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1 SUMÁRIO 1 SISTEMA REPRODUTOR E MAMAS ................................................................................3 1.1 DIFERENCIAÇÃO SEXUAL ...............................................................................................3 1.2 SEXO GENÉTICO ..........................................................................................................4 2 SEXO GONADAL ...............................................................................................................5 3 SEXO GENITAL (FENOTÍPICO) ........................................................................................6 4 SÍNTESE DOS ESTEROIDES GONADAIS .......................................................................6 5 AÇÕES DAS GONADOTROPINAS NAS GÔNADAS ........................................................7 6 APARELHO REPRODUTOR FEMININO ...........................................................................7 6.1 ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS .......................................................................................7 7 MAMAS ............................................................................................................................ 11 8 SISTEMA URINÁRIO FEMININO .................................................................................... 13 9 CICLO MENSTRUAL E FISIOLOGIA ENDÓCRINO-METABÓLICA .............................. 18 9.1 EFEITOS DO ESTROGÊNIO .......................................................................................... 20 9.2 EFEITOS DA PROGESTERONA ..................................................................................... 21 10 FASE PRÉ-OVULATÓRIA E OVULATÓRIA ................................................................... 22 11 CRESCIMENTO DO FOLÍCULO OVARIANO ................................................................ 23 11.1 FASE FOLICULAR DO CICLO OVARIANO ........................................................................ 23 11.2 CORPO LÚTEO FASE LÚTEA DO CICLO OVARIANO ....................................................... 25 12 FASE PROLIFERATIVA (FASE ESTROGÊNICA) DO CICLO ENDOMETRIAL ............ 27 13 FASE PÓS-OVULATÓRIA FASE SECRETORA DO CICLO ENDOMETRIAL ............... 28 14 MENSTRUAÇÃO ............................................................................................................. 29 15 ATO SEXUAL FEMININO ............................................................................................... 29 16 CONTROLE NERVOSO DO ATO SEXUAL FEMININO ................................................. 31 17 DESEJO .......................................................................................................................... 32 18 EXCITAÇÃO .................................................................................................................... 33 19 ORGASMO ...................................................................................................................... 34 20 FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO ................................................................................... 35 20.1 FERTILIDADE ............................................................................................................. 35 2 21 GRAVIDEZ ...................................................................................................................... 36 22 PLACENTA ...................................................................................................................... 37 22.1 HORMÔNIO MELANOTRÓFICO ..................................................................................... 40 22.2 ALDOSTERONA .......................................................................................................... 40 22.3 HORMÔNIO GONADOTRÓFICO CORIÔNICO OU GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA (HCG) 40 23 LACTAÇÃO ..................................................................................................................... 41 23.1 LACTOGÊNIO PLACENTÁRIO HUMANO (HPL) ............................................................... 42 23.2 HORMÔNIO TIREOTRÓFICO CORIÔNICO (HCT) ............................................................ 42 23.3 HORMÔNIO LIBERADOR DE CORTICOTROPINA (CRH) .................................................. 42 23.4 PROGESTERONA ....................................................................................................... 43 23.5 ESTROGÊNIO ............................................................................................................ 43 23.6 LACTAÇÃO ................................................................................................................ 44 23.7 MAMOGÊNESE ........................................................................................................... 44 24 OUTRAS ALTERAÇÕES NO CORPO DA MULHER GRÁVIDA .................................... 45 25 APARELHO REPRODUTOR .......................................................................................... 46 25.1 ÚTERO ...................................................................................................................... 46 25.2 COLO UTERINO ......................................................................................................... 48 26 OVÁRIOS ........................................................................................................................ 50 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................... 51 3 1 SISTEMA REPRODUTOR E MAMAS Fonte: brasilescola.uol.com.br 1.1 Diferenciação sexual Nas cinco primeiras semanas de gestação, as gônadas femininas e masculi- nas são indiferenciáveis, e seus tratos genitais ainda não se formaram. As células germinativas primordiais (oogônias) que sofrem eventual divisão reducional e matu- ração, transformando-se em grande número de ovócitos. Uma linhagem celular da gônada indiferenciada transforma-se nas células da granulosa do folículo ovariano (epitélio celômico). A função dessas células é de sus- tentar e fomentar as células germinativas, estimular sua maturação e orientar seu movimento para o interior do sistema de ductos genitais (fontes dos hormônios es- trogênicos). Outra linhagem celular da gônada indiferenciada, as células mesenquimais, dão origem às células tecais no ovário. A função dessas células é de secretar os hormônios androgênicos, precursores para a síntese de estrogênios. A masculinidade e a feminilidade final dos indivíduos são mais bem caracteri- zadas em termos de diferenças: sexo genético (genótipo), sexo gonadal (gônadas), sexo genital (fenótipo). 4 1.2 Sexo Genético Fonte: www.resumosetrabalhos.com.br O complemento cromossômico feminino normal tem 44 autossomos e 2 sexu- ais, XX. Ambos os cromossomos X são ativos nas células germinativas. A gênese do ovário normal depende da presença de dois cromossomos X e da ausência do cro- mossomo Y. Normalmente, o segundo cromossomo X de uma fêmea XX é inativado precocemente em todos os tecidos extragonadais. A diferenciação dos ductos geni- tais femininos e da genitália externa requer que apenas o único cromossomo X res- tante seja ativo no sentido de orientar a transcrição na célula. Se uma anormalidade da meiose, ou da mitose, produz indivíduo com apenas um cromossomo X e sem cromossomo Y (cariótipo XO) o fenótipo ainda será feminino, apesar das gônadas serem defeituosas. 5 2 SEXO GONADAL Fonte: postituloeducacionparalasexualidad.blogspot.com.br Com 22 a 24 dias de gestação, as células germinativas estão presentes no endoderma do saco vitelino, migram para a crista genital onde se associam com o tecido mesonéfrico para formar uma gônada indiferenciada (7 a 10 dias). A gônada primitiva consiste de epitélio celômico precursores das células da granulosa e das células do estroma do mesênquima,precursores da teca e das células germinativas. Na fêmea geneticamente normal, a diferenciação da gônada indiferenciada em ová- rio começa somente com nove semanas de idade, com a ativação de ambos os cromossomos X. As células germinativas começam a sofrer mitose, dando origem as oogônias que continuam proliferando. Logo, a seguir, a meiose tem início em algumas oogônias que são cercadas por células da granulosa e do estroma. Os oócitos primários permanecem no dipló- 6 teno (estágio tardio da prófase da meiose até a possível ovulação). O córtex predo- mina e a medula regride. A capacidade do ovário primitivo de sintetizar os hormônios estrogênicos ma- nifestase na mesma época que a síntese de testosterona começa no testículo. 