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SISTEMA REPRODUTOR FISIOLOGIA E BIOQUÍMICA Maria Clara Ribeiro | Medicina | 2018.1 Maria Clara Ribeiro PÁGINA 1 MASCULINO As funções reprodutoras masculinas podem ser divididas em três subdivisões: 1. Formação do sêmen 2. Ato sexual 3. Regulação das funções reprodutoras masculinas por vários hormônios. Formação do Sêmen Durante a formação do embrião, as células germinativas primordiais migram para os testículos e tornam-se células germinativas imaturas (espermatogônias) que estão localizadas na parede do túbulo seminífero. Na puberdade as espermatogônias passam por divisões mitóticas, proliferando e se diferenciando. Estágios: 1ª Etapa: Espermatogênese Espermatogônias migram entre as células de sertoli em direção ao lúmen central dos túbulos seminíferos. A espermatogônias que cruza a barreira até de a camada das células sertoli é progressivamente modificada e alarg ada, formando espermatócitos primários. Cada espermatócito passa por divisão meiótica para formar dois espermatócitos Poucos secundários. dias depois os espermatócitos secundários se dividem em espermátides. : ( Maria Clara Ribeiro PÁGINA 2 2 ª Etapa: Espermiogênese Beta estadiol (estrogênio) proveniente da testosterona estimula que as espermátides comecem a se diferenciar com rapidez e se alongar formando os espermatozoides. Acrossomo: Enzimas proteolíticas (hialuronidase – possibilita a entrada do espermatozoide no ovócito) Flagelo • Axonema: 11 Microtúbulos – movimento direcional • Membrana celular fina • Conjunto de mitocôndrias (corpo da cauda) – produção de ATP 3ª Etapa: Maturação do espermatozoide – Epidídimo Após o espermatozoide permanecer no epidídimo por 18 a 24 horas, ele desenvolve a capacidade da mobilidade. Funções do Epidídimo • Armazenar o espermatozoide por até 1 mês • Conferir a motilidade (ocorre a ativação da CAtSPer – Canal de cálcio da parte principal da cauda) • Secreta proteínas inibitórias da motilidade • O pH é ácido, o que também inibe a motilidade Expressão de receptores alfatórios (quimiotaxia) • Capacidade de fertilização do espermatozoide 4ª Etapa: Vesícula seminal – Glândula anexa Cada vesícula seminal é um tubo tortuoso revestido por epitélio secretor que secreta (60% do volume do sêmen) material mucoso contendo: • Frutose e outras substancias nutritivas em abundância. • Prostaglandinas: Aumenta a peristalse do trato reprodutor feminino, amolece o colo uterino favorecendo a penetração do sêmen. • Fibrinogênio: Coagulação do sêmen Durante o processo de emissão e de ejaculação, cada vesícula seminal esvazia seu conteúdo no ducto ejaculatório, imediatamente, após o canal deferente ter despejado os espermatozoides. 5ª Etapa: Próstata Secreta liquido fino e leitoso que contém cálcio, íon citrato, íon fosfato, uma enzima pró coagulante e uma pró-fibrinolisina. Durante a emissão, a capsula da próstata se contrai Maria Clara Ribeiro PÁGINA 3 simultaneamente com as contrações do canal deferente de modo que o liquido da próstata seja adicionado ao sêmen. • Fornece 30% do volume do sêmen e dá o aspecto opaco. • Secreção alcalina – produção de um meio alcalino que protege o espermatozoide contra a acidez da vagina e dá motilidade ao espermatozoide (ph 7,5) • PSA (pró-fibrinolisina): Antígeno prostático especifico – protease que liquefaz o sêmen alguns minutos depois de ejaculado. Observação: Glândulas bulboretrais Quando ativadas pelo sistema nervoso parassimpático (exceção), secretam muco alcalino. Função: • Lubrificação • Correção de pH • Limpeza da uretra para receber o sêmen O sêmen: Composto de liquido (10% canal deferente, 60% vesícula seminal, 30% próstata e pequenas quantidades das glândulas bulboretrais) e de espermatozoides. Maria Clara Ribeiro PÁGINA 4 Hormônios O LH e o FSH são glicoproteínas. Eles exercem seus efeitos sobre os tecidos-alvos nos testículos. Os dois hormônios gonadrotrópicos são secretados pelas mesmas células da hipófise anterior (gonadotropos) quando são estimulados pela secreção de GnRH pelo hipotálamo. LH • Estimula as células de leydig a secretarem testosterona. • Feedback negativo • Inibido pela testosterona que diminuem a secreção de GnRH pelo hipotálamo. FSH • Liga-se a receptores específicos associados às células de sertoli nos túbulos seminíferos – Espermatogênese. • Feedback negativo Secreção Os testículos secretam muitos hormônios sexuais masculinos, chamados de androgênios (testosterona, di-hidrotestosterona e androstenediona). Quando estimulada pelo LH, a testosterona é formada pelas células intersticiais de Leydig situadas no interstício entre os túbulos seminíferos. Essas células são praticamente inexistentes nos testículos durante a infância, época em que os testículos quase não secretam testosterona. Fora isso, elas são numerosas no recém-nascido do sexo masculino nos primeiros meses de vida e no homem adulto após a puberdade. Maria Clara Ribeiro PÁGINA 5 Metabolismo da testosterona Após a secreção pelos testículos, aproximadamente 97% da testosterona se liga fracamente à albumina chamada de globulina ligada ao hormônio sexual e, assim, circula no sangue. A maior parte da testosterona que se fixa aos tecidos é convertida nas células dos tecidos em di-hidrotestosterona, especialmente em certos órgãos-alvo. Desenvolvimento fetal O cromossomo masculino codifica uma proteína SRY que inicia a cascata de ativações genéticas que faz com que as células do tubérculo (crista) genital se diferenciem em células que secretem testosterona e, por fim, formem testículos. A testosterona começa a ser secretada pelos testículos na sétima semana de vida embrionária. Assim, a testosterona secretada pelas cristas genitais e, posteriormente, pelos testículos fetais, é responsável pelo desenvolvimento das características do corpo masculino, incluindo formação do pênis, do saco escrotal, próstata e vesícula seminal. Observação: • Criptorquidismo - Quando os testículos não descem para a bolsa escrotal são expostos à altas temperaturas. - O testículo na cavidade abdominal pode levar ao carcinoma - Pode haver lesão do epitélio do túbulo seminífero – infertilidade - Células de Leydig são mais resistentes – produzem testosterona Maria Clara Ribeiro PÁGINA 6 Desenvolvimento das características adultas primarias e secundárias - Após a puberdade Efeitos sistêmicos da testosterona e derivados: Testosterona: • Testículos – células de sertoli: Espermiogênese • Pelos: Induz o crescimento de pelos • Voz: Produz hipertrofia da mucosa laríngea e alargamento da laringe. • Pele: Aumenta a espessura da pele e aumenta a rigidez dos tecidos subcutâneos. Além disso, aumenta a secreção das glândulas sebáceas do rosto resultando em acne. • Músculos: Aumenta a formação de proteínas e desenvolvimento muscular. • Ossos: Aumenta a matriz óssea e induz a retenção de cálcio. • Sangue: Aumenta as hemácias • Compromete negativamente o perfil lipídico DHT (di-idrotestosterona): • Aumenta a próstata • Comportamento agressivo • Calvície • Engrossamento da pele • Aumento da produção de sebo (acne) • Crescimento dos órgãos sexuais Estradiol: • Preserva a massa óssea • Fechamento das epífises ósseas • Melhora a resposta insulínica • Melhora o perfil lipídico Maria Clara Ribeiro PÁGINA 7 Ato sexual Estágios: 1ª Etapa: Ereção Peniana O grau de ereção é proporcional ao grau de estimulação, seja psíquicoou físico. A ereção é causada por impulsos parassimpáticos que passam da região sacral da medula espinhal pelos nervos pélvicos para o pênis. Essas fibras nervosas parassimpáticas, diferente das outras, liberam: • Acetilcolina • Peptídeo intestinal vasoativo • Óxido nítrico: Ativa a enzima guanilil ciclase, causando maior formação de monofosfato cíclico de guanosina (GMP). O GMP cíclico relaxa as artérias do pênis e as malhas trabeculares das fibras musculares lisas no tecido erétil dos corpos do pênis. Quando os músculos lisos vasculares relaxam, o fluxo sanguíneo para o pênis aumenta, causando a liberação de óxido nítrico das células endoteliais vasculares e posterior vasodilatação. O tecido erétil do pênis consiste em grandes sinusóides cavernosos que normalmente não contêm sangue, mas se tornam tremendamente dilatados quando o fluxo sanguíneo arterial flui rapidamente para ele sob pressão, enquanto a saída venosa diminui. Esse fenômeno é o da ereção. Maria Clara Ribeiro PÁGINA 8 2ª Etapa: Lubrificação Os impulsos parassimpáticos durante a estimulação sexual induzem a secreção mucosa pelas glândulas uretrais e bulburetrais. Esse muco flui pela uretra e auxilia a lubrificação durante a relação sexual. 