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Modulo de pscologia de desenvolvimento humano

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Psicologia de Desenvolvimento: STYLEREF "Guide Sub-title" \* MERGEFORMAT 
1
Manual de Tronco Comum
Psicologia de Desenvolvimento
Código A0013
Universidade Católica de Moçambique (UCM) 
Centro de Ensino à Distância (CED)
Direitos de autor (copyright)
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique (UCM), Centro de Ensino à Distância (CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação e/ou reprodução deste manual, no seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Católica de Moçambique – Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a processos judiciais. 
Elaborado Por: António Domingos Braço
Mestrado (Msc) em Educação: Currículo
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – Brasil
Revisado por: Farissai Pedro Campira
Licenciado em Psicologia Pedagogia, Mestrando em Psicologia Educacional pela Universidade Pedagógica – Moçambique.
Universidade Católica de Moçambique (UCM)
Centro de Ensino à Distância (CED)
Rua Correia de Brito No 613 – Ponta-Gêa
Beira – Sofala
 
Telefone: 23 32 64 05
Cell: 82 50 18 440
Moçambique
Fax: 23 32 64 06
E-mail: ced@ucm.ac.mz
Website: www.ucm.ac.mz
Agradecimentos
A Universidade Católica de Moçambique (UCM) – Centro de Ensino à Distância (CED) e o autor do presente manual, António Domingos Braço, agradecem a colaboração de todos que directa ou indirectamente participaram na elaboração deste manual. À todos sinceros agradecimentos.
Índice
1Visão geral
Benvido à Psicologia de Desenvolvimento Humano
1
Objectivos do curso
1
Quem deveria estudar este módulo
2
Como está estruturado este módulo
2
Ícones de actividade
3
Acerca dos ícones
3
Habilidades de estudo
3
Precisa de apoio?
4
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)
5
Avaliação
5
Unidade N0 01-A0013
7
Tema: A Psicologia e Educação
7
Introdução
7
Sumário
7
Exercícios
11
Unidade N0 02-A0013
12
Tema: Concepção Inatista de Desenvolvimento
12
Introdução
12
Sumário
12
Exercícios
15
Unidade N0 03-A0013
16
Tema: Concepção Ambientalista de Desenvolvimento.
16
Introdução
16
Sumário
16
Exercícios
Unidade N0 04-A0013
20
Tema: O Associativismo
20
Introdução
20
Sumário
20
Exercícios
22
Unidade N0 05-A0013
23
Tema: O Behaviorismo
23
Introdução
23
Sumário
23
Exercícios
26
Unidade N0 06-A0016
27
Tema: Concepção Interaccionista de Desenvolvimento.
27
Introdução
27
Sumário
27
Exercícios
29
Unidade N0 07-A0016
30
Tema: O Cognitivismo.
30
Introdução
30
Sumário
30
Exercícios
34
Unidade N0 08-A0016
35
Tema: O Gestaltismo.
35
Introdução
35
Sumário
35
Exercícios
37
Unidade N0 09-A0016
38
Tema: Teoria Sócio-Interacionista.
38
Introdução
38
Sumário
38
Exercícios
41
Unidade N0 10-A0016
38
Tema: O Desenvolvimento Pré-natal.
42
Introdução
42
Sumário
42
Exercícios
45
Unidade N0 11-A0016
46
Tema: O Desenvolvimento na Infância.
46
Introdução
46
Sumário
46
Exercícios
51
Unidade N0 12-A0016
52
Tema: O desenvolvimento na Adolescência.
52
Introdução
52
Sumário
52
Exercícios
55
Unidade N0 13-A0016
56
Tema: O desenvolvimento na Adolescência.
56
Introdução
56
Sumário
56
Exercícios
58
Unidade N0 14-A0016
59
Tema: O desenvolvimento Cognitivo.
59
Introdução
59
Sumário
59
Exercícios
65
Unidade N0 15-A0016
66
Tema: O Desenvolvimento da Linguagem.
66
Introdução
66
Sumário
66
Exercícios
70
Unidade N0 16-A0016
71
Tema: O desenvolvimento afectivo-motor.
71
Introdução
71
Sumário
71
Exercícios
75
Unidade N0 17-A0016
76
Tema: O Desenvolvimento Moral.
76
Introdução
76
Sumário
76
Exercícios
79
Unidade N0 18-A0016
80
Tema: Diferenças Individuais.
80
Introdução
80
Sumário
80
Exercícios
82
Unidade N0 19-A0016
83
Tema: Inteligência.
83
Introdução
83
Sumário
83
Exercícios
85
Unidade N0 20-A0016
86
Tema: Memória
86
Introdução
86
Sumário
86
Exercícios
90
Unidade N0 21-A0016
91
Tema: Motivação.
91
Introdução
91
Sumário
91
Exercícios
92
Unidade N0 22-A0016
93
Tema: Socialização
93
Introdução
93
Sumário
93
Exercícios
95
Unidade N0 23-A0016
96
Tema: A adolescência e a Escola.
96
Introdução
96
Sumário
96
Exercícios
98
Unidade N0 24-A0016
99
Tema: Necessidade Educativas Especiais.
99
Introdução
99
Sumário
99
Exercícios
102
Visão geral
Benvindo à Psicologia de Desenvolvimento Humano
A existência humana atravessa fases bem distintas: a concepção, a infância, a adolescência, a vida adulta e a morte. Em cada uma delas o ser humano desenvolve certo aspectos peculiares e cabe, então, ao educador inteira-se dessas particularidades para que compreenda os aspectos inerentes ao processo de ensino-aprendizagem. O presente manual tem por objectivo apresentar, de forma suscinta, as principais características do desenvolvimento humano em todas as idades.
Objectivos do curso
Quando terminar o estudo da Psicologia de Desenvolvimento, o estudante deve ser capaz de:
· Explicar as fases e os processos do desenvolvimento humano, relacionando-as com os ciclos de aprendizagem.
· Identificar os processos referentes ao desenvolvimento cognitivo, afectivo-emocional, social e moral do ser humano.
Quem deveria estudar este módulo
Este módulo foi concebido para todos aqueles que frequentam os cursos à distância, oferecidos pela Universidade Católica de Moçambique (UCM), através do seu Centro de Ensino à Distância (CED).
Como está estruturado este módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos por UCM - CED encontram-se estruturados da seguinte maneira:
	Páginas introdutórias
· Um índice completo.
· Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo.
	Conteúdo do curso / módulo
O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo actividades de aprendizagem, um resumo da unidade e uma ou mais actividades para auto-avaliação.
	Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir livros, artigos ou sites na internet. 
	Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação
Tarefas de avaliação para este módulo encontram-seno final de cada unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes elementos encontram-se no final do módulo. 
	Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / módulo. 
Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. 
Acerca dos ícones
Os icones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África Ocidental, datam do século XVII e ainda se usam hoje em dia.
Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, cada um com uma descrição do seu significado e da forma como nós interpretámos esse significado para representar as várias actividades ao longo deste módulo. 
Habilidades de estudo
Caro estudante, procure olhar para você em três dimensões nomeadamente: o lado social, profissional e estudante, daí ser importante planificar muito bem o seu tempo.
Procure reservar no mínimo 2 (duas) horas de estudo por dia e use ao máximo o tempo disponível nos finais de semana. Lembre-se que é necessário elaborar um plano de estudo individual, que inclui, a data, o dia, a hora, o que estudar, como estudar e com quem estudar (sozinho, com colegas, outros).
Evite o estudo baseado em memorização, pois é cansativo e não produz bons resultados, use métodos mais activos, procure desenvolversuas competências mediante a resolução de problemas específicos, estudos de caso, reflexão, etc.
O manual contém muita informação, algumas chaves, outras complementares, daí ser importante saber filtrar e apresentar a informação mais relevante. Use estas informações para a resolução dos exercícios, problemas e desenvolvimento de actividades. A tomada de notas desempenha um papel muito importante. 
Um aspecto importante a ter em conta é a elaboração de um plano de desenvolvimento pessoal (PDP), onde você reflecte sobre os seus pontos fracos e fortes e perspectivas o seu desenvolvimento.
Lembre-se que o teu sucesso depende da sua entrega, você é o responsável pela sua própria aprendizagem e cabe a ti planificar, organizar, gerir, controlar e avaliar o seu próprio progresso. 
Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza de que por uma ou por outra situação, o material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza, alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone, escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor, contacte-o pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor, usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso de problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for da natureza geral, contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.
Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de expediente.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode apresentar dúvidas, tratar questões administrativas, entre outras.
O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta, busque apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-me mutuamnte, reflictam sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o seu próprio saber e desenvolva suas competências.
Juntos na Educação à Distância, vencendo a distância. 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e auto-avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas.As tarefas devem ser entregues antes do período presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de entrega , implica a não classificação do estudante.
As trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docentes.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor.
O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito) palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade cintífica e o respeito pelos direitos autorais devem marcar a realização dos trabalhos.
Avaliação
Vocé será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com base no chamado regulamento de avaliação. 
Os trabalhos de campo por si desenvolvidos , durante o estudo individual, concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira.
Os testes são realizados durante as sessões presenciais e concorrem para os 75% do cálculo da média de frequência da cadeira. 
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões presenciais, eles representam 60% , o que adicionado aos 40% da média de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de: (a) admissão ao exame, (b) nota de exame e, (c) conclusão do módulo.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 3 (três) trabalhos; 2 (dois) testes escritos e 1 (um) exame escrito.
Não estão previstas quaisquer avaliação oral.
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizadas como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração: a apresentação; a coerência textual; o grau de cientificidade; a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a indicação das referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual. Consulte-os.
Alguns feedbacks imediatos estão apresentados no manual.
Unidade N0 01-A0013
Tema: A Psicologia e a Educação
Introdução
O surgimento da Psicologia como área científica de investigação sobre o comportamento humano veio impulsionar a Pedagogia, dando-a suporte na compreensão do ser humano, em todas as suas dimensões: fisico-motor, psíquico e afectivo e no aperfeiçoamento do processo de ensino e aprendizagem. Nesta unidade serão desenvolvidos os conceitos de Desenvolvimento, da Aprendizagem e a relação entre ambos.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
	
