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SISTEMA DIGESTÓRIO - Fisiologia

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SISTEMA DIGESTÓRIO 
FISIOLOGIA E BIOQUÍMICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Maria Clara Ribeiro | Medicina | 2018.1 
Maria Clara Ribeiro 
PÁGINA 1 
 CONTROLE NEUROLÓGICO 
O sistema digestório é inervado por dois conjuntos de nervos: os sistemas nervosos 
intrínseco e extrínseco. O sistema nervoso extrínseco consiste nos nervos que inervam o 
intestino, mas têm seus corpos celulares fora da parede do órgão. Esses nervos extrínsecos 
fazem parte do Sistema Nervoso Autônomo. O sistema nervoso intrínseco, também chamado 
de Sistema Nervoso Entérico, é composto por neurônios cujos corpos celulares estão na parede 
do intestino (plexos submucoso e mioentérico). Os nervos do SNE podem, com frequência, 
modular o funcionamento do SNI. 
1) Controle Autônomo – Inervação Extrínseca: 
Os sistemas nervosos parassimpático e simpático formam a ligação entre o sistema nervoso 
central (SNC) e o SNE. 
 
a) Inervação Parassimpática 
A maior parte do trato gastrointestinal (esôfago, estomago, vesícula biliar, 
pâncreas, primeira parte do intestino, ceco e parte proximal do cólon) recebe 
inervação parassimpática por meio do nervo vago, exceto a porção terminal do 
cólon, a qual recebe inervação parassimpática da medula espinhal sacral através 
do nervo pélvico. 
As fibras pré-ganglionares parassimpáticas chegam no intestino e estabelecem 
sinapse com os corpos celulares do SNE. Os neurônios pós-ganglionares do sistema 
parassimpático gastrointestinais estão localizados principalmente nos plexos 
mioentérico e submucoso. A estimulação parassimpática promove aumento geral 
da atividade do SNE, logo intensifica a atividade das funções gastrointestinais . 
Características: 
 Reagem com receptores M3 que são essenciais para fisiologia digestiva 
 Aumento da acetilcolina: aumento da motilidade, aumento de secreções. 
 
b) Inervação Simpática 
As fibras simpáticas que inervam o intestino, após deixar a medula espinhal, 
entram nas cadeias simpáticas, localizada lateralmente à coluna vertebral, e muitas 
dessas fibras passam através das cadeias até os gânglios mais distantes, tais como 
o gânglio celíaco e diversos gânglios mesentéricos. 
Maria Clara Ribeiro 
PÁGINA 2 
Fibra pré ganglionar é curta. Logo que sai da medula espinhal faz sinapse no 
gânglio e dá origem a fibra pós ganglionar, que é longa. Essa fibra pós ganglionar 
vai liberar noradrenalina que irá inibir a atividade gastrointestinal, pois realiza a 
hiperpolarização, ou seja, relaxamento. As fibras que chegam ao TGI são as pós 
ganglionares e vão ao órgão efetor. 
Assim, causando efeitos contrários aos do SNP. A intensa estimulação do SNS 
pode bloquear a movimentação do alimento pelo trato gastrointestinal. 
Características: 
 Tende a reduzir as secreções, pois fazem vasocontrição (atua em alfa1) 
 Esfíncter contrai (alfa 1) 
 Redução do peristaltismo (beta 1). Inerva diretamente (pós ganflionar) o 
musculo liso. 
 Noradrenalina diminui a acetilcolina (alfa 2) 
 
2) Controle Entérico – Inervação Intrínseca: 
O SNE é composto basicamente de dois plexos: um plexo disposto entre as camadas 
musculares longitudinais e circulares, denominado plexo mioentérico ou plexo de Auerbach e 
um plexo interno, localizado na submucosa e denominado plexo submucoso ou plexo de 
Meissner. Os neurônios dos dois plexos ficam conectados por fibras interganglionares. 
O plexo mioentérico controla basicamente os movimentos gastrointestinais, e o plexo 
submucoso controla basicamente a secreção gastrointestinal e o fluxo sanguíneo local. 
As fibras extrínsecas simpáticas e parassimpáticas se conectam tanto ao plexo mioentérico 
quanto ao submucoso. Embora o SNE possa funcionar independentemente desses nervos 
extrínsecos, a estimulação pelos sistemas parassimpático e simpático pode intensificar muito 
ou inibir as funções do TGI. 
Os plexos do SNE contêm neurônios sensoriais (aferentes), interneurônios, e neurônios 
motores (eferentes). A entrada sensorial origina-se de mecanorreceptores nas camadas 
musculares e quimiorreceptores na mucosa. Os mecanorreceptores respondem a distensão da 
parede intestinal e os quimiorreceptores na mucosa monitoram as condições químicas do 
lúmen intestinal. Os nervos motores entéricos inervam o músculo vascular, músculo intestinal 
e as glândulas dentro da parede intestinal. Os axônios dos nervos entéricos terminam em 
arborizações que contêm muitas estruturas vesiculares chamadas de vesículas sinápticas. Estas 
vesículas contêm substâncias reguladoras conhecidas coletivamente como neurócrinas, que 
são liberadas em resposta ao potencial de ação e que afetam as atividades do músculo e das 
células glandulares mais próximas. 
 