3ª Etapa: Emissão Quando o estimulo sexual fica extremamente intenso, os centros reflexos da medula espinhal começam a emitir impulsos simpáticos que deixam a medula e passam para os órgãos genitais por meio dos plexos nervosos simpáticos hipogástrico e pélvico, iniciando a emissão precursora da ejaculação. A emissão começa com a contração do canal deferente e da ampola promovendo a expulsão do espermatozoide para a uretra interna. As contrações (alfa1) da camada muscular da próstata e as contrações das vesículas seminais expelem os líquidos prostático e seminal também para a uretra, forçando os espermatozoides para frente. Todos esses líquidos se misturam na uretra interna com o muco já secretado pelas glândulas bulbouretrais formando o sêmen. O processo até esse ponto é chamado de emissão. 4ª Etapa: Ejaculação O enchimento da uretra interna com o sêmen provoca sinais sensoriais que são transmitidos pelos nervos pudendo para as regiões sacrais da medula espinhal. As contrações rítmicas dos órgãos genitais internos e dos músculos isquiocarvernoso e bulbocavernoso, que comprimem as bases do tecido erétil peninano, causadas por impulsos simpáticos, induzem aumentos rítmicos e ondulatórios da pressão do tecido erétil do pênis, dos ductos genitais e da uretra, que ejaculam o sêmen da uretra para o exterior. Maria Clara Ribeiro PÁGINA 9 FEMININO Ovário Dividido em: a) Porção hiliar - Penetração dos vasos sanguíneos que irão nutrir b) Córtex - Parte mais externa - Composto por folículos ovarianos c) Medula - Parte mais central - Vasos sanguíneos - Musculo liso Unidade funcional – Folículo ovariano: a) Células foliculares - Passam por um processo de diferenciação - Células foliculares vão criando camadas b) Oócito - Gameta feminino - Armazenado nas células foliculares Atresia: • Não compromete a vida reprodutora • Processo fisiológico de morte celular programada • Apresenta perdas da mulher desde a vida intrauterina até o esgotamento total Maria Clara Ribeiro 10 Função gametogênica Desenvolvimento do ovócito Vida intra-uterina: • Período de multiplicação - Só na vida intrauterina - Células primordiais germinativas formam células ovogônias (diploides) que sofrem mitoses (7 milhões) • Período de crescimento - Formação do ovócito primário que inicia a meiose e para em prófase - Ovócito primário quando envolto pela primeira camada celular forma o folículo primordial – início da atresia Nascimento: • 2 milhões de folículos ovarianos – não aumenta mais. • Processo de atresia • Puberdade – 400 mil folículos Maria Clara Ribeiro PÁGINA 11 PÁGINA Desenvolvimento folicular Vida intrauterina - Folículo primordial Oócito primário envolto por uma camada de células precursoras das células granulosas (fusiformes) e lamina basal pequena. Nascimento: 1. Folículo primário Ocorre aumento do oócito em tamanho Células da granulosa ficam mais desenvolvidas – cuboides Formação da zona pelúcida 2. Folículo secundário / Pré-antral Aumenta a quantidade de células da granulosa Não apresenta antro Ovócito primário Aparecem a células da teca: • Teca interna: Próximo à membrana basal • Teca externa: Afastada da membrana basal Puberdade: 1. Folículo Antral 2mm Apresenta antro Cavidade que surge por separação das camadas celulares • Cavidade: Liquido antral – material nutritivo • Liquido: Sai junto com o ovócito secundário no processo de ovulação e apresenta função de favorecer a captação das fimbrias. Recrutamento folicular A cada ciclo 20 foliculos de antral são recrutados Apenas um folículo será o dominante – 5mm - e irá conseguir crescer e liberar o gameta (outros 19 entram em atresia) • O folículo dominante tem mais receptor para FSH e ele continua a crescer mesmo com níveis reduzidos de FSH, isso acontece por retroalimentação negativa pelos altos níveis de estrogênio. • Tem mais células esteroidogênicas: Produz mais estrogênios ajudando no seu próprio crescimento. • Produz o VEGF (fator de crescimento endotelial): Aumenta o número de vasos e fluxo sanguíneo para o folículo – nutrição Maria