima (injeção) é absolutamente ineficaz de lesionar o bem jurídico em questão. 
III.1 - DA ABSOLVIÇÃO NECESSÁRIA 
Conforme informações dos autos percebe-se a ausência de qualquer prova 
convicta que o denunciado realmente veio a cometer o crime de tentativa de homicídio 
em que vem a ser acusado, deixando assim apenas duvidas e suposições. 
Diante da insuficiência das provas, não há como imputar ao denunciado a autoria 
pela prática de tentativa de homicídio, de forma que, nos termos do art. 386, V e VII do 
CPP, o juiz deverá absolve-lo. 
As provas trazidas aos autos claramente ratificam o envolvimento do 
denunciado, estando provado que este não concorreu de forma alguma para a prática do 
crime constante na denúncia. 
Destarte, diante da insuficiência probatória, posto que a acusação não conseguiu 
demonstrar que os fatos efetivamente ocorreram para que pudessem imputar a prática 
delituosa ao denunciado, não conseguindo, consequentemente, demonstrar que fora a 
conduta do denunciado que causou a lesão ao bem juridicamente protegido de seus 
direitos fundamentais da vida pelo art. 5, X, que ressai dos autos, a pretensão punitiva 
merece ser julgada improcedente. 
Caso não seja este o entendimento do MM. Juízo, torna-se incontestável então a 
necessidade de aplicação do princípio do in dúbio pro réu, uma vez que certa é a dúvida 
acerca da culpa a ele atribuída com relação à acusação de Tentativa de Homicídio, pois 
o laudo do Instituto Médico Legal comprovou que a injeção que foi utilizada pelo 
acusado em face da vítima não possuía potencialidade lesiva capaz de matá-la. 
Sendo assim, o denunciado deve ser ABSOLVIDO, com fundamento no art. 
386, inciso V do Código de Processo Penal, por não haver qualquer prova de que o 
acusado tenha concorrido ao crime de tentativa contra a vida da vítima. 
Se este não for o entendimento, que seja ABSOLVIDO nos termos do art. 386, 
inciso VII, do Código de Processo Penal, devida inexistência de provas suficientes que 
ensejem sua condenação. 
III.3 - DA POSSIBILIDADE DE RECORRER EM LIBERDADE 
A pena no âmbito jurídico, vem com a finalidade de ressocialisar o indivíduo 
para voltar a viver em sociedade, devendo assim, a justiça trabalhar para aplicar aquilo 
que se assemelhe com a realidade tanto social como dos fatos. 
Vemos então, os dias atuais com pesar das condições que se encontram nosso 
Sistema Prisional vigente, se tornando incerto sua verdadeira função e finalidade de 
ressocializar os indivíduos que lá são mantidos. Podendo fazer, com que um indivíduo 
inocente se depare com a criminalidade, ao qual, pode aferir sua verdadeira essência. 
Em que, tendo como base o princípio da presunção de inocência, previsto na 
nossa Constituição Federal, em seu art5º, inciso LVII, venho requerer que o mesmo 
responda ao processo em liberdade, até o trânsito em julgado, pois as condições 
pessoais do denunciado, como as circunstancias do fato previstos no art. 282, inciso II 
do Código de Processo Penal, lhe são favoráveis pelo fato de o réu não conter 
antecedentes e sua conduta social não ser em momento nenhum questionada. 
 
IV – DO PEDIDO 
 
Diante de todo o exposto, postula-se a impronúncia do acusado com fulcro nos 
artigos 386, inciso III e 414, ambos do Código de Processo Penal, 
A) Absolver o denunciado MARCILIO, pela ausência de provas de que este 
concorreu para a prática do crime, nos termos do art. 386, V do CPP. 
B) Caso não seja este o entendimento, que seja absolvido por não existir prova 
suficiente para a condenação, com base no art. 386, VII, do CPP; 
C) Por necessário, ad argumentum, caso Vossa Excelência entenda pela 
condenação, requer que a pena seja fixada no mínimo legal e que o denunciado 
possa apelar em liberdade nos termos do art. 283 do CPP, por preencher os 
requisitos objetivos para tal benefício. 
 
Termos em que pede deferimento, 
 
Belo Horizonte, 27 de maio de 2020 
 
Advogado 
OAB/MG 000000

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