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Direito Coletivo

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Direito Coletivo
Apesar de estar vinculado ao direito individual, ele não tem identidade com o direito individual.
Direito do trabalho pode ser gênero do qual o direito individual e o direito coletivo são espécies.
No direito coletivo as partes são tratadas por igualdade, sem hipossuficiência. 
Grupo de empregados x Grupo de empregadores
Partes em situação de desequilibrio economico impactando na relação. 
Partes em pé de igualdade. 
Existe a autonomia privada coletiva, e apesar de apresentar restrições, há uma amplitude onde as partes negociam mais livremente, apesar das limitações.
O direito coletivo do trabalho tenta analisar a autonomia coletiva privada e tenta solucionar os conflitos coletivos existentes.
O direito coletivo nasceu da necessidade constatada na prática e nos fatos. Via-se a fraqueza que o empregado tinha sozinho.
Definição: É o complexo de institutos, princípios e regras jurídicas que regulam as relações laborais de empregados e empregadores considerados em sua atuação coletiva, realizada autonomamente ou através das respectivas entidades sindicais. 
Denominação: 
Direito Sindical – enfoque subjetivo, pois a denominação é assim tida quando se percebe que o principal sujeito da relação coletiva do trabalho é o sindicato
 Direito Coletivo do Trabalho – enfoque objetivo: a denominação é assim dada pois o objeto desta matéria são os conflitos coletivos do direito do trabalho.
Direito do trabalho individual: Direito cuja a categoria base é a relação entre empregado x empregador.
Direito do trabalho coletivo: Direito cuja categoria base é a relação entre sindicato representante dos empregados x sindicato representante dos empregadores, ou, apenas do empregador. – sindicato patronal e economico.
O direito do trabalho coletivo está atrelado à autonomia coletiva privada;
3 funções distintas:
1 Obtenção de melhorias nas condições sociais e economicas dos trabalhadores;
2 Geração de normas jurídicas: - traço distintivo do direito coletivo do trabalho
Autonômas – ex.: acordos e convenções coletivas;
Heteronômas – ex.: lei;
Força cogente, modo imperativo... só não são criadas pelo Estado.
3 Pacificação dos conflitos coletivos:
Conflitos que envolvem os interesses dos empregados de maneira coletiva, grupal – todos ou grupo grande de trabalhadores;
Conflitos coletivos
São aquelas que atingem comunidades especificas de trabalhadores e empregadores, envolvendo toda a categoria. São conflitos que impactam em toda uma classe/categoria de trabalhadores e empregadores.
Esses conflitos podem ser de natureza jurídica, ou, de natureza economica. 
Natureza jurídica: são aqueles que dizem respeito à divergência de interpretação de principios e regras jurídicas que podem estar previstas ou não em diplomas coletivos. 
Natureza economica: se diferem dos de natureza jurídica (serventia em greve). Pois tratam da divergência acerca de condições objetivas de trabalho com repercussão economica para o trabalhador. Aqui os trabalhadores buscam uma melhoria real para eles, um benefício real. Ganho específico e objetivo.
LEMBRAR QUE OS CONFLITOS PODEM SE RESOLVER ATRAVÉS DA AUTO COMPOSIÇÃO (as partes entre si chegam à solução do conflito sem a intervenção de terceiro – ex.: negociação coletiva) OU DA HETERO COMPOSIÇÃO (as partes transferem para um terceiro a possibilidade de decidir um conflito – ex.: arbitragem, ação de dissidios coletivos na justiça do trabalho – ação trabalhista que existe para resolver conflitos coletivos).
Anotar inicio da aula 
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Art. 5º, XVII;
Princípio da liberdade sindical e associativa:
Maior de todos os princípios do Direito do Trabalho, o de maior relevância, espinha dorsal.
A CF dá o direito de se assosicar ou desassociar aos sindicatos.
Conceito: É aquele que confere aos trabalhadores e empregadores o direito de contituição de entidades sindicais, de filiação e desfiliação à entidades já existentes, e, possibilita uma efetiva influência e participação na vida sindical. Este princípio também confere direitos à própria entidade sindical, a exemplo da auto-organização fliação positiva e negativa a entidades superiores e liberdade de exercício das atividades sindicais.