Objectivos
	· Conceituar a Psicologia de Desenvolvimento.
· Explicar o objecto de estudo da Psicologia de Desenvolvimento.
· Ralacionar o Desenvolvimento com a Aprendizagem.
Sumário
A Psicologia e o Desenvolvimento
No mundo educativo escolar parece ser concensual a ideia de que a Psicologia é uma das disciplinas científicas que mais auxilia a Pedagogia na definição de procedimentos didácticos-metodológicos que facilitam o processo de ensino-aprendizagem. 
No sentido etimológico o termo Psicologia é uma aglutinação de duas palavras do latim, Psyché, que significa psíquico ou mente e logia (logos) que quer dizer tratado ou ciência. Assim, a Psicologia é a ciência ou o tratado sobre a mente, ou os factos psíquicos. 
No entanto, ao se desvincular da Filosofia, no fim do século XIX, a evolução da disciplina esteve marcada pelo behaviorismo (do inglês behavior que significa comportamento). Este facto fez com a a Psicologia fosse definida como a ciência que estuda o comportamento humano.
É sob o ponto de vista metodológico que se situa a Psicologia de Desenvolvimento, sendo assim, ela é toda investigação que visa compreender o crescimento do indivíduo em todos os ciclos da sua vida, da gestação à velhice. Para Rappaport (1981a) a disciplina de Psicologia de Desenvolvimento busca a compreensão do indivíduo, através da descrição e exploração das mudanças psicológicas que se verificam com o tempo.
Entenda-se por desenvolvimento o “conjunto de transformações que se sucedem ao longo do tempo nas pessoas (...)” (UNISUL, 2000:17), podendo se expressar na inteligência, no físico, na afectividade e na sociabilidade. É que ao longo da sua existência, o organismo humano vai adquirindo certas características peculiares que permitem entender seu comportamento.
O desenvolvimento é inerente a todo o ser humano. Ele é fruto das relações que o indivíduo estabelece com o meio físico e social. Sendo assim, as características humanas não são apenas biologicamente herdadas, mas também, historicamente construídas.
O objectivo principal da Psicologia de Desenvolvimento é “(...) estudar como nascem e como se desenvolvem as funções psicológicas que distiguem o homem [e a mulher] de outras espécies” (DAVIS e OLIVEIRA, 1994: 19).
Nesse sentido, o objecto de estudo da Psicologia de Desenvolvimento é a evolução da percepção, da capacidade motora, intelectual, moral e afectiva do ser humano. Para ser mais preciso a psicologia do desenvolvimento trata de estudar a dinâmica evolutiva da psique humana centrando-se nos processos intra-individuais e ambientais, pois esses processos influenciam nessa dinâmica evolutiva do ser humano. A partir desse estudo pode-se compreender que todas as manifestações humanas são fruto de uma caminhada que começa na gestação. Isto faz com que a disciplina seja de importância primordial para os educadores, pois conhecendo-seos processos internos de desenvolvimento pode-se ativá-los e aprimorar as condições de ensino-aprendizagem.
Factores do Desenvolvimento Humano
Segundo Davidoff (2001:417) a maturação do indivíduo, este conjunto de “padrões de comportamento que dependem fundamentalmente do crescimento do corpo e do sistema nervo” pode ser influenciado por três factores:
a) Universais. Estes são eventos comuns ao desenvolvimento de uma determinada espécie. Por exemplo, há ocorrência de situações semelhantes entre os indivíduos da espécie humana em todas as partes do mundo, que ocorrem obedecendo a mesma ordem. Por isso, todos os bebés, independentemente das circunstâncias, gatinham antes de ficarem de pé e andarem. Isso permite determinar o que é ‘normal’ ou ‘anormal’ em cada idade. Por exemplo, que seria ‘anormal’, em qualquer parte do univereso, uma criança andar sem que antes gatinhar.
b) Individuais. Mesmo admitindo-se que são percorridas as mesmas etapas no desenvolvimento humano (etapas universais), os indivíduos crescem, cada um a sua velocidade, que pode ser determinada pela hereditariedade, que actua com mais ênfase nos primeiros anos da vida. No entanto, as diferenças individuias podem estar relaccionadas com o contexto sócio-cultural em que a pessoa está inserida. Por exemplo, alguns bebés, influenciadas pelas condições hereditárias podem desenvolver mais rapidamente a linguagem que outros.
c) Ambientais. As experiências propiciadas pelo contexto em que o indivíduo se insere, influem na sua maturação, no desenvolvimento das habilidades motoras, psíquicas e afectivas. Em parte, os indivíduos são uma invenção das sociedades em que vivem, de onde absorvem experiências sociais, económicas e culturais a partir de processos educativos, formais, informais ou não formais. E, aqui a educação (escolar ou não-escolar) desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do ser humano.
A grande discussão no campo da Psicologia diz respeito a influência de cada um desses factores no desenvolvimento humano. Assim, podemos encontrar três grupos de pesquisadores. O primeiro, que privilegia os factores universais e conclui que todos os traços para a maturação do indivíduos estão escritos em si, bastando o tempo para desenvolvê-los. O segundo, que resume o desenvolvimento humano, na gestão da ‘carga génetica’ recebida dos progenitores. E, o terceiro diz que o ser humano é fruto da sociedade em que vive, da qual aduire todas as peculiardades.
Esse debate vem caracterizando a História da Psicologia. Em termo mais genéricos trata-se da controvérsia entre a natureza (a herediteriedade) e a educação (o meio).
De um lado os teóricos da hereditariedade – que defenderam que “(...) os traços psicológicos eram transmitidos directamente pelos genes, de geração em geração” (SPRINTHALL, 1993:30). Por exemplo, um indivíduo que o pai fosse pastor e a mãe com um Quociente de Inteligência (QI) abaixo da média não poderia aspirar a níveis de ensino superior.
E de outro, os defensores do meio – como argumentavam de que “(...) toda a essência da pessoa era moldada pelo modo e circunstâncias em que o ser era criado ou educado” (ibdem). E neste sentido, qualquer criança poderia ser moldada em qualquer espécie de adulto, desde que fossem satisfeitas as condições apropriadas.
A polarização desse debate tem tido repercussões extremas na educação escolar: alguns educadores consideram que a “criança nasce pronta”, assim, não valeria a pena educar certas crianças, pois pelas suas histórias, ou melhor, pela história das suas famílias, jamais poderiam alcançar níveis superiores de escolaridade e; outros, que fundamentam que a criança “é uma tábua rasa” e por isso mesmo, a sociedade poderíamos fazer dela o que bem entender.
Como educador, qual seria a sua posição perante esse debate? Acha justo que as crianças sejam tratadas como “criaturas prontas” ou “tábuas rasas”? Essas e outras questões são importantes para a reflexão da relação entre o desenvolvimento e a aprendizagem (e o ensino).
Em síntese os factores de desenvolvimento podem ser sintetizados em dois grupos principais: a) factores endógenos (hereditariedade, maturacao neurofisiológica) e b) factores exogenos ou externos (meio ambiente, alimentação, a educação)
O Desenvolvimento e a Aprendizagem
Nesse curso adopta-se a concepção de que o desenvolvimento humano resulta de causas múltiplas, ou seja, da hereditariedade em interacção com o meio, em função do tempo.
Por isso, a aprendizagem assume um papel primordial no desenvolvimento humano. A aprendizagem entendida aqui como o processo a partir do qual o indivíduo se apropria de conteúdos da experiência humana de um grupo social, estabelece-se em duplo sentido: (a) acontece tendo em conta a maturidade e (b) amadurece o indivíduo, “para aprender conceitos, generalizações, conhecimentos, a criança deve formar acções mentais adequadas” (LEONTIEV, apud, DAVIS e OLIVEIRA, 1994:20) e, quando a criança mais aprende mais se desenvolve.
Por isso, muitos teóricos consideram que certas etapas de desenvolvimento humano são mais propícios para a aprendizagem de determinados objectos e conceitos. É neste sentido que ocorre a relação entre a Psicologia de Desenvolvimento e de Aprendizagem: a Psicologia de Desenvolvimento ao ter como foco o surgimento e o amadurecimento das funções psicológicas superiores (aquelas que diferenciam o ser humano de outros seres) auxilia a Psciologia da Aprendizagem, no estudo do complexo processo de apropriação de conhecimentos pela criança.
Portanto, a Psicologia do Desenvolvimento é uma disciplina inerente a formação do educador, pois ela expõe as habilidades, capacidades e limitações de cada faixa etária nos vários aspectos do ser humano (motores, emocionais, intelectuais, sociais, etc.), o que pode ajudar no desenho dos programas escolares, das metodologias de ensino e em todas as actividades pedagógicas (RAPPAPORT, 1981a).
Exercícios
	
