Buscar

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO ESCOLAR DEMOCRATICA NO PROCESSO DE INCLUSÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA NO PROCESSO DE INCLUSÃO
Andrea Barbieri Gomes da Cruz¹ 
RESUMO
O presente trabalho foi realizado mediante uma pesquisa bibliográfica realizada por meio de livros, artigos e revistas através de sites como: Bireme, scielo, lilacs de natureza descritiva, utilizando a abordagem qualitativa, adotando uma pesquisa teórica para a produção desse projeto. Buscou entender sobre gestão escolar democrática e sua importância na construção de uma escola inclusiva. Portanto, analisa como a gestão precisa ser elaborada e colocada em prática visando à eficácia participação de todos os membros da comunidade escolar. Compreende os conceitos de gestão democrática e inclusão presentes nas atuais discussões acadêmicas, bem como o papel do gestor escolar na construção da escola inclusiva. Portanto é imprescindível compreender o papel do gestor escolar, e as ações profissionais necessárias para um gestor desenvolver um trabalho significativo. Foi considerada nessa pesquisa contribuições de autores como Luck (2000), Silva (2015), Silva (2019), Souza (2006), entre outros). Com isso, esse estudo visa contribuir com o desenvolvimento da democracia na escola e fortalecer práticas que cooperam para uma escola que trabalha para que de fato consiga efetivar a inclusão.
Palavras-chave: Democracia. Gestão. Inclusão.
Graduada em Pedagogia e Pós-graduada em Educação Especial. Pós-graduanda em Gestão Escolar pela Faculdade Faveni.
1
1. INTRODUÇÃO
Este artigo foi realizado com o objetivo de abordar a importância da gestão escolar democrática nas escolas, mediante ao processo de inclusão, buscando destacar a compreensão da gestão em seu contexto mais amplo, procurando entender à orientação que as políticas educacionais solicitam ao sistema de ensino. Dessa forma, surgem questionamentos como: Qual a relevância da gestão democrática nas escolas? Porque a gestão democrática é importante para a construção de uma escola inclusiva? A partir disto, esta pesquisa apresenta um sucinto conceito relacionado à gestão democrática e educação inclusiva.			A educação inclusiva é baseada em uma concepção que aceita e reconhece a diversidade na escola, assegurando o direito de acesso á todos á uma educação escolar, independente das diferenças individuais. O principio que fundamenta a convicção de inclusão é da igualdade e diversidade, simultaneamente com as ideias de sociedade democrática e justa, educação de qualidade para todos e atendimento das necessidades educacionais dos alunos.							 A gestão escolar democrática se caracteriza por um envolvimento de todos os membros que participam do ambiente escolar. Dessa forma os objetivos estabelecidos, a solução de problemas, os planos de ações e seu desenvolvimento, o acompanhamento e a avaliação dizem respeito a todos. A instituição educacional se torna mais ativa e com práticas voltadas e feitas pela comunidade com a implementação da gestão democrática, na qual exige diálogo, participação, mediar conflitos, escutar comunidade, pais, órgãos, entre outros. Esses são os caminhos enfrentados por uma gestão democrática na construção de uma escola inclusiva.	Portanto, essa pesquisa justifica-se pela necessidade de trabalhos que sejam das áreas de gestão democrática, que buscam a valorização deste profissional e da luta pela educação participativa e o entendimento de desenvolvimento práticas inclusivas. Por fim, esse artigo pretende contribuir com a valorização dos gestores escolares e suas práticas na escola na escola para uma atuação de qualidade e inclusiva no processo de construção de uma escola democrática e inclusiva que atende a todos e trabalhe com sucesso para o processo de aprendizagem de todos os alunos.
2. GESTÃO ESCOLAR 
2.1 DEFINIÇÃO DE GESTÃO
	Ao analisar a Gestão escolar, descobre-se que seu conceito vem de agir, chamar para si, tomar decisões, investigar situações e agir de acordo sempre no coletivo. Luck (1997) entende a gestão dentro da educação como a interação dos indivíduos nas decisões e com a ligação com a democratização do fazer pedagógico, baseado em uma responsabilidade coletiva com objetivos educacionais significantes e eficazes.
Gestão escolar é o ato de gerir a dinâmica cultural da escola, afinado com as diretrizes e políticas educacionais públicas para a implementação de seu projeto político-pedagógico e compromissado com os princípios da democracia e com os métodos que organizem e criem condições para um ambiente educacional autônomo (soluções próprias, no âmbito de suas competências), de participação e compartilhamento (tomada de decisões conjunta e efetivação de resultados) e autocontrole (acompanhamento e avaliação com retorno de informações). A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação em educação, que objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a promoção efetiva da aprendizagem dos alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar adequadamente os desafios da sociedade complexa, globalizada e da economia centrada no conhecimento. (LUCK, 2009, p. 24).