 
 
 
 
 
Maria Clara Ribeiro 
PÁGINA 3 
Diferença entre os Plexos Mioentérico e Submucoso 
 
a) Plexo Mioentérico 
O plexo mioentérico consiste em uma cadeia linear de muitos neurônios 
interconectados que se estende por todo comprimento do TGI. Como o plexo está 
presente em todo o comprimento na parede intestinal e se localiza entre as camadas 
longitudinal e circular do músculo liso intestinal, ele está envolvido principalmente na 
atividade muscular. 
Quando o plexo mioentérico é estimulado, seus principais efeitos são: 
 Aumento da contração tônica; 
 Aumento na intensidade das contrações rítmicas; 
 Ligeiro aumento no ritmo da contração; 
 Aumento da velocidade de condução da onda excitatória ao longo da 
parede intestinal (aumento das ondas peristálticas). 
O plexo mioentérico possui neurônios excitatório e inibitório, sendo os 
inibitórios responsáveis pela inibição dos músculos de esfíncteres intestinais, como 
o esfíncter pilórico, que controla o esvaziamento do estômago para o duodeno e o 
esfíncter da valva ileocecal, que controla o esvaziamento do intestino delgado para 
o ceco. 
b) Plexo Submucoso 
O plexo submucoso e basicamente envolvido com a função de controle na 
parede interna de cada segmento do intestino. Sinais sensoriais originam-se do 
epitélio gastrointestinal e são integrados no plexo submucoso para ajudar a 
controlar a secreção intestinal a secreção intestinal local, a absorção local e a 
contração local do músculo submucoso. 
Perguntas: 
1- Como é formado o SNE? 
O trato gastrointestinal tem um sistema nervoso próprio denominado sistema 
nervoso entérico, localizado na parede intestinal, começando no esôfago e se estende 
até o ânus. Esse sistema nervoso, bastante desenvolvido, é especialmente importante 
no controle dos movimentos e da secreção gastroinstestinal. Ele é composto por dois 
Maria Clara Ribeiro 
PÁGINA 4 
plexos: o mioentério (externo) localizado entre as camadas musculares e o submucoso 
(interno) localizado na submucosa. 
2- Relacione os plexos submucoso e mioentérico com secreção, fluxo s anguíneo e 
motilidade. 
O plexo mioentérico controla quase todos os movimentos gastrointestinais, e 
o plexo submucoso controla a secreção gastrointestinal e o fluxo sanguíneo local. 
3- Existe diferença na relação das fibras pós-ganglionares do Simpático e do Parassimpático 
com o SNE? 
As fibras extrínsecas simpáticas e parassimpáticas se conectam com o plexo 
mioentérico e com o submucoso. Embora o SNE possa funcionar, independentemente 
desses nervos extrínsecos. A estimulação pelo simpático e parassimpático pode 
intensificar muito ou inibir as funções gastrointestinais. 
São as terminações nervosas sensoriais que se originam no epitélio 
gastrointestinal ou na parede intestinal e enviam fibras aferentes para os dois plexos 
do sistema entérico, bom como os gânglios pré-vertebrais do sistema nervoso 
simpático, a medula espinhal e o tronco cerebral pelos nervos vagos. Esses nervos 
sensoriais podem provocar reflexos locais na própria parede intestinal e, ainda, outros 
reflexos que são transmitidos ao intestino pelo gânglio pré-vertebrais e das regiões 
basais do cérebro.4- O que significa fibras NANC? A sua ativação provoca resposta excitatória ou inibitória? 
 
 
 
 
5- Efeitos da cafeína, acetilcolina, opióides e noradrenalina: 
Cafeína: Bloqueia receptor de adenosina e aumenta a acetilcolina, assim, aumenta a 
motilidade e secreção. 
Acetilcolina: Atua em M3 e aumenta motilidade e secreção. 
Opióides: Atuam em receptores terminais colinérgicos reduzindo a liberação de 
acetilcolina. 
Noradrenalina: Inibe a motilidade e secreção - atuando em beta (relaxando o TGI) ou 
atuando em alfa 2 (reduzindo a liberação de acetilcolina) 
Maria Clara Ribeiro 
PÁGINA 5 
 Controle da motilidade do TGI 
 Automatismo (Ritmo elétrico básico - células de cajau localizadas na parede do TGI) 
 Aumentam o REB: 
- Distensão 
- Presença de alimento 
- Ativação parassimpática 
Objetivo: gerar contração 
 Reduzem o REB: 
- Ativação simpática 
Objetivo: relaxamento 
 Atividade miogênica 
 
 Regulação nervosa 
 Sistema nervoso entérico 
- Controle intrínseco 
- Neurotransmissores e neuromodularodes: 
o Excitatórios: acetilcolina, substancia P e serotonina 
o Inibitórios: ATP, noradrenalina, encefalinas, adenosina, dopamina 
o VIP: aumenta a secreção e reduz a motilidade 
 Sistema nervoso simpático 
- Vasoconstricção (alfa 1) 
- Contração dos esfíncteres (alfa 1) 
- Redução da peristalse (beta 1) 
- Redução da liberação de acetilcolina (alfa 2) 
 Sistema nervoso parassimpático 
- Aumento da peristalse 
- Aumento da motilidade do TGI 
- Receptores M3 
 Regulação hormonal endócrina 
 Gastrina: 
Local: Estomago (células G do antro gástrico) 
Ações: Estimula a secreção de HCL, abre o piloro, acelera o esvaziamento 
gástrico. 
Fatores de liberação: Chegada do alimento no estomago, distensão gástrica, 
pH alcalino 
 