Auto-avaliação
	1 – Por que é que a disciplina de Psicologia de Desenvolvimento é importante para a formação docente?
Resposta: Porque conhecendo-se os processos internos de desenvolvimento humano, a evolução da sua percepção, da sua capacidade motora, intelectual, moral e afectiva pode-se activá-los e aprimorar as condições de ensino-aprendizagem.
Unidade N0 02-A0013
Tema: Concepção Inatista de Desenvolvimento
Introdução
Toda teoria de desenvolvimento apoia-se em uma concepção do ser humano e de mundo. Nos primórdios da história da humanidade considerava-se que os factores externos não influenciavam no desenvolvimento humano. Nesta unidade pretende-se aprofundar a compreensão das teorias inatistas e o seu impacto no campo educacional.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
	
Objectivos
	· Explicar a concepção inatista de desenvolvimento;
· Mostrar as implicações do inatismo na educação.
Sumário
O Inatismo
Todos os teóricos inatistas enfatizam a importância de factores endógenos. Por exemplo, sob o ponto de vista da Filosofia afirma-se a existência de idéias inatas e, na linguística, destaca-se que os conhecimentos essenciais para o domínio da linguagem não são adquiridos, pois já fazem parte da estrutura cognitiva que é comum em toda a espécie humana.
 O pensamento inatista tem dupla origem:
a) Na Teologia – a partir da ideia de que Deus é o Criador do Ser Humano e tudo o que o indivíduo tem depende da “Graça Divina” e;
b) Nas Teorias Evolucionistas – de Darwin, Embrionária e Genética.
Para Darwin o papel do ambiente no desenvolvimento humano é limitado, as mudanças graduais e cumulativas no desenvolvimento das espécies decorreriam de “variações hereditárias que fornecem vantagens adaptativas em relação às condições ambientais prevalecentes (...) só os mais aptos de uma determinada espécie – aqueles capazes de se adaptar ao meio sobreviveriam” (DAVIS e OLIVEIRA, 1994:28).
Porém, a teoria de Darwin teria sido mal interpretada pelos inatistas que a usaram como base de sua fundamentação teórica, suprimindo dela as experiências individuais, que são fruto de contextossocioculturais.
Os conhecimentos de embriologia também alimentaram o pensamento inatista. A embriologia considera que as sequências do desenvolvimento seriam praticamente invariáveis e “(...) reguladas por factores endógenos, ou seja, de origem interna” (idem).
E isso supõe que o desenvolvimento intra-uterino ocorre em um ambiente fisiológico relativamente constante e isolado de estimulações externas. E, consequentemente, após o nascimento, consideram os inatistas que toda a experiência individual não teria impacto sobre o organismo, podendo ser desprezada.
E, os inatistas encontram sua sustentação teórica na Genética ao se referir que “(...) todos os traços psicológicos eram transmitidos directamente pelos genes, de geração para geração”. (idem, p.30) e, portanto, nada poderia ser acrescido a partir de factores externos ao indivíduo.
No campo da Psicologia a concepção inatista parte do pressuposto de que tudo o que ocorre após o nascimento não influi no desenvolvimento do indivíduo. Sendo assim, a educação e o ambiente em geral não exerceriam qualquer impacto no processo de desenvolvimento espontâneo do indivíduo. Isso porque se considera que o ser humano nasce pronto, a educação e o ambiente apenas aprimoram aquilo que ele virá a ser.
Nessa perspectiva:
As qualidades e capacidades básicas de cada ser humano – sua personalidade, seus valores, hábitos e crenças, sua forma de pensar, suas reações emocionais e mesmo sua conduta social – já se encontrariam basicamente prontas e em sua forma final por ocasião do nascimento, sofrendo pouca diferenciação qualitativa e quase nenhuma transformação ao longo da existência (DAVIS e OLIVEIRA, 1994:27).
O que quer dizer que os seres humanos nascem com todas as predisposições para tudo o que irão ser. É a lei do destino.
Implicações Educacionais da Concepção Inatista de Desenvolvimento
A concepção inatista de desenvolvimento tem grande impacto nos processos educativos. No sentido mais extremo, essas teorias anulam a acção do meio e, consequentemente, da educação no processo de desenvolvimento humano.
Na escola a concepção inatista se manifesta através de conceitos como aptidão (disposição natural), prontidão (pré-condição para agir) e quocientes de inteligência (índice que mede a capacidade intelectual dos indivíduos. Esses conceitos alimentam os preconceitos na sala de aula.
Ao considerarem que as diferenças são apenas fruto da hereditariedade, como sendo “algo dado” pela natureza, ou que os genes herdados dos pais seriam responsáveis para a inteligência e pela motivação, essas teorias contribuíram para o fomento da discriminação em ambientes escolares.
Por exemplo, crianças cujos pais são pobres e exercendo actividades que não exigem grandes capacidades intelectuais não poderiam freqüentar a universidade e indivíduos “incapazes” de realizar certas actividades seriam “podadas” da escola sob o ditado de que “pau que nasce torto morre torno”, portanto, nada haveria para endirectá-lo.
Exercícios
	
Auto-avaliação
	1 – Quais são as consequências da concepção Inatista de Desenvolvimento nos processos educativos escolares?
Resposta: A concepção Inatista de desenvolvimento pode fomentar a discriminação no espaço escolar, ao considerar que alguns indivíduos tem aptidão para aprender e outros não, o professor poderá se excluir e responsabilizar os alunos pelo fracasso escolar.
Unidade N0 03-A0013
Tema: Concepção Ambientalista de Desenvolvimento.
Introdução
O desenvolvimento e a apendizagem seriam meramente influenciados por factores endógenos, inatos? Os que defendem a concepção ambientalista de desenvolvimento vem dizer que o ser humano é fruto da sua interacção com o meio ambiente.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
	
Objectivos
	· Explicar a concepção ambientalista de desenvolvimento.
· Mostrar as implicações da concepção ambientalista na Educação.
Sumário 
O Meio como factor de Desenvolvimento Humano
A concepção ambientalista de desenvolvimento parte do pressuposto de que o ambiente é responsável pelo desenvolvimento humano, neste sentido, o indivíduo é reactivo à acção do meio. A teoria ambientalista tem como base filosófica o empirismo, que dá ênfase a experiência sensorial na construção do conhecimento.
Um dos expoentes máximos do empirismo foi o filósofo Inglês John Locke (1632-1704), que desenvolveu em sua tese a idéia de que a mente é uma tábua rasa sobre a qual se escreve a experiência. Nesta óptica, o ambiente, ou o meio seria o elemento mais importante para o desenvolvimento do ser humano.
Daí que os ambientalistas considerem que “o homem [e a mulher] é concebido como um ser extremamente plástico, que desenvolve suas características em função das condições presentes no meio em que se encontra” (DAVIS e OLIVEIRA, 1994:30).
Na verdade, para os defensores da concepção ambientalista de desenvolvimento “(...) o bebé não é mais do que um pedaço de barro que pode ser moldado e trabalhado pelas mãos de um mestre artesão, ou seja, o meio, de forma a ficar na forma que se pretenda” (SPRINTHALL, 1990:31).
Isso significa dizer que os seres humanos não nascem assim, eles são construídos, são condicionados a ser assim, pelas mãos do ambiente em que estão inseridos.
Desta forma, John Broadus Watson (1878-1958) – psicólogo americano e considerado o fundador e principal teórico do behaviorismo – “acreditava que as pessoas eram feitas, não nasciam; um bebé pode ser moldado de modo a vir a ter qualquer forma adulta – artista de trapézio, músico, criminoso – através do uso de técnicas de condicionamento” (ibidem).
Um dos principais defensores da teoria ambientalista na Psicologia é Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), psicólogo americano. Skinner propõe uma ciência de comportamento e defende que o ambiente “é mais importante do que a maturação biológica. Na verdade, são estímulos presentes numa dada situação que levam ao aparecimento de um determinado comportamento” (idem, p.31).
Conceitos chaves na teoria ambientalista: estímulo, reforço e extinção
Os conceitos de estímulo, reforço e extinção são deveras importantes no entendimento da teoria ambientalista.
Assim, estímulo é um elemento presente no ambiente, que manipulado pode controlar o comportamento de um indivíduo, fazendo com que apareça ou desapareça em situações consideradas adequadas, ou fazendo que com o comportamento seja refinado ou aprimorado.
Considera-se que no geral os indivíduos buscam maximizar o prazer e minimizar a dor. É esse processo pode ser estimulado por algo que se encontra no meio (ambiente).
Sendo assim, as conseqüências ou os resultados positivos da mudança de comportamento são denominadas de reforço. Este aumenta a frequência da manifestação de um determinado comportamento.
 E a extinção é o procedimento a partir do qual comportamentos inadequados são eliminados totalmente nos indivíduos, “nele o objetivo é quebrar o elo que se estabeleceu entre o comportamento visto como indesejável e determinadas conseqüências do mesmo” (DAVIS e OLIVEIRA, 1994:32).
Portanto, a pessoa é resultado de aprendizagens realizadas ao longo da vida, a partir de estímulos que reforçam ou punem seus comportamentos anteriores, pois “quando os comportamentos modelos são reforçados, tende-se a imitá-los e quando são punidos, procura-se evitá-los” (ibidem). E o comportamento é sempre resultado de associações que são estabelecidas entre algo que o provoca – neste caso um estímulo antecedente – e algo que segue e o mantém – ou seja, um estímulo conseqüente.
Outro conceito importante é o de generalização que é o fenómeno a partir do qual, certo comportamento é associado a determinados estímulos e tendem a reaparecer na presença de estímulos semelhantes.
Implicações educacionais da concepção ambientalista de desenvolvimento
Em termos educacionais a visão ambientalista de desenvolvimento concebe a aprendizagem “como processo pelo qual o comportamento é modificado como resultado da experiência” (DAVIS e OLIVEIRA, 1994:33).
Assim, o ensino e a aprendizagem seriam processados por meio da manipulaçãodos estímulos que antecedem ou sucedem o comportamento. Em termos educacionais essa concepção pode trazer vantagens e desvantagens.
São vantagens da concepção ambientalista de desenvolvimento no processo educativo escolar:
a) A valorização da planificação do ensino;
b) A clareza nos objectivos, sequências de actividades.
c) A valorização do papel do professor, que reforça o comportamento dos alunos através de elogios, notas, diplomas, etc.
E, entre as desvantagens pode-se destacar:
a) A concepção da educação como tecnologia, em que o professor domina a programação do ensino a partir de uma fórmula-padrão;
b) A visão do ser humano como criatura passiva face ao ambiente, que pode ser manipulado e controlado pela alteração das situações em que se encontra;
c) A desvalorização da aprendizagem espontânea e da cooperação entre as crianças.
Entre as teorias de aprendizagem que se alimentam da concepção ambientalista de desenvolvimento estão o Associativismo e o Behaviorismo. E estas teorias serão desenvolvidas nas próximas unidades.
Exercícios
	