Conforme Aguiar (2007) a gestão democrática se consolidou em termos de legislação com a elaboração da Constituição federal de 1988, que instituiu a como princípio do ensino publico na forma de lei. Dessa forma se torna a primeira constituição do Brasil em que estabelece a gestão democrática, no Art.206 denomina que a base para o ensino se apoia em princípios de permanência na escola e igualdade de condições e da gestão democrática do ensino público.	Silva, (2019) entende a gestão da seguinte maneira:
A escola é um espaço plural, onde a diversidade é percebida nos alunos, professores, nos funcionários, nos pais, além da comunidade que a cerca. Por representar um microcosmo de nossa sociedade, a CF/1988 previu que a gestão escolar deve ter como pressupostos os princípios democráticos, principalmente porque foi à própria Constituição que iniciou o processo de democratização do acesso á escola pelas populações historicamente excluídas. (SILVA, 2019, p.138)
						
Dessa forma, gestão escolar para Souza (2006) vai além de métodos e técnicas, compreendendo a capacidade de entender e verificar de modo crítico a realidade, estruturar, administrar e desenvolver uma procura de resultados de qualidade. Todo esse trabalho precisa ser voltado para as relações sociais, com decisões direcionadas para coletividade, buscando o novo e o melhor para a transformação.											O mesmo autor corrobora que esse trabalho deve inserir os aspectos do cotidiano escolar, ou seja, compreender o processo político que é realizado através de uma construção coletiva de regras de procedimentos, baseada na comunicação e na singularidade, na formação de meios de diálogos e deixar disponível as informações para todos que fazem parte do meio escolar. 				 	Em seu artigo.12 a LBD mostra as especificidades, referente à gestão democrática, que apresentam a importância de considerar que as escolas precisam se relacionar com as famílias e a comunidade de forma integrada. A gestão democrática demonstra harmonia com os mecanismos legais na produção das ações coletivas que tem por destaque a participação de todos na tomada de decisões sendo elas: a frequência dos alunos na escola, como administrar os recursos recebidos, entre outros.									Para Souza (2006) a Gestão democrática, é percebida como um processo político em que todas as pessoas que trabalham na escola identificam, decide, encaminham, planejam, acompanham, atuam e avaliam todas as ações focadas para o desenvolvimento da própria instituição escolar visando à solução dos problemas existentes.										Bastos (2000) esclarece que a gestão democrática reformula a direção da sociedade civil a respeito da escola e a educação pública, inserindo conselhos escolares e gestores que proporcionem a possibilidade de criação e de organização na escola, liberdadede expressão, de pensamento, o fácil acesso à conquista de materiais e manutenções de equipamentos escolares e também remuneração digna a todos os profissionais. Nas palavras de Mendonça (2000) gestão democrática é:
“É um conjunto de procedimentos que inclui todas as fases do processo de administração, desde a concepção de diretrizes de política educacional, passando pelo planejamento e definição de programas, projetos e metas educacionais, até as suas respectivas implementações e procedimentos avaliativos”. (MENDONÇA, 2000, p. 96)
					.