 Secretina (células D): 
Maria Clara Ribeiro 
PÁGINA 6 
Local: Duodeno 
Ações: Estimula secreções pancreáticas, diminui peristalse e fecha o piloro 
Fatores de liberação: pH duodenal ácido e distensão duodenal 
 Colecistocinina - CCK: 
Local: Duodeno e Jejuno 
Ações: Diminui peristalse, estimula secreção pancreática, estimula centro da 
saciedade, diminui a fome e fecha o piloro. 
Fatores de liberação: Presença de gordura no intestino delgado. 
 GIP: 
Local: Duodeno e Jejuno 
Ações: Diminui secreção gástrica, estimula liberação de insulina, ação 
lipogênica e fecha piloro. 
Fatores de liberação: Glicose, gordura e aminoácidos 
 GLP1 – semelhante ao glucagon: 
Local: Íleo e cólon 
Ações: Retarda esvaziamento gástrico, aumenta sensibilidade dos receptores 
à insulina, estimula a secreção de insulina e diminui a fome. 
Fatores de liberação: Presença de nutrientes no íleo. 
 Regulação hormonal Parácrina 
 Histamina (células ECL): Estimula a secreção de HCl (AMPc ativa a via receptor 
H2 – bomba de prótons) e vasodilatação local. 
 Prostaglandinas - Ação citoprotetora: Diminui secreção de HCl e estimula 
secreção de muco e bicarbonato 
 Somatostatina (células D): Diminui secreção de Gastrina, diminui secreção de 
HCl e diminui motilidade gástrica. 
 
 Movimentos do TGI 
 Objetivo: Propulsão do alimento no sentido oro-anal respeitando o tempo necessário 
para a ação das enzimas digestivas para a absorção de agua, eletrólitos e nutrientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Clara Ribeiro 
PÁGINA 7 
 
 
 
 
 
SECREÇÕES 
1- Secreção salivar 
 
As glândulas salivares consistem em uma série de ductos ramificados, 
acabando na porção secretora terminal, conhecida como ácino, de formato esférico 
ou tubular. O ducto excretor principal, que desemboca dentro da cavidade oral, divide-
se progressivamente em ductos excretores menores interlobulares, que adentram nos 
lóbulos das glândulas. 
A saliva é um fluido aquoso encontrado na cavidade oral, composto por uma 
mistura complexa de produtos secretórios orgânicos e inorgânicos. Cerca de 90% desse 
fluido oral originam-se de três pares de glândulas salivares maiores, as glândulas 
parótidas, as submandibulares e as sublinguais. Outras fontes responsáveis por sua 
composição final, aproximadamente 10%, compreendem o sulco gengival, além de 
inúmeras glândulas salivares menores presentes na língua, mucosas labial, bucal e 
palatina. 
A saliva é secretada pelas glândulas parótidas (secreção serosa – não secreta 
muco), submandibular (secreção serosa e mucosa) e sublingual (secreção serosa e 
mucosa), além dessas a cavidade oral apresenta outras glândulas menores que ajudam 
a formar um aspecto de pasta junto com as outras para não prejudicar a mucosa 
esofágica. Essas glândulas salivares precisam de um fluxo sanguíneo adequado para 
que elas possam ter sua capacidade secretora. 
 
- Secreção serosa (glândula parótida) 
- Secreção mucosa e serosa (glândula submandibular) 
- Secreção mucosa (glândula sublingual) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Clara Ribeiro 
PÁGINA 8 
A presença de alimento na boca geralmente estimula as glândulas salivares à 
secreção. O sistema nervoso autônomo exerce um papel importante na salivação. 
Fisiologicamente, a secreção salivar é quase que totalmente controlada por esse 
sistema, onde nenhum hormônio usualmente inicia a salivação. Tanto um estímulo 
parassimpático como um simpático poderão produzir secreções a partir das glândulas 
parótidas e submandibulares. 
 
Controle da Secreção (ver fase cefálica da digestão) 
O controle da secreção salivar é exclusivamente neural, estimulada pelas subdivisões 
simpática e parassimpática do sistema nervoso autônomo. O controle fisiológico primário 
ocorre por meio do sistema nervoso parassimpático. 
As fibras simpáticas para as glândulas salivares se ramificam do gânglio cervical superior. 
As fibras parassimpáticas pré-ganglionares cursam via dos ramos facial e glossofaríngeo, que 
formam sinapses, com neurônios pós-ganglionares nos gânglios nas glândulas salivares ou 
próximos a elas. As células acinares (secretoras) e ductos são supridos com terminações 
nervosas parassimpáticas. 
A estimulação parassimpática aumenta a síntese e a secreção de amilase salivar e de 
mucina, melhora as atividades de transporte do epitélio ductular, aumenta muito o fluxo 
sanguíneo para as glândulas e estimula o metabolismo e o crescimento glandular. 
Funções da saliva: 
A saliva é um líquido secretado pelas glândulas salivares diretamente na cavidade 
bucal. Seu maior componente é a água, que chega a ocupar aproximadamente 99% de seu 
peso, sendo o restante formado por componentes orgânicos e minerais que constituem a parte 
sólida da saliva. A saliva apresenta várias funções, apesar de ser mais conhecida pela sua 
participação no processo digestório. São funções que podem ser atribuídas à saliva: 
 Formação do bolo alimentar; 
 Digestão inicial dos polissacarídeos por meio da enzima denominada de amilase salivar; 
 Ação antimicrobiana por meio da, por exemplo, lisozima, que é capaz de quebrar paredes 
celulares de bactérias; 
 Proteção dos dentes e da mucosa bucal; 
 Lubrificação dos tecidos, facilitando, assim, a alimentação e a fonética; 
 Regulação do pH no interior da boca, que varia entre 6,5 e 7,4; 
 Autolimpeza da boca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/ph-bucal-acidez-saliva.htm
Maria Clara Ribeiro 
PÁGINA 9 
A saliva é também importante para o processo digestivo. A mastigação de 
alimentos estimula a secreção de saliva pelas glândulas principais, provocando um 
aumento do fluxo salivar e da concentração de amilase. 
Distúrbios da secreção salivar: 
 Sialorréia: aumento da saliva na cavidade oral com perda pela margem da boca. 
Causas: aumento da secreção – aftas, próteses ou disfunção da deglutição – 
paralisia cerebral. Tratamento: irradiação, cirurgia e antidepressivos tricíclicos. 
 Xerostomia: baixa secreção de saliva – boca seca. Causas: síndrome de sjogrens, 
uso de atropina, desidratação e radioterapia. Tratamento: saliva sintérica.2- Secreção Esofágica 
 