Auto-avaliação
	1 – Em que consiste a concepção ambientalista de desenvolvimento humano?
Resposta: A concepção Ambientalista de desenvolvimento humano consiste na ideia de que o desenvolvimento humano está em função das condições oferecidas pelo meio ambiente em que o indivíduo se encontra, de tal modo que concebe o bebé como um pedaço de barro que pode ser moldado pelo meio.
Unidade N0 04-A0013
Tema: O Associativismo
Introdução
Umas das repercurssões da teoria ambientalista de desenvolvimento são a concepção de que a aprendizagem decorre da associação entre um estímulo e a resposta do indíviduo. Daí nasce a teoria associativista que faz parte do conteúdo desta unidade.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
	
Objectivos
	· Explicar a teoria associativista no processo de ensino-aprendizagem
· Descrever as implicações educacionais do associativismo.
Sumário
O Associacionismo
Esses teóricos consideram que a aprendizagem é resultado da formação de conexões entre estímulos e respostas observáveis.
Edward Lee Thorndike “via a aprendizagem como uma série de conexões e vínculos estímulo-resposta (E-R)” (SPRINTAHALL, p.209).
Sua teoria descreve as formas em que as conexões são estabelecidas (fortalecidas ou enfraquecidas). “Achava que a aprendizagem era, basicamente, um empreendimento de tentativas e erros e prestou pouca atenção à possibilidade de formação de conceito e de pensamento” (idem, p.209);
Thorndike formulou três leis fundamentais de aprendizagem:
a) A lei da prontidão: quando o organismo se encontra num estado em que as unidades de transmissão (as conexões E-R) estão prontas a transmitir, então a transmissão é satisfatória, ao contrário ela será perturbada. Ele se refere a prontidão neurológica e não maturacional.
b) A lei do exercício (uso e desuso): quanto mais uma conexão E-R for utilizada, mais forte se tornará, quanto menos for utilizada mais fraca se tornará” e esclarece que a prática apenas melhora se for seguida de uma informação retroactiva positiva (conseqüência sobre o acto).
c) A lei do efeito: uma conesão E-R é fortalecida se for seguida de satisfação (recompensa). Do mesmo modo, uma conexão é enfraquecida se for seguida de um aborrecimento (punição).
A partir das leis de Thorndike começou a ser realçado a importância da motivação na educação.
O russo Ivan Pavlov (prémio Nobel da medicina em 1904) notou que os cães salivavam, não só quando a carne era directamente colocada nas suas bocas, mas também antes disso (ao som de passos, sinos...).
Para descrever esse fenômeno criou a expressão “reflexo condicionado”, que é fruto de um estímulo incondicionado, tal como acontece quando uma luz forte incide sobre os olhos e a pessoa os fecha, ou quando a carne é colocada na boca do cão e esse começa a salivar.
Ele notou também que se um estímulo neutro – que por si só não desencadeia determinada resposta – for repetidamente associado a um estímulo incondicionado – que automaticamente desencadeia uma determinada resposta – o estímulo neutro acaba por adquirir o poder de desencadear a resposta. A esse processo chamou o nome de condicionamento clássico. 
Exemplo do cão que saliva ao som do sino. O cão associa o som à carne. A carne seria o estímulo incondicionado (EI) pois origina uma resposta que não depende da experiência ou aprendizagem anterior. O som ou sinal denomina-se de estímulo condicionado (EC), pois a resposta que dá origem precisa ser aprendida. A salivação à carne chama-se resposta incondicionada (RI) e a salivação ao som resposta condicionada (RC).
Outro conceito importante desenvolvido por Pavlov refere-se a Generalização do Estímulo. Isso acontece quando “quando um estímulo condicionado é associado a um reflexo, outros estímulos similares também adquirem o poder de dar a resposta” (SPRINTHAL, 1993:212). O estímulo condicionado inicial generaliza-se e o organismo começa a responder a outros estímulos que, de algum modo, se assemelham ao inicial.
Implicações Educacionais do Associativismo
Muitos teóricos defendem que “mas das razões pela qual os educadores precisam de conhecer o condicionamento é que um grande número de reflexos autônomos podem ser condicionados ao longo de toda a escolaridade” (SPRINTHALL, 1993:211).
O aluno, por exemplo, pode ser condicionado a ter medo da Matemática, da Biologia, da Física, etc. Nesse sentido, o medo é associado a uma experiência real acontecida em sala de aula.
Em termos de generalização dos estímulos, uma criança que foi condicionada a ter medo de matemática pode generalizar esse medo a outras disciplinas escolares.
O processo que quebra a associação entre um estímulo e uma resposta condicionada chama-se de extinção. Alcança-se a extinção quando o EC perde o seu poder de evocar a RC; isso é conseguido com a apresentação repetida do EC sem se seguir o EI.
Exercícios
	
Auto-avaliação
	1 – Explica o que é o Condicionamento clássico?
Resposta: Condicionamento Clássico é o processo a partir do qual um estímulo neutro – que por si só não desencadeia determinada resposta – é repetidamente associado a um estímulo incondicionado – que automaticamente desencadeia uma determinada resposta – o estímulo neutro acaba por adquirir o poder de desencadear a resposta.
Unidade N0 05-A0016
Tema: Behaviorismo
Introdução
Para os behavioristas aprender é mudança de comportamento. Essa teoria tem grandes implicações no campo da educação, pois e a partir dela que surge a dicotomia entre o ensino e a aprendizagem e consequentemente, entre o professor e o aluno.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
	
Objectivos
	· Explicar a aprendizagem behaviorista;
· Descrever as implicações educacionais da concepção behaviorista de aprendizagem.
Sumário
O Behaviorismo
Burrhus Frederik Skinner (1904-1990) de uma linhagem comportamentalista-associacionista defende uma Psicologia de comportamento totalmente ligada ao meio. Ou seja, “é o meio que causa as mudanças no comportamento, porque as conseqüências da resposta influenciam a acção futura e porque estas consequências ocorrem no meio exterior. Tudo o que a pessoa faz, ou pode fazer no futuro, é um resultado directo da sua história única de reforços e punições” (SPRINTHAL, 1993:226).
Essa teoria enfatiza a psicologia de um ‘organismo vazio’, uma psicologia em que as condições do meio (estímulos) se associam a e afectam o repertório de respostas do organismo.
Para Skinner, a mente não é relevante para a compreensão da razão porque as pessoas se comportam desta ou daquela maneira, pois considera que “a aprendizagem é uma associação entre estímulo (E) e resposta (R), embora nem sempre por esta ordem, realçando também as associações R-E como associações E-R, isto é, verificou que o condicionamento ocorre quando a resposta é seguida de um estímulo reforçador” (idem, p. 226).
Reforço
Skinner retoma a lei de efeito (de Thorndike) – que afirma que a aprendizagem é uma associação entre um estímulo e uma resposta resultante da conseqüênciade um acto – e denomina-a de reforço.
Só que na concepção de Skinner o reforço não oferece ao indivíduo que aprende uma recompensa, nem lhe proporciona um sentimento de satisfação, tal como propunha Thorndike, mas ele é medido e observado.
O Reforço Positivo – É qualquer estímulo que, quando acrescentado à situação, aumenta a probabilidade de ocorrência da resposta.
O Reforço Negativo – é qualquer estímulo que, quando retirado da situação, aumenta a probabilidade de ocorrência da resposta.
Em ambos casos não se faz menção da subjectividade e ao prazer. O seu principal objectivo é aumentar a probabilidade de ocorrência da resposta
Condicionamento Clássico
Tal como no associativismo, a teoria behaviorista tem no condicionamento clássico um dos seus principais pressupostos.
O Condicionamento Clássico é o processo de aprendizagem que se baseia na associação de um estímulo condicionado e um estímulo natural, de modo que o individuo reaja ao estímulo condicionado do mesmo modo que reage ao estímulo natural.
Um exemplo clássico é o da experiência de Pavlov com um cão (referida na teoria associativa, unidade 4). O cão foi condicionado a salivar como reacção ao som de uma campainha, aprendeu a dar resposta a um estímulo não adequado e adquire uma nova conduta.
A aquisição seria o processo de associação do estímulo condicionado (EC) e do estímulo incondicionado (EI), de modo a ser aprendida a resposta condicionada,
Durante o condicionamento podem ocorrem os seguintes processos: a) extinção, que é a eliminação da resposta pretendida, pela apresentação repetida do estímulo condicionado sema presença o estímulo incondicionado; b) Recuperação espontânea – que é o aparecimento temporário de uma resposta extinta, após algum tempo; c) Recondicionamento – apresentação de um novo reforço (EI), associado ao estímulo condicionado (EC) que aumenta a resposta; d) Reextinção – a diminuição da resposta pela apresentação apenas do estímulo condicionado; e) Generalização do estímulo – processo que consiste em estender a resposta aprendida a novos estímulos que se assemelham ao estímulo usado no treino e; f) discriminação – processo que consiste em estabelecer diferenças entre estímulos semelhantes, respondendo-lhes de modo diversificado.
Condicionamento Operante
É o processo de aprendizagem dinamizado pela obtenção do reforço e que é baseado na sua associação á resposta operante.
Se no condicionamento clássico é o sujeito que responde a estímulos, no condicionamento operante é o sujeito que toma iniciativa de modo a obter recompensa. Skinner observou o comportamento de um rato colocado numa caixa, a um dado momento ele começa a explorar o ambiente, cheira, arranha, locomove, Pará, ergue-se, etc., até que, pro acaso, acciona uma alavanca e cai um alimento. A tendência foi de que o rato repetia a pressão a alavanca para obter alimento.
Nesta experiência existe uma associação entre a resposta operante (premir a alavanca) e o reforço (alimento. Assim a aprendizagem foi condicionada.
O reforço é um estímulo agradável que, ao surgir em conseqüência de um comportamento, aumenta a sua ocorrência. O reforço pode ser positivo quando o estímulo apetecível aumenta a freqüência do comportamento ou negativo, quando a retirada de um estímulo aversivo aumenta a ocorrência do comportamento.
Implicações educacionais da teoria behaviorista de aprendizagem
Para os behavioristas aprender é mudar o comportamento. Neste sentido a principal tarefa do professor é ensinar, ou seja, estimular a mudança de comportamento do aprendente, o aluno.
No campo da educação escolar o behaviorismo alimenta as considera ‘pedagogias tradicionais’ nas quais o professor é o principal agente do processo educativo, ele explica, dita, fala, manda, deposita o conteúdo a um aluno que é passivo, que apenas escuta, faz, obedece e assimila o conteúdo. Paulo Freire denominou-a de educação bancária, na medida em que o aluno se transforma em um depósito de conteúdos, em um ‘banco’.
No acto da avaliação o aluno deve ‘vomitar’ o conteúdo tal e qual o aprendeu, com os pontos, as vírgulas e incluindo os suspiros do professor. A aprendizagem, deste modo, não é significativa.
Exercícios
	