Clara Ribeiro 12 2. Folículo maduro (Graaf) 20mm Origina pelo rápido processo de maturação (14 dias – ciclo atual) Polarização do gameta Ovócito Secundário Diferenciação das células da granulosa: Células murais: Função Parte externa do folículo Permanecer após a ovulação Função: esteroidogênica Células do cumulus: Envolve o ovócito secundário Formará a corona radiata Função: Facilita o processo de captação do ovócito pelas fimbrias junto ao liquido antral. Função esteroidogênica Fase folicular – maturação LH: • Células da Teca: Receptores para LH Apresenta função esteroidogênica Irá produzir de androstenodiona/testosterona através do colesterol Maria Clara Ribeiro PÁGINA 13 PÁGINA FSH: • Células da granulosa: Receptores para FSH O FSH ativa sinalização intracelular e faz a expressão da aromatase Androstenodiona/testosterona migram para as células da granulosa sofrem ação da aromatase e são convertido em estrogênios (B-estradiol: estrogênio mais potente) Função: Conversão (não apresenta função esteroidogênica nesse momento) Estrogênios: • Inibe o FSH • Importante para o desenvolvimento do folículo • Sistemicamente, determina as características sexuais femininas • Modulação da secreção de GnRH Ocorre na fase inicial Secreção de estrogênio ativa as B-endorfinas inibe a via de noradrenérgica inibe a via hipotalâmica de liberar gonadotrofinas (motivo de não ter muito FSH e LH no início do ciclo) • Pico do LH: Próximo a ovulação Não existe um freio que seria a produção de progesterona Altos níveis de estrogênio ativa via dopaminérgicas e via gabaergicas inibe Benforfinas ativam a via noradrenérgica aumenta a secreção de LH Fase lútea FSH: Induz a expressão de receptores para o LH LH: Promove a esteroidogênese da granulosa e converte o colesterol em progesterona que migra para a circulação Progesterona: • Inibe o LH • Prepara o corpo para a gestação – hormônio da gestação • Processo de Decidualização (prepara o endométrio para receber o blastocisto) • Inibe a atividade uterina Maria Clara Ribeiro PÁGINA14 • Promove a fase secretora do endométrio • Aumenta o fluxo sanguíneo – artérias espiraladas • Prepara um endométrio secreto para a implantação do embrião • Aumenta a adesividade do endométrio ao blastocisto • Aumenta as glândulas uterinas • Aumenta a quantidade de lipídeos e glicogênio. Ciclo mensal feminino 1. Mestruação Ocorre de 3 a 5 dias Fibrinolisina: impede a formação de coagulo Sangue arterial 70% Sangue venoso 30% 2. Fase folicular - proliferativa Após a menstruação o endométrio perde o estrato funcional (raso) Estrogênica O estrogênio irá realizar um efeito de proliferação (crescer o estrato funcional) do endométrio uterino Altos níveis de estrogênio – Pico de LH 3. Ovulação – entre as duas fases Pico de LH Progesterona Angiogênese (aumento do fluxo sanguíneo – estravazamento de liquido) Aumento do volume do folículo • Formação do Estigma Ruptura da granulosa do cumulus da granulosa mural • Prostaglandinas (Reação inflamatória) - Ativação de colagenase e enfraquecimento da parede ovariana - Contração das células musculares lisas ovarianas Período fértil: - Dia da ovulação pode variar de 2 dias para mais e para menos. - Ovócito secundário (24h) + Viabilidade dos gametas (48h após a ejaculação) 4. Fase lútea – secretora Duração de 14 dias Progesterônica Visa preparar o corpo para a gestação Formação do corpo lúteo – corpo amarelo • Ocorre invasão lipídica • Mistura das células da teca com as da granulosa Maria Clara Ribeiro PÁGINA 15 • Grande produção hormonal - Hormônios esteroidais: Progesterona (principal) e Estrogênio - Hormônios proteicos: Inibina A e Relaxina 5. Ausência de fecundação Redução das gonadotrofinas Não tem como manter o corpo lúteo – involui e forma o corpo albicans Redução dos níveis de progesterona e estrogênio Descamação do endométrio funcional Menstruação 6. Presença de fecundação Ovócito secundário sofre ovulação O rompimento da corona radiata por um spz impede a penetração de outro devido a liberação de uma substancia. Ovulo percorre a trompa até chegar ao endométrio com o auxílio da contração da musculatura lisa e produção de substancias nutricionais. 