As secreções esofágicas são inteiramente mucosas e fornecem principalmente 
a lubrificação para a deglutição. O muco produzido pelas glândulas compostas no 
esôfago superior evita a escoriação da mucosa causada pela passagem de alimento, 
enquanto que as glândulas compostas localizadas próximas à junção esofagogástrica 
protegem a parede esofágica da digestão por sucos gástricos ácidos que geralmente 
refluem do estômago para o esôfago inferior. 
No processo de deglutição, o palato mole é retraído para cima e a língua 
empurra o alimento para dentro da faringe, que se contrai involuntariamente e leva o 
alimento para o esôfago, passando pelo Esfíncter Esofágico Superior, que se contrai 
logo após a passagem do alimento. Durante a deglutição, a epiglote fecha o orifício de 
comunicação com a laringe, impedindo a penetração do alimento nas vias 
respiratórias. 
O esôfago é um conduto musculoso, controlado pelo sistema nervoso 
autônomo. Assim, por meio de ondas de contrações, conhecidas 
como peristaltismo ou movimentos peristálticos, o conduto musculoso vai espremendo 
os alimentos e levando-os, semidigeridos, em direção ao estômago, passando pelo 
Esfíncter Esofágico Inferior. 
 
3- Secreções gástricas 
 Além de células secretoras de muco que revestem toda a superfície do estômago, a 
mucosa gástrica tem dois tipos importantes de glândulas: 
A) Glândulas oxínticas 
Três tipos de células: 
a) Células mucosas do cólon: secretam muco 
b) Células peptídicas: secretam grandes quantidades e diferentes tipos de 
pepsinogênio. 
A secreção de pepsinogênio ocorre em resposta a dois principais tipos de 
sinais: 
 Por acetilcolina liberada pelo plexo mioentérico. 
 Pelo ácido no estomago. Provavelmente essa estimulação não será de 
maneira direta, mas irá provocar outros reflexos nervosos para as 
células pépticas 
Maria Clara Ribeiro 
PÁGINA 10 
Quando secretado, o pepsinogênio não tem atividade digestiva. 
Entretanto, assim que entra em contato com o ácido clorídrico, o pepsinogênio 
é clivado para formar pepsina ativa. 
A pepsina atua como enzima proteolítica, ativa em meio muito ácido (pH 
ideal entre 1,8 e 3,5), assim, o HCl é tão necessário quanto a pepsina para a 
digestão de proteínas no estômago. 
 
c) Células parietais: secretam ácido clorídrico e fator intrínseco 
 Mecanismo da secreção de Ácido Clorídrico (HCl) 
A secreção desse ácido é controlada por sinais endócrinos e nervosos. 
Quando estimuladas as células parietais secretam solução ácida de 
HCl. O pH dessa solução é da ordem de 0,8. 
 
Função: Auxilia na digestão de proteínas, converte pepsinogênio em 
pepsina e possui ação bactericida. 
 
 Secreção do fator intrínseco: 
Essa substância é essencial para absorção de vitamina B12 no 
íleo do intestino delgado. 
Quando as células parietais são destruídas ocorre muitas vezes 
anemia pernidosa porque a maturação das hemácias não ocorre na 
ausência de estimulação da medula óssea pela vitamina B12. 
 A maior parte da capacidade do estomago de prevenir o 
vazamento do ácido de volta para a mucosa é atribuída à barreira 
gástrica, devido a formação de muco alcalino e junções estreitas entre 
as células epiteliais. Se essa barreira for danificada por substâncias 
tóxicas (álcool ou aspirina) o ácido secretado vaza para a mucosa de 
acordo com seu gradiente químico, lesando a mucosa gástrica. 
 
 As células parietais são controladas por outro tipo de célula 
denominada células semelhantes às enterocromafins (células ECL), 
cuja função primaria é a de secretar histamina. 
As células ECL se localizam na submucosa, muito próximas as 
glândulas oxínticas e, assim, liberam histamina no espaço adjacente às 
células parietais. A intensidade da secreção de ácido clorídrico, pelas 
células parietais, está diretamente relacionada à quantidade de 
histamina secretada pelas células ECL. Por sua vez, as células ECL são 
Maria Clara Ribeiro 
PÁGINA 11 
estimuladas a secretar histamina pelo hormônio gastrina, formando a 
porção antral da mucosa gástrica. 
A gastrina é hormônio secretado pelas células da gastrina 
(células G). Essas células ficam localizadas nas glândulas pilóricas do 
estomago. 
 