3 SEXO GENITAL (FENOTÍPICO) O princípio orientador estabelece que as influências hormonais positivas com origem normalmente na própria gônada, são necessárias para produzir a genitália masculina. Na ausência de qualquer influxo hormonal gonadal forma-se a genitália feminina. Da terceira à sétima semana, formam-se dois ductos genitais em cada lado do embrião. Nas fêmeas os ductos wolffianos começam a regredir com 10 a 11 se- manas, pois os ovários não secretam testosterona. Os ductos mullerianos continuam crescendo e se diferenciam nas Trompas de Falópio, útero, colo uterino e terço superior da vagina. Com 18 a 20 semanas de gestação essa diferenciação é completada e não requer hormônio ovariano. A geni- tália externa de ambos os sexos começa a diferenciar-se com 9 a 10 semanas de gestação. Seus componentes derivam do mesmo primórdio o tubérculo genital, a proeminência genital, as pregas uretrais ou genitais e o seio urogenital. Nas fêmeas normais, ou na ausência de qualquer gônada, os tecidos primor- diais transformam-se em clitóris, nos grandes lábios, nos pequenos lábios e na vagi- na inferior. Os hormônios não são essenciais para a ocorrência desse desenvolvi- mento. Caso ocorra exposição do feto feminino a um excesso de testosterona, ou de outros androgênios, poderá ocorrer padrão masculino. 4 SÍNTESE DOS ESTEROIDES GONADAIS Ambos os gêneros utilizam a mesma via de biossíntese dos hormônios este- roides no tecido gonadal. Os androgênios são os precursores obrigatórios dos estro- gênios. A etapa-chave na conversão para estrogênio é a aromatização, todas as etapas da via biossintética estão presentes no ovário. As células da teca sintetizam e secretam a progesterona e testosterona. A testosterona difunde-se para as células 7 da granulosa (aromatase) e é convertida em estradiol. O hormônio luteinizante esti- mula o colesterol desmolase nas células tecais. O hormônio folículo estimulante atua na aromatase (células da granulosa). 5 AÇÕES DAS GONADOTROPINAS NAS GÔNADAS O hormônio luteinizante estimula a linhagem das células intersticiais das gônadas femininas (células tecais) a secretar principalmente androgênios. Ademais, o hormônio luteinizante atua sobre a granulosa. O hormônio folículo estimulante atua sobre as células da granulosa ovariana. E o hormônio liberador de gonadotrofina (GhRH) está presente no hipotálamo e participa da regulação e secreção de gona- dotrofinas no mecanismo conhecido como eixo hipotalâmico, hipofisário, gonadal. 6 APARELHO REPRODUTOR FEMININO 6.1 Órgãos genitais externos Podemos dividir a função reprodutora feminina em duas fases principais, ou seja, a preparação do corpo feminino para a concepção e gestação, e o período da própria gestação. A figura 1 representa o aparelho reprodutor feminino antes da concepção, onde se destacam os ovários, as Trompas de Falópio (trompas uterinas) e o útero, que constituem os órgãos reprodutores internos, localizados na pelve. Os ovários têm duas funções: a orogênese e a secreção dos hormônios se- xuais femininos. Cada ovário adulto é fixado ao útero por ligamentos e são divididos em três zonas (córtex, medula e hilo): 1. Córtex: camada mais externa e maior é revestida por epitélio germinativo e contém todos os oócitos, cada um dos qual incluso em um folículo; 2. Medula: zona média contém mistura de tipos celulares; 3. Hilo: camada mais interna, por meio da qual passam os vasos sanguíneos e os linfáticos. Quando completamente desenvolvido, o folículo ovariano desempenha di- versos papéis críticos: 8 » Fornece nutrientes para o oócito; » Libera o oócito no tempo devido (ovulação); » Prepara a vagina e as Trompas de Falópio para ajudar na fertilização do óvulo por um espermatozoide; » Prepara o revestimento interno do útero para a implantação do óvulo fe- cundado; » Mantém a produção de esteroides para o feto até que a placenta assuma esta função. As tubas uterinas são dois canais finos que saem de cada lado do fundo do útero e terminam com as extremidades próximas aos ovários, com um comprimento de 10cm cada, e função de transporte dos óvulos que romperam a superfície do ová- rio para a cavidade do útero e também para a fecundação. Podemos subdividi-las em partes: a uterina (dentro da parede uterina), o istmo (mais estreita), a ampola (mais longa) e o infundíbulo (mais larga, terminando em prolongamentos chamados fímbrias). O ligamento responsável por sua fixação é o mesossalpinge (ligação para o ligamento largo). Já o útero apresenta a importante função de receber o ovo e desenvolver a gestação. Tem a forma de uma pera invertida, mas pode variar de forma, tamanho, posição e estrutura. É formado por tecido muscular que se estende amplamente durante a gravi- dez e apresenta camadas, sendo o endométrio aquele que sofre modificações com o ciclo menstrual, preparando-se mensalmente para receber o ovo já fecundado e, caso isso não ocorra, apresenta descamação e é eliminado pela menstruação. Ele está localização no centro da cavidade pélvica e sua posição pode ser subdividida em: anteversão (é o ângulo de inclinação para frente formado entre os eixos da vagina e do útero), antefleção (é o ângulo de inclinação para frente formado entre o colo do útero e o corpo do útero) e destrotorção (é a leve inclinação do útero para a direita). É composto pela face anterior e pela posterior. É subdividido em: fundo (par- te superior, arredondada), corpo (apresenta as faces vesical – anterior – e intestinal – posterior), istmo (parte estreita onde se forma o segmento inferior na gravidez – aplicação na cesárea) e colo (apresenta duas partes, uma supravaginal e outra va- ginal no interior da vagina, e dois óstios um anatômico interno e outro na vagina). 9 Os ligamentos responsáveis por sua fixação são: redondo do útero (liga o fundo do útero ao monte do púbis passando pelo canal inguinal), o largo (liga as margens laterais do útero ao monte do útero às paredes laterais da pelve menor), o uterossacro (liga o colo do útero ao sacro e delimita a escavação retrouterina ou fundo de saco de Douglas), e o cervical transverso (liga o colo do útero à parede lateral da pelve). Sua irrigação é feita pela artéria uterina, ramo da artéria ilíaca interna. A vagina é considerada o órgão da cópula. É um canal de 7,5 a 10 centíme- tros que se estende do útero, órgão interno, à vulva, estrutura genital externa. Os fórnices são os espaços entre a parede da vagina e o colo do útero e podem ser la- terais, posteriores e anteriores. Fonte: www.ubykotex.com.au O óstio da vagina é a abertura da vagina para o meio externo situado na vul- va. Já o hímen é a membrana que veda parcialmente a vagina, substituída posteri- ormente pelas carúnculas himenais. O clitóris é um dos órgãos eréteis feminino, mediano, que corresponde aos corpos cavernosos do homem. 10 É envolvido por prolongamentos dos lábios menores que formam o prepúcio do clitóris, superiormente e frênulo do clitóris, inferiormente. Suas partes podem ser subdivididas em: ramos, corpo e glande. Os grandes lábios e os pequenos lábios são dobrasde pele e mucosa que protegem a abertura vaginal. Fonte: paposerioo.wordpress.com Os pequenos lábios, durante o processo de excitação, ficam intumescidos e aumentam sensivelmente seu tamanho durante a penetração nas relações sexu- ais.Os grandes lábios ficam entre o monte púbico (ou monte de Vênus) e se esten- dem até o períneo, espaço entre ânus e vulva, e são cobertos por pelos pubianos após a puberdade. O hímen é uma membrana de tecido conjuntivo forrado por mucosa tanto in- terna quanto externamente. Ele pode variar de tamanho e forma. No primeiro ato sexual, sofre ruptura, permanecendo apenas pequenos fra- gmentos no local, chamados carúnculas himenais. 11 7 MAMAS A glândula mamária, um órgão par, está situada na parede anterior do tórax (porção superior) e está apoiada sobre o músculo peitoral maior (da segunda à sexta costela no plano vertical e do esterno a linha axilar anterior no plano horizontal). As mamas iniciam seu desenvolvimento na puberdade. É o responsável pela produção de leite para os bebês em seus primeiros meses de vida. A mama é formada por tecido glandular, por tecido fibroso de conexão de seus lobos e por tecido gorduroso no intervalo entre os lobos. Cada mama apresenta uma aréola e uma papila e, sua região central. Na papila mamária ou mamilo, exteriorizam-se 15 a 20 orifícios duc- tais, que correspondem às vias de drenagem das unidades funcionantes, que são os lobos mamários. O tamanho, o formato, os bicos e a aréola, bem como as glândulas Montgo- mery, diferem individualmente de uma mulher para outra. A forma da mama não é afetada pelo tipo básico do corpo de uma mulher. As mamas raramente são simétri- cas, mas, na maioria dos casos, a diferença é de mínima importância. As mamas pequenas têm pouco peso, são altas e empinadas e estão bem distante da parede do tórax. As mamas grandes são relativamente pesadas, o que faz com que pendam e se assentem próximas à parede do tórax. As mulheres mais jovens apresentam mamas com maior quantidade de tecido glandular, o que torna esses órgãos mais densos e firmes. Ao se aproximar da menopausa, o tecido mamário vai se atrofiando e sendo substituído progressivamente por tecido gorduroso, até se constituir, quase que exclusivamente, de gordura e resquícios de tecido glandular na fase pós- menopausa. A mama é irrigada pela artéria mamária interna e por ramos da artéria axilar. Da artéria mamária partem os ramos perfurantes que atravessam os quatro primei- ros espaços intercostais, em geral dois vasos por espaço, que atravessam o múscu- lo peitoral, atingindo a face posterior da mama. Os ramos