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Linfadenite caseosa

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Anais Do 11º Simpósio De Produção Acadêmica
Faculdade de Ciências e Tecnologia de Viçosa
Viçosa – MG, 28 de Maio de 2019
	
 11º Simpósio de Produção Acadêmica da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Viçosa
Linfadenite caseosa: Revisão da literatura.
Mariana Bordoni Gonçalves¹, Magna Coroa Lima²
1 Acadêmica em Medicina veterinária – FAVIÇOSA/UNIVIÇOSA - e-mail: marianabbordonig@gmail.com
2 Docente em Medicina veterinária – FAVIÇOSA/UNIVIÇOSA. e-mail: magnalima@univicosa.com.br
Resumo: A linfadenite caseosa é uma enfermidade infectocontagiosa crônica que acomete principalmente caprinos e ovinos, causando grandes prejuízos econômicos na caprino e ovinocultura. É causada pelo Corynebacterium pseudotuberculosis. A doença se caracteriza pelo aparecimento de nódulos em regiões próximas aos linfonodos, mas também, com menos frequência, aparecem internamente, no tórax e/ou abdominal.
Palavras–chave: abcessos, caprinos, Corynebacterium pseudotuberculosis, linfonodos.
Abstract: Caseous lymphadenitis is a chronic infectious contagious disease which mainly affects goats and sheep, causing great economic losses in goats and sheep. It is caused by Corynebacterium pseudotuberculosis. The disease is characterized by the appearance of nodules in regions near the lymph nodes, but also, less frequently, appear internally, in the thorax and / or abdomen.
Keywords: abscesses, Corynebacterium pseudotuberculosis, lymph nodes, goats.
Introdução
A linfadenite caseosa (LC) é uma enfermidade de grande importância para a ovinocultura e caprinocultura pois representam perdas significantes na produção de carne, leite e lã. O agente etiológico é o Corynebacterium pseudotuberculosis, que é uma doença contagiosa e de grande resistência no meio ambiente. Se manifesta em forma de abcessos em aéreas próximas aos linfonodos superficiais, com maior frequência no linfonodo escapular, auricular, mandibular e inguinal. Também atinge, em menor frequência nos linfonodos viscerais (QUINN et al, 2005). 
O objetivo deste trabalho foi fazer uma revisão bibliográfica da linfadenite caseosa. 
Material e Métodos
Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica, executada no período de março de 2019, foi realizada através de artigos acadêmicos, buscados na base do Google Acadêmico e Scielo, e livros da biblioteca da FACISA/UNIVIÇOSA.
Resultados e Discussão
	Corynebacterium pseudotuberculosis é uma bactéria gram-positiva e intracelular, que cresce a 37° graus. Essa bactéria produz uma exotoxina, a fosfolipase D, que acaba atuando como efingomielinase, que é dermonecrótica, hemolítica, causa supuração e tem ação nas células endoteliais, aumentando a permeabilidade dos vasos linfáticos, que, por sua vez, acaba facilitando a invasão da bactéria. A erradicação da doença é difícil devido à habilidade da bactéria em sobreviver no ambiente por um grande período, de seis meses a um ano (QUINN et al, 2005).
	Estudos relacionados a incidência e prevalência da LC nos rebanhos mundiais de caprinos e ovinos tem sido realizado, com o intuito de avaliar a sua distribuição e como uma forma de prever as perdas relacionadas a esta enfermidade na exploração econômica. Entretanto, há algumas dificuldades enfrentadas na realização deste tipo de estudo, como a forma subclínica de apresentação da doença e seu longo período de incubação (ALVES, 2007).
	A linfadenite caseosa é caracterizada por lesões purulentas nos linfonodos superficiais, e em uma menor frequência, nos linfonodos internos e órgãos. A doença leva a abcessos que interfere nas atividades fisiológicas, um abcesso mandibular acaba tornando os atos mastigatórios e de regurgitação, quando se tem um abcesso supramamário, acaba prejudicando em grande escala a amamentação e produção de leite (MOTTA, CREMASCO, RIBEIRO, 2010).
	Na forma interna da LC acarreta a debilitação dos animais e o alastramento em todo o organismo, levando a grandes problemas, tais como: problema reprodutivo, a condenação das carcaças e a morte do animal. A doença ainda pode acarretar desvalorização da pele, apenas um abcesso superficial pode acarretar numa perda de cerca de 40% do valor na pele do animal. A infecção se dá pelo contato direto entre animais por meio de ferimentos, arranhões ou mesmo da pele intacta, alcançando a linfa e atingindo os linfonodos regionais (ALVES, BRONZATTO, YURI, ZAPPA, 2008). 
	A contaminação pode ocorrer pela ingestão de água e alimentos que foram contaminados pelo pus dos abcessos. O material de um único abcesso tem quantidade suficiente de bactérias capazes de contaminar um rebanho inteiro. Os abcessos internos acometem principalmente os pulmões e fígados, provocando consequentemente problemas respiratórios e hepáticos. Normalmente a linfadenite visceral é assintomática, sendo diagnosticada apenas quando o animal infectado é abatido. Porém se ocorre em grande incidência no rebanho, os animais podem apresentar caquexia progressiva, anemia, hiperplasia dos linfonodos superficiais, dispneia e até mesmo mastite nodular. (OLANDER e ALVES, 1998).