B) Glândulas pilóricas 
a) Células da gastrina (células G) 
A gastrina é peptídeo secretado em duas formas: forma grande (G-34) 
e forma menor (G-17). A menor é a mais abundante. 
Quando alimentos proteicos atingem a região antral do estômago, 
algumas das proteínas desses alimentos têm efeito estimulador das células da 
gastrina, causando a liberação de gastrina no sangue para ser transportada 
para as células ECL do estômago. 
A mistura dos sucos gástricos transporta a gastrina, rapidamente, para 
as células ELC, causando a liberação de histamina que age diretamente nas 
glândulas oxínticas, estimulando a secreção do HCl. 
b) Células mucosas superficiais 
Elas secretam grande quantidade de muco muito viscoso que recobre 
a mucosa gástrica com camada gelatinosa de muco, proporcionando, assim, 
barreira de proteção para a parede gástrica, bem como contribuindo para a 
lubrificação do transporte de alimento. 
O muco é alcalino. 
Resumo: Secreções gástricas 
- Endócrina: Gastrina / Parácrina: Histamina, prostaglandinas e somatostatina / Exócrina: Muco 
alcalino, pepsina e HCl. 
 
Observação: Síndromes Hiperclorídricas 
Úlceras (gástricas ou duodenais) / Gastrite / Esofagite de refluxo / S. Zollinger Ellison 
Maria Clara Ribeiro 
PÁGINA 12 
4- Secreção Pancreática 
As enzimas digestivas pancreáticas são secretadas pelos ácinos pancreáticos, e grandes 
volumes de solução de bicarbonato de sódio são secretados pelos duetos pequenos e maiores 
que começam nos ácinos. 
 
 
 
 
 
 
 
 Regulação da secreção pancreática: 
Três estímulos básicos são importantes na secreção pancreática: 
a) Acetilcolina: 
Liberada pelas terminações do nervo vago parassimpático e por outros nervos 
colinérgicos para o sistema nervoso entérico. 
 
b) Colecistocinina (CCK): 
Secretada pela mucosa duodenal e do jejuno superior, quando o alimento rico em 
gordura entra no intestino delgado. 
 A CCK estimula a contração da vesicula biliar, assim, ocorrendo a 
secreção de bile. 
 
c) Secretina: 
Secretada pela mucosa duodenal e jejunal 
quando alimentos muito ácidos entram no 
intestino delgado. (Estimulada pela distensão 
duodenal) 
 A secretina estimula a secreção de 
grandes volumes de solução 
aquosa de bicarbonato de sódio 
pelo epitélio do dueto pancreático 
e diminuem a peristalse, assim, as 
enzimas possuem mais tempo 
para agir e fazerem a digestão. 
 
Maria Clara Ribeiro 
PÁGINA 13 
O produto combinado de enzimas e bicarbonato de sódio flui pelo longo dueto 
pancreático que drena para o dueto hepático, imediatamente, antes de esvaziar no duodeno 
pela papila de Vater, envolta pelo esfíncter de Oddi. 
O suco pancreático é secretado de modo mais abundante, em resposta à presença de 
quimo nas porções superiores do intestino delgado. As características do suco pancreático são 
determinadas, até certo ponto, pelos tipos de alimento presentes no quimo. 
 Enzimas digestivas pancreáticas: 
A secreção pancreática contém múltiplas enzimas para digerir todos os três 
principais grupos de alimentos: proteínas, carboidratos e gorduras. 
a) Proteínas: 
Enzimas – Tripsina, quimotripsina e carboxipolipeptidase 
A tripsina e a quimotripsina hidrolisam proteínas a peptídeos de tamanhos 
variados, sem levar a liberação de aminoácidos individuais. Entretanto, a 
carboxipolipeptidase cliva alguns peptídeos até aminoácidos individuais. 
O tripsinogênio é ativado pela enzima enterocinase (secretada pela 
mucosa intestinal – quando o quimo entra em contato com a mucosa) ou 
é ativado pela própria tripsina já formada. 
O quimotripsinogênio é ativado pela tripsina. 
b) Carboidratos: 
Enzima - Amilase pancreática 
A amilase pancreática hidrolisa amidos, glicogênioe outros carboidratos 
(exceto celulose) para formar dissacarídeos e alguns trissacarídeos. 
c) Gorduras: 
Enzimas – Lipase pancreática, colesterol esterase e fosfolipase. 
A lipase pancreática é capaz de hidrolisar gorduras neutras a ácidos graxos 
e monoglicerídeos. A colesterol esterase hidrolisa ésteres de colesterol. A 
fosfolipase cliva os ácidos graxos dos fosfolipídios. 
 
 Secreção de íons bicarbonato: 
Os íons bicarbonato e água 
são secretados pelas células epiteliais 
dos duetos que se originam nos 
ácinos. 
Os íons de bicarbonato de 
sódio contribuem para a neutralização 
do quimo transportado do estomago 
para o duodeno. 
Observação: Fibrose cística 
Muco espesso / Obstrução canalicular / Pancreatite 
Menor saída de cloro para o lúmen, menor negatividade do lúmen, menor 
secreção enzimática para o duodeno (comprometimento da digestão) e ativação das 
enzimas pancreáticas dentro do pâncreas (autodigestão: pancreatite). 
 
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5- Secreção do Fígado 
Uma das muitas funções do fígado é a de secretar bile. 
 Funções da bile: 
a) A bile tem papel importante na digestão e na absorção de gorduras, pois nela há a 
presença de ácidos biliares que ajudam a emulsificar as grandes partículas de 
gordura nos alimentos a muitas partículas pequenas. Essas partículas pequenas 
serão atacadas pelas lipases secretadas no suco pancreático. Além disso, ajudam a 
absorção dos produtos finais da digestão das gorduras por meio da membrana 
mucosa intestinal. 
b) A bile serve como meio de excreção de diversos produtos do sangue, incluindo a 
bilirrubina (produto final da destruição da hemoglobina) e o colesterol em excesso. 
 