axilares da vascularização mamária são a artéria subescapular, a artéria torácica externa e a artéria acromioto- rácica. A pele, a aréola, o tecido subcutâneo e o parênquima mamário são drenados por vasos linfáticos, que se dispõem da superfície para a profundidade, formando uma rede linfática que se comunica entre si. Grande parte da drenagem linfática da mama segue em direção aos linfonodos axilares que drenam a linfa proveniente da 12 região centrolateral da mama, enquanto a região medial da mama drena para os lin- fonodos da cadeia mamária interna. Os linfonodos axilares são subdivididos em três níveis: linfonodos do primeiro nível axilar, linfonodos do segundo nível axilar e linfo- nodos do terceiro nível axilar. Na infância, as meninas apresentam discreta elevação na região mamária, decorrente da presença de tecido mamário rudimentar. Na puberdade, a hipófise produz os hormônios folículo-estimulante e luteinizante, que controlam a produção hormonal de estrogênios pelos ovários. Com isso, as mamas iniciam seu desenvol- vimento com a multiplicação dos ácinos e lóbulos. Fonte: www.franciscoodilio.com.br Na vida adulta, o estímulo cíclico de estrogênios e progesterona faz com que as mamas fiquem mais túrgidas no período pré-menstrual, por retenção de líquido. A ação do hormônio progesterona, na segunda fase do ciclo, leva a uma retenção de líquidos no organismo, mais acentuadamente nas mamas, provocando nelas aumen- to de volume, endurecimento e dor. Após a menopausa, devido à carência hormonal, ocorre atrofia glandular e tendência à substituição do tecido parenquimatoso por gordura. O estrogênio fortalece a mama por meio de reservas de água e uma irriga- ção sanguínea maior, fazendo com que as glândulas mamárias inchem e multipli- quem o número de suas células. Estas alterações são um preparo da gravidez e sua 13 consequente produção de leite. Não havendo a fecundação, todos os inchaços e outras modificações regridem com o início da menstruação. 8 SISTEMA URINÁRIO FEMININO Fonte: slideplayer.com.br O aparelho urinário é constituído de dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra. O rim é o responsável pela homeostase (equilíbrio do meio interno), fil- trando o plasma e removendo as substâncias indesejáveis ingeridas pela pessoa ou produzidas pelo metabolismo corporal. Os rins são órgãos retroperitoneais que possuem a forma de um grão de fei- jão, tendo em sua concavidade o hilo, onde se encontram vasos, nervos e cálices renais, que vão formar a pelve renal, que nada mais é do que a parte superior do ureter. Cada rim constitui-se de uma cápsula de tecido conjuntivo denso, de uma 14 zona cortical e de uma zona medular. Eles apresentam diversas funções, dentre as quais se destacam as seguintes: » regulação do equilíbrio hidroeletrolítico – água e eletrólitos; » regulação da osmolalidade e das concentrações de eletrólitos dos líquidos corporais; » regulação da pressão arterial – excreção de sódio e de água, secreção de renina; » regulação do equilíbrio ácido-básico – excreção de ácidos e regulação das reservas de tampões dos líquidos corporais; » gliconeogênese – síntese de glicose a partir de aminoácidos e outros pre- cursores durante o jejum prolongado; » secreção, metabolismo e excreção de hormônios – secreção de eritropoie- tina (estimula a produção de eritrócitos), produção da forma ativa da vitamina D (1,25-diidroxivitamina D3 ou calciferol); » excreção de produtos de degradação do metabolismo e de substâncias químicas estranhas – ureia, creatinina, ácido úrico, produtos finais da degradação da hemoglobina (bilirrubina), dentre outros. Néfron: unidade morfofuncional dos rins. Cada rim possui aproximadamente 1 milhão de néfrons, que em associação formam o rim. Cada néfron é constituído pelas seguintes estruturas. » Corpúsculo renal; » Túbulo contornado ou contorcido proximal; » Alça de Henle (parte delgada e parte espessa); » Túbulo contornado ou contorcido distal. As duas porções da Alça de Henle, que são retilíneas, encontram-se na zo- na medular do rim. Já os corpúsculos renais e os túbulos de trajeto tortuoso (contor- cidos proximal e distal) alojam-se no córtex (zona cortical). » Corpúsculo renal – formado pelo Glomérulo (tufo de capilares) e pela Cáp- sula de Bowman, que envolve o glomérulo. Cada corpúsculo renal possui dois polos: um vascular, em que penetra a arteríola aferente e sai à arteríola eferente; e um uri- nário, em que nasce o túbulo contorcido proximal. Nos capilares glomerulares exis- tem células mesangiais. 15 Fonte: anatpat.unicamp.br » Células mesangiais – situam-se no meio dos tufos capilares glomerulares, dando- -lhes sustentação. Produzem o mesângio, juntamente aos macrófagos e mastócitos, diminuindo a filtração glomerular (FG). » Cápsula de Bowman (ou Glomerular) é constituída de dois folhetos: Parie- tal (externo) – formado por um epitélio simples pavimentoso, apoiado sobre uma membrana basal e numa delgada camada de fibras reticulares, e o Visceral (interno) – acoplado aos capilares glomerulares, representado por um conjunto de Podócitos (células com prolongamentos), cujos prolongamentos secundários estão em contato direto com a membranabasal glomerular, e deixam entre si espaços chamados de fendas de filtração. Entre os dois folhetos há o espaço capsular, que recebe o Filtra- do Glomerular. » Túbulo Contorcido Proximal – tem sua parede composta por um epitélio cúbico simples, com células apresentando uma grande quantidade de microvilosida- des (“Borda em escova”). O citoplasma é acidofílico, rico em mitocôndrias. A mem- brana plasmática apresenta inúmeras interdigitações. O Túbulo Contorcido (ou Con- tornado) Proximal possui uma parte inicial tortuosa, próxima ao Corpúsculo Renal, e uma parte retilínea que penetra na camada medular por uma pequena extensão, e que continua com a Alça de Henle. » Alça de Henle (partes delgada e espessa) – as Alças de Henle têm o for- mato da letra U, ou seja, um ramo descendente e outro ascendente. Como já desta- 16 cado, a Alça de Henle é a única parte do néfron encontrada na zona medular. Na maioria dos néfrons, os néfrons corticais, as Alças de Henle são curtas. Já os né- frons justamedulares, que são em menor número, possuem suas Alças de Henle longas. » Túbulo Contorcido Distal – também é revestido por epitélio cúbico simples, mas diferentemente do túbulo contorcido proximal, possui a borda em escova, pois a parte apical das células do túbulo apresenta microvilos mais curtos e esparsos. Es- tes túbulos encostam-se ao corpúsculo renal do mesmo néfron, modificando a pare- de do túbulo neste ponto. As células tornam-se cilíndricas, altas, com núcleos alon- gados e próximos uns dos outros. Essa região denomina-se mácula densa, e apare- ce mais escura nos cortes corados, justamente por causa da proximidade dos nú- cleos das células. Evidências experimentais demonstram que a mácula densa é sensível à concentração dos íons de sódio e de cloro, produzindo um sinal molecular que modifica o calibre da arteríola aferente, regulando assim a filtração glomerular. Nessa região o túbulo contorcido proximal entra em íntimo contato com as paredes das arteríolas aferente e eferente. Nesse ponto, a túnica média da arteríola aferente também se modifica apresentando, ao invés das fibras musculares lisas, as células justaglomerulares (JG), que apresentam características de células secretoras. » Ductos ou Tubos Coletores – não fazem parte da estrutura do néfron, elas recolhem o produto final do metabolismo de diversos néfrons. Saindo dos túbulos contorcidos distais, a urina vai para os ductos ou tubos coletores, que se unem na zona medular, formando tubos cada vez mais calibrosos e dirigindo-se para as papi- las. Os tubos coletores mais delgados têm revestimento de epitélio cúbico. E, con- forme se fundem e se aproximam das papilas, suas células vão se tornando mais altas, até virarem cilíndricas. » Aparelho justaglomerular – esse conjunto de alterações que ocorrem no túbulo contorcido distal (mácula densa) e na arteríola aferente (células justaglomeru- lares) constituem o aparelho justaglomerular (JG). As células JG produzem a renina, que atua na elevação da Pressão Arterial e na secreção de aldosterona (um hormô- nio do córtex da glândula suprarrenal). A renina atua sobre o angiotensinogênio (pro- teína de 14 resíduos de aminoácidos produzida no fígado), retirando-lhe 4 resíduos, e produzindo, dessa forma, a angiotensina I, que é um decapeptídio inativo. Quando passa pelos pulmões, a angiotensina I é convertida em angiotensina II, um octapep- 17 tídio altamente ativo, pela ação da ECA – enzima conversora de angiotensina. A an- giotensina II é um vasoconstritor fundamental na regulação da pressão arterial. Pos- sui uma ação direta no vaso, fazendo vasoconstrição, o que aumenta a resistência periférica e, consequentemente, eleva a pressão arterial. E também possui um efeito indireto, estimulando o aumento da secreção de aldosterona, que é o mais potente mineralocorticoide conhecido, promovendo o aumento da reabsorção de sódio e água em nível dos túbulos distais, fazendo com que aumente a volemia e, dessa