Luck (2000) enfatiza que a gestão democrática se caracteriza por ser um fazer prático participativo, já que a mesma promove transformação nos sujeitos envolvidos. Para que essa proposta pode ser realizada de maneira efetiva e renovadora é preciso não somente abalar as estruturas existentes da organização, porém trabalhar juntos com as pessoas e para elas, pois são elas e para elas que a instituição existe. É importante salientar que a comunidade não pode ser excluída da participação da gestão das unidades escolares, entretanto para que ela seja feita na prática, é fundamental que a escola possua uma maior autonomia. Os gestores necessitam ter objetivos educacionais claros e facilitar o acesso desse processo. Para que isso ocorra Luck (2000) cita algumas ações que necessitam ser coladas em práticas, como:
 “Criar ambientes participativos, cria uma visão de conjunto associada a uma ação de cooperativismo, promove um clima de confiança, valoriza as capacidades e aptidões dos participantes, associa esforços, quebra arestas, elimina divisões e integra esforços, estabelece demanda de trabalho centrado nas ideias e não em pessoas, desenvolve a prática de assumir responsabilidades em conjunto”. (LUCK, 2000, p.18)
2.2 GESTÃO ESCOLAR E PRÁTICAS INCLUSIVAS
A gestão escolar como pensa Tezani (2004) se apresenta bem maior que uma técnica, ela se forma por um incentivo ao diálogo, troca de conhecimentos, a observação, as comparações, as práticas e os erros, é uma liderança com profissionalismo pedagógico. Toda instituição educacional possui sua própria personalidade, seu clima, seus participantes, sua rede de interação. Segundo a LDB 9.394/96 no seu art. 14:
 Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
	Sassaki (1997) discursa que garantir espaços adequados para todos não é o que somente faz uma sociedade inclusiva. Todavia, para uma sociedade se caracterizar como inclusiva é necessário à valorização da diversidade humana, o fortalecimento das atitudes de aceitação das diferenças particulares e destaca a relevância do pertencer, da cooperação, do convívio e da colaboração que todas as pessoas podem dar para criar vidas em comunidades mais saudáveis, satisfatórias e justas.													A perspectiva da inclusão para Ribeiro (2003) requer o refletir das condições da prática docente e de suas proporções, assim como de suas repercussões na estruturação curricular e na avaliação.								A gestão pedagógica é apontada para Luck (2009) como uma das mais relevantes dimensões da gestão escolar, já que a mesma esta diretamente relacionada com o foco da escola que é o de garantir a aprendizagem e formação dos alunos. Dessa forma, ela se caracteriza como a dimensão que para quais todas as outras confluem, sendo o seu objetivo principal de ensino que é a atuação sistemática e intencional em proporcionar a aprendizagem e a formação dos alunos, uma vez que desenvolvam suas competências sociais e pessoais fundamentais para sua introdução proveitosa na sociedade e mercado de trabalho, com um envolvimento de benefício recíproco. 								 Na visão de Souza (2006) a gestão esta diretamente ligada à função do gestor pedagógico na vivência cotidiana da escola. Desse modo, se faz necessário que os gestores façam acompanhamentos frequentes das atividades realizadas no ambiente escolar, dialogando com os professores a respeito das necessidades identificadas, focando sua atenção na atuação com os alunos especiais. Nesse contexto, o gestor precisa se prover dos ideais de atendimento a diversidade presente na escola inclusiva, adotando metodologias de trabalho compartilhado, deixando de lado as tradicionais formas de planejamento que são consequência de uma atuação técnica isolada.									A visão de um campo educacional adequado é aquele no qual o ensino e a aprendizagem de acordo com Silva (2015) se desenvolvem por uma atuação participativa, coletiva, colaborativa por parte da gestão escolar, visando à execução de estratégias e metodologias adequadas ao aluno com deficiência. A gestão escolar que tem por finalidade a inclusão coloca em pauta a temática para discussão com professores no período de elaboração do projeto político pedagógico, fazendo indagações sobre as práticas inclusivas que devem ser realizadas em sala de aula.
	
O diretor deve ser o principal revigorador do comportamento do professor que demonstra pensamentos e ações cooperativas a serviço da inclusão. É comum que os professores temam inovação assumam riscos que sejam encarados de forma negativa e com desconfiança pelos pares que estão aferrados aos modelos tradicionais. O diretor é de fundamental importância na superação dessas barreiras previsíveis e pode fazê-lo através de palavras e ações adequadas que reforçam o apoio aos professores (SAGE, 1999, p. 138).
Silva (2019) aponta a relevância da figura do diretor e da equipe gestora, na construção de uma escola fundamentada nos princípios democráticos e de uma escola inclusiva. Para que a atuação do diretor aconteça de forma que equânime e justa diante da sociedade, é necessária que o seu trabalho seja focado para que todas as pessoas envolvidas na comunidade escolar estejam percorrendo e decidindo em conjunto com ele. Como diretor seu papel é o de aproximar o professor do AEE com os professores das turmas regulares, de proporcionar a capacidade de trocas de conhecimento entre os professores e planejar a aproximação da escola com os demais serviços públicos necessários para uma educação de qualidade.