 Anatomia fisiológica da secreção biliar: 
A solução inicial é secretada pelas células principais do fígado, os hepatócitos. 
Essa secreção inicial contém grande quantidade de ácidos biliares e colesterol. 
Hepatócitos canalículos biliares septos interlobulares duetos biliares 
terminais duetos hepáticos / dueto biliar comum duodeno / vesícula biliar 
Nesse percurso pelos duetos biliares, a segunda porção da secreção hepática 
é acrescentada à bile inicial. Essa é composta por uma solução aquosa de íons sódio e 
bicarbonato, secretada pelas células epiteliais que revestem os canalículos e duetos. A 
segunda secreção é estimulada principalmente pela secretina. 
 
Observação: Armazenamento e concentração da bile na vesícula biliar 
 A bile é secretada continuamente pelas células hepáticas e em condições 
normais é armazenada na vesícula biliar até ser secretada para o duodeno. O volume 
máximo que a vesícula consegue armazenar é de apenas 30 a 60 mililitros. 
 Até 12horas de secreção de bile podem ser armazenadas, pois água, sódio, 
cloreto e outros eletrólitos podem ser absorvidos (por transporte ativo de sódio) pela 
mucosa da vesícula biliar, assim, concentrando os constituintes restantes da bile que 
são os sais biliares, colesterol, lecitina e bilirrubina. 
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 DIGESTÃO E ABSORÇÃO 
Digestão 
Os passos desde a ingestão do alimento até a absorção são os seguintes: 
 1ª Homogeneização mecânica do alimento e mistura dos sólidos ingeridos com fluidos 
secretados pelas glândulas do trato gastrointestinal. 
 2ª Secreção de enzimas digestivas que hidrolisam macromoléculas em oligômeros, 
dímeros e monômeros. 
 3ª Secreção de ácido ou base para criar um ambiente apropriado para a atividade das 
enzimas. 
 4ª Secreção de ácidos biliares para solubilizar lipídeos e facilitar a digestão e a 
absorção. 
 5ª Hidrólise de oligômeros e dímeros nutrientes por enzimas da superfície intestinal. 
 6ª Transporte de moléculas de nutrientes e de eletrólitos do lúmen do intestino através 
das células epiteliais para o sangue ou linfa (absorção) 
Secretagogos: 
São responsáveis pela regulação fisiológica da secreção após interagirem com receptores 
na superfície das células endócrinas. Podem ser: Neurotransmissores, hormônios, agentes 
farmacológicos e toxinas bacterianas. 
a) Via 1 – ativação da fosfolipase C 
Secretagogo + Receptor = Receptor ativo 
Receptor ativo + Proteína G = Desliga-se do GDP e liga-se no GTP (ativa a proteína G) 
Proteína G ativada (subunidade alfa desliga-se das demais) 
Subunidade alfa + fosfolipase C = GTP cliva em GDP (ganho de afinidade da 
extremidade alfa pelas extreminadades beta e gama) 
Volta a fosfolipase C ativa e cliva o fosfodil inositol 4,5 bifosfato em 2 fragmento: 
- IP3: abre os canais de cálcio (cálcio armazenado nas vesículas será liberado) 
- DAG: ativa proteína quinase C: altera a atividade enzimática – exocitose de 
proenzimas. 
 
b) Via 2 – ativação da adenolato ciclase ou da 
guanilato ciclase 
Secretagogo + Receptor = Receptor ativo 
Receptor ativo + Proteína G = Proteína G ativa 
GDPGTP 
Separação da subunidade alfa que se liga ao 
adenilato ciclase 
Adenilato ciclase forma AMP a partir de ATP 
AMPc ativa PKA 
PKA fosforila as enzimas – liberação enzimas 
 
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1- Carboidratos 
Existem apenas três fontes principais de carboidratos na dieta humana normal. 
a) Sacarose: dissacarídeo popularmente conhecido como açúcar de cana. 
b) Lactose: dissacarídeo encontrado no leite 
c) Amidos: grandes polissacarídeos presentes em quase todos os alimentos 
de origem não animal, particularmente nas batatas e nos diferentes tipos 
de grãos. 
d) Outros carboidratos ingeridos em menor quantidade são: amilose, 
glicogênio, álcool, ácido lático, ácido pirúvico, pectinas e dextrinas. 
Observação: Celulose é carboidrato, entretanto, nenhuma enzima capaz de 
hidrolisar a celulose é secretada no trato digestivo humano. 
 Digestão de carboidratos na Boca 
Quando o alimento é mastigado, ele se mistura com a saliva, 
contendo a enzima digestiva ptialina (amilase), secretada, em sua 
maior parte, pelas glândulas parótidas. 
Ptialina: hidrolisa o amido no dissacarídeo maltose. 
Não mais do que 5% dos amidos terão sido hidrolisados até a 
deglutição do alimento. 
 Digestão de carboidratos no Estômago 
A digestão do amido continua no corpo e no fundo do 
estômago por até 1 hora, antes do alimento ser misturado às 
secreções gástricas. 
A atividade da amilase salivar é bloqueada pelo ácido das 
secreções gástricas, já que a amilase é inativa como enzima quando o 
Ph do meio cai abaixo de 4,0. 
Contudo, antes do alimento e da saliva estarem misturados as 
secreções gástricas, até 30% a 40% dos amidos terão sido hidrolisados 
para formar maltose. 
 Digestão de carboidratos no Intestino Delgado 
Entre 15 a 30 minutos depois do quimo ser transferido do 
estômago para o duodeno e se misturar com o suco pancreático, 
praticamente todos os carboidratos terão sido digeridos. 
Em geral, os carboidratos são convertidos em maltose e outros 
pequenos polímeros de glicose, antes de passar além do duodeno ou 
do jejuno superior. 
 Hidrólise de dissacarídeos e de pequenos polímeros de glicose em 
monossacarídeos por enzimas do epitélio intestinal: 
Os Enterócitos que revestem as vilosidades do intestino 
delgado contem quatro enzimas: lactase, sacarose, maltase e 
dextrinase. 
Essas enzimas são capazes de clivas os dissacarídeos de 
lactose, sacarose, maltose e outros pequenos polímeros de glicose nos 
seus monossacarídeos. 
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o Produto final: 
- Glicose: 
80% 
- Galactose e 
frutose: 
raramente 
apresentam, 
cada uma, 
mais de 10% 
dos produtos 
da digestão 
dos carboidratos 
 