forma, eleve a pressão arterial. Ureter: é um órgão muscular que conduz a urina do rim até a bexiga. Assim como os rins, são em número de dois. Cada um mede aproximadamente 25 cm. O ureter atravessa obliquamente a parede da bexiga, de modo que se forme uma vál- vula que impede o refluxo da urina. O ureter é composto por três túnicas, que são as seguintes. » Túnica Mucosa: epitélio estratificado de transição que se apresenta em constante descamação celular; apresenta também uma dilatação do lúmem (passa- gem do estado de vacuidade para plenitude) e evita a absorção de urina. » Túnica Muscular: apresenta-se nos 2/3 superiores do ureter com as se- guintes camadas: longitudinal interna e circular externa. » Túnica Adventícia – constituída por tecido conjuntivo fibroelástico. Bexiga: é um órgão que recebe a urina formada pelos rins, armazenando-a por algum tempo e a conduzindo ao exterior à medida que aumenta a quantidade de urina dentro deste “reservatório”, o que faz com que se eleve a pressão endovesical (normalmente 10cm de água) e, por volta de 200–300 ml, desencadeie o reflexo da micção. A bexiga também é composta por três túnicas, que são as seguintes. » Túnica Mucosa › Epitélio estratificado de transição (polimorfo) › Lâmina própria de tecido conjuntivo denso » Túnica Muscular É constituída por três camadas que são as seguintes: › Longitudinal interna (formando o músculo Detrusor). › Circular média. › Longitudinal externa. » Túnica Adventícia e Túnica Serosa 18 › É constituída por tecido conjuntivo fibroelástico. Em sua porção superior, a bexiga possui uma pequena região revestida pelo folheto visceral do peritôneo. Uretra: é um tubo fibromuscular que conduz a urina da bexiga para o exteri- or, durante o ato da micção. Nos homens, a uretra dá passagem ao esperma na eja- culação. Já nas mulheres, é um órgão exclusivo do sistema urinário. A uretra femini- na possui de 4 – 5cm de comprimento, revestidos por epitélio plano estratificado, com áreas de epitélio pseudo-estratificado colunar. Possui um esfíncter de músculo estriado, o esfíncter externo da uretra, próximo à sua abertura no exterior. 9 CICLO MENSTRUAL E FISIOLOGIA ENDÓCRINO-METABÓLICA Fonte: doutissima.com.br Os anos reprodutivos normais da mulher caracterizam-se por alterações rítmi- cas mensais da secreção dos hormônios femininos e por alterações físicas corres- pondentes nos ovários e em outros órgãos sexuais. 19 O ciclo menstrual apresenta duração média de 28 dias. Apenas um óvulo úni- co é liberado pelos ovários a cada mês, e o endométrio é preparado para a implan- tação do “óvulo fertilizado”. Durante os anos reprodutivos da vida adulta (13 a 46 anos de idade), 400 a 500 folículos primordiais se desenvolvem o suficiente para expelir seus óvulos (um a cada mês). Os restantes passam por degeneração (tor- nam-se atrésicos). Entre os nove e doze anos de idade, a hipófise começa a secre- tar progressivamente mais hormônio folículo estimulante e hormônio luteinizante (puberdade). Tanto hormônio folículo estimulante quanto o hormônio luteinizante estimulam as suas células alvo-ovarianas. » Fase Folicular Primeiros dias do ciclo (15 dias, variação de 9 a 23 dias) e envolve o desenvolvimento folicular. Fonte: pt-br.infomedica.wikia.com » Fase Ovulatória Dura de 1 a 3 dias e culmina com a ovulação. » Fase Lútea Corpo lúteo se desenvolve e produz progesterona e estradiol. Esta é a duração mais constante (13 dias) do ciclo e termina com o sangramento menstrual. 20 O sistema hormonal feminino, assim como o masculino, consiste em três hi- erarquias de hormônios: » Hormônio liberador de gonadotropina (GnRH): hormônio de liberação hipo- talâmica. » Hormônio folículo estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH): hor- mônios sexuais hipofisários anteriores, ambos secretados em resposta à liberação de GnRH do hipotálamo.» Estrogênio e progesterona: hormônios ovarianos, que são secretados em resposta aos dois hormônios sexuais femininos da hipófise anterior. Os níveis de LH e FSH aumentam gradualmente nos últimos anos da vida reprodutiva e após a menopausa, a perda do feedback negativo, faz com que os ní- veis de gonadotropinas sejam em média 4 a 10 vezes maiores que os da fase folicu- lar. Os principais efeitos destas variações hormonais são: adelgaçamento do epitélio vaginal e perda das secreções, redução da massa mamária, fogacho vascular (pul- sos de LH) e labilidade emocional (mulheres obesas podem ter menos efeitos de privação estrogênica, na conversão periférica de estrogênios). 9.1 Efeitos do Estrogênio › Útero: fase secretora, fase proliferativa, período menstrual. › Trompas de Falópio: aumenta o número de cílios e sua velocidade de ba- timento, assim como o número de células epiteliais que estão secretando ativamen- te, estimula as secreções tubárias que proporcionam meio mucoide no qual os es- permatozoides podem movimentar-se eficientemente corrente acima contra o bati- mento ciliar, fímbrias tornam-se mais vascularizadas. › Vagina: epitélio pavimentoso estratificado da vagina é aumentado e suas células acumulam glicogênio, aumento das secreções vaginais. › Mamas: crescimento dos ductos lobulares, aumento da aréola, aumento seletivo do tecido adiposo da mama. › Outros tecidos: modificações do fenótipo feminino adulto normal: estímulo de crescimento dos órgãos reprodutores internos e mamas; crescimento puberal dos grandes e pequenos lábios, crescimento linear (fechamento precoce dos centros de crescimento epifisários), aumento dos quadris e cintura pélvica, deposição específica 21 de gordura nas proximidades dos quadris; a massa adiposa total é duas vezes maior que a dos homens, enquanto a massa muscular e óssea corresponde a dois terços da dos homens. › Esqueleto: inibe a reabsorção óssea (efeitos nos osteoclastos e induz fato- res locais de crescimento). › Rim: reabsorção de sódio estimulada pelo estradiol, antagonista da aldos- terona (junto com a hidroxiprogesterona), induz a natriurese. › Fígado: aumento da síntese de proteínas hepáticas: globulina fixadora de tiroxina, globulina fixadora de cortisol, angiotensinogênio, colesteróis (VLDL, HDL e reduz LDL). › Árvore vascular: efeito vasodilatador (induz a liberação local de vasodilata- dores como o óxido nítrico, prostaglandinas) e antivasoconstritivo (reduz a produção de endotelina). 9.2 Efeitos da Progesterona Fonte: www.daquidali.com.br 22 › Útero: promove ações secretoras no endométrio uterino, durante a segun- da metade do ciclo menstrual, preparando o útero para a implantação do ovo fertili- zado, diminui a intensidade das contrações uterinas ajudando desta maneira a im- pedir a expulsão do ovo implantado. › Trompas de Falópio: estimula as secreções tubárias que proporcionam meio mucoide, no qual os espermatozoides podem movimentar-se eficientemente corrente acima contra o batimento ciliar. › Mamas: promove o desenvolvimento dos lóbulos e dos alvéolos. › Ações sistêmicas: elevação da temperatura corporal (0,5ºC) que ocorre após a ovulação. › SNC: aumento do apetite, sonolência e sensibilidade exagerada do centro respiratório à estimulação pelo CO2. 10 FASE PRÉ-OVULATÓRIA E OVULATÓRIA Fonte: evangelistamacielmartins.blogspot.com.br 23 11 CRESCIMENTO DO FOLÍCULO OVARIANO 11.1 Fase folicular do ciclo ovariano Após o nascimento de uma criança do sexo feminino, cada óvulo está envolto por uma única camada de células granulosas, sendo definida como folículo primordi- al. Durante toda a infância, acredita-se que as células granulosas ofereçam nutrição para o óvulo e para secretar um fator inibidor da maturação do oócito que mantém o óvulo suspenso em seu estado primordial no estágio de prófase da divisão meiótica. Após a puberdade, quando o FSH e o LH da hipófise anterior começam a ser secre- tados em quantidades significativas, os ovários em conjunto com alguns dos folícu- los dentro deles, começam a crescer. O primeiro estágio de crescimento folicular é o aumento moderado do próprio óvulo, cujo diâmetro aumenta duas a três vezes. Des- sa forma, se segue o crescimento de outras camadas das células granulosas em alguns dos folículos, conhecidos como folículos primários. Fonte: ensino.unifesp.br Somente um único folículo amadurecerá por mês, e os demais sofrerão atre- sia. Após uma semana ou mais de crescimento, um dos folículos começa a crescer 24 mais do que os outros; os outros 5 a 11 folículos em desenvolvimento involuem e se tornam atrésicos. Não se sabe qual a causa da atresia, mas há a possibilidade de as grandes quantidades de estrogênio do folículo de crescimento agir rapidamente no hipotálamo, deprimindo a secreção mais intensa de FSH, bloqueando, desta forma, o crescimento posterior dos folículos menos bem desenvolvidos. Dessa forma, o folí- culo maior continua a crescer por causa de seus efeitos de feedback positivo intrín- secos, enquanto todos os outros folículos param de crescer e efetivamente involu- em. Esse processo de atresia é importante, pois normalmente permite que apenas um dos folículos cresça o suficientemente todos os meses para ovular, o que evita que uma criança se desenvolva em cada gravidez. O folículo único é denominado