Auto-avaliação
	1 – Quais são as implicações educacionais do behaviorismo?
Resposta: Os behavioristas acreditam que a aprendizagem é fruto apenas da relação do indivíduo com o meio e consideram um aluno como uma tábua rasa, ou uma garrafa vazia, na qual o professor deposita o conteúdo, que durante a avaliação deve ser devolvido, tal e qual como foi entregue. Por isso, não promove a aprendizagem significativa.
Unidade N0 06-A0013
Tema: Concepção Interaccionista de Desenvolvimento
Introdução
Será que o desenvolvimento humano é nato, apenas? Ou é fruto somente da acção do meio? Neste unidade, será explica a teoria que estabelce a relação dialética dos factores endógenos e exógenos no desenvolvimento humano, a concepção interaccionista do desenvolvimento. De entre vários interacionistas como Vygotsky, Bruner, Ausebel, tomamos em conta a teoria interaccionista de Piaget como suporte teórico.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
	
Objectivos
	· Identificar os pressupostos principais da teoria interaccionista de desenvolvimento.
· Descrever as principais implicações educacionais do interaccionismo.
Sumário
Desenvolvimento como fruto da interacção entre o Organismo e o Meio
Para os interaccionistas o desenvolvimento humano não é apenas inato, nem apenas fruto da ação do meio, eles destacam que “(...) o organismo e o meio exercem ação recíproca. Um influencia o outro e essa interação acarreta mudanças sobre o indivíduo” (DAVIS e OLIVEIRA, 1994:36).
A concepção interaccionista de desenvolvimento apóia-se, portanto, na idéia de interação entre organismo e meio e vê a aquisição de conhecimento como um processo construído pelo indivíduo durante toda a sua vida, não estando pronto ao nascer nem sendo adquirido passivamente graças às pressões do meio.
Essa concepção é secundada por Jean Piaget que sustenta que o desenvolvimento envolve um processo contínuo de trocas entre o organismo vivo e o meio ambiente.
Conceitos principais na teoria interacionista de desenvolvimento
Segundo Davis e Oliveira (1994) os conceitos principais desta teoria são:
a) Equilíbrio – a concepção de que todo organismo vivo – quer seja uma ameba, um animal, uma criança – procura manter um estado de equilíbrio ou de adaptação com seu meio, agindo de forma a superar perturbações na relação que ele estabelece como o meio.
b) Equilibração – que é o processo dinâmico e constante do organismo em busca de um novo e superior estado de equilíbrio.
Assim, o desenvolvimento cognitivo é resultado de constantes desequilíbrios e equilibrações, o aparecimento de uma nova possibilidade orgânica no indivíduo ou a mudança de alguma característica do meio ambiente, por mínima que seja, provoca a ruptura do estado de repouso – da harmonia entre o organismo e meio – causando desequilíbrio.
c) Assimilação – é mecanismo a partir do qual o organismo – sem alterar suas estruturas – desenvolve ações destinadas a atribuir significações, a partir da sua experiência anterior, aos elementos exteriores com os quais interage.
d) Acomodação – é o mecanismo através do qual o organismo tenta restabelecer um equilíbrio superior com o meio ambiente. Neste momento, o organismo é impelido a se modificar, a se transformar para se ajustar as demandas impostas pelo ambiente.
Implicações educacionais da teoria interaccionista de desenvolvimento
A partir da concepção interaccionista de desenvolvimento surgem teóricos que explicam os processos educativos a partir de uma relação intrínseca entre o ensino e a aprendizagem, como unidades indissociáveis.
A aprendizagem é vista, assim, não apenas como uma qualidade inata do aluno e muito menos como uma operação somente do professor, mas ela é fruto da interacção entre o professor e o aluno, entre o organismo e o meio, ou mesmo, entre o sujeito e o objecto a ser aprendido.
Neste sentido, osprofessores valorizam os conhecimentos e as experiências dos alunos, pois eles têm consciência de que estes sabem algo dos conceitos que vão ser aprendidos. O professor não se considera um ‘sabe tudo’ e muito menos como o dono do conhecimento. A aprendizagem será mais significativa.
Exercícios
	
Auto-avaliação
	1 – Em que consiste a teoria interaccionista de desenvolvimento? Quais são as suas implicações educacionais?
Resposta: A teoria interaccionista de desenvolvimento consiste na ideia de que o desenvolvimento humano é fruto da interacção entre o organismo e o meio. Em termos dos processos educativos considera-se o conhecimento e as experiências dos alunos como dados importantes na assimilação de novos conceitos.
Unidade N0 07-A0013
Tema: Cognitivismo.
Introdução
Uma dos grandes resultados da concepção interaccionista de desenvolvimento e a teoria cognitivista de aprendizagem a ser detalhada nesta unidade.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
	