2- Proteínas 
As proteínas da dieta são cadeias de aminoácidos conectados por ligações 
peptídicas. 
 Digestão das proteínas no Estômago: 
HCl: mata microorganismos, desnatura proteínas e cria o 
ambiente ideal para a pepsina 
Enzima pepsina: É ativa em pH de 2,0 a 3,0 e é inativa a pH 
acima de 5, 0. Consequentemente, para que essa enzima tenha ação 
digestiva sobre a proteína, os sucos gástricosprecisam ser ácidos. 
As glândulas gástricas possuem células parietais (oxínticas) 
que secretam ácido clorídrico que tem pH em torno de 0,8. Ao se 
misturar com o conteúdo gástrico e a secreção das glândulas não 
oxínticas do estômago o Ph fica entre 2,0 e 3,0, faixa favorável para a 
atividade da pepsina. 
A pepsina tem capacidade de digerir a proteína colágeno. 
A pepsina apenas inicia o processo da digestão das proteínas, 
promovendo 10% a 20% da digestão total das proteínas para converte-
las em proteoses, peptonas e outros polipeptideos. 
 
 
 
 
 
 
 
LOCAL SUBSTRATO ENZIMA PRODUTO 
Glândulas salivares Amidos 
Glicogênio 
Dextrinas 
Amilase salivar Maltose 
Maltotriose 
Dextrinas 
Pâncreas Amidos 
Glicogênio 
Dextrinas 
Amilase 
pancreática 
Maltose 
Maltoriose 
Dextrinas 
Intestino delgado Maltose Maltase Glicose 
Intestino delgado Sacarose Sacarase Glicose 
Frutose 
Intestino delgado Lactose Lactase Glicose 
Galactase 
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 Secreção pancreática: 
Grande parte da digestão das proteínas ocorre no intestino 
delgado superior, duodeno e jejuno, sob a influência de enzimas 
proteolíticas da secreção pancreática. 
Enzimas proteolíticas pancreáticas: 
tripsina, quimotripsina, carboxipolipeptidase 
e proelastase. 
Tripsina e quimiotripsina: clivam as 
moléculas de proteína em pequenos 
polipeptídeos. 
Carboxipolipeptidase: libera 
aminoácidos individuais dos terminais 
carboxila dos polipeptideos. 
Proelastase: é convertida em elastase 
que, então, digere as fibras de elastina 
abundantes em carnes. 
 