folículo maduro. A ovulação na mulher que tem um ciclo sexual de 28 dias se dá 14 dias depois do início da menstruação. Um pouco antes de ovular a parede externa protuberante do folículo incha-se rapidamente e uma pequena área no centro da cápsula folicular, denominada estigma, projeta-se como um bico. Em 30 minutos ou mais, o líquido começa a vazar do folículo por meio do estigma, que rompe inteira- mente permitindo que um líquido mais viscoso, que ocupava a porção central do folí- culo, projete-se para fora. O líquido carrega consigo o óvulo cercado por uma massa de milhares de pequenas células granulosas denominadas coroa radiada. O pico LH é necessário para o crescimento folicular final e para a ovulação. Sem este hormô- nio, até mesmo quando grandes quantidades de FSH estão disponíveis, o folículo não progredirá ao estágio de ovulação. Cerca de dois dias antes da ovulação, a taxa de secreção de LH pela hipófise anterior aumenta bastante, subindo 6 a 10 vezes e com um pico em torno de 16 horas antes da ovulação. O FSH também aumenta cer- ca de 2 a 3 vezes ao mesmo tempo, e FSH e LH agem sinergicamente causando a rápida dilatação do folículo durante os últimos dias antes da ovulação. O LH tem ainda um efeito específico nas células granulosas e tecais, convertendo-as princi- palmente em células secretoras de progesterona. Portanto, a taxa de secreção de estrogênio começa a cair cerca de 1 dia antes da ovulação, enquanto quantidades cada vez maiores de progesterona começam a ser secretadas. O LH causa rápida secreção dos hormônios esteroides foliculares que contêm progesterona. Em algu- mas horas ocorrem dois, ambos necessários para a evolução: a teca externa (a cáp- sula do folículo) começa a liberar enzimas proteolíticas dos lisossomos, o que causa a dissolução da parede capsular do folículo e consequente enfraquecimento da pa- 25 rede, resultando em mais dilatação do folículo e degeneração do estigma. Simulta- neamente, há um rápido crescimento de novos vasos sanguíneos na parede folicular e, ao mesmo tempo são secretadas prostaglandinas nos tecidos foliculares. 11.2 Corpo Lúteo Fase Lútea do Ciclo Ovariano Durante as primeiras horas depois da expulsão do óvulo do folículo, as célu- las granulosas e tecais internas remanescentes e mudam rapidamente para células luteínicas. Elas aumentam de tamanho e tornam-se repletas de inclusões lipídicas que dão a elas uma aparência amarelada. Este processo é chamado de luteiniza- ção, e a massa total de células é denominadacorpo lúteo. Na mulher normal, o corpo lúteo cresce aproximadamente 1,5 centímetro de diâmetro, atingindo esse estágio de desenvolvimento 7 a 8 dias após a ovulação. Então, ele começa a evoluir e efetivamente perde suas funções secretórias, bem como sua característica lipídica amarelada. O estrogênio particularmente e a proges- terona em menor extensão, secretados pelo corpo lúteo durante a fase luteínica do ciclo ovariano, têm efeitos de feedback potentes na hipófise anterior, mantendo ta- xas secretórias reduzidas tanto de FSH quanto de LH. Durante a infância, os estrogênios são secretados apenas em quantidades mínimas, mas na puberdade, a quantidade secretada na mulher sob a influência dos hormônios gonadotrópicos hipofisários aumenta 20 vezes ou mais. Nessa época, os órgãos sexuais femininos mudam daqueles de uma criança para os de um adulto. Os órgãos genitais femininos aumentam de tamanho e os estrogênios também alte- ram o epitélio vaginal de um tipo cuboide para um tipo estratificado, considerado mais resistente a traumas e infecções do que o epitélio antigo. As mamas primordi- ais de homens e mulheres são exatamente iguais. De fato, sob a influência de hor- mônios apropriados a mama masculina durante as primeiras duas décadas de vida pode desenvolver-se o suficiente para produzir leite da mesma maneira que as ma- mas femininas. Os estrogênios causam desenvolvimento dos tecidos estromais das mamas, crescimento de um vasto sistema de ductos, e depósito de gordura nas mamas. Os lóbulos e alvéolos das mamas desenvolvem-se até certo ponto sob a influência apenas dos estrogênios, mas é a progesterona e a prolactina que deter- minam o crescimento e a função final das estruturas. 26 Os estrogênios inibem a atividade osteoclástica nos ossos e, portanto, esti- mulam o crescimento ósseo. Na puberdade quando a mulher entra em seus anos reprodutivos, seu crescimento em altura torna-se rápido durante muitos anos. Entre- tanto, os estrogênios têm outro efeito potente sobre o crescimento esquelético: cau- sam a união das epífises com a haste dos ossos longos. Este efeito do estrogênio na mulher é bem mais forte do que o efeito semelhante da testosterona no homem. Consequentemente, o crescimento da mulher geralmente para muitos anos antes do crescimento do homem. Os estrogênios aumentam ligeiramente a taxa metabólica do corpo todo, mas apenas cerca de um terço a mais que o aumento causado pelo hormônio sexual masculino testosterona. Causam também depósito de quantidades maiores de gordura nos tecidos subcutâneos. Consequentemente, a porcentagem de gordura corporal no corpo do homem é menor, pois contém mais proteína. Os estrogênios não afetam muito a distribuição de pêlos. Entretanto, os pêlos efetiva- mente desenvolvem-se na região pubiana e nas axilas após a puberdade. Os andro- gênios formados em quantidades crescentes pelas glândulas adrenais femininas após a puberdade são os principais responsáveis por isto. Os estrogênios fazem com que a pele desenvolva uma textura macia e normalmente lisa, mas, ainda as- sim, a pele da mulher é mais espessa que a de uma criança ou de uma mulher cas- trada. Além disso, os estrogênios fazem com que a pele se torne mais vasculariza- da, o que muitas vezes está associado à pele mais quente, promovendo, maior san- gramento nos cortes superficiais do que se observa nos homens. 27 12 FASE PROLIFERATIVA (FASE ESTROGÊNICA) DO CICLO ENDOMETRIAL Fonte: www.plasticaplexus.com.br No início de cada mês, grande parte do endométrio descamou-se pela menstruação. Após a menstruação, resta apenas uma pequena camada de estroma endotelial e as únicas células epiteliais restantes são as localizadas nas porções re- manescentes profundas das glândulas e criptas do endométrio. Sob a influência de estrogênios, secretados em grandes quantidades pelo ovário durante a primeira par- te do ciclo ovariano mensal, as células do estroma e as células epiteliais proliferam- se rapidamente. A superfície endometrial é reepitelizada 4 a 7 dias após o início da menstruação. Em seguida, antes de ocorrer a ovulação, a espessura do endométrio aumenta bastante devido ao crescimento progressivo das glândulas endometriais e novos vasos sanguíneos no endométrio. 28 13 FASE PÓS-OVULATÓRIA FASE SECRETORA DO CICLO ENDOMETRIAL Fonte:www.natalben.com Após a ovulação, durante grande parte da última metade do ciclo mensal, a progesterona e o estrogênio são secretados em grande quantidade pelo corpo lúteo. A progesterona causa inchaço e desenvolvimento secretório acentuados do endo- métrio e as glândulas aumentam em tortuosidade, para produzir um endométrio al- tamente secretor que contenha grandes quantidades de nutrientes armazenados para prover condições apropriadas para a implantação de um óvulo fertilizado duran- te a última metade do ciclo mensal. Cerca de uma em cada três mulheres sofre de tensão pré-menstrual (TPM) com a aproximação do período menstrual, que é caracterizada por um conjunto de sintomas e sinais que se manifesta um pouco antes da menstruação e desaparece com ela. Se eles persistirem, não se trata da síndrome de TPM, pois ela está direta- mente relacionada com a produção dos hormônios femininos. Sua causa não é mui- to conhecida, mas acredita-se que os sintomas são desencadeados pela ação do estrogênio e da progesterona antes da menstruação. O estresse também pode pio- rar os sintomas, assim como o consumo excessivo de chocolate e bebidas contendo cafeína (como café). 29 14 MENSTRUAÇÃO Fonte:www.donagiraffa.com A menstruação é causada pela redução de estrogênio e progesterona, no fi- nal do ciclo ovariano mensal. Durante as 24 horas que precedem o surgimento da menstruação, os vasos sanguíneos tortuosos que levam o sangue às camadas mu- cosas do endométrio tornam-se vasoespásticos, supostamente devido a algum efeito da evolução como a liberação de um material vasoconstritor. O líquido menstrual normalmente é não coagulado porque uma fibrolisina é liberada em conjunto com o material endometrial necrótico. A presença de coágulos durante a menstruação mui- tas vezes representa uma evidência clínica de patologia uterina. Quatro a sete dias após o início da menstruação a perda de sangue para, porque nesse momento, o endométrio reepitalizou-se. 15 ATO SEXUAL FEMININO O orgasmo feminino refere-se ao prazer sexual intenso alcançado pelas mu- lheres por meio da relação sexual, masturbação ou outros meios de forma única ou múltipla. 