Objectivos
	· Explicar os pressupostos da teoria cognitivista de aprendizagem;
· Identificar os principais teóricos da aprendizagem cognitiva;
· Descrever as implicações educacionais da aprendizagem cognitiva.
Sumário
O cognitivismo
Para os cognitivistas o papel do ensino é aumentar o número de conhecimentos dos alunos. A aprendizagem é vista como um processo activo do aprendiz. Normalmente a aprendizagem é por Insight “processo que ocorre quando se dá a compreensão rápida e inesperada dos dados de um problema e da forma de organizar para p resolver” (ABRUNHOSA e LEITÃO, 2009:161)
Os defensores da concepção interaccionistas de desenvolvimento acreditam que diante a relação do indivíduo com o meio, este é capaz de recolher, selecicionar, processar e armazenar informações através de seus próprios processos mentais.
Aprender é assim, compreender e resulta da capacidade humana de adquirir, transformar e avaliar informações que obtemos da nossa experiência com o mundo.
Bruner e a aprendizagem por descoberta
Bruner, um dos psicólogos de desenvolvimento enfatiza a aprendizagem por descoberta e afirma que “qualquer disciplina pode ser ensinada efectivamente com alguma honestidade intelectual a qualquer criança em qualquer estágio de desenvolvimento” (apud, MWAMWENDA, 2004:185). Desde que se respeite o grau de maturidade intelectual do aluno por isso ele advoga um currículo em forma de aspiral em que o mesmo conteudo seria abordado em diferentes estagios de forma gradual.
E a descoberta não significa necessariamente descobrir o conhecimento que é desconhecido por toda a gente, mas a descoberta do conhecimento pelo próprio sujeito aprendente. 
Em vez, de revelar aos alunos os grandes conceitos e princípios que eles esperam aprender nas aulas, o educador deve dar-lhes a oportunidade de descobrirem por eles mesmos, atraves de pesquisas, experiencias, visitas de estudo na comunidade e mais actividades criativas ao aluno.
O papel do educador é o de facilitar o processo. Na aprendizagem por descoberta o aluno é principal sujeito e exige-se a sua participação activa e, assim ela é benéfica porque possibilita aos alunos a retenção de informações por muito tempo e a capacidade de transferi-los.
Para Bruner (apud MWAMWENDA, 2004) a aprendizagem cognitiva compreende os seguintes princípios:
a) Motivação: a predisposição para aprender, que se reflete na curiosidade e no desejo de explorar e descobrir;
b) Estrutura: a que são as capacidades de compreensão da criança, aquilo que ela já sabe;
c) Sequência: a organização do conteúdo de forma seqüencial, que influi na distribuição das disciplinas e no calendário da escola.
d) Reforço: o encorajamento ao aluno através de notas altas, sorrisos e elogios.
Bruner propõe assim que o educador é o que dá a oportunidade do educando construir seus próprios conceitos (Princípio do Construtuvismo). E educando deve pensar, aprender a resolver problemas de forma independente. O educador dá o feedback (retorno) aos educandos sobre o seu desempenho.
Ausubel e a Aprendizagem Significativa
Também na perspectiva cognitivista David Ausubel (nasceu nos EUA em 1918) defende a aprendizagem por recepção ou aprendizagem significativa.
Ausubel acredita que a aprendizagem é fruto do que o educando aprende na relação com o que já sabe. Aprendizagem por recepção significa que o educador deve disponibilizar toda a informação, para que ela seja significativa, por se assentar no que os alunos já sabem.
Toda informação é significativa quando ela se relaciona com uma experiência do passado, presente ou futuro da criança.
Ausubel defende três tipos de aprendizagem significativa:
1. Aprendizagem significativa por subordinação
Isso acontece quando o que será ensinado é mais específico, mais particular ou menos abrangente do que aquilo que o aluno conhece. Por exemplo, o conceito de cobra (específico) subordina-se a classe mais abrangente (repteis).
O novo conceito pode servir de exemplo directo de um conceito mais amplo, já conhecido pelo aluno – daí seria subordinação directiva. Ou a nova idéia, além de se subordinar a um conceito mais global ou abrangente, amplia-o- subordinação correlativa.
2. Aprendizagem por supra-ordenação
Acontece quando as novas idéias, conceitos ou preposições que serão ensinados têm um grau maior de generalidade, são mais abrangentes do ponto de vista conceituação, do que os conhecimentos prévios dos alunos.
Assim, o aluno desenvolve um raciocínio indutivo para supra-ordenar esses conceitos, a partir de exemplos particulares, o aluno alcança a classe geral dos conceitos. A partir do exemplo que rasteja, o aluno pode chegar a classe dos repteis.
3. Aprendizagem por combinação
Acontece nas situações de aprendizagem em que o que está a ser aprendido não é mais específico nem é mais abrangente do que aquilo que o aluno sabe sobre o assunto. Por isso, acontecem as duas aprendizagens anteriores.
Condições para a Aprendizagem Significativa
Ausubel (apud MWAMWENDA, 2004:189) propõe as seguintes condições para a ocorrência de uma aprendizagem significa:
a) Avaliação da aptidão: a investigação sobre a vida do educando – idade, capacidades, isso pode acontecer a partir da avaliação e de testes;
b) Selecção de material: o educador deve concentra-se no que é central sobre um tema, começar a partir da experiência do educando e ir além do que o manual, utilizando outras fontes, como jornais, revistas, relatos pessoais, etc.
c) Identificação de princípios organizadores: determinar os conceitos fundamentais da aula.
d) Apresentação de uma perspectiva geral: que seriam os conceitos principais ou gerais a serem enfatizados ao longo da aula;
e) Utilização dos organizadores avançados: articulação dos conhecimentos novos com os antigos, que pode ser realizada através da revisão da aula anterior;
f) Destaque dos princípios de conceitos: exercitar a capacidade de questionar, discutir, explicar e rever para a que aprendizagem não seja mecânica;
g) Foco nas relações: o foco da aula é o que está a matéria que está a ser ensinada, a relação desse conhecimento com outras matérias e com a vida real.
Actualmente, a aprendizagem significativa é preferida porque possibilita melhor relação entre o contexto escolar e a vida real e ajuda a melhorar o desempenho dos educandos.
Exercícios
	
Auto-avaliação
	1 – Explica o processo de aprendizagem significativa de Ausubel? Menciona as condições de ocorrência.
Resposta: A aprendizagem significativa na perspectiva de Ausubel acontece quando o professor consegue disponibilizar informações que fazem com que o aluno relacione-as com o seu passado (suas experiência e aquilo que ele já sabe).
As condicções para a sua realização são: Avaliação da aptidão, Selecção de material, Identificação de princípios organizadores, apresentação de uma perspectiva gera, utilização de organizadores avançados, destaque dos principais conceitos e foco nas relações.
Unidade N0 08-A0013
Tema: Gestaltismo.
Introdução
Os gestaltistas defendem a ideia de que o indivíduo aprende a partir do todo,por isso, preocupam-se com a percepção das formas e formatos a partir de uma visão global.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
	
Objectivos
	· Identificar os pressupostos teóricos da teoria do gestalt;
· Descrever as implicações educacionais da teoria de gestalt.
Sumário
A Aprendizagem Gestalt
Gestalt é uma palavra de origem alemã que significa organização ou configuração. Os psicólogos da Gestalt estão mais interessados pela percepção e pelo comportamento como um todo. Eles argumentam que “um determinado objecto é compreendido através da sua visão global, e não pela análise detalhada de cada aspecto particular” (MWAMWENDA, 2004: 196).
Os teóricos da Gestalt também primam por uma aprendizagem cognitiva, mas eles apresentam nova visão que os faz serem tratados de forma separada.
Leis da Aprendizagem Gestalt
Mwamwenda (2004) apresenta as seguintes leis da aprendizagem Gestalt:
1. Lei da Proximidade: partes que estão próximas no tempo e no espaço tende a ser percebidos em conjunto.
2. Lei da Semelhança: partes semelhantes são vistas em conjunto como que a formar um grupo;
3. Lei do Fechamento: as pessoas têm a tendência perceptiva para completar figuras incompletas;
4. Lei de Continuidade: figuras e desenhos serão completados da mesma maneira com são apresentados;
5. Lei do Pragmatismo: todos os eventos psicológicos têm potencial para serem significantes, assim com simples e complexos.
Teoria de Campo de Kurt Lewin
Kurt Lewin baseando-s nos princípios da Física aplicados à Psicologia elaborou a teoria do campo. Na sua análise o campo “é um sistema dinâmico e inter-relacionado, onde qualquer uma das partes influencia as restantes” (MWAMWENDA, 2004:200).
Isso significa que o que acontece com uma pessoa pode afectá-lo em mais de uma forma. Assim, o comportamento é resultado da situação tal como ela é percebida pelo indivíduo, e pela forma como o indivíduo a relaciona com os propósitos e as necessidades.
Kurt denomina de campo cognitivo a forma como o indivíduo percebe o ambiente em que se situa. E espaço de vida é a percepção e experiência do mundo, em conjunto com os objectivos e as barreiras a esses mesmos objectivos (MWAMWENDA, 2004).
O espaço da vida seria a Pessoa e o seu Ambiente. O comportamento da pessoa é determinado por esse espaço.
Implicações educacionais da teoria de campo
A compreensão do comportamento dos educandos depende da descoberta pelo educador do seu espaço de vida. Muitos problemas de relacionamento entre educadores e educandos podem advir da qualidade das relações que estes últimos têm na sua família. 
Os educadores devem propiciar aos educandos ambientes que podem gerar mudanças e ainda. As dificuldades de aprendizagem podem ser supridas pela suficiência de material de leitura, professores qualificados, tempo adequado de aprendizagem, e pela suficiência de exercícios.
Exercícios
	
Auto-avaliação
	1 – Explica as implicações educacionais da teoria de campo de Kurt Lewin?
Resposta: A teoria de campo de Kurt Lewin permite compreender que o comportamento dos educandos depende da descoberta pelo educador do seu espaço de vida. Muitos problemas de relacionamento entre educadores e educandos podem advir da qualidade das relações que estes últimos têm na sua família. 
Unidade N0 09-A0013
Tema: Teoria Sócio-Interaccionista.
Introdução
Hoje as teorias mais avançadas da Psicologia de Aprendizagem se alimenam da perspectiva sócio-interaccionista de aprendizagem, na medida em que consideram que a sociedade e a história do individuo reflectem na sua educação.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
	