6 dias após a fecundação ocorre a nidação (blastocisto com endométrio) Trofoblasto diferencia em sinciciotrofoblasto: produz B-HCG Beta HCG: Hormônio glicoproteico produzido pelo tecido pré-placentario (sinciciotrofoblasto) Relaciona-se aos enjoos matinais Função: o Manter o corpo lúteo e a produção de estrogênio e progesterona até a placenta assumir a produção dos esteroides (8ª semana) o Impedir a ovulação o Diagnóstico de gravidez Placenta: Órgão e tecido produtor de hormônios temporários Hormônios produzidos: o Beta HCG (menor quantidade comparada ao início da gravidez) o Estrogênio (não é direto do colesterol, assim, converte precursores o Progesterona o Lactogênico placentário ▪ Produz na mãe resistência à insulina (poupa glicose para o feto) ▪ Produz lipólise materna (fonte de gordura para o feto) ▪ Produz proteólise materna (fonte de aminoácidos para o feto) – última opção o Tireotrofina coriônica ▪ Estimula a tireoide a secretar T3 e T4 Maria Clara Ribeiro PÁGINA 16 Efeitos dos hormônios sexuais femininos Progesterona • Endométrio: Prepara para a nidação • Muco cervical: Muco espesso impede o sptz de entrar • Miométrio: Relaxa o miométrio e protege a gestação • Mamas: Efeito mamogênico • Trompas: Secreção mucosa, nutrição e movimento do embrião • Temperatura: Aumento da temperatura Estrogênios Mamas: Efeito mamogênico e pigmentação da aréola Esqueleto: - Preservação da massa óssea - Crescimento e fechamento das epífises SNC: - Efeito Antidepressivo e preservação da memória Efeitos metabólicos - Deposição de gordura no quadril e mamas Cardiovascular: - Vasodilatação - Aumento do HDL e redução do LDL Pele e pelos: - Aumento da resistência da pele e distribuição pilosa feminina Aparelho reprodutor: - Deposição de gordura no púbis e nos lábios da vulva - Altera o epitélio vaginal para estratificado (resistência aos traumas e infecções) - Aumenta a produção de ácido lático, mantendo um pH ácido na vagina - Crescimento do útero, trompas e vagina (aumenta o endométrio) - Aumenta a atividade ciliar e contração das trompas de falópio - Aumenta a produção de muco cervical fluido que favorece o ato sexual e a penetração do espermatozoide Maria Clara Ribeiro PÁGINA 17 Fases da vida reprodutora feminina 1ª – Puberdade • Período de alterações funcionais que determinam o estabelecimento dos caracteres sexuais secundários • Início da vida reprodutora da mulher • Depende das gonadotrofinas 2ª - Menarca • Primeira menstruação 3ª – Menacme • Período fértil da mulher 4ª – Menopausa • Última menstruação (ultimo fluxo menstrual seguido de um período de 12 meses sem menstruação) • Após a menopausa a mulher reduz drasticamente os níveis de estrogênio, sendo que a mulher continua produzindo estrogênio do tipo estranona pela glândula adrenal. (Quando a mulher apresenta maior quantidade de tecido adiposo, sua menopausa ocorre de forma melhor do que a de uma mulher muito magra) 5ª – Climatério • Transição entre o período reprodutivo e não reprodutivo (período que antecede a menopausa – anos - e um ano após a mesma. Doenças do Sistema Reprodutor Maria Clara Ribeiro PÁGINA 18 Masculino 1. Hipogonadismo Hipogonadotrófico - Secundário/Terciário: LH e FSH são baixas devido a uma incapacidade do hipotálamo a secretar quantidades normais de GnRH (Terciário) ou devido alguma alteração que resulta na hipófise a não secretar níveis normais de FSH e LH (secundário). Isso resulta em hipogonadismo fazendo com que haja níveis baixos de testosterona. Síndrome de Kallmann Causas: - Processos infiltrativos - Tumores hipofisários - Doenças agudas graves - Estresse - Malnutrição - Excesso de exercício físico Características: - Distribuição lipídica semelhante à da mulher - Dificuldade de sentir cheiros (distúrbios olfatórios) Síndrome de Frolich Características: - Hiperfagina (vontade de comer): centro da fome atingindo. - Gonada atrofiada (subdesenvolvimento dos testículos) - Não há produção de testosterona - Infertilidade 2. Disfunção Erétil Caracterizada pela incapacidade do homem em desenvolver ou manter uma ereção de rigidez suficiente para relação sexual satisfatória. Trauma nos nervos parassimpáticos devido a cirurgia de próstata, problemas neurológicos, níveis deficientes de testosterona e alguns fármacos (antidepressivos, álcool e nicotina) podem contribuir para isso. Em homens com mais de 40 anos é mais frequente devido a distúrbios vasculares adjacentes, fluxo sanguíneo e formação de oxido nítrico ficam prejudicados. Esses distúrbios podem ocorrer devido a hipertensão, diabetes e aterosclerose, pois diminuem a capacidade de dilatação dos vasos do corpo, incluindo do pênis. Maria Clara Ribeiro PÁGINA 19 3. Clamídia Clamídia é a doença sexualmente transmissível (DST) de maior prevalência no mundo. Ela é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que pode infectar homens e mulheres e ser transmitida da mãe para o feto na hora do parto. A infecção atinge especialmente a uretra e órgãos genitais, mas pode acometer a região anal, a faringe e ser responsável por doenças pulmonares. • Homens: A bactéria pode causar inflamações nos epidídimos (epididimite) e nos testículos (orquite), capazes de promover obstruções que impedem a passagem dos espermatozoides.• Mulheres: O risco é a bactéria atravessar o colo uterino, atingir as tubas uterinas provocar a doença inflamatória pélvica (DIP). Esse processo infeccioso pode ser responsável pela obstrução das tubas e impedir o encontro do óvulo com o espermatozoide, ou então dar origem à gravidez tubária (ectópica), se o ovo fecundado não conseguir alcançar o útero. 4. Criptorquidismo É quando os testículos permanecem na cavidade abdominal e não migram para a bolsa escrotal. Assim, os testículos ficam expostos a temperaturas mais elevadas prejudicando a formação de espermatozoides. Vale ressaltar que caso os testículos não realizem essa migração até o 6 mês de vida, o indivíduo será sujeito a uma cirurgia de até no máximo um ano de idade para evitar que se torne infértil o Características: - Infertilidade - Altas chances de neoplasias - Torção testicular - Mudança do epitélio testicular Feminino 1. Hipogonadismo Manifestações a curto prazo: • Aproximadamente 90% das mulheres experimenta mudanças no seu ciclo menstrual habitual nos 4 a 8 anos que antecedem a menopausa. • A sintomatologia mais característica do período climatérico é a vasomotora (afrontamentos e suores nocturnos), constituindo a queixa mais frequente da mulher na peri e pós-menopausa. • Dificuldades no sono aumentam durante o climatério, com uma prevalência na perimenopausa entre os 33% a 51%. • Hipoestrogenismo da pós-menopausa, reflecte-se, a este nível, numa série de alterações tróficas. Desta mudança genitourinária resultam condições conhecidas como vulvovaginite e cistite atróficas. Apresentem, assim, sintomatologia decorrente de atrofia genitourinária. https://drauziovarella.com.br/videos-3/radio/dst/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/uretra/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/uretra/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/uretra/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/uretra/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/faringe/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/faringe/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/faringe/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/faringe/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/testiculo/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/testiculo/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/testiculo/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/testiculo/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/testiculo/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/utero/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/utero/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/utero/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/tuba-uterina/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/tuba-uterina/ https://drauziovarella.com.br/corpo-humano/tuba-uterina/ Maria Clara Ribeiro PÁGINA 20 Manifestações a longo prazo: osteoporose, resistência insulínica, doença cardiovascular,hipertensão arterial. Inicialmente, no período da transição menopausal, os ovários vão se tornando menos sensíveis aos estímulos gonadotróficos. Os folículos diminuem a produção de inibina e estradiol. O FSH se eleva, pela diminuição de