30 É sentido por intensas contrações rítmicas, principalmente na região vaginal, durando aproximadamente de 0,8 segundos cada, totalizando de 3 a 12 contrações; com a sensação de prazer aumentando em intensidade a cada momento, até que se atinja o clímax, seguido do relaxamento. Fonte:br.blastingnews.com Cada mulher sente o orgasmo de forma distinta: algumas só conseguem mediante estimulação clitoriana, penetração, preliminares longas/curtas e outras nunca conseguiram atingir o pico de prazer máximo na hora do sexo. 31 16 CONTROLE NERVOSO DO ATO SEXUAL FEMININO Fonte:www.gnoticia.com.br O controle do ato sexual feminino inicia-se com a estimulação do sistema nervoso superior e/ou estimulação local dos genitais (principalmente a região do cli- tóris). Essas estimulações levam para a medula informações que ativam os neurô- nios do sistema parassimpático, que por meio de sinapses com a vagina, útero, geni- tais externos provocam vasodilatação nessas regiões, tornando-as intumescidas, o que corresponde à sensação de excitação. As células que estão no epitélio da vagi- na e as glândulas vestibulares também são estimuladas pelo sistema parassimpático liberando muco (lubrificação). Em resposta ao sistema parassimpático, o sistema simpático é ativado após chegar ao ápice da estimulação. A ativação do sistema simpático produzirácontrações rítmicas da vagina, o útero e músculos pélvicos, o que corresponde ao momento do orgasmo feminino. A função biológica do orgasmo feminino, diferente do que ocorre nos ho- mens, ainda não é um consenso. Alguns pesquisadores acreditam que o fato dos humanos andarem em posição ereta tenha ocasionado problemas, pois o local que o esperma entra nas mulheres, o óstio do colo do útero, fica localizado numa posição superior. Segundo essa hipótese, o orgasmo provocaria relaxamento na mulher, e que, por sua vez, deveria ficar deitada para facilitar a fertilização. Em 1970, alguns estudos analisaram a pressão intravaginal e intrauterina quando as mulheres faziam sexo. O que se descobriu é que há que uma diferença 32 de pressão durante orgasmos, o que levaria o esperma para dentro do canal cervi- cal, aumentando as chances de fecundação do óvulo. Esta hipótese chama-se hipó- tese da sucção. Alguns cientistas ainda constatam que o orgasmo feminino não teria qualquer função biológica, sendo comparável ao mamilo dos homens (vestígio evolu- tivo das mamas femininas), que seria apenas um vestígio evolutivo do orgasmo masculino. Ainda, existem aqueles que acreditam que seria possível de forma cons- ciente ou não, a mulher fazer a seleção de genes melhores por meio do orgasmo, uma vez que alguns pesquisadores desvendaram que 1 minuto antes do homem ejacular e 45 minutos depois, na ocorrência de orgasmo feminino, aumentam a re- tenção de esperma. O orgasmo feminino foi dividido na década de 1960, em fases: desejo, excitação, orgasmo, orgasmos múltiplos. 17 DESEJO Primeira Fase Sexual, em que os instintos são estimulados e os apetites crescem. O desejo, ou a sensualidade, é uma experiência subjetiva que incita a pes- soa a buscar atividade sexual. Em termos cerebrais, há mensagens neurofisiológicas que motivam a busca por sexo. Fontewww.saudedicas.com.br Esses sinais neurológicos ainda não foram bem explicados, mas já se fala em uma espécie de Centro de Desejo Sexual no Cérebro, que seria constituído prin- cipalmente por uma pequena região cerebral denominada Claustro. Nas mulheres, o 33 olfato e principalmente o tato, são bastante responsáveis pelo aumento do desejo sexual. 18 EXCITAÇÃO A Segunda Fase do Ciclo Sexual ocorre quando o corpo passa a responder fisiologicamente frente aos estímulos que dispararam o desejo sexual. Ou seja, a excitação é a resposta do corpo ao desejo. Na mulher, a excitação é demarcada pela produção de uma secreção res- ponsável pela lubrificação vaginal. Duas alterações fisiológicas são as principais pro- tagonistas nessa fase. A congestão vascular, que é o aumento da quantidade de sangue superficial e/ou profunda acumulada em alguns órgãos do aparelho genital e extragenital femi- nino, e a miotonia, que é a crescente e involuntária contração de fibras musculares. Mas a resposta sexual feminina não aparece apenas nos genitais. Ela é um continuo de todo o corpo frente a estímulos. Aparece nos seios (mamas), com um pequeno aumento de seu tamanho e com a ereção dos mamilos. Há também o rubor sexual, quando a pele fica mais avermelhada, e tanto a pressão sanguínea quanto à frequência cardíaca e respiratória tendem a aumentar. Fonte:www.tananetuai.com 34 Ocorrem contrações musculares nos órgãos próximos aos genitais, como o reto (região anal), a uretra e a bexiga. Todos os órgãos genitais femininos vão sofrer as mesmas alterações fisiológicas de vasocongestão e miotomia. Tanto o clitóris, quanto os pequenos e grandes lábios aumentam de tamanho, ficando edemaciados e avermelhados. Os grandes lábios se retraem deixando a entrada da vagina livre. O clitóris fica protegido sob um prepúcio (pele) e a vagina passa a produzir uma secre- ção parecida com a saliva por um fenômeno semelhante à transudação (uma espé- cie de suor da parede vaginal; muitos, erroneamente, acreditam ser a ejaculação feminina). Há sensação de contração muscular irregular desses órgãos interno. 19 ORGASMO Esta é a última Fase do Ciclo da Resposta Sexual. O orgasmo, o êxtase, o gozo ou ápice de prazer ocorre quando há liberação de toda a tensão sexual acumu- lada. A profunda vasocongestão do clitóris, pequenos e grandes lábios e do terço inferior da vagina denominamos plataforma orgásmica. Pode ocorrer uma contração muscular prolongada e espástica de 4 a 5 segundos nesta região, antes de ocorrer a descarga orgásmica. O orgasmo acontece: há uma explosão de contrações rítmicas e involuntá- rias na plataforma orgásmica a uma frequência de aproximadamente 12 vezes, a cada 0,8 segundos. 35 20 FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO 20.1 Fertilidade Fonte:www.paisefilhos.com.br O óvulo permanece viável e capaz de ser fertilizado depois de ser expelido do ovário por um período provavelmente de no máximo 24 horas. Portanto, é preciso haver um espermatozoide disponível logo depois da ovulação para ocorrer fertilização. Alguns espermatozoides podem permanecer fér- teis no aparelho reprodutor feminino por até cinco dias. A administração de estrogênio ou progesterona, desde que nas quantidades apropriadas durante a primeira metade do ciclo mensal, pode inibir a ovulação. A razão disso é que a administração apropriada de um desses hormônios pode evitar o pico pré-ovulatório da secreção de LH pela hipófise, que é essencial à evolução. Entretanto, estudos experimentais sugerem que imediatamente antes de ocorrer o pico, é provável que haja uma depressão abrupta da secreção de estróge- no, o que causa o efeito de feedback subsequente na hipófise anterior que ao pico de LH. A administração de hormônios sexuais evitaria a depressão hormonal ovari- ana inicial que representaria o sinal desencadeador da ovulação. O problema de es- tabelecer métodos de supressão hormonal da ovulação tem sido o de desenvolver 36 combinações adequadas de estrógenos e progestinas que suprimam a ovulação, mas não causem outros efeitos indesejáveis. Portanto, praticamente todas as pílulas anticoncepcionais usadas no contro- le da fertilidade consistem em alguma combinação de estrógenos e progestinas sin- téticas. A principal razão de se usar sintéticos, pois os hormônios naturais são quase que inteiramente destruídos pelo fígado pouco tempo depois de serem absorvidos pelo trato gastrointestinal na circulação porta-hepática. 21 GRAVIDEZ Fonte:/www.dermatologia.net Na gravidez, a placenta forma quantidades especialmente grandes de gona- dotropina coriônica humana (HCG), estrogênios, progesterona e somatotropina cori- ônica humana, sendo que as três primeiras, e provavelmente também a quarta, são essenciais a uma gravidez normal. A menstruação normalmente ocorre em uma mulher não grávida por volta de quatorze dias depois da ovulação, época em que grande parte do endométrio uterino descamou-se da parede uterina e é expelido para fora. Se isto ocorresse após a implantação de um óvulo, a gravidez seria termina- da. Entretanto, isso é evitado pela secreção de gonadotropina coriônica humana pe- 37 los tecidos embrionários em desenvolvimento da seguinte maneira: simultaneamente ao desenvolvimento das células trofoblásticas do óvulo recém-fertilizado, o hormônio gonadotropina coriônica humana é secretado pelas células troblásticas sinciciais pa- ra os líquidos maternos. A secreção desse hormônio pode ser medida no sangue pela primeira vez oito a nove dias após a ovulação, pouco depois do blastocisto implantar-se no en- dométrio. Em seguida, a taxa de secreção aumenta rapidamente, atingindo um nível máximo em torno de 10 a 12 semanas de gestação e diminuindo novamente a um valor baixo em torno de 16 a 20 semanas de gestação, continuando neste nível pelo restante da gravidez. A gonadotropina coriônica humana tem como função evitar a involução do corpo lúteo no final do ciclo sexual feminino mensal. Elaefetivamente faz com que o corpo lúteo secrete quantidades ainda maiores de seus hormônios sexuais (proges- terona e estrógeno) pelos próximos meses. Esses hormônios impedem a menstruação e fazem com que o endométrio continue a crescer e a armazenar grandes quantidades de nutrientes, em vez de descamar no produto menstrual. 