Objectivos
	· Explicar a teoria Sócio-Interaccionista de aprendizagem;
· Explicar o processo da mediação nos processos educativos.
Sumário
A abordagem Sócio-Histórica da Aprendizagem
Um dos principais defensores é o psicólogo Bielo-Russo Lev Semionovitc Vygotsky que afirma que “as características singulares humanas, os processo psicológicos, são produzidos a partir das relações sociais, isto é, do convívio com os outros indivíduos da espécie humanas, capazes de elaborar cultura e fazer história” (UNISUL, 2008:111).
Para construir a sua teoria Vygotsky se apropria dos princípios do materialismo histórico e dialético de Karl Marx.
Os conceitos principais na abordagem sócio-histórica da aprendizagem são:
1. Actividade Humana
O ser humano idealiza o objecto que pretende produzir muito antes de tê-lo concretamente, por meio da representação mental, planifica o que vai executar para alcançar seus objectivos. As características da actividade humana são:
i) Consciência da finalidade, que é a imagem mental do que pretende realizar ou produzir;
ii) Instrumentos mediadores;
iii) O produto, o bem material simbólico que é componente da cultura.
Supõe-se que a actividade mental do sujeito, a sua consciência é reflexo modifição de sua actividade objectiva no mundo.
2. Mediação
É meio para realização da actividade. Algo que ajuda de forma eficaz a alcançar os objectivos.
Existe a mediação instrumental, que é o uso de instrumento mediadores materiais ou simbólicos na actividade humana. Exemplos carteiras, óculos, quadro, etc. (instrumentos materiais) e palavras e signos linguisticos (instrumentos simbólicos).
A mediação social é acção na qual um sujeito auxilia outros sujeitos a se apropriarem dos instrumentos materiais e simbólicos. Exemplo, o pai a ajudar o filho a pedalar bicicleta.
 E, por fim, a mediação pedagógica, é uma mediação social sistematizada e intencional e tem a finalidade de levar o aluno à apropriação dos instrumentos mediadores necessários a vida acadêmica e que contribui directamente na qualidade da formação humana, profissional e intelectual. 
Na escola o professor seria um dos principais mediadores, sua acção deve incidir sobre uma zona de capacidade que está em desenvolvimento no aluno, denominada de zona de desenvolvimento proximal.
3. Internalização
É o processo de reconstrução interna de uma operação realizada externamente pelo sujeito que aprende. Neste momento se estabelece a relação entre objectos e eventos e a formação de conceitos.
A internalização é a transformação de um processo interpessoal em um processo intrapessoal.
4. Funções Psicológicas Superiores
São funções que aparecem naturalmente com o amadurecimento do sistema nervoso do ser humano em condições ambientais favoráveis, “elas são funções tipicamente humanas, mediadas pela linguagem internalizada nas relações interpessoais” (UNISUL, 2000:118).
O desenvolvimento das funções superiores estabelece-se pelas relações entre o pensamento e a linguagem.
5. Zona de Desenvolvimento Proximal
Existem dois níveis da Zona de Desenvolvimento Proximal:
i) O nível do desenvolvimento real: são as capacidades já existentes no aluno (conhecimentos, experiências, capacidades, habilidades, etc.). Cabe apenas o educador (mediador) verificá-las.
ii) O nível de desenvolvimento potencial: corresponde ao que o aluno consegue realizar contando com a ajuda de outras pessoas (professor, colegas, irmãos, etc.).
A mediação pedagógica acontece nas capacidades que se encontram na zona de desenvolvimento proximal. É o professor tem de agir sobre essa zona de modo a consolidar esses conhecimentos.
Implicações educacionais da concepção sócio-histórica
Umas das grandes contribuições da teoria histórico-cultural para a escola são os conceitos de mediação social e mediação pedagógica. Há que estar consciente de que o aluno não constrói nenhum conhecimento sozinho, mas necessita se apropriar dos significados atribuídos aos objectivos de conhecimento pelo grupo cultural para se desenvolver.
Assim, torna-se relevante a mediação do processo de ensino e aprendizagem pelo professor de modo a intervir na zona de desenvolvimento proximal.
Exercícios
	
Auto-avaliação
	1 – Explica o conceito de mediação pedagógica?
Resposta: é uma mediação social sistematizada e intencional e tem a finalidade de levar o aluno à apropriação dos instrumentos mediadores necessários a vida acadêmica e que contribuidirectamente na qualidade da formação humana, profissional e intelectual. 
Na escola o professor seria um dos principais mediadores, sua acção deve incidir sobre uma zona de capacidade que está em desenvolvimento no aluno, denominada de zona de desenvolvimento proximal.
Unidade N0 10-A0013
Tema: O Desenvolvimento Pré Natal
Introdução
O conhecimento sobre o que ocorre na fecundação e no crescimento da criança na vida uterina é um dos pontos essenciais para o esclarecimento de certos comportamentos, distúrbios de personalidade, deformações físicas que se manifestam nas outras fases da vida. Assim, nesta unidade será privilegiada o conhecimento da vida humana a partir da sua gestação.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
	
Objectivos
	· Mencionar as principais características no perído pré-natal;
· Descrever os factores perinatais e pré-natais que podem causar disturbios nos bebés;
Sumário
Características do Período Pré-Natal
O perído pré natal começa com fecundação do óvulo e após 72 horas da fertilização, são frmadas 32 células que se juntam e multiplicam rapidamente e começam a se diferenciar em orgaos, múscultos, osos, tecidos e outras partes do corpo. Assim, os primeiros 9 meses da vida do bebé são passadas dentro do útero da mãe.
Pode-se conceber o período pré-natal (intra-uterino) em três fases:
a) Fase germinal (da concepção até o 14º dia);
b) Fase embrionária – de duas a oito semanas. Em quatro semanas o embrião atinge 1,3 cm de comprimento e o coração já bate 65 vezes por minuto, embora não desenvolvido por completo. Através de microscopio é possível detectar ligeiras saliência na cabeça que virão a ser os olhos, ouvidos, boca e nariz;
c) Fase fetal – começa na oitava semana e vai até ao nascimento. O bebé é chamado de feto. Aos tres meses o feto pesa uns 28 gramas e mede em torno de 8 cm e tem completamente desenvolvidas: dedos das mão e dos pés, pálbebras, orelhas, cordas vocais, lábios e nariz, permitindo com que o feto respire e engula alimentos. Aos cinco meses de idade, pesa meio queilo e mede uns 30 cm de comprimento. O desenvolvimento muscular aumenta e torna mais forte o seu reflexo e movimentos. Ele chuta e estica-se. O batimento cardíaco dá para se ouvido no abdômen da mãe.
Rappaport (1981b:1)) considera que muitas crenças estabelecem a relação entre o estado emocional da gestante que se transmite para a criança, afectando no desenvolvimento do feto a partir “(...) da suposta conexão neural entre o sistema nervoso da mãe e o do filho e da transmissão direta de emoções, desejos, angústias (...)”.
O que acontece não é uma transmissão por meio neural, pois essa seria impossível devido as diferenças na maturidade entre a mãe o feto, mas sim são as substâncias que passam da placenta da mãe para o feto e nesse sentido, “alterações na fisiologia da mãe produzem mudanças no feto” (idem).
Isso quer dizer que as deformações da criança podem ter origem em virus (rubéola, sífilis, HIV-SIDA, etc), venenos, radiações, substâncias químicas (drogas e antibióticos), ausência ou excesso de vitaminas por parte da mãe (gestante), o que justifica que os estudos na idade pré-natal sejam relacionados ao comportamento e as acções da mãe. Existem vários factores que podem influenciar na saúde do futuro bebé, usualmente denominados de factores perinatais e pré-natais.
Factores perinatais e pré-natais
Esses factores podem ser entendidos sob a perspectiva emocional. Nesse sentido, Sontag (apud, Rappaport, 1981:2) sugere que “substâncias químicas que aparecem no sangue materno durante o stress emocional se transmitem ao feto, gerando neste efeitos adversos”.
Rappaport (1981), numa análise mais detalhada destaca os seguintes factores pré e perinatais:
a) Idade da mãe – mães muito jovens ou muito idosas podem gestar fetos deformados. Ex. Mongolismo ou Síndrome de Down, que segundo do dicionário Laurosse é a “alterações cronossomial caracterizada por deficiência mental e anormalidade física, como retardo de crescimento, face pequena e achatada”.
b) Dependência de drogas – para Davissof (2001:427) “quando mulheres grávidas abusam de drogas, os bebés frequentemente exibem complicações pré-natais e apresentam o síndrome de abstinência logo após o nascimento”. Entre as drogas que mais efeito nocivos criam na criança citam-se: a heroína, cocaína, maconha, sedativos e tranquilizantes.
c) Radiações – a exposição prolongada ou intensa a raios x ou substâncias radioactivas pode gerar deformaçõesno cérebro da criança.
d) Doenças infecciosas – as doenças de transmissão sexual (DTS) como sífilis podem produzir abortos (a eliminação de fetos mal-formados) ou anormalidades físicas (cegueira, surdez) ou mentais.
e) Grupo sanguineo ou Factor Rh – “quando houver incompatibilidade entre os tipos sanguineos da mãe e do feto, podem ocorrer abortos, natimortos, morte logo após o nascimento, ou mesmo paralisias parciais ou deficiências mentais” (RAPPAPORT, 1981b:3).
f) Emoções – “como todo mundo as mulheres grávidas respondem a emoçõpes com uma liberação maciça de hormónios. Essas secreções adentram a corrente sanguinea do bebé em desenvolvimento” (DAVIDOFF, 2001:427).
A partir dessa análise pode-se verificar que a saúde da mãe influi e muito no desenvolvimento da criança. No entanto, estudos recentes demonstram que o pai tem um papel importante no desenvolvimento pré-natal. Metade do material génetico que o bebé recebe provém do pai e se “o esperma foi degradado por factores como substâncias químicas, radiações, infecção ou por simples envelhecimento, pode provocar defeitos de nascimento” (DAVIDOFF, 2001:427).
Contribuição do pai no período da gestação
Estudos recentes demonstram que o pai também contribui no desenvolvimento pré-natal , pois em gestação o bebé rece metade do seu material genético. Espermas degradados com substãncias químicas, radiações e infecções ou por envelhaecimento, podem provocar defeitos de nascimento.
Exercícios
	