inibina, e provoca uma hiperestimulação folicular, podendo ocorrer algumas vezes ovulações precoces e encurtamento da fase folicular, sem alteração da fase lútea. O estradiol sofre flutuações importantes, chegando muitas vezes a elevar-se consideravelmente. Nesta fase o LH pode permanecer inalterado. A produção hormonal de estrogênios e de androgênios (testosterona), com predomínio do estradiol durante todo o período reprodutivo, tende a oscilar significativamente durante os anos que antecedem a cessação dos ciclos, diminuindo gradativamente com a instalação da menopausa. Já a produção de progesterona é insuficiente pelo corpo lúteo. Diminuição gradual dos níveis de inibina B e consequentemente num menor feedback negativo sobre a libertação hipofisária de FSH, com aumento progressivo dos níveis de FSH ao longo do tempo, condicionando a manutenção ou até aumento dos níveis estrogénicos na fase precoce da TM - estado de hiperestrogenemia transitória. Esta manutenção estrogénica em valores semelhantes aos da idade reprodutiva ocorre até cerca de seis meses antes da menopausa. Na fase tardia da TM, inicia-se uma redução acentuada da produção estrogénica, que se prolonga até um ano após a menopausa, continuando gradualmente durante os 4 anos seguintes. 2. Síndrome dos ovários policísticos Nessa síndrome haverá uma hipersecreção do hipotálamo pelo GnRH que ao chegar na hipófise aumenta a secreção de FSH e LH. Uma vez que isso ocorre, há resistência ao FSH pelos ovários. Por sua vez, o LH continua produzindo androgênios e testosterona nas células nas células da teca. O problema é que devido à resistência ao FSH, não há estimulação nas células da granulosa para converter esses hormônios em estrogênio. Assim, aumentando a quantidade de testosterona na mulher. Características: • Nessa síndrome é comum a presença de obesidade devido à resistência à insulina (diabetes tipo II). Lembre-se que a insulina aumenta da deposição de gordura. • Aumento da testosterona gera acne e distribuição pilosa semelhante ao homem. • Infertilidade e amenorreia. Maria Clara Ribeiro PÁGINA 21 3. Amenorreia a) Amenorreia Fisiológica: Corresponde à ausência de menstruação durante a infância, em caso de gravidez e amamentação ou após a menopausa. b) Amenorreia Primária: Corresponde ao não aparecimento da menstruação numa idade em que já deveria ter surgido A amenorreia primária pode ser provocada por fatores muito diversos, já que o problema tanto pode ser originado pela existência de malformações congénitas do aparelho genital como por problemas que perturbem a produção das hormonas responsáveis pelo desenvolvimento consequente da puberdade. Malformações congênitas: - Causas genéticas de insuficiência ovariana primária se apresentam na maioria dos casos com amenorréia primária. A mais comum seria a síndrome de Turner. (Pessoas que possuem um único cromossoma sexual X) - Hímen imperfurado, que impede a evacuação da hemorragia menstrual produzida normalmente. - Ausência de vagina, na maioria dos casos provocada por uma alteração cromossómica e associada a um defeito no desenvolvimento. - Ausência de útero. Problemas hormonais: - Insuficiências de secreção das hormonas hipotalâmicas e hipofisárias que controlam a atividade dos ovários e são responsáveis pelo ciclo menstrual - Problemas orgânicos que provocam a destruição da hipófise - Psicológicos, anorexia ou treino desportivo excessivo c) Amenorreia Secundária: Corresponde à ausência prolongada ou permanente da menstruação numa mulher que anteriormente já tinha períodos regulares. A causa mais comum é a síndrome dos ovários policísticos, presente em 5 a 10% das mulheres em idade reprodutiva, geralmente cursando com aumento dos pelos corporais e obesidade. Outras causas seriam os tumores de ovários e de adrenais, síndrome de Cushing, hiperplasia adrenal congênita, hipo e hipertireoidismo. Problema uterino, em que o endométrio pode ser alterado devido a infecções, tumores ou complicações de uma raspagem e perder o ciclo normal de proliferação e descamação. A produção hormonal do hipotálamo e da hipófise pode ser alterada por causas muito distintas: tumores, problemas neurológicos e endócrinos, determinados medicamento.