22 PLACENTA A placenta, assim como o corpo lúteo, secreta tanto estrógeno como proges- terona e o mais importante é que os estrogênios secretados pela placenta não são sintetizados de novo a partir de substratos básicos na placenta. Em vez disso, eles são sintetizados quase inteiramente a partir dos compos- tos esteroides androgênicos, que são formados tanto nas glândulas adrenais da mãe quanto nas glândulas adrenais do feto. A função do estrógeno é de proliferação na maioria dos órgãos reprodutores e anexos da mulher como: aumento do útero materno, das mamas, ductos da mama, genitália externa feminina da mãe. Outra importante função é a que relaxa os ligamentos pélvicos da mãe, de maneira que as articulações sacorilíacas tornam-se relativamente maleáveis, e as 38 sínfise pubiana elástica, essas mudanças fazem com que facilite a passagem do feto por meio do canal do parto. Fonte:www.pinterest.com A progesterona é secretada em quantidades moderadas pelo corpo lúteo no início da gravidez e depois é secretada em enormes quantidades pela placenta. É um hormônio essencial da gravidez porque é ela que faz as células decí- duas desenvolverem- se no endométrio uterino, e essas células têm um papel impor- tante na nutrição do embrião inicial. Ela também diminui a contractilidade do útero grávido, evitando assim que contrações uterinas causem aborto espontâneo. A progesterona contribui para o desenvolvimento do concepto mesmo antes da implantação, pois especificamente aumenta as secreções das tubas uterinas e do útero, proporcionando material nutritivo apropriado para o desenvolvimento da móru- la e do blastocisto. A somatomamotropina coriônica humana é um hormônio placentário desco- berto mais recentemente. É secretado progressivamente durante todo o restante da gravidez em proporção direta ao peso da placenta. 39 Não se sabe ao certo suas funções, a única coisa que se pode afirmar é que esse hormônio diminui a sensibilidade à insulina e a utilização de glicose pela mãe, disponibilizando assim, quantidades maiores de glicose para o feto. Outra função é que promove a liberação de ácidos graxos livres das reser- vas de gordura da mãe, proporcionando assim uma fonte alternativa de energia para o metabolismo materno durante a gravidez. Ou seja, hoje acredita-se que a somatomamotropina coriônica humana é um hormônio metabólico geral com implicações nutricionais específicas tanto para a mãe quanto para o feto. A placenta tem três funções principais: » metabólica; » endócrina; » de trocas. Nesse contexto, o enfoque é dado à placenta com órgão endócrino. A gravi- dez é acompanhada de modificações endócrinas nos compartimentos materno, pla- centário e fetal, que se relacionam intimamente. A placenta elabora hormônios pro- teicos e esteroides. É um órgão incompleto, pois para sintetizá-los necessita de pre- cursores não só maternos, mas principalmente, fetais. O vilo corial produz: » Hormônio Gonadotrófico Coriônico ou Gonadotrofina Coriônica Humana (HCG); » Somatotrófico Coriônico ou Somatomamotropina Coriônica Humana (HCS) ou Lactogênio Placentário Humano (HPL); » Hormônio Tireotrófico Coriônico (HCT); » Hormônio Corticotrófico Coriônico (HCC); » Hormônios coriônicos similares aos fatores liberadores e inibidores hipo- talâmicos; » Hormônio liberador de gonadotrofina hipofisária (LHRH ou GnRH); » Hormônio liberador de tireotrofina (TRH); » Somatostatina (inibidor do Somatotrófico); » Hormônio liberador de corticotropina (CRH); » Outros hormônios; › hormônio melanotrófico; 40 › aldosterona. 22.1 Hormônio melanotrófico Atua nos melanócitos para liberação de melanina, aumentando a pigmenta- ção da aréola, abdômen e face. 22.2 Aldosterona Mantém o equilíbrio de sódio, pois a progesterona estimula sua eliminação e a aldosterona promove sua reabsorção. 22.3 Hormônio Gonadotrófico Coriônico ou Gonadotrofina Coriônica Humana (HCG) É um hormônio glicoproteico, secretado desde o início da formação da pla- centa pelas células trofoblásticas, após nidação (implantação) do blastocisto. De forma geral, tem função de manter o corpo lúteo, de modo que as taxas de progesterona e estrogênio não diminuam, garantindo, assim, a manutenção da gravidez (inibição da menstruação) e a ausência de nova ovulação. Por volta da 15ª semana de gestação, com a placenta já formada e madura produzindo estrógeno e progesterona, ocorre declínio acentuado na concentração de HCG e involução do corpo lúteo. Atua no início da gestação como estímulo para manutenção funcional e morfológica do corpo lúteo. É como LH hipofisário, tem ação luteotrófica. Protege o ovo, que se comporta como enxerto, da rejeição imunológica ma- terna. Estimula a síntese de esteroides, por meio da ativação do sistema enzimáti- co glicogênio-fosforilase e da aromatase, aromatizando os precursores C-19, trans- formando-os em estrógenos. Tem atividade tireotrófica intrínseca. 41 Na diferenciação sexual para o feto do sexo masculino, a HCG estimula as células de Leydig fetais em torno da nona semana para produzir andrógenos. Pode estimular a produção de relaxina, que é produzido primeiramente pelo corpo lúteo e mais tarde pela placenta. Esta aumenta a flexibilidade da sínfise púbi- ca e dos ligamentos das articulações sacroilíaca e sacrococcígea, ajudando a dilatar o colo uterino durante o trabalho de parto. 23 LACTAÇÃO Fonte:pt-br.infomedica.wikia.com Durante a gravidez, há a necessidade de uma proliferação dos alvéolos e dos dutos para a lactação. Isto ocorre devido à ação dos hormônios progesterona e estrogênio. O lactogênio placentário e a prolactina também são muito importantes na preparação das mamas. A prolactina começa a ser produzida ainda na puberdade, mas em pequena quantidade. O surto deste hormônio acontece em decorrência da gravidez, e é aumenta- do, gradativamente, durante a amamentação. 42 Tal hormônio é responsável pelo crescimento e pela atividade secretora dos alvéolos mamários. O lactogênio placentário age como a prolactina, desenvolvendo os alvéolos. Estes dois hormônios estão presentes durante toda a gravidez, porém suas quantidades não são aumentadas, devido à inibição causada pelos altos níveis de progesterona e estrogênio. Ao final do trabalho de parto, há uma queda nos níveis destes dois últimos hormônios, ocasionando um aumento nas quantidades de prolactina e lactogênio placentário, o que possibilita o início da produção de leite. 23.1 Lactogênio Placentário Humano (HPL) Hormônio proteico, de estrutura química semelhante à da prolactina e da somatotrofina hipofisária. Começa a ser secretado pela placenta em torno da 4ª semana de gestação. Aumenta na mesma proporção da massa placentária, alcançando os níveis máximos após 32 semanas, permanecendo relativamente constante depois disso. Facilita a preparação das glândulas mamárias para a lactação. Promove a liberação de ácidos graxos a partir do tecido adiposo, fornecen- do fonte alternativa de glicose para produção de ATP pela mãe. Induz a diminuição da sensibilidade à insulina e da utilização de glicose na mãe, determinando maior disponibilidade de glicose para o feto. 23.2 Hormônio Tireotrófico Coriônico (HCT) O soro da gestante tem efeito estimulante sobre a tireoide durante toda a gestação. Alcança maior nível no fim do primeiro trimestre. 23.3 Hormônio Liberador de Corticotropina (CRH) São análogos aos neuro-hormônios sintetizado pelo hipotálamo, e tambémformado no citotrofoblasto do vilo corial. 43 É considerado como “relógio” que estabelece as condições do nascimento. A secreção começa por volta da 12º semana e aumenta muito até o final da gravidez. O CRH proveniente da placenta tem um segundo efeito, aumenta a secre- ção de cortisol (necessário para o amadurecimento dos pulmões fetais e para a pro- dução de surfactante). 23.4 Progesterona Durante as duas primeiras semanas de gestação, a progesterona estimula as glândulas tubárias e endometriais a secretarem os nutrientes de que depende o zigoto. A placenta começa a produzir progesterona em torno de 6 semanas e com 12 semanas já produz quantidade suficiente para substituir a produção feita pelo corpo lúteo. De forma geral, ela relaxa a musculatura lisa, o que diminui a contração uterina, para não ter a expulsão do feto. Aumenta o endométrio, pois se o endométrio não estiver bem desenvolvido, poderá ocorrer um aborto natural ou o blastocisto se implantar (nidação) além do endométrio. Este hormônio é importante para o equilíbrio hidroeletrolítico, além de esti- mular o centro respiratório no cérebro, fazendo com que aumente a ventilação, e consequentemente, fazendo com que a mãe mande mais oxigênio para o feto. A progesterona também complementa os efeitos do estrogênio nas mamas, promovendo o crescimento dos elementos glandulares, o desenvolvimento do epité- lio secretor e a deposição de nutrientes nas células glandulares, de modo que, quando a produção de leite for solicitada a matéria-prima já esteja presente. 