Todos os sujeitos são fundamentais para o processo educativo, dessa forma contribuem significativamente para a transformação social e a promoção da igualdade e equidade de condições. Desse modo, uma escola democrática combate discriminações e preconceitos de todas as ordens, com o objetivo de construir uma sociedade que inclua toda diversidade humana, além de promover uma educação de qualidade. (SANTANNA, 2015, p.56)
	Sage (1999) descreve que a burocracia em escolas, faz com que a liberdade de decisão de professores seja diminuída, ou seja, gera serviços enfraquecidos e ineficientes, deixando de fortalecer o modelo principal de trabalho em conjunto que é indispensável para a educação inclusiva. Coloca que o desenvolvimento de uma equipe assegura a oportunidade de descobrir lideranças no campo escolar, o que estimula o auxílio entre professores onde comportamentos colaborativos são reforçados.												O mesmo autor exemplifica que o gestor escolar deve contribuir com a promoção da colaboração, no ambiente escolar, através do aprimoramento do contato e da comunicação entre os professores o os demais participantes da escola. Também entende que o gestor escolar é o maior responsável para que ocorra a inclusão na escola, possibilitando oportunidades e promovendo trocas de experiências relevantes, trabalhando para uma atuação participativa e democrática, dentro de suas reais possibilidades e de acordo com o meio em que atua na escola, facilitando a formação e fortalecimento de sua equipe de trabalho.			Prieto (2002) relata que os gestores escolares precisam empenhar para que a educação inclusiva seja efetivada na prática. Para que isso ocorra é preciso fortalecer discursossobre a democratização do ensino e dos princípios que visam à gestão da escola. O autor ainda enfatiza que:
A educação inclusiva só será realidade no Brasil quando as informações, os recursos, os sucessos e as adaptações inter-relacionarem as esferas federais, União, Estados e municípios. A autora analisa que a troca de informações profissionais é imprescindível à melhoria da qualidade educacional, assim, a ação pedagógica refletida, individual ou coletivamente, possibilita a articulação e construção de uma nova prática. (PRIETO, 2002, p.234)
	Na construção de uma escola inclusiva Carvalho (2004) cita que alguns dos caminhos a se percorrer, são: trabalho em equipe, adaptações curriculares, valorização profissional dos professores, aproveitamento de professores de classes especiais e aperfeiçoamento do grupo docente e do ambiente educacional. Sua definição de escola inclusiva se constitui sendo aquela que serve para todos, promovendo um ambiente escolar que reconheça e atenda as diferenças particulares, considerando qualquer necessidade dos alunos.				A profissão de diretor como mostra Rodrigues (2006) é um desafio quando se busca a educação inclusiva, já que esse profissional não é um técnico (referente à aplicação de técnicas normalizadas e previamente conhecidas) e um funcionário (que trabalha com funções estabelecidas por uma cadeia hierárquica previamente determinada). Trata-se de uma profissão que demanda uma grande versatilidade, caracterizada com grande autonomia e que se mostre preparado para desenvolver estratégias de intervenção com condições muito diferentes.				Sobre inclusão Lourenço (2010) afirma que ela exige uma perspectiva de que cada pessoa é um ser em desenvolvimento, que necessita trilhar caminhos em que consiga desenvolver seu potencial, sendo capaz de aproximar a todos os participantes da escola. Todos desejam e possuem uma responsabilidade grande, já que ele depende de todos para a sua existência.
	Mittler (2003, p. 35) refere à inclusão do seguinte modo:
A agenda da educação inclusiva relaciona com a superação de barreiras, à participação que pode ser experimentada por qualquer aluno. A tendência ainda é pensar em política de inclusão ou educação inclusiva como dizendo respeito aos alunos com deficiência e a outros caracterizados como tendo necessidades educacionais especiais. Além disso, a inclusão é constantemente vista somente como envolvendo o movimento de alunos das escolas especiais para os contextos das escolas regulares, com a implicação de que eles estão incluídos, uma vez que fazem parte daquele contexto. Em contrapartida, eu vejo inclusão como um processo que nunca termina, pois é mais do que um simples estado de mudança, e como dependente de um desenvolvimento organizacional e pedagógico contínuo no sistema regular de ensino.