	A LC também afeta humanos, intensidade menor. Se caracteriza pela infecção dos gânglios linfáticos. A infecção normalmente se propaga até um gânglio linfático a partir da pele, nariz, olhos ou ouvido. Tem como sintomas os gânglios linfáticos aumentados de volume e presença de dor. A pele ao redor, fica com aspecto avermelhado e uma sensação de calor. O médico, para diagnosticar, deverá realizar exames físicos como sentir seus gânglios e procurar sinas de machucados ou infecções. Pode haver necessidade também da realização de uma biopsia para diagnosticar. O medicamento mais utilizado para o tratamento da linfadenite em humanos é o Hirudoid. (ALVES, 2007)
	O diagnóstico no animal utiliza-se o exame clinico de palpação dos linfonodos superficiais para se certificar se os mesmos estão aumentados. Pode-se também aspirar o material do abcesso para cultura, isolamento e identificação do agente. O diagnóstico também pode feito exame pós-mortem para verificar se há presença de abcessos nos órgãos como pulmão, fígado e linfonodos (MOTTA, CREMASCO, RIBEIRO, 2010).
	 O diagnóstico laboratorial se dá por isolamento do microrganismos ou testes sorológico, como ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) é um teste imunoenzimático que permite a detecção de anticorpos específicos. Neste teste, é necessário fixar o antígeno a uma superfície sólida, e então ligar ao antígeno um anticorpo ligado a um marcador enzimático. A detecção se completa ao analisar a presença do marcador enzimático mudando a coloração do substrato cromogênico (CARMINATI et al., 2003). 
	 O tratamento com antibióticos não é recomendável economicamente, pois esta terapia demora semanas e em algumas vezes, até meses. Além de ser quase impossível erradicar está doença por meio de antibióticos pois apesar de possuir a sensibilidade in vitro, os mesmos não penetram na capsula dos abcessos (ALVES, 2008).
 	Como não há tratamento eficaz, recomenda-se medidas profiláticas, como a incisão cirúrgica dos abcessos externais antes que se rompam para evitar contaminação de demais animais. Inicialmente deve-se preparar a região fazendo uma raspagem dos pêlos, logo após fazendo-se a assepsia com álcool e em seguida, executasse uma incisão vertical longa para facilitar a drenagem e a limpeza do mesmo. Com o auxílio de papel toalha ou algodão, deve-se pressionar para retirada de todo o material purulento, tendo o cuidado para conservá-lo em um recipiente. Logo após a retirada completa do material purulento e a limpeza com iodo a 10% tanto interna como externamente deve-se aplicar ‘spray’ repelente e isolar o animal até a cicatrização. Os instrumentos que foram utilizados devem ser desinfetados em álcool por imersão e flambar. Também recomendasse queimar e enterrar o material purulento. (ALVES, 2007)
Para a profilaxia uma vacina viva atenuada foi desenvolvida pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola, que se tem uma taxa de eficiência de cerca de 83% na prevenção de aparecimento de abcessos externos. Outro tipode vacina utilizado é o toxóide a 3% que conseguiu conter a disseminação do agente a outras partes do corpo do animal, mostrando resultados satisfatórios (OLANDER e ALVES,1998).
Conclusão 
	A Linfadenite caseosa é uma doença infecciosa de grande importância em ovinos e caprinos. A transmissão ocorre através de material purulento drenado dos abscessos, contato direto ou por fômites. Há a necessidade de métodos eficazes para realização de diagnóstico precoce, evitando a compra de animais com a doença subclínica ou com a forma visceral. A vacinação é a melhor forma de profilaxia e tem se mostrado eficaz. É importante estimular a implantação e a avaliação de programas de controle baseados na vacinação, associados as boas práticas de produção.
Referências Bibliográficas
ALVES, F. S. F., SANTIAGO, L. B., PINHEIRO, R. R. Linfadenite caseosa: o estado da arte. Sobral: Embrapa Caprinos, 2007. 60 p.
ALVES, M. L., BRONZATTO, A., YURI, E., ZAPPA, V. Linfadenite caseosa: revisão de literatura. Revista cientifica eletrônica de medicina veterinária, Julho 2008.
QUINN, P.J.; MARKEY, B.K; CARTER, M.E.; DONNELLY, W.J.; LEONARD, F.C. (Ed.). Microbiologia veterinária e doenças infecciosas. Porto Alegre: Artmed, 2005. p.74-82.
MOTTA, R. G., CREMASCO, A. DE C. M., RIBEIRO, M. G. Infecções por Corynebacterium pseudotuberculosis em animais de produção. Veterinária e Zootecnia, v. 17, n. 2, p. 200-213, 2010. 
OLANDER , H. J.; ALVES, F. S. F. Uso de uma vacina toxóide no controle da linfadenite caseosa em caprinos. Embrapa Caprinos e Ovinos, [S. l.], 17 ago. 1998.
CARMINATI, Renato et al. Determinação da sensibilidade e da especificidade de um teste de ELISA indireto para o diagnóstico de linfadenite caseosa em caprinos. Revista de Ciências Médicas e Biológicas - Salvador, janeiro/junho 2003.
 Como citar este trabalho: 
Mariana BORDONI-GONÇALVES, Magna Coroa LIMA.Linfadenite caseosa: revisão de literatura.In: XI SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO ACADÊMICA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECONOLOGIA DE VIÇOSA, 11, 2019, Viçosa. Anais... Viçosa: FAVIÇOSA, Maio, 2019. 
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