 Digestão de peptídeos por peptidases nos Enterócitos que revestem as 
vilosidades do intestino delgado: 
O último estágio nas digestão 
das proteínas, no lúmen intestinal, é 
feito pelos Enterócitos que revestem as 
vilosidades do intestino delgado, 
especialmente no duodeno e no jejuno. 
Essas células apresentam borda em 
escova, que consiste em centenas de 
microvilosidades que se projetam na 
superfície de cada célula. 
Nas membranas de cada uma 
dessas microvilosidades encontram-se 
múltiplas peptidases. 
Tipos de peptidases: 
- Endopeptidades: quebram 
ligações internas e liberam peptídeos. 
- Exopeptidades: removem um 
aminoácido de cada vez da extremidade 
C-terminal (carboxipeptidades) ou do N-
terminal (aminopeptidades) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3- Lipídeos 
As gorduras mais abundantes da dieta são as gorduras neutras, também 
conhecidas como triglicerídeos, estes são formados por glicerol esterificado 
com três moléculas de ácidos graxos. A gordura neutra é um dos principais 
constituintes dos alimentos de origem animal. – 90% 
Existem também quantidades pequenas de fosfolipídios, colesterol e 
ésteres de colesterol. Os fosfolipídios e os ésteres de colesterol contem ácidos 
graxos. Já o colesterol é um composto esterol que não contem ácido graxo, 
mas exibe características químicas e físicas das gorduras. – 10% 
 Digestão de gorduras no Estômago: 
Pequena quantidade de triglicerídeos é digerida no estomago pela 
lipase lingual secretada pelas glândulas linguais na boca e deglutida 
com saliva. 
Essa digestão é menor que 10%. 
 Digestão de gorduras no Intestino: 
a) Primeira etapa na digestão da gordura por ácidos biliares e lecitina 
Quebra física dos glóbulos de gordura em partículas pequenas, 
de maneira que as enzimas digestivas hidrossolúveis possam agir 
nas superfícies das partículas. Esse processo é denominado 
emulsificação da gordura e começa pela agitação no estomago 
que mistura gordura com os produtos da secreção gástrica. 
A maior parte da emulsificação ocorre no duodeno, sob a 
influência da bile. A bile contém grande quantidade de sais biliares, 
assim como o fosfolipídio e a lectina. 
b) Os triglicerídeos são digeridos pela lipase pancreática 
A enzima mais importante para a digestão dos triglicerídeos é 
a lipase pancreática, presente no suco pancreático. 
Observação: Os Enterócitos do intestino delgado contem a lipase entérica, 
mas esta não é normalmente necessária. 
c) Os produtos finais da digestão de gordura são ácidos graxos livres 
Grande parte dos triglicerídeos é hidrolisada pela lipase 
pancreática em ácidos graxos livres e 2-monoglicerídeos. 
d) Os sais biliares formam micelas que aceleram a digestão de 
gorduras 
O acumulo de monoglicerídeos e de ácidos graxos livres na 
vizinhança do que está sendo digerido impede a continuação da 
digestão. 
Os sais biliares tem o importante papel adicional de remover 
os monoglicerídeos e os ácidos graxos das adjacências das 
partículas em digestão, quase tão rapidamente quanto esses 
produtos da digestão são formados. 
e) Digestão dos ésteres de colesterol e dos fosfolipídios 
Tanto os ésteres de colesterol como os fosfolipídios são 
hidrolisados por duas outras lipases na secreção pancreática que 
liberam ácidos graxos. Enzima hidrolase de éster de colesterol e 
enzima fosfolipase A2. 
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Absorção 
 As pregas de kerckring, vilosidades e microvilosidades aumentam a área de absorção 
da mucosa por quase 1000 vezes. 
 Estômago: 
É área de pouca absorção, pois não tem as vilosidades típicas da membrana 
absortiva e porque as junções estreitas entre as células epiteliais tem baixa 
permeabilidade. 
Apenas algumas poucas substancias, muito lipossolúveis, tais como álcool e 
alguns fármacos, como a aspirina, são absorvidas em pequenas quantidades. 
 Intestino Delgado: 
a) Absorção de água por osmose 
Absorção isosmótica. 
A água é transportada, através da membrana intestinal, inteiramente por 
difusão. A difusão obedece as leis usuais da osmose. Portanto, quando o quimo está 
suficientemente diluído, a água é absorvida através da mucosa intestinal, pelo sangue 
das vilosidades por osmose. 
b) Absorção de íons 
 Sódio 
A força motriz da absorção de sódio é dada pelo transporte ativo do 
íon das células epiteliais, através das membranas basolateiras, para os 
espações paracelulares. 
A aldosterona intensifica a absorção de sódio no cólon. 
 Cloreto 
A absorção é rápida e se dá, principalmente por difusão. É absorvido 
pela membrana da borda em escova de partes do íleo e do intestino grosso. 
 Bicarbonato 
É absorvido de modo indireto no duodeno e no jejuno. 
c) Nutrientes 
 Carboidratos 
São absorvidos em sua maior 
parte como monossacarídeos (o mais 
abundante é a glicose). 
- Glicose e Galactose: é 
transportada por mecanismo de 
cotransporte com o sódio. 
- Frutose: é transportada por 
difusão facilitada (não acoplada ao 
sódio). 
 
 
 
 
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 Proteínas 
São absorvidas como dipeptídeos, tripeptídeos ou aminoácidos. 
Absorção ocorre através das membranas luminais das células do 
epitélio intestinal. Utilização do mecanismo de cotransporte com o sódio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Gorduras 
Quando monoglicerídeos e ácidos graxos são incorporados contra as 
micelas de sais biliares, são carreados para a borda em escova das células 
intestinais. As micelas penetram os espações entre os vilos. Os 
monoglicerídeos e ácidos graxos se difuntem das micelas para as membranas 
das células epiteliais. 
Depois de entrar na célula epitelial, os ácidos graxos e os 
monoglicerídeos são captados pelo reticulo endoplasmático liso (REL) da 
célula. Assim, serão usados para formar novos triglicerídeos que serão, sob a 
forma de quilomícrons, transferidos para os lactíferos das vilosidades. Pelo 
dueto linfático torácico, os quilomícrons são transferidos para o sangue 
circulante. 
Pequenas quantidades de ácidos graxos de cadeias curtas e medica, 
como os da gordura do leite, são absorvidos diretamente pelo sangue porta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Intestino grosso 
Grandeparte da absorção no intestino grosso se dá na metade proximal do cólon, o que 
confere a essa porção o nome do cólon absortivo, enquanto o cólon distal funciona 
principalmente no armazenamento das fezes até o momento propício para a sua excreção e, 
assim, é denominado cólon de armazenamento. 
a) Absorção e Secreção de eletrólitos e água. 
 Eletrólitos 
A mucosa do intestino grosso tem alta capacidade de absorver 
ativamente o sódio e também tem diferença de potencial elétrico gerada pela 
absorção do sódio, assim promovendo a absorção do cloreto. 
 
 Água 
A absorção de íons sódio e cloreto cria um gradiente osmótico, através 
da mucosa do intestino grosso, o que, por sua vez, leva à absorção de água. 
b) Composição das fezes 
¾ de água; 
¼ de matéria sólida (30% de bactérias mortas, 10% a 20% de gordura, 10% a 
20% de matéria inorgânica, 2% a 3% de proteínas e 30% de restos indigeridos dos 
alimentos e constituintes secos dos sucos digestivos) 
A cor marrom das fezes é causada pelas estercobilina e urobilina, derivadas da 
bilirrubina

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