	Paro (2001) explica que a presença na gestão da escola garante aos participantes um conhecimento melhor do seu funcionamento, comunicação e consecutivamente mais qualidade de ensino. Dessa forma é indispensável à participação de todos os envolvidos nas decisões que dizem respeito ao projeto da escola, ao estabelecimento do calendário escolar, aos conselhos de classe, ao planejamento do ensino, a escolha do livro didático, a organização dos eventos culturais, às atividades cívicas, esportivas e recreativas, à composição das aulas, à formação da grade curricular e de projetos e à escolha de grupos de trabalho, entre outros. 												Paro (1986) destaca o papel do gestor como o mais importante, já que este possui a função de identificar e motivar os diversos talentos para que os objetivos sejam cumpridos, promover a conscientização da relevância da contribuição individual para a qualidade do ensino e parear seu papel de gestor como um mediador e não controlador.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como objetivo relatar a importância da gestão escolar democrática no processo de inclusão, em que todos os envolvidos nesse processo de gestão e desenvolvimento da escola sejam participativos e atuantes.	Foi possível compreender que a gestão democrática ainda é um tema que necessita ser trabalhado e conscientizado, pois uma instituição educacional onde docentes, alunos e funcionários não tem abertura para á participação se mostra uma escola divergente com os princípios da democracia e deixa de realizar praticas de cidadania.												No presente trabalho, compreendemos o sentido de gestão e percebemos que atualmente existe uma suposta “gestão”, que aparente se mostra sendo democrática, porem em sua prática deixa de levar em consideração os princípios básicos democráticos para o ensino que vimos ao decorrer do trabalho. 			A gestão democrática de uma escola depende diretamente da relevância e percepção da gestão democrática por parte do gestor. Esse profissional deve garantir uma formação que consiga desenvolver e planejar um projeto político pedagógico na escola, como também acompanhar o desempenho e averiguar os resultados, desenvolver as atividades administrativas, sociais, políticas, desenvolver trabalho em grupo, motivar os participantes, discutir, mediar conflitos e proporcionar abertura para a participação de todos os envolvidos no processo de inclusão, como: os professores, funcionários, alunos e pais. Dessa maneira, a ação do gestor se diferencia por ser um agente de transformação e desenvolvimento dentro da escola, destacando a importância do gestor se despir da sua figura de poder e atuar democraticamente no ambiente escolar.						Contudo, sobre o meio escolar é preciso admitir que esse tema venha tomando grandes proporções quando se trata de políticas públicas, formação continuada dos profissionais que trabalham na escola, como também a produção acadêmica e científica. Entretanto, a prática da inclusão nas instituições de ensino ocorre de modo a questionar de sua eficácia e se verdadeiramente a inclusão é realizada nas escolas. Por fim, é possível considerar a relevância de que os profissionais e a gestão precisam manter uma comunicação assertiva e que atuem em harmonia com um projeto educativo inclusivo para todos. Apesar das dificuldades existentes o gestor e sua equipe precisam se apoiar e buscar soluções para todos os obstáculos que surgirem, desenvolvendo para os alunos uma escola acolhedora e inclusiva, para que todos os alunos permaneçam na escola e tenham êxito no seu processo de aprendizagem. A gestão inclusiva torna uma escola inclusiva e um conseguinte uma cultura inclusiva.
 REFERÊNCIAS 
AGUIAR, J.S. Educação Inclusiva: Jogos para o Ensino de Conceitos. 3. ed. Campinas: Papirus, 2007.
BASTOS, J. B. (org.) Gestão Democrática. Rio de Janeiro: DP& A: SEPE, 2000.
BRASIL, Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: Ministério da Educação, 1996.
BRASIL. Constituição (1988). Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado em 05 de outubro de 1988. Brasília: Senado Federal, 2001.
CARVALHO, R.E. Removendo barreiras para a aprendizagem. 4. ed. Porto Alegre: Mediação, 2004
LOURENÇO, E. Conceitos e práticas para refletir sobre a educação inclusiva. Ouro Preto: Autêntica, 2010.
LUCK, H. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 4. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
LUCK, H. A evolução da Gestão Educacional, a partir da mudança pragmática. Revista Gestão em Rede, n. 3, 1997.
LUCK, H. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curitiba: Positivo, 2009.
MITTLER, P. Educação Inclusiva: Contextos Sociais. Santana: Artmed, 2003. 
MENDONÇA, E. F. A Regra e o Jogo: Democracia e patrimonialismo na educação brasileira. Campinas: UNICAMP, 2000.
PARO, V.H. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo: Cortez, 1986.
PARO, V. H. Escritos sobre educação. São Paulo: Xamã, 2001.
PRIETO, Rosângela G. Perspectivas para construção da escola inclusiva no Brasil. Escola Inclusiva. São Carlos: EDUFSCar, 2002. 
RODRIGUES, David. Inclusão e Educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo:Summus, 2006.
RIBEIRO, M. L. S; BAUMEL, R. Educação especial: do querer ao fazer. São Paulo: Avercamp, 2003.
SAGE, D.D. Estratégias inclusivas para o ensino inclusivo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
SASSAKI, R. K. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
SOUZA, A.R.D. Os caminhos da produção científica sobre a gestão escolar no Brasil. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, Porto Alegre, 2006.
SANTANNA, A. A Gestão escolar no contexto da educação inclusiva: a educação especial em questão. Revista de educação do vale dos Arinos, Juara, 2015. 							 
SILVA, C. L da. Escola democrática, escola inclusiva. Diversa educação inclusiva na prática. Set. 2015.
SILVA, O.N.C. Educação Inclusiva. Editora SENAC São Paulo, 2019.
TEZANI, T. C. R. Os caminhos para a construção da escola inclusiva: a relação entre a gestão escolar e o processo de inclusão. Dissertação – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2004.

Continue navegando