Dimensões:
Individual= 
Constituição de entidades sindicais:
Liberdade de filiação – liberdade completa:
Liberdade de participação na atividade sindical.
Aspectos positivos:
Não pode haver obstáculos para impedimento do exercício de filiação, cado exista, este será nulo. 
Filiar-se e permanecer filiado.
Aspectos negativos:
Também há o direito de não filiar-se – art. 5º, XX; art. 8º, V CF;
Também há o direito de se desfiliar;
Liberdade de participação na atividade sindical:
Direito de influir nos processos decisórios;
Direito de integrar os processos eletivos e demais atos da vida sindical;
Coletiva=
Auto organização:
As entidades sindicais têm por direito a possibilidade de celebrar livremente os seus estatutos, regimentos internos, organização interna sem nenhum tipo de influência externa, de forma que não caberia o Estado dizer como deve ser composto o sindicato, formas de associação etc.
Liberdade de filiação:
As entidades sindicais têm o pleno direito de se unirem, para a formação de entidades sindicais superiores;
Pirâmide: Confederação – Federação – Sindicatos (maior poder de representação) – hierarquia e não superioridade. Inxistindo um, implementa-se o outro.
 Positiva e negativa
Liberdade no exercício da atividade sindical:
Envolve o direito de celebrar reuniões, integrar órgãos estatais, e, ver protegidos os seus dirigentes (a estabilidade dada aos dirigentes assegura direitos aos filiados ao sindicato), entre outros direitos.
Cláusulas de sindicalização forçada:
Extraídas de possibilidades que “incentivam” a sindicalização, mas que na verdade podem estar violando o principio da liberdade sindical.
Closed shop (contratação fechada/vinculada) = São as cláusulas que obrigam o empregador a contratar exclusivamente trabalhadores vinculados/filiados a um determinado sindicato.
Union shop = De acordo com essa cláusula as empresas se obrigam a manter nos seus quadros apenas os empregados que, após decurso de tempo da admissão, se filiem a um sindicato. 
Maintenance of membership (manutenção de filiados/associados) = Cláusulas contratuais que obrigam os empregados a manter a sua condição de filiado enquanto durar o vínculo empregatício.
Preferencial shop = De acordo com essas cláusulas a empresa se compromete a dar preferência de contratação a empregados que sejam filiados a uma entidade sindical – art. 544 CLT. O TST deixou claro que essa cláusula é violadora na OJ 20 da SDC do TST.
Condutas antissindicais
Company unions (sindicatos pelegos): Os compradores interferem no exercício da atividade sindical, ainda que de forma indireta, ou, criam sindicatos representativos dos empregados. São totalmente influenciados. A empresa pode vir a ser responsável por violar o direito de toda uma coletividade – dano moral. 
Yellow dogs contracts: Contrato cachorro amarelo = trabalhador desassistido, sme força, contrato que impeça filiação.
Blacklist: É a divulgação de uma lista/relação de trabalhadores com intensa atividade sindical.
Princípios
Intervenção
Equivalência entre os negociantes 
Nas negociações coletivas as partes se encontram em mesma posição, não havendo o que se falar em inferioridade de uma parte em relaçao à outra – difere-se do direito individual (lá o trabalhador é hipossuficiente, ou seja, no direito do trabalho coletivo não há favorecimento em prol dos trabalhadores).
Autonomia coletiva ou poder de autoregulamentação/criatividade jurídica da negociação coletiva
Criam normas jurídicas que solucionarão os conflitos coletivos através de acordos e convenções coletivas – trazem normas jurídicas, é diferente das cláusulas contratuais:
As normas coletivas podem ser suprimidas e as cláusulas contratuais não = as cláusulas contratuais não aderem permanentemente ao contrato.
Limitação da negociação coletiva/da adequação setorial negociada
Importante lembrarmos que nessa negociação não pode haver retrocesso,só progresso!