23.5 Estrogênio A produção envolve uma contribuição materna, placentária e fetal. No início da gestação é produzido pelo corpo lúteo sob estimulação da HCG e depois pela placenta, porém para completar a síntese depende dos precursores dos hormônios esteroides, tanto materno como fetal. 44 De forma geral, promove rápida proliferação da musculatura uterina; grande desenvolvimento do sistema vascular do útero; aumento dos órgãos sexuais exter- nos e da abertura vaginal, proporcionando uma via mais ampla para o parto; rápido aumento das mamas; contribui ainda para a manutenção hídrica e aumenta a circu- lação. Dividido em estradiol e estrona – que estão na corrente materna; e estriol – que está na corrente fetal, é medido para avaliar a função feto-placentária e o bem- estar fetal. Mas suas principais funções são: Em associação com a relaxina promove um relaxamento e amolecimento dos ligamentos pélvicos e da sínfise pubiana para melhor acomodar o útero em ex- pansão. Atua no fluxo útero-placentário aumentando-o. Estimula a formação da prolactina hipofisária, bloqueando os receptores prolactínicos mamários e inibindo a lactogênese na gestação. Estimula a hiperplasia e hipertrofia das fibras musculares uterinas e sua ati- vidade contrátil ao acionar a produção das prostaglandinas. Estimula a força contrátil do miocárdio para aumentar o débito cardíaco na gravidez. 23.6 Lactação Lactação é o processo que envolve a secreção e a ejeção de leite a partir das glândulas mamárias. A lactação é dividida em três fases: 1. Mamogênese: desenvolvimento da glândula mamária. 2. Lactogênese: início da lactação. 3. Lactopoese: manutenção da lactação. 23.7 Mamogênese A unidade morfofuncional das mamas é o alvéolo mamário. O desenvolvi- mento da glândula mamária inicia com a puberdade e termina no climatério ou com a castração. 45 Na menacme o estrogênio exerce efeito proliferativo nos canais mamários e a progesterona produz o crescimento e a expansão dos alvéolos. A diferenciação completa do tecido funcional da mama requer, além dos esteroides sexuais, a parti- cipação de diversos outros hormônios: prolactina (PRL), hormônio do crescimento (GH), cortisol, tiroxina e insulina. Na gestação, acentua-se o crescimento das estruturas glandulares mamárias pela produção acentuada de estrogênios, progesterona e do lactogênio placentário humano (HPL), todos segregados pela placenta. Além disso, a gravidez caracteriza- se pelo acréscimo do cortisol livre no plasma, hiperinsulinemia e hipertireoidismo fisiológicos. A PRL cresce na gestação durante o 1º trimestre e aumenta progressi- vamente até o termo. 24 OUTRAS ALTERAÇÕES NO CORPO DA MULHER GRÁVIDA As adaptações anatômicas, fisiológicas e bioquímicas à gravidez são pro- fundas, muitas delas iniciam-se quase logo após a fecundação e prolongam-se por toda a gestação. A maior parte das alterações ocorre em resposta a estímulos fisiológicos produzidos pelo feto. Igualmente espantosa é a rapidez com que uma mulher que esteve grávida retoma, quase completamente, o seu estado pré-gestacional após o parto e a lactação. Durante uma gravidez normal, virtualmente todos os órgãos e sistemas so- frem alterações anatômicas e fisiológicas que podem modificar consideravelmente os critérios de diagnóstico e tratamento de doenças. Assim, adaptações fisiológicas de uma gravidez normal, podem ser mal interpretadas como patológicas e também podem desmascarar ou agravar doenças pré-existentes. 46 25 APARELHO REPRODUTOR 25.1 Útero Na mulher não grávida o útero pesa +/- 70 g e tem uma cavidade de 10 ml ou menos. Durante a gravidez o útero transforma-se para albergar o feto, a placenta e o líquido amniótico, num volume total que ronda os 5 L numa gravidez normal de termo, mas podendo atingir os 20 L ou mais. Assim o útero aumenta a sua capacidade 500 a 1000 vezes acima do seu estado não grávido, atingindo um peso de +/- 1.100 g. O crescimento do útero dá-se à custa do estiramento e marcada hipertrofia das células musculares, sendo mínimo o aumento em número dos miócitos. A acompanhar o aumento de tamanho das cé- lulas musculares há uma acumulação de tecido fibroso, particularmente na camada muscular externa, juntamente com um aumento do tecido elástico, o que confere elasticidade e resistência à parede uterina, que no termo apresenta uma espessura de 1,5 cm ou menos. No início da gravidez, a hipertrofia uterina deve-se maioritariamente ao estí- mulo do estrogénio e talvez também da progesterona e não à pressão do seu conte- údo, uma vez que as mesmas alterações se verificam em situações de gestação ec- tópica. Após as 12 semanas de gravidez, o aumento do tamanho uterino relaciona- se predominantemente com a pressão exercida pelos produtos da concepção em crescimento. A posição da placenta também influencia a extensão da hipertrofia do útero, visto que a porção desse que a rodeia cresce mais rapidamente do que o res- tante órgão. No fim da 12ª semana de gravidez, o útero ultrapassa a pélvis e à me- dida que continua a crescer, impacta-se com a parede abdominal anterior, desloca os intestinos lateralmente e superiormente e continuando a crescer quase atinge o nível do fígado. Quando a grávida está em pé, a parede abdominal susta o útero. Na posição supina o útero vai para trás, pousando sobre a coluna vertebral e os gran- des vasos adjacentes, particularmente a veia cava inferior e a aorta. Fluxo sanguíneo útero-placentar – a entrega da maior parte das substâncias essenciais ao crescimento e metabolismo do feto e placenta, assim como a remoção 47 dos resíduos metabólicos, depende de uma perfusão adequada do espaço intervilo- so placentar. A perfusão placentar depende do fluxo sanguíneo uterino total, que provem principalmente das artérias uterinas e ováricas. O fluxo sanguíneo uteroplacentar aumenta progressivamente durante a gravidez, variando entre 450 e 650 ml/min pró- ximo do termo. O aumento progressivo do fluxo sanguíneo materno-placentar ao longo da gravidez ocorre principalmente à custa de vasodilatação, enquanto o fluxo sanguí- neo feto-placentar aumenta por um crescimento continuado dos vasos placentares. Esta vasodilatação está na dependência da estimulação estrogênica e da progeste- rona, na medida em que estescondicionam uma diminuição da resistência vascular. Outros mediadores influenciam também a circulação uteroplacentar: as ca- tecolaminas (diminuem significativamente a perfusão placentar como consequência de um aumento da sensibilidade do leito vascular à adrenalina e noradrenalina quando comparada com a vasculatura sistêmica), a angiotensina II (na gravidez normal os vasos apresentam-se refractários ao seu efeito vasopressor, o que ajuda a aumentar o fluxo sanguíneo uteroplacentar), o óxido nítrico – anteriormente cha- mado fator de relaxamento derivado do endotélio (é um potente vasodilatador liber- tado pelas células endoteliais com importantes implicações na modificação da resis- tência vascular e consequentemente na perfusão uteroplacentar durante a gravidez. 48 25.2 Colo Uterino Apenas um mês após a concepção, o colo uterino começa a sofrer um amo- lecimento e se apresentar cianótico, resultante do aumento da vascularidade e ede- ma juntamente com a hipertrofia e hiperplasia das glândulas cervicais. Embora o colo tenha uma pequena quantidade de músculo liso, seu maior é tecido conjuntivo. 49 Fonte:graphicwitness.medicalillustration.com O rearranjo desse tecido conjuntivo rico em colágeno é necessário para permitir funções tão diversas como a manutenção de uma gravidez até ao termo, dilatação para permitir o parto e reparação após o parto de forma a permitir uma no- va gravidez bem sucedida. As células da mucosa endocervical produzem quantida- des copiosas de um muco espesso que obstrui o canal cervical rapidamente após a concepção. 50 26 OVÁRIOS Fonte:rondoniaempauta.com.br Normalmente, apenas se encontra um único corpo amarelo nos ovários de uma mulher grávida. Este funciona, maximamente, durante as primeiras 6 a 7 sema- nas de gravidez, produzindo a progesterona necessária à manutenção da gravidez. A sua remoção cirúrgica antes das 7 semanas de gravidez resulta numa quebra ab- rupta dos valores séricos de progesterona e, subsequente, aborto espontâneo. Relaxina – este hormônio proteico tem semelhanças estruturais com a insu- lina e com os fatores de crescimento insulina-like I e II. A sua ação biológica principal é a remodelação do tecido conjuntivo do aparelho reprodutor, permitindo a acomo- dação da gravidez e um parto bem-sucedido. É segregada pelo corpo amarelo, de- cídua e placenta. 51 BIBLIOGRAFIA BEAR; CONNORS; PARADISO. Neurociências: desvendando o Sistema Nervoso. Artmed, 2002. BERNE, R.M.; LEVY, M.N. Fisiologia. Guanabara Koogan, 2001. BEST, C.H.; TAYLOR, B.T. As bases fisiológicas da prática médica. Guanabara Ko- ogan, 1997. Guia Veja Medicina e Saúde – volumes: 4; 9; 20. Editora Abril Coleções, 2008. GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed., 2006. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 10a edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. LEHNINGER, A.L. Princípios de Bioquímica. Sarvier, 1995. _____. Principles of Biochemistry. 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