Auto-avaliação
	1 – Quais são os factores perinatais e pré-natais que interferem no desenvolvimento do feto?
Resposta: Os factores perinatais e pré-natais que interferem no desenvolvimento intra-uterno da criança são a idade da mãe, as drogras, as radiçãoes, as doenças infecciosas, o factor R e a dieta.
Unidade N0 11-A0013
Tema: O Desenvolvimento na Infância.
Introdução
A infância inclui o período que vai desde o nascimento até aos dez anos de vida, porém não é consensual pelo que tem havido designações como 1ª infancia, 2ª ifancia, etc em alguns casos ultrapassa os dez anos abrangido a adolescencia. Nesta etapa, a criança adquire particularidades no seu desenvolvimento que merecem um tratamento especial, por se tratar do primeiro contacto com a vida pós uterina e das primeiras relações a serem estabelecidas com o meio
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
	
Objectivos
	· Mencionar as principais características no desenvolvimento infantil;
· Descrever as implicações educativas inerentes ao desenvolvimento fisico infantil. 
Sumário
Características da Infância
É importante que os educadores tenham noções básicas sobre o desenvolvimento físico na infância que seriam: peso, capacidades sensoriais e motoras. Há que notar que a infância, período que vai do nascimento até aos seis ou sete anos de idade, pode ser dividido em sub-períodos.
(a) Infância Inicial (0-18 meses)
A infância inicial (0-18 meses) seria o período em que o desenvolvimento intelectual estaria ligado de forma directa à maturação do sistema nervoso central, à capacidade de receber e aprender impressões sensoriais, de executar movimento.
A maturação refere-se aqui a questões de ordem biológica, o crescimento em tamanho e, ainda, o inicio e o controle de movimento, a integração de impressões sensoriais, a possibilidade de sentar, gatinhar, andar, parar, agarrar, subir, controlar os esfíncteres, segurar lápis, andar de bicicleta, etc. A execução de tais actividades revela um desenvolvimento sadio da criança.
Na infância, os órgãos genitais, femininos e masculinos crescemsignificativamente. A partir dos seis meses surgem os primeiros dentes, primeiro no maxilar inferior e depois no superior e ao atingir um ano de idade ela terá aproximadamente doze dentes.
Pode-se considerar que uma das funções básicas do desenvolvimento na primeira infância é o conhecimento do próprio corpo. O bebé ao explorar o seu corpo, olhando as mãos, executando movimento, está formando um esquema de si próprio, que é designado de eu corporal. O eu corporal inclui a experiência de afectos (positivos e negativos) que influenciarão no seu auto-conceito.
Já no segundo ano de idade a criança desenvolve capacidades motoras de correr, sentar-se numa cadeira, sem ajuda, subir e descer escadas; aumenta o crescimento dos dentes, demonstra a preferência no uso dos membro (mão direita ou esquerda) no momento das brincadeiras, na forma de agarrar objectos e na alimentação.
Mas, há que ter em conta, que para além dos factores meramente biológicos, o meio influi muito na maturação da criança, estimulando-a, principalmente, no desenvolvimento da linguagem. Esta depende também da estimulação ambiental (cognitiva, afectiva e social), se a qual a criança pode apresentar retardos na sua aquisição e perturbação.
O Desenvolvimento Social na Infância Inicial
Durante a infância o bebé entra em contacto com outras pessoas, a mãe, o pai, os irmãos e familiares. Neste momento ele imita todas as coisas que acontecem ao seu redor e com as pessoas que o circunda.
No inicio ela não escolhe as pessoas, no entanto, a partir dos 07 meses começa a preferir algumas pessoas, mantendo com estas uma relação mais próxima, isso lhe garante conforto a tranqüilidade, o que é bom para o seu desenvolvimento social, pois isso pode manifestar-se na segurança e no autocontrole.
E preciso notar, também que durante na infância o comportamento dos pais e do bebé influem-se mutuamente, “o facto é que os pais modificam o seu comportamento em resposta directa ao comportamento das crianças” (MWAMWENDA, 2004:42).
Por exemplo, o grito de um pai ou mãe pode ser influenciado pelo silêncio do bebé, ao não acatar com a recomendação dada.
O bebé reage também à chegada de um(a) novo (a) irmão(ã), com a regressão de comportamento, agindo como agiria o irmão mais novo, apegando-se aos pais, atacando o recém nascido, como forma de chamar a si toda a atenção dos pais.
O Desenvolvimento Emocional na Infância Inicial
Em termos emocionais o choro “é uma das mais precoces manifestações emocionais demonstradas na infância” (Mwamwenda, p.43). O choro pode ter uma ligação com fome, dor ou zanga e, normalmente termina com a presença da pessoa que cuida dela, pois nela estaria um símbolo de auxílio. Importa sublinhar que nem sempre o choro do bebé é sinal de aflição ou doença, pediatras recomendam nestas situacoes que a mae ou o pai observem com atenção a razão do choro, se não é fome, não é dor, deixa chorar, pois pode ser importante exercício respiratório. 
O sorriso manifesta-se no bebé poucas horas após o seu nascimento. Com o crescimento o sorriso surge como resposta a sinais, sons e vozes humanas, rostos familiares. A partir dos quatro meses o bebé ri por uma acção provocada (cócegas ou por imitação de outras crianças).
Outra emoção muito forte no bebé é o medo, originado por barulhos e ruídos fortes, gritos e medo de pessoas estranhas.
(b) Primeira Infância (3-6 anos)
Neste período manifestam-se na criança o aumento do peso, da estatura e da musculatura dos membros inferiores e superiores. A criança tem na brincadeira a sua actividade principal, o que contribui para o desenvolvimento dos seus músculos, dando-a maior aptidão para subir, chutar, correr e andar. No entanto, ela ainda terá dificuldades em atar os sapatos, abotoar as calças e a camisa.
Socialmente a criança vai além da sua família, ela estende-se para outras pessoas, expondo-se a novas situações, idéias, coisas, problemas e papeis, que são importantes para o seu desenvolvimento social. Mesmo assim, os pais continuam sendo o seu ponto de referência.
É conhecido, também, como o período das perguntas, das quais os pais nem sempre tem as respostas, o que gera a necessidade da escola. Daí que os pais e os professores têm um papel importante na facilitação do seu desenvolvimento, na construção da sua autonomia.
Em termos de aprendizagens, as crianças entre os 3 aos 6 anos estariam aptos a assimilarem novas formas de comportamentos sociais: seguir instruções, ir a casa de banho, tomar banho, vestir-se e jogar ou brincar com os amigos. É apto, também a aprender as letras, os números, a fazer pequenas construções, a pintar e desenhar, tudo isso, dependendo do meio a que está inserido. Seria o momento propicio para proporcionar a ela o ingresso à educação pré-escolar.
O Desenvolvimento Emocional dos 3 aos 6 anos
Quanto ao seu desenvolvimento emocional envolve a compreensão da criança e o controle de emoções tais como a alegria, o riso, a tristeza, o amor, a zanga, a inveja e a agressão.
Há que ter em conta que neste período as emoções da criança são distinguíveis, assim, as alterações de humor são acompanhadas de ameaças e de insultos e manifestam-se de forma física, por exemplo, com pontapés, “os rapazes muitas vezes expressam a sua zanga através de violentos gestos de agressão, enquanto as raparigas tendem a usar mais a agressão verbal” (Mwamwenda, p. 49).
Com crescimento as crianças criam formas alternativas de expressão das suas emoções, que seriam mais aceitáveis, assim elas utilizam o raciocínio para evitarem situações de desconforto. Há que ter em conta que medidas fortes de disciplina são ameaças à segurança, independência e liberdade da criança pré-escolar. Os pais e os professores são responsáveis na promoção do desenvolvimento social da criança.
Dentre as implicações educacionais no período de desenvolvimento físico na infância destacam-se:
a) Ao envolver uma variedade de actividades físicas, as capacidades motoras das crianças são facilitadas e melhoradas;
b) A garantia de uma alimentação sadia, pois esta contribui para o desenvolvimento físico da criança;
c) Ao se envolver em actividades físicas na idade pré-escolar a criança desenvolve a sua coordenação muscular e, consequentemente a autoconfiança e a segurança. Assim os professores devem encorajar o desenvolvimento das capacidades motoras da criança;
d) Os pais e professores devem escolher ambientes propícios para o crescimento e o desenvolvimento da criança;
(c) Segunda infância (7-10 anos)
É o período especial na vida da criança, pois esta se expõe ao processo de socialização escolar.
No aspecto físico as principais mudanças verificam-se com relação ao peso e à altura e são acompanhadas pela mudança dos órgãos internos (rins, coração, digestivos e de respiração).
Neste período, existe maior controlo dos músculos mais largos e maiores do que dos mais pequenos e mais finos, o que explica, em parte, por que as crianças, nos primeiros dois anos de escola têm dificuldades em escrever. Escrever requer coordenação óculo-motor entre a mão e a visão, o que requer o uso de músculos pequenos e finos (MWAMWENDA, 2004).
No âmbito geral, o tronco cresce em comprimento e acontece o desenvolvimento dos ossos e dos músculos, que é mais rápido nos rapazes que nas raparigas. Aumenta a energia física e melhora a capacidade de participar em actividades como a natação, corrida, subir, andar de bicicleta, atirar e agarrar bolas, dançar, etc.
O Desenvolvimento Social na Segunda Infância
As características mais destacáveis do desenvolvimento social nesta idade são: a capacidade de vestir-se sozinha, seguir instruções para ir e voltar de um lugar, envolver-se em brincadeiras egocêntricas (sozinha) e sociais (com outras crianças) e estabelecer amizades.
As crianças aprendem a identificar as letras do alfabeto, os números e os sons, dominam o escrever, ler e contar, mas tem dificuldades em prestar atenção por muito tempo. Durante os jogos são capazes de assimilarem as regras. Cresce a influência dos amigos, mais do que dos pais, no seu comportamento.

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