1 Não pode negociar para suprimir direitos trabalhistas de caráter absoluto, ou seja, não é possível negociar direitos de indisponibilidade absoluta;
2 As normas autonômas tem que elevar o patamar dos direitos trabalhistas em relação àquele já existente, e, estabelecido por lei (fontes normativas heteronômas);
3 Direitos de indisponibilidade relativa: são aqueles expressamente indicados por lei (sentido amplo).
Ex.:
Como indicar (3 categorias):
a) Normas cosntitucionais, salvo quando a própria constituição permitir a negociação (indisponibilidade relativa) – flexibiliza-se;
b) Normas ou tratados de convenções internacionais vigentes no plano interno brasilieiro;
c) Normas infraconstitucionais que estabeleçam um patamar civilizatório mínimo, preservando a dignidade humana do trabalhador – ex.: normas relativas à segurança, saúde e medicina do trabalho; normas de caráter anti-discriminatório , etc.
Preponderância do interesse coletivo sobre o individual
Uma vez que o objetivo é buscar melhorias para o trabalhador, é importante sempre buscar o benefício da coletividade e não o do trabalhador individualmente considerado;
O Sindicato deve sempre buscar o que agracie o maior contigente de pessoas.
Adequação/adaptação
Convenção coletiva
As negociações coletivas devem tentar ao máximo adequar os direitos trabalhistas a cada categoria de acordo com a região, com a época, com a situação economica da empresa e com as condições de trabalho (realidade social) – análise de todos os fatores. A norma em vigência tem aplicabilidade. 
Sindicatos 
São associações permanentes que representam, respectivamente, trabalhadores e empregadores, visando a defesa de seus interesses coletivos.
Art. 511 CLT
Sindicato é pessoa jurídica de direito privado/associação sem fins lucrativos – não apresenta lucro;
A arrecadação não pode ser distribuída como lucro;
Funções:
Representativa = o sindicato atua na defesa/representação nos interesses de sua categoria. O sindicato age em nome dos trabalhadores. – principal função
Defesa =atua na defesa dos interesses.
Negocial = é função do sindicato participar das negociações coletivas. 
Obs.: para a entidade sindical ser válida ela deve exercer sua função.
Assistencial = prestação de serviços em benefício dos seus representados. Ex.: serviços advocatícios, serviço de plano de saúde, serviço de plano odontológico, etc.
Critérios de agregação sindical – PONTO MAIS IMPORTANTE
Formas que o legislador adotou para determinar a qual sindicato o trabalhador irá se vincular.
Por ofício ou profissão – valoriza/destaca as chamadas categorias profissionais diferenciadas (são todas aquelas formadas por empregados/trabalhadores que exercem profissões ou funções em virtude de estatuto próprio ou por lei:
Por essse critério o trabalhador irá se vincular ao sindicato correspondente à sua respectiva profissão, independentemente da atividade do empregador. O que importa necessariamente é a função do trabalhador. 
Por categoria profissional (por principal atividade do empregador) - :
De acordo com esse critério, os trabalhadores irão se vincular com a principal atividade do empregador.
Critério de agregação por empresa:
De acordo com esse critério, os trabalhadores irão se vincular ao sindicato específico e criado para cada empresa.
Obs.: impede a sindicalização de pequenas empresas; esse critério acaba por causar uma não representação de todos os trabalhadores.
Por categoria econômica ou setor econômico, ou ramo:
Estabelece que os trabalhadores irão se agregar aos fatos em virtude do ramo ou setor/seguimento de atuação da empresa. São sindicatos muito mais amplos, terão abrangencia muito maior em relação aos outros.
Critério adotado pelo Brasil:
Categoria profissional associado ao critério por ofício ou profissão, sendo assim, os trabalhadores de uma empresa irão se vincular ao sindicato correspondente à principal atividade do empregador, ressalvado os trabalhadores pertencentes à categoria profissional diferenciada. 
Obs.: O trabalhador integrante de categoria profissional diferenciada só poderá haver os direitos previstos na convenção coletiva de sua categoria. 
Súmula 374 TST

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